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Aula 03

TSE - Concurso Unificado (Analista


Judiciário - Área Judiciária) Direito
Processual Civil - 2024 (Pós-Edital)

Autor:
Ricardo Torques

07 de Junho de 2024
Ricardo Torques
Aula 03

Sumário

Juiz e Auxiliares da Justiça ................................................................................................................................ 2

1 - Poderes, Deveres e Responsabilidade do Juiz .......................................................................................... 3

2 - Impedimentos e da Suspeição ................................................................................................................. 10

3 - Auxiliares da justiça ................................................................................................................................ 20

Ministério Público ............................................................................................................................................ 45

Advocacia Pública ............................................................................................................................................ 47

Defensoria Pública ........................................................................................................................................... 48

Destaques da legislação e jurisprudência correlata .......................................................................................... 51

Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 57

Lista de Questões ............................................................................................................................................. 84

Gabarito ............................................................................................................................................................ 92

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JUIZ, AUXILIARES DA JUSTIÇA, MINISTÉRIO PÚBLICO,


DEFENSORIA PÚBLICA E ADVOCACIA PÚBLICA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Em continuidade com os estudos em Direito Processual Civil, vamos continuar a tratar nessa aula dos
“sujeitos do processo”. Veremos os seguintes pontos do edital:

9 Poderes, deveres e responsabilidade do juiz. 10 Ministério Público. 11 Advocacia Pública.


12 Defensoria Pública.

Bons estudos!

JUIZ E AUXILIARES DA JUSTIÇA


Vamos começar nosso estudo pela figura do juiz. Basicamente, as decisões são tomadas ou por juízes
monocráticos ou por colegiados, que é característico de instâncias recursais.

Para o exercício de suas funções, o magistrado detém uma série de deveres e de responsabilidades e,
paralelamente, dispõe de um conjunto de poderes, os quais estão definidos na CF e na legislação
infraconstitucional.

A CF estabelece as denominadas garantias da magistratura, quais sejam:

impossibilidade de perda do cargo a não


vitaliciedade
ser por sentença judicial

impossibilidade de remoção compulsória,


exceto por motivo de interesse público a
GARANTIAS inamovibilidade
ser reconhecido pela maioria absoluta do
tribunal respectivo ou do CNJ

irredutibilidade de
subsídio

Essas garantais constitucionais têm por finalidade propiciar o exercício independente da atribuição. Em razão
da responsabilidade atinente ao cargo, a CF estabelece também vedações, que estão previstas no art. 95,
parágrafo único. De forma esquematizada, temos:

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AOS JUÍZES É VEDADO:


• exercer outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
• receber custas ou participação em processo;
• dedicar-se à atividade político-partidária;
• receber auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas;
• exercer a advocacia no juízo ou no tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Essas são as diretrizes básicas que constam da CF. No CPC, temos várias regras, as quais passamos a analisar.

1 - Poderes, Deveres e Responsabilidade do Juiz

O CPC traz disciplina própria relativamente aos deveres e aos poderes do magistrado. A primeira informação
que você deve ter em mente para fins de prova é que se trata de “dever-poder” e não de “poder-dever”.
Academicamente, se fala que aos magistrados são conferidos deveres e, para assegurar o correto exercício
da profissão, lhes são atribuídos poderes.

Temos, no art. 139, o um rol com 10 deveres que devem ser lidos com atenção:

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:

I - assegurar às partes igualdade de tratamento;

II - velar pela duração razoável do processo;

III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir


postulações meramente protelatórias;

Os três primeiros incisos tratam da necessidade de observância dos princípios da isonomia e da razoável
duração do processo. Esses dois princípios estão, inclusive, de acordo com as normas fundamentais do
Direito Processual Civil, que constam nos primeiros artigos do CPC.

Além disso, é dever do magistrado prevenir e reprimir atos contrários à dignidade da justiça e, também,
indeferir postulados meramente protelatórios. Essas condutas, inclusive, podem gerar condenação por
litigância de má-fé (art. 80, do CPC) ou por ato atentatório à dignidade da justiça (art. 77, do CPC).

No inc. IV, temos referência ao dever de efetivação, que está em consonância com a ideia de satisfatividade
do processo, que temos na parte final do art. 4º, do CPC.

IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias


necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que
tenham por objeto prestação pecuniária;

Assim, primeiramente, devemos conhecer a literalidade do dispositivo. Logo...

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medidas indutivas

PARA ASSEGURAR O CUMPRIMENTO DA medidas coercitivas


ORDEM JUDICIAL, É DEVER DO
MAGISTRADO ADOTAR medidas mandamentais

medidas sub-rogatórias

A adoção de medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias eram admissíveis no CPC73


apenas em relação às obrigações de fazer, de não fazer e de entregar coisa. Já em relação à obrigação de
pagar, tínhamos prevista, expressamente, apenas a penhora (regra de tipicidade dos instrumentos
executivos).

A atipicidade executiva permanece nas obrigações de fazer, de não fazer e de dar coisa e, no caso das
execuções pecuniárias, as medidas atípicas devem ser aplicadas de forma subsidiária, como, por exemplo, a
multa.

Agora, no CPC, essas medidas podem ser adotadas, inclusive, para as obrigações de pagar.

Vejamos alguns exemplos:

1º exemplo: Determinada pessoa efetua empréstimo, mas não faz o pagamento no tempo
e forma acordados. Após tentativas de penhora de bens e com indícios de que a pessoa
está ocultando os bens, o magistrado poderá adotar uma medida restritiva de direitos a
fim de proibir o devedor de fazer novos empréstimos até que esse débito seja saldado.

2º exemplo: Pessoa adquire um veículo e não faz o pagamento das parcelas. Tenta-se
executar o valor devido sem encontrar o veículo, muito menos bens em nome do devedor.
Nesse caso, poderia o magistrado adotar medida restritiva de direitos para suspensão do
direito de dirigir até quitação da dívida.

Na realidade, esses exemplos apontados na doutrina dependem de uma análise mais acurada da
jurisprudência e da prática diária do foro, à luz do princípio da proporcionalidade e da razoabilidade.
Contudo, fato é que o CPC deu abertura à adoção dessas medidas.

Só para que você tenha os conceitos em mente, veja um conceito singelo, seguido de um exemplo:

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procura induzir o
MEDIDA suspensão da CNH até entrega
executado a cumprir
INDUTIVA do veículo
com a obrigação

procura constranger o
MEDIDA multa pelo descumprimento da
devedor a cumprir com
COERCITIVA obrigação
o devido

MEDIDA impõe uma ordem ao protesto judicial de devedor de


MANDAMENTAL devedor quantia certa

determinação judicial de
forma de cumprimento escrituração do imóvel quando,
MEDIDA SUB-
que independe de ação condenado a fazê-lo, o réu não
ROGATÓRIA
do executado cumpre com a obrigação no
prazo fixado.

No inc. V, ratifica-se a relevância da autocomposição, por intermédio de conciliadores e de mediadores


judiciais. O magistrado deve promover e incentivar essa prática. Confira:

V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de


conciliadores e mediadores judiciais;

Muita atenção à regra do inc. VI. Esse dispositivo trata de dois assuntos:

 possibilidade de dilatar prazos; e

 flexibilizar procedimentos.

O Direito Processual Civil tem por finalidade viabilizar o gozo dos direitos materiais. Em face disso, temos um
sistema processual que visa entregar a tutela jurisdicional aos conflitos de interesses havidos em sociedade.

De acordo com a doutrina, por mais atualizado e dinâmico que o legislador seja, ele não tem condições de
permanecer totalmente adaptado às situações novas e complexas que surgem na sociedade. Em razão disso,
o sistema processual não poderá, por intermédio de suas regras, dar conta de todas as necessidades práticas
do foro.

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Por conta disso, o inc. VI estabelece um sistema de flexibilização procedimental. Fala-se que essa
flexibilização procedimental é:

 legal – pois há um dispositivo legal que permite a flexibilização;

 genérica – pois atribui um dever geral ao magistrado de flexibilizar o procedimento; e

 mitigada – trata de flexibilização limitada conforme a necessidade do caso prático de


ampliar os prazos e de inverter a ordem de produção de provas.

Veja:

VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,


adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela
do direito;

Importante destacar ainda que, em relação à ampliação de prazos, ela deverá observar dois parâmetros:

 Não poderá ser reduzido determinado prazo processual. Note que o dispositivo fala
apenas em ampliação; e

 Somente é possível a ampliação do prazo antes de escoado.

Nesse sentido, veja o parágrafo único, do art. 139:

Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada
ANTES de encerrado o prazo regular.

De acordo com a doutrina, em vista dessa alteração, não há mais que se falar em prazos peremptórios ou
dilatórios. Não temos mais prazos peremptórios no processo civil.

Vamos em frente!

No inc. VII, temos o exercício do poder de polícia pelo magistrado na condução do processo. Veja:

VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da
segurança interna dos fóruns e tribunais;

Leia com atenção o inc. VIII:

VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las
sobre os fatos da causa, hipótese em que NÃO incidirá a pena de confesso;

O mais relevante desse dispositivo não é a possibilidade de o magistrado ouvir as partes ao longo do
processo, mas a conclusão de que a oitiva da parte fora do depoimento não gera a confissão.

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Vamos com calma...

Na audiência de instrução, o magistrado irá tomar o depoimento das partes, momento em que poderá haver
a confissão. Passado esse momento processual, o magistrado poderá determinar o comparecimento das
partes para ouvi-las, contudo, não pode pretender obter a confissão nessa oitiva em razão da vedação
constante do dispositivo.

Essa hipótese – denominada de interrogatório livre – difere do depoimento da parte:

INTERROGATÓRIO LIVRE visa esclarecer os fatos

tem por objetivo esclarecer os fatos, mas


DEPOIMENTO DA PARTE
especialmente obter a confissão

Sigamos!

IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios


processuais;

O inc. IX, de acordo com a doutrina, revela o princípio do interesse jurisdicional no conhecimento do mérito.
Esse princípio estabelece que o magistrado deve se comprometer em evitar a extinção do processo sem
julgamento de mérito. Assim, o magistrado deve atuar no sentido de demover empecilhos formais que
evitem o conhecimento do mérito de determinada ação.

Esse inciso deixa claro que o Juiz tem um poder-dever de determinar o suprimento dos pressupostos
processuais.

Para finalizar, veja o inc. X:

X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério


Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem
o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de
setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.

Esse inciso prevê a representação para coletivização de demandas, quando envolver direito individual
homogêneo.

Para fins de prova...

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DEVERES DO MAGISTRADO
• assegurar a igualdade de tratamento;
• velar pela duração razoável do processo;
• prevenir e reprimir atos contrários à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente
protelatórias;
• adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias;
• promover a autocomposição;
• dilatar prazos e alterar a ordem de produção dos meios de provas de acordo com as necessidades do
conflito;
• exercer o poder de polícia;
• determinar o comparecimento da pessoa para inquirir partes (não gera confissão);
• buscar o conhecimento de mérito com o suprimento de pressupostos processuais e saneamento de
vícios processuais;
• representar a coletivização de demandas no caso de direitos individuais homogêneos.

O art. 140, do CPC, estabelece o princípio da proibição do non liquet.

Art. 140. O juiz NÃO se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.

Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.

Assim, ao juiz não é dada a possibilidade de evitar o julgamento pela simples alegação de que o ordenamento
jurídico não apresenta uma norma que se adeque perfeitamente ao caso concreto.

Isso não impede, contudo, que o conflito enfrente precariedade de provas ou de leis. Essa realidade é muito
frequente na prática. Assim:

 se o magistrado chegar ao final do processo sem provas que subsidiem o julgamento,


deverá aplicar a regra do ônus da prova, que consta do art. 373, do CPC, condenando
aquele a quem competia o ônus de provar seu direito.

 se o magistrado chegar ao final do processo e não houver lei para subsumir ao caso
concreto, deve aplicar a regra constante do art. 4º, da Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro (LINDB), que estabelece as normas de integração do direito. Assim, na
falta de norma legal específica, o juiz se valerá da analogia, dos costumes e dos princípios
gerais do direito.

O parágrafo único, do art. 140, estabelece o princípio da legalidade estrita. Na medida em que autoriza o
julgamento por equidade apenas nas situações excepcionais e previstas em lei, o dispositivo deixa claro que
o magistrado deve aplicar o direito ao caso concreto de acordo com a lei.

Importante destacar que, de acordo com o art. 723, do CPC, permite-se o julgamento de processos de acordo
com o princípio da equidade quando o caso envolver a jurisdição voluntária. Isso é possível porque o Estado
atua para prestar validade a negócios jurídicos privados.

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Na sequência, no art. 141, do CPC, temos o princípio da inércia (ou da demanda), o qual prevê que o
magistrado deve decidir apenas quanto provocado pelas partes. O magistrado deve, portanto, decidir o
processo nos limites propostos pelas partes. Veja:

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe VEDADO
conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

Em razão desse princípio, impõe-se ao magistrado decidir a lide nos limites propostos, vedando-se a sentença
extra, intra ou citra petita. Na realidade, essa limitação está em consonância com o princípio da congruência,
que será mais bem aprofundado em outra oportunidade. O magistrado não pode decidir nada a mais (ultra),
nada a menos (citra) ou nada diferente (extra) do que fora pedido pelas partes.

Em face disso, o juiz deve decidir nos limites propostos pelas partes. Evidentemente, esse dispositivo contém
exceções. Uma delas é a que permite o magistrado decidir questões de ordem pública, ainda que não
alegadas pelas partes. Outro exemplo de exceção é a fixação de astreintes (multa coercitiva), para o qual o
art. 537, do CPC, concede ao magistrado a prerrogativa de decidir sobre a aplicação de ofício.

Cumpre destacar que não é possível a abertura de ofício do inventário, regra que constava no CPC73 e que
não está previsto mais no CPC.

Confira o art. 142, do CPC, que ratifica a possibilidade de condenação das partes por litigância de má-fé,
quando verificado, na prática, que se serviram do processo para a prática de ato simulado ou vedado em lei.

Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo
para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que
impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da litigância de má-fé.

Se as partes utilizam do processo para praticar atos simulados ou para conseguir fim proibido por lei, os atos
praticados no processo são nulos, devendo o juiz decretar, de ofício, a nulidade.

Apenas para que você tenha os conceitos fixos em mente, destacamos:

partes vão a juízo afirmando um litígio aparente, que, na


SIMULAÇÃO realidade, não existe, com o objetivo de conferir ou transmitir
direitos simuladamente.

FIM PROIBIDO EM LEI obter algo proibido pela lei por intermédio de prática fraudulenta

O art. 143 trata da responsabilização do magistrado por perdas e danos. De acordo com o dispositivo, o
magistrado poderá responder civilmente quando proceder com dolo ou fraude no exercício de suas funções
ou quando recursar, omitir ou retardar providência que deveria ordenar de ofício. Para a configuração dessa
segunda hipótese, fixa-se, ainda, que a parte deverá ter requerido ao magistrado a providência e, este, no
prazo de 10 dias, nada fez.

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Confira:

Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos QUANDO:

I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;

II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício
ou a requerimento da parte.

Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que
a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado
no prazo de 10 (dez) dias.

Para fins de prova, devemos lembrar:

RESPONSABILIDADE CIVIL DO MAGISTRADO


• agir com dolo ou fraude no desempenho de suas funções; e
• recursar, omitir ou retardar providência que deveria ordenar de ofício quando o pedido não for
apreciado no prazo de 10 dias.

O CPC deixa claro que a responsabilidade civil do Juiz é regressiva, então, é preciso propor ação de
responsabilidade civil contra o Poder Judiciário e este poderá propor ação regressiva contra o magistrado.
Embora houvesse dissenso doutrinário à luz do Código anterior, a regra atual é clara. Ademais, o próprio STF
já adotara esse entendimento em precedentes anteriores a exemplo do RE 228.977-2/SP.

2 - Impedimentos e da Suspeição

A imparcialidade é pressuposto para o exercício da atividade jurisdicional. Embora não seja explícita na CF,
trata-se de regra extraída do sistema processual. A evidência dessa regra está nos dispositivos que
estudaremos neste momento, quando trataremos do impedimento e da suspeição.

O rol de situações que ensejam impedimentos consta do art. 144, do CPC, e é muito semelhante ao rol que
tínhamos no CPC73. Temos, entretanto, dois incisos específicos que foram acrescidos, o inc. VIII e IX.

Precisamos ficar atentos a decisão do STF na ADI 5.953/DF que declarou a inconstitucionalidade do inciso
VIII do art. 144. Primeiramente, leia com atenção:

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:

I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

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III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte


no processo;

VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;

VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego
ou decorrente de contrato de prestação de serviços;

VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;

IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

Vamos fazer destaques das situações mais relevantes de impedimento:

 O Juiz está impedido de atuar em quatro situações:

1) Processos que tenha intervindo como mandatário da parte;

2) Processos em que atuou como perito;

3) Processos em que atuou como membro do Ministério Público; e

4) Processos que prestou depoimento como testemunha.

 O juiz está impedido de atuar caso já tenha decidido sobre o mesmo processo em outro
grau de jurisdição.

É o caso, por exemplo, de o magistrado ter julgado o processo em primeira instância e,


após a promoção, participar do julgamento na qualidade de membro do Tribunal.

 O juiz está impedido de atuar no processo quando o advogado, o defensor público ou o


membro do MP for seu cônjuge/companheiro ou parente até 3º grau.

Em relação a essa hipótese, o impedimento somente restará caracterizado quando o


advogado, o defensor ou o membro do MP já atuasse no processo antes de o magistrado
ser definido para a causa. Se não tivéssemos essas regras, haveria a possibilidade de o
procurador ingressar no processo para causar o impedimento, o que é vedado. Portanto,
essa hipótese apenas será aplicável no caso de o processo já estar em trâmite com aquele

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advogado, defensor ou membro do Ministério Público e ocorrer a modificação do


magistrado na causa.

Além disso, o impedimento poderá se caracterizar quando o advogado, ainda que não atue
diretamente no processo, integre escritório na condição de cônjuge/companheiro ou
parente até 3º grau.

 O juiz está impedido de atuar no processo que o cônjuge/companheiro ou parente até


3º grau seja parte.

 O juiz está impedido de atuar no processo quando for sócio ou membro de direção ou
administração de pessoa jurídica parte no processo;

 O juiz está impedido de atuar no processo quando for herdeiro presuntivo, donatário ou
empregador da parte.

 O juiz está impedido de atuar no processo em que a parte for instituição de ensino para
o qual o magistrado atue.

 O juiz está impedido de atuar em processo quando promover ação contra a parte ou
contra o advogado da parte.

O CPC trouxe a previsão de impedimento para o juiz quando no processo atuasse como advogado da parte
seu cônjuge/companheiro ou parente até 3º grau mesmo que naquele processo fosse patrocinado por
advogado de outro escritório.

A pretensão do legislador nesse caso foi barrar a mudança ocasional para outro advogado com a finalidade
de evitar o impedimento.

