NBR 10004 Parte 1

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ABNT/CEE-246

PROJETO ABNT NBR 10004-1


JAN 2024

Resíduos sólidos — Classificação


Parte 1: Requisitos de classificação

APRESENTAÇÃO
Projeto em Consulta Nacional

1) Este Projeto foi elaborado pela Comissão de Estudo Especial de Gestão de Resíduos Sólidos
e Logística Reversa (CEE-246), com número de Texto-base 246:000.000-004/1, nas reuniões de:

04.05.2021 01.06.2021 06.07.2021

03.08.2021 14.09.2021 05.10.2021

09.11.2021 25.11.2021 07.12.2021

08.03.2022 05.04.2022 03.05.2022

07.06.2022 05.07.2022 02.08.2022

20.09.2022 04.10.2022 17.11.2022

29.11.2022 07.02.2023 06.06.2023

04.07.2023 05.12.2023 19.12.2023

a) é previsto para cancelar e substituir a ABNT NBR 10004, juntamente com


a ABNT NBR 10004-2, quando aprovado, sendo que, nesse ínterim, a referida norma
continua em vigor;

b) não tem valor normativo.

2) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta
informação em seus comentários, com documentação comprobatória.

3) Analista ABNT – Eduardo Lima.

© ABNT 2024
Todos os direitos reservados. Salvo disposição em contrário, nenhuma parte desta publicação pode ser modificada
ou utilizada de outra forma que altere seu conteúdo. Esta publicação não é um documento normativo e tem
apenas a incumbência de permitir uma consulta prévia ao assunto tratado. Não é autorizado postar na internet
ou intranet sem prévia permissão por escrito. A permissão pode ser solicitada aos meios de comunicação da ABNT.

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Resíduos sólidos — Classificação


Parte 1: Requisitos de classificação

Waste classification - Part 1: Requirements for classification


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Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto
da normalização.

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 2.

A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.

Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.

A ABNT NBR 10004-1 foi elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Gestão de Resíduos
Sólidos e Logística Reversa (CEE-246). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital
nº XX, de XX.XX.XXXX a XX.XX.XXXX.

As ABNT NBR 10004-1, e ABNT NBR 10004-2 cancelam e substituem a ABNT NBR 10004.

A ABNT NBR 10004, sob o título geral “Resíduos sólidos – Classificação”, tem previsão de conter
as seguintes partes:

— Parte 1: Requisitos de classificação;

— Parte 2: Sistema geral de classificação de resíduos.

O Escopo em inglês da ABNT NBR 10004-1 é o seguinte:

Scope
This Part of ABNT NBR 10004 bears the requirements for waste classification according to its
hazardousness. Such classification takes into account the following hazard characteristics: flammability,

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corrosivity, reactivity, infectivity, toxicity (including the following endpoints: acute toxicity, irritant, specific
target organ toxicity / aspiration hazard, carcinogenicity, reproductive toxicity, mutagenicity, hazardous
to the aquatic environment, hazardous to the ozone layer, and/or the presence of persistant organic
pollutants).

Its basic principles are to maximize the resource recovery and to guarantee the protection of the
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environment and public health.

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Introdução

O conjunto de normas ABNT sobre resíduos tem como princípio básico promover a conservação dos
recursos naturais e a proteção da saúde humana e do meio ambiente.

A classificação de resíduos quanto à sua periculosidade e, em particular, o entendimento claro da sua


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origem e do momento e das circunstâncias em que os resíduos são ou serão considerados perigosos
são aspectos cruciais da cadeia do gerenciamento de resíduos.

O processo de classificação de resíduos tem consequências importantes nas operações posteriores


de gerenciamento do resíduo, notadamente no que diz respeito às práticas de manuseio e à análise
de viabilidade e seleção da melhor forma de destinação, considerando a hierarquia do gerenciamento
de resíduos.

A classificação de um resíduo tem como finalidade indicar a(s) característica(s) a ser(em) gerenciada(s)
para evitar risco(s) ao meio ambiente e à saúde pública. O uso das informações da classificação
dos resíduos objetiva, sempre que possível, dar suporte às práticas de valorização dos resíduos.
A adequada classificação do resíduo é uma ação fundamental para a valorização dos resíduos,
visto que discrepâncias podem afetar a aceitação do resíduo, desempenhando papel decisivo
na escolha entre o reaproveitamento (reutilização, reciclagem, recuperação energética) e a necessidade
de eliminação ou disposição final.

Neste cenário, tornou-se relevante a revisão da ABNT NBR 10004:2004, visando o aperfeiçoamento
do processo de classificação e o alinhamento com o estado da arte sobre o tema.

A ABNT NBR 10004, há mais de 35 anos, é o documento orientador sobre a classificação de resíduos,
sendo um instrumento de base para todos os operadores da cadeia de gerenciamento de resíduos
e para as autoridades competentes. Desse longo caminho, a Comissão de Estudo extraiu ensinamentos
e levou em conta os progressos do conhecimento científico, técnico e operacional aplicado à classificação
dos resíduos e ao controle de substâncias químicas, bem como as convenções internacionais das
quais o Brasil é signatário e demais práticas internacionais sobre o tema.

Esta Parte da ABNT NBR 10004 tem como objetivos:

a) possibilitar a classificação de todo e qualquer resíduo quanto às suas características


de periculosidade;

b) fornecer ferramentas adequadas para esse processo de classificação.

Esta Parte da ABNT NBR 10004 relata os passos do processo de classificação, bem como descreve
os requisitos a serem considerados na emissão do Laudo de Classificação do Resíduo e as orientações
quanto aos procedimentos de amostragem e análise do resíduo, quando necessário para
sua classificação.

A classificação dos resíduos ocorre com base em um amplo conjunto de informações que refletem
o conhecimento mundial sobre os tipos de resíduos e as características de periculosidade das
substâncias químicas. Essas informações compõem o “Sistema geral de classificação de resíduos
da Série ABNT NBR 10004” (SGCR-10004), sendo consolidadas na ABNT NBR 10004-2.

Esta revisão adotou as seguintes premissas:

a) a manutenção do princípio básico da classificação dos resíduos de acordo com as suas


características, avaliadas a partir de critérios de perigo mundialmente adotados;

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b) o alinhamento das mudanças com os princípios das Normas Brasileiras sobre resíduos
e o estabelecimento de medidas capazes de otimizar o gerenciamento de resíduos, visando
proteger a saúde humana e o meio ambiente, reduzindo os impactos e melhorando a eficácia
da utilização dos recursos naturais, com foco na transição para uma economia circular;

c) a promoção das mudanças no processo de classificação, visando mais clareza e entendimento


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quanto aos critérios que conferem periculosidade aos resíduos;

d) um processo de classificação de resíduos que reflita o estado da arte sobre o tema, que utiliza
como base um sólido conjunto de informações adequadamente sistematizado.

Destaca-se que, nessa revisão, foi reforçada a importância do uso das informações disponíveis
do processo ou da atividade de origem do resíduo, seus constituintes e características, obtidos
por meio da identificação das matérias-primas, insumos e reações do processo no qual o resíduo
foi gerado.

Destaca-se também a desvinculação total do processo de classificação em relação apenas


à disposição/destinação final de resíduos sólidos em aterros.

Considerando a necessidade de adequação para atendimento aos requisitos da nova versão


desta Norma, entende-se que:

a) as práticas, processos e procedimentos em curso que se baseiam nos requisitos


da ABNT NBR 10004:2004, inclusive classificações de resíduos já realizadas, necessitam
de um período de transição para adequação e atendimento aos requisitos da nova versão
desta Norma pelas partes interessadas;

b) nos casos de atividades, operações ou processos já em curso, realizados com base nos requisitos
da ABNT NBR 10004:2004, recomenda-se que sejam respeitados os prazos já acordados e,
na ausência de prazo especificado, recomenda-se a utilização do prazo infra mencionado.

