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Dimensionamento do PIB do agronegócio

em Pernambuco
Djalma Leite de Araújo Neto*
Ecio de Farias Costa**

Resumo: Este estudo é realizado devido à importância do cálculo do


PIB (Produto Interno Bruto) para a formulação e direcionamento de
políticas, e, também, por conta da abertura dos mercados, que forçou
o agronegócio, e todos os demais setores da economia, a otimizarem
as suas unidades produtivas a fim de se tornarem mais competitivas.
O presente trabalho conceitua e faz a caracterização setorial do que
venha a ser o complexo agroindustrial (CAI), ou, em outras palavras, o
agronegócio. Também trás à tona toda a metodologia usada no dimen-
sionamento do CAI pernambucano. Na análise, a classificação setorial
do CAI pernambucano e a mensuração do PIB do CAI são apresentadas.
Nestas participam as mensurações dos setores que ficam a montante e a
jusante, do núcleo (produto agropecuário) e dos impostos. Além de outros
resultados relacionados à participação dos setores a montante, a jusante
e sobre o núcleo do agronegócio, aponta-se que o PIB do agronegócio
de Pernambuco representa 21,2% do PIB total do estado, contra 7,7%
apontados por estatísticas oficiais para o setor primário.

Palavras-chave: Dimensionamento, PIB do Agronegócio, Pernambuco.

Classificação JEL: R15, R11, R58


*Bacharel em Economia, Departamento de Economia da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE). dj_almaraujo@yahoo.com.br
**Professor de Economia, Departamento de Economia / Pós-Graduação em Economia
(PIMES), Universidade Federal de Pernambuco. Bolsista CNPq. ecio@yahoo.com
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Abstract: This study is conducted due to the importance of GDP mea-


suring in relation to policy making and because of the market globali-
zation that forced agribusiness, and all other sectors of the economy, to
optimize their productive units to become more competitive. This study
derives the concept and sector characterization of what represents the
Agribusiness Complex. It also brings up all methodology used in me-
asuring Pernambuco Agribusiness Complex. In the analysis, the sector
classification of Pernambuco Agribusiness Complex and the measuring
of the GDP of the Agribusiness Complex, where sectors belonging to hi-
gher and lower levels of production chains, including the nucleus, and
taxes are presented. Among other results related to the participation of
higher and lower sectors of production chains, as well as the nucleus, it’s
pointed out that the agribusiness GDP in Pernambuco represents 21.2%
of the total state GDP, against 7.7% pointed out by official statistics for
the primary sector.

Keywords: Measuring, Agribusiness GDP, Pernambuco.

JEL Classification: R15, R11, R58

1. Introdução

Com o advento das mudanças nas relações comerciais internacionais,


que propiciou a abertura dos mercados, a atividade agropecuária, assim
como os demais setores da economia nacional, vêm buscando otimizar as
suas unidades produtivas a fim de tornarem-se mais competitivas. Com
isso, a mensuração do PIB (Produto Interno Bruto), para qualquer análise
econômica, é de grande valia. Os mais beneficiados com esse tipo de estudo
são os formadores de políticas do país, estados e municípios. As diferenças
regionais existentes, principalmente em países como o Brasil, devem-se
muito ao descaso dos governos em não darem a devida importância ao
dimensionamento do PIB para a formulação de políticas.
A mensuração do PIB ainda pode ser subdividida, e dentre essas
subdivisões, está o PIB do agronegócio ou do Complexo Agroindustrial
(CAI), um dos segmentos econômicos que mais tem importância nos
dias de hoje, seja por sua movimentação financeira, pelo número de

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pessoas empregadas, ou por sua relevância social ao fixar o homem


no campo. Além disso, esta mensuração representa uma dissociação
do conceito tradicional de mensuração setorial do PIB utilizado por
estatísticas oficiais do governo, o qual divide o PIB em três segmen-
tos: primário (agropecuário), secundário (indústrias) e terciário (servi-
ços). Nesta classificação tradicional, o agronegócio perde seu peso, já
que não são computados no PIB do setor primário os produtos gerados
por indústrias e prestadoras de serviços que fornecem insumos e/ou
agregam valor aos produtos agropecuários de cada cadeia produtiva
do agronegócio. Neste sentido, este estudo se propõe a computar, de
maneira coesa, todos os segmentos extras, a montante e a jusante do
agronegócio, que colaboram para a formação do PIB do mesmo.
A importância do estudo recai sobre o Estado de Pernambuco que,
por muitos anos, depende do agronegócio, principalmente da cana-de-
açúcar. Por muitos anos, as indústrias de açúcar e álcool, importantes
elos do agronegócio da cana-de-açúcar no estado, foram alocadas ao
segmento da indústria na composição tradicional do PIB estadual. Outros
novos agronegócios que surgem no estado também vêm aumentando a
participação na composição do PIB ao agregar valor através de indústrias
pertencentes às suas cadeias produtivas, como o setor de tecidos, couro,
fruticultura irrigada, entre outros. Por conseqüência da atual importância
do agronegócio no estado, é que se busca, neste trabalho, estimar o PIB
desse segmento econômico para Pernambuco, fornecendo, portanto,
subsídios às futuras decisões políticas.

2. Conceituação e caracterização setorial do complexo


agroindustrial

Um dos primeiros conceitos de agronegócio é creditado a DAVIS &


GOLDBERG (1957), que o definiram como a soma total das operações
de produção e distribuição de suprimentos agrícolas; as operações de
produção nas unidades agrícolas; e o armazenamento, o processamento
e a distribuição dos produtos agrícolas, e itens produzidos com eles. De


Vale fazer referência aos estudos feitos por MORETTO et al. (2002) sobre a presente
temática, mas aplicada ao Estado do Paraná.

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acordo com PORSSE (2003), essa interpretação consiste numa perspec-


tiva sistêmica, na qual a agropecuária é visualizada como o núcleo de
um sistema econômico que se denominou Complexo Agroindustrial
(CAI). Tal núcleo é interligado com setores a montante, responsáveis
pelo provimento de insumos e de máquinas e implementos para a pro-
dução agropecuária, e com setores a jusante, responsáveis pelo proces-
samento, pela transformação da produção agropecuária (agroindústria)
e pela distribuição (comercialização, armazenagem e transporte) das
produções agropecuária e agroindustrial, além de outros serviços as-
sociados ao agronegócio. A Figura 1 ajuda a entender o encadeamento
intersetorial do CAI.
A determinação deste conceito vem com a evolução natural da
agropecuária. Ou seja, o setor, em seus momentos primordiais, era
essencialmente primário, adquirindo insumos dentro do próprio setor
(sementes e animais), com características de auto-suficiência, gerando
uma produção cuja maior parcela de seu valor tinha como destino a
demanda final. Com o passar dos tempos e a evolução da agropecuá-
ria, que passa a ser chamada de agronegócio, observou-se um cresci-
mento das operações para fora da porteira, incluindo uma ampliação
da participação de produtos não rurais em seu conjunto de insumos
(adubos e fertilizantes inorgânicos, defensivos etc.), além da elevação
e aperfeiçoamento das operações de processamento e transformação
da produção rural para somente depois direcioná-la à demanda final.
Vale ressaltar, ainda pertencentes a este complexo, a importância da
tecnologia dos processos produtivos para as produções agropecuária
(incluem-se aí, a utilização de tratores, implementos agrícolas, ferra-
mentas etc.) e agroindustrial (incluindo centros de processamento,
abatedouros industriais, packing houses etc.), dos instrumentos de
financiamento à produção (serviços financeiros), das atividades de
pesquisa e desenvolvimento, além das atividades de comercialização,
armazenagem e transporte dos produtos rurais e agroindustriais.
As evoluções das interdependências do setor agropecuário com as
demais atividades econômicas levam ao surgimento e utilização do
conceito de agronegócio ou CAI. Assim, a dificuldade de um estudo
como este está em como caracterizar os setores pertencentes ao CAI e
mensurar sua dimensão de forma a estabelecer sua representatividade

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no todo da economia, utilizando estatísticas oficiais como base para a


elaboração de tais estimativas.
Nos estudos mais recentes sobre o CAI da economia brasileira, há
uma sinergia sobre o critério de classificação setorial dos segmentos
fornecedores de insumos agropecuários a montante. Os estudos de FUR-
TUOSO (1998), GUILHOTO, FURTUOSO & BARROS (2000), NUNES &
CONTINI (2001) e MONTOYA & FINAMORE (2001) são fundamentados
na estrutura de insumo-produto desenvolvida por Leontief, e a classi-
ficação setorial para o setor insumos agropecuários é identificada pela
estrutura vertical do consumo intermediário (CI) do setor Agropecuá-
ria. Ainda assim, algumas diferenças são apontadas entre as diferentes
metodologias utilizadas.

