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Escatologia Pentecostal No Livro de Daniel.

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ESCATOLOGIA PENTECOSTAL

NO LIVRO DE DANIEL
PARTE 01 - DANIEL, PROFETA NA BABILÔNIA
Daniel, ainda muito jovem, começou a servir fielmente a Deus, em
terra estranha. Levou uma vida imaculada em meio ao paganismo, à
idolatria e ao ocultismo da corte babilônica. Seu proceder foi
semelhante ao de José em piedade e pureza. Daniel foi levado para
Babilônia como cativo, na primeira de três levas de exilados de Judá,
em 606 a.C., quando tinha entre 14 e 16 anos de idade. Viveu no
palácio de Nabucodonosor, como estudante, estadista e profeta de
Deus, atravessando o reinado de todos os reis babilônicos, exceto o
primeiro deles – Nabopolassar, pai de Nabucodonosor, fundador do
neo-Império Babilônico. Chegou até o Império Persa sob Ciro, em
536 a.C. (Dn 6.28; 10.1). Prestou cerca de setenta e dois anos de
abnegados serviços a Deus e ao próximo!
1.1 Época e Local do Livro
O Livro de Daniel foi escrito, aproximadamente, entre os anos
536 a 530 a.C., durante o exílio do povo de Deus em Babilônia (o
exílio mesmo foi entre 606 a 536 a.C.). O livro foi escrito em
Babilônia, capital do império. Susã, a capital de Ciro, no Elão, é
mencionada no livro, mas em uma visão de Daniel (8.2).
O início da história de Daniel situa-se a partir de 2 Reis 23,24, 2
Crônicas 36, no reinado de Jeoaquim, penúltimo rei de Judá, antes do
cativeiro total da nação. O Livro de Jeremias também faz parte deste
contexto. Após os fatos do Livro de Daniel, vem o relato de Esdras,
Neemias e Ester (o Livro de Ester ocorre em Esdras 6,7).
1.2 Divisão do Livro
A parte histórica do Livro de Daniel compreende os capítulos 1 a
6 e é uma espécie de biografia do profeta, contendo também o
elemento profético, especialmente o capítulo 2. A parte profética do
Livro, que abrange os capítulos 7 a 12, apresenta uma visão geral e
pormenorizada dos últimos impérios mundiais dos tempos dos
gentios, sucedidos pelo reino dos santos do Altíssimo (Dn 7.22). Há
também instantâneos históricos nesta parte do livro, a saber, no
início dos capítulos.
Em suma, o Livro de Daniel revela o domínio de Deus sobre os
reinos do mundo, bem como o estabelecimento final e eterno do Seu
próprio reino.
1.3 Tema do Livro
Claramente apresentado, o tema do Livro de Daniel é: “Deus Revela
o Profundo e o Escondido, e Governa os Reinos dos Homens”. “Ele
revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com
ele mora a luz” (Dn 2.22). “... até que conheças que o Altíssimo tem
domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer” (Dn 4.25).
1.4 Objetivos do Livro
O Livro de Daniel integra o cânon bíblico e tem como objetivo
revelar o futuro do mundo gentílico e da nação israelita. Para uma
melhor compreensão do Livro de Daniel, estude a história bíblica do
povo israelita anterior ao profeta, para ter uma visão panorâmica da
situação reinante em seu tempo, tanto em Israel, como nas nações
com ele relacionadas. O Livro de Daniel é uma grande riqueza para
o cristão, pois, além de apresentar uma cronologia dos eventos
escatológicos, convida à reflexão sobre o valor de se servir a Deus
com fidelidade, consciência e perseverança, não importam as
circunstâncias e o ambiente.
PARTE 02 – O SONHO DE NABUCODONOSOR: A
ESTÁTUA QUE REPRESENTA OS QUATRO ÚLTIMOS
IMPÉRIOS MUNDIAIS (Dn 2)
Neste Texto, veremos o futuro político do mundo gentílico,
registrado no capítulo 2 de Daniel. A expressão profética preditiva
“... o que há de acontecer nos últimos dias...” (Dn 2.28) abrange os
últimos tempos, a vinda de Jesus e o estabelecimento do Milênio.
No capítulo 2 e versículo 44, a palavra profética afirma: “Mas,
nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não
será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo;
esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo
subsistirá para sempre.” (Ou seja, o Reino Milenial e Eterno de
Cristo).
A matéria profética deste capítulo é tão importante, que se repete
(de modo diferente) no capítulo 7 do livro de Daniel. Uma das
diferenças é que, aqui no capítulo 2, a revelação profética se manifesta
através de uma estátua vista no sonho de um monarca, e no capítulo
7, a revelação ocorreu através de sonho e visão de quatro animais,
por um profeta.
2.1 O sonho de Nabucodonosor
Nabucodonosor, rei da Babilônia, certa noite teve um sonho e,
quando acordou havia se esquecido do mesmo. Contudo, ele sabia
que o sonho era muito importante, e decretou que quem não
descobrisse qual era o sonho e o interpretasse, seria morto. Daniel
então, orou com seus amigos afim de que Deus lhe revelasse o sonho
e o seu significado, e assim Deus o fez.
Nabucodonosor sonhou que havia uma estátua cuja cabeça era de
ouro; o peito e os braços de prata; o ventre e os quadris de bronze; as
pernas de ferro; e os pés com dez dedos, de barro e ferro, e que a
mesma era destruída por uma Pedra que foi cortada sem auxilio de
mãos.
2.2 Um hebreu revela os mistérios do sonho do rei da Babilônia
A revelação do sonho esquecido (Dn 2.29-35). O rei deve ter
ficado muito emocionado quando Daniel, que nada sabia dos detalhes
de seu sonho, começou a reproduzi-lo fielmente.
A interpretação do sonho profético (Dn 2.36-43). Na enorme
estátua do sonho do rei está predita a história das nações em
evidência nos “tempos dos gentios”, começando por Babilônia e seu
rei Nabucodonosor e indo até a vinda de Jesus.
Eis os quatro últimos impérios mundiais até a vinda de Cristo:
a) Babilônia – representada pela cabeça da estátua, feita de fino ouro
(Dn 2.32,37,38);
b) Média-Pérsia – representada pelo peito e os braços de prata (Dn
2.32,39);
c) Grécia – representada pelo ventre e os quadris de bronze (Dn
2.32,39);
d) Roma – representada pelas pernas de ferro e pelos pés, em parte
de ferro e parte de barro (Dn 2.35,40-43).
2.3 O desmembramento da estátua
Alguns pormenores interessantes desses últimos poderes mundiais,
revelados ao profeta Daniel naquele distante passado:
2.3.1 A cabeça de ouro da estátua (Dn 2.32,37,38), que representa
o início dos tempos dos gentios, isto é, o Império Babilônico. O
próprio Daniel diz que a cabeça é o Rei Nabucodonosor, no versículo
38. (Sobre a expressão “tempos dos gentios”, ler Lucas 21.24.)
2.3.2 O peito e os dois braços de prata da estátua (Dn 2.32,39)
representam a coligação do Império Medo-Persa, o segundo império
mundial da História. Daniel Já havia dito na interpretação que esta
parte da estátua representava o reino que iria conquistar a Babilônia,
e que seria mais fraco. Tanto a bíblia, quanto a história secular,
registram que o reino que derrotou os babilônios foi o Medo-Persa.
A Média e a Pérsia eram dois reinos diferentes, mas se tornaram um
só quando Ciro, o Grande (Is. 45), Rei da Pérsia, venceu o Império
Medo, e unificou os dois.
2.3.3 O ventre e os quadris de bronze da estátua (Dn 2.32,39)
falam do terceiro império mundial, a Grécia, conforme é revelado
também no capítulo 7, na visão dos quatro animais. A história
evidencia e confirma que os Medo-Persas foram vencidos por
Alexandre, o Grande. A Grécia também dominou o mundo todo, mas
por pouco tempo. No fim, foi vencida pelos romanos.
2.3.4 As duas pernas de ferro da estátua (Dn 2.33,40), que são a
parte mais longa do corpo, indicam a longa extensão e duração do
domínio romano. As duas pernas correspondem à divisão do Império
Romano em Ocidental e Oriental, ocorrida em 395 d.C. Os romanos
venceram a Grécia e reinaram por muito tempo, inclusive nos dias
de Jesus, mas o Império caiu parcialmente destruído em 476 d.c.
quando Odacro, um líder germânico depôs o imperador Rômulo
Augusto. No entanto, ainda ficou viva a parte oriental do Império,
que só caiu em 1453, quando foi conquistada pelos turcos-otomanos.
É importante ressaltar que, apesar do Império Romano “ter caído”,
ele ainda se mantém vivo no ideal das sociedades mundiais e através
da Igreja Católica Apostólica ROMANA. Este reino surgirá
novamente no período da Grande Tribulação, mas não será feito de
Ferro como antes, e sim como Ferro e Barro, será um reinado frágil
e passageiro, e será destruído totalmente quando Jesus vier em sua
glória.
2.3.5 Os dez dedos dos pés da imagem (Dn 2.41,42) significam
dez reis, como expressão final do Império Romano, nos últimos dias
da presente dispensação, como se vê no versículo 44: “Mas, nos dias
desses reis...”. Esses dez reis correspondem aos dez chifres do quarto
animal de Daniel 7.24 e aos dez chifres da Besta de Apocalipse 13.1
e 17.3. Trata-se de um poder político que já existiu, que no presente
momento não existe, mas que voltará a existir “... era e não é, está
para emergir...” (Ap 17.8 – ARA). Os pés, em parte de ferro, em parte
de barro (Dn 2.33,41-43). Daniel deixa claro que a mistura de ferro
e barro significam que esse reinado será, ao mesmo tempo, forte
como o ferro e frágil como o barro. De alguma maneira ele não será
unido, mas não podemos afirmar onde e como será essa desunião.