Desta maneira, a fim permitir às partes interessadas um prazo para adequação e atendimento aos
requisitos desta nova versão, recomenda-se a adoção de um período de transição com término
em 01/01/2026. Durante este período, os conteúdos da ABNT NBR 10004:2004 e de normas correlatas
podem ser ainda aplicados.

Isto não significa, entretanto, impedimento à adequação e ao atendimento a esta Parte da ABNT NBR 10004
na sua íntegra por quaisquer partes interessadas que se sintam aptas a utilizá-la a qualquer momento
durante este período.

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Parte 1: Requisitos de classificação

1 Escopo
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1.1 Esta Parte da ABNT NBR 10004 estabelece os requisitos do processo de classificação
de resíduos quanto à periculosidade de todos os tipos de resíduos, excetuando-se os seguintes:

a) solos provenientes de obras de terraplanagem, movimentados no próprio local da obra e aplicados


em sua condição natural;

b) rejeitos radioativos;

c) material, substância, objeto ou bem, quando estes passarem a se enquadrar no “status de não
resíduo” ou quando se tratar de subproduto (ver ABNT NBR 17100-1:2023, Seções 15 e 16).

1.2 Esta Parte da ABNT NBR 10004 é aplicável a todas as etapas da cadeia de gerenciamento
de resíduos, desde a sua geração até a sua destinação ou disposição final.

1.3 Para a aplicação desta Parte da ABNT NBR 10004, utiliza-se o conjunto de informações e dados
que constituem o Sistema geral de classificação de resíduos da Série ABNT NBR 10004 (SGCR-10004)
(ver ABNT NBR 10004-2).

2 Referências normativas
Os documentos a seguir são citados no texto de tal forma que seus conteúdos, totais ou parciais,
constituem requisitos para este Documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições
citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento
(incluindo emendas).

ABNT NBR 10004-2, Resíduos sólidos – Classificação – Parte 2: Sistema geral de classificação
de resíduos

ABNT NBR 10007, Amostragem de resíduos sólidos

ABNT NBR 16725, Resíduo químico perigoso – Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente –
Ficha com dados de segurança de resíduos (FDSR) e rotulagem

ABNT NBR 17100-1, Gerenciamento de resíduos – Parte 1: Requisitos gerais

ABNT NBR ISO/IEC 17025, Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio
e calibração

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições da ABNT NBR 17100-1
e os seguintes.

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3.1
agente biológico
todo organismo ou molécula com potencial ação biológica infecciosa sobre o homem, os animais,
as plantas ou o meio ambiente em geral, incluindo vírus, bactérias, archaea, fungos, protozoários,
parasitos, ou entidades acelulares, como príons, RNA ou DNA (RNAi, ácidos nucleicos infecciosos,
aptâmeros, genes e elementos genéticos sintéticos, entre outros) e partículas virais (VPL), bem
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como todo material que contenha informação genética e seja capaz de autorreproduzir-se ou de ser
reproduzido em um sistema biológico, como os organismos cultiváveis e micro-organismos

NOTA Ver Referência bibliográfica [1]

3.2
agente tóxico
qualquer substância ou conjunto de substâncias cuja inalação, ingestão ou absorção cutânea tenha
sido cientificamente comprovada como tendo efeito adverso

3.3
carcinogenicidade
efeito adverso de uma substância que resulta no desenvolvimento de um câncer ou no aumento
da sua frequência em uma população

NOTA Adaptado da Referência bibliográfica [7].

3.4
desfecho toxicológico
endpoint
resultado ou efeito monitorado por um estudo toxicológico

NOTA Ver Referência bibliográfica [2].

3.5
ecotoxicidade
efeito adverso de uma substância ou conjunto de substâncias sobre os organismos presentes
em um ou em vários compartimentos do ambiente

NOTA Adaptado da Referência bibliográfica [7].

3.6
efeito adverso
qualquer alteração bioquímica, genética ou morfológica, deficiência funcional ou lesão patológica
que, isoladamente ou em combinação, afete adversamente um organismo vivo devido à exposição,
interação ou ação de uma ou mais substâncias

NOTA Adaptado da Referência bibliográfica [8].

3.7
entrada única
enquadramento do resíduo no Passo 1 diretamente como “perigoso” ou “não perigoso”, de acordo
com a lista geral de resíduos (LGR)

3.8
entrada-espelho
enquadramento do resíduo no Passo 1, de acordo com a LGR, que possui as opções “perigoso”
ou “não perigoso”, definida com base em suas características de periculosidade

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3.9
explosivo
material ou substância que, quando a detonação é iniciada, provoca decomposição muito rápida
em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão

NOTA Ver Referência bibliográfica [3].


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3.10
heterogeneidade
variabilidade na distribuição ou concentração de uma ou mais substâncias por toda a população
de um resíduo

NOTA Como consequência, uma parcela do resíduo pode diferenciar de outra.

3.11
irritante
efeito adverso de uma substância que produz lesão reversível na pele ou no tecido ocular, degradação
grave da visão ou alterações nos olhos, mesmo que esses efeitos sejam completamente reversíveis

3.12
laudo de classificação de resíduo
registro de classificação de resíduo
certificado de classificação de resíduo
documento que contém o registro das informações do resíduo, seu enquadramento e características,
indicando a classificação do resíduo em “perigoso”/“não perigoso”, e identificando o responsável pela
sua emissão

NOTA O laudo de classificação de resíduo vem acompanhado de laudo de ensaio/analítico, quando pertinente.

3.13
laudo de análise
laudo analítico
laudo de ensaio
relatório de ensaio
documento que contém os resultados dos ensaios/análises realizados, fundamentado por metodologias
estabelecidas em normas ou regulamentos técnicos, validado e assinado por profissional habilitado

NOTA Os resultados obtidos são utilizados no diagnóstico e na classificação do resíduo como perigoso
ou não perigoso.

3.14
mutagenicidade
efeito adverso que exprime a capacidade de induzir mutações em organismos vivos, resultando
em uma alteração permanente da quantidade ou da estrutura do material genético de uma célula

NOTA Adaptado da Referência bibliográfica [7].

3.15
patogenicidade
capacidade de um agente biológico de causar doença ou danos em um organismo vivo (hospedeiro)
suscetível

NOTA 1 O organismo vivo hospedeiro pode ser o ser humano, os animais ou as plantas.

NOTA 2 Adaptado das Referências bibliográficas [4] e [7].

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3.16
periculosidade
propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas (de um resíduo) que podem provocar um efeito
adverso à saúde pública ou ao meio ambiente

NOTA Adaptado da Referência bibliográfica [6].


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3.17
principais substâncias presentes no resíduo
conjunto de substâncias presentes no resíduo em concentrações que possam resultar em um efeito
adverso

3.18
poluentes orgânicos persistentes
POP
substâncias químicas orgânicas, com propriedades tóxicas, resistentes à decomposição, que
se biocumulam, podendo permanecer no ambiente por muito tempo, listadas como POP pela
Convenção de Estocolmo sobre poluentes orgânicos persistentes

3.19
resíduo heterogêneo
resíduo que apresenta heterogeneidade na sua composição

3.20
resíduo perigoso
resíduo que apresenta potencial de causar um efeito adverso à saúde humana e/ou ao meio ambiente,
uma vez que possui uma ou mais característica(s) de periculosidade

3.21
resíduo não perigoso
resíduo que não apresenta potencial de causar efeito adverso à saúde humana e/ou ao meio ambiente,
uma vez que não possui uma ou mais característica(s) de periculosidade

3.22
responsável técnico
profissional devidamente habilitado, responsável pelo laudo de classificação do resíduo

[ABNT NBR 17100-1:2023, 3.43, modificada]

3.23
resíduo sólido
material, substância, objeto ou bem descartado, resultante de atividades humanas em sociedade,
a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, no estado
sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou que exijam,
para isso, soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível

NOTA Ver Referências bibliográficas [5] e [9].