Figura 1. Representação do Complexo agroindustrial

Fonte: Elaboração própria.

NUNES & CONTINI (2001) são os únicos que incorporam o setor


de máquinas e implementos agropecuários a montante. Essa diferença
ocorre porque, na terminologia de contabilidade nacional, o destino da
produção desse setor é a formação bruta de capital fixo, e, embora seja
demandado pelos agentes da atividade agropecuária, os gastos com


“A delimitação do setor Agroindústria se constitui em problema metodológico quando se
estuda o agronegócio de forma sistêmica. Dependendo dos objetivos dos estudos que bus-
cam estimar o tamanho da agroindústria, metodologias diferentes são adotadas, as quais
levam a resultados, também, diferentes e ambíguos” (MORETTO et al., 2002, p.42).

Tais informações estão disponibilizadas pelo IBGE em Tabelas de Usos ou Tabelas
de Destino da Produção Nacional a preços básicos, em que os setores com valores
não-nulos na coluna de consumo intermediário do setor Agropecuária determinam os
fornecedores de insumos para a agropecuária.

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máquinas e implementos agrícolas são computados como demanda final


da economia e não como consumo intermediário do setor Agropecuá-
ria. Reconhecendo essa especificidade e considerando que a produção
de máquinas e implementos agrícolas é parte integrante do CAI, esses
autores incluem o setor a montante do agronegócio.
A classificação setorial a jusante não responde à mesma sinergia
observada nos setores a montante, entre os trabalhos mais recentes.
Em FURTUOSO (1998) e GUILHOTO, FURTUOSO & BARROS (2000),
técnicas de insumo-produto para estabelecer a classificação setorial da
agroindústria e dos segmentos de distribuição e serviços são utilizadas.
Já MONTOYA & FINAMORE (2001) utilizam a Classificação Internacional
Uniforme das atividades econômicas. Estes últimos autores associam aos
setores a jusante, além do comércio e transporte, todos os demais segmen-
tos de serviços. NUNES & CONTINI (2001) contabilizam a participação
da despesa com insumos agropecuários na estrutura de consumo inter-
mediário dos setores industriais para definir os setores agroindustriais,
considerando apenas comércio, transporte e administração pública no
segmento de distribuição e serviços.
O Quadro 1 apresenta a diversidade na classificação dos setores a
jusante dos trabalhos mais recentes. O ponto comum observado nes-
ses trabalhos, quanto à mensuração do CAI, é sua fundamentação na
abordagem de insumo-produto de Leontief, uma vez que privilegiam as
transações de compra e venda de produtos entre os setores associados
ao CAI, que podem ser identificadas através da matriz de consumo in-
termediário das atividades econômicas.


A nomenclatura dos setores segue a utilizada pelo IBGE nas Tabelas de Recursos e
Usos e Matriz de Insumo-Produto do Brasil.

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Quadro 1. Classificação setorial a jusante dos trabalhos selecionados


GUILHOTO, NUNES & MONTOYA &
FURTUOSO
Descrição dos Setores FURTUOSO & CONTINI FINAMORE
(1998)
BARROS (2000)1 (2001) (2001)

Agroindústria

Siderurgia X
Madeira mobiliário X X X X
Papel e gráfica X X
Borracha X
Elementos químicos não
X X X
petroquímicos
Indústria têxtil X X X X
Vestuário e acessórios X X
Calçados, couros e peles X X
Indústria do café X X X X
Beneficiamento de produtos
X X X X
vegetais
Abate e preparação de carnes X X X X
Leite e laticínios X X X X
Indústria do açúcar X X X X
Óleos vegetais e gorduras X X X X
Outras indústrias alimentares
X X X X
e de bebidas
Distribuição e serviços
Comércio X X X X
Transporte X X X X
Comunicações X
Instituições financeiras X
Serviços prestados às famílias X X X
Serviços prestados às empresas X X X
Aluguel de imóveis X
Administração pública X X
Serviços privados não
X
mercantis
1
Em função da inexistência de uma definição clara dos setores que compõem a distribuição e
serviços do CAI, reproduziu-se aqui a classificação de FURTUOSO (1998), principal referencial em
GUILHOTO, FURTUOSO & BARROS (2000).

A despeito das especificidades de classificação setorial que podem


condicionar distintas magnitudes para o PIB do CAI, também existem
diferenças substanciais nos procedimentos utilizados para operaciona-

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lização do cálculo do PIB do CAI entre NUNES & CONTINI (2001) e os


demais trabalhos, o que reforça as discrepâncias entre as estimativas.
O cálculo da parcela do PIB associada aos setores a montante do
agronegócio, os insumos agropecuários, é similar em todos os trabalhos.
Para estimar a parcela de valor adicionado (VA) de cada insumo consu-
mido pela agropecuária que pertence ao CAI, todos aplicam a relação
insumo-produto de cada setor aos respectivos valores não-nulos que
aparecem na estrutura de consumo intermediário da agropecuária. Daí
se estabelecem as parcelas do valor de produção e do consumo interme-
diário de cada setor que compõe os insumos para a agropecuária e, por
diferença, o VA associado aos setores a montante do CAI.
Com relação ao cálculo do PIB dos setores a jusante do agronegócio,
a similaridade ocorre nos trabalhos de FURTUOSO (1998), FURTUOSO,
GUILHOTO & BARROS (2000) e MONTOYA & FINAMORE (2001). Para
calcular o produto agroindustrial, os autores utilizam diretamente o VA
de cada setor que pertence à agroindústria e estimam indiretamente a
parcela do VA dos setores que compõem a distribuição e os serviços
que devem ser atribuídos ao CAI. Essa estimação indireta é realizada
da seguinte forma: (a) calcula-se a proporção dos produtos agropecu-
ários e agroindustriais no valor total da demanda final; (b) aplica-se
essa proporção no total do VA dos setores pertencentes ao segmento de
distribuição e serviços do CAI.
Por sua vez, NUNES & CONTINI (2001) utilizam um procedimento
totalmente diferente. A agroindústria é dividida em dois segmentos:
atividades exclusivas ao CAI e atividades pertencentes parcialmente
ao CAI. Para as atividades exclusivas ao CAI, os autores consideram
integralmente o valor adicionado dos respectivos setores, de forma aná-
loga ao procedimento descrito anteriormente. Mas para as atividades


A estimativa de NUNES & CONTINI (2001) para a economia brasileira, em 1996, apon-
tou que o CAI eqüivale a, aproximadamente, 20,6% do total do PIB. A estimativa de
FURTUOSO (1998) para 1994 apontou 31,7%. Já em FURTUOSO, GUILHOTO & BARROS
(2000) e MONTOYA & FINAMORE (2001), ambos com estimativas para 1995, observou-
se uma participação de 28,6% e 25,4% respectivamente.