2.3.6 A progressão na inferioridade dos metais na estátua
profética (Dn 2.32,33). Ouro, prata, bronze e ferro com barro,
revelam que o mundo não melhorará moralmente, nem
politicamente, e sim que piorará cada vez mais. É o que nos assegura
esta profecia. Conforme o pensar deste mundo, inclusive da filosofia
humanista, a cabeça deveria ser de barro e daí evoluir até que os pés
fossem de ouro. Ao contrário, porém, a cabeça é de ouro e os pés de
barro! A imagem de Nabucodonosor é uma descrição bíblica da
degeneração da raça humana alienada de Deus. É o capítulo 1 de
Romanos, a partir do versículo 18.
2.3.7 Uma pedra cortada sem auxílio de mãos” (Dn 2.44,45) O
último reino mundial é proveniente do céu e será implantado sem
intervenção humana. O versículo 34 diz: “...uma pedra foi cortada
sem auxílio de mãos...”. Essa pedra é Cristo (At 4.11; 1Co 10.4; 1Pe
2.4). Isto fala de Jesus, que nasceria como homem aqui na terra (Is
53.3), sem intervenção humana, isto é, gerado pelo Espírito Santo, e
não pelo homem. Algo idêntico ocorrerá quando o reino de Deus for
estabelecido na terra sem auxílio humano. Jesus não será nomeado e
entronizado pelo homem, e Sua conquista não será efetuada por
armas carnais. (Ler 2 Tessalonicenses 2.8)
A expressão “sem auxílio de mãos” (v. 45) significa sem o
auxílio de mãos humanas. (Ler Daniel 8.25 e Lamentações de
Jeremias 4.6). A pedra bateu violentamente nos pés da estátua e
esmiuçou-a (v.45). Quatro vezes está escrito que a pedra esmiuçou a
imagem (vv.34,40,44,45). Portanto, o mundo não findará convertido
pela pregação do Evangelho, e sim destruído com violência
sobrenatural à vinda de Jesus. Isso ocorrerá em Armagedom, no
tempo do domínio mundial das nações confederadas sob o governo
Anticristo (Ap 17.11-13 e 19.11-21).
No versículo 34 vemos que a pedra feriu a estátua nos pés e, em
seguida, destruiu a cabeça, o peito, o ventre e as pernas. Isso indica
que todas as formas de governo representadas por essas partes da
estátua existirão de alguma forma nos dias finais deste mundo: “Da
maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio
de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro;
o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é
o sonho, e fiel a sua interpretação” (v. 45).
Conclusão: A estátua, que começou como um colosso, terminou
reduzida a pó (Dn 2.35). A pedra que destruiu a imagem começou
como uma obra diminuta e depois encheu o mundo inteiro. “... encheu
toda a terra” (v. 35). Jesus, Ele mesmo a pedra, explica a profecia da
pedra. Em Mateus 21.42-44, temos a explanação cabal da profecia da
Pedra dada por Jesus – a própria Pedra..
1º A Pedra rejeitada por Israel (v. 42). A expressão “... A pedra
que os edificadores rejeitaram...” refere-se à rejeição de Israel a
Cristo, no passado, quando, nos dias de Jesus, a nação rejeitou a
Pedra: “... Não queremos que este reine sobre nós.” (Lc 19.14).
2º A Pedra angular da Igreja (v. 42). A passagem que diz “...essa
veio a ser a principal pedra, angular...” refere-se à edificação da Igreja
no presente, tendo por base e fundamento a Pedra, que é Cristo.
3º A Pedra esmiuçará as nações (v. 44). “... aquele sobre quem
ela cair ficará reduzido a pó”. Note o verbo no futuro; refere-se ao
Senhor Jesus na Sua vinda, esmiuçando as nações amotinadas contra
Deus, conforme vemos no Salmo 2.

PARTE 03 – AS VISÕES DE DANIEL SOBRE OS QUATRO


ULTIMOS IMPÉRIOS MUNDIAIS (Dn. 7)
Cronologicamente, este capítulo precede o capítulo 5. Basta
comparar 5.30,31 com 7.1 do Livro de Daniel. Aqui, temos a
continuação do assunto do capítulo 2, cuja profecia foi proferida cerca
de 60 anos antes.
Tanto o capítulo 2 como o 7 tratam das quatro últimas potências
mundiais nos tempos do fim, de que nos fala repetidamente a Palavra
de Deus. No capítulo 2, esses impérios são representados por uma
imagem tendo a cabeça de ouro, o peito de prata, o ventre de bronze,
as pernas de ferro e os pés de ferro misturado com barro. Tudo se
esmiuçou ao impacto de uma pedra cortada de um monte.
No presente capítulo, esses mesmos impérios são representados
por um leão, um urso, um leopardo e um animal anônimo e
terrivelmente espantoso. Por fim, vem o Filho do Homem, exercendo
o juízo e estabelecendo o reino eterno do Altíssimo (vv. 13,14,26,27).
No capítulo 2, por meio de Nabucodonosor, Deus revela o lado
político desses últimos impérios mundiais. A Daniel, no capítulo 7,
Deus revela o lado moral e espiritual, através de quatro animais.
É significativo que as nações em geral, inconscientemente,
escolhem para si símbolos nacionais provenientes de animais ferozes
e aves de rapina. Exemplos disto são:
1. China – dragão;
2. Inglaterra – leão;
3. Estados Unidos – águia;
4. Rússia – urso;
5. Itália – lobo, e assim por diante.
3.1 O mar agitado (Dn 7.2) refere-se às nações inquietas (Ap 17.15).
A inquietação e perplexidade das nações é uma característica dos
tempos dos gentios, como vemos aqui, pelas crises cada vez maiores,
que surgem interna e externamente. Os ventos mencionados podem
ser os poderes do mal que agitam, incitam e afligem as nações.
3.2 O leão e o urso (Dn 7.4,5) O leão corresponde à cabeça de ouro
da estátua do capítulo 2, isto é, Babilônia (Dn 2.32,39). No versículo
5, a Média-Pérsia é representada por um urso que se levanta sobre
um dos lados e tem na boca três costelas. O lado que se elevou foi a
Pérsia, que passou a ter ascendência sobre a Média. As três costelas
na boca aludem à conquista de Babilônia, Lídia e Egito pela Pérsia,
como descreve a História secular. Em Daniel 8.3,4, a Pérsia é
representada por um carneiro.
3.3 O leopardo (Dn 7.6) corresponde ao ventre de bronze do
capítulo 2, isto é, a Grécia (2.32,39). No capítulo 8.5, este mesmo
império é representado por um bode. Trataremos disso quando
abordarmos o capítulo 8, no próximo Texto. O leopardo tinha quatro
asas e quatro cabeças. As quatro asas indicam maior rapidez dos
gregos nas conquistas do que os babilônicos. As quatro cabeças falam
da quádrupla divisão do Império Grego após a morte de Alexandre,
a saber: Egito, Macedônia, Síria e Ásia Menor. De fato, em doze anos
Alexandre dominou o mundo civilizado do seu tempo. Seu exército
era altamente treinado e utilizava o princípio da guerra-relâmpago,
isto é, surpresa, rapidez e força total nos ataques, tática esta ainda
empregada nas guerras hoje.
3.4 O quarto animal (Dn 7.7,8,11,19-24) corresponde às pernas e
aos pés da estátua do capítulo 2, isto é, o Império Romano, e ainda a
sua última forma de expressão, por ocasião da vinda de Jesus. Tinha
dez chifres. Entre os dez chifres surgiu um outro pequeno. Três
outros chifres foram derrubados pelo chifre pequeno (vv. 8,24). O
quarto animal seria um rei ou reino, como os demais animais (Dn
7.17,23), com dentes de ferro (v. 7). Seria, portanto, o reino da força,
da ferocidade, do esmagamento, como foi o Império Romano.
3.5 Os dez chifres do versículo 7 correspondem aos dez dedos dos
pés da estátua do capítulo 2.41,44 e aos dez chifres da Besta de
Apocalipse 13.1 e 17.12, isto é, o Anticristo e suas nações
confederadas, durante a Grande Tribulação. A visão do quarto
animal com seus detalhes foi tão impressionante que Daniel
concentrou sua atenção sobre ele, querendo saber à que se referia (vv.
19,20).
3.6 O chifre pequeno (Dn 7.8) representa o futuro Anticristo, que,
ao emergir de entre os dez reinos, abaterá três reis. Essa expressão
do Império Romano em dez reinos ainda não ocorreu, pois, quando
o dito império deixou de existir tinha apenas duas formas,
correspondente às duas pernas da estátua do capítulo 2, isto é, a
divisão do império em dois, ocorrida em 395 d.C., a saber, o Império
Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente. O primeiro
caiu em 476 d.C. Portanto, os fatos proféticos do versículo 8 são
ainda futuros, como bem mostra o Livro de Apocalipse. O versículo
8 em apreço mostra ainda que o Anticristo será muito inteligente
(“olhos”, vv. 8,20) e também um orador inflamado e magnetizador de
massas (“boca que falava com insolência”, vv. 8,20). Com isso
concorda Apocalipse 13.5,6.
3.7 Juízo das nações (Dn 7.9-13). Aqui, temos uma previsão dos
juízos do Apocalipse, culminando no juízo das nações, na vinda do
Filho do Homem (v. 13), conforme Mateus 25.31-46 e Apocalipse
19.11ss. O “Ancião de Dias” (vv. 13.22) simboliza Deus, segundo
Isaías 57.15: Aquele “que habita a eternidade”. O versículo 13
também mostra que Jesus e o Pai Eterno são duas pessoas divinas
distintas. Logo a seguir vemos Jesus recebendo o reino (v. 14): “Os
reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele
reinará para todo o sempre” (Ap 11.15).
3.8 “Cheguei-me a um dos que estavam perto...” (Dn 7.16). Até
esta altura do livro, Daniel foi o agente de Deus para interpretar os
sonhos de outros. Daqui em diante, um anjo interpreta seus sonhos
e visões. Certamente é um só anjo: Gabriel (8.16; 9.21).
Indubitavelmente, Deus faz assim para mostrar a Sua soberania e
para evitar que o homem se orgulhe (Dn 7.16; 8.15-17; 9.20-23;
10.10-14).
3.9 “Os santos do Altíssimo...” (Dn 7.18, 21, 25). Tratam-se dos
judeus fiéis, durante a Tribulação. São “os seus escolhidos” (Mt
24.31). Até o capítulo 6 do Livro de Daniel, as profecias giram em
torno dos gentios; a partir do capítulo 7, giram em torno
principalmente dos judeus.
