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Mfichamento Avaliação Psicológica II

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE

NÚCLEO DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

AMANDA CAMILO SILVA


CAROL COELHO RESENDE
FERNANDA FERREIRA EVANGELISTA

FICHAMENTO

GOVERNADOR VALADARES
ABRIL 2024
AMANDA CAMILO SILVA
CAROL COELHO RESENDE
FERNANDA FERREIRA EVANGELISTA

FICHAMENTO

Fichamento do capítulo 10 do livro de Psicodiagnóstico


V aplicado como parte do critério avaliativo da
disciplina de Avaliação Psicológica II a turma do 6°
período de Psicologia.

Prof. Omar De Azevedo Ferreira

GOVERNADOR VALADARES
ABRIL DE 2024
Autor: Jurema Alcides Cunha
Livro: Psicodiagnóstico V
LIVRO Ano: 2007
Página: 96-104
Cidade: Porto Alegre
O capítulo aborda os principais pontos para se ater numa entrevista lúdica, citando as
SÍNTESE DO
principais contribuições e como proceder durante esse momento.
CAPÍTULO
“Freud organizou a sua teoria sobre a sexualidade infantil com base nos dados obtidos na
análise de seus pacientes adultos.”
P. 96

“Através de Hans, Freud (s/d) finalmente compreendeu as neuroses infantis e seu papel na
P. 96
organização da neurose dos adultos, confirmando as hipóteses que havia levantado no seu
artigo Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (Freud, 1989).”

P. 96 “A partir do pequeno Hans, Hermine von Hug-Hellmuth observou que o jogo fornecia
excelentes possibilidades de compreensão dos fantasmas, instituindo uma primeira forma de
análise infantil que se vinculou, primeiramente, à educação. ”

P. 96 “Ela não utilizou interpretações como na análise de adultos, por entender que o ego da criança
infantil não estava suficientemente desenvolvido para suportar o peso de uma interpretação
psicanalítica [...]”.

“As pessoas parentais respondem pela coesão narcísica da criança, coesão que está referida à
cena primária e às relações atuais. Assim, o bebê se inscreve num espaço afetivo triangular.”
P. 96

“Em compensação, Melanie Klein (1980), desde o início, entendeu que as crianças poderiam,
P. 96
sim, ser motivadas dentro de si mesmas para a análise, insistindo que elas poderiam ser
analisadas, do mesmo modo que os adultos, explorando os conflitos inconscientes,
abstendo-se de qualquer medida educativa ou de apoio.”

P. 96 “Contudo, foi Freud o primeiro estudioso que refletiu sobre a função e o mecanismo psicológico
da atividade lúdica infantil, quando interpretou a brincadeira de seu neto de 18 meses de
idade.”
“[...] por meio da manipulação do brinquedo, estava dominando uma situação que, de outra
P. 97
forma, seria impossível. ”

P. 97 “Assim, para Freud (1976), as crianças repetem, nas suas brincadeiras, tudo que na vida lhes
causou profunda impressão e, brincando, se tornam senhoras da situação. ”

“Porque, através do brinquedo, a criança tem a possibilidade de realizar o desejo dominante


P. 97
para sua faixa etária, por exemplo, o de ser grande e de fazer o que fazem os adultos. ”

“Através do brinquedo, a criança não só realiza seus desejos, mas também domina a realidade,
P. 97
graças ao processo de projeção dos perigos internos sobre o mundo externo. O brinquedo é,
então, um meio de comunicação, é a ponte que permite ligar o mundo externo e o interno, a
realidade objetiva e a fantasia.”

“Segundo essa Melanie Klein, ao brincar, a criança domina realidades dolorosas e controla
P. 97
medos instintivos, projetando-os ao exterior, nos brinquedos. Este mecanismo é possível,
porque a criança, desde tenra idade, tem a capacidade de simbolizar.”

“Anna Freud Desse modo, com uma concepção diferente da mente infantil, afirmava que a
criança não possui consciência de doença, estando ainda presa a seus objetos originais (pais),
P. 97
pelo que não poderia estabelecer uma neurose de transferência com o terapeuta.”.

P. 98 “Certamente envolvida no mesmo intuito, a conceituada psicanalista argentina Arminda


Aberastury (1978) entendeu que a criança não só estabelece uma transferência positiva e/ou
negativa com o psicoterapeuta, como expressava Klein, como também é capaz de estruturar,
através dos brinquedos, a representação de seus conflitos básicos, suas principais defesas e
fantasias de doença e cura, deixando em evidência, já nos primeiros encontros do
acompanhamento, o seu funcionamento mental.”