Por exemplo, determinada empresa é sabidamente cliente de determinado escritório, do qual o advogado é
cônjuge do juiz. Naturalmente, esse juiz estaria impedido de julgar as causas dessa empresa. Contudo, a fim
de evitar topicamente o impedimento o cliente muda de advogado naquele processo.

A Associação dos Magistrados Brasileiros – AMB propôs uma ADI com o argumento de que essa regra seria
irrazoável e desproporcional. O STF julgou a ADI 5.953/DF e declarou a inconstitucionalidade do dispositivo.
Os casos de impedimento podem ser aferidos de forma objetiva pelo magistrado. Porém, para reconhecer o
impedimento previsto no inciso VIII o magistrado depende de informações que seu parente ou cônjuge
sequer pode divulgar (lista de clientes).

O Tribunal entendeu, ainda, que esse inciso poderia facilitar o uso de impedimento como estratégia para
afastar o juiz natural do caso concreto e que o previsto no inciso III do art. 144 é norma suficiente para
garantir a imparcialidade do julgador.

Confira os §§ do dispositivo já analisados acima.

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§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o


advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da
atividade judicante do juiz.

§ 2o É VEDADA a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.

§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido


a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que
individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente
no processo.

Quanto às hipóteses de suspeição, temos o art. 145, do CPC. Leia com atenção:

Art. 145. Há suspeição do juiz:

I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que
subministrar meios para atender às despesas do litígio;

III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

São apenas cinco hipóteses que podem gerar a suspeição do magistrado:

 O juiz é suspeito de atuar no processo em que for amigo íntimo da parte ou de qualquer
um de seus advogados.

Ä O juiz é suspeito de atuar no processo se vier a receber presentes de alguma das partes.

 O juiz é suspeito de atuar no processo se, após iniciado o processo, aconselhar alguma
das partes sobre a causa ou na hipótese de custear as despesas do litígio.

 O juiz é suspeito de atuar no processo quando for credor ou devedor da parte, do


cônjuge/companheiro ou de parentes de até 3º grau da parte.

 O juiz é suspeito de atuar no processo quando for interessado no julgamento.

Note que essa última hipótese é aberta, permitindo caracterização de acordo com as circunstâncias fáticas.

Para a prova, é fundamental que saibamos diferenciar as hipóteses de imparcialidade e de suspeição.

Afinal, qual a diferença entre ambas?

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A doutrina aponta a diferença entre o impedimento e a suspeição a partir de um rol de características.

IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO
presunção absoluta de parcialidade presunção relativa de parcialidade
Circunstâncias objetivas: Circunstâncias subjetivas:

 mandatário da parte, perito, membro do MP ou  amigo íntimo ou inimigo da parte ou


testemunha. advogado.

 decidiu no feito em outro grau de jurisdição.  receber presentes de pessoa com interesse na
causa.
 advogado, defensor ou membro do MP (+
cônjuge/companheiro ou parente até 3º grau).  aconselhar ou subsidiar as despesas do
processo (após iniciado o processo).
 cônjuge/companheiro ou parente até 3º grau for
parte no processo.  credor ou devedor da parte
(cônjuge/companheiro ou parente até 3º grau).
 sócio ou membro de direção ou de administração de
PJ parte no processo.  interessado no julgamento do processo.

Ä herdeiro presuntivo, donatário ou empregador.

 relação de emprego ou prestador de serviços de


instituição parte no processo.

 cônjuge/companheiro ou parente até 3º grau de


advogado ou que atue no escritório.

 promover ação contra parte ou advogado.


Violação gera nulidade mesmo se não arguida Não gera nulidade
oportunamente
Enseja ação rescisória Não enseja ação rescisória
Arguição por incidente a qualquer tempo Arguição por incidente no prazo de 15 dias a
contar do conhecimento do fato

Algumas observações são importantes:

Não há mais a arguição de exceção de suspeição. Hoje, aplicamos o art. 146, do CPC, que
estudaremos um pouco mais adiante.

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 O grau de parentesco para todas as hipóteses – seja de suspeição ou de impedimento –


é até 3º grau de parentesco.

Além das hipóteses acima, o §1º estabelece uma situação específica de suspeição, que poderá ser alegada
unicamente pelo magistrado atuante. Confira:

§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de
declarar suas razões.

Assim:

 O Juiz poderá se declarar suspeito para atuar no processo por razões de foro íntimo, ou
seja, por motivos de ordem privada.

É importante conhecer, também, o §2º, que traz duas situações em que a alegação de suspeição será
considerada ilegítima:

 se a própria parte que alegar a suspeição a provocar.

Por exemplo, o advogado, sabendo que o magistrado para quem foi distribuída a causa
possui tese que irá, com grande probabilidade, levar ao indeferimento do pedido, cria
inimizada com o magistrado a fim de arguir a suspeição na forma do art. 145, I, do CPC.

 se a parte que alegar a suspeição já tiver praticado ato no processo que implique a
aceitação tácita do magistrado.

Por exemplo, havendo a inimizade com o magistrado, o advogado da parte contesta a ação
após a citação e, apenas na audiência, lembra da relação conflituosa com o magistrado e
argui a suspeição.

Veja o dispositivo:

§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:

I - houver sido provocada por quem a alega;

II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.

O procedimento de impedimento e de suspeição está regrado no art. 146, do CPC.

A petição deve ser apresentada no prazo de 15 dias a contar do conhecimento do fato. Caso o julgador não
reconheça o impedimento ou a suspeição, instaura-se o procedimento, devendo o juiz, apontado como
impedido ou suspeito, apresentar defesa, também no prazo de 15 dias, com indicação de provas. Após, os
autos são remetidos ao tribunal.

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O relator, tão logo receba o incidente, deve avaliar a necessidade de se conceder efeito suspensivo. Até a
tomada da decisão, ou caso haja efeito suspensivo e for necessário decidir matéria urgente, será designado
o substituto legal para atender a tais decisões.

Tanto a parte, ao suscitar o incidente, quanto o magistrado, ao contestá-lo, devem apresentar seus
argumentos, fundamentar suas alegações e apresentar provas (documentais e orais).

O relator do processo no tribunal irá, primeiramente, analisar com que efeitos o incidente irá tramitar. Se
entender pelo efeito suspensivo, o processo originário ficará suspenso e eventuais decisões de urgência
ficarão sob o encargo do juiz substituto.

No caso de julgamento negativo do incidente, o processo originário retomará o curso normal. No caso de
julgamento positivo do incidente, podemos ter algumas consequências:

a) condenação do magistrado nas custas;

b) remessa do processo ao substituto legal;

c) constará do acórdão o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado no
processo, com decreto de nulidade dos atos praticados e eivados de vício.

Confira:

Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará
o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual
indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a
alegação e com rol de testemunhas.

§ 1o Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará


imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a
autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas
razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a
remessa do incidente ao tribunal.

§ 2o Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o


incidente for recebido:

I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;

II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do


incidente.

§ 3o Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este
for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto
legal.

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§ 4o Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o


tribunal rejeitá-la-á.

§ 5o Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o


tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo
o juiz recorrer da decisão.

§ 6o Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do


qual o juiz não poderia ter atuado.

§ 7o O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o


motivo de impedimento ou de suspeição.

Ainda em relação a esse dispositivo é importante que façamos uma observação. O prazo de 15 dias, em
princípio, aplica-se a toda e qualquer hipótese de violação da imparcialidade. Assim, deve ser observado para
alegações de suspeição, como para alegações de impedimento.

Desse modo, se a parte tiver ciência em determinado momento do impedimento, terá 15 dias para suscitar
o incidente. Contudo, dada a natureza dessa nulidade, o entendimento amplamente majoritário é no sentido
de que o impedimento pode ser suscitado a qualquer momento no processo. Desse modo, não obstante a
previsão do prazo, não há preclusão lógica se a parte arguir o impedimento após.

Para facilitar a compreensão do procedimento, vejamos, em forma de esquema, a sucessão de atos:

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Na sequência do nosso estudo, vamos analisar o art. 147, do CPC, que aborda uma situação específica. Esse
dispositivo prevê que, na situação de remessa para o substituto legal, o envio do processo não poderá
ocorrer para juiz que seja cônjuge, companheiro ou parente até 3º grau do magistrado declarado impedido
ou suspeito.

Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro que conhecer do processo
impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os autos
ao seu substituto legal.

Para finalizar, as hipóteses de impedimento e de suspeição estudadas acima são aplicáveis aos membros do
Ministério Público, aos auxiliares da justiça e aos demais sujeitos imparciais do processo por força do que
prevê o art. 148, do CPC:

Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:

I - ao membro do Ministério Público;

II - aos auxiliares da justiça;

III - aos demais sujeitos imparciais do processo.

Pergunta-se:

E o procedimento, é o mesmo?

Não, temos algumas regras específicas, que estão arroladas nos §§ abaixo citados. Embora os procedimentos
sejam semelhantes, atente-se para o seguinte:

 A parte deve alegar a suspeição na primeira oportunidade que tiver para se manifestar
nos autos.

 O incidente será processado em separado e sem suspensão do processo.

 Ouve-se o arguido no prazo de 15 dias, facultando a produção de prova.

Nos Tribunais, a arguição observará o procedimento estabelecido no respectivo


regimento interno.

Veja:

§ 1o A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição


fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber
falar nos autos.

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§ 2o O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo,


ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando
necessária.

§ 3o Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1o será disciplinada pelo regimento


interno.

§ 4o O disposto nos §§ 1o e 2o NÃO se aplica à arguição de impedimento ou de suspeição


de testemunha.

Para a prova...

magistrado

MP

aplica-se

auxiliares de justiça

HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO
E SUSPEIÇÃO (arts. 144/5) sujeitos imparciais
do processo

não se aplica testemunha

3 - Auxiliares da justiça

Para a execução das suas funções, o juiz conta com a colaboração de órgãos auxiliares. O CPC divide o estudo
dos auxiliares da justiça em cinco partes.

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chefe de secretaria e oficial de justiça

perito

AUXILIARES DA
depositário e administrador
JUSTIÇA

intérprete e tradutor

conciliadores e mediadores judiciais

Para o nosso estudo, é importante que compreendamos quem é cada uma dessas figuras e quais as suas
atribuições. Para começar, o art. 149, do CPC, elenca esses auxiliares:

Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas
pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça,
o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador
judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.

Note que o rol acima é extenso e, ainda assim, o CPC fala que as normas de organização judiciária podem
criar outros auxiliares da justiça.

3.1 - Escrivão ou chefe de secretaria e oficial de justiça

A primeira coisa que devemos saber é que o chefe de secretaria e o oficial compreendem um ofício de justiça.
Isso mesmo!

chefe de oficial de ofício de


secretaria justiça justiça

É a estrutura mínima de uma unidade funcional judiciária, que se denomina de cartório ou secretaria.

Os ofícios de justiça constituem repartições, dentro do juízo, responsáveis por dar cumprimento às
determinações judiciais. A regra é que para cada juízo haja, pelo menos, um ofício. Nada impede, entretanto,
que dentro de um mesmo juízo haja mais de um ofício.

Nos arts. 150 a 155 estão disciplinadas regras relativas à atuação do chefe de secretaria (ou escrivão) e do
oficial de justiça. Eles constituem a célula mínima de apoio ao juiz. Portanto, para que o magistrado possa
desempenhar minimamente suas atribuições é necessária a presença do chefe de secretaria (ou escrivão) e
do oficial de justiça.

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Art. 150. Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas atribuições serão
determinadas pelas normas de organização judiciária.

Art. 151. Em cada comarca, seção ou subseção judiciária haverá, NO MÍNIMO, tantos
oficiais de justiça quantos sejam os juízos.

Note que o art. 151 exige que em cada juízo exista, ao menos, um oficial de justiça.

Já no art. 152 temos a delimitação de atuação dos servidores escrivães ou chefes de secretaria. Para fins do
nosso estudo, podemos considerá-los como sinônimos.

Art. 152. Incumbe ao ESCRIVÃO ou ao CHEFE DE SECRETARIA:

I - redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias e os demais atos


que pertençam ao seu ofício;

II - efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem como praticar todos os
demais atos que lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária;

III - comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar servidor para substituí-lo;

IV - manter sob sua guarda e responsabilidade os autos, NÃO permitindo que saiam do
cartório, EXCETO:

a) quando tenham de seguir à conclusão do juiz;

b) com vista a procurador, à Defensoria Pública, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública;

c) quando devam ser remetidos ao contabilista ou ao partidor;

d) quando forem remetidos a outro juízo em razão da modificação da competência;

V - fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, INDEPENDENTEMENTE de


despacho, observadas as disposições referentes ao segredo de justiça;

VI - praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios.

§ 1o O juiz titular editará ato a fim de regulamentar a atribuição prevista no inciso VI.

§ 2o No impedimento do escrivão ou chefe de secretaria, o juiz convocará substituto e, não


o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato.

É muito importante que conheçamos bem essas atribuições.

 Redação de ofícios, de mandados, de cartas precatórias e demais atos.

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Note que esse dispositivo possui redação aberta, de forma que o escrivão poderá redigir documentos oficiais
em geral, a exemplo de ofícios, mandados e cartas precatórias.

 Efetivar as ordens judiciais.

A obrigação direta de efetivar as ordens judiciais é do chefe de cartório que contará com a colaboração dos
oficiais de justiça. Assim, expedida uma ordem citatória ou intimatória, cumpre ao chefe de cartório avaliar
a forma de realização (pela inserção em diário, pelos Correios ou por oficial), expedir o respectivo mandato
para que seja cumprida. De toda forma, a responsabilidade por controlar a efetivação das ordens judiciais é
do chefe de secretaria.

 Atuar nas audiências.

Na realização das audiências é necessário que o ato processual seja acompanhado de auxiliar para redação
das atas, conferência de documentos, pregão das partes e testemunhas (chamado), entre outros atos. Todos
esses procedimentos serão realizados pelo chefe de secretaria, contudo, com a possibilidade de que seja
delegado a outro servidor auxiliar.

 Guarda e responsabilidade dos autos dos processos.

Aqui temos uma atribuição que sofre mitigações, as quais devemos saber. Por questões de lógica, a
compreensão das exceções à guarda dos autos em cartório sob a responsabilidade do chefe de cartório é
fácil.

São exceções à guarda dos autos:

a) conclusão (com o juiz para despacho, decisão ou julgamento);

b) vistas (advogado, defensor público, membro do Ministério Público ou Fazenda Pública);

c) remessa ao contador ou repartidor; e

d) remessa a outro juízo por modificação da competência.

 Fornecimento de certidões.

O fornecimento de certidões independe de despacho do juiz autorizando a confecção do documento. Além


disso, de acordo com o que consta do inc. V, não é necessário despacho nem mesmo para emissão de
certidões relativas a processos que tramitem em segredo de justiça. Contudo, é imposto ao chefe de
secretaria o dever de observar o sigilo para não emitir certidão fora dos parâmetros legais definidos para
esses casos.

 Prática de atos meramente ordinatórios.

Novamente temos uma hipótese aberta. A prática de atos ordinatórios é, contudo, mais ampla e remete à
ideia de que todos os atos que não tiverem conteúdo decisório podem ser praticados pelo chefe de
secretaria.

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A finalidade desse dispositivo é desconcentrar as atividades das mãos dos magistrados, de forma que o
processo tenha maior fluidez.

Entre os exemplos de atos ordinatórios cita-se a fixação da forma de citação, que está escrita na norma legal,
basta aplicá-la. Assim, basta que o juiz determine o “cite-se”, para que o chefe de secretaria o faça
diretamente. Outros exemplos: vistas à parte em razão a interposição de recurso, abertura de novo volume
em processo físico.

Importante registrar que o §1º, acima citado, está em consonância com o art. 93, XIV, da CF. O dispositivo
constitucional determina que os servidores irão receber delegação do magistrado para que possam praticar
atos de mero expediente. Podemos compreender que esses atos de mero expediente são, em verdade, atos
ordinatórios.

Redação de ofícios, mandatos, cartas precatórias e


demais atos

Efetivar as ordens judiciais

ATRIBUIÇÕES DO Atuar nas audiências


CHEFE DE
SECRETARIA Guarda e responsabilidade dos autos dos processos

Fornecer certidões

Praticar atos meramente ordinatórios

O art. 153, tratado na sequência, está em consonância com o art. 12, do CPC, uma vez que estabelece a
ordem cronológica de conclusão dos processos para sentença ou acórdão. Ao desempenhar suas atribuições,
o chefe de secretaria deverá observar a ordem cronológica sempre que receber os autos para publicar
determinada decisão ou para efetivar pronunciamentos do juiz. A fim de possibilitar o controle pelas partes
haverá a divulgação dessa lista de recebimento para cumprimento.

Há, entretanto, algumas espécies de processos que “furam a fila”. Veja:

Art. 153. O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, preferencialmente, à ordem


cronológica de recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos
judiciais. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

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§ 1o A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de forma permanente, para


consulta pública.

§ 2o Estão EXCLUÍDOS da regra do caput:

I - os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento judicial a ser


efetivado;

II - as preferências legais.

§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-ão a ordem cronológica de recebimento


entre os atos urgentes e as preferências legais.

§ 4o A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá reclamar, nos


próprios autos, ao juiz do processo, que requisitará informações ao servidor, a serem
prestadas no prazo de 2 (dois) dias.

§ 5o Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cumprimento do ato e a


instauração de processo administrativo disciplinar contra o servidor.

Assim, existem duas listas, uma geral e outra preferencial. Além disso, se a ordem não for observada, a parte
prejudicada poderá reclamar ao juiz, no próprio processo, o qual irá requisitar informações ao servidor.

Identificado que, de fato, houve preterição, o juiz deve determinar o imediato cumprimento e as sanções
disciplinares cabíveis ao servidor.

Para fins de prova...

ORDEM DE PUBLICAÇÃO E EFETIVAÇÃO

cronológica preferência

atos declarados urgentes

preferências legais

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Vimos, até o presente, as regras relativas ao chefe de secretaria. No art. 154 temos o rol de atribuições do
oficial de justiça, cuja finalidade principal é dar cumprimento às determinações do magistrado.

Nesse contexto, leia com atenção o dispositivo:

Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça:

I - fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais diligências próprias


do seu ofício, sempre que possível na presença de 2 (duas) testemunhas, certificando no
mandado o ocorrido, com menção ao lugar, ao dia e à hora;

II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;

III - entregar o mandado em cartório após seu cumprimento;

IV - auxiliar o juiz na manutenção da ordem;

V - efetuar avaliações, quando for o caso;

VI - certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por qualquer das


partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber.

Parágrafo único. Certificada a proposta de autocomposição prevista no inciso VI, o juiz


ordenará a intimação da parte contrária para manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias,
sem prejuízo do andamento regular do processo, entendendo-se o silêncio como recusa.

Esse dispositivo é bem simples e estabelece que o oficial deve dar cumprimento às ordens do magistrado.

 Executar as ordens determinadas pelo magistrado, com devolução posterior do mandado.