3.10 O reino dos dez chifres (Dn 7.24) diz respeito a um reino
futuro, equivalente ao da primeira Besta de Apocalipse 13.1-8, e
17.12-17. Até hoje não ocorreu esta forma de governo do Império
Romano, como dissemos. Não se trata do próprio império
restaurado, como muitos precipitadamente afirmam. O texto de
Daniel 7.24 declara que esses países se formarão “... daquele mesmo
reino...”.
3.11 Os últimos 3 anos e meio da Grande Tribulação (Dn 7.25)
serão os piores anos de juízo. Esse período é mencionado em
Apocalipse como 42 meses (Ap 11.2; 13.5); 1.260 dias (Ap 11.3; 12.6);
e “... um tempo, tempos e metade de um tempo...” (Ap 12.14). Em
Daniel 7.25 ele é citado como “... um tempo, dois tempos e metade de
um tempo”. O Anticristo tratará de inaugurar uma nova era: “cuidará
em mudar os tempos e a lei...” (v. 25). Um dos seus nomes em o Novo
Testamento é “o iníquo” (2Ts 2.8), que no grego é ánomos, isto é,
aquele que é oposto à ordem estabelecida; o subversivo, o desordeiro,
aquele que se opõe à lei. Haverá, pois, mudança na ordem das coisas
e da lei estabelecida. O versículo 28 encerra o texto aramaico, que
teve início em Daniel 2.4.
PARTE 04 - O SEGUNDO E O TERCEIRO IMPÉRIOS
MUNDIAIS: PÉRSIA E GRÉCIA (Dn 8)
O capítulo 8 contém detalhadas predições sobre o Império Persa
e o Grego. As predições sobre o Império Grego estão relacionadas
com Israel..
IMPÉRIO MEDO-PERSA IMPÉRIO GREGO
1. Peito e braços de prata 1. Ventre de Bronze (Dn.
(Dn. 2.32) 2.32)
2. Urso (Dn. 7.5) 2. Leopardo (Dn. 7.6)
3. Carneiro (Dn. 8.3) 3. Bode (Dn. 8.5)
4.1 O carneiro e seus dois chifres (Dn 8.3,4) referem-se à coalizão
Medo-Pérsia. “Aquele carneiro... que viste, são os reis da Média e da
Pérsia” (v. 20). Ela é representada em Daniel 7.5 por um urso
4.2 Os dois chifres falam da dualidade do império: Média e
Pérsia. O chifre mais alto (“... um era mais alto do que o outro...”, v.
3) é a Pérsia que, apesar de ser mais recente que a Média, tornou-se
proeminente: “... o mais alto subiu por último” (v. 3).
4.3 Em 550 a.C., Ciro, um persa, rebelou-se contra os medos, que até
então detinham o poder, e tornou-se o mandante desses dois reinos.
“... e se engrandecia” (v. 4) é uma alusão à Média-Pérsia. De fato,
esse império tornou-se grande em suas conquistas. Seus feitos e
proezas nesse sentido são estudados e admirados até hoje.
4.4 O reino da Grécia (Dn 8.5-8) é representado aqui por um bode:
“... o bode peludo é o rei da Grécia...” (v. 21). Em Daniel 7.6 é
representado por um leopardo. O “chifre notável” do bode (v. 5) é
Alexandre, o Grande, um dos homens mais brilhantes dos tempos
antigos: rei da Macedônia, fundador do helenismo, gênio militar e
propagador da cultura grega. Foi o grande imperador grego.
4.5 Os versículos 6 e 7 falam da arremetida furiosa e irresistível de
seus exércitos. Em doze anos de reinado, Alexandre tinha o mundo
a seus pés. Morreu em 323 a.C., na Babilônia, aos 33 anos de idade.
4.8 No versículo 8, vemos na profecia a divisão do império de
Alexandre entre quatro de seus generais após sua morte: Cassandro
ficou com a Macedônia; Lisímaco com a Trácia e quase toda a Ásia
Menor; Selêuco ficou com a Síria, Babilônia e Palestina; Ptolomeu
ficou com o Egito.
4.9 “E de um deles saiu um chifre muito pequeno...” (Dn 8.9)
refere-se ao rei selêucida Antíoco Epifânio, o opressor de Israel no
Antigo Testamento, o qual procedeu da Síria, uma das divisões do
Império Grego, de que já falamos. O termo selêucida deriva do
general Seleuco Nicátor, fundador da dinastia dos reis gregos da
Síria, ao qual, na partilha do império de Alexandre, coube a Síria, a
Ásia Menor e a Babilônia, tendo por capital Antioquia.
Antíoco Epifânio, o “chifre pequeno” de Daniel 8.9, é chamado
O ANTICRISTO DO ANTIGO TESTAMENTO, tal a perseguição
que infligiu ao povo judeu no Século II a.C., durante o chamado
“período interbíblico”, como é denominado na história de Israel o
período que compreende de Malaquias a Mateus e dura cerca de 400
anos.
Antíoco, que reinou de 175 a 167 a.C., decidiu exterminar o povo
judeu e sua religião. Chegou a proibir o culto a Deus. Recorreu a
todo tipo de tortura para forçar os judeus a renunciarem à fé. Isto
deu lugar à famosa Revolta dos Macabeus, uma das páginas mais
heroicas da história de Israel. “Epifânio” quer dizer O Magnífico,
assim chamado por seus amigos. Seus inimigos o chamavam
“Epimânio”, que quer dizer louco.
Antíoco prefigura o Anticristo, pois, no versículo 19 está escrito
“Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira,
pois isso pertence ao tempo determinado do fim”. Logo se vê que este
quadro falava de outro que se cumpriria no tempo do fim. Embora
não possamos afirmar com toda a certeza, é provável que o Anticristo
deverá, pois, surgir de uma das quatro antigas divisões do Império
Grego. Se esse for o caso, certamente ele virá da divisão à qual
pertencia a Síria. Sendo Antíoco tipo e sombra do Anticristo,
provavelmente procederá do mesmo lugar. Talvez seja por isso que
ao ser mencionado o Anticristo em Apocalipse 13, ele (a Besta) é
primeiramente mencionado como “semelhante ao leopardo” (Ap
13.2). Ora, o leopardo é exatamente o animal que simboliza a Grécia
(Dn 7.6).
4.10 As perseguições de Antíoco aos judeus (Dn 8.9-14). Há
vários pormenores interessantes nestes versículos.
a) A “... terra formosa” (v. 9) é uma referência à terra de Israel;
b) “... exército dos céus...” e “... estrelas...” (v. 10) parecem ser uma
referência aos sacerdotes e levitas, se compararmos o conteúdo dos
versículos 11 a 13;
c) As perseguições de Antíoco contra os judeus encontram-se
também nos versículos 10 a 13;
d) “... duas mil e trezentas tardes e manhãs...” (v. 14) literalmente
correspondem a 1.150 tardes + 1.150 manhãs, o que equivale a 1.150
dias, porque uma tarde e uma manhã perfaziam um dia, no sistema
judaico (Gn 1.5). Certamente isso foi mencionado assim por causa da
supressão dos sacrifícios diários no templo, por Antíoco. Ver a
expressão “... sacrifício contínuo...”, nos versículos 11,12,13. Ler
também Números 28.3,4. A contagem de 1.150 dias forma o tempo
decorrido entre a profanação do templo por Antíoco e sua purificação
por Judas Macabeu, em 165 a.C., segundo a História secular.
4.11 Mais pormenores sobre a Grécia prefigurando os tempos
do fim (Dn 8.21-26) dizem respeito a:
a) O “chifre grande” do versículo 21 é Alexandre, o Grande;
b) Antíoco, prefigurando o futuro Anticristo: versículos 23-25. Há
fatos aqui não aplicáveis a Antíoco. Só podem se referir a uma
personagem futura. De fato, os versículos 17,19 e 26 referem-se aos
tempos do fim. Antíoco foi o cumprimento parcial desta profecia; o
Anticristo será o cumprimento cabal;
c) Uma antevisão da guerra do Armagedom (v. 25): “... levantar-se-á
contra o Príncipe dos príncipes, mas será quebrado sem esforço de
mãos humanas” (ARA). Isto é um quadro do Armagedom
apocalíptico, quando o poder gentílico mundial sob o comando do
Anticristo será sobrenatural mente destruído por Cristo na Sua
vinda;
4.12 Não havia quem entendesse a visão (v. 27) que, de tão
terrível, Daniel adoeceu. Eram profundas as revelações, abarcando o
futuro imediato e o futuro remoto da nação judaica. Ao declarar que
não estava entendendo a visão, Daniel estava também revelando a
sua humildade. Isso ele também faz no final do seu livro, quando diz
em 12.8: “Eu, pois, ouvi, mas não entendi; por isso eu disse: Senhor
meu, qual será o fim destas coisas?” Uma grande lição para todos que
anunciam as coisas de Deus.
PARTE 05 - AS SETENTA SEMANAS DE ANOS (Dn 9)
Esta seção do Livro de Daniel (capítulo 9) focaliza principalmente
o povo de Israel, delineando claramente o seu futuro. A profecia do
capítulo 9 sobre as Setenta Semanas é escatologicamente a mais
importante de todas, dado o seu alcance e escopo, uma vez que
abarca, além de Israel, a Igreja e as nações do mundo.
Esta profecia tem um imenso valor evidencial como testemunha
da veracidade das Escrituras e do atributo de Deus de antever
quaisquer acontecimentos futuros. Como observaremos, a parte da
profecia relacionada às primeiras sessenta e nove semanas já se
cumpriu. Só um Deus onisciente poderia predizer, com 500 anos de
antecedência, o dia preciso em que o Messias entraria em Jerusalém
e Se apresentaria como o “Príncipe” de Israel.
Se entendermos adequadamente esta profecia, entenderemos o
Sermão Profético de Mateus 24 e também o Livro de Apocalipse,
uma vez que a citada profecia abrange os dois. Haveremos de notar,
quando estivermos estudando o Livro de Apocalipse, que os
capítulos 6 a 19 são uma ampliação da 70ª semana profética de
Daniel 9.
