ensaioanalitico

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 4

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Cinema e Audiovisual

Leitura e Escrita

Jamyle Fernandes e Luna Daniel

Ensaio Analítico

Belo Horizonte, MG

2024
Adolf Hitler foi uma figura histórica central na ascensão do nazismo e na
Segunda Guerra Mundial. Como governante da Alemanha, ele prometeu ao povo que
o nazismo resolveria os problemas do país e, em certos aspectos, entregou
resultados. Sob seu regime, a economia se recuperou, o desemprego diminuiu e o
orgulho nacional foi restaurado. Contudo, seu governo também foi responsável por
atrocidades, como o assassinato de mais de seis milhões de judeus durante o
Holocausto, além de ciganos, pessoas com deficiência, homossexuais, opositores
políticos e outros grupos.

Em 1987, o Jornal Folha de S.Paulo lançou uma campanha publicitária


chamada "Hitler", disponível no YouTube. A propaganda critica jornais que divulgam
"meias-verdades" para promover partidos políticos, ocultando informações essenciais
do público. Ao fazer isso, promove indiretamente o próprio jornal como uma fonte
confiável e íntegra, destacando a importância de uma imprensa que não se deixa
influenciar por interesses.

A produção faz uma analogia entre líderes totalitários do passado e políticos


contemporâneos, num período em que o Brasil enfrentava grandes mudanças após o
fim da ditadura militar. A campanha alerta para os perigos da desinformação e sugere
que a Folha se diferencia ao oferecer a “verdade completa”. Isso é reforçado pelo
slogan: “Folha de S.Paulo, o jornal que mais se compra e o que nunca se vende.”

O objetivo da campanha é duplo: alertar sobre a manipulação da imprensa e


promover o jornal como um veículo imparcial e confiável. A comparação com Hitler,
apresentada de forma indireta, é poderosa, especialmente no contexto de um Brasil
que se recuperava da censura. A revelação de Hitler ao final do vídeo, após uma
narração que o apresenta como líder admirável, causa choque e leva o público a
refletir sobre a importância do jornalismo transparente.

No aspecto audiovisual, o vídeo utiliza recursos que aumentam o impacto da


mensagem, é possível observar a escolha por uma paleta de cores em preto e branco
que remete ao passado, enquanto confere seriedade à narrativa, essa simplicidade
visual contrasta com o tom neutro da narração, que descreve os "feitos" de Hitler sem
revelar sua identidade até o final. A locução calma e ponderada cria uma falsa
sensação de confiança, induzindo o espectador a acreditar que a propaganda está
falando de um líder exemplar.

Além disso, o uso de zoom out gradual na imagem do ditador sugere uma
aproximação aos fatos, como se o espectador estivesse sendo convidado a conhecer
uma verdade escondida. Esse movimento reforça a tensão crescente, preparando o
público para a revelação final.

Por fim, a combinação da locução com o texto em tela, que revela o rosto de
Hitler acompanhado da trilha sonora impactante. Logo, a campanha publicitária gera
um efeito de choque quando a identidade do líder é finalmente revelada, abrindo
espaço para o público refletir sobre como a informação pode ser manipulada para
omitir verdades inconvenientes, reforçando a importância do jornalismo como o que a
Folha reivindica representar.
REFERÊNCIA

Folha - Hitler (youtube.com)

Você também pode gostar