Escatologia Pentecostal No Livro de Daniel.
Escatologia Pentecostal No Livro de Daniel.
Escatologia Pentecostal No Livro de Daniel.
NO LIVRO DE DANIEL
PARTE 01 - DANIEL, PROFETA NA BABILÔNIA
Daniel, ainda muito jovem, começou a servir fielmente a Deus, em
terra estranha. Levou uma vida imaculada em meio ao paganismo, à
idolatria e ao ocultismo da corte babilônica. Seu proceder foi
semelhante ao de José em piedade e pureza. Daniel foi levado para
Babilônia como cativo, na primeira de três levas de exilados de Judá,
em 606 a.C., quando tinha entre 14 e 16 anos de idade. Viveu no
palácio de Nabucodonosor, como estudante, estadista e profeta de
Deus, atravessando o reinado de todos os reis babilônicos, exceto o
primeiro deles – Nabopolassar, pai de Nabucodonosor, fundador do
neo-Império Babilônico. Chegou até o Império Persa sob Ciro, em
536 a.C. (Dn 6.28; 10.1). Prestou cerca de setenta e dois anos de
abnegados serviços a Deus e ao próximo!
1.1 Época e Local do Livro
O Livro de Daniel foi escrito, aproximadamente, entre os anos
536 a 530 a.C., durante o exílio do povo de Deus em Babilônia (o
exílio mesmo foi entre 606 a 536 a.C.). O livro foi escrito em
Babilônia, capital do império. Susã, a capital de Ciro, no Elão, é
mencionada no livro, mas em uma visão de Daniel (8.2).
O início da história de Daniel situa-se a partir de 2 Reis 23,24, 2
Crônicas 36, no reinado de Jeoaquim, penúltimo rei de Judá, antes do
cativeiro total da nação. O Livro de Jeremias também faz parte deste
contexto. Após os fatos do Livro de Daniel, vem o relato de Esdras,
Neemias e Ester (o Livro de Ester ocorre em Esdras 6,7).
1.2 Divisão do Livro
A parte histórica do Livro de Daniel compreende os capítulos 1 a
6 e é uma espécie de biografia do profeta, contendo também o
elemento profético, especialmente o capítulo 2. A parte profética do
Livro, que abrange os capítulos 7 a 12, apresenta uma visão geral e
pormenorizada dos últimos impérios mundiais dos tempos dos
gentios, sucedidos pelo reino dos santos do Altíssimo (Dn 7.22). Há
também instantâneos históricos nesta parte do livro, a saber, no
início dos capítulos.
Em suma, o Livro de Daniel revela o domínio de Deus sobre os
reinos do mundo, bem como o estabelecimento final e eterno do Seu
próprio reino.
1.3 Tema do Livro
Claramente apresentado, o tema do Livro de Daniel é: “Deus Revela
o Profundo e o Escondido, e Governa os Reinos dos Homens”. “Ele
revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com
ele mora a luz” (Dn 2.22). “... até que conheças que o Altíssimo tem
domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer” (Dn 4.25).
1.4 Objetivos do Livro
O Livro de Daniel integra o cânon bíblico e tem como objetivo
revelar o futuro do mundo gentílico e da nação israelita. Para uma
melhor compreensão do Livro de Daniel, estude a história bíblica do
povo israelita anterior ao profeta, para ter uma visão panorâmica da
situação reinante em seu tempo, tanto em Israel, como nas nações
com ele relacionadas. O Livro de Daniel é uma grande riqueza para
o cristão, pois, além de apresentar uma cronologia dos eventos
escatológicos, convida à reflexão sobre o valor de se servir a Deus
com fidelidade, consciência e perseverança, não importam as
circunstâncias e o ambiente.
PARTE 02 – O SONHO DE NABUCODONOSOR: A
ESTÁTUA QUE REPRESENTA OS QUATRO ÚLTIMOS
IMPÉRIOS MUNDIAIS (Dn 2)
Neste Texto, veremos o futuro político do mundo gentílico,
registrado no capítulo 2 de Daniel. A expressão profética preditiva
“... o que há de acontecer nos últimos dias...” (Dn 2.28) abrange os
últimos tempos, a vinda de Jesus e o estabelecimento do Milênio.
No capítulo 2 e versículo 44, a palavra profética afirma: “Mas,
nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não
será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo;
esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo
subsistirá para sempre.” (Ou seja, o Reino Milenial e Eterno de
Cristo).
A matéria profética deste capítulo é tão importante, que se repete
(de modo diferente) no capítulo 7 do livro de Daniel. Uma das
diferenças é que, aqui no capítulo 2, a revelação profética se manifesta
através de uma estátua vista no sonho de um monarca, e no capítulo
7, a revelação ocorreu através de sonho e visão de quatro animais,
por um profeta.
