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ELETIVA - LEITURA - 2024

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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO DOS ALUNOS DO

ENSINO MÉDIO1

GOMES, Maria Jeane 2


PACHECO, Simone Maria Sobral Pachêco 3

RESUMO
Este trabalho trata da importância da leitura na formação dos alunos do Ensino Médio. Tal abordagem
se justifica devido ao fato da carência na formação leitora dos alunos, que chegam ao Ensino Médio
com déficit na formação leitora. O propósito do mesmo é contribuir com sugestões aplicáveis para
formação de leitores ativos. Este intento será conseguido mediante estudo de diversos autores
renomados em práticas de leitura e estudo de literatura em sala de aula. O mesmo também utilizou a
metodologia descritiva, pois foram observadas práticas de leitura em sala de aula nas disciplinas de
Língua Portuguesa e ELETIVA em uma escola do município de Cachoeirinha-PE. Esse estudo
esclareceu que existem diversas formas de alcançar êxito na formação de leitores. Tais como: práticas
efetivas que levam o indivíduo a aprendizagem significativa e não meramente decodificação de
palavras ao longo da vida. Partindo da concepção de desenvolver habilidades que contemplem
diferentes aspectos do desenvolvimento humano a eletiva de leitura alcançou seus objetivos no que se
refere a reflexão sobre as práticas de leitura e como torna-la significativa para o educando com
metodologias diversificadas gerando e ampliando novas aprendizagens.

Palavras chaves: Leitura. ELETIVA. Literatura.

INTRODUÇÃO

A leitura é um testemunho oral da palavra escrita de diversos idiomas, com a invenção


da impressa tornou-se uma atividade importante para a civilização, pois é fundamental no
processo educacional, resultando na construção do indivíduo. Sendo ela capaz de melhorar o
aprendizado dos estudantes, estimular a memória, aprimorar a capacidade interpretativa e
manter o raciocínio ativo, além de proporcionar ao leitor um conhecimento amplo e
diversificado sobre diversos assuntos.

1
Trabalho de conclusão de curso de graduação em Licenciatura em Letras pela Uninter.
2
Graduada em Licenciatura Plena em Geografia e Licenciatura em Letras. Professora da EREM
Corsina Braga. E-mail: jeaneale6@gmail.com
3
Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia e Licenciatura em Letras. Professora da EREM
Corsina Braga. E-mail: simonyp8.sobral@gmail.com
Dessa forma, a leitura literária deixa nas pessoas uma vasta experiência que lhes
define como bons leitores ou não, refletindo acerca da vida, formação acadêmica e ampliando
conhecimentos. Neste sentido este trabalho se releva pela importância da abordagem na
formação social do sujeito enquanto leitor no Ensino Médio. Pois, ler é uma arte, que envolve
compreensão e não só codificação de palavras ao longo da vida. Segundo Orlandi (2003), a
produção de sentido está no modo como a leitura se relaciona entre o dito e o compreendido.
Já o ato de ler está relacionado segundo Freire (1989), na percepção crítica, na interação, na
reescrita e na reelaboração do que se ler.
Tendo em vista as dificuldades enfrentadas no convício escolar pela falta de motivação
e interesse dos alunos em ler livros literários, este artigo surgi para abordar ações que
motivem e despertem nos alunos o interesse pela leitura, de forma a mostrá-los que a leitura
pode e deve ser prazerosa. Contribuindo para o desenvolvimento intelectual dos mesmos.
Assim, o presente artigo tem por finalidade disseminar a importância da leitura na
formação dos alunos do Ensino Médio, a partir de pesquisas bibliográficas de diferentes
autores, bem como experiências com turmas de ELETIVA de leitura e Língua Portuguesa em
uma Escola Estadual de Cachoeirinha, município do Agreste Pernambucano. Buscando
mostrar como desenvolver práticas de leitura efetivas.
Para realização deste trabalho foi desenvolvida a metodologia bibliográfica de
diversos autores e descritiva com a observação de práticas de leitura em sala aula.
Na atual conjuntura social é de fundamental importância que o indivíduo seja capaz de
interagir em sociedade, esta que é caracterizada por díspares signos gráficos e imagéticos que
organizam a comunicação em tempos de redes sociais e multimídias, onde os alunos são
bombardeados por diversos gêneros digitais, busca-se estratégias de leitura compartilhada em
diversos ambientes na instituição escolar, propiciando um espaço acolhedor as quais põem em
prática leituras e reflexões com alunos do Ensino Médio, momentos esses de partilha e
aconchego viajando na leitura e interpretação em momentos pontuais de partilha e
acolhimento de todos.