Essa hipótese é ampla o suficiente para abranger as atribuições do oficial. Entre as atribuições temos as
citações, as prisões, as penhoras, os arrestos (todos do inc. I), as avaliações (inc. V) e outras atribuições que
possam ser determinadas pelo magistrado (inc. II).

 Auxiliar no exercício do poder de polícia pelo magistrado.

Compete ao juiz manter a ordem no fórum e, caso necessário, poderá requisitar auxílio do oficial de justiça
para mantê-la.

 Certificar proposta de conciliação.

Essa hipótese é bem compreendida com uma situação: Ao efetuar, por exemplo, a citação do réu, poderá a
parte afirmar que pretende um acordo com vistas à quitação da dívida. Diante disso, o oficial de Justiça
deverá proceder o registro da informação em ata com detalhamento da proposta a fim de que o magistrado
possa intimar a parte interessada para que se manifeste quanto à viabilidade do acordo.

Assim, para a prova...

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ATRIBUIÇÕES DO OFICIAL
DE JUSTIÇA

Executar as ordens
Auxiliar no exercício do
determinadas pelo Certificar proposta de
poder de polícia pelo
magistrado, com devolução conciliação.
magistrado.
posterior do mandado.

No exercício das suas funções, os servidores do Poder Judiciário – seja no exercício da função de chefe de
secretaria ou de oficial de justiça – estão sujeitos à responsabilidade civil em face dos atos praticados com
ilegalidade.

Essa responsabilidade é paralela a outras esferas de responsabilização, tal como a administrativa e a penal.

Assim, caso o chefe de secretaria ou o oficial de justiça se recusem a cumprir os atos processuais no prazo
concedido pela lei, ou fixado pelo magistrado, ou praticarem ato nulo com dolo, ou culpa, podem ser
responsabilizados civilmente.

Por exemplo, se o servidor deixar de cumprir uma intimação considerada urgente no prazo fixado pelo
magistrado por desídia, caso esse atraso gere prejuízos a alguma das partes, o servidor poderá ser
responsabilizado.

Outro exemplo é a hipótese de o servidor oficial de justiça dirigir-se até a empresa para citá-la e, mesmo sem
a entrega efetiva, constar do mandato que efetuou a citação com recusa da assinatura da outra parte e sem
testemunhas para indicar por não haver pessoas no local. Posteriormente, a parte comprova que havia
mudado de endereço muito antes da citação. Esse ato é nulo e, se gerar prejuízo à parte, o servidor poderá
ser responsabilizado.

Veja:

Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e
regressivamente, quando:

I - sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou pelo
juiz a que estão subordinados;

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II - praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

Cumpre esclarecer que essa responsabilização será, em regra, regressiva. Vale dizer, o Poder Judiciário será
demandado e, caso condenado, haverá ação regressiva contra o servidor.

Para a prova...

recusa cumprir atribuições no prazo legal


ou fixado pelo juiz
RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL DO CHEFE
DE SECRETARIA E DO OFICIAL DE
JUSTIÇA
prática de ato nulo com dolo ou culpa

3.2 - Perito

O perito é o auxiliar do juízo que tem conhecimentos técnicos ou científicos específicos sobre determinados
fatos alegados no processo. Trata-se de um auxiliar ocasional que atuará apenas quando necessária a
produção de prova técnica.

Em relação à atuação do perito, temos três dispositivos no Novo Código.

Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico.

§ 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos


técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o
juiz está vinculado.

§ 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de
divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de
consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria
Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos
técnicos interessados.

§ 3o Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do


cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a
experiência dos peritos interessados.

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§ 4o Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos


dos arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia
informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão da
atividade.

§ 5o Na localidade onde NÃO houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a


nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão
técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização
da perícia.

Esse assunto pode ser tratado com bastante objetividade. A leitura dos dispositivos, com algumas
observações, é o suficiente para acertar questões de prova.

A utilização de perícia ocorrerá sempre que o processo exigir a utilização de prova técnica ou científica.

Para a definição do perito, temos dois modos: o primeiro é a regra; o segundo será utilizado apenas quando
o primeiro não for possível.

1º - formação de cadastro de órgãos

O tribunal respectivo deve providenciar o cadastramento de órgãos controladores da


atuação profissional de técnicos ou cientistas. Para o cadastro dessas entidades, haverá
consulta pública e consulta a alguns órgãos (por exemplo, universidade, conselhos de
classe, Ministério Público, Defensoria e OAB). Uma vez cadastrados, a entidade indicará o
perito para atuar.

2º - na hipótese de não haver perito inscrito para a localidade no cadastro, o magistrado


poderá nomear livremente profissional ou órgão técnico ou científico para realização da
perícia.

É importante ressaltar que os peritos observam as regras relativas ao impedimento e à suspeição previstos
no art. 144 e 145, do CPC, e também poderão se escusar, tal como prevê o art. 467, caput, e art. 157, ambos
do CPC.

Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz,
empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo
legítimo.

§ 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (QUINZE) DIAS, contado da intimação, da


suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la.

§ 2o Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos


documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação
seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de
conhecimento.

Do art. 157...

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a contar da intimação OU

PRAZO PARA ESCUSA 15 dias


do fato, se derivado de
causa superveniente

A atuação do perito é de grande responsabilidade e poderá determinar o curso do processo. Assim, caso o
perito aja com dolo ou culpa, ou preste informações inverídicas, poderá ser responsabilizado civilmente
pelos atos praticados.

Essa responsabilidade civil – tal como visto acima em relação ao chefe de secretaria e ao oficial de justiça –
não afasta (elide) outras esferas de responsabilização como a disciplinar, perante o órgão, e a penal.

Além da responsabilidade civil, o art. 158, do CPC, estabelece que o perito ficará impedido de atuar em outras
perícias pelo prazo de 2 a 5 anos.

Veja:

Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá
pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no
prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em
lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas
que entender cabíveis.

Portanto...

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RESPONSABILIZAÇÃO DO
PERITO

se agir com dolo ou culpa e


prestar informações
inverídicas

inabilitação para outras


responsabilidade civil pelos comunicação ao órgão de
perícias pelo prazo de 2 a 5
danos causados classe para medidas cabíveis
anos

3.3 - Depositário e Administrador

O depositário ou administrador é uma figura comum no processo civil. Sempre que houver apreensão judicial
de bens, o juiz poderá nomeá-los para a guarda e conservação. Embora não seja objeto do estudo da aula de
hoje, é possível que o próprio executado ou o demandado assuma a guarda dos bens.

Pergunta-se:

Qual a diferença entre depositário e administrador?

encarregado pela guarda e conservação


DEPOSITÁRIO
do bem

além da guarda e conservação, há


ADMINISTRADOR
necessidade de praticar atos de gestão

Confira o art. 159:

Art. 159. A guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou


arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador, não dispondo a lei de outro
modo.

Em contrapartida ao exercício dessa obrigação, o art. 160, do CPC, prevê uma remuneração a ser fixada pelo
juiz que poderá, ainda, nomear prepostos para auxiliarem o depositário ou administrador.

Art. 160. Por seu trabalho o depositário ou o administrador perceberá remuneração que
o juiz fixará levando em conta a situação dos bens, ao tempo do serviço e às dificuldades
de sua execução.

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Parágrafo único. O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indicação do depositário
ou do administrador.

Não obstante a contraprestação remuneratória, o encargo poderá gerar responsabilização quando houver
má conservação ou guarda do bem. Prevê o art. 161 que o depositário ou administrador responde pelos
prejuízos que causar por dolo ou culpa. Além disso, perderá o direito à remuneração arbitrada, embora seja
ressarcido de eventuais despesas que teve ao longo do trabalho.

Vamos exemplificar. Nomeado, o depositário causa avaria no bem por descuido. O magistrado, em face do
ocorrido, determina que o depositário indenize a redução do valor do bem e, além disso, determina que não
seja pago o valor a que teria direito a título de contraprestação. Contudo, durante o tempo que esteve sob a
posse do bem, realizou comprovadamente gastos com a manutenção, os quais serão ressarcidos.

Art. 161. O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo ou
culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas tem o direito
a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo.

Parágrafo único. O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos causados, sem
prejuízo de sua responsabilidade penal e da imposição de sanção por ato atentatório à
dignidade da justiça.

Vamos tratar um pouco mais do parágrafo único, que aborda a figura do depositário infiel. Tal modalidade
surge sempre que o depositário perder ou avariar totalmente o bem sob sua responsabilidade.

O dispositivo acima prevê que o depositário infiel:

 responderá civilmente pelos prejuízos causados;

 responderá penalmente se houver enquadramento legal, mas não poderá ser preso
civilmente; e

 sofrerá sanção por ato atentatório à dignidade da justiça, previsto no art. 77, do CPC.

A Constituição Federal trata do tema explicitamente e prevê, dentre seus direitos, que não poderá haver
prisão por dívidas, exceto no caso de inadimplemento de obrigação alimentar. A proibição do depositário
infiel decorre da internalização da Convenção Interamericana de Direitos Humanos, também conhecida
como Pacto San José da Costa Rica. Na época da internalização desse documento, o Brasil ainda adotava a
prisão civil do depositário infiel. Veja:

LXVII - Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.

Apesar dessa previsão Constitucional, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos trouxe a
impossibilidade de prisão civil do depositário infiel. Por se tratar de um documento internalizado com
quórum de norma infraconstitucional, o STF, adotando novo entendimento a respeito do assunto, afirmou
que o Pacto de San José da Costa Rica possui natureza de norma supralegal.

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Em decorrência disso, não é possível que uma lei ordinária preveja, ou melhor, regulamente o dispositivo
constante do art. 5º, LXVII, da Constituição Federal, que permite a prisão do depositário infiel. Perceba que,
nos termos do art. 5º, está previsto que a restrição à liberdade somente poderá ocorrer na forma da lei.
Como o dispositivo depende de lei infraconstitucional para regulamentá-lo, mas o Pacto de San José da Costa
Rica veda tal regulamentação, torna-se impossível, juridicamente, a instituição da prisão civil do depositário
infiel no âmbito do direito interno brasileiro.

Resumindo esse entendimento, o STF editou a Súmula Vinculante 25 nos seguintes termos:

Súmula Vinculante 25.

É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.

Embora não seja permitida a prisão, isso não impede que o depositário sofra processo crime por apropriação
indébita, por peculato ou por fraude à execução. Inclusive, se configurados os crimes acima na forma prevista
na legislação penal, haverá a possibilidade de prisão. O importante é não confundir essa prisão, em
decorrência de processo criminal, com a prisão civil, que está obstaculizada.

Portanto:

Em razão da natureza supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos, consoante


posicionamento atual do STF, o Pacto de San José da Costa Rica veda a regulamentação do art. 5º, LXVII,
norma de eficácia limitada, que prevê a possibilidade de lei infraconstitucional prever a prisão do
depositário infiel.

Para a prova...

DEPOSITÁRIO E ADMINISTRADOR

• responsável pela guarda e manutenção;


• receberá contraprestação e ressarcimento de despesas;
• admite-se a nomeação de prepostos para auxiliá-lo;
• se, por dolo ou culpa, causar prejuízo deve indenizar e perde a contraprestação, mas terá direito ao
ressarcimento de despesas;
• depositário infiel sofre responsabilização civil, penal e sanção por ato atentatório à dignidade da
justiça (na forma do art. 77, do CPC).

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3.4 - Intérprete e Tradutor

A nomeação de intérprete ou de tradutor no processo civil poderá ocorrer em três situações:

 Para traduzir documento escrito em língua estrangeira;

 Para traduzir depoimentos colhidos em língua estrangeira dos depoentes que não
conhecerem o idioma nacional; e

 Para realizar interpretação simultânea dos depoimentos quando a parte ou a


testemunha se comunique por intermédio de LIBRAS.

Essa última hipótese é interessante. Caso uma pessoa com deficiência auditiva demande auxílio, terá direito
a constituição de intérprete a fim de que possa acompanhar a prática dos atos do processo que lhe dizem
respeito, tal como a realização de audiência e as sustentações orais.

Confira:

Art. 162. O juiz nomeará intérprete ou tradutor quando necessário para:

I - traduzir documento redigido em língua estrangeira;

II - verter para o português as declarações das partes e das testemunhas que não
conhecerem o idioma nacional;

III - realizar a interpretação simultânea dos depoimentos das partes e testemunhas com
deficiência auditiva que se comuniquem por meio da Língua Brasileira de Sinais, ou
equivalente, quando assim for solicitado.

Consta do art. 148, do CPC, que as hipóteses de impedimento (art. 144) e de suspeição (art. 145) são
aplicadas aos auxiliares de justiça, entre os quais estão os intérpretes e tradutores. Além dessas hipóteses,
especificamente a esses auxiliares temos, ainda, o art. 163, que traz três novos impedimentos.

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caso se enquadrem nas hipóteses de impedimento (art. 144)


ou de suspeição (art. 145)

se não tiver a livre administração dos bens


NÃO PODEM ATUAR
COMO INTÉRPRETES OU
TRADUTORES se for arrolado como testemunha ou se atuar como perito
no processo

se estiver inabilitado para o exercício da profissão, em face


de sentença penal condenatória, pelo período que durar os
efeitos da pena

Veja:

Art. 163. NÃO pode ser intérprete ou tradutor quem:

I - não tiver a livre administração de seus bens;

II - for arrolado como testemunha ou atuar como perito no processo;

III - estiver inabilitado para o exercício da profissão por sentença penal condenatória,
enquanto durarem seus efeitos.

Para encerrar o tópico, confira o art. 164, do CPC, que permite ao intérprete ou tradutor a escusa, no prazo
de 15 dias, a contar da intimação ou da ocorrência do fato, quando se tratar de fato superveniente.

Art. 164. O intérprete ou tradutor, oficial ou não, é obrigado a desempenhar seu ofício,
aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 157 e 158.

3.5 - Conciliadores e Mediadores Judiciais

O CPC ocupa 10 artigos para tratar dos conciliadores e mediadores. Esses dispositivos não tratam da matéria
em sentido global, apenas trazem algumas definições quanto à atuação desses auxiliares da justiça.

Desse modo, permanece em vigor e plenamente aplicável a legislação específica que trata sobre o assunto.
O que temos, com o Novo Código, é uma atenção maior ao tema.

Em síntese, vamos analisar quem são e como atuam os conciliadores e mediadores no âmbito do processo
civil.

Primeiramente, pergunta-se:

Qual a diferença entre o conciliador e mediador?

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O art. 165, §§ 2º e 3º, do CPC, deixa clara a distinção.

A condução das audiências de conciliação e de mediação não serão feitas pelo Juiz. A ideia é profissionalizar
os mediadores e os conciliadores, que passarão a ser capacitados para tanto. O Juiz estará fora desses atos,
cabendo a ele apenas julgar.

A distinção entre mediador e conciliador, embora ambos sejam terceiros estranhos aos conflitos que
auxiliam os conflitantes na busca consensual do conflito, está na técnica ou no modo utilizado para chegar a
autocomposição.

O mediador é mais sutil, ele não pode ser proativo, ou seja, não pode propor o acordo. O mediador, como
facilitador do diálogo, atua apenas como um ouvinte das partes, a fim de facilitar a comunicação para que
os conflitantes construam a solução. Em razão disso, sugere-se a utilização da mediação para os processos
nos quais haja relação entre os conflitantes, a exemplo de relações de família, de societários ou de
vizinhança.

A conciliação é proativa, com possibilidade de formulação de proposta pelo conciliador. Recomenda-se a


utilização da conciliação para conflitos ocasionais, episódicos, de pessoas que não se relacionavam antes,
por exemplo, fornecedor e consumidor, pessoas envolvidas em acidente de carro etc.

Comparativamente, temos:

CONCILIADOR MEDIADOR
Atua preferencialmente em casos que não haja vínculo Atua preferencialmente em casos em que
anterior entre as partes (sem considerar o vínculo existe vínculo entre as partes.
decorrente do processo ou da lide discutida).
Por exemplo, relações familiares.
Por exemplo, lide contratual pela não prestação de serviço.
Pode sugerir soluções para o litígio, desde que não Atua como facilitar para que as próprias
constranja ou intime as partes a conciliar. partes identifiquem a solução consensual
mutuamente benéfica.

Veja:

Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos,


responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo
desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a
autocomposição.

§ 1o A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal,


observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça.

§ 2o O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que NÃO houver vínculo
anterior entre as partes, PODERÁ sugerir soluções para o litígio, sendo VEDADA a
utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes
conciliem.

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§ 3o O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver VÍNCULO


anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os
interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação,
identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.

Portanto, os dois elementos acima (vínculo entre as partes e possibilidade de sugerir a solução) definem a
diferença entre conciliação e mediação. Seja um auxiliar ao outro, devem ser observados os seguintes
princípios na atuação.

independência

imparcialidade

autonomia da vontade

PRINCÍPIOS confidencialidade

oralidade

informalidade

decisão informada

Vejamos, em síntese, o conceito de cada um desses princípios:

 O princípio da independência fixa que conciliadores e mediadores não podem sofrer


pressões externas para o exercício da função.

 O princípio da imparcialidade impõe que tanto o conciliador como o mediador atuem


de forma equidistante das partes, não podendo atuar tendenciosamente em favor de uma
ou de outra parte.

É em razão desse princípio que surge a possibilidade de arguição de impedimento ou


suspeição de conciliadores e de mediadores.

 O princípio da autonomia da vontade revela que a finalidade da mediação e da


conciliação é chegar à autocomposição e, portanto, o respeito à vontade das partes deve
prevalecer. Esse princípio revela o fato de que as partes possuem liberdade para definição
de como ocorrerá a autocomposição, de modo que podem definir, inclusive, as regras
procedimentais das tratativas, segundo o que prescreve o §4º, do art. 166, do CPC.

 O princípio da confidencialidade (cláusula de sigilo) informa que os fatos e as discussões


havidos no bojo da conciliação ou da mediação não possuem qualquer valor fora do âmbito
da autocomposição. Em razão disso, declarações dadas no contexto de uma conciliação ou
mediação não podem ser utilizadas como meio de prova para o processo judicial, seja ele
envolvendo as partes ou terceiros. Do mesmo modo, em face do princípio da

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confidencialidade, veda-se ao conciliador ou mediador divulgar ou depor sobre fatos que


tenha conhecimento em razão do desempenho das suas funções.

 O princípio da oralidade impõe que os trabalhos se deem preferencialmente na forma


verbal, até mesmo como forma de prestigiar a celeridade.

 O princípio da informalidade revela a real intenção desses institutos, quais sejam, a


resolução autônoma do conflito, de modo que as partes não ficam presas a regras e a
procedimentos formais. É justamente em decorrência da informalidade que as partes
podem dispor sobre o procedimento, fixando as regras que entenderem convenientes para
aquela autocomposição.

 O princípio da decisão informada pressupõe a suficiente e prévia informação das


consequências decorrentes do acordo firmado, seja em sede de conciliação ou de
mediação.