A relação insumo-produto do j-ésimo setor é dada pelo quociente entre consumo
intermediário total do j-ésimo setor e o valor de produção do j-ésimo setor. Destaca-se
que o grau de valoração (preços básicos ou preços de mercado) não é homogêneo entre
os trabalhos.

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pertencentes parcialmente ao CAI, os autores utilizam ora o peso dos


insumos do agronegócio na despesa do setor, ora o peso dos insumos
fora do agronegócio, de forma a obter uma proxy para determinação dos
valores de produção (VP), consumo intermediário e VA, que deveria ser
associada ao CAI.
Apesar desse processo possuir um determinado grau de subjetividade
quanto ao limiar do peso definido para os insumos e ser mais exaustivo
na leitura dos dados referentes à estrutura de consumo intermediário, seu
aspecto interessante é a preocupação com um maior rigor no processo de
identificação da parcela do VA que deve ser associada ao CAI. Um caso
típico em que cabe essa preocupação, por exemplo, é o setor indústria
têxtil, contemplado em todos os trabalhos aqui mencionados (Quadro 1).
Nesse setor, o segmento têxtil também é composto por tecidos sintéticos,
cujo respectivo VA não faz sentido ser considerado como pertencente
ao CAI na medida em que não são requeridos, diretamente, insumos
do agronegócio para sua geração. A abordagem de NUNES & CONTINI
(2001) permite controlar especificidades dessa natureza, que, de modo
algum, podem ser consideradas desprezíveis na sociedade moderna e
na visão sistêmica.
Então, ao considerar integralmente o VA de todos os setores classifi-
cados como agroindustriais, pode-se contribuir para uma sobreestima-
ção do PIB do agronegócio. Essa preocupação é importante porque as
classificações das atividades econômicas usualmente empregadas para
divulgação das informações estatísticas nas matrizes de insumo-produto
são muito agregadas. Obviamente, se a classificação setorial fosse mais
detalhada, tal problema seria resolvido. Como essa não é a regra, a busca
por uma estimativa mais acurada necessita de uma análise minuciosa,
muitas vezes explorando fontes estatísticas mais desagregadas para ga-
rantir a consistência e a coerência conceitual da estimativa.
NUNES & CONTINI (2001) utilizam um procedimento diferente dos
demais autores para o cálculo do VA do segmento distribuição e serviços
a jusante. O procedimento consiste na aplicação da relação insumo-
produto dos setores comércio e transporte no valor das margens de
comércio e de transporte dos produtos agropecuários e agroindustriais
respectivamente, deduzindo o VA indiretamente. Para completar o VA
da distribuição e serviços, a parcela do VA da administração pública

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atribuída ao CAI é estimada pela proporção dos gastos públicos com


a agropecuária. Ressalta-se que o uso das margens de comércio e de
transporte dos produtos do agronegócio como proxy para obter o valor
de produção (por conseguinte, também o VA) da distribuição e serviços
dos produtos do agronegócio que deve ser atribuído ao CAI é coerente
com as especificidades conceituais da contabilidade nacional, uma vez
que a margem de comércio eqüivale ao valor de produção do setor comér-
cio gerado pelas atividades de comercialização realizadas pelos setores
agropecuário e industrial. O mesmo raciocínio aplica-se à margem de
transporte. No presente contexto, o foco é sobre a margem de comércio
e de transporte dos produtos agropecuário e agroindustrial.
Comparando-se a metodologia de estimação do PIB dos setores a
jusante em NUNES & CONTINI (2001), com a desenvolvida pelos de-
mais autores, a abordagem dos primeiros tem a vantagem de manter
a reconhecida heterogeneidade entre os segmentos de serviços, permi-
tindo assimilar diferentes correlações que cada setor de serviços venha
a possuir com o agronegócio, embora a insuficiência de informações
específicas sobre os demais segmentos de serviços limite a adoção de
uma tipologia setorial de maior amplitude para o setor de distribuição
e serviços do CAI (Quadro 1). Na metodologia dos demais autores, essa
heterogeneidade não é controlada, pois se admite que a mesma pro-
porção do VA dos segmentos de serviços é atribuída ao CAI, tornando
homogênea a relação desses setores com o agronegócio. Por outro lado,
é possível ampliar o rol de setores na tipologia setorial a jusante, embora
a hipótese de homogeneidade na relação do VA desses setores para com
o CAI possa ser muito forte e levar a estimativas viesadas.
Pode-se concluir que utilizar a estrutura de insumo-produto de Le-
ontief é não só um ponto pacífico, mas também o mais lógico, uma vez
que esse instrumental permite identificar as relações de interdependên-
cia entre a agropecuária e o resto da economia, capturando, em grande
parte, a dimensão sistêmica definida em DAVIS & GOLDBERG (1957).
No entanto, não há um consenso pleno quanto aos procedimentos de
mensuração do CAI. As abordagens de cálculo aqui apresentadas pos-
suem, individualmente, aspectos importantes a serem considerados.
Como exemplo, FURTUOSO (1998), ao utilizar o método desenvolvido
em GUILHOTO, HEWINGS & SONIS (1996) para definir a tipologia se-

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torial do CAI, contribui para aliviar o grau de subjetividade subjacente


às classificações ad hoc. De outro lado, a preocupação de NUNES &
CONTINI (2001) em excluir do VA dos setores agroindustriais as parcelas
associadas a produtos que não pertencem ao CAI favorece a elaboração
de estimativas mais acuradas.
Assim, a presente metodologia, usada em PORSSE (2003) para a men-
suração do PIB do CAI do Rio Grande do Sul e detalhada nas próximas
seções, não se restringe a adotar uma abordagem de dimensionamento
associada somente a uma das investigações empíricas dentre os trabalhos
aqui reportados. Buscou-se compatibilizar os pontos importantes de cada
trabalho, visando obter uma metodologia que permita uma representação
objetiva de cada operação de cálculo, tal como presente em FURTUO-
SO (1998), GUILHOTO, FURTUOSO & BARROS (2000) e MONTOYA &
FINAMORE (2001), e, ao mesmo tempo, decompor o VA de setores que
possuem atividades não totalmente pertencentes ao CAI, como em NU-
NES & CONTINI (2001), buscando maior acurácia nas estimativas.

3. Metodologia de dimensionamento do cai pernambucano

A estimativa do PIB do CAI pernambucano segue os conceitos e os


procedimentos usuais de contabilidade nacional praticados pelo IBGE.
Assim, o produto do CAI representa a produção de todas as unidades
produtoras de bens e serviços inter-relacionadas com a agropecuária em
ligações a montante e a jusante, num determinado período, avaliado a
preços de mercado. Assim, o cálculo do PIB a preços de mercado pode
ser realizado sob três óticas: produção, despesa e renda.

Ótica da produção: PIB = VP – CI + T (1)

Ótica da despesa: PIB = C + G + FBCF + VE + (X – M) (2)

Ótica da renda: PIB = W + Wnr + Wa + EOB + (Tm – Sb) (3)

Em que:
VP = valor da produção a preços básicos;
CI = consumo intermediário a preços de mercado;

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T = impostos indiretos sobre produção e importação;


C = consumo das famílias a preços de mercado;
G = consumo do governo a preços de mercado;
FBCF = formação bruta de capital fixo a preços de mercado;
VE = variação de estoques a preços de mercado;
X = exportações;
M = importações;
W = remunerações, inclusive encargos sociais e contribuições parafiscais
pagos a residentes;
Wnr = idem a W, pagos a não residentes;
Wa = rendimentos dos autônomos (rendimento misto);
EOB = excedente operacional bruto;
Tm = impostos sobre produção e importação, incluindo outros impostos
ligados à produção (Cofins, PIS/Pasep, etc);
Sb = subsídios à produção.