A LEITURA COMO OBJETO DE ESTUDO

A leitura é um tema que atualmente é discutido por diversos autores, em especial


sobre: o que é, qual sua função, sua importância, por que trabalhar em sala de aula e como
fazê-lo. Segundo Koch e Elias (2014), o termo leitura pode ser entendido como a atividade de
captação das ideias do autor, sem se levar em conta as experiências e os conhecimentos do
leitor, interação autor-texto-leitor com propósitos constituídos sociocognitivo-
interacionalmente. A partir desse entendimento pode-se afirmar que a leitura e uma atividade
que exigi que o leitor foque no texto para compreender o que nele está escrito.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), a leitura é o processo no
qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, é uma
atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, das quais
são necessárias para atingir proficiência permitindo a compreensão.
Sendo a leitura tão importante para formação, então porque se encontra tanta
resistência por parte dos alunos para fazê-la, em especial com alunos do Ensino Médio que
deveriam ser proficientes na habilidade de leitura? A resposta é simples, eles não aprenderam
a ser leitores durante sua vivência no Ensino Fundamental até o Ensino Médio. A leitura
sempre foi vista como algo imposto, relacionada a uma tarefa escolar, uma obrigação, na
maioria não lhe foi desenvolvido a leitura por prazer, a leitura literária.
Por vezes a escola e os livros didáticos utilizam o texto literário para explicar um
assunto, seja de gramática, ou de literatura, a verdade que é o texto literário é usado como
pretexto para resolver um exercício escolar. Para Martins e Versiani (2014 pág.13):

Nas mediações escolares de leitura literária, muitas vezes se observa a perda de elos
entre as instâncias do conhecimento no prazer e o prazer no conhecimento, perda
que pode ser percebida tanto nos documentos oficiais, que, ao prescreverem
orientações, deixam indicadores do atual quadro do ensino da literatura que tornam
visíveis tendências do que acontece na escola, como na observação de práticas de
leitura literária.

Segundo Madame de StaeL apud Quadros (2019, pág.20), “os textos literários se
ocupam da invenção de realidade paralela pelo viés da imaginação.” Assim, pode-se afirmar
que a literatura é a arte da palavra, por meio dela ou leitor pode “viajar”, conhecer outros
mundos, viver experiências de outras culturas sem sair fisicamente do lugar.
Desse modo, atenho em ler possibilita não apenas condição intelectual, mas torna o
leitor autônomo e crítico em qualquer texto e linguagem ao qual está inserido ou venha se
inserir, assumindo seu papel como individuo socialmente e politicamente crítico em
sociedade. Pois, os alunos vivem em uma sociedade com uma gama de informações, a todo o
momento sendo bombardeados, e a capacidade de ler e interpretar textos em múltiplas
linguagens é imprescindível para que o indivíduo seja capaz de selecionar o que de fato lhe
traz uma confiabilidade.
Dessa forma, a leitura não é simplesmente apropriação do ato de ler e escrever,
envolve o domínio de práticas culturais que exigem uma compreensão de mundo, tendo um
papel significativo na sociedade ao qual desempenha com maestria essa leitura e compreensão
de diferentes gêneros linguísticos.

A LEITURA NA ESCOLA

O papel da escola é desenvolver no educando a capacidade de aprender a aprender, e


uma das principais ferramentas que condiciona a esse aprender é o domínio da linguagem, que
é adquirido através da leitura e da escrita com repercussão em todas as áreas do
conhecimento. (PORTAL EDUCAÇÃO, 2020)
É de fundamental importância que a escola forme leitores para a vida, sendo essa uma
missão que cabe principalmente ao professor de português, mas, é preciso promover
estratégias para que o leitor se desenvolva e alcance habilidades de leitura cada vez mais
eficientes. Segundo Koch e Elias (2014, p. 19)
“...não devemos nos esquecer de que a constante interação entre o conteúdo do texto e o
leitor é regulada também pela interação entre o conteúdo do texto e o leitor é regulada
também pela interação com que lemos o texto, pelos objetivos da leitura. (...) podemos
dizer que há textos que lemos porque queremos nos manter informados (jornais, revistas);
há outros textos que lemos para realizar trabalhos acadêmicos (dissertações, teses, livros,
periódicos científicos); há ainda outros textos cuja leitura é realizada por prazer, puro
deleite (poemas, contos, romances); e nessa lista não podemos nos esquecer dos textos que
lemo para consulta (dicionários, catálogos), dos que somos “obrigados” a ler de vez em
quando (manuais, bulas), dos que nos caem em mãos (panfletos) ou nos são apresentados
aos olhos (outdoors, cartazes, faixas),