Um acordo envolve uma série de informações que devem ser manejadas até que seja
aceito. É preciso que o consentimento seja informado, ou seja, que as partes conheçam
claramente as condições e as consequências do acordo. O consentimento que encerra a
mediação e a conciliação tem que viabilizar uma quantidade de informações que permita
que a parte decida com tranquilidade.

Agora, leia o dispositivo:

Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência,


da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da
informalidade e da decisão informada.

§ 1o A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do


procedimento, cujo teor NÃO poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por
expressa deliberação das partes.

§ 2o Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador,


assim como os membros de suas equipes, NÃO poderão divulgar ou depor acerca de fatos
ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação.

§ 3o Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente


favorável à autocomposição.

§ 4o A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos


interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais.

Não temos maiores restrições quanto à possibilidade do cadastramento e à escolha do conciliador ou do


mediador. A regra é a liberdade. Contudo, o CPC estabelece algumas hipóteses de impedimento.

Primeiro, devemos saber que as regras previstas nos arts. 144 e 145, do CPC, se aplicam aos conciliadores e
aos mediadores.

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Segundo, uma vez escolhido como conciliador ou mediador para atuar em determinado processo, a pessoa
não poderá ser selecionada para atuar como assessor, representante ou advogado de alguma das partes
envolvidas por, pelo menos, um ano.

Confira:

Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo PRAZO DE 1 (UM) ANO,
contado do término da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou
patrocinar qualquer das partes.

Ademais, é relevante analisar, desde já, o art. 173, do CPC, que arrola as situações que geram a exclusão –
que terá caráter definitivo – de conciliadores e de mediadores dos cadastros.

Confira as hipóteses:

 Caso haja com dolo ou culpa na condução dos trabalhos ou viole o dever de
confidencialidade.

 Caso atue, embora impedido ou suspeito. Se o conciliador ou mediador atuar quando


impedido ou suspenso na forma dos arts. 144 e 145 do CPC será excluído.

Além da exclusão, o art. 173, §3º, do CPC, trata da possibilidade de suspensão do conciliador ou do mediador
por decisão do coordenador do centro de conciliação pelo prazo de até 180 dias.

Veja:

Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele que:

I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua


responsabilidade ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 166, §§ 1o e 2o [dever
de confidencialidade];

II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito.

§ 1o Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo administrativo.

§ 2o O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e mediação, se


houver, verificando atuação inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de
suas atividades por ATÉ 180 (CENTO E OITENTA) DIAS, por decisão fundamentada,
informando o fato imediatamente ao tribunal para instauração do respectivo processo
administrativo.

Para a prova:

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Dolo ou culpa na condução do


trabalho

Violação do dever de
Exclusão
confidencialidade

AFASTAMENTO DE Atuação quando impedido ou


CONCILIADOR/MEDIADOR suspenso

Por até 180 dias por atuação


Suspensão
inadequada

É importante destacar que os advogados podem atuar como conciliadores e mediadores. Contudo, não
podem atuar como advogados no mesmo juízo perante o qual atuam como conciliador ou mediador.

Desse modo...

aplicam-se as regras de impedimento


e suspensão

advogado não pode atuar em Juízos


perante os quais atua como
IMPEDIMENTO e conciliador ou mediador
EXCLUSÃO DE
MEDIADOR ou uma vez tendo atuado, não poderá
CONCILIADOR ser assessor, representante ou agir com dolo ou
advogado da parte pelo prazo de 1 culpa
ano.

violar dever de
causa exclusão do cadastro:
confidencialidade

atuar, mesmo
estando impedido
ou suspenso

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Quanto às regras procedimentais, temos o art. 170, que trata como o mediador e o conciliador devem
proceder caso estejam impedidos, e o art. 171, que estabelece a situação de impossibilidade temporária para
o exercício da função.

Art. 170. No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comunicará


imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do
processo ou ao coordenador do centro judiciário de solução de conflitos, devendo este
realizar nova distribuição.

Parágrafo único. Se a causa de impedimento for apurada quando já iniciado o


procedimento, a atividade será interrompida, lavrando-se ata com relatório do ocorrido e
solicitação de distribuição para novo conciliador ou mediador.

Art. 171. No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador ou


mediador informará o fato ao centro, preferencialmente por meio eletrônico, para que,
durante o período em que perdurar a impossibilidade, não haja novas distribuições.

Os conciliadores e mediadores serão, em regra, remunerados, conforme estabelece o art. 169, do CPC.
Contudo, é importante destacar que a função poderá ser exercida de forma voluntária e, para atender a
situações de gratuidade de justiça, há previsão de que um percentual desses atendimentos não remunerados
deve ser efetuado, inclusive, pelas câmaras privadas.

Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6o, o conciliador e o mediador receberão
pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme
parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça.

§ 1o A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada


a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal.

§ 2o Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que deverão


ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, com o fim de atender
aos processos em que deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu
credenciamento.

Vimos até o presente a distinção entre conciliador e mediador, as regras de suspeição, de impedimento e a
exclusão da função. É importante definir quem poderá ou será escolhido para atuar como conciliador ou
mediador.

Como vimos acima, vige o princípio da autonomia vontade, pelo que, primeiramente, as partes podem
decidir se irão submeter à autocomposição nas formas extrajudiciais, segundo regramentos específicos. Isso
vem expresso no parágrafo único do art. 175, do CPC, que será citado mais adiante.

Para fins do nosso estudo, é relevante tratar da conciliação e da mediação desenvolvida perante o Poder
Judiciário. Nesse caso, a definição das pessoas que irão atuar ocorre de três formas:

1ª – conciliadores e mediadores cadastrados perante o Poder Judiciário;

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O CPC cria o dever de os Tribunais (TJs e TRFs) criarem centros judiciários de solução judicial
de conflitos, órgãos do tribunal, do Poder Judiciário. Esses órgãos deverão ser criados,
cabendo a cada tribunal definir a composição e a organização destes centros, a partir de
diretrizes estabelecidas na lei, e que já estavam estabelecidas na Resolução CNJ 125.

Esses centros terão duas competências: 1) realizar as audiências de mediação e conciliação;


e 2) desenvolver políticas públicas, auxiliando, orientando e pesquisando a conciliação.

As causas serão distribuídas de maneira alternada e aleatória, para que haja uma divisão
interna de serviço e se evite o direcionamento da distribuição. É certo que as partes podem
escolher o conciliador ou mediador de maneira consensual, mas se não forem escolhidos,
seguirão a regra de distribuição.

Sempre que for recomendável, é possível que seja designado mais de um mediador e
conciliador para a mesma causa, quando o conflito exigir mais de uma especialidade.

2ª – câmaras privadas de conciliação e de mediação.

Nessa hipótese, temos pessoas particulares atuando como auxiliares da justiça. Prevê o art.
167, do CPC, que esses conciliadores e mediadores (ainda que vinculados a uma câmara
privada) devem possuir capacitação mínima junto a entidade credenciada antes de
requerer o cadastro.

Haverá dois cadastros, um nacional e outro fixado pelo tribunal. Nesses cadastros é preciso
que se indique qual a área de especialidade da conciliação e da mediação, (especialista em
acidente de trânsito, em família etc.). Além disso, deverá conter dados relevantes do
conciliador e do mediador. Ou seja, trata-se de um histórico do mediador e do conciliador,
em que, na medida em que forem atuando, os casos sejam registrados no prontuário, de
modo a ser possível aferir eventual impedimento.

Os dados colhidos serão classificados sistematicamente pelo Tribunal, que os tornarão, ao


menos anualmente, públicos.

O Código deixa claro que a Mediação e a Conciliação podem ser realizadas com Câmaras
Privadas de Conciliação e Mediação, desde que as partes as escolham e que tenham
convênio com o Tribunal.

As partes também podem escolher o Mediador e o Conciliador, nesse caso eles não
precisarão estar cadastrados no Tribunal. Entretanto, uma vez escolhidos, eles entrarão no
cadastro. Em suma, as partes podem eleger uma terceira pessoa que não esteja no rol
cadastrado no Tribunal, contudo, após a escolha, este deverá compor o cadastro, até para
viabilizar o controle público.

3ª – formação de quadro de servidores (conciliadores e mediadores) por concurso


público.

A realização de concurso público específico para esse fim constitui uma opção do órgão,
que poderá decidir pela conveniência de criar quadro próprio.

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De toda forma, cabe à parte decidir qual das formas se valerá para a composição. A fim de auxiliar as partes
em tal decisão, prevê o CPC que serão divulgadas – pelo menos uma vez por ano – informações relativas ao
quadro de conciliadores e mediadores. Entre as informações divulgadas temos o número de processos que
o conciliador ou mediador atuou, bem como o desempenho e as matérias que tem atuado.

Confira o art. 167, do CPC:

Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação


serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal
regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua
área profissional.

§ 1o Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por


entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de
Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o
respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro
de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal.

§ 2o Efetivado o registro, que PODERÁ ser precedido de concurso público, o tribunal


remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o
conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da
respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio
da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional.

§ 3o Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores


constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número de processos
de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou a
controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes.

§ 4o Os dados colhidos na forma do § 3o serão classificados sistematicamente pelo tribunal,


que os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da população e para fins
estatísticos e de avaliação da conciliação, da mediação, das câmaras privadas de
conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediadores.

§ 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advogados,


estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções.

§ 6o O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores,


a ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as disposições deste
Capítulo.

O art. 168, do CPC, ratifica a regra que vimos acima sobre a liberdade para definição do conciliador e do
mediador.

Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a


câmara privada de conciliação e de mediação.

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§ 1o O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado no


tribunal.

§ 2o INEXISTINDO acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá


distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva
formação.

§ 3o Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou


conciliador.

E, para encerrar o tópico, cumpre analisar os arts. 174 e 175, ambos do CPC, que tratam da formação das
câmaras de mediação e de conciliação.

Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de


mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no
âmbito administrativo, tais como:

I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública;

II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação,


no âmbito da administração pública;

III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta.

Art. 175. As disposições desta Seção não excluem outras formas de conciliação e
mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio
de profissionais independentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica.

Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que couber, às câmaras


privadas de conciliação e mediação.

De todas essas regras, vamos destacar as principais informações sobre os conciliadores e mediadores, que
poderão ser exploradas na prova:

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CONCILIADORES E MEDIADORES

• O conciliador atua preferencialmente em casos em que não haja vínculo entre as partes, podendo
sugerir solução (sem intimidar ou constranger).
• O mediador atua preferencialmente em casos em que haja vínculo entre as partes, atuando como
facilitador para que as partes identifiquem a solução consensual.
• Princípios: a) imparcialidade; b) autonomia da vontade; c) confidencialidade; d) oralidade; e)
informalidade; f) decisão informada.
• Aos conciliadores e aos mediadores: a) aplicam-se as regras de impedimento e suspeição; b)
advogado não pode atuar como conciliador ou mediador perante o juízo que atua como procurador;
c) uma vez atuado como conciliador ou mediador da parte não pode ser assessor, representante ou
procurador das partes pelo prazo de 1 ano; d) gera exclusão ou suspensão por até 180 dias: i) agir
com dolo ou culpa; ii) violar dever de confidencialidade; e iii) atuar, mesmo estando impedido ou
suspeito.
• Atividade, em regra, remunerada, exceto: a) trabalho voluntário; b) mínimo exigido das câmaras
privadas para gratuidade da justiça; c) servidores públicos mediadores e conciliadores, cuja
remuneração se dá por intermédio dos cofres públicos.
• As partes podem escolher entre mediadores e conciliadores: a) pessoas naturais cadastradas; b)
câmaras privadas; ou c) servidores, se houver.
• A fim de subsidiar a escolha são divulgados (ao menos anualmente): a) número de processos que
atuou; b) desempenho; e c) áreas de atuação.

MINISTÉRIO PÚBLICO
Em relação ao Ministério Público, você observará, na medida em que analisarmos os dispositivos, que as
alterações em face do CPC73 foram pequenas. Isso facilita nosso estudo, pois, salvo algumas alterações
formais, a disciplina é muito semelhante. Desse modo, nossa análise será objetiva e direta.

Para fins do nosso estudo, devemos saber que o Ministério Público atua ora como parte, ora como fiscal da
ordem jurídica.

 Atuação como parte:

De acordo com o art. 176, do CPC, o Ministério Público atuará na defesa...

 da ordem jurídica;

 do regime democrático; e

 dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis.

Muita atenção, pois, corriqueiramente, essas hipóteses são abordadas em provas objetivas. Em relação à
terceira hipótese citada, a atuação do órgão se dá em relação aos direitos sociais e em relação aos direitos
individuais indisponíveis. Veja:

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Art. 176. O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático
e dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis.

Para a defesa dos direitos acima listados, o Ministério Público exercerá o direito de ação na forma do art.
177, do CPC:

Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas
atribuições constitucionais.

 Atuação como fiscal da ordem jurídica:

Vem previsto no art. 178, do CPC.

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no PRAZO DE 30 (TRINTA) DIAS, intervir
como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e
nos processos que envolvam:

I - interesse público ou social;

II - interesse de incapaz;

III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de
intervenção do Ministério Público.

Nesses casos, o Ministério Público será intimado para se manifestar no prazo de 30 dias. Para fins de prova,
devemos conhecer as hipóteses listadas.

Portanto...

quando estiver previsto na CF ou na legislação

quando envolver interesse público ou social


ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO COMO
FISCAL DA ORDEM JURÍDICA
quando envolver interesse de incapaz

quanto trata de litígio coletivo pela posse de terra rural


ou urbana

Nas hipóteses acima, o Ministério Público:

 terá vista dos autos após as partes;

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Ä será intimado de todos os atos do processo;

 poderá produzir provas;

 poderá requerer medidas processuais; e

 poderá recorrer.

É o que consta do art. 179, do CPC:

Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público:

I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de TODOS os atos do processo;

II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.

Como o Ministério Público possui uma grande carga de processos para atuar, prevê o art. 180, do CPC, que
ele terá sempre prazo em dobro para se manifestar nos autos, a contar da intimação pessoal, que poderá
ocorrer por carga ou remessa dos autos e, também, por meio eletrônico. Esse prazo em dobro somente não
será considerado quando a legislação prever prazo específico para a manifestação do Ministério Público.

Art. 180. O Ministério Público gozará de PRAZO EM DOBRO PARA MANIFESTAR-SE nos
autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1o [carga,
remessa ou meio eletrônico].

§ 1o Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer,


o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo.

§ 2o NÃO se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma


expressa, prazo próprio para o Ministério Público.

Para encerrar o tópico, confira o art. 181, do CPC, que estabelece a possibilidade de responsabilidade civil
regressiva do Ministério Público, quando agir com dolo ou fraude no desempenho de suas funções.

Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando
agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.

ADVOCACIA PÚBLICA
Neste tópico vamos estudar a disciplina referente à advocacia pública. São dispositivos simples e que adotam
uma estrutura remissiva. Eles fazem referência à Constituição no que tange à advocacia e à legislação
específica.

São apenas três regras:

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1º - A advocacia pública atua na defesa do interesse público da União, dos estados-membros, do Distrito
Federal e dos Municípios.

Veja:

Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e promover os interesses
públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por meio da
representação judicial, em todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de direito
público que integram a administração direta e indireta.

2º - A advocacia pública goza de prazo em dobro para todas as manifestações processuais, a não ser
quando a lei prever prazo específico, contando-se o prazo da intimação pessoal (carga, remessa ou meio
eletrônico).

É o que temos no art. 183, do CPC:

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias
e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.

§ 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.

§ 2o NÃO se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma


expressa, prazo próprio para o ente público.

3º - Os advogados públicos sujeitam-se à responsabilidade civil regressiva em caso de atuação com dolo
ou fraude.

Confira:

Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando
agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.

DEFENSORIA PÚBLICA
Tal como tivemos em relação à advocacia, os dispositivos estudados na parte relativa à Defensoria Pública
são gerais, retomam o texto Constitucional e fazem referência à legislação específica atinente ao tema.

A Defensoria Pública é instituição fundamental para a promoção do acesso ao Poder Judiciário, tendo por
prerrogativa o exercício da orientação jurídica, da promoção dos direitos humanos e da defesa dos direitos
individuais e coletivos das pessoas necessitadas.

Assim:

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ATUAÇÃO DA DEFENSORIA

em relação aos necessitados

promoção dos direitos defesa dos direitos


orientação jurídica
humanos individuais e coletivos

Veja:

Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os
graus, de forma integral e gratuita.

Tal como o Ministério Público e a advocacia pública, a Defensoria também goza da prerrogativa processual
do prazo em dobro:

Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais.

§ 1o O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art.
183, § 1o.

§ 2o A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da parte


patrocinada quando o ato processual depender de providência ou informação que somente
por ela possa ser realizada ou prestada.

§ 3o O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de


Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica
gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria Pública.

§ 4o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma


expressa, prazo próprio para a Defensoria Pública.

A diferença em relação à Defensoria Pública está no fato de que poderá requerer a intimação pessoal do
próprio titular do direito material quando se referir à providência ou informação que apenas ele possa
realizar ou prestar.

De todo modo...

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aplica-se ao membros do MP, da advocacia pública e da


DP

aplica-se a todas as manifestações processuais


PRAZO EM
DOBRO
conta a partir da intimação pessoal (carga, remessa ou
meio eletrônico)

devem ser observadas eventuais leis específicas

Por fim, segue a mesma responsabilidade civil regressiva, estendida à Defensoria:

Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e regressivamente responsável quando
agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.

Para encerrar, vejamos um quadro síntese com as principais regras referentes à atuação do Ministério
Público, da advocacia e da Defensoria Pública.

MINISTÉRIO PÚBLICO ADVOCACIA PÚBLICA DEFENSORIA PÚBLICA


Atuação: Atuação: Atuação (apenas em relação aos
 defesa da ordem jurídica;  defesa do interesse necessitados):
 defesa do regime democrático;  orientação jurídica;
público da União, estados-
 defesa dos interesses e direitos  promoção dos direitos humanos;
membros, Distrito Federal
sociais e individuais indisponíveis. e Municípios. e
 defesa dos direitos individuais e
coletivos.
Prerrogativa do prazo em dobro para todas as manifestações processuais, a não ser quando a lei prever
prazo específico, contando-se o prazo da intimação pessoal (carga, remessa ou meio eletrônico).
Sujeitam-se à responsabilidade civil regressiva em caso de atuação com dolo ou fraude.

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Regras específicas: Regra específica:


 Intimado para se manifestar no  A Defensoria Pública poderá
prazo de 30 dias, quando fiscal da requerer a intimação pessoal do
ordem jurídica. titular do direito material quando se
 Atua como fiscal da ordem jurídica, referir à providência ou informação
quando: a) previsto na CF/lei; b) que apenas ele possa realizar ou
interesse público ou social; c) interesse prestar
de incapaz; d) litígios coletivos pela
posse de terra rural ou urbana.
 Na atuação como fiscal da ordem
jurídica: a) terá vista dos autos após as
partes; b) será intimado de todos os
atos do processo; c) poderá produzir
provas; d) poderá requerer medidas
processuais; e e) poderá recorrer.

DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA


CORRELATA

 art. 139, do CPC: deveres do magistrado

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:

I - assegurar às partes igualdade de tratamento;

II - velar pela duração razoável do processo;

III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir


postulações meramente protelatórias;

IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias


necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que
tenham por objeto prestação pecuniária;

V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de


conciliadores e mediadores judiciais;

VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,


adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela
do direito;

VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da
segurança interna dos fóruns e tribunais;

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VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las
sobre os fatos da causa, hipótese em que NÃO incidirá a pena de confesso;

IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios


processuais;

X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério


Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem
o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de
setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.

 art. 140, do CPC: proibição do non liquet

Art. 140. O juiz NÃO se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.

Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.

 art. 143, do CPC: responsabilidade civil do magistrado

Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos QUANDO:

I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;

II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício
ou a requerimento da parte.

Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que
a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado
no prazo de 10 (dez) dias.

 art. 144, do CPC: hipóteses de impedimento

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:

I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

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V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte


no processo;

VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;

VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego
ou decorrente de contrato de prestação de serviços;

VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;

IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o


advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da
atividade judicante do juiz.

§ 2o É VEDADA a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.

§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido


a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que
individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente
no processo.

Ä art. 145, do CPC: hipóteses de suspeição

Art. 145. Há suspeição do juiz:

I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que
subministrar meios para atender às despesas do litígio;

III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de
declarar suas razões.

§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:

I - houver sido provocada por quem a alega;

II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.

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 art. 148, do CPC: extensão das hipóteses de impedimento e de suspeição

Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:

I - ao membro do Ministério Público;

II - aos auxiliares da justiça;

III - aos demais sujeitos imparciais do processo.

 art. 152: atribuições do escrivão/chefe de secretaria

Art. 152. Incumbe ao ESCRIVÃO ou ao CHEFE DE SECRETARIA:

I - redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias e os demais atos


que pertençam ao seu ofício;

II - efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem como praticar todos os
demais atos que lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária;

III - comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar servidor para substituí-lo;

IV - manter sob sua guarda e responsabilidade os autos, NÃO permitindo que saiam do
cartório, EXCETO:

a) quando tenham de seguir à conclusão do juiz;

b) com vista a procurador, à Defensoria Pública, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública;

c) quando devam ser remetidos ao contabilista ou ao partidor;

d) quando forem remetidos a outro juízo em razão da modificação da competência;

V - fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, INDEPENDENTEMENTE de


despacho, observadas as disposições referentes ao segredo de justiça;

VI - praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios.

§ 1o O juiz titular editará ato a fim de regulamentar a atribuição prevista no inciso VI.

§ 2o No impedimento do escrivão ou chefe de secretaria, o juiz convocará substituto e, não


o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato.

 art. 154, do CPC: atribuições do oficial de justiça

Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça:

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I - fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais diligências próprias


do seu ofício, sempre que possível na presença de 2 (duas) testemunhas, certificando no
mandado o ocorrido, com menção ao lugar, ao dia e à hora;

II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;

III - entregar o mandado em cartório após seu cumprimento;

IV - auxiliar o juiz na manutenção da ordem;

V - efetuar avaliações, quando for o caso;

VI - certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por qualquer das


partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber.

Parágrafo único. Certificada a proposta de autocomposição prevista no inciso VI, o juiz


ordenará a intimação da parte contrária para manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias,
sem prejuízo do andamento regular do processo, entendendo-se o silêncio como recusa.

 art. 165, §§ 2º e 3º, do CPC: conceito de mediador e de conciliador

§ 2o O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que NÃO houver vínculo
anterior entre as partes, PODERÁ sugerir soluções para o litígio, sendo VEDADA a
utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes
conciliem.

§ 3o O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver VÍNCULO


anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os
interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação,
identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.

 art. 166, caput, do CPC: princípios da conciliação

Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência,


da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da
informalidade e da decisão informada.

 art. 178, do CPC: atuação do MP como fiscal da ordem jurídica

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no PRAZO DE 30 (TRINTA) DIAS, intervir
como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e
nos processos que envolvam:

I - interesse público ou social;

II - interesse de incapaz;

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III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de
intervenção do Ministério Público.

 art. 179: prerrogativas processuais do MP na atuação como fiscal da ordem jurídica

Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público:

I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de TODOS os atos do processo;

II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.

 art. 180, caput, do CPC: prazo em dobro para o MP

Art. 180. O Ministério Público gozará de PRAZO EM DOBRO PARA MANIFESTAR-SE nos
autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1o [carga,
remessa ou meio eletrônico].

 art. 183, caput, do CPC: prazo em dobro para advocacia pública

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias
e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.

 art. 186, caput, do CPC: prazo em dobro para a DP:

Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais.

 Súmula Vinculante 25: vedação à prisão do depositário infiel

Súmula Vinculante 25.

É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mais uma aula concluída! Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou
disponível no fórum do Curso e por e-mail.

Ricardo Torques

@proftorques

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QUESTÕES COMENTADAS
CESPE

1. (CESPE/TJ-ES - 2023) À luz do Código de Processo Civil, julgue o item a seguir, a respeito das
atribuições do juiz no âmbito do processo civil brasileiro.
Quando observar a existência de múltiplas demandas individuais repetitivas, o juiz poderá oficiar o Ministério
Público e a Defensoria Pública para promover a propositura de ação coletiva.

Comentários

A assertiva está correta.

O CPC traz disciplina própria relativamente aos deveres e aos poderes do magistrado. A primeira informação
que você deve ter em mente para fins de prova é que se trata de “dever-poder” e não de “poder-dever”.
Academicamente, se fala que aos magistrados são conferidos deveres e, para assegurar o correto exercício
da profissão, lhes são atribuídos poderes.

Temos, no art. 139, o um rol com 10 deveres que devem ser lidos com atenção. Especificamente, o inciso X
prevê a representação para coletivização de demandas, quando envolver direito individual homogêneo.

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:

(...)
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério
Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se
referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de
11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva
respectiva.
Sabendo que a Lei nº 7.347/1985 versa sobre a ação civil pública e que a Lei nº 8.078/1990 refere-se ao
Código de Defesa do Consumidor, é correto afirmar, portanto, que o juiz poderá oficiar o Ministério Público
e a Defensoria Pública para promover a propositura de ação coletiva, instrumento que encontra amparo
nos respectivos diplomas legais.

2. (CESPE/TJ-ES - 2023) À luz do Código de Processo Civil, julgue o item a seguir, a respeito das
atribuições do juiz no âmbito do processo civil brasileiro.
Caso esteja convencido de que ambas as partes utilizaram do processo para a prática de ato simulado, o juiz
deverá aplicar as penalidades da litigância de má-fé e proferir decisão que obste o objetivo ilícito das partes.

Comentários

A assertiva está correta.

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O art. 142, do CPC ratifica a possibilidade de condenação das partes por litigância de má-fé, quando
verificado, na prática, que se serviram do processo para a prática de ato simulado ou vedado em lei.

Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo
para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que
impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da litigância de má-fé.

Se as partes utilizam do processo para praticar atos simulados ou para conseguir fim proibido por lei, os atos
praticados no processo são nulos, devendo o juiz decretar, de ofício, a nulidade.

3. (CESPE/ALE-CE - 2021) Conforme o Código de Processo Civil, é vedado ao juiz exercer suas funções
em processo caso
A) seu amigo íntimo seja uma das partes, configurando impedimento.
B) seu parente de segundo grau, em linha reta, seja advogado na causa, configurando suspeição.
C) seja parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego, configurando impedimento.
D) uma das partes seja devedora de seu cônjuge, configurando impedimento.
E) seja membro de administração de pessoa jurídica parte no processo, configurando suspeição.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois se trata de hipótese de suspeição, de acordo com o art. 145, I, do CPC:

Art. 145. Há suspeição do juiz:


I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

A alternativa B está incorreta, pois se trata de hipótese de impedimento, de acordo com o art. 145, I, do
CPC:

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
II - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, a qual exigiu conhecimento da literalidade do inciso
VII do art. 144 do CPC, que dispõe o seguinte:

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego
ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
A alternativa D está incorreta, pois se trata de hipótese de suspeição, de acordo com o art. 145, III, do CPC:
Art. 145. Há suspeição do juiz:

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III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
A alternativa E está incorreta, pois se trata de hipótese de impedimento, de acordo com o art. 144, V, do
CPC:
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte
no processo;

4. (CESPE/MP-CE - 2020) De acordo com as regras estabelecidas pelo Código de Processo Civil acerca
das partes e seus procuradores, do juiz, dos auxiliares da justiça e do Ministério Público, julgue o item a
seguir.
Os poderes do juiz no processo civil incluem o de inquirir as partes sobre os fatos relacionados à causa, em
qualquer momento do processo, determinando, de ofício, o comparecimento do autor ou do réu em juízo.

Comentários

A assertiva está correta.

O magistrado poderá solicitar o comparecimento da parte caso entenda ser necessário o esclarecimento de
fatos narrados na contestação. Nessa situação, a parte será ouvida informalmente. É o que a doutrina
denomina de interrogatório livre ou informal, previsto no art. 139, VIII, do CPC:

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las
sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;

O mais relevante desse dispositivo não é a possibilidade de o magistrado ouvir as partes ao longo do
processo, mas a conclusão de que a oitiva da parte fora do depoimento não gera a confissão.

Na audiência de instrução, o magistrado irá tomar o depoimento das partes, momento em que poderá haver
a confissão. Passado esse momento processual, o magistrado poderá determinar o comparecimento das
partes para ouvi-las, contudo, não pode pretender obter a confissão nessa oitiva em razão da vedação
constante do dispositivo.

Essa hipótese – denominada de interrogatório livre – difere do depoimento da parte. Enquanto o


interrogatório livre visa esclarecer os fatos, o depoimento da parte tem por objetivo esclarecer os fatos,
mas especialmente obter a confissão.

5. (CESPE/TJ-RJ - 2021) No que se refere às causas de suspeição e impedimentos aplicáveis aos juízes,
assinale a opção correta.
A) As causas de suspeição e impedimentos aplicáveis aos juízes aplicam-se também aos auxiliares da justiça
e aos membros do Ministério Público.

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B) As causas de suspeição e impedimentos aplicáveis aos juízes não se aplicam aos auxiliares da justiça nem
aos membros do Ministério Público.
C) As suspeições se aplicam apenas aos membros do Ministério Público e os impedimentos se aplicam apenas
aos auxiliares da justiça.
D) As causas de suspeição e impedimentos aplicáveis aos juízes não se aplicam aos auxiliares da justiça, mas
se aplicam aos membros do Ministério Público.
E) As causas de suspeição e impedimentos aplicáveis aos juízes não se aplicam aos membros do Ministério
Público, mas se aplicam aos auxiliares da justiça.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

As hipóteses de impedimento e de suspeição previstas nos arts. 144 e 145 são aplicáveis aos membros do
Ministério Público, aos auxiliares da justiça e aos demais sujeitos imparciais do processo por força do que
prevê o art. 148, do CPC:

Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:

I - ao membro do Ministério Público;

II - aos auxiliares da justiça;

III - aos demais sujeitos imparciais do processo.

Portanto, as alternativas B, C, D e E estão incorretas.

6. (CESPE/MP-CE - 2020) Marta, casada com Marcelo sob o regime de comunhão universal de bens,
pretende propor uma ação sobre direito real imobiliário cujo objeto será um imóvel situado em dois
estados da Federação.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Ajuizada a ação, caso o magistrado seja inimigo de Marta, ele poderá declarar-se impedido para processar e
julgar a ação, devendo revelar as suas razões para tanto.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois a hipótese apresentada não se trata de impedimento, mas sim suspeição, de
acordo com o art. 145, I, do CPC.
Além disso, declarada a suspeição por motivo de foro íntimo, não há necessidade de o juiz declarar suas
razões, conforme §1º do referido dispositivo.
Vejamos:
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

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(...)
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de
declarar suas razões.

7. (CESPE/DPE-RO - 2022) Assinale a opção correta, acerca dos auxiliares de justiça.


A) O depositário infiel responde apenas na esfera civil pelos prejuízos por ele causados.
B) Cabe ao oficial de justiça redigir os mandados de citação.
C) O oficial de justiça somente será responsabilizado regressivamente pela prática de ato nulo doloso.
D) Incumbe ao escrivão ou chefe de secretaria praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios.
E) O intérprete ou tradutor pode atuar no mesmo processo em que estiver atuando como perito.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois também poderá haver responsabilização na área penal, bem como
imposição de sanção por ato atentatório à dignidade da justiça, de acordo com o art. 161, parágrafo único,
do CPC:

Art. 161. O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo ou culpa,
causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas tem o direito a haver o
que legitimamente despendeu no exercício do encargo.
Parágrafo único. O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos causados, sem
prejuízo de sua responsabilidade penal e da imposição de sanção por ato atentatório à
dignidade da justiça.

A alternativa B está incorreta, pois a atribuição de redigir os mandados de citação é do escrivão ou ao chefe
de secretaria, nos termos do art. 152, I, do CPC:

Art. 152. Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria:


I - redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias e os demais atos
que pertençam ao seu ofício;

A alternativa C está incorreta, pois responderão caso pratiquem ato nulo com dolo ou culpa.

Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e
regressivamente, quando:
I - sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou pelo juiz
a que estão subordinados;
II - praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, que exigiu conhecimento da literalidade do art. 152,
VI, do CPC:

Art. 152. Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria:

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VI - praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios.


A alternativa E está incorreta, pois há vedação expressa no art. 163 do CPC:
Art. 163. Não pode ser intérprete ou tradutor quem:
I - não tiver a livre administração de seus bens;
II - for arrolado como testemunha ou atuar como perito no processo;

8. (CESPE/MP-CE - 2020) De acordo com as regras estabelecidas pelo Código de Processo Civil acerca
das partes e seus procuradores, do juiz, dos auxiliares da justiça e do Ministério Público, julgue o item a
seguir.
Ao constatar ser amigo íntimo do autor de processo judicial em que foi nomeado para atuar, o perito deve
declinar de sua atribuição, porque, nesse caso, ocorre hipótese de impedimento previsto na legislação
processual.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois, de acordo com o art. 145, I, do CPC, a amizade íntima é causa de suspeição.
Ademais, conforme previsto no art. 148, II, do CPC, esse motivo de suspeição aplica-se aos auxiliares de
justiça, dentre os quais estão os peritos (art. 149, CPC).
Vejamos os dispositivos pertinentes:
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
(...)
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:
II - aos auxiliares da justiça;
(...)
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas
pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça,
o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador
judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.

9. (CESPE/TCE-RJ - 2023) Considerando a atuação dos litisconsortes, do juiz e do MP, bem como as
provas, os processos nos tribunais e os meios de impugnação das decisões judiciais no processo civil, julgue
o item a seguir.
A parte interessada deve alegar o impedimento ou a suspeição do membro do MP na primeira oportunidade
que tiver de falar nos autos, podendo justificar sua arguição utilizando os mesmos motivos de impedimento
e suspeição previstos, no CPC, para o juiz.

Comentários

A assertiva está correta, pois, de acordo com o art. 148, II, do CPC, os motivos de impedimento e suspeição
dos juízes aplicam-se aos membros do Ministério Público. Ademais, o referido dispositivo prevê, em seu

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parágrafo único, a parte interessada deve arguir a suspeição na primeira oportunidade em que lhe couber
falar nos autos, em petição fundamentada e devidamente instruída.

Vejamos:

Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:


I - ao membro do Ministério Público;
II - aos auxiliares da justiça;
III - aos demais sujeitos imparciais do processo.
§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição
fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar
nos autos.

10. (CESPE/TJ-ES - 2023) Quanto aos aspectos processuais relativos ao papel desempenhado pelas
funções essenciais à justiça, julgue o item a seguir.
O Ministério Público, a Defensoria Pública, a Advocacia-Geral da União e as procuradorias estaduais e
municipais detêm prazo em dobro para apresentação de suas manifestações processuais.

Comentários

A assertiva está correta e exigiu o conhecimento dos dispositivos que contêm previsão do prazo em dobro
para manifestações processuais. Vejamos quais são eles:

Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos,
que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.
(...)
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas
autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
(...)
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais.

11. (CESPE/TCE-RJ - 2023) Julgue o item a seguir, referentes a normas processuais, jurisdição e
competência, atos processuais, deveres das partes e tutela provisória no processo civil.
Em consonância com o princípio da isonomia, a regra processual que assegura prazos em dobro para
manifestações processuais da fazenda pública se aplica ao Estado estrangeiro que estiver em juízo em órgão
do Poder Judiciário brasileiro.

Comentários

A assertiva está incorreta.

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De acordo com entendimento exarado pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Ag 297.723/SP,
os Estados Estrangeiros não gozam da prerrogativa de prazo diferenciado, previsto no art. 183 do CPC,
quando estiverem em juízo em órgão do Poder Judiciário brasileiro. Vejamos:
PROCESSUAL CIVIL. CONTESTAÇÃO. PRAZO EM QUÁDRUPLO PARA CONTESTAR E EM
DOBRO PARA RECORRER. ESTADO ESTRANGEIRO. CPC, ARTIGO 188. INAPLICAÇÃO.
I - O prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer, previsto no artigo 188
do CPC, não se aplica ao Estado estrangeiro.
II - Agravo de instrumento desprovido.
(Ag n. 297.723/SP, relator Ministro Antônio de Pádua Ribeiro, Terceira Turma, julgado em
8/6/2000, DJ de 14/8/2000, p. 172.)

12. (CESPE/TJ-ES - 2023) Quanto aos aspectos processuais relativos ao papel desempenhado pelas
funções essenciais à justiça, julgue os itens a seguir.
A advocacia pública, por meio de representação judicial, é responsável pela defesa e promoção dos
interesses dos entes da Federação.

Comentários

A assertiva está correta.

De acordo com o art. 182 do CPC, a advocacia pública atua na defesa do interesse público da União, dos
estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios.

Veja:

Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e promover os interesses
públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por meio da
representação judicial, em todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de direito
público que integram a administração direta e indireta.

13. (CESPE/PGDF - 2021) Acerca de pressupostos processuais e advocacia pública, julgue o item a
seguir.
Nos processos judiciais, a Procuradoria-Geral do Distrito Federal goza de prazo privilegiado para contestar e
recorrer, sendo comuns os prazos dos demais atos processuais.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois o prazo em dobro é para todas as manifestações processuais da advocacia
pública, de acordo com o art. 183 do CPC, a não ser quando a lei prever prazo específico, contando-se o prazo
da intimação pessoal (carga, remessa ou meio eletrônico).

É o que temos no art. 183, do CPC:

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Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias
e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.

§ 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.

§ 2o NÃO se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma


expressa, prazo próprio para o ente público.