3.24
sensibilizante
efeito adverso causado por contato imediato, prolongado ou repetido com a pele ou com as mucosas,
provocando uma reação alérgica ou inflamatória na pele ou no aparelho respiratório

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3.25
solução aquosa
solução que tem água como único solvente, em fase única, ou seja, sem a presença de outra fase
líquida ou fase sólida decantada ou sobrenadante

NOTA É aceitável a presença de substâncias ou íons dissolvidos na solução aquosa.


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3.26
teratogenicidade
capacidade de um agente químico, físico ou biológico de induzir desenvolvimento anormal, gestacionalmente
ou na fase pós-natal, expressada pela letalidade, malformações, retardo do desenvolvimento
ou alteração funcional

NOTA Ver Referência bibliográfica [4].

3.27
toxicidade
propriedade potencial de um agente tóxico de provocar, em maior ou menor grau, um efeito adverso
em consequência de sua interação com o organismo

3.28
toxicidade aguda
capacidade de uma ou mais substâncias de causar dano biológico grave ou morte a um organismo
vivo, após uma única exposição ou dose, em curto período de tempo

NOTA Adaptado da Referência bibliográfica [8].

3.29
toxicidade crônica
capacidade de uma ou mais substâncias de causar dano biológico não letal a organismos vivos
(como alterações no crescimento, reprodução ou outros danos morfológicos ou fisiológicos), após
exposição ou dose por longo período de tempo

NOTA Adaptado da Referência bibliográfica [8].

3.30
toxicidade para órgãos-alvo específicos (specific target organ toxicity)
STOT
efeito adverso em órgãos-alvo específicos a partir de uma exposição única ou repetida, ou por aspiração

NOTA Adaptado da Referência bibliográfica [7].

3.31
toxicidade para a reprodução
efeito adverso causado na função sexual e na fertilidade, bem como no desenvolvimento
dos descendentes, nos organismos expostos

NOTA 1 A toxicidade para a reprodução inclui a teratogenicidade.

NOTA 2 Adaptado das Referências bibliográficas [2] e [7].

3.32
toxicidade por aspiração
efeito adverso agudo de uma substância, causado por aspiração

NOTA Adaptado da Referência bibliográfica [7].

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4 Requisitos gerais
4.1 A classificação de resíduos quanto à periculosidade envolve a identificação do processo
ou da atividade que lhes deu origem e de seus constituintes e características, bem como a comparação
destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente
seja conhecido.
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4.2 A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve


ser criteriosa e, sempre que possível, estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos
e o processo que lhe deram origem.

4.3 Para os efeitos desta Parte da ABNT NBR 10004, os resíduos devem ser classificados como:

a) resíduos classe 1 – perigosos;

b) resíduos classe 2 – não perigosos.

4.4 As características que conferem periculosidade ao resíduo são as seguintes:

a) inflamabilidade;

b) corrosividade;

c) reatividade;

d) patogenicidade;

e) toxicidade, incluindo os seguintes desfechos toxicológicos (endpoints): toxicidade aguda, ação


irritante, sensibilizante, mutagenicidade, carcinogenicidade, toxicidade para a reprodução
ou teratogenicidade, toxicidade para órgãos-alvo específicos (STOT), toxicidade por aspiração
e ecotoxicidade.
NOTA A classe de perigo “corrosividade à pele” não está contemplada na característica de toxicidade,
pois esta Parte da ABNT NBR 10004 já descreve este tipo de periculosidade em 5.4.

4.5 Enquanto não houver informações suficientes para cumprir com os requisitos do processo
de classificação do resíduo, deve-se adotar o princípio da precaução e classificar o resíduo
preliminarmente como “perigoso”. Após serem obtidas as informações necessárias, deve-se proceder
com a reclassificação do resíduo conforme a Seção 5.

4.6 O gerador deve classificar o(s) resíduo(s) a que deu origem conforme a Seção 5, de modo
a informar corretamente a todos os envolvidos no gerenciamento de resíduos, desde a sua geração
até a destinação final, quanto aos perigos associados a cada resíduo.

4.7 O processo de classificação de resíduos deve ser aplicado a cada fluxo de resíduo gerado.
Quando há a geração de mais de um tipo de resíduo, devem ser adotadas práticas de gerenciamento
de resíduos, de forma a assegurar que cada tipo de resíduo seja classificado individualmente.

4.8 A segregação dos resíduos na fonte geradora e a identificação da sua origem são atividades
essenciais a serem realizadas pelo gerador para o adequado processo de classificação dos resíduos.

4.9 Os operadores de resíduos devem assegurar que quaisquer itens ou lotes de resíduos
classificados como “perigosos”:

a) não sejam erroneamente classificados como “não perigosos” por estarem misturados ou diluídos
com outros resíduos;

b) sejam identificados a tempo de evitar que sejam misturados com outros resíduos não perigosos.

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4.10 Cada fluxo individual de resíduo deve ser adequadamente identificado pelo gerador/operador,
de forma que os recipientes ou lotes do resíduo possam ser fisicamente verificados e vinculados
ao respectivo laudo de classificação do resíduo (ver Seção 7).

4.11 O processo de classificação de resíduos deve ser realizado mediante a utilização de amostra(s)
representativa(s), conforme descrito na Seção 8.
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5 Processo de classificação
5.1 Etapas da classificação
5.1.1 O processo de classificação dos resíduos envolve as seguintes etapas:

a) Passo 1: enquadramento do resíduo conforme lista geral de resíduos (LGR);

b) Passo 2: avaliação da presença de POP no resíduo;

c) Passo 3: avaliação das propriedades físico-químicas (inflamabilidade, reatividade, corrosividade)


e infectocontagiosas (patogenicidade) que podem conferir periculosidade ao resíduo;

d) Passo 4: avaliação da toxicidade do resíduo.

5.1.2 A Figura 1 apresenta o macroprocesso de classificação dos resíduos quanto à periculosidade.

5.1.3 No enquadramento do Passo 1, um resíduo enquadrado em “entrada única” na LGR


(ver ABNT NBR 10004-2, Anexo A) pode ser diretamente classificado como “perigoso”
ou “não perigoso” (ver 5.2).

5.1.4 Na avaliação do Passo 2, um resíduo que contenha POP nas concentrações especificadas
na ABNT NBR 10004-2, Anexo C, deve ser classificado como “perigoso” (ver 5.3).

5.1.5 Na avaliação do Passo 3, um resíduo que apresente a propriedade de ser inflamável, reativo,
corrosivo ou infectante/patogênico deve ser classificado como “perigoso” (ver 5.4).

5.1.6 Na avaliação do Passo 4, um resíduo que apresente substância que o caracterize como tóxico
deve ser classificado como “perigoso” (ver 5.5).

5.1.7 Resíduos não classificados como “perigosos” nas avaliações dos Passos 2 a 4 devem ser
classificados como “não perigosos”.

5.1.8 Resíduos com informações insuficientes devem ser classificados preliminarmente como
“perigosos”, até que se obtenham as informações necessárias para se proceder à reclassificação
(ver 4.5).