5.1 A MENSAGEM SOBRE AS SETENTA SEMANAS (Dn
9.24–27)
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo...” (Dn
9.24) Sobre esta profecia das setenta semanas, consideremos as
circunstâncias e observações a seguir.
a) Findaram-se os 70 anos e não ocorria o repatriamento dos judeus
de Babilônia para Israel (Dn 9.2; Jr 25.11,12; 29.10). Isso começou a
afligir a alma de Daniel, levando-o a interceder pelo seu povo diante
de Deus, em oração e jejum.
b) Porque 70 anos de cativeiro, nem mais, nem menos? Tratava-se
de disciplina da parte de Deus para com Israel, por quebra deliberada
dos comandos de Deus expostos em Levíticos 25.3-5; 26.14,33,35 e
2 Crônicas 36.21. O cativeiro de Judá foi, em grande parte, fruto da
desobediência dos judeus quanto às palavras do Senhor. Vemos na
passagem de Levítico, acima, que Deus determinou a observância do
ano sabático, ou ano de descanso, quando a terra descansava por um
ano. Isso deveria ser observado a cada 7 anos. Durante os quase 500
anos que se estendem da monarquia de Israel ao seu cativeiro, os
judeus não cumpriram este preceito do Senhor. Resultado: Deus
mesmo fez a terra repousar, mantendo seus maus “inquilinos” fora
dela, durante 70 anos. Ora, 70 anos é o total de anos sabáticos
ocorridos no espaço de 490 anos. Deus sabe muito bem lidar com
pessoas e nações que quebram as Suas leis, mesmo as civis, como esta
que acabamos de mencionar.
c) As setenta semanas da profecia em foco (Dn 9.24-27) são semanas
de anos; não de dias. Eis o porquê disso:
Em primeiro lugar: O texto original não diz “semana”, mas “setes”
(“setenta setes”). Quando se trata de semana de dias, como em Daniel
10.2,3, é acrescentada a palavra para dias (yamin, em hebraico).
Em segundo lugar: É bíblica a expressão “semana de anos”. (Lv 25.8;
Nm 14.34; Ez 4.6). Aplicação prática de uma “semana de anos” (Gn
29.20,27).
Em terceiro lugar: Existem seis acontecimentos a respeito de Israel
em Daniel 9.24 ainda não se cumpriram, só se cumprirão depois da
Grande Tribulação. São eles: 1º Cessar a transgressão, 2º Dar fim
aos pecados, 3º Expiar a iniquidade, 4º Trazer a justiça eterna, 5º
Selar a visão e a profecia, 6º Ungir o Santíssimo.
Em quarto lugar: Em Daniel 9.27, por ocasião da última das setenta
semanas, a Bíblia diz: “Ele fará firme aliança com muitos, por uma
semana...”. Não se faz pacto entre nações com a duração de uma
semana de dias, quando somente o protocolo e as celebrações muitas
vezes tomam uma semana toda.
Em quinto lugar: A autenticidade desta profecia (Dn 9.24-27) foi
atestada por Jesus, em Mateus 24.15, onde Ele também mostra que
a última das setenta semanas é ainda futura, uma vez que o fato ali
citado ainda não ocorreu.
5.2 A DIVISÃO DAS 70 SEMANAS EM TRÊS GRUPOS
A leitura da passagem (Dn 9.24-27) mostra que as semanas estão
divididas em três grupos. Sendo semanas de anos, totalizam 490
anos. Os três grupos são: 7 Semanas / 62 Semanas / 1 Semana.
Comparando-se Apocalipse 12.6 com 13.5, vê-se que o ano bíblico ou
profético é de 360 dias, pois, 1.260 dias dá 42 meses de 30 dias.
Também entre Gênesis 7.11 e 8.4, temos cinco meses, e, em Gênesis
7.24 e 8.3, vemos que esses cinco meses equivalem a 150 dias, ou seja,
5 meses de 30 dias, o que significa anos de 360 dias na Bíblia.
O calendário religioso de Israel era lunar. A lua nova marcava o
início dos meses, sendo essa uma ocasião festiva (Cl 2.16). O ano
lunar é de 354 dias, sendo, na História e nas profecias arredondado
para 360 dias. O calendário solar é posterior e é relacionado às
estações do ano.
5.2.1 O PRIMEIRO GRUPO DE SEMANAS – 7 SEMANAS OU
49 ANOS (DN 9.25)
Esse período começaria com a expedição do decreto de
reconstrução de Jerusalém, baixado em 445 a.C., por Artaxerxes
Longímano (Rei da Pérsia nos tempos de Neemias. Esse Rei foi Filho
de Assuero, marido da Rainha Ester – mas, possivelmente não era
filho do casal), de acordo com as maiores autoridades no assunto. O
capítulo 2 de Neemias descreve a ocasião desse decreto, pois foi ele
comissionado pelo rei para dar cumprimento a tal ato. De acordo com
a profecia em estudo, no fim dos 49 anos, a cidade de Jerusalém
estaria reconstruída (ano 396 a.C.).
Houve dois decretos ligados à reconstrução de Jerusalém, que
muitos estudiosos da Bíblia confundem. Um em 457 a.C., de
embelezamento do templo e restauração do culto, a cargo de Esdras
(Ed 7); outro, da reconstrução dos muros e, portanto, da cidade, a
cargo de Neemias. É deste que estamos tratando; o que foi
baixado em 445 a.C. A partir daí, começaria a contagem das setenta
semanas proféticas.
5.2.2 O SEGUNDO GRUPO DE SEMANAS – 62 SEMANAS
OU 434 ANOS (DN 9.25, 26)
Um retrospecto histórico do nosso calendário. O nosso
calendário, isto é, o que está em uso entre nós, foi primeiramente
organizado por Rômulo, tido pela História secular como o primeiro
rei de Roma. Esse calendário tinha dez meses. Numa Pompílio, rei
de Roma, acrescentou-lhe dois meses. Júlio César reformou-o
posteriormente. Em 526 d.C., Dionísio elaborou novo calendário,
mas enganou-se nos cálculos, resultando em atraso de (quase) 5 anos.
O ano 29 do atual calendário (o de Dionísio) corresponde ao 33 do
calendário corrigido, mas inexistente. Infelizmente, não podemos
neste momento fazer um tratamento minucioso deste ponto, mas o
estudante da Bíblia que o ignorar se verá em complicações quando
quiser situar a revelação divina no tempo, ao lidar com os tempos do
Novo Testamento. Exemplo disso é que, pelo calendário atual (o de
Dionísio), Jesus morreu no ano 29 d.C., mas, ao corrigir-se o
calendário, verificamos que o ano foi o de 33 d.C. devido ao erro de
atraso cometido por Dionísio.
Resumindo, conseguiremos calcular que a Semana número 69 da
Profecia de Daniel, se cumpriu com a morte de Jesus, mas o cálculo
só fará sentido se você considerar que antigamente, o tempo não era
contado como contamos hoje.
5.2.3 O TERCEIRO GRUPO DE SEMANAS – O DE 1
SEMANA, ISTO É, 7 ANOS (DN 9.27)
Esta semana é futura. De início, precisamos pontuar que nós,
Pré-tribulacionistas, enxergamos essa Última Semana de Daniel
como sendo A Grande Tribulação. Para ver isso comparemos o
versículo 27 com as palavras de Jesus em Mateus 24.15, que ainda
não se cumpriram. Esta Última Semana não começa enquanto Israel
estiver fora da sua terra, disperso, o que pode ser visto no versículo
26. No começo do século XX, Israel começou a voltar à sua terra, e
continua voltando, ora mais, ora menos, mas sem parar.
Há um intervalo indefinido de tempo entre a 69ª e a 70ª semanas,
indicado no versículo 26, pela expressão “e até o fim”. Neste intervalo
que já ultrapassou os 2.000 anos, enquanto Israel é rejeitado (Lc
13.34,35), a Igreja é formada e arrebatada para o céu. Realmente, à
luz de Daniel 9.24, a profecia das Setenta Semanas nada tem com a
Igreja, a não ser indiretamente, como já mostramos, no caso do
intervalo denominado “até o fim”.
Após o Arrebatamento da Igreja, terá início então a 70ª semana,
os sete anos em que ocorrerá a Tribulação, a qual é descrita em
detalhes em Apocalipse, capítulos 6 a 18. É assombrosa a precisão da
profecia bíblica!
AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL
PRIMEIRO SEGUNDO
INTERVALO TERCEIRO
GRUPO GRUPO
(Período da GRUPO DE
DE DE
Igreja) SEMANAS
SEMANAS SEMANAS
70
INTERVALO
7 Semanas 62 Semanas 1 Semana Semanas
(Período da
(49 anos) (434 anos) (7 anos) = 490
Igreja)
anos
Morte,
Ordem para
Ressureição INTERVALO
restaurar Grande
e Ascenção (Período da
Jerusalém Tribulação
do Messias Igreja)
(Dn. 9.26)
(Dn 9.25,26)
445 a.C. 396 a.C. 29 d.C. ?
(CADA SEMANA SIGNIFICA 7 ANOS)
5.4 EXPLICANDO CADA VERSÍCULO SOBRE AS SETENTA
SEMANAS DE DANIEL (Dn 9.24–27)
As setenta semanas de anos registradas no Livro de Daniel
tratam das provações e dos sofrimentos pelos quais Israel terá de
passar antes que o seu Libertador se manifeste, para, como diz o final
do versículo 24 da profecia em estudo, dar fim aos pecados e trazer
sobre si a justiça eterna.
Estas “semanas” não se referem à Igreja, mas a Israel. “...
sobre o teu povo (o povo de Daniel) e sobre a tua santa cidade...” (a
cidade de Jerusalém) (v. 24). Esta profecia não tem, pois, aplicação à
Igreja.