2.1 O sonho de Nabucodonosor
Nabucodonosor, rei da Babilônia, certa noite teve um sonho e,
quando acordou havia se esquecido do mesmo. Contudo, ele sabia
que o sonho era muito importante, e decretou que quem não
descobrisse qual era o sonho e o interpretasse, seria morto. Daniel
então, orou com seus amigos afim de que Deus lhe revelasse o sonho
e o seu significado, e assim Deus o fez.
Nabucodonosor sonhou que havia uma estátua cuja cabeça era de
ouro; o peito e os braços de prata; o ventre e os quadris de bronze; as
pernas de ferro; e os pés com dez dedos, de barro e ferro, e que a
mesma era destruída por uma Pedra que foi cortada sem auxilio de
mãos.
2.2 Um hebreu revela os mistérios do sonho do rei da Babilônia
A revelação do sonho esquecido (Dn 2.29-35). O rei deve ter
ficado muito emocionado quando Daniel, que nada sabia dos detalhes
de seu sonho, começou a reproduzi-lo fielmente.
A interpretação do sonho profético (Dn 2.36-43). Na enorme
estátua do sonho do rei está predita a história das nações em
evidência nos “tempos dos gentios”, começando por Babilônia e seu
rei Nabucodonosor e indo até a vinda de Jesus.
Eis os quatro últimos impérios mundiais até a vinda de Cristo:
a) Babilônia – representada pela cabeça da estátua, feita de fino ouro
(Dn 2.32,37,38);
b) Média-Pérsia – representada pelo peito e os braços de prata (Dn
2.32,39);
c) Grécia – representada pelo ventre e os quadris de bronze (Dn
2.32,39);
d) Roma – representada pelas pernas de ferro e pelos pés, em parte
de ferro e parte de barro (Dn 2.35,40-43).
2.3 O desmembramento da estátua
Alguns pormenores interessantes desses últimos poderes mundiais,
revelados ao profeta Daniel naquele distante passado:
2.3.1 A cabeça de ouro da estátua (Dn 2.32,37,38), que representa
o início dos tempos dos gentios, isto é, o Império Babilônico. O
próprio Daniel diz que a cabeça é o Rei Nabucodonosor, no versículo
38. (Sobre a expressão “tempos dos gentios”, ler Lucas 21.24.)
2.3.2 O peito e os dois braços de prata da estátua (Dn 2.32,39)
representam a coligação do Império Medo-Persa, o segundo império
mundial da História. Daniel Já havia dito na interpretação que esta
parte da estátua representava o reino que iria conquistar a Babilônia,
e que seria mais fraco. Tanto a bíblia, quanto a história secular,
registram que o reino que derrotou os babilônios foi o Medo-Persa.
A Média e a Pérsia eram dois reinos diferentes, mas se tornaram um
só quando Ciro, o Grande (Is. 45), Rei da Pérsia, venceu o Império
Medo, e unificou os dois.
2.3.3 O ventre e os quadris de bronze da estátua (Dn 2.32,39)
falam do terceiro império mundial, a Grécia, conforme é revelado
também no capítulo 7, na visão dos quatro animais. A história
evidencia e confirma que os Medo-Persas foram vencidos por
Alexandre, o Grande. A Grécia também dominou o mundo todo, mas
por pouco tempo. No fim, foi vencida pelos romanos.
2.3.4 As duas pernas de ferro da estátua (Dn 2.33,40), que são a
parte mais longa do corpo, indicam a longa extensão e duração do
domínio romano. As duas pernas correspondem à divisão do Império
Romano em Ocidental e Oriental, ocorrida em 395 d.C. Os romanos
venceram a Grécia e reinaram por muito tempo, inclusive nos dias
de Jesus, mas o Império caiu parcialmente destruído em 476 d.c.
quando Odacro, um líder germânico depôs o imperador Rômulo
Augusto. No entanto, ainda ficou viva a parte oriental do Império,
que só caiu em 1453, quando foi conquistada pelos turcos-otomanos.
É importante ressaltar que, apesar do Império Romano “ter caído”,
ele ainda se mantém vivo no ideal das sociedades mundiais e através
da Igreja Católica Apostólica ROMANA. Este reino surgirá
novamente no período da Grande Tribulação, mas não será feito de
Ferro como antes, e sim como Ferro e Barro, será um reinado frágil
e passageiro, e será destruído totalmente quando Jesus vier em sua
glória.