5.1.9 Convém que sejam verificadas todas as características que podem conferir periculosidade
ao resíduo (ver 4.4), utilizando-se o macroprocesso descrito na Figura 1. Os Passos 2, 3 e 4
de verificação das características do resíduo são independentes entre si. Assim sendo, o responsável
pode optar por realizar a classificação do resíduo em “perigoso”/“não perigoso” com base
no conhecimento sobre a origem e composição do resíduo, utilizando de forma independente
os Passos 2, 3 ou 4.

5.1.10 Para resíduos cuja destinação preveja sua aplicação direta no ambiente ou a disposição
em aterros, devem-se considerar os requisitos estabelecidos nas normas específicas sobre o tema.

5.1.11 O Anexo A detalha os Passos, as informações utilizadas e as decisões que devem ser tomadas
ao longo do processo de classificação do resíduo quanto à sua periculosidade.

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Passo 1
Origem do Entrada Sim
Lista geral de resíduos
resíduo [a] única?
(ver ABNT NBR 10004-2, Anexo A)
Composição
química [a]
Não

Não
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Perigoso
perigoso
Realizar Passos 2, 3 e 4

Passo 2 Passo 3
Valores-limites dos POP
(ver ABNT NBR 10004-2, Anexo C)
Sim
Inflamável?
Possui

Não
potencial de ter
Não
POP ou há suspeita de
contaminação Sim
Reativo?
com POP?

Não
Sim

Sim
Corrosivo?

Conc. POP Não

Não
> limites?
Sim
Sim Patogênico?
Perigoso

Não
Passo 4 Lista de substâncias conhecidamente
tóxicas (LSCT)
(ver ABNT NBR 10004-2, B.1)
Substância(s) Sim
Conc. máx. das LSCT conc ≥
substâncias no resíduo [a] limite?

Não
Fontes de informações de referência
para substâncias não listadas
Possui (ver ABNT NBR 10004-2, B.3)
substâncias não Sim Estabelecer critérios de
listadas na toxicidade aplicáveis às
LSCT? substâncias não listadas [a] Metodologias computacionais de
referência
(ver ABNT NBR 10004-2, Anexo D)
Não

Avaliar o conjunto geral


de substâncias
(listadas + não listadas)
Regras para avaliação da toxicidade
(ver ABNT NBR 10004-2, B.2)

Subst. conc. ≥
Não Não Sim
limites das regras
perigoso de toxicidade?

Dados do Sistema Geral de Classificação de Resíduos da ABNT NBR 10004-2

a No caso de informações insuficientes sobre o resíduo, proceder conforme 4.5.

Figura 1 – Macroprocesso de classificação dos resíduos quanto à periculosidade

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5.2 Passo 1: Enquadramento na lista geral de resíduos (LGR)

5.2.1 Todo resíduo deve ser enquadrado em um dos resíduos listados na LGR.

5.2.2 A Figura 2 apresenta as etapas previstas no Passo 1 para enquadramento dos resíduos
na LGR.
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Fonte geradora
(origem do resíduo)

Tipo de resíduo e
suas características

Etapa 1.1
Projeto em Consulta Nacional

Consultar os capítulos
01 a 12 (setores industriais) e
17 a 20 (resíduos específicos)
Seleção do capítulo
A fonte geradora se enquadra num setor ou
Não atividade dos capítulos 1 a 12 ou 17 a 20?
Sim
Seleção do subcapítulo
A fonte geradora se enquadra em uma
Não atividade listada dentro do capítulo?
Sim
Seleção do resíduo
Dentro do subcapítulo selecionado há um

Utilizar esse código para enquadrar o


tipo de resíduo que corresponda ao
Não

Sim
resíduo? (não usar 98 00 ou 99 00)
Etapa 1.2
Consultar os capítulos 13 a 15
(tipos de resíduos)

resíduo [a]
Seleção do capítulo
O tipo de resíduo se enquadra em um

Finalizar o Passo 1
Não grupo de resíduos dos capítulos13 a 15?
Sim
Seleção do subcapítulo
O tipo de resíduo se enquadra num
Não subgrupo listado dentro do capítulo?
Sim
Seleção do resíduo
Sim

Dentro do subgrupo selecionado há um


Não tipo de resíduo que corresponda ao
resíduo?
Etapa 1.3
Consultar o capítulo 16
(resíduos não especificados
em outros capítulos da LGR) Seleção do subcapítulo
O tipo de resíduo se enquadra em um
Não subgrupo listado dentro do capítulo?
Sim
Seleção do resíduo
Sim

Dentro do subgrupo selecionado há um


Não tipo de resíduo que corresponda ao
resíduo?
Etapa 1.4
Retornar aos capítulos
01 a 12 (setores industriais) e
17 a 20 (resíduos específicos)
Seleção do resíduo
Sim

Utilizar o capítulo e subcapítulo selecionado


na Etapa 1.1, e selecionar um resíduo com
os códigos com final 98 00 ou 99 00

a No caso de reclassificação de resíduo com entrada única com classificação oposta à indicada na LGR
(5.2.6), proceder conforme 5.2.7.

Figura 2 – Fluxogramas das etapas do Passo 1 – Enquadramento dos resíduos na LGR

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5.2.3 Deve-se atribuir ao resíduo um código de oito dígitos, constante na (LGR), executando-se
as etapas 1.1, 1.2, 1.3 e 1.4 nesta ordem e conforme a necessidade.

NOTA A necessidade de execução das etapas 1.2, 1.3 e 1.4 depende do enquadramento ou não do resíduo
na etapa predecessora.

5.2.4 O enquadramento na LGR resulta em um dos seguintes tipos de entrada:


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a) entrada única de resíduo não perigoso: classificação do resíduo diretamente como “não perigoso”,
sem a necessidade de avaliação de acordo com 5.3 a 5.5;

b) entrada única de resíduo perigoso: classificação do resíduo diretamente como “perigoso”, sem
a necessidade de avaliação de acordo com 5.3 a 5.5;

c) entrada-espelho: situação em que um resíduo pode, de acordo com a LGR, ser enquadrado
como “perigoso” ou “não perigoso”, dependendo das características do caso específico
e de sua composição.

5.2.5 Convém que resíduos enquadrados na LGR em uma entrada única como “perigoso” tenham
sua(s) característica(s) de perigo devidamente identificada(s), a(s) qual(is) deve(m) constar na ficha
com dados de segurança de resíduos químicos (FDSR) do resíduo, conforme ABNT NBR 16725.

5.2.6 O responsável pode executar o processo de classificação dos resíduos previsto nos
Passos 2 a 4 para comprovar que um resíduo listado com “entrada única” possui a classificação
inversa da indicada na LGR.

5.2.7 O laudo de classificação de resíduo elaborado de acordo com 5.2.6 deve apresentar o código
de enquadramento, substituindo o último par de dígitos (subtipo) por “97”, acrescido da mensagem
“entrada única reclassificada”.

5.2.8 O laudo de classificação de resíduo reclassificado nos termos descritos em 5.2.6 e 5.2.7
deve conter toda a documentação comprobatória que resulte na contradita e reclassificação do resíduo
de entrada única.

5.2.9 O processo de classificação de um resíduo enquadrado na LGR em uma entrada espelho deve
seguir para os Passos 2, 3 e 4, conforme 5.3 a 5.5.

5.3 Passo 2: Poluentes orgânicos persistentes (POP)

5.3.1 O Passo 2, que abrange a verificação da presença de POP nos resíduos, deve ser conduzido
nos seguintes casos:

a) enquadramento no Passo 1, remetendo a resíduo com potencial presença desses compostos;

b) se o responsável técnico pela classificação do resíduo ou o gerador souberem que o resíduo contém
(ou é provável que contenha) POP acima dos valores-limites indicados na ABNT NBR 10004-2,
Anexo C;

c) suspeita de contaminação do resíduo com POP que possa resultar em concentrações acima dos
valores-limites indicados na ABNT NBR 10004-2, Anexo C.