5.4.1 OBSERVAÇÕES SOBRE O VERSÍCULO 24 “Setenta
semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua
santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos
pecados, para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e
selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.”
a) “Setenta semanas estão determinadas...”. Terão seu fiel
cumprimento, pois são determinadas por Deus. Este versículo
encerra seis fatos que estão preditos para acontecer a Israel durante
as setenta semanas, ou 490 anos do seu povo. São eles:
b) “...cessar a transgressão...”; Transgressão do povo de Daniel (“do
teu povo”). O povo de Israel foi separado por Deus para ser Santo,
mas sempre desobedeceram ao Senhor. E isso acabará
definitivamente na Grande Tribulação.
c) “... dar fim aos pecados...” Após a Grande Tribulação, Jesus reinará
por mil anos com os israelitas e sua igreja. Todo o israelita que
perseverar até o fim, será santo para todo o sempre, e assim, os
pecados terão fim;
d) “... expiar a iniquidade...”. A obra realizada por Cristo no Calvário
operará, enfim, em favor de Israel como povo;
e) “... trazer a justiça eterna...”. Isto terá lugar em Israel pela
transformação interior do povo, conforme o que está escrito em
Jeremias 31.33,34. Eles enfim, receberão a Justiça de Deus, serão
purificados e serão Justos para sempre;
f) “... selar a visão e a profecia...”. Quando o povo andar em retidão e
tiver abandonado as suas transgressões, a visão e a profecia poderão
ser seladas (Jr 31.34);
g) “... ungir o Santíssimo...”. Certamente isto tem a ver com a
purificação do templo de Jerusalém, que será profanado durante a
Grande Tribulação pela “abominação desoladora” (Dn 11.31) e à qual
referiu-se Jesus em Mateus 24.15.
Para que estes seis fatos ocorram, é necessário que Cristo venha
à terra pela segunda vez e que Israel seja restaurado e convertido (Is
10.22; Zc 12.9,10; Rm 11.26). Portanto, deverão ocorrer após a 69ª
semana de anos.
5.4.2 OBSERVAÇÕES SOBRE O VERSÍCULO 25 “Sabe e
entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar a
Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas e
sessenta e duas semanas; as ruas e os muros se reedificarão, mas
em tempos angustiosos.”
a) “... desde a saída da ordem para restaurar e para edificar a
Jerusalém...”. Aqui temos a indicação do tempo em que começaria a
primeira semana. Essa ordem ou decreto acha-se, como abordamos
no Texto anterior, em Neemias 2.1, e foi entregue para ser executado
no ano 445 a.C.;
b) “... até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas e sessenta e
duas semanas...”. Isso totaliza 69 semanas de anos = 483 anos. É o
tempo que se estende da reconstrução de Jerusalém pelos repatriados
até a morte e ascensão do Messias.
5.4.3 OBSERVAÇÕES SOBRE O VERSÍCULO 26 “E depois das
sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para
si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade
e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim
haverá guerra; estão determinadas as assolações.”
a) “... sessenta e duas semanas...”. A isso acrescentemos mais 7
semanas do versículo 25, perfazendo 69 semanas. Esse tempo vai até
a morte e ascensão de Jesus
b) “... será cortado o Messias...”. Em Isaías 53.8 isso é melhor
explicado. A morte do Messias ocorreu após o final da 69ª semana;
c) “...mas não para si mesmo...” A Nova Versão Internacional traduz
esse trecho da seguinte forma “e não terá mais nada”. Essa parte
do versículo 26 é, de fato, de difícil interpretação. Contudo, alguns
estudiosos entendem que se refere à quebra de conexão entre o Filho
e o Pai no momento da crucificação, onde Jesus diz “Deus meu, Deus
meu, porque me desamparaste?” Ou seja, “porque eu fiquei sozinho?”.
Nesse momento da crucificação, Jesus estava sozinho na Cruz,
recebendo toda a ira de Deus em nosso lugar. A única coisa que Ele
poderia alegar ter nesse instante final da crucificação seria a presença
de Deus, mas ficou sem nada para sofrer tudo. Deus não estava
presente como Pai, mas como Juiz;
d) “... e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o
santuário...”. Esta parte já se cumpriu na história. Jerusalém foi
destruída depois da 69ª semana, no ano 70 d.C., pelo povo romano.
Logo, de acordo com as palavras deste versículo, é dentre a área do
antigo Império Romano que deve proceder o futuro Anticristo, como
já expusemos anteriormente;
e) “... o seu fim...” está relacionado ao fim da cidade de Jerusalém e
seu santuário (o templo). Isso fala de sua destruição no ano 70 d.C.,
a que já nos referimos;
f) “... será com uma inundação...”. Isto é, será irresistível e esmagador,
assim como foi quando Tito, general romano, arrasou a cidade de
Jerusalém e massacrou todo o povo com suas tropas (quando um
exército enorme é visto de longe, marchando em alguma direção,
aparenta muito uma inundação chegando);
g) “... e até ao fim haverá guerra...”. Esse tempo indefinido (“até ao
fim”), entre as semanas 69ª e 70ª, não é contado como parte delas,
como está bem claro mediante o exame dos versículos 26 e 27. Esse
tempo não determinado já ultrapassa 2.000 anos! Estamos vivendo
nesse tempo, hoje. É esse o tempo em que a Igreja é constituída,
edificada, preparada e arrebatada da terra para o céu. Os eventos
desse tempo não concernem a “teu povo e tua santa cidade” (isto é, o
povo de Daniel).
Por que o tempo chamado “até ao fim”, situado entre a 69ª e a 70ª,
não é contado considerando Israel? É pelo fato de Israel, durante esse
tempo, estar fora de sua terra, o que ocorreu desde o ano 70 d.C. até
o ano de 1948, quando o Estado de Israel foi restabelecido. Isto quer
dizer que chegamos ao ponto de Jesus arrebatar a Igreja a qualquer
momento! Há ainda multidões de judeus fora de sua terra, mas,
segundo o estudo das profecias, o retorno total deles ocorrerá logo
após o Arrebatamento da Igreja. Apesar de Israel só ter voltado a
ser um estado recentemente, é muito interessante pensar que os
israelitas já viveram 16 guerras em 76 anos, enquanto o Brasil só
lutou em uma guerra de verdade em mais de 500 anos! Essas guerras
demonstram a urgência de atentarmos para o fim dos tempos.
Há na Bíblia outros exemplos de longos intervalos de tempo
dentro de uma mesma passagem, como: Isaías 61.1,2. “... o ano
aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus...”. Hão já
decorridos mais de 2.000 anos entre esses dois eventos citados num
mesmo versículo.
A ÚLTIMA SEMANA DE DANIEL (GRANDE TRIBULAÇÃO)
Neste Texto, trataremos de forma especial da última das semanas
de Daniel, abrangendo unicamente o versículo 27, o último do
capítulo 9. Notemos que todo o elemento preditivo deste versículo
se cumprirá durante o período da Grande Tribulação.
“Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade
da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre
a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição,
que está determinada, se derrame sobre ele.” (Dn 9.27 – ARA)
Cinco fatos terão lugar durante a última “semana”, os sete anos
de ascendência e governo do Anticristo, durante os quais ocorrerá a
Grande Tribulação. Vejamos:
1. O Anticristo fará uma aliança muito importante com os judeus e
outros países por sete anos. Mas é claro, que num primeiro momento,
todos pensarão que essa é uma aliança que durará muitas décadas
talvez. Eles só saberão que durará pouco tempo, quando ela for
quebrada;
2. O Anticristo romperá a aliança no meio da semana, isto é,
decorridos três anos e meio, e perseguirá Israel;
3. A Grande Tribulação terá início sobre Israel: “... sobre a asa das
abominações virá o assolador...”;
4. O Anticristo dominará “... até que a destruição... se derrame sobre
ele”;
5. Cristo aparecerá para destruir o Anticristo e suas hostes, livrando
assim Israel da destruição total, quando toda esperança de salvação
estiver perdida: “...até que a destruição, que está determinada, se
derrame sobre ele.”. É o ponto culminante da 70ª semana. Isso
ocorrerá na batalha de Armagedom, mencionada no Livro de
Apocalipse.
5.4.4 OBSERVAÇÕES SOBRE O VERSÍCULO 27 “Ele fará
firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da
semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a
asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que
está determinada, se derrame sobre ele.” (Dn 9.27 – ARA)
a) “Ele”. Trata-se do Anticristo;
b) “... fará firme aliança...”. Supõe-se que será uma falsificação do
divino concerto prometido por Deus ao seu antigo povo, em Jeremias
31.31-33;
c) “... com muitos...”. Uma referência ao povo de Israel já reunido em
sua terra. O alcance da frase profética, no entanto, deve ir além disso,
alcançando nações vizinhas ou até mais;
d) “... por uma semana...”. Diz respeito à última das Setenta Semanas
proféticas concernentes a Israel, que terá lugar aqui na terra, após o
Arrebatamento da Igreja, ou seja, 7 anos;
e) “... na metade da semana...”. Isto é, após três anos e meio de seu
início. Ler Daniel 7.24,25; Apocalipse 11.2,3; 12.6,14; 13.5. Nestes
últimos três anos e meio, ocorre a Grande Tribulação propriamente
dita, sobre a qual falou Jesus em Mateus 24, e também o Livro de
Apocalipse, capítulos 11 a 18;
f) “... fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares...”. Isto demonstra
que o templo de Jerusalém estará então reconstruído. Disso falou
Jesus em Mateus 24.15b (está no “lugar santo”), e também 2
Tessalonicenses 2.3,4;
g) “... sobre a asa das abominações...”. O Anticristo virá ao palco
mundial através de, e com muitas coisas abomináveis a Deus e à
moral. Muitos teólogos entendem até mesmo que uma dessas
abominações seria uma suposta sexualidade homossexual do
Anticristo, baseados em Daniel 11:37;
h) “... virá o assolador...”. É uma referência ao Anticristo; “... até que
a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele”. Essas
palavras da profecia referem-se à derrota total e completa do
Anticristo e seus exércitos confederados, ao descer Jesus em glória
sobre o Monte das Oliveiras, conforme Atos 1.11; Mateus 24.30;
Apocalipse 19.11-16; e Zacarias 14.1-5. Sim, a última das setenta
semanas culminará com a vinda de Jesus em Glória, com todos os
Seus santos, para socorrer Israel, destruir a Besta e seus exércitos, e
julgar as nações.
