Atividade 7°ano 2° bimestre

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ATIVIDADE DE FILOSOFIA – Prof Ma. Virginia Nathalino R.

Louzada

1) A VIDA NÃO É SÓ ISSO QUE SE VÊ?


Blocos de construção (1997), instalação da artista japonesa Kumi Yamashita. A sombra
em forma de mulher nos ilude, pois, na verdade, a imagem projetada na parede é a
sombra do conjunto de peças de um brinquedo infantil.

Na instalação da artista japonesa Kumi Yamashita, a iluminação lançada


sobre as peças de um brinquedo infantil ajuda a compor a sombra de uma mulher.
Se alguém só visse a imagem projetada na parede e não observasse as peças,
pensaria que a sombra é de uma pessoa real. A percepção incompleta faria chegar
a uma conclusão falsa. Será que as coisas que vemos, tocamos ou cheiramos são
exatamente como percebemos? Será que há algo além da realidade que podemos
conhecer por meio dos órgãos dos sentidos?
Parece que a vida não se resume ao que vemos. Talvez exista algo além do
que os sentidos nos fazem perceber. E você, o que acha: há alguma coisa além
dessa realidade que somos capazes de enxergar? O filósofo Platão acreditava que
há uma realidade invisível e é por causa dela que todas as coisas visíveis existem.

A) Qual é a relação entre o título do texto acima e a imagem acima?


B) O que você entende por "realidade invisível"?
C) Você concorda com a ideia de que a vida não é só aquilo que vemos?

2) IDEIAS DO CANÁRIO

"A loja era escura, atulhada das coisas velhas [...]. la a sair, quando vi uma gaiola pendurada da porta.
Tão velha como o resto, para ter o mesmo aspecto da desolação geral, faltava-lhe estar vazia. Não estava
vazia. Dentro pulava um canário.
A cor, a animação e a graça do passarinho davam àquele amontoado de destroços uma nota de vida e
de mocidade. [...] Eu, de envolta com o prazer que me trouxe aquela vista, senti-me indignado do destino do
pássaro, e murmurei baixinho palavras de azedume.
Quem seria o dono execrável deste bichinho, que teve ânimo de se desfazer dele por alguns pares de
níqueis? [...]
E o canário, quedando-se em cima do poleiro, trilou isto: - Quem quer que sejas tu, certamente não
estás em teu juízo. Não tive dono execrável [...]. São imaginações de pessoa doente; vai-te curar, amigo...
Como-interrompi eu, sem ter tempo de ficar espantado. Então o teu dono não te vendeu a esta casa?
Não foi a miséria ou a ociosidade que te trouxe a este cemitério, como um raio de sol?
Não sei que seja Sol nem cemitério. Se os canários que tens visto usam do primeiro desses nomes,
tanto melhor, porque é bonito, mas estou que confundes.
Pasmado das respostas, não sabia que mais admirar, se a linguagem, se as ideias. [...] O canário,
movendo a um lado e outro, esperava que eu lhe falasse. Perguntei-lhe então se tinha saudades do espaço
azul e infinito...
Mas, caro homem, trilou o canário, que quer dizer espaço azul e infinito?
Mas, perdão, que pensas deste mundo? Que coisa é o mundo? –
O mundo, redarguiu o canário com certo ar de professor, o mundo é uma loja de belchior, com uma
peque- na gaiola de taquara, quadrilonga, pendente de um prego; o canário é senhor da gaiola que habita e
da loja que o cerca. Fora daí, tudo é ilusão e mentira."
ASSIS, Machado de. Ideias do canário.
Glossário:
Azedume: desgosto. Execrável: detestável. Trilar: soltar a voz (relativo a aves). Redarguir: responder.
Loja de belchior: estabelecimento que vende objetos usados.

A) Como se pode interpretar a afirmação do canário de que "o mundo é uma loja de belchior"?
B) Aponte semelhanças entre a opinião do canário e a Alegoria da Caverna, de Platão.

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