5.3.2 As concentrações de POP devem ser avaliadas individualmente em relação aos valores-limites
estabelecidos na ABNT NBR 10004-2, Anexo C (também chamados de “limites de baixo teor de POP”).

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5.3.3 Os resíduos constituídos por POP, que contenham POP ou que estejam por eles contaminados
em concentrações acima dos valores-limites estabelecidos na ABNT NBR 10004-2, Anexo C, devem
ser classificados como “perigosos”.

5.3.4 Os resíduos com concentrações de POP abaixo dos limites de baixo teor de POP indicado
na ABNT NBR 10004-2, Anexo C, porém em concentrações detectáveis maiores ou iguais a 1/10 dos
limites citados, ainda que não classificados como “perigosos” por POP, devem conter a seguinte frase
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no laudo de classificação: “resíduo contendo POP em concentrações inferiores às do limite de baixo teor”.

5.3.5 Os resíduos com concentrações de POP detectáveis, porém menores que 1/10 dos limites
de baixo teor de POP conforme a ABNT NBR 10004-2, Anexo C, não requerem qualquer tipo
de identificação específica sobre a presença de POP.

5.3.6 Convém que, para os resíduos indicados como perigosos no Passo 2, sejam verificadas todas
as demais propriedades que possam indicar sua periculosidade.

5.4 Passo 3: Avaliação dos perigos físico-químicos e infectocontagiosos


5.4.1 Neste Passo, os resíduos devem ser avaliados quanto ao seu potencial de provocar um efeito
adverso à saúde pública ou ao meio ambiente em decorrência das suas propriedades físico-químicas
e infectocontagiosas, como:

a) inflamabilidade;

b) reatividade;

c) corrosividade;

d) patogenicidade.

5.4.2 Um resíduo deve ser classificado como “inflamável” quando apresentar qualquer uma das
seguintes propriedades:

a) for líquido e tiver ponto de fulgor inferior a 60 °C (ver ABNT NBR 10004-2, Anexo D);

b) for pastoso ou sólido e, sob condições normais de temperatura e pressão, for capaz de causar
incêndio por fricção, absorção de umidade ou mudanças químicas espontâneas, bem como,
quando inflamado, queimar vigorosamente e persistentemente (ver ABNT NBR 10004-2, Anexo D);

c) for um gás comprimido classificado como “inflamável” pela regulamentação nacional ou internacional
sobre transporte de produtos perigosos;

d) for um resíduo pirofórico inflamável líquido ou sólido que, mesmo em pequenas quantidades, possa
inflamar-se em um período de 5 min após entrar em contato com o ar (ver ABNT NBR 10004-2,
Anexo D).

5.4.3 Um resíduo deve ser classificado como “reativo” quando apresentar qualquer uma das
seguintes propriedades:

a) em contato com água ou ácido, resultar na formação de HCN a uma razão igual ou superior a 1 L/kg
de resíduo (litro de gás por quilograma de resíduo) (ver ABNT NBR 10004-2, Anexo D);

b) em contato com água ou ácido, resultar na formação de H2S a uma razão igual ou superior a 1 L/kg
de resíduo (litro de gás por quilograma de resíduo) (ver ABNT NBR 10004-2, Anexo D);
NOTA Em relação ao descrito em a) e b), o volume de gás é calculado aplicando a Lei dos Gases Ideais
(PV = nRT).

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c) for constituído por explosivos ou tiver constituintes explosivos ou se puderem ser constatadas
propriedades explosivas (ver ABNT NBR 10004-2, Anexo D);

d) for possível ocorrer detonação ou reação explosiva, se for submetido a uma forte fonte iniciadora
ou se for aquecido em confinamento;
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e) for facilmente possível ocorrer detonação ou decomposição explosiva, ou reação nas condições
normais de temperatura e pressão;

f) for normalmente instável e reagir de forma violenta e imediata, sem detonar;

g) reagir violentamente com água ou formar misturas potencialmente explosivas com água
(ver ABNT NBR 10004-2, Anexo D);

h) gerar gases, vapores ou fumos tóxicos, quando misturado com água;

i) for capaz de causar ou contribuir para a combustão de outros materiais, geralmente por
fornecimento de oxigênio (ver ABNT NBR 10004-2, Anexo D).

5.4.4 As propriedades citadas em 5.4.2 e 5.4.3 para as quais não há indicação de metodologias
analíticas de referência devem ser avaliadas pelo Responsável Técnico com base no conhecimento
da composição do resíduo e na experiência do gerador e demais operadores envolvidos
no gerenciamento do resíduo.

5.4.5 Um resíduo sólido deve ser classificado como “corrosivo” quando apresentar pH menor
ou igual a 2, ou maior ou igual a 12,5. No caso de resíduo líquido, a verificação do pH deve ser feita
na amostra in natura; nos demais resíduos (não líquidos), a verificação do pH deve ser feita
em solução aquosa preparada na proporção de 1:1 em massa (ver metodologia analítica de referência
na ABNT NBR 10004-2, Anexo D).

5.4.6 Um resíduo sólido deve ser classificado como “patogênico/infectante” quando apresentar
agentes biológicos que possam causar doenças ou danos que afetem o ser humano, os animais
ou as plantas.

NOTA Esta Parte da ABNT NBR 10004 não indica ou propõe métodos de ensaios para a verificação
da patogenicidade dos resíduos.

5.4.7 Os lodos e resíduos das etapas de gradeamento e desarenamento gerados nas estações
de tratamento de esgotos sanitários e os resíduos sólidos urbanos e equiparados, excetuando-se
os originados na assistência à saúde da pessoa ou animal, não são classificados de acordo com
o critério de patogenicidade.

5.4.8 Convém que, para os resíduos indicados como perigosos no Passo 3, sejam verificadas todas
as demais propriedades que possam indicar sua periculosidade.

5.5 Passo 4: Avaliação da toxicidade

5.5.1 Um resíduo deve ser classificado como “tóxico” quando apresentar potencial de provocar
um efeito adverso em consequência de sua interação com um sistema biológico.

NOTA Além de toxicidade para a saúde humana, a classificação inclui também o potencial de o resíduo
ser ecotóxico.

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5.5.2 A toxicidade de um resíduo deve ser avaliada com base nas substâncias presentes nele,
aplicando-se os limites de referência e as regras estabelecidas conforme a ABNT NBR 10004-2,
Anexo B.

5.5.3 A Figura 3 apresenta as etapas previstas no Passo 4 para avaliação dos resíduos quanto
à sua toxicidade.
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Etapa 4.1
Consultar a lista de
substâncias conhecidamente
tóxicas (LSCT) [a]
Uso da LSCT
Não Existem substâncias presentes no resíduo
Fonte geradora listadas na LSCT?
(origem do resíduo)
Sim
Composição Toxicidade pela LSCT

Resíduo classificado como


química [a] A(s) substância(s) encontrada(s) no Sim
resíduo e presente(s) na LSCT está(ão)
acima das concentrações de referência?

Concluir o Passo 4

“perigoso”
Não
Substâncias não LSCT
Existem outras substâncias, não listadas Não
na LSCT, que podem ser tóxicas?
Sim

Etapa 4.2
Realizar busca sistematizada
de informações de referência [a]
Informações de toxicidade
Categorizados todos os desfechos
Não toxicológicos previstos nas regras de
avaliação da toxicidade?
Etapa 4.3 Sim
Aplicar métodos
computacionais – in silico [a]
Resíduo classificado como

Preenchimento de lacunas
“não perigoso”

Ferramentas de análise
Concluir o Passo 4

Definição in silico das lacunas de


computacional
(ver ABNT NBR 10004-2, Anexo D)
desfechos toxicológicos previstos

Etapa 4.4
Regras para avaliação da Aplicar as regras para
toxicidade avaliação da toxicidade
(ver ABNT NBR 10004-2, B.2)

Avaliação da toxicidade
Não
Aplicando as regras das categorias de
perigo à(s) substância(s), obtém-se
Sim
indicação de toxicidade?
a No caso de informações insuficientes sobre o resíduo, proceder conforme 4.5.