Virá em seguida o Milênio, que será uma preparação do mundo
por mil anos sob o governo de Cristo, para, após o Juízo Final ou do
Grande Trono Branco, ser estabelecido o Perfeito Estado Eterno,
conforme 1 Coríntios 15.24,25 e Apocalipse 20 e 21. É com o Milênio
que terá início o pleno cumprimento das seis bênçãos de Deus sobre
Israel, preditas na profecia do versículo 24, capítulo 9 do Livro de
Daniel, objeto de nosso estudo.
PARTE 06 - ANTEVISÃO DE ISRAEL NO PERÍODO
INTERBÍBLICO (Dn 11)
6.1 As Últimas Revelações de Daniel (Dn 10–12)
No capítulo 11 do Livro de Daniel, temos a história bíblica
abrangendo do Império Persa ao Novo Testamento, escrita de
antemão, através da palavra profética da parte de Deus,
compreendendo o período interbíblico.
Até o versículo 35, temos o futuro imediato de Israel em relação
às nações vizinhas. Do versículo 36 em diante temos o futuro remoto
de Israel, ligado principalmente ao “... tempo de angústia para Jacó...”
(Jr 30.7), e também o que há de acontecer a Israel nos “... últimos
dias...”, conforme declarou o anjo em Daniel 10.14.
Os primeiros 35 versículos cobrem quase 500 anos de história
bíblica: de Ciro, o Persa (539 a.C.), ao final da independência do reino
de Israel sob os irmãos Macabeus, em 63 a.C., quando Roma assumiu
o controle da nação. As predições aqui mencionadas cumpriram-se
fielmente, apesar de proferidas centenas de anos antes. Só o nosso
grande Deus pode fazer assim!
O PANORAMA DOS LÍDERES MUNDIAIS EM DANIEL 11
OS REIS DA PÉRSIA
1. Cambises II (Assuero,
filho de Ciro) (529-522 a.C.)
“ainda três reis estarão na 2. Pseudo Esmérdis
Pérsia” (11:2a) (Artaxerxes I) (522-521 a.C.)
3. Dario I (Filho de
Artaxerxes I) (521-486 a.C.)
“o quarto será cumulado de
grandes riquezas mais do que 4. Xerxes I (Assuero, marido
todos... agitará todos contra o de Ester) (486-465 a.C.)
reino da Grécia.” (11:2b)
OS REIS DA GRÉCIA
“Depois, se levantará um rei Alexandre, o Grande (336-323
valente” (11:3) a.C.)
“Mas, estando ele em pé, o seu 1. Macedônia e Grécia foram
reino será quebrado e será para Cassandro;
repartido para os quatro ventos 2. Trácia e Ásia Menor
do céu; mas não para a sua foram para Lisímaco;
posteridade, nem tampouco 3. Síria e Babilônia foram
segundo o poder com que
para Selêuco;
reinou, porque o seu reino será
4. Judá e Egito foram para
arrancado e passará a outros.”
Ptolomeu.
(11:4)
OS REIS DO SUL (EGITO) E DO NORTE (SÍRIA)
“E se fortalecerá o rei do Sul” Ptolomeu I Sóter (323-285
(11:5a) a.C.) Primeiro Rei do Sul.
Selêuco I Nicátor (312-281
“e um de seus príncipes; e este se
a.C.)
fortalecerá mais do que ele e
Conquistou a Babilônia e outras
reinará, e domínio grande será o
áreas.
seu domínio.” (11:5b)
Primeiro Rei do Norte.
Ptolomeu II Filadelfo (285-246
“a filha do rei do Sul virá ao rei a.C.) enviou sua filha Berenice
do Norte para fazer um tratado” (Neta do Primeiro Rei do Sul)
(11:6a) para casar com Antíoco II Teos
(Neto do Primeiro Rei do Norte)
(261-246 a.C.), para formar uma
aliança.
“mas ela não conservará a força
Laódice, a primeira esposa de
de seu braço; nem ele persistirá,
Antíoco II Teos, conspirou para
nem o seu braço, porque ela será
matar ele e Berenice.
entregue, e os que a tiverem
(Ptolomeu II, pai de Berenice,
trazido, e seu pai, e o que a
também morreu nessa época,
fortalecia naqueles tempos.”
como Deus mostrou a Daniel).
(11:6b)
“Mas, do renovo das suas
Ptolomeu III Evégeta, Rei do
raízes, um se levantará em seu
Egito (246-221 a.C.), e irmão de
lugar, e virá com o exército, e
Berenice, derrotou Selêuco II
entrará nas fortalezas do rei do
Calínico, Rei da Síria (246-226
Norte, e operará contra elas, e
prevalecerá. E também os seus a.C.) e retornou ao Egito com
deuses, com a multidão das suas seu espólio.
imagens, com os seus utensílios
preciosos de prata e ouro, levará
cativos para o Egito;” (11:7-8a)
De 241 a 223 a.C., Egito e Síria
“por alguns anos, ele persistirá
viveram um período de trégua
contra o rei do Norte.” (11:8b)
nas guerras.
Selêuco II Calínico, Rei da
“E entrará no reino do rei do Síria, tentou recuperar parte do
Sul e tornará para a sua terra.” seu reino de Ptolomeu III
(11:9) Evégeta, mas não foi bem
sucedido e voltou para o Egito.
Antíoco III Magno (Filho de
“Mas seus filhos intervirão e
Selêuco II Calínico e Rei da
reunirão grande número de
Síria) (223-187 a.C.), conquistou
exércitos; e um deles virá
para si vários territórios das
apressadamente, e inundará, e
mãos do Rei do Egito,
passará; e, voltando, levará a
Ptolomeu IV Filópator (221-
guerra até à sua fortaleza.”
204 a.C.), filho de Ptolomeu III
(11:10)
Evégeta.
“Então, o rei do Sul se Ptolomeu IV Filópator, Rei do
exasperará, e sairá, e pelejará Egito, derrotou as forças de
contra ele, contra o rei do Antíoco III Magno, Rei da
Norte; ele porá em campo Síria, na batalha de Ráfia (uma
grande multidão, e a multidão revanche que aconteceu em 217
será entregue nas suas mãos. E, a.C.)
aumentando a multidão, o seu
coração se exaltará; mas, ainda
que derribará muitos milhares,
não prevalecerá.” (11:11-12)

Porque o rei do Norte tornará,
e porá em campo uma multidão Antíoco III Magno, Rei da
maior do que a primeira, e, ao Síria, empreendeu uma outra
cabo de tempos, isto é, de anos, revanche contra o Egito, após a
virá à pressa com grande morte de Ptolomeu IV
exército e com muita fazenda.” Filópator.
(11:13)
“E, naqueles tempos, muitos se
Alguns judeus favoráveis à Síria,
levantarão contra o rei do Sul; e
uniram forças com Antíoco III
os filhos dos prevaricadores do
teu povo se levantarão para Magno, Rei da Síria, para lutar
confirmar a visão; mas eles contra o Egito.
cairão.” (11:14)
“E o rei do Norte virá, e Antíoco III Magno, Rei da
levantará baluartes, e tomará a Síria, derrotou Ptolomeu V
cidade forte; e os braços do Sul (205-180 a.C.), Rei do Egito
não poderão subsistir, nem o seu (Filho de Ptolomeu IV
povo escolhido, pois não haverá Filópator). Nessa batalha, a
força que possa subsistir.” Síria conquistou algumas cidades
(11:15) das mãos do Egito.
“ O que, pois, há de vir contra Após Antíoco III Magno, Rei
ele fará segundo a sua vontade, da Síria, derrotar Ptolomeu V,
e ninguém poderá permanecer Rei do Egito, a Síria controlou a
diante dele; e estará na terra Terra Prometida.
gloriosa, e por sua mão se fará
destruição.” (11:16)
Antíoco III Magno, Rei da
Síria, enviou sua filha, Cleópatra
“e lhe dará uma filha das I, para casar com Ptolomeu V,
mulheres, para a corromper; Rei do Egito, como tratado de
mas ela não subsistirá, nem será paz. Contudo, Cleópatra I, que
para ele.” (11:17b) foi com a missão de subjugar o
marido, findou por ser sua
grande aliada.
“Depois, virará o seu rosto para
Antíoco III Magno, Rei da
as ilhas e tomará muitas; mas
Síria, atacou algumas regiões
um príncipe fará cessar o seu
que pertenciam à Roma, e esta, o
opróbrio contra ele e ainda fará
tornar sobre ele o seu opróbrio.” derrotou, fazendo-o perder
(11:18) muito de seu território.
Virará, então, o seu rosto para Já em sua velhice, Antíoco III
as fortalezas da sua própria Magno, Rei da Síria, foi
terra, mas tropeçará, e cairá, e assassinado quando tentou
não será achado. (11:19) roubar o templo do deus Bel.
Selêuco IV Filópator, (187-175
E, em seu lugar, se levantará
a.C.) Rei da Síria e Filho mais
quem fará passar um
velho de Antíoco III Magno,
arrecadador pela glória real;
enviou Heliodoro, seu ministro
mas em poucos dias será
das finanças, a Jerusalém, para
quebrantado, e isso sem ira e
confiscar o tesouro do templo.
sem batalha. (11:20)
Mais tarde, este Heliodoro,
assassinou Selêuco IV
Filópator.
ANTÍOCO IV EPIFÂNIO (O ANTICRISTO DO ANTIGO
TESTAMENTO)
Após a morte do Rei da Síria
Selêuco IV Filópator, seu
Depois, se levantará em seu irmão mais novo assumiu o
lugar um homem vil, ao qual não trono com a ajuda do Rei de
tinham dado a dignidade real; Pérgamo. E ficou conhecido na
mas ele virá caladamente e história como Antíoco IV
tomará o reino com engano. Epifânio (175-164 a.C.).
(11:21) Epifânio é um título que ele
tomou para si, e significa
“glorioso”.
Antíoco IV Epifânio, Rei da
Síria,
1. Derrotou o exército de
Heliodoro (assassino de
“E, com os braços de uma Selêuco IV Filópator).
inundação, serão arrancados de 2. Também derrotou o Rei
diante dele; e serão
do Egito, Ptolomeu VI
quebrantados, como também o
Filómetor (181-164 a.C.)
príncipe do concerto.” (11:22)
3. Depôs o sumo sacerdote
judeu, Onias, e vendeu o
cargo para Jasão, irmão de
Onias.
