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PSICODIAGNÓSTICO prova

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PSICODIAGNÓSTICO

-ENTREVISTA LÚDICA –

HISTÓRICO

 Freud
 Desenvolveu sua teoria sobre a sexualidade infantil com base em dados
obtidos na análise de seus pacientes adultos.
 Ele incentivou seus alunos e amigos a observarem e descreverem a vida
sexual de seus próprios filhos, a fim de obter evidências que
corroborassem suas teorias.
 Caso do pequeno Hans – compreendeu as neuroses infantis e seu papel
na organização de neurose dos adultos
 Hermine von Hug-Hellmuth utilizou o jogo como uma forma inicial de
análise infantil, observando que ele fornecia excelentes oportunidades
para entender os fantasmas da criança.
 Ao contrário da análise de adultos, não foram utilizadas interpretações
psicanalíticas nos casos educativos.
 O ego da criança não estava suficientemente desenvolvido para
suportar interpretações psicanalíticas.
 As crianças não eram motivadas a buscar análise, muitas vezes
sendo encaminhadas por problemas familiares.
 Interpretações psicanalíticas não teriam significado para as crianças.
 Ele também foi o primeiro a refletir a função e mecanismo psicológico da
atividade lúdica infantil através de seu neto de 18 meses brincando de
esconder e achar carretel:
 Estava brincando de ir embora e voltar
 Forma de controlar a angústia da ausência da mãe, mas não estava se
divertindo
 Estava dominando uma situação que de outra forma seria impossível

 Melanie Klein (1980)


 Afirmou que as crianças poderiam ser motivadas internamente para a
análise, podendo ser analisadas como os adultos.
 Ela defendeu a exploração dos conflitos inconscientes das crianças, sem
recorrer a medidas educativas ou de apoio.
 Iniciadora da técnica psicanalítica para crianças, iniciando na aplicação
do jogo.
 Colocou o brinquedo num lugar de destaque na luta contra a angústia
mobilizada pelas pulsões sexuais

- Constatado:

 As crianças repetem brincando, tudo que lhe causou profunda impressão na


vida. Ao brincar, controlam a situação
 Transformam a passividade de sua condição em brincadeira
 Brincam de algo, que na verdade fizeram com elas.
 Da passividade do fato para atividade do jogo
 Brinquedo que a criança se relaciona com o real:
 De seu modo, constrói e recria essa realidade;
 Não só realiza seus desejos, mas domina a realidade – projeção dos
perigos internos sobre o mundo externo
 Isso se chama capacidade de simbolizar
 Brinquedo = meio de comunicação, mundo externo/interno, realidade/fantasia.
 O brincar equipara a linguagem lúdica infantil à associação livre e aos sonhos
dos adultos

 Anna Freud
 Contrariou Melaine Klein
 Afirmava que criança não possui consciência da doença – está presa aos
seus pais
 Terapeuta deveria reforçar aspectos positivos do vínculo (orientação
educativa). Desconsiderando que o brincar pudesse ser comparado aos
sonhos ou associação livre do adulto
 Ambos os posicionamentos das autoras ajudaram no conceito e
desenvolvimento de psicoterapia infantil.

 Arminda Aberastury (1978)


 Afirmou que as crianças podem não só estabelecer transferência positiva
ou negativa com o terapeuta.
 Elas expressam seus conflitos, defesas e fantasias de doença e cura através
dos brinquedos.
 O funcionamento mental da criança fica evidente desde os primeiros
encontros terapêuticos.
 Aberastury destacou o valor diagnóstico da entrevista lúdica, introduzindo a
ideia da "hora de jogo diagnóstica".
 Diferenciou essa hora de jogo diagnóstica da primeira hora de jogo
terapêutica.
 Para fins diagnósticos, não é necessário ter uma caixa de brinquedos
exclusiva para cada criança, pois qualquer tipo de brinquedo oferece
possibilidades projetivas para o diagnóstico.

-Caixa

 A caixa de brinquedos se torna um símbolo de sigilo durante o tratamento,


similar ao contrato verbal estabelecido com adultos.
 É recomendado guardar todos os objetos dentro da caixa ao final de cada
sessão.
 Não é aconselhável interpretar durante as sessões, pois ainda não se sabe
se a criança será tratada ou encaminhada, e qual técnica seria mais
apropriada.

 Efron (1978)
 Hora de Jogo Diagnóstica
 Referencial teórico psicodinâmico;
 Recurso técnico que o psicólogo utiliza dentro do processo
psicodiagnóstico;
 Tem começo, desenvolvimento e fim em si mesmo,
 Unidade para o conhecimento inicial da criança, devendo interpretá-
la como tal;
 Os dados serão ou não confirmados com a testagem.
 Primeira Hora de Jogo Terapêutica
 Elo dentro de um contexto maior
 Irão surgir novos aspectos e modificações estruturais em função da
intervenção ativa do terapeuta

ENTREVISTA COM OS PAIS

 Antes de ver a criança


 Obter o máximo de informações sobre o problema e como a criança é
 Orientá-los a conversar com a criança a respeito da queixa
ENTREVISTA LÚDICA

 Diálogo com a criança a sala de jogos


 Questionar se ela sabe o motivo de estar ali ou o que seus pais falaram de
sua vinda ao psicólogo
 Compreender suas fantasias a respeito do processo de avaliação
 Caso a resposta for negativa, fazer um relato resumindo o que foi falado
com os pais, explicando a verdade
 “Bem, se eles não disseram nada, diga você, se quer a minha ajuda e em
que posso ajudá-lo”.