Figura 3 – Fluxograma das etapas do Passo 4 – Avaliação da toxicidade dos resíduos

5.5.4 O responsável pela classificação do resíduo deve executar as etapas 4.1 a 4.4 nesta ordem
e conforme a necessidade.

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5.5.5 Na etapa 4.1, as concentrações das substâncias encontradas no resíduo e presentes na lista
de substâncias conhecidamente tóxicas (LSCT) devem ser comparadas com os valores de referência
estabelecidos conforme a ABNT NBR 10004-2, B.1.

5.5.6 Na etapa 4.2, deve-se realizar a busca sistematizada de informações quanto ao conjunto
de desfechos toxicológicos (endpoints) aplicável às substâncias não listados na LSCT
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presentes no resíduo, utilizando-se as referências internacionalmente reconhecidas, conforme


a ABNT NBR 10004-2, B.3.

5.5.7 Na etapa 4.3, a complementação de informações não disponíveis (lacunas) sobre desfechos
toxicológicos (endpoints) de substâncias não listados na LSCT deve utilizar métodos computacionais (in silico)
internacionalmente reconhecidos de comparação por interpolação e agrupamento de substâncias
por analogia com substâncias estruturalmente semelhantes, conforme a ABNT NBR 10004-2, Anexo D.

5.5.8 Na etapa 4.4, as concentrações do conjunto de substâncias presentes no resíduo, listados


ou não na LSCT, devem ser comparadas com os valores de referência constantes nas “Regras
para a avaliação da toxicidade de substâncias e resíduos (listados ou não na LSCT)”, conforme
a ABNT NBR 10004-2, B.2.

5.5.9 A avaliação da toxicidade do resíduo deve resultar em uma das seguintes classificações:

a) classificação do resíduo como “perigoso” pela presença de substância(s) listada(s) na LSCT


em concentração igual ou superior à de referência;

b) classificação do resíduo como “perigoso” pela análise do conjunto de substância(s) presente(s)


no resíduo, listada(s) ou não na LSCT, em relação às “Regras para a avaliação da toxicidade
de substâncias e resíduos (listados ou não na LSCT)”, conforme a ABNT NBR 10004-2, B.2;

c) classificação do resíduo como “não perigoso” pelo fato de as análises realizadas conforme
descrito em a) e b) não terem resultado na indicação de toxicidade por algum dos desfechos
toxicológicos (endpoints) aplicáveis.

6 Misturas de resíduos
6.1 Sempre que o processo de geração permitir, o gerador deve assegurar que quaisquer frações
ou lotes de resíduos:

a) sejam identificados e segregados a tempo de evitar que sejam misturados resíduos perigosos
com resíduos não perigosos;

b) não sejam erroneamente classificados como não perigosos por estarem misturados ou diluídos
com outros resíduos (ver 6.4).

NOTA Este requisito não se aplica aos resíduos sólidos urbanos (RSU) e equiparados.

6.2 A LGR apresenta um pequeno número de entradas para misturas de resíduos. Estes códigos
destinam-se aos resíduos que são gerados como uma mistura de resíduos única, não podendo ser
empregados para enquadrar resíduos produzidos separadamente e posteriormente misturados com
outros resíduos.

NOTA Exemplo de códigos de misturas de resíduos: 17 01 06 00, 17 03 01 00, e 19 02 03 00


(ver ABNT NBR 10004-2, Anexo A).

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6.3 É comum que um resíduo seja formado por uma mistura de duas ou mais substâncias. Nesses
casos, devem ser utilizadas as classificações das substâncias individuais que estão presentes
no resíduo, em vez da classificação química global da mistura. A FDSR de um resíduo que é uma
mistura deve considerar as classificações de perigo para cada uma das substâncias perigosas
da mistura.
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6.4 Nas operações de preparo de resíduos que envolvem a mistura de dois ou mais resíduos,
a massa de resíduos obtida a partir da mistura de resíduos perigosos com resíduos não perigosos
deve ser considerada um “resíduo perigoso”. A operação de mistura não pode ser utilizada para
a reclassificação da mistura de resíduos “perigosos” para “não perigosos”.

7 Laudo de classificação do resíduo


7.1 Requisitos gerais
7.1.1 O laudo de classificação do resíduo pode ser baseado exclusivamente nas informações
do processo ou da atividade de origem do resíduo, seus constituintes e características, obtidos pela
identificação das matérias-primas, insumos e reações do processo no qual o resíduo foi gerado.

7.1.2 O laudo de classificação do resíduo deve ser elaborado de acordo com as regras de classificação
estabelecidas nesta Parte da ABNT NBR 10004 e fornecido a todos os envolvidos no gerenciamento
do resíduo.

7.1.3 O laudo de classificação do resíduo deve ser providenciado pelo gerador do resíduo, que
pode designar um laboratório ou empresa especializada pela sua elaboração, com base em análises
realizadas em amostra(s) do resíduo ou informações sobre ele.

7.1.4 No caso de classificação baseada em análises laboratoriais, os respectivos laudos analíticos


devem ser anexados ao laudo de classificação do resíduo.

7.1.5 Preferencialmente, o laudo de classificação do resíduo deve ser individual para cada resíduo.
No caso de laudo para múltiplos resíduos, a classificação do resíduo e as demais informações
indicadas em 7.2 devem ser claramente discriminadas individualmente para cada resíduo.

7.1.6 A relação das principais substâncias presentes no resíduo deve ser suficientemente abrangente,
de forma a incluir todas as substâncias perigosas que possam estar presentes no resíduo.

7.1.7 Em caso de substâncias que possam ou não estar presentes no resíduo, dependendo de variações
no processo de origem, o laudo deve inseri-las com a mensagem “pode conter as seguintes substâncias,
nas concentrações máximas indicadas”. Nesse caso, assim como para as demais substâncias,
deve-se considerar, para a classificação do resíduo, a concentração máxima que pode ser encontrada
no resíduo.

7.1.8 No caso de insuficiência de informações sobre o resíduo, no laudo de classificação do resíduo


deve constar a mensagem: “Resíduo classificado como perigoso por precaução”.

7.2 Informações do laudo de classificação do resíduo


7.2.1 O laudo de classificação do resíduo deve conter as seguintes informações:

a) sobre o gerador:

1) CNPJ ou CPF;

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2) endereço da unidade;

b) sobre a amostragem (se aplicável):

1) data da amostragem;

2) identificação do responsável pela amostragem (profissional e/ou empresa):


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3) amostrador acreditado pela ABNT NBR ISO/IEC 17025? (sim/não)

4) a amostragem atende aos requisitos da ABNT NBR 10007? (sim/não);

5) tipo/procedimento de amostragem (conforme a ABNT NBR 10007);

c) sobre o resíduo:

1) identificação do resíduo (denominação dada pelo gerador);

2) processo de origem;

3) identificação da amostra e fluxo de referência do(s) resíduo(s) considerado(s) no laudo;

4) matérias-primas e insumos utilizados do processo de origem;

5) código de enquadramento do resíduo conforme a LGR;

6) relação das principais substâncias presentes no resíduo (composição química) que possam
indicar periculosidade e respectivas concentrações máximas esperadas no resíduo;

7) classificação do resíduo (“perigoso”/“não perigoso”), acompanhada da declaração


de conformidade, detalhando a motivação para a classificação adotada;

d) gerais:

1) data de expedição do laudo;

2) nome e registro profissional do responsável técnico pelo laudo;

3) número da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de referência, se aplicável;

4) data de validade do laudo;

5) assinatura do responsável técnico.