O leitor precisa estar engajado no processo de leitura, onde segundo Gomes (2015),
em seu livro Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa, esse engajamento depende de seu
relacionamento com o mundo da escrita e como essa atividade se reflete em sua vida.
Desse modo, Quadros (2019), em seu livro Metodologia do ensino de literatura juvenil
afirma que é necessário que o professor promova atividades que valorizem a criatividade, a
leitura, a reflexão e a análise, pois são boas estratégias para incentivar a formação de leitores.
Então não basta apenas ler, é necessário que essa leitura seja significativa para que aja
compreensão dos alunos.
Marcuschi (2008, pág. 229 e 230), deixa claro que a leitura para ser eficiente, precisa
ser praticada/trabalhada constantemente, assim ele afirma:
Compreender bem um texto não é uma atividade natural nem uma herança genética;
nem uma ação individual isolada do meio e da sociedade em que se vive.
Compreender exige habilidade, interação e trabalho. (...) Compreender não é uma
ação apenas linguística ou cognitiva. É muito mais uma forma de inserção no mundo
e um modo de agir sobre o mundo na relação com o outro dentro de uma cultura e
uma sociedade.

Dentre as várias estratégias destacadas para o professor Marta Moraes da Costa no


livro Sempreviva, a leitura (2009b), destaca considerar o aspecto transdisciplinar da leitura,
conhecer o estágio de leitura do aluno e considerar o texto literário como arte. Faz-se
necessário também que o professor seja um leitor constante sempre se atualizando em
diversos gêneros. Pois, como afirma Martins e Versiani (2014, pág. 18) “Literatura não se
ensina, aprende-se com ela. Mas, à medida que se aprende, é possível passar para outros um
pouco daquilo que o prazer da leitura deixou em nós”.
Na visão de Silva, (2008, p.22), (...) a família, a escola e a biblioteca são entidades
consagradas e atuantes que, por seu funcionamento têm condições mais amplas de se
tornarem divulgadores da cultura e, portanto, cumpre um papel mais consciente e consequente
na formação e orientação de leitores.
A metodologia baseada em textos destina-se no desnivelamento dos alunos,
evidenciando suas relações, dispor-se a comunicação e persuasão destacando-se culturalmente
e socialmente. Uma escola que visa mudanças em seus agentes sociais, que a transformação
do leitor aconteça através da leitura e por meio desta, a mudança na sociedade. Diante do
exposto percebe-se o grande desafio que é a prática da leitura na escola. Sobre o exposto Silva
(2009, P. 11), afirma que:

Ler é ter uma fonte de imaginação e é através dela que se obtêm respostas a todas as
indagações. O domínio da leitura traz ao mundo dos conhecimentos, o raciocínio
lógico. Ninguém é capaz de ser grande pesquisador se não faz dos livros seu
amparo, fazendo conexões com a vida para assim o recriar. Em outras palavras, a
leitura deve ser feita de forma concreta, ou seja, tenha significado com o real do
leitor que deixará de ser objeto da leitura para se tornar o sujeito ativo na construção
do significado.

Então, entende-se que o ato de ler é bastante complexo que envolve apreensão,
apropriação e transformação dos significados, quanto mais contato com diferentes tipologias
textuais maiores será a predisposição do aluno para uma leitura em diversos contextos.
Para isso é necessário o intermédio do professor, ensinando e com práticas
dinamizadas, de uma escola bem estruturada em que o aluno, desde aquele que tem mais
facilidade até o que tem mais dificuldade, consiga alcançar um nível considerável de leitura,
dentro de suas limitações e possibilidades buscando superá-las. Da forma como se refere os
Parâmetros Curriculares Nacionais Brasil (1988, p.48.).