2.3.5 Os dez dedos dos pés da imagem (Dn 2.41,42) significam
dez reis, como expressão final do Império Romano, nos últimos dias
da presente dispensação, como se vê no versículo 44: “Mas, nos dias
desses reis...”. Esses dez reis correspondem aos dez chifres do quarto
animal de Daniel 7.24 e aos dez chifres da Besta de Apocalipse 13.1
e 17.3. Trata-se de um poder político que já existiu, que no presente
momento não existe, mas que voltará a existir “... era e não é, está
para emergir...” (Ap 17.8 – ARA). Os pés, em parte de ferro, em parte
de barro (Dn 2.33,41-43). Daniel deixa claro que a mistura de ferro
e barro significam que esse reinado será, ao mesmo tempo, forte
como o ferro e frágil como o barro. De alguma maneira ele não será
unido, mas não podemos afirmar onde e como será essa desunião.
2.3.6 A progressão na inferioridade dos metais na estátua
profética (Dn 2.32,33). Ouro, prata, bronze e ferro com barro,
revelam que o mundo não melhorará moralmente, nem
politicamente, e sim que piorará cada vez mais. É o que nos assegura
esta profecia. Conforme o pensar deste mundo, inclusive da filosofia
humanista, a cabeça deveria ser de barro e daí evoluir até que os pés
fossem de ouro. Ao contrário, porém, a cabeça é de ouro e os pés de
barro! A imagem de Nabucodonosor é uma descrição bíblica da
degeneração da raça humana alienada de Deus. É o capítulo 1 de
Romanos, a partir do versículo 18.
2.3.7 Uma pedra cortada sem auxílio de mãos” (Dn 2.44,45) O
último reino mundial é proveniente do céu e será implantado sem
intervenção humana. O versículo 34 diz: “...uma pedra foi cortada
sem auxílio de mãos...”. Essa pedra é Cristo (At 4.11; 1Co 10.4; 1Pe
2.4). Isto fala de Jesus, que nasceria como homem aqui na terra (Is
53.3), sem intervenção humana, isto é, gerado pelo Espírito Santo, e
não pelo homem. Algo idêntico ocorrerá quando o reino de Deus for
estabelecido na terra sem auxílio humano. Jesus não será nomeado e
entronizado pelo homem, e Sua conquista não será efetuada por
armas carnais. (Ler 2 Tessalonicenses 2.8)
A expressão “sem auxílio de mãos” (v. 45) significa sem o
auxílio de mãos humanas. (Ler Daniel 8.25 e Lamentações de
Jeremias 4.6). A pedra bateu violentamente nos pés da estátua e
esmiuçou-a (v.45). Quatro vezes está escrito que a pedra esmiuçou a
imagem (vv.34,40,44,45). Portanto, o mundo não findará convertido
pela pregação do Evangelho, e sim destruído com violência
sobrenatural à vinda de Jesus. Isso ocorrerá em Armagedom, no
tempo do domínio mundial das nações confederadas sob o governo
Anticristo (Ap 17.11-13 e 19.11-21).
No versículo 34 vemos que a pedra feriu a estátua nos pés e, em
seguida, destruiu a cabeça, o peito, o ventre e as pernas. Isso indica
que todas as formas de governo representadas por essas partes da
estátua existirão de alguma forma nos dias finais deste mundo: “Da
maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio
de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro;
o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é
o sonho, e fiel a sua interpretação” (v. 45).
Conclusão: A estátua, que começou como um colosso, terminou
reduzida a pó (Dn 2.35). A pedra que destruiu a imagem começou
como uma obra diminuta e depois encheu o mundo inteiro. “... encheu
toda a terra” (v. 35). Jesus, Ele mesmo a pedra, explica a profecia da
pedra. Em Mateus 21.42-44, temos a explanação cabal da profecia da
Pedra dada por Jesus – a própria Pedra..
1º A Pedra rejeitada por Israel (v. 42). A expressão “... A pedra
que os edificadores rejeitaram...” refere-se à rejeição de Israel a
Cristo, no passado, quando, nos dias de Jesus, a nação rejeitou a
Pedra: “... Não queremos que este reine sobre nós.” (Lc 19.14).
2º A Pedra angular da Igreja (v. 42). A passagem que diz “...essa
veio a ser a principal pedra, angular...” refere-se à edificação da Igreja
no presente, tendo por base e fundamento a Pedra, que é Cristo.
3º A Pedra esmiuçará as nações (v. 44). “... aquele sobre quem
ela cair ficará reduzido a pó”. Note o verbo no futuro; refere-se ao
Senhor Jesus na Sua vinda, esmiuçando as nações amotinadas contra
Deus, conforme vemos no Salmo 2.