Na estimativa do PIB do CAI pernambucano, adota-se a ótica da pro-


dução, que, além de requerer menor volume de informações e ser a ótica
implementada nos trabalhos antes citados, é passível de operacionaliza-
ção, conforme a visão sistêmica do CAI e dadas as informações estatísticas
de insumo-produto, tal como fica claro na seqüência do artigo.
Ressalta-se, porém, que as informações estatísticas sobre os impostos
indiretos sobre produção e importação são associadas ao produto e não ao
setor, dificultando o cálculo do PIB a preços de mercado para cada setor.
Nesse sentido, o procedimento de cálculo é o mesmo praticado pelo IBGE
em relação ao cálculo do PIB nacional: (a) calcula-se o VA (diferença entre
valor de produção e consumo intermediário) de cada setor do CAI; (b)
calculam-se os impostos de todos os produtos do CAI; (c) somam-se os
resultados de (a) e (b) para se obter o PIB a preços de mercado do CAI.
O cálculo utiliza dados da Matriz de Insumo-Produto de Pernambuco
(MIP-PE), com ano-base em 1999 estimada por COSTA et al. (2005). Para
o cálculo do VA de cada setor, as principais informações provêm do quadro


Importante levar em conta que esta é a única Matriz de Insumo-produto disponível
para o Estado de Pernambuco e que não há viés positivo ou negativo relativo ao agro-
negócio de Pernambuco no ano-base de 1999, por este ano não ter representado um ano
de grandes investimentos diferenciados ou de estiagens mais representativas.

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de insumo-produto, cujos destinos da produção para consumo intermedi-


ário ou consumo final são valorados a preços básicos. Quando necessário,
as informações são complementadas com a Pesquisa Industrial Anual do
IBGE (PIA) do mesmo ano, visando obter maior acurácia no cálculo do
VA daqueles setores cuja produção não é totalmente associada ao CAI.

3.1. Classificação setorial do CAI pernambucano

A definição da tipologia setorial a montante e a jusante do CAI per-


nambucano foi realizada observando-se a estrutura de consumo interme-
diário da agropecuária no quadro de insumo-produto de Pernambuco,
bem como os setores associados à agroindústria e à distribuição de
produtos agropecuários dos trabalhos reportados (Quadro 2).

Quadro 2. Classificação setorial a montante e a jusante do CAI pernambucano

Montante Jusante

Insumos para a agropecuária Setores agroindustriais


Agropecuária Indústria do café
Indústria Extrativa Beneficiamento de produtos vegetal,
inclusive fumo
Minerais Não-Metálicos Abate e preparação de carnes
Fabricação de outros produtos Refinamento e preparação de leites e
metalúrgicos laticínios
Material elétrico e eletrônico Indústria do açúcar
Autoveículos, peças e acessórios Óleos vegetais e gorduras para
alimentação
Madeira e Mobiliário Outras indústrias alimentares e de bebidas
Indústria de papel e gráfica Madeira e Mobiliário
Indústria química Indústria de papel e gráfica
Refino de petróleo e indústria
petroquímica Indústria química
Fabricação de produtos farmacêuticos e
de perfumaria Indústria têxtil
Indústria de transformação de material Fabricação de artigo do vestuário e
plástico acessório


A classificação da Matriz de Insumo-produto do Estado de Pernambuco para o ano
de 1999 encontra-se no Quadro A1 (em anexo), incluindo os códigos que foram utili-
zados neste estudo.

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Indústria têxtil Fabricação de calçados e de artigos de


couro e peles
Fabricação de calçados e de artigos de Indústrias diversas
couro e peles
Indústria do açúcar
Óleos vegetais e gorduras para Distribuição e serviços
alimentação
Outras indústrias alimentares e de Comércio, Transporte
bebidas
Indústrias diversas Administração Pública
Serviços industriais de utilidade pública
Construção civil
Comércio
Transportes
Comunicações
Instituições financeiras
Serviços prestados às famílias e
empresas, inclusive aluguel
Fabricação e Manutenção de Máquinas
e Tratores
Fonte: Elaboração própria.

No que toca os setores a montante, o de máquinas e implementos


agrícolas é contemplado, uma vez que seu cálculo é operacionalizável.
Ele é considerado a montante no sentido de prioridade para a origem
da oferta e levando-se em conta que suas atividades de produção são
intrinsecamente relacionadas ao agronegócio.
Na classificação dos setores a jusante, contempla-se aqueles comuns
de cada trabalho aqui citado. A agroindústria também absorve os setores
papel e celulose; calçados, couros e peles; e vestuário e acessórios; cuja
mensuração do VA depende de informações complementares da PIA para
isolar a parcela não pertencente ao CAI. O setor de distribuição e serviços
contempla, além de comércio e transporte, a administração pública.
A adoção de uma classificação setorial mais enxuta para o setor de
distribuição e serviços é adotada em função da disponibilidade de in-
formações estatísticas para aplicar a abordagem de NUNES & CONTINI
(2001) nesse setor e, também, para evitar a possibilidade de sobredi-
mensionamento da representatividade do setor em classificações mais
amplas, que adotam relações homogêneas entre serviços e CAI.

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3.2. Mensuração do PIB do CAI pernambucanno

A metodologia de cálculo para gerar estimativas do VA de cada setor


do CAI e dos impostos de todos os produtos do CAI é apresentada. Es-
sas estimativas são baseadas nos dados do quadro de insumo-produto
de Pernambuco e da PIA, ambos referentes a 1999, sendo esta última
utilizada em duas situações, ou seja, para isolar a parcela do VP, do CI e
do VA de um determinado setor que também produz bens fora do CAI e
para viabilizar uma maior desagregação de diferentes setores que estão
consolidados em uma única rubrica.

3.2.1. Mensuração dos setores a montante

Estimando a parcela do VA associada aos setores que fornecem insu-


mos para a agropecuária, o valor gasto pela agropecuária em cada setor
da atividade econômica para fins intermediários é utilizado como proxy
para estimação da proporção do VA dos setores que fornecem insumos
para a agropecuária, a qual deve ser atribuída ao CAI. Essa proporção
resulta do quociente entre o valor do consumo intermediário de um setor
i (realizado pela agropecuária) e o valor total da produção do setor i,
cuja magnitude reflete quanto do VA desse setor deve ser contabilizado
no CAI. Em síntese, interpreta-se cada informação de CI da agropecuária
como valor de produção de outro setor e, usando a hipótese de relação
insumo-produto constante do setor (CI/VP), gera-se a parcela do VA do
setor destinada ao CAI.
O VA dos insumos para a agropecuária é obtido pela seguinte
expressão:

(4a)

em que xi1 é a parcela do VP do setor i utilizada como consumo in-


termediário pela agropecuária (setor 1); Xi é o total do valor de produção


A Matriz de Insumo-Produto de PE possui 35 setores, enquanto a MIP do Brasil possui
42 setores. A estrutura setorial da MIP-PE possui uma correspondência direta com a MIP
do Brasil, sendo que alguns setores da primeira são agregações de diversos setores em
apenas uma rubrica. No caso específico deste estudo, utilizam-se informações da PIA.