[...] É preciso que a escola ofereça condições para que os alunos construam
aprendizagem na leitura, além de conquistar o educando de forma prazerosa, para
que ele desenvolva o habito de ler, utilizando seus recursos e baseando-se num
planejamento que atenda não só os alunos bem sucedidos, mas que de maior ênfase
aos que apresentam dificuldades como leitores [...].

Alguns gêneros textuais são instigantes para os alunos por apresentarem uma
linguagem mista: verbal e não verbal. São eles as charges, HQs e tirinhas. Muitos desses têm
um perfil contextualizado com situações cotidianas do presente. Por exemplo as charges que
segundo Silva (2009).

Palavra derivada do francês, que significa carga. Isso porque é comum ao gênero
exagerar em traços de pessoas conhecidas ou estereótipos (caricaturas), tornando o
personagem ridículo ou burlesco. Além da imagem, a charge pode ou não trazer
balões ou falas dos personagens. A charge é altamente contextualizada, ou seja, para
ser compreendida, o leitor deve estar inteirado dos últimos acontecimentos. Trata de
temas diversos. No Brasil, os temas mais comuns de charge são política e esporte.

Outra característica da charge é que normalmente é publicado em jornais e sites


jornalísticos, possui na maioria das vezes só um quadro e estão contextualizados com fatos e
notícias. É uma oportunidade para incentivar os discentes a conhecerem os gêneros
disponíveis no suporte jornal.
É de fato dessa forma que todos os alunos poderão desenvolver o hábito da leitura
com qualidade, que os mesmos se tornem capazes de ler nas entrelinhas, agregando saberes a
vida social e cultural dos indivíduos.

A LEITURA COMO DISCIPLINA ELETIVA NO ENSINO MÉDIO

A oferta de disciplinas Eletivas no Ensino Médio faz parte de uma estratégia curricular
que acontece semestralmente onde os estudantes são solicitados e fazem a escolha de qual
disciplina eletiva irão cursar naquele semestre. Essas disciplinas são disponibilizadas por
professores em caráter interdisciplinar procurando ajudar os educandos no seu desempenho
escolar, bem como abordar conteúdos de seus interesses.

São disciplinas temáticas, oferecidas semestralmente, propostas pelos


professores e/ou pelos estudantes e objetivam diversificar, aprofundar e/ou
enriquecer os conteúdos e temas trabalhados nas disciplinas da Base Nacional
Comum do currículo. (ICE, 2015a, p. 22)

No que se refere ao currículo, especificamente para a disciplina eletiva, esta se articula