14. (CESPE/TJ-RJ - 2021) De acordo com norma expressamente estabelecida na legislação processual
civil, a Defensoria Pública possui atribuição judicial de
A) oficiar como fiscal da ordem jurídica em litígios coletivos pela posse de terra rural.
B) propor, na condição de autora, ação de improbidade administrativa, caso constate ato ímprobo que
prejudique hipossuficiente.
C) atuar como curadora especial de incapaz que não possua representante legal.
D) representar pequenos municípios em ação de execução fiscal.
E) adiantar o pagamento de perícia que tenha requerido, caso haja valor disponível no fundo de custeio da
instituição.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois tal atribuição é do Ministério Público, e não da Defensoria Pública, nos
termos do art. 178, III, do CPC:

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir
como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e
nos processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

A alternativa B está incorreta, pois, em que pese haver posicionamento da doutrina no sentido de que a
Defensoria Pública possui legitimidade para propor ação de improbidade administrativa, tal atribuição se dá
no âmbito das ações coletivas, e não do direito individual do hipossuficiente, tendo em vista que visa a
tutelar direitos transindividuais. Tal conclusão pode ser observada da leitura dos seguintes dispositivos:

Lei nº 7.347/1985. Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
II - a Defensoria Pública;
(...)
Lei Complementar nº 80/1994. Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública,
dentre outras:

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VII – promover ação civil pública e todas as espécies de ações capazes de propiciar a
adequada tutela dos direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos quando o
resultado da demanda puder beneficiar grupo de pessoas hipossuficientes; (Redação dada
pela Lei Complementar nº 132, de 2009).

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, eis que se encontra em consonância com o art. 72 do
CPC:

Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:


I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os
daquele, enquanto durar a incapacidade;
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto
não for constituído advogado.
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da
lei.
A alternativa D está incorreta, pois tal atribuição é dos prefeitos ou procuradores municipais, e não da
Defensoria Pública, nos termos do art. 75, III, do CPC:
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
A alternativa E está incorreta.
De acordo com o art. 91, §1º, do CPC, a perícia requerida pela Defensoria Pública será realizada por entidade
pública ou será adiantada pela própria Defensoria Pública se houver previsão orçamentária. Ou seja, não
será paga pelo fundo de custeio da instituição. Vejamos:
Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública,
do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido.
§ 1º As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público ou pela Defensoria
Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou, havendo previsão orçamentária,
ter os valores adiantados por aquele que requerer a prova.
Além disso, o art. 95, §5º, do CPC, veda a utilização de recursos do fundo de custeio da Defensoria Pública
para o pagamento de perícia:
Art. 95. § 3º Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade de beneficiário de
gratuidade da justiça, ela poderá ser:
I - custeada com recursos alocados no orçamento do ente público e realizada por servidor
do Poder Judiciário ou por órgão público conveniado;
II - paga com recursos alocados no orçamento da União, do Estado ou do Distrito Federal,
no caso de ser realizada por particular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela
do tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho Nacional de Justiça.
§ 5º Para fins de aplicação do § 3º, é vedada a utilização de recursos do fundo de custeio
da Defensoria Pública.

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15. (CESPE/TJ-AM - 2019) Acerca dos sujeitos do processo, julgue o item seguinte.

Não há qualquer empecilho ao exercício das funções jurisdicionais caso componha o processo instituição de
ensino para a qual o juiz preste serviços.

Comentários

A assertiva está errada. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções, no processo em
que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato
de prestação de serviços, conforme o art. 144, VII do Código de Processo Civil.

16. (CESPE/PGE-PE - 2019) A respeito de liquidação e cumprimento de sentença, da execução contra a


fazenda pública e dos auxiliares da justiça, julgue o item a seguir, à luz do Código de Processo Civil.

Situação hipotética: Procurador de determinado estado da Federação encaminhou ao setor de contadoria


da procuradoria estadual onde trabalha processo judicial no qual a fazenda pública, por ele representada, é
executada com fundamento em título extrajudicial, para elaboração de manifestação técnica quanto aos
cálculos apresentados pela parte contrária. Para essa análise, o procurador responsável fixou prazo de até
quarenta dias para a elaboração do parecer, por entender que, nessa hipótese e à luz do Código de Processo
Civil, o prazo de resposta do ente público, de trinta dias, deveria ser contado em dobro. Assertiva: Nessa
situação, caso a contadoria apresente o parecer no prazo indicado pelo procurador, sendo, na mesma data,
protocolados os embargos à execução do ente público, parecer e embargos serão considerados
intempestivos pelo juiz.

Comentários

A assertiva está correta. O juiz considerará o parecer e os embargos intempestivos pois, apesar da previsão
de contagem do prazo em dobro para a Fazenda Pública (caput do art. 183), quando a lei estabelecer, de
forma expressa, prazo próprio para o ente público, este benefício não será aplicado (§2º do art. 183). Desse
modo, os embargos deveriam ter sido opostos em 30 dias, de acordo com o art. 910 do CPC.

17. (CESPE/PGE-PE -2019) A respeito de liquidação e cumprimento de sentença, da execução contra a


fazenda pública e dos auxiliares da justiça, julgue o item a seguir, à luz do Código de Processo Civil.
Situação hipotética: Incumbido de se manifestar tecnicamente sobre o conteúdo de laudo elaborado por
perito judicial e anexado a processo movido contra a fazenda pública, o calculista de determinada
procuradoria estadual constatou que o referido perito era sócio da pessoa jurídica que figurava como parte
autora na demanda. Assertiva: Nessa situação, está configurada hipótese legal de impedimento do perito,
devendo o calculista, além de elaborar a sua manifestação acerca do laudo, alertar o procurador responsável
acerca do vício identificado.

Comentários

Ao perito judicial se aplicam as mesmas hipóteses de impedimento e suspeição do juiz. O fato do perito
judicial ser sócio da pessoa jurídica que figurava como parte autora na demanda, caracteriza hipótese de
impedimento, situação para a qual o calculista, além de elaborar a sua manifestação acerca do laudo, deve
alertar o procurador responsável para que argua o impedimento.

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Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte
no processo;

Portanto, correta a assertiva.

18. (CESPE/TCE-MG - 2018) Caberá ao juiz não resolver o mérito quando


a) homologar a renúncia à pretensão formulada na ação.
b) decidir, de ofício, sobre a ocorrência de prescrição.
c) homologar reconhecimento da procedência do pedido formulado na reconvenção.
d) homologar a transação.
e) acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem.

Comentários

A alternativa correta e gabarito da questão é a letra E, pois, a decisão que acolhe a alegação de existência
de convenção de arbitragem não resolve o mérito. Veja o CPC:

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo
arbitral reconhecer sua competência;

Vejamos as demais assertivas.

A alternativa A está incorreta, pois a decisão que homologa a renúncia à pretensão formulada na ação
resolve o mérito. Confira o CPC:

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:


III - homologar:
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.

A assertiva B está errada, pois a decisão sobre a ocorrência de prescrição resolve o mérito. Veja o CPC:

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:


II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;

A alternativa C está incorreta, porque a decisão que homologa o reconhecimento da procedência do pedido
formulado na reconvenção resolve o mérito. Confira o CPC:

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:


III - homologar:

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a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;

A assertiva D está errada, pois a decisão que homologa a transação resolve o mérito. Confira o CPC:

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:


III - homologar:
b) a transação;

19. (CESPE/STJ - 2018) Julgue o item, relativo aos deveres e às responsabilidades dos sujeitos do
processo.
O dever de sanear o processo impõe ao juiz, sempre que perceber a existência de vício ou ausência sanável,
determinar a correção do defeito.

Comentários

A assertiva está correta, pois o CPC/2015 trouxe como preceito o princípio da primazia da resolução do
mérito, que impõe ao juiz, sempre que verificar incorreção ou ausência de elemento que ele julge
indispensável, sanear o processo, intimando as partes para que corrigam o ato ou o complementem, ao invés
de extinguir o processo sem resolução de mérito. Neste sentido, confira o CPC:

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios
processuais;

20. (CESPE/EBSERH - 2018) Julgue o item a seguir, considerando as regras do atual Código de Processo
Civil acerca das sentenças e dos recursos.
O Ministério Público estará legitimado a interpor recurso contra decisão judicial quando estiver atuando
como fiscal da lei.

Comentários

A assertiva está correta, pois o Ministério Público, quando atuar como fiscal da lei, pode interpor recurso.
Neste sentido, o inciso II, do CPC:

Art. 179 do CPC. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério
Público:
II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.

21. (CESPE/MPE-PI - 2018) Acerca de normas processuais, atos processuais, tutela provisória e atuação
do Ministério Público no processo civil, julgue o item subsequente.
Situação hipotética: Uma ação de cobrança foi ajuizada contra uma pessoa incapaz, em foro distinto do de
domicílio do seu representante.
Assertiva: Nessa situação hipotética, atuando como fiscal da ordem jurídica, o membro do Ministério Público
poderá arguir a incompetência relativa.

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Comentários

A alternativa está correta, pois como o requerido é incapaz, o Ministério Público deverá intervir no feito.
Veja o CPC:

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como
fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos
processos que envolvam:
II - interesse de incapaz;

Ademais, quando atua como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público pode alegar incompetência
(inclusive relativa), como ocorre no caso, em que a competência é do foro de domicílio da
representante/assistente do incapaz (art. 50 do CPC). Veja o CPC:

Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público:
II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.

22. (CESPE/PGE-PE - 2018) A respeito da fazenda pública em juízo, julgue os itens a seguir.
I A participação da fazenda pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do MP como fiscal da
ordem jurídica nos autos.
II Não se aplica a regra de contagem de prazos em dias úteis do novo diploma processual civil para a oposição
dos embargos à execução fiscal.
III A suspensão dos prazos processuais no período de 20 de dezembro a 20 de janeiro não se estende ao MP,
à Defensoria Pública e à Advocacia Pública.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

Comentários

O item I está certo, pois, de acordo com o art. 178, parágrafo único, do CPC, a participação da Fazenda Pública
não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público.

O item II está errado, porque o CPC/2015 estabelece a contagem de prazo em dias úteis:

Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão
somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.

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Essa previsão se aplica também aos embargos à execução fiscal. Neste sentido:

Enunciado 20 da I Jornada de Direito Processual Civil: Aplica-se o art. 219 do CPC na


contagem do prazo para oposição de embargos à execução fiscal previsto no art. 16 da Lei
n. 6.830/1980.

O item III está errado, pois durante o período de 20 de dezembro a 20 de janeiro há suspensão dos prazos
processuais, que é aplicável ao MP, à Defensoria Pública e à Advocacia Pública. Veja o CPC:

Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de
dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
§1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros
do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da
Justiça exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput.

A alternativa A é a correta e gabarito da questão, pois apenas o item I é o correto.

23. (CESPE/PGE-PE - 2019) Por ter sofrido sucessivos erros em cirurgias feitas em hospital público de
determinado estado, João ficou com uma deformidade no corpo, razão pela qual ajuizou ação de
reparação de danos em desfavor do referido estado.
Tendo como referência essa situação hipotética e os dispositivos do Código de Processo Civil, julgue o item
subsecutivo.
O juiz não poderá alterar a ordem de produção dos meios de prova, ainda que isso se mostre adequado às
necessidades do conflito, pois tal ato importaria prejuízo presumido à demanda.

Comentários

Está incorreta a assertiva. Ao contrário do afirmado, o art. 139, VI, do CPC, assegura ao juízo a prerrogativa
de alterar a ordem de produção das provas em razão das necessidades do conflito, de modo a conferir maior
efetividade à tutela do direito.

24. (CESPE/PGE-PE - 2019) Por ter sofrido sucessivos erros em cirurgias feitas em hospital público de
determinado estado, João ficou com uma deformidade no corpo, razão pela qual ajuizou ação de
reparação de danos em desfavor do referido estado.
Tendo como referência essa situação hipotética e os dispositivos do Código de Processo Civil, julgue o item
subsecutivo.
O estado possui prazo em dobro para apresentar as manifestações processuais necessárias.

Comentários

Conforme prevê o art. 183, do CPC, a Advocacia Pública goza de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais. Logo, está correta a assertiva.

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25. (CESPE/MPU - 2018) Com base nas normas que regem o processo civil, julgue os itens seguintes,
acerca da função jurisdicional; do Ministério Público; de nulidades processuais; e de sentença.
O Ministério Público será intimado a se manifestar em todas as causas em que a fazenda pública figurar em
um dos polos, visto que essa hipótese é de interesse público e social.

Comentários

Está incorreta a assertiva. O MP será intimado nas hipóteses descritas no art. 178 do CPC:

a) interesse público ou social;

b) interesse de incapaz;

c) litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

O interesse público ou social não se confunde com o mero interesse patrimonial da Fazenda Pública. Nesses
casos, o que justifica a atuação do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica é a defesa das suas
funções institucionais, a evolver a proteção da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses e
direitos sociais e individuais indisponíveis.

Ademais, o parágrafo único do art. 178 prevê que a “participação da Fazenda Pública não configura, por si
só, hipótese de intervenção do Ministério Público”.

26. (CESPE/MPU - 2018) Com base nas normas que regem o processo civil, julgue os itens seguintes,
acerca da função jurisdicional; do Ministério Público; de nulidades processuais; e de sentença.
Em processo que envolva interesse de incapaz, tendo sido verificado que o parquet não foi intimado, o juiz
decretará, de ofício, a nulidade do processo.

Comentários

A assertiva está incorreta. O art. 179, I, do CPC, informa que nos casos de intervenção como fiscal da ordem
jurídica, o Ministério Público deverá ser intimado de todos os atos do processo, para que se manifeste,
mediante parecer, no prazo de 30 dias.

Caso não haja manifestação, haverá vício processual, cujo decreto de nulidade somente poderá se dar após
intimação do Ministério Público, que se manifestará sobre a existência de prejuízo, conforme descreve o art.
279, §º, do CPC. Dito de outra forma, se o membro do parquet entender que o vício processual não trouxe
prejuízo, não se decreta a nulidade, pelo princípio do aproveitamento dos atos processuais.

27. (CESPE/EMAP - 2018) Acerca do valor da causa, da tutela provisória, do Ministério Público, da
advocacia pública, da defensoria pública e da coisa julgada, julgue o item subsequente.
Os membros do Ministério Público, da advocacia pública e da defensoria pública podem ser
responsabilizados regressivamente quando atuarem com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
Comentários

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A assertiva está correta. Vejamos o que dispõe os arts. 181, 184 e 187, todos do CPC:

Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando
agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando
agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e regressivamente responsável
quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.

28. (CESPE/TJ-CE - 2018) Julgue os seguintes itens, acerca dos poderes do juiz.
I. Como regra geral, o juiz pode dilatar os prazos processuais dilatórios, mas não os peremptórios, e alterar
a ordem de produção dos meios de prova.
II. O juiz exerce poder hierárquico quando, por exemplo, indefere o pedido de pergunta do advogado.
III. Incidirá a pena de confesso sobre a parte que, intimada, não comparecer ao interrogatório designado
pelo juízo para aclarar pontos sobre a causa.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

Comentários

Vejamos cada uma das assertivas:

A assertiva I está correta. Como sabemos, a doutrina diferencia os prazos dilatórios dos prazos peremptórios
definindo os primeiros como aqueles que podem ser dilatados no curso do processo e os segundos como
aqueles que não podem ser dilatados no curso do processo. Com o advento no CPC essa diferenciação ficou
mais cinzenta (a ponto de grande parte da doutrina defender a possibilidade de dilação, também dos prazos
peremptórios, o que, inclusive, ensejaria o fim da classificação), mas, como regra geral, permanece válida a
afirmação de que o juiz pode dilatar os prazos processuais dilatórios, mas não os peremptórios. Além disso,
afirma o Código que o juiz poderá alterar a ordem de produção dos meios de prova, de modo a adequar essa
ordem às necessidades do conflito e conferir maior efetividade à tutela do direito (art. 139, VI, CPC).

Ciente dessa discussão, a banca do concurso optou por anular o item sob a seguinte justificativa: “Há
divergência doutrinária a respeito do assunto tratado no item I.”

A assertiva II está incorreta. O poder hierárquico, conceito próprio do Direito Administrativo, é aquele
exercido entre funcionários públicos ou órgãos de uma mesma estrutura, sempre partindo do funcionário
ou órgão que está em uma posição superior e indo em direção ao funcionário ou órgão que está em posição
subordinada. É típico da Administração Pública Direta e pode ser concretizado por meio de uma punição
disciplinar, da revisão de uma decisão ou de uma avocação de competência, por exemplo. Esse poder não
tem relação nenhuma com o indeferimento, pelo juiz, de um pedido de pergunta feito pelo advogado de

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uma das partes. Isso, porque, dentre outros motivos, não existe relação hierárquica entre o juiz e o
advogado.

A assertiva III está incorreta. A banca considerou essa assertiva incorreta muito provavelmente por conta do
disposto no art. 139, VIII, que diz que ao juiz incumbe “determinar, a qualquer tempo, o comparecimento
pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso”.
Parece, contudo, que o examinador esqueceu do art. 385, § 1º, que diz: “Se a parte, pessoalmente intimada
para prestar depoimento pessoal e advertida da pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se
recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena”. Uma forma de salvar a questão, no entanto, seria afirmar que,
como a questão não deixou claro que o juiz advertiu a parte acerca da pena de confesso, não incidiria a pena
sobre a parte que, meramente intimada, não comparecesse ao interrogatório.

Desse modo, resta ANULADA a questão.

29. (CESPE/STJ - 2018) Julgue os próximos itens, relativos aos deveres e as responsabilidades dos
sujeitos do processo.
O oficial de justiça goza de proteção legal no sentido de não ser responsabilizado civil ou regressivamente
em razão da recusa de cumprimento, no prazo estipulado, de atos determinados pela lei ou pelo juiz.

Comentários

A assertiva está incorreta. O que ocorre é o contrário, se o oficial se recusar ao cumprimento de determinado
ato, sem justo motivo, poderá ser responsabilizado regressivamente. Vejamos o art. 155, do CPC:

Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e
regressivamente, quando:
I - sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou pelo juiz
a que estão subordinados;

30. (CESPE/STJ - 2018) Julgue os próximos itens, relativos aos deveres e as responsabilidades dos
sujeitos do processo.
O dever de sanar o processo impõe ao juiz, sempre que perceber a existência de vício ou ausência sanável,
determinar a correção do defeito.

Comentários

A assertiva está correta. Prevê o art. 139, do CPC, que incumbe ao juiz determinar o saneamento de vícios
do processo.

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios
processuais;

31. (CESPE/STJ - 2018) A luz das disposições do Código de Processo Civil (CPC), julgue os próximos itens.
O juiz poderá adequar o procedimento ao caso concreto, podendo, por exemplo, dilatar os prazos
processuais, desde que o faça antes de encerrado o prazo regular.

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Comentários

A assertiva está correta. De acordo com o art. 139, do CPC, o juiz deve dirigir o processo e uma das suas
incumbências é dilatar os prazos processuais. Contudo, essa dilação pode ocorrer apenas antes que se
encerre o prazo regular. Vejamos o dispositivo:

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela
do direito;
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada
antes de encerrado o prazo regular.