7.2.2 A identificação do resíduo deve ser clara o suficiente para eliminar o risco de ocorrer confusão
ou troca entre correntes distintas de resíduos do mesmo processo e gerador.

7.2.3 No caso de lacunas de desfechos toxicológicos (endpoints) complementadas por métodos


computacionais (ver 5.5.7), a respectiva documentação de referência deve ser anexada ao laudo
de classificação do resíduo.

7.2.4 O laudo de classificação do resíduo pode conter outras informações, como as citadas em 5.2.6
e 5.3.4, bem como outras informações que o responsável pela classificação do resíduo considere
relevantes para a classificação do resíduo e o seu correto gerenciamento.

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7.3 Responsabilidade técnica

7.3.1 A responsabilidade pela correta classificação do resíduo e pela emissão do respectivo laudo
de classificação do resíduo é do gerador do resíduo.

NOTA Essa responsabilidade inclui o conjunto de informações técnicas e a relação das substâncias
presentes no resíduo.
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7.3.2 O laudo de classificação do resíduo deve ser elaborado por profissional devidamente habilitado,
e, quando pertinente, deve ser acompanhado da ART.

7.4 Validade

7.4.1 A validade do laudo de classificação do resíduo deve ser indicada pelo responsável técnico
pela classificação do resíduo.

7.4.2 A data de validade deve ter início a partir da data de emissão do laudo.

7.4.3 Sempre que houver alguma mudança ou alteração no processo de origem que possa ter
influência nas caraterísticas do resíduo e em suas propriedades de periculosidade, deve ser avaliada
a necessidade de ser gerado um novo laudo de classificação do resíduo.

EXEMPLOS Mudanças nas matérias-primas ou insumos utilizados, mudanças nos equipamentos,


mudanças nas condições do processo produtivo, mudanças nas operações e práticas realizadas, variação
em decorrência da heterogeneidade do resíduo.

8 Amostragem do resíduo
8.1 Em muitos casos, estão disponíveis informações suficientes sobre o resíduo para realizar
a sua classificação sem a necessidade de amostragem e análise laboratorial. Se a amostragem
e a análise forem necessárias, elas devem ser realizadas de forma a fornecer resultados e informações
representativos das características do resíduo.

8.2 A amostra ou o conjunto de amostras representativas utilizadas para a classificação do resíduo


devem ser obtidos conforme a ABNT NBR 10007.

8.3 A amostragem de resíduos deve ser precedida do cumprimento dos requisitos de preparação
para amostragem conforme a ABNT NBR 10007. O plano de amostragem deve ser elaborado
de maneira a assegurar a obtenção dos resultados representativos das características do resíduo.

8.4 Resíduos que apresentarem heterogeneidade na sua composição podem requerer um plano
de amostragem que divida o resíduo em subpopulações a serem amostradas, a fim de se conhecer
o grau de heterogeneidade da(s) substância(s) de interesse no resíduo.

8.5 A classificação de resíduos heterogêneos quanto às suas características de periculosidade


pode ser feita utilizando-se uma abordagem estatística, conforme a ABNT NBR 10007. Esses métodos
também podem ser utilizados para rever a classificação de um resíduo indicado como “perigoso”
em decorrência de resultado(s) acima da(s) concentração(ões) de referência encontrado(s) em uma
amostra representativa de um resíduo, quando tais resultados não eram esperados, considerando
as características do processo de origem do resíduo.

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9 Análise do resíduo
9.1 Metodologias analíticas de referência

9.1.1 As metodologias analíticas de referência encontram-se no SGCR-10004 (ver ABNT NBR 10004-2,
Anexo D).
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9.1.2 As análises com resíduos, se necessárias, devem ser realizadas em laboratório com escopo
devidamente acreditado, conforme a ABNT NBR ISO/IEC 17025, para os ensaios demandados.

9.1.3 Esta Parte da ABNT NBR 10004 considera que experimentos com animais não são eticamente
válidos, se houver métodos alternativos fidedignos para o conhecimento que se procura. Portanto,
sempre que possível deve-se evitar a utilização de métodos de ensaio que utilizem animais in vivo
para identificação das características de perigo. Caso seja necessário utilizar animais, devem ser
obedecidos o os padrões bioéticos previstos na legislação brasileira e nas convenções internacionais.

9.2 Aspectos relacionados às características da amostra

9.2.1 A classificação de resíduos baseia-se nas características e concentrações das substâncias


identificadas nos resíduos, da forma como foram amostrados, analisados conforme recebidos
(“as received”), ou seja, na base úmida.

9.2.2 Caso a amostra representativa do resíduo, obtida conforme a ABNT NBR 10007, apresente
duas ou mais fases perceptíveis a olho nu, deve-se realizar a análise em cada fase separadamente.
Neste caso, deve-se considerar o resultado mais restritivo para classificar o resíduo.

9.3 Análises de substâncias inorgânicas

9.3.1 As análises químicas, particularmente de substâncias inorgânicas, nem sempre identificam


os componentes específicos, podendo identificar apenas os íons (ânions e cátions) presentes
na amostra.

9.3.2 Se for possível dispor de alguns dados sobre os elementos, mas não sobre as substâncias
presentes no resíduo, o responsável pela classificação do resíduo deve determinar quais substâncias
estão presentes, por meio de uma análise mais específica ou aplicando o conhecimento do processo
ou atividade que deu origem ao resíduo.

9.3.3 Se não houver informação exata sobre a(s) substância(s) presente(s), deve-se usar
a abordagem do “pior cenário admissível”, que significa considerar os íons como presentes na forma
da(s) pior(es) substância(s) que provavelmente deve(m) existir no resíduo. Essa(s) substância(s)
deve(m) ser selecionada(s) preferencialmente a partir da LSCT.

9.4 Análise de varredura

9.4.1 Em alguns casos, pode-se optar pela utilização de análise de varredura no resíduo, a fim
de identificar as substâncias a partir de um grupo [por exemplo, hidrocarbonetos poliaromáticos
(PAH); hidrocarbonetos derivados de petróleo; organo-halogenados; pesticidas]. Se for utilizada essa
metodologia analítica, deve-se aplicar a abordagem do “pior cenário admissível”, aplicando também
os limites mais restritivos referentes à substância de pior cenário.

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Anexo A
(informativo)

Visão geral do processo de classificação dos resíduos


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A.1 Descrição do processo de classificação dos resíduos


A Figura A.1 apresenta uma visão geral do processo de classificação dos resíduos, sendo identificadas:
as informações do SGCR-10004 necessárias para o processo de classificação dos resíduos;
os Passos do processo de classificação; as decisões que fazem parte do processo de classificação
dos resíduos, baseadas nas características e informações dos resíduos; os resultados da classificação
a partir do resultado das decisões.

Figura A.1 – Macroprocesso de classificação dos resíduos quanto à periculosidade


O enquadramento dos resíduos corresponde ao “Passo 1” do processo de classificação de resíduos
(ver 5.2), sendo obrigatório o enquadramento em um código da LGR (ver ABNT NBR 10004-2,
Anexo A) para a continuidade do processo de classificação. No Passo 1 é necessário ter as informações
sobre a origem do resíduo (fonte ou processo de geração, atividade geradora) e sua composição
química. Caso o enquadramento resulte em um resíduo de “entrada única” na LGR, deve haver
a classificação final do resíduo como “perigoso”/“não perigoso”.