ao projeto de vida [...] os componentes curriculares são elementos fundamentais do processo
de formação e de construção do Projeto de Vida e as Eletivas são uma oportunidade para a
ampliação do seu repertório de conhecimentos [...], (ICE, 2015a, p. 23).
Tendo em vista as dificuldades enfrentadas no convício escolar pela falta de motivação
e interesse dos alunos em ler livros literários, a ELETIVA de leitura surge para motivar e
despertar nos alunos o interesse pela leitura, como meio de propiciar uma leitura
compartilhada e resignificada dessa prática cotidiana no ambiente escolar de forma a mostrá-
los que a leitura pode e deve ser prazerosa. Contribuindo para o desenvolvimento intelectual
do mesmo.
No sentido pedagógico, as aulas foram baseadas em leituras em diversos ambientes da
escola, roda de debates que despertassem o sentido crítico e transformador dos alunos, passeio
literário á biblioteca buscando despertar o protagonismo nos nossos educandos, despertando o
prazer pela leitura para que se tornem leitores ávidos e com isso possam ampliar o seu
vocabulário.
As atividades desenvolvidas nas aulas de eletiva tiveram como base as descrições de
Quadros (2019, pág.113 a 115) que sita várias atividades que podem ser desenvolvidas em
sala de aula para estimular os alunos na prática de leitura. Algumas dessas atividades serão
explicadas detalhadamente aqui. Como a criação de textos, após a leitura do livro escolhido;
onde os alunos podem criar outros gêneros como: poemas, cartas, quadrinhos ou até pintura
de quadros (que é um texto visual).
O jornal falado e a entrevista, no primeiro pode ser solicitado aos discentes que
transformem as histórias lidas em notícias, e no segundo que produzam entrevistas
imaginando que alguns deles são personagens da história e outros são reportes entrevistadores
do jornal. Essa atividade pode ser feita em culminância com outras como: montagem de
programa de rádio ou TV, ou criação de slogans para as histórias associando-as a publicidade,
ou seja, uma leitura literária possibilita aos docentes o trabalho com diversos gêneros.
Outra atividade interessante é o mural com notícias sobre livros e críticas literárias
escritas pelos alunos. Eles também podem criar canções (paródias) com base nos textos
literários e também expor no mural.
O debate é uma das atividades que possibilita muitas outras. Pois além de discutir
sobre as histórias lidas, eles também podem fazer relatos de acontecimentos pessoais que
sejam semelhantes aos da história. Trabalhar com sentimentos por meio das metáforas
utilizadas na obra. Inserção de personagens atuais em histórias antigas, ou a inserção dos
alunos na história, como personagem, imaginando como se relacionaria com os outros
personagens.
Dentre as muitas sugestões de atividade trazidas por Quadros (2019), ela finaliza
citando a comparação entre contos de fadas clássicos e contos de fadas modernos, onde
poderiam pedir aos alunos que analisassem as diferenças apresentadas entre ambos. A visita
guiada à biblioteca que possibilita o conhecimento do acervo a eles disponível, o diário de
leituras que é uma forma de “arquivar” memórias sobre os textos lidos durante o ano letivo.
Uma atividade estimulante nesse mesmo contexto é o júri simulado, onde poderiam
julgar algum crime cometido por um personagem, onde os alunos poderiam ser o réu, a vítima
(se possível), as testemunhas, os advogados de defesa e acusação, juiz e jurado.
Dentre a capacidade do ouvir, foram trabalhadas as contações de história através do
uso de imagens. Atualmente, existem no mercado diversos livros de imagens, inclusive
complexos, pensando nisso foi utilizado livro de imagem digital, onde foi exposto em um
projetor para que os alunos usassem sua imaginação e contassem a história ou estória, é
interessante esse recurso porque pode-se observar que a mesma imagem teve interpretações
diferentes ao ser contada por alunos diferentes. Essa atividade também pode ser realizada com
uso de obras de arte (quadros famosos) afinal a leitura de imagem também é um tipo de
letramento e pode ser estimulante, pois por trás de muitos quadros existe uma história um
significado. Um exemplo é o quadro Guernica de Pablo Picasso, que conta uma história de
guerra verídica.
É importante na leitura do texto literário ou contação de história, lançar
questionamentos e ouvir os alunos, é isso foi feito, promovendo discussões que auxiliaram os
alunos na compreensão do texto, tornando-os leitores críticos e reflexivos em relação ao texto
lido. Outro fator importante é o ambiente reservado a leitura, é preciso torná-lo acolhedor,
forrar tapetes no chão e coloca-los em círculo no momento da contação ajuda a deixar os
alunos mais à vontade. Para chamar a atenção da história o contador pode se fantasiar de um
personagem.
Uma atividade que foi desenvolvida e bastante proveitosa foi o uso de clássicos
literários, foram distribuídos resumos de obras de autores como José de Alencar, Machado de
Assis, Aluísio de Azevedo aproveitando que são autores estudados no romantismo e realismo
por eles na disciplina de português, o objetivo foi despertar a curiosidade, faze-los ter vontade
de continuar lendo.
Trabalhar com jovem não é uma tarefa fácil, pelo contrário com a quantidade de
recursos tecnológicos que eles dispõem na atualidade muitas vezes ler livros lhe parece uma
tarefa chata. É importante trazer obras reeditadas que tragam uma linguagem mais acessível,
pois muitos clássicos tem uma linguagem muito erudita o que dificulta a compreensão por
parte dos alunos que ainda não tem hábito de leitura e por isso dispõe de vocabulário restrito.
Para que os alunos tivessem acesso ao acervo de obras clássicas e atuais foi feito uso
de livros da biblioteca da escola, textos de contos impressos e livros digitais ao qual a escola
dispõe de um acervo literário digital. Esse último tem sido um aliado dos professores na
atualidade, pois as escolas não dispõem de recursos para comprar livros constantemente,
dessa forma tem-se feito uso de aplicativos de leitura gratuitos e sites que disponibilizam
obras em pdf para baixar no celular ou computador.
Todas as atividades citadas acima levam os discentes ao letramento ativo de forma
dinâmica e interativa explorando a gamificação de forma a estimular o raciocínio lógico e o
desenvolvimento intelectual dos indivíduos por meio da leitura.