32. (CESPE/Prefeitura de Fortaleza-CE - 2017) Julgue o item seguinte, com base no que dispõe o CPC
sobre atos processuais, deveres das partes e dos procuradores e tutela provisória.
Conforme o STJ, em observância ao princípio da boa-fé objetiva, o reconhecimento, pelo juiz, de sua
suspeição por motivo superveniente tem efeitos retroativos e acarreta nulidade dos atos processuais
praticados em momento anterior ao fato que tiver dado ensejo à suspeição.

Comentários

A assertiva está incorreta. O §1º, do art. 145, do CPC, prevê a declaração de existência de motivo de foro
íntimo como hipótese de suspeição do juiz.

§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de
declarar suas razões.

Além disso, segundo entendimento do STJ, “a declaração pelo magistrado de suspeição por motivo
superveniente não tem efeitos retroativos, não importando em nulidade dos atos processuais praticados em
momento anterior ao fato ensejador da suspeição”.

33. (CESPE/TCE-PA - 2016) No que se refere à intervenção de terceiros em processos e aos poderes,
deveres e responsabilidade do juiz, julgue o item subsequente.
De acordo com a legislação processual civil, o juiz poderá determinar a dilação de prazo processual antes de
encerrado o prazo regular, a fim de conferir maior efetividade à tutela do direito.

Comentários

A assertiva está correta. O art. 139, VI, do CPC, autoriza o juiz a dilatar os prazos processuais e alterar a
ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior
efetividade à tutela do direito. Ainda no art. 139, em seu parágrafo único, menciona que a dilação de prazos
prevista no inc. VI somente pode ser determinada antes de encerrado o prazo regular.

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:

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VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,


adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela
do direito;
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada
antes de encerrado o prazo regular.

34. (CESPE/TJ-DFT - 2015) A respeito do Ministério Público, do juiz e dos auxiliares da justiça, julgue o
próximo item com base nas disposições do Código de Processo Civil.
Na função de fiscal da ordem jurídica, é garantido ao Ministério Público ser intimado de todos atos
processuais, bem como ter vista dos autos em concomitância com o réu.

Comentários

A assertiva está incorreta. De acordo com o art. 179, do CPC, é garantido ao MP ser intimado de todos os
atos do processo, porém, terá vista dos autos depois das partes.

Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público:
I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo;

35. (CESPE/TJDFT - 2015) A respeito do Ministério Público, do juiz e dos auxiliares da justiça, julgue o
próximo item com base nas disposições do Código de Processo Civil.
É defeso ao juiz eximir-se de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei.

Comentários

A assertiva está correta, com base no art. 140, do CPC.

Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.

36. (CESPE/TJDFT - 2015) A respeito do Ministério Público, do juiz e dos auxiliares da justiça, julgue o
próximo item com base nas disposições do Código de Processo Civil.
Incumbe ao escrivão dar, após despacho, certidão de qualquer ato ou termo do processo, desde que
observadas as disposições referentes ao segredo de justiça.

Comentários

A assertiva está incorreta, pois a confecção e o termo do processo independem de despacho. Conforme o
art. 152, V, do CPC, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria fornecer certidão de qualquer ato ou
termo do processo, independentemente de despacho, observadas as disposições referentes ao segredo de
justiça.

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37. (CESPE/Telebras - 2015) Considerando que Vera e João sejam casados há mais de quinze anos, e
que, em função de uma doença mental de João, Vera proponha ação de interdição e curatela, julgue o
item a seguir.
O Ministério Público tem legitimidade para recorrer contra a decisão que julgar o pedido formulado por Vera,
seja ele acolhido ou rejeitado.

Comentários

A assertiva está correta. Segundo o art. 178, o MP será intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica
nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam, neste caso,
interesse de incapaz.

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir
como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e
nos processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

38. (CESPE/MPU - 2015) Acerca dos peritos e dos assistentes técnicos, julgue o item que se segue.
Não cabe ao perito emitir opiniões acerca de questões jurídicas: sua atuação deve limitar-se a questões de
fato, tratadas sob uma perspectiva técnica.

Comentários

A assertiva está correta. Embora não haja previsão expressa nesse sentido, a atuação do perito é adstrita à
prova técnica que produz, não competindo ao expert tratar de questões alheias a sua função auxiliar no
processo.

39. (CESPE/MPU - 2015) Acerca dos peritos e dos assistentes técnicos, julgue o item que se segue.
Perito e assistente se distinguem pelos interesses que defendem em juízo: o perito deve ser neutro e tem
por objeto esclarecer o juízo, ao passo que o assistente é auxiliar da parte, que age para garantir o amplo
contraditório.

Comentários

A assertiva está correta. Embora não seja objeto direto de estudo da presente aula é importante ter em
mente que a atribuição do perito é imparcial e a do assistente técnico é parcial.

De acordo com o art. 466, do CPC, o perito tem por objetivo esclarecer o juízo, já o assistente técnico é de
confiança da parte.

Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido,
independentemente de termo de compromisso.

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§ 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento


ou suspeição.

40. (CESPE/MPU - 2015) Acerca dos peritos e dos assistentes técnicos, julgue o item que se segue.
As partes podem arguir o impedimento ou suspeição do perito e levantar dúvidas sobre seus conhecimentos
técnicos e especializados ou aptidões para a realização da perícia. Os assistentes não estão sujeitos a essas
arguições.

Comentários

A assertiva está correta. Dado caráter parcial da atuação do assistente, não estão sujeitos a impedimento ou
suspeição. Quem poderá ser arguido como impedido ou suspeito é o perito.

41. (CESPE/DPE-AL - 2017) Julgue os itens a seguir, a respeito de ação indenizatória.


I. Em se tratando de ação anulatória de indébito cumulada com indenizatória, o juiz poderá indeferir a
petição inicial por ausência de interesse processual se existirem outras inscrições negativas relativas ao
demandante.
II. Na fixação do valor indenizatório correspondente a uma única prestação pecuniária, os juros moratórios
fluem a partir da citação em caso de responsabilidade extracontratual.
III. Será nula a sentença que acolher o pedido indenizatório do demandante em face de instituição financeira
caso o juiz sentenciante esteja promovendo ação contra a mesma instituição.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Apenas os itens I e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens.

O item I está incorreto. De acordo com a súmula nº 385, do STJ, mesmo se existirem outras inscrições
negativas relativas ao demandante e ainda que essas inscrições sejam anteriores a inscrição que motivou o
ajuizamento da ação, permanecerá o seu interesse no cancelamento delas, o que impede a extinção do
processo por carência da ação.

SÚMULA 385 – Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe


indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito
ao cancelamento.

O item II está incorreto. Vejamos o que dispõe a súmula nº 54, do STJ:

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Súmula 54 – Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de


responsabilidade extracontratual.

Portanto, em caso de indenização decorrente de responsabilidade extracontratual, os juros moratórios


incidem a partir da data do evento que causou o dano.

O item III está correto, conforme prevê o art. 144, IX, do CPC:

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

Desse modo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

42. (CESPE/DPU - 2017) No que se refere às atribuições institucionais da DP, à assistência jurídica
gratuita e à gratuidade da justiça, julgue o item seguinte.
De acordo com o entendimento do STJ, apesar de ser função institucional do órgão, a função de curador
especial é hipótese de atuação atípica, desvinculada da comprovação de pobreza pelo beneficiário, razão
por que a DP faz jus a honorários advocatícios pelo seu exercício.

Comentários

De fato, quando a Defensoria Pública atua na qualidade de curador especial exerce uma função atípica, na
qual está no processo defendendo não os interesses de pessoas hipossuficientes economicamente, mas, sim,
juridicamente. Apesar disso, a Defensoria Pública não faz jus a honorários advocatícios pelo exercício dessa
função, haja vista ser esta uma de suas funções institucionais.

Portanto, a assertiva está incorreta.

43. (CESPE/TRE-BA - 2017) De acordo com o CPC, é atribuição expressa do chefe da secretaria redigir,
na forma legal,
a) intimações.
b) citações.
c) mandados.
d) decisões interlocutórias.
e) ordens judiciais.

Comentários

Confira:

Art. 152. Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria:


I - redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias e os demais atos
que pertençam ao seu ofício;

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II - efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem como praticar todos os
demais atos que lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária;

Logo, a alternativa C é a correta e gabarito da questão.

44. (CESPE/Prefeitura de Belo Horizonte-MG - 2017) No que tange aos poderes, aos deveres e às
responsabilidades do juiz, do MP, da advocacia pública e da defensoria pública, assinale a opção correta.
a) No que se refere ao cumprimento dos prazos, o advogado privado que atuar pro bono gozará das mesmas
garantias conferidas à defensoria pública e aos escritórios de práticas jurídicas dos cursos superiores de
direito que prestem assistência jurídica gratuita.
b) Dado o princípio da inércia da função jurisdicional, é vedado ao juiz condenar a parte sucumbente ao
pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios sem que haja provocação da parte
vencedora.
c) O MP possui legitimidade ativa e passiva para as relações jurídicas processuais que envolvam interesses
de pessoas incapazes.
d) Nas relações processuais em que o município for parte, salvo quando houver prazo próprio previsto em
lei, as suas procuradorias gozarão de prazo em dobro para todas as manifestações processuais, cuja
contagem terá início a partir da intimação pessoal.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Ao advogado particular, não é concedido nenhum benefício de prazo, ainda
que atue pro bono.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 82, §2º, do CPC, o juiz está autorizado a condenar a
parte sucumbente ao pagamento das custas processuais.

§ 2o A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou.

Além disso, nos termos do art. 85, caput, combinado com o art. 322, §1, o juiz também está autorizado a
condenar ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais.

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.


Art. 322
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de
sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.

A alternativa C está incorreta. Quando envolver interesses de pessoas incapazes, o Ministério Público será
intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica, e não como parte. Vejamos o que dispõe o art. 178, II,
da Lei nº 13.105/15:

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir
como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e
nos processos que envolvam:

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II - interesse de incapaz;

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o art. 183, caput e §2º, do CPC:

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias
e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma
expressa, prazo próprio para o ente público.

45. (CESPE/TJ-PR - 2017) Em cada uma das próximas opções, é apresentada uma situação hipotética,
seguida de uma assertiva a ser julgada. Assinale a opção que, de acordo com a legislação processual,
apresenta a assertiva correta.
a) Foi distribuída para determinado juiz ação em que é parte instituição de ensino na qual ele leciona. Nessa
situação, o magistrado tem de se declarar suspeito, haja vista que a suspeição independe de arguição do
interessado.
b) Em determinada ação de cobrança, o magistrado julgou parcialmente procedente o pedido autoral,
condenando o réu a pagar metade do valor pleiteado. Nessa situação, os honorários advocatícios deverão
ser compensados em razão da sucumbência recíproca.
c) O MP deixou de apresentar parecer após o prazo legal que possuía para se manifestar como fiscal da
ordem jurídica. Nessa situação, o juiz deverá requisitar os autos e dar andamento ao processo mesmo sem
a referida manifestação.
d) Pedro ajuizou demanda contra Roberto e, na petição inicial, requereu a concessão de gratuidade de
justiça. Nessa situação, caberá agravo de instrumento contra a decisão que denegar ou conceder o pedido
de gratuidade.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Segundo o art. 144, VII, do CPC, a hipótese é de impedimento, e não de
suspeição:

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego
ou decorrente de contrato de prestação de serviços;

A alternativa B está incorreta. Em caso de sucumbência recíproca, cada parte será condenada a pagar
honorários ao advogado da outra. Não há que se falar em compensação de honorários advocatícios.

Vejamos o que dispõe o art. 85, §14, da Lei nº 13.105/15:

§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os


mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a
compensação em caso de sucumbência parcial.

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A alternativa C é correta e gabarito da questão, nos termos do art. 178, caput, combinado com o art. 180,
§1º, ambos do CPC:

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir
como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e
nos processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Art. 180.
§ 1o Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de
parecer, o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo.

A alternativa D está incorreta. O agravo de instrumento somente tem cabimento contra a decisão que
rejeitar o pedido de concessão de gratuidade da justiça, e não contra a decisão que o deferir.

46. (CESPE/SEDF - 2017) Acerca do Ministério Público e da tutela de urgência, julgue o próximo item.
Nas relações processuais que envolvam interesse de incapaz, o Ministério Público será intimado para intervir
como fiscal da ordem jurídica, caso em que poderá produzir provas e recorrer, bem como terá vista dos autos
depois das partes.

Comentários

A assertiva está correta. O art. 178, II, do CPC, determina a intervenção obrigatória do Ministério Público, na
qualidade de fiscal da ordem jurídica, nas demandas que envolvam interesse de incapaz.

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir
como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e
nos processos que envolvam:
II - interesse de incapaz;

Realizada a intervenção, o Ministério Público terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos
os atos do processo e poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer,
conforme dispõe o art. 179, do CPC.

47. (CESPE/PGE-AM - 2016) Pedro, motorista da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas, conduzia
um veículo do referido ente público, quando provocou acidente automobilístico que resultou na
incapacidade física e mental de Flávio. Após a interdição de Flávio, seu advogado pretende ajuizar ação de
reparação de danos materiais e morais.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
Proposta a ação de reparação de dano, o MP do Estado do Amazonas deverá ser intimado para intervir como
custos legis na relação processual em apreço.

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Comentários

O art. 178, II, do CPC, prevê que à intervenção do Ministério Público é necessária e ele deverá ser intimado
para intervir, na qualidade de fiscal da ordem jurídica, nas ações que envolvam interesse de incapaz.

Além disso, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, em seu art. 6º, afirma que a deficiência não afeta a
capacidade civil das pessoas, não devendo ser todo e qualquer deficiente considerado incapaz.

Porém, na hipótese trazida pela questão, o deficiente foi interditado, o que significa que foi declarado,
judicialmente, incapaz.

Assim, a assertiva está correta.

48. (CESPE/FUNPRESP-JUD - 2016) Com relação aos poderes, aos deveres e à responsabilidade do juiz,
julgue o item seguinte.
O magistrado poderá solicitar o comparecimento da parte caso entenda ser necessário o esclarecimento de
fatos narrados na contestação. Nessa situação, a parte será ouvida informalmente.
Comentários

A assertiva está correta. A questão faz alusão ao que a doutrina denomina de interrogatório informal. Este
está previsto no art. 139, VIII, do CPC:

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las
sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;

49. (CESPE/FUNPRESP-JUD - 2016) Com relação aos poderes, aos deveres e à responsabilidade do juiz,
julgue o item seguinte.
Ao analisar a especificidade do caso, o juiz da causa poderá conferir prazo de vinte e cinco dias para que o
réu apresente sua contestação, mesmo após o encerramento do prazo regulComentários

Vejamos o que dispõe o art. 139, VI, do CPC:

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela
do direito;

Porém, essa dilatação de prazo, somente poderá ocorrer antes de encerrado o prazo regular. É o que dispõe
o parágrafo único, do art. 139:

Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada
antes de encerrado o prazo regular.

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Assim, a assertiva está incorreta.

LISTA DE QUESTÕES
CESPE

1. (CESPE/TJ-ES - 2023) À luz do Código de Processo Civil, julgue o item a seguir, a respeito das
atribuições do juiz no âmbito do processo civil brasileiro.
Quando observar a existência de múltiplas demandas individuais repetitivas, o juiz poderá oficiar o Ministério
Público e a Defensoria Pública para promover a propositura de ação coletiva.

2. (CESPE/TJ-ES - 2023) À luz do Código de Processo Civil, julgue o item a seguir, a respeito das
atribuições do juiz no âmbito do processo civil brasileiro.
Caso esteja convencido de que ambas as partes utilizaram do processo para a prática de ato simulado, o juiz
deverá aplicar as penalidades da litigância de má-fé e proferir decisão que obste o objetivo ilícito das partes.

3. (CESPE/ALE-CE - 2021) Conforme o Código de Processo Civil, é vedado ao juiz exercer suas funções
em processo caso
A) seu amigo íntimo seja uma das partes, configurando impedimento.
B) seu parente de segundo grau, em linha reta, seja advogado na causa, configurando suspeição.
C) seja parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego, configurando impedimento.
D) uma das partes seja devedora de seu cônjuge, configurando impedimento.
E) seja membro de administração de pessoa jurídica parte no processo, configurando suspeição.

4. (CESPE/MP-CE - 2020) De acordo com as regras estabelecidas pelo Código de Processo Civil acerca
das partes e seus procuradores, do juiz, dos auxiliares da justiça e do Ministério Público, julgue o item a
seguir.
Os poderes do juiz no processo civil incluem o de inquirir as partes sobre os fatos relacionados à causa, em
qualquer momento do processo, determinando, de ofício, o comparecimento do autor ou do réu em juízo.
5. (CESPE/TJ-RJ - 2021) No que se refere às causas de suspeição e impedimentos aplicáveis aos juízes,
assinale a opção correta.
A) As causas de suspeição e impedimentos aplicáveis aos juízes aplicam-se também aos auxiliares da justiça
e aos membros do Ministério Público.
B) As causas de suspeição e impedimentos aplicáveis aos juízes não se aplicam aos auxiliares da justiça nem
aos membros do Ministério Público.
C) As suspeições se aplicam apenas aos membros do Ministério Público e os impedimentos se aplicam apenas
aos auxiliares da justiça.
D) As causas de suspeição e impedimentos aplicáveis aos juízes não se aplicam aos auxiliares da justiça, mas
se aplicam aos membros do Ministério Público.

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E) As causas de suspeição e impedimentos aplicáveis aos juízes não se aplicam aos membros do Ministério
Público, mas se aplicam aos auxiliares da justiça.

6. (CESPE/MP-CE - 2020) Marta, casada com Marcelo sob o regime de comunhão universal de bens,
pretende propor uma ação sobre direito real imobiliário cujo objeto será um imóvel situado em dois
estados da Federação.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Ajuizada a ação, caso o magistrado seja inimigo de Marta, ele poderá declarar-se impedido para processar e
julgar a ação, devendo revelar as suas razões para tanto.

7. (CESPE/DPE-RO - 2022) Assinale a opção correta, acerca dos auxiliares de justiça.


A) O depositário infiel responde apenas na esfera civil pelos prejuízos por ele causados.
B) Cabe ao oficial de justiça redigir os mandados de citação.
C) O oficial de justiça somente será responsabilizado regressivamente pela prática de ato nulo doloso.
D) Incumbe ao escrivão ou chefe de secretaria praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios.
E) O intérprete ou tradutor pode atuar no mesmo processo em que estiver atuando como perito.

8. (CESPE/MP-CE - 2020) De acordo com as regras estabelecidas pelo Código de Processo Civil acerca
das partes e seus procuradores, do juiz, dos auxiliares da justiça e do Ministério Público, julgue o item a
seguir.
Ao constatar ser amigo íntimo do autor de processo judicial em que foi nomeado para atuar, o perito deve
declinar de sua atribuição, porque, nesse caso, ocorre hipótese de impedimento previsto na legislação
processual.