“E, depois do concerto com ele, Antíoco IV Epifânio, Rei da
usará de engano; e subirá e será Síria, aproveitou-se de uma lutar
fortalecido com pouca gente.” pelo poder no Egito, e aliou-se a
(11:23) Ptolomeu VI Filómetor, Rei do
Egito e seu sobrinho (filho de
Cleópatra I), afim de auxiliá-lo a
consolidar seu poder.
Virá também caladamente aos Ao contrário dos Reis que
lugares mais férteis da província reinaram antes na Síria, Antíoco
e fará o que nunca fizeram seus IV Epifânio, usou suas riquezas
pais, nem os pais de seus pais; para ascender mais e mais no
repartirá entre eles a presa, e os cenário político mundial,
despojos, e a riqueza e formará comprando favores e lealdade de
os seus projetos contra as grupos políticos importantes, a
fortalezas, mas por certo tempo. “pouca gente” do versículo
(11:24) anterior. O Anticristo
provavelmente agirá de modo
parecido durante a Grande
Tribulação.
“E suscitará a sua força e o seu Apesar de ter derrotado o
coração contra o rei do Sul, com sobrinho Rei do Egito,
um grande exército, e o rei do Ptolomeu VI Filómetor, e
Sul se envolverá na guerra com depois ter o ajudado a vencer seu
um grande e mui poderoso irmão na batalha pelo trono,
exército; mas não subsistirá, Antíoco IV Epifânio, conforme
porque formarão projetos contra a profecia no versículo 25, ele
ele. E os que comerem os seus usou de engano.
manjares o quebrantarão; e o Seu intuito sempre foi conquistar
exército dele se derramará, e o Egito, e no fim, realmente
cairão muitos traspassados. conseguiu pela segunda vez.
Também esses dois reis terão o
coração atento para fazerem o
mal e a uma mesma mesa falarão
a mentira; ela, porém, não
prosperará, porque o fim há de
ser no tempo determinado.
(11:25-27)
“Então, tornará para a sua terra Após vencer seu sobrinho
com grande riqueza, e o seu Ptolomeu VI Filómetor, Rei do
coração será contra o santo Egito, Antíoco IV Epifânio, Rei
concerto; e fará o que lhe da Síria, voltou para casa, e no
aprouver e tornará para a sua caminho de volta, passou por
terra.” (11:28) Jerusalém e saqueou o Templo
do Senhor, nutrindo também um
ódio maior contra os judeus.
No tempo determinado, tornará Antíoco IV Epifânio, depois de
a vir contra o Sul; mas não será derrotar o Egito pela segunda
na última vez como foi na vez, tentou derrota-lo mais uma
primeira. Porque virão contra vez. Contudo, nessa terceira vez,
ele navios de Quitim, que lhe foi forçado pelos navios romanos
causarão tristeza; e voltará, e se a recuar. Na volta para casa, ele
indignará contra o santo extravasou sua ira em cima dos
concerto, e fará como lhe apraz; judeus novamente. Ali, se aliou
e ainda voltará e atenderá aos com os judeus que tinham
que tiverem desamparado o abandonado a Deus, e propôs no
santo concerto. (11:29-30) seu coração destruir por
completo a religião e os
costumes judaicos.
“E sairão a ele uns braços, que
Antíoco IV Epifânio,
profanarão o santuário e a
transformou o Templo de Deus
fortaleza, e tirarão o
em um templo a Zeus. O
contínuo sacrifício, estabelecendo
Anticristo fará algo parecido
a abominação desoladora”
(Mt. 24:15).
(11:31)
“E aos violadores do concerto A violenta perseguição de
ele, com lisonjas, perverterá, Antíoco IV Epifânio contra os
mas o povo que conhece ao seu judeus, levou a um levante dos
Deus se esforçará e fará proezas. judeus, liderados pelos
E os sábios entre o povo Macabeus. Milhares foram
ensinarão a muitos; todavia, mortos nesse período, como
cairão pela espada, e pelo fogo, e acontecerá na Grande
pelo cativeiro, e pelo roubo, Tribulação. Depois, o Templo foi
por muitos dias. E, caindo eles, restaurado e purificado, como
serão ajudados com pequeno acontecerá no Milênio. Esses
socorro; mas muitos se eventos, são sombra do que
ajuntarão a eles com lisonjas. E haverá de acontecer aos judeus,
alguns dos sábios cairão para após o arrebatamento da igreja.
serem provados, e purificados, e
embranquecidos, até ao fim do
tempo, porque será ainda no
tempo determinado”.
QUEM FORAM OS MACABEUS?
Os Macabeus foram uma família judaica que liderou uma
revolta contra o domínio selêucida na Judéia, durante o século II
a.C. Essa revolta foi motivada pela imposição de práticas culturais
e religiosas helenísticas pelos selêucidas, lideradas por Antíoco IV
Epifânio, que proibiram o culto judaico e profanaram o Templo de
Jerusalém.
O movimento foi iniciado por Matatias, um sacerdote judeu, e
posteriormente liderado por seu filho Judas Macabeu, que se
destacou como comandante militar. Sob sua liderança, os Macabeus
obtiveram vitórias significativas, restauraram a liberdade religiosa
e purificaram o Templo, evento comemorado no Hanukkah.
É importante saber que a Bíblia Católica contém dois livros
sobre os Macabeus.
6.2 Profecia sobre os medos e persas (Dn 11.1,2)
“... Dario, o medo...” (v. 1). É o mesmo Dario de Daniel 5.31.
Em Daniel 9.1 ele é chamado “... Dario, filho de Assuero...”. Esse
monarca foi por Ciro constituído rei interinamente na Caldeia,
enquanto aquele completava suas conquistas, como vimos no
anteriormente.
O estudante da Bíblia e da História precisa saber que houve mais
de um Dario e mais de um Assuero na Bíblia. Convém saber que os
termos “Dario” e “Assuero” são títulos e não nomes propriamente
ditos. Dario significa Mantenedor, e Assuero, Poderoso. Muitos
desses monarcas têm mais de um nome. Também alguns têm nomes
diferentes na Bíblia e na história secular, como é o caso do próprio
Assuero que, na história secular, é conhecido por Xerxes.
“...três reis estarão na Pérsia, e o quarto...” (v. 2). Quatro reis
da Pérsia são aqui mencionados, além de Ciro, pois este já estava no
trono (Dn 10.1), os quais são:
a) Assuero, filho de Ciro, que reinou em 529-522 a.C., conhecido
na História por Xerxes I e Cambises II. É mencionado em Esdras
4.6;
b) Artaxerxes I, que reinou em 522-521 a.C., conhecido na
História por Smeredis. É mencionado em Esdras 4.7-11. Determinou
a suspensão das obras do templo do pós-cativeiro;
c) Dario I, filho de Artaxerxes I, reinou em 521-485 a.C. É
mencionado em Esdras 4.5 e conhecido na História por Dario
Histaspes, ou simplesmente Histaspes. Foi quem ordenou a
conclusão das obras do templo, conforme Esdras 6. É o famoso Dario
da Pedra de Behistum, perto de Hamadã, no Irã, a antiga capital dos
medos, chamada então Ecbátana. Foi derrotado na célebre Batalha
de Maratona, na Grécia, em 490 a.C.;
d) Assuero, esposo de Ester (Et 1.1), o mais rico e o mais poderoso
rei persa, reinou em 485-465 a.C. A História chama-o Xerxes II.
(Não confundir este Assuero com o de Esdras 4.6). Filho de Dario I,
foi derrotado pela esquadra grega em Salamina, Chipre, em 480 a.C.
Aqui termina a história da Pérsia na profecia. Nada é dito dos reis
restantes, uns cinco, pelo menos. É que a glória da Pérsia entrou em
rápido declínio com a morte de Assuero, o marido de Ester. Os reis
restantes nada realizaram de significativo na História.
6.2 Profecia sobre a Grécia (Dn 11.3,4)
“Depois, se levantará um rei valente...” (v. 3). É Alexandre o
Grande, da Grécia. Em 336 a.C., iniciou suas guerras de conquistas
e, em 331, venceu a Pérsia. Morreu em 323, aos 33 anos de idade. No
versículo 4, temos a divisão do seu vasto império entre seus quatro
principais generais, a saber: Cassandro, Lisímaco, Selêuco e
Ptolomeu, como vimos anteriormente. A profecia bíblica abrange
apenas duas destas divisões: Síria e Egito, porque Israel ficava entre
estes dois países, que, a partir daí, estiveram constantemente em
guerra, fazendo da Palestina seu campo de batalha. Sobre Alexandre,
diz ainda a profecia, no versículo 4, concernente à divisão do seu
império:
“... não para a sua posteridade... porque o seu reino... passará a
outros que não eles”. (v. 4) A História comprova que todos os seus
descendentes foram excluídos do trono: três esposas, dois filhos, um
irmão e sua mãe.

6.3 Profecia sobre a Síria e Egito e suas guerras, envolvendo os


judeus (Dn 11.5-35)
Aqui temos a História escrita de antemão, pela inspiração divina,
sobre os reinos do Egito (reino do Sul) e da Síria (reino do Norte),
até a época do monstro Antíoco Epifânio, chamado “O Anticristo do
Antigo Testamento” (em relação aos judeus). Depois da morte de
Alexandre, estes dois reinos, além de estarem constantemente em
guerra, subjugavam alternadamente o país de Israel.
“O rei do Sul...” (v. 5) é Ptolomeu Lagus I, o primeiro rei do Egito,
após a morte de Alexandre em 323 a.C.
A referência a “... um de seus príncipes...” diz respeito a Selêuco
I Nicátor, que se tornou o primeiro rei da Síria após a morte de
Alexandre. O território da Síria era então muito mais amplo do que
o é atualmente.
O Egito (vv. 8,9) é mencionado por seu nome no versículo 8,
identificado assim como o reino do Sul, do versículo 9.