 Instruções Específicas
 Oferecer brincadeiras com todo o material lúdico disponível
 Esclarecer:
 O espaço disponível
 Tempo
 Papéis dela e do psicólogo
 Objetivo da atividade (conhecendo-a mais para ajudá-la depois)
 Elas agem, falam e brincam de acordo com as possibilidades maturativas,
emocionais, cognitivas e de socialização
 Descobrem a si mesmas pela sua ação ativa ou passiva

 Manejos Iniciais
 As crianças aceitam rápido, acompanha o psicólogo até a sala, começam a
brincar, conversar e interagir
 Resistem a se separar dos pais, ou vão para a sala inibidas (ação e fala),
sendo necessário o assinalamento do psicólogo para lhes ajudar
 Problema emocional da criança = rompe o enquadramento – exige limite
impostos

 Postura do psicólogo
 Estimular a interação
 Conduzir a situação - deixar transparecer a compreensão do momento
 Respeitar e acolher a criança, de forma que esta se sinta segura e aceita.

 Papel do Psicólogo
 Passivo (funciona como observador)
 Ou ativo (atento na compreensão, formulação de hipóteses e efetuar
perguntas sobre a brincadeira
 Pode participar ou não do jogo, de acordo com o desejo da criança
 Sala preparada para brincar:
 Fácil de limpar e ampla
 Próxima de banheiro/cozinha com fácil acesso à água para limpeza da
sujeira e materiais
 Material Lúdico:
 Apresentado sem ordem, em caixas/armários com tampas/portas e
adequado para cada idade, sexo e interesses
 Analisar e interpretar hora de jogo requer familiarização com o material
teórico a ser analisado em vista dos fundamentos técnicos

HORA DO JOGO

 Kornblit (1978)
 Diz que a análise detalhada da hora do jogo permite:
 Conceitualizar o conflito atual do paciente;
 Evidenciar seus principais mecanismos de defesa e ansiedades;
 Avaliar o tipo de rapport que a criança pode estabelecer com um
possível terapeuta e a ansiedade contratransferencial que pode
despertar no terapeuta;
 Manifestar a fantasia de doenças e cura.
 É vista como uma história argumentativa da criança, moldada em resposta a
estímulos específicos.
 Permite avaliar como a criança se posiciona dentro dessa situação de
estímulo.
 Essa compreensão possibilita considerar aspectos formais ou indicadores,
negligenciados em prol da interpretação de conteúdos inconscientes.
 Tais indicadores formais seriam:
 A maneira como a criança se aproxima dos brinquedos;
 Sua atitude no início e no final da hora de jogo;
 Sua localização no consultório;
 Sua atitude corporal e o manejo do espaço.

 Análise Avaliativa
 Não existe roteiro padronizado para analisar o método avaliativo
 Oito indicadores para análise diagnóstica e prognóstica, especialmente para
classificar o nível de funcionamento da personalidade, dentro de um
entendimento dinâmico e estrutural. Sendo eles:
 escolha de brinquedos e jogos,
 modalidade do brinquedo,
 motricidade,
 personificação,
 criatividade,
 capacidade simbólica,
 tolerância à frustração e
 adequação à realidade.

 Escolha de Brinquedos e Jogos, Modalidade do Brinquedo


 Observar a escolha dos brinquedos: impulsiva, de dúvida, lenta ou rápida,
ativa ou passiva.
 Verificar se os jogos estão adequados ao desenvolvimento intelectual e
idade cronológica, seguindo critérios de Piaget.
 Considerar plasticidade, rigidez, estereotipia e perseveração durante a
interação com brinquedos e jogos.

 Personificação
 Capacidade de assumir papéis durante brincadeiras.
 Essencial para lidar com situações traumáticas, aprender papéis sociais e
compreender os outros.
 Facilita o ajuste da própria conduta e contribui para a socialização e
individuação.
 Ao ser solicitado pela criança, peça uma explicação clara das características
do papel a ser assumido.

 Motricidade/Criatividade
 Motricidade:
 Observar se está de acordo com o esperado para a etapa de
desenvolvimento da criança.
 Avaliar a integração do esquema corporal, organização da lateralidade e
estruturação espaço-temporal.
 Domínio dos objetos do mundo externo no campo social, escolar e
emocional.
 Capacidade de satisfazer necessidades com autonomia.
 Dificuldades podem resultar em limitações e frustrações.
 Criatividade:
 Verificar se a brincadeira é criativa e demonstra capacidade de fantasia.
 Visto de forma positiva quando presente.

 Capacidade Simbólica
 Valorização da criação e significado dinâmico de símbolos.
 Importância da relação entre símbolos e idade cronológica.
 Uso variado de elementos na expressão durante o brinquedo.
 Jogo como expressão da capacidade simbólica.
 Fantasia mais evidente com envolvimento no jogo simbólico.

 Tolerância à Frustração
 Aceitação de instruções e limites durante a atividade lúdica.
 Capacidade de enfrentar dificuldades inerentes à tarefa proposta.
 Aspecto relevante para diagnóstico e prognóstico.

 Adequação à Realidade
 Adaptação da motricidade ao espaço geográfico da sala para evitar
acidentes.
 Indicador de prognóstico.
 Aceitável que a criança não se adapte completamente nos contatos iniciais
e precise de tempo para adaptação.

 Tolerância à Frustração / Adequação à Realidade


 Tolerância à frustração e adequação à realidade estão relacionadas à
aceitação de instruções e ao enquadramento da hora de jogo.
 Incluem aceitação de limites, papel próprio e do outro, separação dos pais,
tempo de início e fim, e resultado dos jogos.
 Ligadas às possibilidades egóicas e aos princípios de prazer e realidade.

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