Unidade 4 - Edmund Husserl- Fenomenologia

Principais Filósofos do
Existencialismo
EDMUND HUSSERL
FENOMENOLOGIA
EDMUND GUSTAV ALBRECHT HUSSERL
• 1859 – 1938
• Faleceu aos 79 anos;
• Nasceu numa família judaica numa pequena localidade da

Morávia (região da atual República Checa);
• Husserl estudou inicialmente Matemática nas universidades

de Leipzig (1876) e Berlim (1878);
• Formou-se em 1884 em filosofia, na Universidade de Viena

Recebe influências do filósofo Bretano, que desde então
decidiu dedicar sua vida à filosofia;
• 1887 – Casou-se com Malvine, teve 3 filhos (Gerhart,

Elizabeth e Wolfgang).
• O filho mais novo (Wolfgang) faleceu durante a

primeira Guerra mundial
Edmund Husserl foi um dos filósofos contemporâneos
mais influentes de toda filosofia ocidental. Seu
pensamento impactou praticamente toda a filosofia
subsequente, estendendo-se ainda para os campos
da psicologia, matemática, lógica, dentre outros.
❑Fundador da escola de fenomenologia.

HUSSERL
• Contato com Brentano: começa a admirar e sentir confiança na
Filosofia;
• Viveu o resto da vida como pensador dedicado à

fundamentação científica da Filosofia;
• Realizou uma obra de natureza especulativa e prática: para ele

a verdade e a ciência devem sustentar as ânsias vivenciais e
fornecer um rigor científico.
CONSCIÊNCIA EM HUSSERL
Não é um vazio
É ativa, livre e sua função é dar sentido às coisas

A consciência é doadora de sentido (Yolanda Forghieri)
Só existe visando algo = está voltada para os objetos
Um objeto é sempre objeto para uma

consciência
CONSCIÊNCIA EM HUSSERL
• A priori da correlação – Mundo e Consciência (não separa

consciência da coisa, um polo (EU – AQUILO) um não existe sem o
outro). Só é possível se constituir nessa correlação.
Desvela um tríplice alicerce preliminar da consciência:
Tendo como condição primordial o

▪ Um sujeito; denominado ‘a priori da correlação’, ou
▪ Um ato; seja, aquilo que mantém correlato no
▪ E um objeto (correlatos). princípio de qualquer vivência, as coisas
e a consciência.
Nesse sentido somente podemos entender a consciência como fruto
da correlação entre:
Eu e o Mundo
Entre nós e as coisas.
Não podemos pensar em uma consciência encapsulada, interna a um

sujeito e em oposição ao objeto, pois todo ato exprime uma intenção
e é voltado para um objeto.
(Colpo, 2013)
A EIDÉTICA - “estudo das essências”
IDEAL DE UMA FILOSOFIA RIGOROSA
Husserl critica movimentos que ocupavam o centro do palco filosófico no Séc. XIX.
(Naturalismo e o Psicologismo)
O naturalismo – Busca explicar todos os fenômenos, inclusive os da consciência - a partir de
leis da natureza e métodos empíricos. (Husserl argumenta que essa postura é reducionista,
pois trata a consciência como objetos dentre outros, sem levar em conta a intencionalidade
“O fato da consciência sempre está sempre voltada para algo”.
Exemplo: O naturalismo explica a visão físico – químico no cérebro, mas ignora a vivência
do sujeito que está vendo algo.
Tende a naturalizar toda a realidade, para tornar uma realidade física.
A EIDÉTICA - “estudo das essências”
IDEAL DE UMA FILOSOFIA RIGOROSA
O Psicologismo – é a ideia de que a lógica e as leis do pensamento são explicadas em
termos psicológicos, ou seja, com base nas operações da mente humana.
Husserl argumenta que essa abordagem é falha, pois relativiza as leis da lógica ao
torna-las dependentes de processos mentais individuais.
Husserl afirma que, se a lógica fosse baseada em processos psicológicos, ela poderia
variar de acordo com o estado mental das pessoas o que levaria ao relativismo lógico.
Husserl defende que a fenomenologia é uma ciência eidética, pois
investiga as essências dos fenômenos, em vez de seus aspectos
empíricos. Ele a vê como um campo rigoroso e formal, cujo objetivo é
a compreensão a priori dos fenômenos.
INTENCIONALIDADE DA CONSCIÊNCIA
• Ato da consciência de reconhecimento de que o mundo não é pura exterioridade e o

sujeito não é pura interioridade. Ou seja, a saída de si para o mundo tem uma
significação para o sujeito;
• Consciência é a condição fundamental do conhecimento;
• Conhecimento: se dá com a experiência de coisas concretas existentes;
• Fato: se apresenta à CS;
• Captamos uma ideia ou essência (ex.: vemos uma cor, que é um caso particular da
essência cor);
• Essências: modos típicos do aparecer dos fenômenos à CS.
INTENCIONALIDADE DA CONSCIÊNCIA
Estrutura noética-noemática
NOESE = É ato da consciência em si, ou seja, o processo subjetivo de pensar, perceber,
lembrar, etc. É a parte ativa da intencionalidade.
NOEMA = É o conteúdo intencional, ou seja o que é pensado, percebido, lembrado etc.