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740  Dimensionamento do PIB do agronegócio em Pernambuco

do setor i; e VAi é total do VA do setor i. Como o VA resulta da diferença


entre o total do valor de produção e o total do CI, a expressão (4a) pode
ser reescrita como:

(4b)

em que Ci é o valor total do consumo intermediário do setor i. O


primeiro e o segundo termo do somatório representam, respectivamente,
as parcelas do VP e do CI de cada setor fornecedor de insumos para a
agropecuária que são associados ao CAI. É fácil deduzir de (4b) que a
relação insumo-produto de cada setor é mantida constante para efeito
da estimação.
De acordo com o Quadro 2, entre os 35 setores da MIP-PE, existem
19 fornecedores de insumos para a agropecuária. Note-se, também, que
a própria agropecuária consta dessa classificação, de modo que as par-
celas do VP, do CI e do VA da agropecuária que estão contabilizadas na
montante do CAI devem ser excluídas do cálculo do VA do núcleo do
CAI10. Portanto, o núcleo do CAI é considerado como o setor Agropecuária
líquido das operações de fornecimento de insumos ao próprio setor.
Na estimação do VP, do CI e do VA do segmento máquinas e imple-
mentos agrícolas, considera-se que a totalidade do setor deve ser associa-
da ao CAI, uma vez que sua produção, necessariamente, é destinada ao
setor de produção rural. No entanto, esse segmento exige um tratamento
particular, pois está inserido dentro de um setor mais abrangente na
MIP-PE (máquinas e tratores), o qual também engloba a produção de
bens cujo destino não é a produção rural.
Para obter a parcela referente apenas ao segmento máquinas e imple-
mentos agrícolas, são utilizados os dados da PIA11. De acordo com a PIA,
a produção de máquinas e implementos agrícolas representa 5,18% da
produção do setor máquinas e tratores, sendo essa proporção aplicada ao

10
Em NUNES & CONTINI (2001), o procedimento é inverso, isto é, essa parcela não é
considerada a montante, mas, sim, no núcleo do CAI. No entanto, no presente trabalho,
optou-se por incluir tal parcela a montante, uma vez que se trata do fornecimento de
insumos para a produção agropecuária.
11
São utilizadas informações sobre produção e consumo de matérias-primas explicita-
das a três e quatro dígitos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas.

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Djalma Leite de Araújo Neto e Ecio de Farias Costa  741

valor de produção desse setor explicitado no quadro de insumo-produto


de Pernambuco12. O VA é deduzido utilizando-se como proxy a relação
entre consumo de matérias-primas e valor de produção do segmento
máquinas e implementos agrícolas extraído da PIA. Formalmente, o
cálculo é o seguinte13:

(5)

Em que:
valor adicionado do setor máquinas e implementos agrícolas;
~ pia
C7 = consumo total de matérias-primas do segmento máquinas e
implementos agrícolas da PIA (proxy do CI desse segmento);
~
X 7pia = X 7pia − X 7pia , ou seja, é o valor de produção total do setor
máquinas e implementos agrícolas da PIA, obtido pela diferença entre
o valor de produção do setor máquinas e tratores X pia e o valor de ( )
produção das máquinas não agrícolas X 7pia ; ( ) 7

X 7pia = valor de produção total do segmento máquinas e tratores da


PIA;
X 7qio = valor de produção total do setor máquinas e tratores do quadro
de insumo-produto de Pernambuco.
O segundo termo do produto é a estimativa do valor de produção de
máquinas e implementos agrícolas, enquanto o quociente dentro do pri-
meiro termo expressa a estimativa da relação entre CI e VP, a partir da qual
se deduz a magnitude do CI e, conseqüentemente, do VA nesse setor.
Concluídos esses cálculos, o VA dos setores a montante do CAI
pernambucano é dado pela soma das expressões (4a) ou (4b) e (5).
(6)

3.2.2. Mensuração do núcleo (produto agropecuário)

O valor do núcleo do CAI é obtido diretamente através do VA


da agropecuária, exclusive a parcela desse valor já considerada nos seto-
res a montante, para evitar dupla mensuração. Formalmente, tem-se:
12
Não são utilizados os dados absolutos da PIA, porque as informações em nível de qua-
tro dígitos ainda passam por um ajuste de amostragem até gerar o resultado oficial.
13
O subscrito numérico indica o código do setor, conforme a MIP-PE.

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742  Dimensionamento do PIB do agronegócio em Pernambuco

(7)

em que VA1 é o VA da agropecuária (setor 1); X11 é a parcela do


VP desse setor utilizado como consumo intermediário na sua própria
estrutura de produção; e X1 e C1 são os valores totais das produção e
do consumo intermediário da agropecuária. Nota-se que a expressão
(7) também permite explicitar o VP e o CI do núcleo e, ainda, pre-
serva a hipótese de estabilidade na relação insumo-produto do setor
Agropecuária.

3.2.3. Mensuração dos setores a jusante

A estimação do VA do setor agroindustrial a jusante é realizada de


forma distinta, ou seja, para os setores cuja atividade é totalmente asso-
ciada ao CAI, considera-se diretamente o VA desses setores, enquanto,
para os setores cuja atividade pode englobar produtos que não perten-
cem ao CAI, é feito um controle para evitar sobredimensionamento.
Esse controle é realizado com base nos dados da PIA, analogamente
ao procedimento de estimação do VA do segmento máquinas e imple-
mentos agrícolas. Em ambas as estimativas, excluem-se as parcelas já
contabilizadas a montante.
Os setores totalmente associados ao CAI são: indústria do café (20);
beneficiamento de produtos de origem vegetal, inclusive fumo (21);
abate e preparação de carnes (22); refinamento e preparação de leites e
laticínios (23); indústria do açúcar (24); óleos vegetais e gorduras para
alimentação (25); e outras indústrias alimentares e de bebidas (26).
O valor adicionado desses setores é calculado pela seguinte
expressão:

(8)

Os setores cuja parte da produção não pertence ao CAI são: madeira


e mobiliário (10); indústria de papel e gráfica (11); indústria química
(13); indústria têxtil (17); fabricação de artigo de vestuário e acessório
(18); fabricação de calçados e de artigos de couro e pele (19); e indústrias

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Djalma Leite de Araújo Neto e Ecio de Farias Costa  743

diversas (27). O valor adicionado desses setores é calculado pela


seguinte expressão14:

(9)

O segundo termo em parêntese expressa a dedução da parcela que já


tenha sido contabilizada na montante. O Quadro 3 detalha o significado
dos principais termos da equação (9).
Resta, agora, estimar o VA para os setores de distribuição e serviços
a jusante. Para tanto, o procedimento adotado é similar àquele desen-
volvido em NUNES & CONTINI (2001), utilizando dados sobre margem
de distribuição (comércio e transporte)15 para cada setor da atividade
econômica de Pernambuco, como também informações sobre gastos do
governo com a agropecuária.
Para estimar a parcela do VA associada a comércio e transporte de
produtos agropecuários e agroindustriais , os valores da margem
de distribuição (MD) respectivos a esses setores são considerados como
parcela do VP do comércio e do transporte que devem ser associadas
ao CAI e, assim, usando-se a mesma lógica aplicada na estimação dos
setores a montante, obtém-se a parcela do VA desses setores que fica no
CAI. A equação de cálculo é a seguinte:

(10)

Em que:

14
Os subscritos numéricos são vasados, indicando o código do setor conforme a MIP-PE.
15
Dentre o conjunto de tabelas da MIP-PE, essas informações são apresentadas em duas
tabelas: Tabela de Recursos de Bens e Serviços e Tabela de Destino da Margem de Dis-
tribuição. Como os dados são reportados ao nível de produto, procedeu-se a uma soma
simples para transformá-los em setor.