METODOLOGIA

Em decorrência as mudanças ocorridas ao longo dos anos tanto na esfera social quanto
cultural, alinhadas as propostas curriculares, enquanto educadores é preciso repensar e
ressignificar a prática pedagógica que a cada dia exige métodos que interajam com o atual
momento em que a educação se encontra.
Precisamos desmistificar a concepção de que o ensino de literatura é algo simples e
que deve ser elaborada a partir da concepção de sentido referente ao texto, é necessário uma
metodologia que privilegie atividades reflexivas que levem o leitor a pensar o texto a partir da
sua visão de mundo, através da observação da algumas aulas de literatura na disciplina de
língua portuguesa percebemos uma perpetra engessada onde não há um aprofundamento no
que tange uma leitura com o foco no aluno, que ele possa desenvolver um conhecimento
acerca do texto em estudo e exponha para os demais educandos de maneira a contribuir com
sua formação.
Para realização desse trabalho foi desenvolvida uma metodologia bibliográfica, onde
foram consultados diversos autores renomados em práticas de leitura e estudo de literatura em
sala de aula. O mesmo também utilizou a metodologia descritiva, pois foram observadas
práticas de leitura em sala de aula nas disciplinas de Língua Portuguesa e ELETIVA.
A Pesquisa Bibliográfica segundo Adriana R. Martins Gueiros, Bibliotecária do
CDCC/USP, citada por Pacheco, (2012) não deve ser uma pesquisa em si mesma, mas uma
reflexão do que foi lido e escrito. A pesquisa bibliográfica ajuda no desenvolvimento de
habilidades onde predomina a busca de informações essenciais para chegar ao conhecimento,
onde cada fase do estudo facilita a compreensão de cada etapa.
A palavra Pesquisa em sua definição mais ampla significa: “procurar em toda parte,
aquilo que tem por finalidade a descoberta de novos conhecimentos do domínio cientifico,
literário etc.” Ludke apud Pacheco (2012). Quando bibliográfica, é realizada a partir de
levantamentos de materiais com dados já analisados e publicados por meios escritos ou
eletrônicos, tais como: livros digitais e impressos, artigos, revistas entre outros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A literatura é uma área de grande importância para formação sociocultural do


individuo, os textos literários propiciam uma vasta bagagem de experiências que o define
como leitor. Compreendendo o que propõem o trabalho com a leitura literária na escola.
Envolvendo todo esforço feito pelos professores a escola enquanto promotora de
formação pedagógica continuada, projetos de leitura e de cultura, infelizmente tornou-se
notável que ainda não foi de fato possível formar leitores eficazes, destacando uma das
práticas que são bastante difundidas na escola, que se remete o estudo literário em
periodização e classificação das escolas literária sendo este uma atividade corriqueira no
ensino médio uma vez que este é exigência do vestibular, muitas vezes o conteúdo acaba
sendo fracionado superficialmente.
Portanto, vale salientar que o ensino de literatura não se baseia apenas em pontuar
textos ou autores e classifica-los, mas revelar ao educando o caráter atemporal, bem como sua
função social. Para ler de maneira eficiente essa tipologia textual presente no ensino médio, o
aluno precisa conhecer o repertório cultural e linguístico que constituem as narrativas e os
gêneros discursivos que tratam da Literatura.
Partindo da concepção de desenvolver habilidades que contemplem diferentes
aspectos do desenvolvimento humano a eletiva de leitura alcançou seus objetivos no que se
refere a reflexão sobre as práticas de leitura e como torna-la significativa para o educando
com metodologias diversificadas gerando e ampliando novas aprendizagens. Foi nesta esfera
que foi realizado este estudo de cunho qualitativo buscando refletir sobre importância da
leitura no ensino médio e suas contribuições na formação do leitor.
Esse artigo teve por finalidade fazer um resgate de práticas para o desenvolvimento de
leitores ativos. Sendo exposto algumas experiências realizadas em uma disciplina de
ELETIVA do Ensino Médio. Para tanto foi tido como metodologia o levantamento
bibliográfico de diversos autores renomados nesse assunto. Enfatizado dessa forma, a
importância da leitura na formação humana dos discentes, para que dos mesmos desenvolvam
práticas de leituras efetivas de forma a agregar valores na formação humana e profissional do
mesmo.

REFERÊNCIAS

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