Refere-se ao objeto tal como é dado na experiência, mas não nessariamente ao objeto
real, já que o noema inclui a maneira como o objeto é intencionado pela consciência.
EXEMPLO = Se você está pensando em uma casa, o ato do pensamento seria a noese, e a
casa tal como aparece em sua mente (com suas características específicas) seria o noema.
A EIDÉTICA: IDEAL DE UMA FILOSOFIA RIGOROSA
• Husserl se preocupava mais com o “sentido das coisas” que com a “existência dos
fatos.”
• A existência dos fatos deveria ser colocada entre parênteses porque a forma de
compreender os fatos era mais importante do que a existência deles em si.
• Essa é uma crítica a noção positivista. Para Ales Bello (2017) Husserl não afirma que
as coisas não existem, porém, não quer levar em consideração apenas a existência
em sua factualidade.
FATOS E ESSÊNCIAS
Fonte: Isso não e filosofia

FENÔMENO
• Husserl considera o fenômeno na sua pureza absoluta como aparecimento em si
mesmo, isto é, como a própria coisa simplesmente enquanto revelada à
consciência. Portanto, esse fenômeno será puro ou absoluto.
• A essência (eidos) – universal e necessária – em cada objeto intencional.
• A fenomenologia, no sentido Husserliano, será o estudo desses fenômenos puros

e absolutos, isto é, uma fenomenologia pura. Pretende descrever com toda
fidelidade, dentro de uma atitude penetrante, os fenômenos, como meros
aparecimentos na consciência.
MÉTODO FENOMENOLÓGICO
Utiliza-se a redução fenomenológica (epoché) para se chegar à essência mesma das

coisas = modos típicos do aparecer dos fenômenos à CS. Como os fenômenos se
apresentam à consciência.
• Exemplo quando pensamos na essência de “cavalo”, não estamos interessados na cor,

tamanho ou na idade de um cavalo – o que buscamos é o que define todos os cavalos
como tais.
Uma mudança de atitude (da natural para a fenomenológica).
Suspeitar da atitude natural – “colocá-la entre parênteses”. Transformar objetos

intencionais em essências .
EPOCHÉ
• Edith Stein explica a Epoché:
“(...) Não consiste em questionar as teorias sobre as coisas, ao

contrário, é deixar de lado, o quanto for possível, o que ouvimos e
lemos ou que nós mesmos produzimos, a fim de se achar a melhor
solução para uma situação. Para, por assim dizer, acercar-nos das
coisas com um olhar livre de preconceitos e absorver-nos da intuição
imediata. Se queremos saber o que é o ser humano, teremos que pô-lo
de modo mais vivo possível na situação em que experimentamos a
existência humana, ou seja, o que dela experimentamos em nós
mesmos e em nosso encontro com outros humanos. (Stein , 202 p.33)”
• Para se fazer uma redução fenomenológica é necessário que
realizemos uma suspensão fenomenológica:
• Suspender todo e qualquer juízo (histórico, sócio, cultural) externo à

vivência sobre os objetos que nos cercam. Ter uma atitude de não
afirmar nem negar nada sobre as coisas.
• Suspensão fenomenológica: Não é feita apenas em relação ao

mundo, mas também ao próprio sujeito, deixando aparecer o eu
puro, como expectador imparcial, apto a apreender tudo que a ele se
apresente como fenômeno. Volta-se apenas para a vivência desse
fenômeno, para se chegar à sua essência (eidos).
ATITUDE NATURAL X ATITUDE FENOMENOLÓGICA
✓ Atitude natural (não refletida): Na vida cotidiana o mundo existe por si mesmo,
independentemente da nossa presença. Ignoramos a existência da consciência como
“doadora de sentido” a tudo o que a nós se apresenta no mundo.
✓ Atitude fenomenológica: Refletir sobre a vida cotidiana remeter-me à minha

vivência imediata e revelar a existência de minha consciência. Visualizar mundo e
sujeito como constituintes de uma totalidade ou um fenômeno, no qual mundo e
sujeito revelam-se, reciprocamente, como significações.
✓ Através da atitude de redução fenomenológica: o mundo objetivo é colocado