No Passo 2 (ver 5.3), os resíduos que possuem potencial de apresentar POP acima dos valores-limites
estabelecidos na ABNT NBR 10004-2, Anexo C, seja por sua origem ou por eventual contaminação
com POP, devem ser avaliados quanto ao nível de concentração do POP a ser verificado. Concentrações
de POP acima do limite indicam que o resíduo é perigoso.

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No Passo 3 (ver 5.4), devem ser coletadas as informações quanto às características físico-químicas
e infectocontagiosas do resíduo. Caso o resíduo seja inflamável, reativo, corrosivo ou patogênico,
deve ser classificado como “resíduo perigoso”.

No Passo 4 (ver 5.5), o resíduo deve ser avaliado quanto à sua toxicidade, com base nas
concentrações das substâncias presentes no resíduo e nos perigos associados a essas substâncias.
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No caso de substâncias listados na Lista de Substâncias Conhecidamente Tóxicas (LSCT)


(ver ABNT NBR 10004-2, B.1), avaliar se a concentração destas substâncias confere ao resíduo
uma ou mais das características de toxicidade (toxicidade aguda, irritante, sensibilizante, tóxico
para órgãos-alvo específicos, cancerígeno, tóxico para a reprodução, mutagênico ou ecotóxico),
conforme as regras específicas para cada um desses desfechos toxicológicos (endpoints)
(ver ABNT NBR 10004-2, B.2).

Também no Passo 4, há a possibilidade de substância(s) presente(se) no resíduo não estar(em)


listada(s) na LSCT. Nesse caso, consultar fontes de informações fidedignas (ver ABNT NBR 10004-2,
B.3), a fim de enquadrar seus desfechos toxicológicos (endpoints) nas Regras para a avaliação
da toxicidade de substâncias e resíduos (listados ou não na LSCT), conforme a ABNT NBR 10004-2, B.2.
Se necessário, também podem ser utilizados modelos computacionais (in silico) para o preenchimento
de lacunas de informações não encontradas sobre os desfechos toxicológicos (endpoints) previstos
nestas regras.

Conforme indicado em 5.1.9, os Passos 2, 3 e 4 são independentes entre si.

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Anexo B
(normativo)

Enquadramento dos resíduos na LGR


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B.1 Estrutura da Lista Geral de Resíduos (LGR)


O código de oito dígitos constante na LGR corresponde a quatro pares de números, conforme indicado
na Figura B.1.

03 03 02 00 - Lodos de lixívia verde provenientes da valorização da lixívia de


cozimento ou licor negro
Capítulo (grupo)
Subcapítulo (subgrupo)

Tipo (descrição)
do resíduo

Figura B.1 – Descritivo da estrutura geral de códigos da LGR


Os números devem ter o seguinte ordenamento:

a) primeiro par: denominado de “capítulo” ou “grupo”, corresponde à indicação da fonte geradora dos
resíduos, reunindo os setores produtivos (capítulos 1 a 12) e as atividades geradoras específicas
(capítulos 17 a 20), complementado pelos capítulos dedicados aos tipos de resíduos de fontes
não específicas (capítulos 13 a 15) e pelo grupo 16, que abrange os resíduos não especificados
nos capítulos anteriores;

b) segundo par: indica o “subcapítulo” ou “subgrupo”, que corresponde às atividades produtivas


específicas (por exemplo, processamento do açúcar, indústria de laticínios; produção e transformação
de papel e celulose; indústria têxtil; refino de petróleo; fabricação de pigmentos; fabricação
e formulação de produtos farmacêuticos; indústria do vidro; indústria de tratamentos de superfície
etc.) que estão agrupadas sob um determinado setor produtivo e aos grupos de resíduos
específicos (misturas de asfalto; sucatas metálicas; lixiviado de aterro; lodos de ETE e ETA etc.);

c) terceiro e quarto pares: descrevem os tipos de resíduo, de forma a permitir a diferenciação dos
resíduos e a identificação específica na atividade produtiva ou fonte geradora.

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B.2 Procedimento de enquadramento do resíduo


B.2.1 O procedimento de enquadramento do resíduo deve considerar o seguinte:

a) deve ser identificado, pelo primeiro par de números (capítulo), o setor a que se refere o processo
produtivo de origem do resíduo (grupos 1 a 12) ou ainda a atividade geradora de resíduo específico
(grupos 17 a 20);
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b) deve ser identificada a atividade de origem do resíduo, sendo selecionado o subcapítulo (segundo
par de números);

c) deve ser identificado o tipo de resíduo que se assemelha ao resíduo em questão, com base nas
informações de origem e nas características do resíduo. Caso necessário, devem ser utilizadas
as informações de apoio constantes na LGR. Nesta fase não podem ser utilizadas as entradas
gerais XX XX 98 00 e XX XX 99 00;

d) caso não seja identificado um código apropriado para enquadramento do resíduo nos grupos
citados em a) (capítulos 1 a 12 e 17 a 20), procurar nos capítulos 13, 14 e 15. Esses capítulos se
referem aos tipos de resíduos e não aos processos de origem e fonte geradora do resíduo;

e) o processo de enquadramento nos capítulos 13, 14 e 15 deve seguir a mesma lógica, ou seja,
iniciar com a seleção do capítulo, depois subcapítulo e finalmente o tipo de resíduo, que deve se
assemelhar com a descrição;

f) caso também não seja identificado um código apropriado para enquadramento do resíduo nas
etapas anteriores, procurar no capítulo 16, que engloba os resíduos não listados nos demais
grupos, novamente seguindo o processo a partir do capítulo até chegar ao código completo,
selecionando o resíduo;

g) se também não for identificado um código apropriado para enquadramento do resíduo no capítulo
16, utilizar a indicação de capítulo e subcapítulo mais apropriada, e empregar uma das entradas
gerais representadas pelos códigos XX XX 98 00 e XX XX 99 00.

B.2.1.1 Quando for comprovado que um resíduo listado com “entrada única” possui a classificação
inversa da indicada na LGR, o código de enquadramento apropriado deve substituir o último par
de dígitos (subtipo) por “97”.

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Bibliografia

[1]  Ministério da Saúde. Classificação de Risco dos Agentes Biológicos. 3ª Edição. 2017.
Projeto em Consulta Nacional

[2]  RDC Anvisa nº 294, de 29 de julho de 2019

[3]  Ministério do Trabalho e Emprego – Portaria MTP nº 424, de 07/10/2021, Norma Regulamentadora
- NR-19 - Explosivos

[4]  Ministério da Saúde, Classificação de risco dos agentes biológicos – 3ª Edição

[5]  Instrução Normativa Ibama nº 13, de 18 de dezembro de 2012

[6]  Comunicação CE 2018/C 124/01, de 09/04/2018 (Anexo 3)

[7]  Diretiva 2008/98/CE do Parlamento Europeu, de 19/11/2008

[8]  USEPA Terminology Services. Terms and Acronyms. Disponível em https://sor.epa.gov/sor_internet/


registry/termreg/searchandretrieve/termsandacronyms/search.do

[9]  Versão 18 da Lista de Substâncias Globalmente Harmonizadas, disponível em Table of harmonised


entries in Annex VI to CLP – ECHA (europa.eu): https://echa.europa.eu/pt/information-on-chemicals/
annex-vi-to-clp

[10]  ABNT NBR 14725:2023, Produtos químicos – Informações sobre segurança, saúde e meio
ambiente – Aspectos gerais do Sistema Globalmente Harmonizado (GHS), classificação, FDS
e rotulagem de produtos químicos

[11]  ABNT NBR 10005:2004, Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos

[12]  ABNT NBR 10006:2004, Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos

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