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744  Dimensionamento do PIB do agronegócio em Pernambuco

Para a margem de distribuição dos setores agroindustriais cuja parte


da produção não pertence ao CAI, também é preciso aplicar o controle
com dados da PIA para evitar sobredimensionamento. Destaca-se, ainda,
que é preciso utilizar a soma do VA e da produção dos setores comércio
(30) e transporte (31).
Por sua vez, a parcela do VA da administração pública associada ao
CAI é determinada por:

(11)

em que δ A é a proporção dos gastos da administração pública esta-


dual e federal com a agropecuária. Em PE, essa proporção representa
1,58%16.
Logo, o VA dos setores a jusante do agronegócio do CAI resulta da
seguinte expressão:

(12)

3.2.4. Mensuração dos impostos do CAI

Os impostos do CAI (TCAI ) são estimados através da proporção que a


~
parcela do valor de produção de cada setor pertencente ao CAI X i tem ( )
no valor de produção total do setor (X i ), o qual pode incluir também
uma parte que não pertence ao CAI. Esse cálculo independe da classi-
ficação do setor, se a montante, núcleo e a jusante, pois o interesse é a
magnitude total dos impostos do CAI.
~
35
 Xi 
TCAI = ∑  Ti

i =1  X i  (13)

em que Ti são os impostos indiretos do setor i.


Nota-se que quando a totalidade do valor de produção de um de-
terminado setor pertence ao CAI, como é o caso da agropecuária e da
16
Informações obtidas do Balanço Geral da União, do Balanço Geral do Estado de
PE, do Tribunal de Contas de PE e da Regionalização das transações do Setor Público
(IBGE) a partir de COSTA et al. (2005).

RER, Rio de Janeiro, vol. 43, nº 04, p. 725-757, out/dez 2005 – Impressa em dezembro 2005
Quadro 3. Informações utilizadas na estimação do VA dos setores
agroindustriais parcialmente pertencentes ao CAI pernambucano
Parcela Não
Descrição do Setor ~ ~
K Pertencente ao CAI X kpia X kpia Ckpia X kqio
na MIP-PE (A)
(B)
Consumo total de
Valor de produção do Valor de produção Valor de produção
matérias-primas
Madeira e mobiliário Mobiliário de Metal setor definido em A do segmento do setor definido
10 ~ pia
na PIA. madeira na PIA em A na MIP-PE
associado a X k
Consumo total de
Valor de produção do Valor de produção Valor de produção
Indústria de papel e matérias-primas
Material gráfico. setor definido em A do segmento do setor definido
11 gráfica ~ pia
na PIA. papel na PIA em A na MIP-PE
associado a X k
Consumo total de
Valor de produção do Valor de produção Valor de produção
matérias-primas
Indústria química setor definido em A do setor químico do setor definido
13 ~ pia
na PIA. na PIA em A na MIP-PE
associado a X k
Valor de produção Consumo total de
Valor de produção do Valor de produção
Produtos têxteis do segmento matérias-primas
Indústria têxtil setor definido em A do setor definido
17 sintéticos. têxtil, exceto ~ pia
na PIA. em A na MIP-PE
sintético, na PIA associado a X k
Consumo total de
Fabricação de artigo Valor de produção do Valor de produção Valor de produção
matérias-primas
de vestuário e setor definido em A do segmento do setor definido
18 ~ pia
acessório na PIA. vestuário na PIA em A na MIP-PE
associado a X k
Valor de produção Consumo total de
Fabricação de Calçados plásticos e Valor de produção do Valor de produção
de calçados de matérias-primas
calçados e de artigos outros produtos sem setor definido em A do setor definido
19 couro e couros e ~ pia
de couro e pele couro. na PIA. em A na MIP-PE
peles na PIA associado a X k
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Consumo total de

Valor de produção do Valor de produção Valor de produção

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matérias-primas
Indústrias diversas setor definido em A das diversas do setor definido
745

27 ~ pia
na PIA. indústrias na PIA em A na MIP-PE
associado a X k
Fonte: Elaboração própria.
746  Dimensionamento do PIB do agronegócio em Pernambuco

agroindústria alimentar por exemplo, então a totalidade dos impostos


desses setores é atribuída ao CAI. Quando apenas uma parte da produção
do setor pertence ao CAI, como, por exemplo, nos setores papel e gráfica
e calçados e couros, então a mesma participação que essa produção par-
cial tem na produção total dom (???) setor é usada como proxy é usada
para estimar os impostos do CAI associados a essa produção parcial.
Por fim, convém mencionar que esses impostos, embora reportados ao
nível de setor, são incidentes sobre os produtos dos setores, o que dificulta
a construção de estimativas de PIB a preços de mercado por setor quando
arte da produção de uma mercadoria pode ser realizada em mais de um
setor. É por isso que os impostos são considerados na sua totalidade para
efeito de estimação do PIB a preços de mercado do CAI.

3.2.5. Calculando o PIB do CAI

Com base nas equações definidas nas seções precedentes, o PIB a


preços de mercado do CAI é obtido pela seguinte expressão:

(14 a)

Em que:

A Equação (14a) também pode ser escrita decompondo-se o VACAI


nas suas partes, ou seja, em VP e CI. Genericamente, pode-se utilizar a
seguinte notação:

( )
PIBCAI = ∑∑ X ih − Cih + TCAI (i=1,...,35), (h=M,N,J) (14b)
i h

Em que:

X ih = valor de produção do setor i pertencente ao setor h do CAI.

Cih = consumo intermediário do setor i pertencente ao setor h do CAI.

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Djalma Leite de Araújo Neto e Ecio de Farias Costa  747

4 . Resultados e comentários finais

Colocando-se em prática os procedimentos da seção 3, constatou-se


que o PIB do CAI pernambucano representa 21,2% do PIB total do Estado
de Pernambuco (Tabela 1). Ao analisar as estatísticas oficiais para o PIB
de Pernambuco para o ano de 1999 (COSTA, 2005), vê-se que o setor
primário tem uma participação de 7,73%, a indústria uma participação
de 33,26%, e os serviços totais uma participação de 59,02% no PIB do
estado. Portanto, a participação do CAI, ou do agronegócio, no PIB per-
nambucano é cerca de três vezes maior que o PIB do setor agropecuário,
destacando assim a importância do agronegócio na economia pernam-
bucana. Comparando a participação do PIB do CAI pernambucano com
as estimativas observadas pelos autores aqui mencionados para o PIB
do agronegócio nacional, observa-se que a participação do agronegócio
no PIB do Estado de Pernambuco se mostra bem superior às estimativas
para a participação do agronegócio no PIB nacional. Apenas a estimativa
de NUNES & CONTINI (2001) se aproxima, com um valor de 20,6%, à es-
timativa da participação do PIB do agronegócio pernambucano. Esta es-
timativa, porém, indica uma proporção aquém de outros estados, como
o Estado do Rio Grande do Sul, que apresentava, em 1998, um PIB do
agronegócio igual a 29,5% do PIB total do estado (PORSSE, 2003); e o
Estado do Paraná que, em 1995, apresentava um PIB do agronegócio de
37,7% do PIB estadual (MORETTO et al., 2002).
Analisando internamente a estrutura do CAI, através da composição
do VA, verifica-se que as atividades exclusivamente voltadas para a pro-
dução agropecuária possuem uma participação de 40,9% (o núcleo da
agropecuária), sendo que as atividades fora da porteira (a montante e a
jusante) representam a maior parcela de representação do CAI, ou seja,
58,9%. Nos setores a jusante, segmento com maior representatividade,
o destaque é para a agroindústria, que, sozinha, responde por pratica-
mente um terço do CAI pernambucano (32,1%). Neste setor, a indústria
do açúcar, outras indústrias alimentares e de bebidas, e o comércio (Ta-
belas A1 e A2, em anexo), apresentam uma participação significativa.
Portanto, fica evidente a importância das atividades fora da porteira para
o desempenho do CAI pernambucano e para o CAI de outros estados,
resultado similar encontrado em outros trabalhos da literatura.