9. (CESPE/TCE-RJ - 2023) Considerando a atuação dos litisconsortes, do juiz e do MP, bem como as
provas, os processos nos tribunais e os meios de impugnação das decisões judiciais no processo civil, julgue
o item a seguir.
A parte interessada deve alegar o impedimento ou a suspeição do membro do MP na primeira oportunidade
que tiver de falar nos autos, podendo justificar sua arguição utilizando os mesmos motivos de impedimento
e suspeição previstos, no CPC, para o juiz.

10. (CESPE/TJ-ES - 2023) Quanto aos aspectos processuais relativos ao papel desempenhado pelas
funções essenciais à justiça, julgue o item a seguir.
O Ministério Público, a Defensoria Pública, a Advocacia-Geral da União e as procuradorias estaduais e
municipais detêm prazo em dobro para apresentação de suas manifestações processuais.

11. (CESPE/TCE-RJ - 2023) Julgue o item a seguir, referentes a normas processuais, jurisdição e
competência, atos processuais, deveres das partes e tutela provisória no processo civil.
Em consonância com o princípio da isonomia, a regra processual que assegura prazos em dobro para
manifestações processuais da fazenda pública se aplica ao Estado estrangeiro que estiver em juízo em órgão
do Poder Judiciário brasileiro.

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12. (CESPE/TJ-ES - 2023) Quanto aos aspectos processuais relativos ao papel desempenhado pelas
funções essenciais à justiça, julgue os itens a seguir.
A advocacia pública, por meio de representação judicial, é responsável pela defesa e promoção dos
interesses dos entes da Federação.

13. (CESPE/PGDF - 2021) Acerca de pressupostos processuais e advocacia pública, julgue o item a
seguir.
Nos processos judiciais, a Procuradoria-Geral do Distrito Federal goza de prazo privilegiado para contestar e
recorrer, sendo comuns os prazos dos demais atos processuais.

14. (CESPE/TJ-RJ - 2021) De acordo com norma expressamente estabelecida na legislação processual
civil, a Defensoria Pública possui atribuição judicial de
A) oficiar como fiscal da ordem jurídica em litígios coletivos pela posse de terra rural.
B) propor, na condição de autora, ação de improbidade administrativa, caso constate ato ímprobo que
prejudique hipossuficiente.
C) atuar como curadora especial de incapaz que não possua representante legal.
D) representar pequenos municípios em ação de execução fiscal.
E) adiantar o pagamento de perícia que tenha requerido, caso haja valor disponível no fundo de custeio da
instituição.

15. (CESPE/TJ-AM - 2019) Acerca dos sujeitos do processo, julgue o item seguinte.

Não há qualquer empecilho ao exercício das funções jurisdicionais caso componha o processo instituição de
ensino para a qual o juiz preste serviços.

16. (CESPE/PGE-PE - 2019) A respeito de liquidação e cumprimento de sentença, da execução contra a


fazenda pública e dos auxiliares da justiça, julgue o item a seguir, à luz do Código de Processo Civil.

Situação hipotética: Procurador de determinado estado da Federação encaminhou ao setor de contadoria


da procuradoria estadual onde trabalha processo judicial no qual a fazenda pública, por ele representada, é
executada com fundamento em título extrajudicial, para elaboração de manifestação técnica quanto aos
cálculos apresentados pela parte contrária. Para essa análise, o procurador responsável fixou prazo de até
quarenta dias para a elaboração do parecer, por entender que, nessa hipótese e à luz do Código de Processo
Civil, o prazo de resposta do ente público, de trinta dias, deveria ser contado em dobro. Assertiva: Nessa
situação, caso a contadoria apresente o parecer no prazo indicado pelo procurador, sendo, na mesma data,
protocolados os embargos à execução do ente público, parecer e embargos serão considerados
intempestivos pelo juiz.

17. (CESPE/PGE-PE -2019) A respeito de liquidação e cumprimento de sentença, da execução contra a


fazenda pública e dos auxiliares da justiça, julgue o item a seguir, à luz do Código de Processo Civil.
Situação hipotética: Incumbido de se manifestar tecnicamente sobre o conteúdo de laudo elaborado por
perito judicial e anexado a processo movido contra a fazenda pública, o calculista de determinada
procuradoria estadual constatou que o referido perito era sócio da pessoa jurídica que figurava como parte

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autora na demanda. Assertiva: Nessa situação, está configurada hipótese legal de impedimento do perito,
devendo o calculista, além de elaborar a sua manifestação acerca do laudo, alertar o procurador responsável
acerca do vício identificado.

18. (CESPE/TCE-MG - 2018) Caberá ao juiz não resolver o mérito quando


a) homologar a renúncia à pretensão formulada na ação.
b) decidir, de ofício, sobre a ocorrência de prescrição.
c) homologar reconhecimento da procedência do pedido formulado na reconvenção.
d) homologar a transação.
e) acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem.

19. (CESPE/STJ - 2018) Julgue o item, relativo aos deveres e às responsabilidades dos sujeitos do
processo.
O dever de sanear o processo impõe ao juiz, sempre que perceber a existência de vício ou ausência sanável,
determinar a correção do defeito.

20. (CESPE/EBSERH - 2018) Julgue o item a seguir, considerando as regras do atual Código de Processo
Civil acerca das sentenças e dos recursos.
O Ministério Público estará legitimado a interpor recurso contra decisão judicial quando estiver atuando
como fiscal da lei.

21. (CESPE/MPE-PI - 2018) Acerca de normas processuais, atos processuais, tutela provisória e atuação
do Ministério Público no processo civil, julgue o item subsequente.
Situação hipotética: Uma ação de cobrança foi ajuizada contra uma pessoa incapaz, em foro distinto do de
domicílio do seu representante.
Assertiva: Nessa situação hipotética, atuando como fiscal da ordem jurídica, o membro do Ministério Público
poderá arguir a incompetência relativa.
22. (CESPE/PGE-PE - 2018) A respeito da fazenda pública em juízo, julgue os itens a seguir.
I A participação da fazenda pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do MP como fiscal da
ordem jurídica nos autos.
II Não se aplica a regra de contagem de prazos em dias úteis do novo diploma processual civil para a oposição
dos embargos à execução fiscal.
III A suspensão dos prazos processuais no período de 20 de dezembro a 20 de janeiro não se estende ao MP,
à Defensoria Pública e à Advocacia Pública.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

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23. (CESPE/PGE-PE - 2019) Por ter sofrido sucessivos erros em cirurgias feitas em hospital público de
determinado estado, João ficou com uma deformidade no corpo, razão pela qual ajuizou ação de
reparação de danos em desfavor do referido estado.
Tendo como referência essa situação hipotética e os dispositivos do Código de Processo Civil, julgue o item
subsecutivo.
O juiz não poderá alterar a ordem de produção dos meios de prova, ainda que isso se mostre adequado às
necessidades do conflito, pois tal ato importaria prejuízo presumido à demanda.

24. (CESPE/PGE-PE - 2019) Por ter sofrido sucessivos erros em cirurgias feitas em hospital público de
determinado estado, João ficou com uma deformidade no corpo, razão pela qual ajuizou ação de
reparação de danos em desfavor do referido estado.
Tendo como referência essa situação hipotética e os dispositivos do Código de Processo Civil, julgue o item
subsecutivo.
O estado possui prazo em dobro para apresentar as manifestações processuais necessárias.

25. (CESPE/MPU - 2018) Com base nas normas que regem o processo civil, julgue os itens seguintes,
acerca da função jurisdicional; do Ministério Público; de nulidades processuais; e de sentença.
O Ministério Público será intimado a se manifestar em todas as causas em que a fazenda pública figurar em
um dos polos, visto que essa hipótese é de interesse público e social.

26. (CESPE/MPU - 2018) Com base nas normas que regem o processo civil, julgue os itens seguintes,
acerca da função jurisdicional; do Ministério Público; de nulidades processuais; e de sentença.
Em processo que envolva interesse de incapaz, tendo sido verificado que o parquet não foi intimado, o juiz
decretará, de ofício, a nulidade do processo.

27. (CESPE/EMAP - 2018) Acerca do valor da causa, da tutela provisória, do Ministério Público, da
advocacia pública, da defensoria pública e da coisa julgada, julgue o item subsequente.
Os membros do Ministério Público, da advocacia pública e da defensoria pública podem ser
responsabilizados regressivamente quando atuarem com dolo ou fraude no exercício de suas funções.

28. (CESPE/TJ-CE - 2018) Julgue os seguintes itens, acerca dos poderes do juiz.
I. Como regra geral, o juiz pode dilatar os prazos processuais dilatórios, mas não os peremptórios, e alterar
a ordem de produção dos meios de prova.
II. O juiz exerce poder hierárquico quando, por exemplo, indefere o pedido de pergunta do advogado.
III. Incidirá a pena de confesso sobre a parte que, intimada, não comparecer ao interrogatório designado
pelo juízo para aclarar pontos sobre a causa.
Assinale a opção correta.
A) Apenas o item I está certo.
B) Apenas o item II está certo.
C) Apenas os itens I e III estão certos.
D) Apenas os itens II e III estão certos.

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E) Todos os itens estão certos.

29. (CESPE/STJ - 2018) Julgue os próximos itens, relativos aos deveres e as responsabilidades dos
sujeitos do processo.
O oficial de justiça goza de proteção legal no sentido de não ser responsabilizado civil ou regressivamente
em razão da recusa de cumprimento, no prazo estipulado, de atos determinados pela lei ou pelo juiz.

30. (CESPE/STJ - 2018) Julgue os próximos itens, relativos aos deveres e as responsabilidades dos
sujeitos do processo.
O dever de sanar o processo impõe ao juiz, sempre que perceber a existência de vício ou ausência sanável,
determinar a correção do defeito.

31. (CESPE/STJ - 2018) A luz das disposições do Código de Processo Civil (CPC), julgue os próximos itens.
O juiz poderá adequar o procedimento ao caso concreto, podendo, por exemplo, dilatar os prazos
processuais, desde que o faça antes de encerrado o prazo regular.

32. (CESPE/Prefeitura de Fortaleza-CE - 2017) Julgue o item seguinte, com base no que dispõe o CPC
sobre atos processuais, deveres das partes e dos procuradores e tutela provisória.
Conforme o STJ, em observância ao princípio da boa-fé objetiva, o reconhecimento, pelo juiz, de sua
suspeição por motivo superveniente tem efeitos retroativos e acarreta nulidade dos atos processuais
praticados em momento anterior ao fato que tiver dado ensejo à suspeição.

33. (CESPE/TCE-PA - 2016) No que se refere à intervenção de terceiros em processos e aos poderes,
deveres e responsabilidade do juiz, julgue o item subsequente.
De acordo com a legislação processual civil, o juiz poderá determinar a dilação de prazo processual antes de
encerrado o prazo regular, a fim de conferir maior efetividade à tutela do direito.

34. (CESPE/TJ-DFT - 2015) A respeito do Ministério Público, do juiz e dos auxiliares da justiça, julgue o
próximo item com base nas disposições do Código de Processo Civil.
Na função de fiscal da ordem jurídica, é garantido ao Ministério Público ser intimado de todos atos
processuais, bem como ter vista dos autos em concomitância com o réu.

35. (CESPE/TJDFT - 2015) A respeito do Ministério Público, do juiz e dos auxiliares da justiça, julgue o
próximo item com base nas disposições do Código de Processo Civil.
É defeso ao juiz eximir-se de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei.

36. (CESPE/TJDFT - 2015) A respeito do Ministério Público, do juiz e dos auxiliares da justiça, julgue o
próximo item com base nas disposições do Código de Processo Civil.
Incumbe ao escrivão dar, após despacho, certidão de qualquer ato ou termo do processo, desde que
observadas as disposições referentes ao segredo de justiça.

37. (CESPE/Telebras - 2015) Considerando que Vera e João sejam casados há mais de quinze anos, e
que, em função de uma doença mental de João, Vera proponha ação de interdição e curatela, julgue o
item a seguir.

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O Ministério Público tem legitimidade para recorrer contra a decisão que julgar o pedido formulado por Vera,
seja ele acolhido ou rejeitado.

38. (CESPE/MPU - 2015) Acerca dos peritos e dos assistentes técnicos, julgue o item que se segue.
Não cabe ao perito emitir opiniões acerca de questões jurídicas: sua atuação deve limitar-se a questões de
fato, tratadas sob uma perspectiva técnica.

39. (CESPE/MPU - 2015) Acerca dos peritos e dos assistentes técnicos, julgue o item que se segue.
Perito e assistente se distinguem pelos interesses que defendem em juízo: o perito deve ser neutro e tem
por objeto esclarecer o juízo, ao passo que o assistente é auxiliar da parte, que age para garantir o amplo
contraditório.

40. (CESPE/MPU - 2015) Acerca dos peritos e dos assistentes técnicos, julgue o item que se segue.
As partes podem arguir o impedimento ou suspeição do perito e levantar dúvidas sobre seus conhecimentos
técnicos e especializados ou aptidões para a realização da perícia. Os assistentes não estão sujeitos a essas
arguições.

41. (CESPE/DPE-AL - 2017) Julgue os itens a seguir, a respeito de ação indenizatória.


I. Em se tratando de ação anulatória de indébito cumulada com indenizatória, o juiz poderá indeferir a
petição inicial por ausência de interesse processual se existirem outras inscrições negativas relativas ao
demandante.
II. Na fixação do valor indenizatório correspondente a uma única prestação pecuniária, os juros moratórios
fluem a partir da citação em caso de responsabilidade extracontratual.
III. Será nula a sentença que acolher o pedido indenizatório do demandante em face de instituição financeira
caso o juiz sentenciante esteja promovendo ação contra a mesma instituição.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Apenas os itens I e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

42. (CESPE/DPU - 2017) No que se refere às atribuições institucionais da DP, à assistência jurídica
gratuita e à gratuidade da justiça, julgue o item seguinte.
De acordo com o entendimento do STJ, apesar de ser função institucional do órgão, a função de curador
especial é hipótese de atuação atípica, desvinculada da comprovação de pobreza pelo beneficiário, razão
por que a DP faz jus a honorários advocatícios pelo seu exercício.

43. (CESPE/TRE-BA - 2017) De acordo com o CPC, é atribuição expressa do chefe da secretaria redigir,
na forma legal,
a) intimações.
b) citações.

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c) mandados.
d) decisões interlocutórias.
e) ordens judiciais.

44. (CESPE/Prefeitura de Belo Horizonte-MG - 2017) No que tange aos poderes, aos deveres e às
responsabilidades do juiz, do MP, da advocacia pública e da defensoria pública, assinale a opção correta.
a) No que se refere ao cumprimento dos prazos, o advogado privado que atuar pro bono gozará das mesmas
garantias conferidas à defensoria pública e aos escritórios de práticas jurídicas dos cursos superiores de
direito que prestem assistência jurídica gratuita.
b) Dado o princípio da inércia da função jurisdicional, é vedado ao juiz condenar a parte sucumbente ao
pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios sem que haja provocação da parte
vencedora.
c) O MP possui legitimidade ativa e passiva para as relações jurídicas processuais que envolvam interesses
de pessoas incapazes.
d) Nas relações processuais em que o município for parte, salvo quando houver prazo próprio previsto em
lei, as suas procuradorias gozarão de prazo em dobro para todas as manifestações processuais, cuja
contagem terá início a partir da intimação pessoal.

45. (CESPE/TJ-PR - 2017) Em cada uma das próximas opções, é apresentada uma situação hipotética,
seguida de uma assertiva a ser julgada. Assinale a opção que, de acordo com a legislação processual,
apresenta a assertiva correta.
a) Foi distribuída para determinado juiz ação em que é parte instituição de ensino na qual ele leciona. Nessa
situação, o magistrado tem de se declarar suspeito, haja vista que a suspeição independe de arguição do
interessado.
b) Em determinada ação de cobrança, o magistrado julgou parcialmente procedente o pedido autoral,
condenando o réu a pagar metade do valor pleiteado. Nessa situação, os honorários advocatícios deverão
ser compensados em razão da sucumbência recíproca.
c) O MP deixou de apresentar parecer após o prazo legal que possuía para se manifestar como fiscal da
ordem jurídica. Nessa situação, o juiz deverá requisitar os autos e dar andamento ao processo mesmo sem
a referida manifestação.
d) Pedro ajuizou demanda contra Roberto e, na petição inicial, requereu a concessão de gratuidade de
justiça. Nessa situação, caberá agravo de instrumento contra a decisão que denegar ou conceder o pedido
de gratuidade.

46. (CESPE/SEDF - 2017) Acerca do Ministério Público e da tutela de urgência, julgue o próximo item.
Nas relações processuais que envolvam interesse de incapaz, o Ministério Público será intimado para intervir
como fiscal da ordem jurídica, caso em que poderá produzir provas e recorrer, bem como terá vista dos autos
depois das partes.

47. (CESPE/PGE-AM - 2016) Pedro, motorista da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas, conduzia
um veículo do referido ente público, quando provocou acidente automobilístico que resultou na
incapacidade física e mental de Flávio. Após a interdição de Flávio, seu advogado pretende ajuizar ação de
reparação de danos materiais e morais.

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Ricardo Torques
Aula 03

Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.


Proposta a ação de reparação de dano, o MP do Estado do Amazonas deverá ser intimado para intervir como
custos legis na relação processual em apreço.

48. (CESPE/FUNPRESP-JUD - 2016) Com relação aos poderes, aos deveres e à responsabilidade do juiz,
julgue o item seguinte.
O magistrado poderá solicitar o comparecimento da parte caso entenda ser necessário o esclarecimento de
fatos narrados na contestação. Nessa situação, a parte será ouvida informalmente.

49. (CESPE/FUNPRESP-JUD - 2016) Com relação aos poderes, aos deveres e à responsabilidade do juiz,
julgue o item seguinte.
Ao analisar a especificidade do caso, o juiz da causa poderá conferir prazo de vinte e cinco dias para que o
réu apresente sua contestação, mesmo após o encerramento do prazo regular.

GABARITO
17. CORRETA 34. INCORRETA
1. CORRETA 18. E 35. CORRETA
2. CORRETA 19. CORRETA 36. INCORRETA
3. C 20. CORRETA 37. CORRETA
4. CORRETA 21. CORRETA 38. CORRETA
5. A 22. A 39. CORRETA
6. INCORRETA 23. INCORRETA 40. CORRETA
7. D 24. CORRETA 41. C
8. INCORRETA 25. INCORRETA 42. INCORRETA
9. CORRETA 26. INCORRETA 43. C
10. CORRETA 27. CORRETA 44. D
11. INCORRETA 28. ANULADA 45. C
12. CORRETA 29. INCORRETA 46. CORRETA
13. INCORRETA 30. CORRETA 47. CORRETA
14. C 31. CORRETA 48. CORRETA
15. INCORRETA 32. INCORRETA 49. INCORRETA
16. CORRETA 33. CORRETA

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