Os versículos 13-19 referem-se, segundo os fatos da História
secular, a Antíoco III, também chamado o Grande, que reinou na
Síria em 223-187 a.C., e conquistou a Palestina (v. 16). O rei sírio de
que trata o versículo 18 é, segundo a História secular, Selêuco IV,
chamado Filopátor, que reinou em 187-176 a.C.
Os versículos 21-35 ocupam-se do procedimento nefasto de
Antíoco Epifânio, também chamado o IV, que reinou sobre a Síria
em 175-164 a.C. Grande torturador de Israel, é chamado na profecia
de “... um homem vil...” (v. 21). A seu respeito, chegamos a estudar
anteriormente. A guerra de Antíoco contra o Egito é a historiada
profeticamente nos versículos 25-27,29.
Os dois reis mencionados no versículo 27 são Antíoco Epifânio,
da Síria, e Ptolomeu VI, do Egito. Esses dois reis rivalizavam um
com o outro em traição.
No versículo 28, vemos Antíoco quebrando a aliança que fizera com
os judeus. Nessa ocasião, ele profanou o templo de Jerusalém e erigiu
nele uma imagem (v. 31).
Os versículos 29,30 falam da invasão do Egito por Antíoco, de onde
teve de retirar-se, obrigado que foi pela esquadra romana, os “...
navios de Quitim...”, do versículo 30.
Os versículos 32 a 35 descrevem os feitos heroicos da nação
israelita sob os irmãos Macabeus, que iniciaram a revolta dos judeus
contra Antíoco em 167 a.C. Nesses mesmos versículos, vemos duas
classes de judeus durante a época da revolta contra Antíoco: os
infiéis, que se uniram ao inimigo, e o restante fiel que buscou a Deus.
De igual modo, nos dias do futuro Anticristo, haverá judeus infiéis,
mas também um grupo fiel de 144.000 marcados por Deus para
testemunhar aqui na terra durante a Grande Tribulação. É possível
que Hebreus 11.35-39 seja uma referência aos tempos turbulentos da
nação judia sob a ofensiva dos Macabeus.
6.4 O Futuro conflito entre Israel e o Anticristo (Dn 11.35-45)
Daniel 11.35 abrange um espaço escatológico e profético que vai
desde o final do período interbíblico até a revelação dos eventos que
terão lugar no futuro. Notemos como esta mudança é indicada com
a expressão “... até ao tempo do fim...”, no aludido versículo.
Comparemos isso com o versículo 40. “E alguns dos entendidos
cairão, para serem provados, purificados, e embranquecidos, até
ao fim do tempo, porque será ainda para o tempo determinado.”
É oportuno observar que, em Daniel 11.1-34, as profecias falam
de alguns reinos que perseguiriam Israel, enquanto os versículos 36-
45 falam do futuro conflito no fim dos tempos entre Israel e seu
último opressor, o Anticristo, durante a Grande Tribulação.
OBSERVAÇÕES SOBRE OS VERSÍCULOS 36-39
Os versículos 36-39 do capítulo 11 do Livro de Daniel tratam de
eventos dos quais não houve cumprimento em toda a História já
passada. É um quadro profético do futuro Anticristo e sua atuação
especialmente quanto a Israel.
Mediante a expressão “nesse tempo...”, em 12.1, os eventos
escatológicos do capítulo 12, como ressurreição dos mortos e
recompensa dos justos, são uma sequência dos eventos que foram
profetizados nos versículos 36-45. A era em que ocorrem esses
eventos (36-45) envolve também os do capítulo 12.
OBSERVAÇÕES SOBRE OS VERSÍCULOS 40-44
A expressão “... rei do Norte...” (v. 40) prova que não se trata aí
de Antíoco Epifânio, porque este seria em breve o “... rei do Norte...”
(isto é, da Síria), e é evidente que ele não iria combater a si mesmo.
Logo, trata-se de um futuro reino do Norte.
O versículo 40 mostra que no tempo do fim, isto é, na época da
tribulação de Israel, o rei do Sul (que, nesse tempo, certamente não
representará apenas o Egito, mas um bloco de nações norte-
africanas) e o rei do Norte (um bloco de nações do Norte) lutarão por
algum tempo contra o Anticristo. Israel será, em seguida, invadido
por este reino do Norte, conforme Ezequiel 38 e 39. A seguir, o
Anticristo (a Besta) invadirá Israel: “Entrará na terra gloriosa, e
muitos países cairão...” (v.41). Conforme a estrutura gramatical dos
versículos 36-45, isto refere-se ao “rei” do versículo 36 e não mais ao
“rei do Norte” do versículo 40.
O personagem central dos versículos 36-45 é o futuro Anticristo.
A leitura comum das frases “... e entrará nas suas terras...” e “entrará
na terra gloriosa...”, nos versículos 40,41, dá a entender que se trata
aí do “rei do Norte” do versículo 40, quando se trata de fato do “rei”
do versículo 36, o futuro Anticristo. O Egito também não escapará à
sua invasão (v. 42). É possível que uma das razões para isso seja o
acordo de paz já hoje existente entre o Egito e Israel. Edom, Moabe
e Amom serão poupados (v. 41), para que mais tarde o remanescente
de Israel para aí escape, na sua fuga durante a investida arrasadora
do Anticristo contra os judeus (Mt 24.20; Is 16.1-5; Os 2.14; Ap
12.6,13,14). Esses antigos países bíblicos, Edom, Moabe e Amom,
fazem hoje parte da Jordânia.
OBSERVAÇÕES SOBRE O VERSÍCULO 45
“E armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o monte
santo e glorioso; mas chegará ao seu fim, e não haverá quem o
socorra”. Certamente isto quer dizer que o chefe de Gogue e
Magogue estabelecerá o seu quartel-general (“tendas do seu
palácio”) em Jerusalém, “o monte santo e glorioso”. Isto terá lugar
“entre os mares”, querendo dizer entre o Mediterrâneo e o Mar
Morto, ou, talvez, a bordo de navios.
PARTE 07 - AS ÚLTIMAS COISAS QUANTO A ISRAEL (Dn
12)
As profecias de Daniel até 11.35, podem, com relativa facilidade,
ser relacionadas a acontecimentos da história antiga que lhes deram
cumprimento. Porém, a partir do versículo 36 até o final do capítulo
12, não encontramos qualquer correspondência com a História. São
eventos futuros, preditos pela profecia bíblica.
Os assuntos abrangidos pelo capítulo 12 são: a Grande
Tribulação, a ressurreição dos mortos, a recompensa dos justos e o
castigo eterno dos ímpios.
1. “Naquele tempo...” (v. 1). A que tempo se refere a profecia? Ao
tempo em que emergirá o Anticristo, a partir de 11.36. O texto de
12.1 está diretamente relacionado à Grande Tribulação: “... e haverá
um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até
àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele
que for achado escrito no livro”. É o tempo de que falou Jesus para
os judeus, em Mateus 24.21: “Porque haverá então grande aflição,
como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem
tampouco há de haver”.
2. “... Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos
do teu povo...” (v. 1). Aqui neste mundo, às vezes, dizemos que
alguém é grande, segundo a nossa medida e nosso modo de ver as
coisas, mas quando Deus diz que alguém é grande, quão grande não
é! Que anjo poderoso e glorioso não é esse arcanjo? É ele quem vai
expulsar Satanás da esfera celestial (Ap 12.7-9), e certamente será
ele o anjo que antes do Milênio prenderá Satanás e o lançará no
abismo, onde o manterá por 1.000 anos, durante o reinado de Cristo
neste mundo (Ap 20.1-3). É ele o anjo de Deus, protetor da nação
israelita.
3. Grandes avanços nos transportes e na educação (v. 4).
Preferimos aqui a versão ARC (Almeida Revista e Corrigida): “...
muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará”.
Estamos presenciando isto atualmente, mas fatos portentosos ainda
veremos. “Ciência” aí tem o sentido de saber e não necessariamente
tecnologia, muito embora estas coisas estejam diretamente
relacionadas.
4. Os últimos três anos e meio da Grande Tribulação (v. 7). “...um
tempo, tempos e metade do tempo...”, isto é, como já comentamos no
capítulo 7, três anos e meio. Será o tempo da Grande Tribulação em
que a impiedade grassará e a ausência de misericórdia de Deus se fará
evidente.
5. “Eu, pois, ouvi, mas não entendi...” (v. 8). O tão grande profeta
Daniel, chamado de “mui amado” no céu, mostra aqui a sua
humildade, dizendo que não entendeu a mensagem angelical. Em
8.27 ele diz que não havia quem entendesse a visão. Não devemos
ficar desapontados por não entendermos tudo nestas profecias,
porque o próprio Daniel confessou suas limitações. Em Mateus
24.15, quando faz referência a uma dessas profecias de Daniel, Jesus
disse: “Quem lê, entenda”. Para não inventar é preciso antes
entender, mas quando não entendermos, não devemos jamais
inventar. Temos, pois, aqui, uma grande lição e advertência a todos
os que lidam com profecias e que estudam a doutrina bíblica em
geral. “... qual será o fim destas coisas?” (v. 8). Nós também
perguntamos a mesma coisa hoje!
6. Dois períodos após a tribulação (vv. 11,12). “... Mil duzentos
e noventa dias” (v. 11) corresponde à metade da Grande Tribulação
acrescida de um mês (1.260 dias + 30 dias). Os 1.260 dias certamente
serão os mesmos de Apocalipse 12.6 e 11.3. Talvez nesses 30 dias a
mais, ocorrerá o Juízo das Nações. “... mil trezentos e trinta e cinco
dias” (v. 12) é um acréscimo de 45 dias à soma anterior: 1.260 + 30
+ 45 dias. Certamente nesses 45 dias a mais, terão lugar os
preparativos na terra para o estabelecimento definitivo do reino
milenar de Cristo, quando cumprir-se-á Mateus 25.34; Daniel 7.27 e
Apocalipse 20.4b.
7. A consideração de Deus para com Seu servo Daniel (v. 13). O
reconhecimento pelo trabalho prestado pelo profeta e a promessa de
seu descanso e recompensa aconteceria no “fim dos dias”. Daniel fora
fiel a Deus desde a sua juventude e recebeu do Senhor a promessa de
uma herança.

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