RER, Rio de Janeiro, vol. 43, nº 04, p. 725-757, out/dez 2005 – Impressa em dezembro 2005
748  Dimensionamento do PIB do agronegócio em Pernambuco

Tabela 1. PIB do agronegócio de Pernambuco, 1999


Valor Adicionado Composição do Valor
Componentes do Agronegócio
(R$ milhões) Adicionado (%)
A montante 369 9,90
Insumos 367 9,80
Máquinas e implementos 2 0,05
Agropecuária (Núcleo) 1.522 40,90
A jusante 1.822 49,00
Agroindústria 1.192 32,10
Distribuição e Serviços 630 16,90
Total 3.713 100,0
Impostos do Agronegócio 1.808 _
PIB do Agronegócio de Pernambuco (A) 5.521 _
PIB de Pernambuco (B) 26.021 _
A/B (%) 21,2 _
Fonte dos dados: Elaboração própria a partir de dados da Matriz de Insumo-produto do Estado de
Pernambuco, 1999 (COSTA et al., 2005).

Dada a representatividade do conjunto das atividades ligadas ao


agronegócio em Pernambuco, em particular os setores agroindustriais,
é razoável considerar que a dinâmica da economia pernambucana está
fortemente atrelada ao CAI. Conforme os estudos derivados da MIP-PE,
muitos setores do complexo agroindustrial estão classificados como ge-
radores de impacto acima da média em variáveis econômicas importan-
tes, como produção, emprego, valor adicionado e rendimento (COSTA
et al., 2005). Além disso, os setores do CAI se situam no grupo que pro-
porciona maior atração de divisas para o Estado via balança comercial
internacional e interestadual (ver dados da MIP-PE).
Do ponto de vista dos impostos indiretos, note-se que os mesmos
têm participação significativa na movimentação financeira do CAI de
PE, tendo em vista que eles representam 32,74% do PIB do agronegó-
cio do Estado de Pernambuco, subdividindo-se em 32,40% referentes
ao ICMS, e 0,34% aos demais impostos (Tabela A3, em anexo). Essa
elevada carga tributária se deve, em grande parte, aos setores das in-
dústrias alimentares e de bebidas, e ao setor de autoveículos, peças e
acessórios, que representam, respectivamente, 31,5% e 7,8% do total
de impostos cobrados dos setores do CAI pernambucano.
A priori, esse resultado pode parecer preocupante, na medida em

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Djalma Leite de Araújo Neto e Ecio de Farias Costa  749

que se relaciona com a capacidade competitiva dos setores do CAI, mas


uma conclusão definitiva depende de análises mais específicas no mer-
cado de cada setor. Ao menos no mercado interno, esses valores não
podem ser considerados como um fator comprometedor da capacidade
competitiva do complexo. Esse não é o foco do presente trabalho, mas,
com certeza, é um campo de investigação importante a ser explorado
em estudos futuros.
Os resultados dessa pesquisa explicitam que as atividades do agronegó-
cio em Pernambuco absorvem pouco menos de um quarto do PIB estadual
e apresentam uma contribuição acima da média para a arrecadação de
impostos, comparativamente aos demais setores da estrutura econômica
de Pernambuco. Tais resultados são significativos porque trazem à tona
a magnitude do setor e, portanto, o grau de importância para a dinâmica
da economia pernambucana. Espera-se, então, que políticas públicas de
incentivo à produção possam ser redirecionadas e, assim, o agronegócio,
que além de ter importância econômica e social relevante, tome maior
parte no dia-a-dia das decisões políticas no Estado de Pernambuco.

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750  Dimensionamento do PIB do agronegócio em Pernambuco

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FEE, no 55, 62p., 2003.

Recebido em julho de 2005 e revisto em novembro de 2005

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Anexo
Quadro A1. Classificação setorial da Matriz Insumo-produto
de Pernambuco-1999
Códigos Descrição das Atividades
01 Agropecuária
02 Indústria Extrativa
03 Minerais Não-metálicos
04 Siderurgia
05 Metalurgia dos Não ferrosos
06 Fabricação de outros produtos Metalúrgicos
07 Fabricação de Máquinas e implementos agrícolas
08 Material elétrico e eletrônico
09 Autoveículos, peças e acessórios
10 Madeira e mobiliário
11 Indústria de papel e gráfica
12 Indústria da borracha
13 Indústria química
14 Indústria de petróleo e indústria petroquímica
15 Fabricação de Produtos farmacêuticos e de perfumaria
16 Indústria de transformação de material plástico
17 Indústria têxtil
18 Fabricação de artigos de vestuário e acessórios
19 Fabricação de calçados e de artigos de couro e pele
20 Indústria do café
21 Beneficiamento de produtos de origem vegetal, inclusive fumo
22 Abate e preparação de carnes
23 Refinamento e preparação de leites e laticínios
24 Indústria do açúcar
25 Óleos vegetais e gordura para alimentação
26 Outras indústrias alimentares e de bebidas
27 Indústrias diversas
28 Serviços industriais de utilidade pública
29 Construção civil
30 Comércio
31 Transportes
32 Comunicações
33 Instituições Financeiras
34 Serviços prestados às famílias e empresas, inclusive aluguel
35 Administração pública
Fonte: A partir de COSTA et al. (2005).

RER, Rio de Janeiro, vol. 43, nº 04, p. 725-757, out/dez 2005 – Impressa em dezembro 2005
752  Dimensionamento do PIB do agronegócio em Pernambuco

Tabela A1. Valor de produção, consumo intermediário e valor adicionado do


CAI pernambucano-1999, Setores a Montante
Setores a Montante Núcleo
Setores do CAI
VP CI VA VP CI VA
Agropecuária 276.416 75.500 200.916 2.094.040 571.966 1.522.074
Indústria extrativa 6.486 2.781 3.705 - - -
Minerais não-
10 6 5 - - -
metálicos
Siderurgia - - - - - -
Metalurgia dos
- - - - - -
não ferrosos
Fabricação de
outros produtos 4.480 1.762 2.718 - - -
metalúrgicos
Máquinas,
equipamentos e 4.716 2.872 1.844 - - -
tratores
Material elétrico e 44
24 20 - - -
eletrônico
Autoveículos,
146 87 59 - - -
peças e acessórios
Madeira e
1.123 736 387 - - -
mobiliário
Indústria de papel
816 435 381 - - -
e gráfica
Indústria da
- - - - - -
borracha
Indústria química 204.191 111.103 93.087 - - -
Refino de petróleo
e indústria 10.626 7.154 3.474 - - -
petroquímica
Fabricação
de produtos
5.725 3.629 2.096 - - -
farmacêuticos e de
perfumaria
Indústria de
transformação de 5,035 3.013 2.022 - - -
material plástico
Indústria têxtil 2.359 1.574 784 - - -
Fabricação de
artigo do vestuário - - - - - -
e acessório

RER, Rio de Janeiro, vol. 43, nº 04, p. 725-757, out/dez 2005 – Impressa em dezembro 2005
Djalma Leite de Araújo Neto e Ecio de Farias Costa  753

Fabricação de
calçados e de artigos 428 216 213 - - -
de couro e pele
Indústria do café - - - - - -
Beneficiamento de
produtos de origem
- - - - - -
vegetal, inclusive
fumo
Abate e preparação
- - - - - -
de carnes
Refinamento e
preparação de leites - - - - - -
e lacticínios
Indústria do açúcar 180 96 84 - - -
Óleos vegetais
e gorduras para 15.466 11.106 4.340 - - -
alimentação
Outras indústrias
alimentares e de 76.786 42.867 33.919 - - -
bebidas
Indústrias
1.510 669 842 - - -
diversas
Serviços industriais
2.694 1.362 1.332 - - -
de utilidade pública
Construção civil 80 32 48 - - -
Comércio 3.142 643 2.499 - - -
Transportes 9.045 6.221 2.824 - - -
Comunicações 666 195 471 - - -
Instituições
4.680 1.547 3.133 - - -
financeiras
Serviços prestados
às famílias e
9.618 1.747 7.872 - - -
empresas, inclusive
aluguel
Administração
- - - - - -
pública
TOTAL 646.450 277.378 369.073 2.094.040 571.966 1.522.074
Fonte: Elaboração Própria.