entre parêntesis (suspensão fenomenológica) na experiência de reflexão
fenomenológica.
✓ Permanece na consciência somente aquilo que, por sua evidência, é impossível

de ser negado.
✓ A descrição da realidade só é possível a partir e tal qual se apresenta à

observação pura da consciência.
PSICOLOGIA FENOMENOLÓGICA
Quando refletimos sobre nossa vivência ou de nossos semelhantes não

descobrimos “essências exatas”, mas sim “essências inexatas”
O eu vive no mundo, mas não se encontra delimitado àquilo que vivencia no

momento atual, podendo dirigir seu pensamento para o que já vivenciou,
assim como para projeções em relação a coisas que tenha a expectativa de
vir a vivenciar.
O psicólogo, numa atitude natural, irá considerar estes acontecimentos como

fatos, buscando estabelecer relações entre eles.
O psicólogo pode refletir fenomenologicamente sobre esses acontecimentos =

colocar todos os fatos e explicações entre parênteses, permitindo a reflexão sobre
a experiência da vivência, chegando ao que lhe é essencial.
Método fenomenológico para compreensão dos fenômenos psíquicos

humanos: trata-se de um conhecimento que é, ao mesmo tempo, reflexão e
vivência.
Pretende descobrir a significação, no contato efetivo do psicólogo com a sua

própria vivência e com a de seu semelhante.
REFERÊNCIAS
• ANGERAMI, Valdemar Augusto. Atualidades em psicoterapia

fenomenológico existencial. Artesã. Belo Horizonte. 2021
• CERBONE, David R. Fenomenologia. 3a ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

Ebook. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/54218

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Principais Filósofos do

• Faleceu aos 79 anos;

• Nasceu numa família judaica numa pequena localidade da

• Husserl estudou inicialmente Matemática nas universidades

• Formou-se em 1884 em filosofia, na Universidade de Viena

• 1887 – Casou-se com Malvine, teve 3 filhos (Gerhart,

• O filho mais novo (Wolfgang) faleceu durante a

Edmund Husserl foi um dos filósofos contemporâneos

mais influentes de toda filosofia ocidental. Seu

pensamento impactou praticamente toda a filosofia

subsequente, estendendo-se ainda para os campos

da psicologia, matemática, lógica, dentre outros.

❑Fundador da escola de fenomenologia.

• Viveu o resto da vida como pensador dedicado à

• Realizou uma obra de natureza especulativa e prática: para ele

É ativa, livre e sua função é dar sentido às coisas

Um objeto é sempre objeto para uma

• A priori da correlação – Mundo e Consciência (não separa

Desvela um tríplice alicerce preliminar da consciência:

Tendo como condição primordial o

Não podemos pensar em uma consciência encapsulada, interna a um

• Ato da consciência de reconhecimento de que o mundo não é pura exterioridade e o

NOEMA = É o conteúdo intencional, ou seja o que é pensado, percebido, lembrado etc.

Fonte: Isso não e filosofia

• A essência (eidos) – universal e necessária – em cada objeto intencional.

• A fenomenologia, no sentido Husserliano, será o estudo desses fenômenos puros

Utiliza-se a redução fenomenológica (epoché) para se chegar à essência mesma das

• Exemplo quando pensamos na essência de “cavalo”, não estamos interessados na cor,

Uma mudança de atitude (da natural para a fenomenológica).

Suspeitar da atitude natural – “colocá-la entre parênteses”. Transformar objetos

“(...) Não consiste em questionar as teorias sobre as coisas, ao

• Suspender todo e qualquer juízo (histórico, sócio, cultural) externo à

• Suspensão fenomenológica: Não é feita apenas em relação ao

✓ Atitude fenomenológica: Refletir sobre a vida cotidiana remeter-me à minha

✓ Através da atitude de redução fenomenológica: o mundo objetivo é colocado

✓ Permanece na consciência somente aquilo que, por sua evidência, é impossível

✓ A descrição da realidade só é possível a partir e tal qual se apresenta à

Quando refletimos sobre nossa vivência ou de nossos semelhantes não

O eu vive no mundo, mas não se encontra delimitado àquilo que vivencia no

O psicólogo, numa atitude natural, irá considerar estes acontecimentos como

O psicólogo pode refletir fenomenologicamente sobre esses acontecimentos =

Método fenomenológico para compreensão dos fenômenos psíquicos

Pretende descobrir a significação, no contato efetivo do psicólogo com a sua

• ANGERAMI, Valdemar Augusto. Atualidades em psicoterapia

• CERBONE, David R. Fenomenologia. 3a ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

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