RER, Rio de Janeiro, vol. 43, nº 04, p. 725-757, out/dez 2005 – Impressa em dezembro 2005
754  Dimensionamento do PIB do agronegócio em Pernambuco

Tabela A2. Valor de produção, consumo intermediário e valor adicionado do


CAI pernambucano-1999, setores a Jusante
Setores a Jusante Núcleo
Setores do CAI VP CI VA VP CI VA
Agropecuária - - - 2.370.457 647.466 1.722.990
Indústria extrativa - - - 6.486 2.781 3.705
Minerais não-
- - - 10 5 5
metálicos
Siderurgia - - - - - -
Metalurgia dos
- - - - - -
não ferrosos
Fabricação de
outros produtos - - - 4.480 1.762 2.718
metalúrgicos
Máquinas,
equipamentos e - - - 4.716 2.872 1.844
tratores
Material elétrico
- - - 44 24 20
e eletrônico
Autoveículos,
- - - 146 87 59
peças e acessórios
Madeira e
60.679 34.956 25.723 61.802 35.692 26.110
mobiliário
Indústria de papel
227.165 109.747 117.418 227.981 110.182 117.799
e gráfica
Indústria da
- - - - - -
borracha
Indústria química 262.916 231.507 31.409 467.107 342.610 124.496
Refino de petróleo
e indústria - - - 10.628 7.154 3.474
petroquímica
Fabricação
de produtos
- - - 5.725 3.629 2.096
farmacêuticos e de
perfumaria
Indústria de
transformação de - - - 5.035 3.013 2.022
material plástico
Indústria têxtil 235.023 136.325 98.698 237.382 137.899 99.482
Fabricação de
artigo do vestuário 245.492 127.073 118.419 245.492 127.073 118.419
e acessório

RER, Rio de Janeiro, vol. 43, nº 04, p. 725-757, out/dez 2005 – Impressa em dezembro 2005
Djalma Leite de Araújo Neto e Ecio de Farias Costa  755

Fabricação de cal-
çados e de artigos 45.733 25.882 19.851 46.161 26.098 20.064
de couro e pele
Indústria do café 73.417 57.078 16.339 73.417 57.078 16.339
Beneficiamento
de produtos de
290.743 217.670 73.073 290.743 217.670 73.073
origem vegetal,
inclusive fumo
Abate e prepara-
71.169 50.205 20.965 71.169 50.205 20.965
ção de carnes
Refinamento e
preparação de 115.983 40.842 75.141 115.983 40.842 75.141
leites e lacticínios
Indústria do
497.570 265.538 232.033 497.750 265.634 232.117
açúcar
Óleos vegetais
e gorduras para 125.687 90.369 35.318 141.134 101.475 39.659
alimentação
Outras indústrias
alimentares e de 583.211 325.585 257.626 659.997 368.452 291.545
bebidas
Indústrias
107.580 37.761 69.819 109.090 38.430 70.661
diversas
Serviços industriais
- - - 2.694 1.362 1.332
de utilidade pública
Construção civil - - - 80 32 48
Comércio 584.483 119.593 464.890 587.625 120.236 467.389
Transportes 290.679 200.000 90.679 299.724 206.221 93.503
Comunicações - - - 666 195 471
Instituições
- - - 4.680 1.547 3.133
financeiras
Serviços prestados
às famílias e em-
- - - 9.618 1.747 7.872
presas, inclusive
aluguel
Administração
92.252 17.414 74.838 92.252 17.414 74.838
pública
Total 3.909.783 2.087.544 1.822.239 4.556.233 2.364.922 2.191.312
Fonte: Elaboração Própria.

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756  Dimensionamento do PIB do agronegócio em Pernambuco

Tabela A3. Impostos sobre produtos dos setores pertencentes


ao agronegócio de PE-1999
Total
ICMS (R$ mil) Outros (R$ mil)
Setores do CAI Valor (em R$ mil) %
Agropecuária 19.735 231 19.966 1,1%
Indústria extrativa 7.738 153 7.891 0,4%
Minerais não-metálicos 26.481 10 26.491 1,5%
Siderurgia 52 14 66 0,0%
Metalurgia dos não
16.635 56 16.691 0,9%
ferrosos
Fabricação de outros
49.616 29 49.645 2,7%
produtos metalúrgicos
Máquinas,
89.187 175 89.362 4,9%
equipamentos e tratores
Material elétrico e
33.730 224 33.954 1,9%
eletrônico
Autoveículos, peças e
140.747 501 141.248 7,8%
acessórios
Madeira e mobiliário 38.254 4 38.258 2,1%
Indústria de papel e
17.397 27 17.424 1,0%
gráfica
Indústria da borracha 3.762 7 3.769 0,2%
Indústria química 66.534 373 66.907 3,7%
Refino de petróleo e
85.402 217 85.619 4,7%
indústria petroquímica
Fabricação de produtos
farmacêuticos e de 81.035 85 81.120 4,5%
perfumaria
Indústria de
transformação de 24.040 29 24.069 1,3%
material plástico
Indústria têxtil 40.601 35 40.636 2,2%
Fabricação de artigo do
47.365 6 47.371 2,6%
vestuário e acessório
Fabricação de calçados
e de artigos de couro 37.069 23 37.092 2,1%
e pele
Indústria do café 7.164 0 7.164 0,4%
Beneficiamento de
produtos de origem 41.467 341 41.808 2,3%
vegetal, inclusive fumo
Abate e preparação de
20.684 5 20.689 1,1%
carnes

RER, Rio de Janeiro, vol. 43, nº 04, p. 725-757, out/dez 2005 – Impressa em dezembro 2005
Djalma Leite de Araújo Neto e Ecio de Farias Costa  757

Refinamento e
preparação de leites e 38.185 27 38.212 2,1%
lacticínios
Indústria do açúcar 17.522 0 17.522 1,0%
Óleos vegetais
e gorduras para 19.830 15 19.845 1,1%
alimentação
Outras indústrias
alimentares e de 568.983 138 569.121 31,5%
bebidas
Indústrias diversas 70.520 81 70.601 3,9%
Serviços industriais de
1.070 0 1.070 0,1%
utilidade pública
Construção civil 38.126 0 38.126 2,1%
Comércio 0 0 0 0,0%
Transportes 7.321 183 7.504 0,4%
Comunicações 47.606 0 47.606 2,6%
Instituições financeiras 0 10.226 10.226 0,6%
Serviços prestados às
famílias e empresas, 85.151 5.745 90.896 5,0%
inclusive aluguel
Administração pública 0 0 0 0,0%
TOTAL 1.789.009 18.960 1.807.969 100,0%
Fonte: Elaboração Própria.

Recebido em julho de 2005 e revisto em novembro de 2005

RER, Rio de Janeiro, vol. 43, nº 04, p. 725-757, out/dez 2005 – Impressa em dezembro 2005

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