“Entretanto, quando se trata da primeira hora de jogo de tratamento, ao finalizar a sessão, além
P. 98
do terapeuta estabelecer as condições do contrato psicoterápico, deverá guardar junto com a
criança todo o material lúdico numa caixa, que ficará fechada e à qual só terão acesso a
criança e o terapeuta. Essa caixa, sem dúvida, se transforma durante o tratamento no símbolo
do sigilo, similar ao contrato verbal que se estabelece com o adulto quando se inicia o
tratamento. ”

“[...]a hora de jogo diagnóstica, fundamentada num referencial teórico psicodinâmico, é um


P. 98
recurso técnico que o psicólogo utiliza dentro do processo psicodiagnóstico, que tem começo,
desenvolvimento e fim em si mesmo, operando como unidade para o conhecimento inicial da
criança, devendo interpretá-la como tal, e cujos dados serão ou não confirmados com a
testagem. ”

P. 98 “No psicodiagnóstico infantil, costuma-se entrevistar os pais, antes de ver a criança, com o
objetivo de obter informações o mais abrangente possível sobre o problema e sobre como a
criança é.”

P. 98 “[...] dentro da sala de jogo, sendo importante, então, perguntar se sabe o que está fazendo ali,
porque veio ou o que os pais falaram da sua vinda ao psicólogo. Esclarecendo esse aspecto,
compreender-se-ão as fantasias da criança a respeito do processo de avaliação, e, se a
resposta for negativa, deve-se fazer um breve relato do que foi falado com os pais[...]. ”

“As instruções específicas para uma entrevista lúdica consistem em oferecer à criança a
P. 98, 99
oportunidade de brincar, como deseje, com todo o material lúdico disponível na sala,
esclarecendo sobre o espaço onde poderá brincar, sobre o tempo disponível, sobre os papéis
dela e do psicólogo, bem como sobre os objetivos dessa atividade[...].”

P. 99 “A entrevista lúdica de cada processo psicodiagnóstico é uma experiência nova, tanto para o
psicólogo como para a criança, em que se refletirá o estabelecimento de um vínculo
transferencial breve. Nos brinquedos oferecidos pelo psicólogo, a criança deposita parte dos
sentimentos, representante de distintos vínculos com objetos de seu mundo interno (Efron,
Fainberg, Kleiner et alii, 1978).”

P. 99 “As crianças, de maneira geral, agem, falam e/ou brincam de acordo com suas possibilidades
maturativas, emocionais, cognitivas e desocialização, e é pela sua ação (ativa ou passiva) que
elas exprimem suas possibilidades, descobrindo-se a si mesmas e revelando-se aos outros.”

P. 99 “A postura do psicólogo deve ser, em todos os casos, a de estimular a interação, conduzindo a


situação de maneira tal que possa deixar transparecer a compreensão do momento,
respeitando e acolhendo a criança, de forma que esta se sinta segura e aceita.”
P.99 “Em parte, o papel do psicólogo na entrevista lúdica diagnóstica é passivo, porque funciona
como observador, mas também é ativo, na medida em que sua atitude é atenta na
compreensão e formulação de hipóteses sobre a problemática do entrevistado, assim como na
ação de efetuar perguntas para esclarecer dúvidas sobre a brincadeira. Ainda, dependendo de
cada situação, o psicólogo poderá não participar do jogo ou brincadeira, ou poderá
desempenhar um determinado papel, caso seja o desejo da criança (Efron, Fainberg, Kleiner et
alii, 1978).”

P. 99 “Procurando representar os objetos mais comuns do mundo real circundante, os brinquedos


mais usados são: papel, lápis preto e colorido, canetinhas, borracha, apontador, régua, cola,
fita adesiva, corda, tesoura, massa para modelar, argila, tinta, pincéis, bonecos e famílias de
bonecos, casa de bonecos, marionetes, família de animais selvagens e domésticos, blocos de
construção, carros, caminhões, aviões, bola, armas de brinquedo, soldados, super-heróis,
cowboys e índios, equipamentos de cozinha, de enfermagem e de ferramentas domésticas,
quebra-cabeças, telefone, panos, jogos de competição e quadro-negro.”

“[...] a autora considera também importante compreender a hora de jogo como uma história
P. 100
argumental da criança, construída em resposta a uma situação de estímulo, avaliando, então, o
modo como ela se inclui em dita situação [...].”
“Por isso, propõem um guia de oito indicadores que possibilitam estabelecer critérios mais
P.100
sistematizados e coerentes para orientar a análise com fins diagnósticos e prognósticos, em
especial, para a classificação do nível de funcionamento da personalidade, sempre dentro de
um entendimento dinâmico, estrutural e econômico.”
"Os indicadores são: escolha de brinquedos e jogos, modalidade do brinquedo, motricidade,
P.100
personificação, criatividade, capacidade simbólica, tolerância à frustração e adequação à
realidade.”
P.100 “A escolha de brinquedos e jogos está relacionada com o momento evolutivo emocional e
intelectual em que a criança se encontra. Ao nascer, o bebê é um ser passivo, que fica a maior
parte do tempo deitado.”
“[...] Na auto-esfera, o brinquedo da criança é centralizado na exploração do próprio corpo e/ou
P. 100
nos objetos que estão imediatamente a seu alcance; na microesfera, a criança expressa suas
fantasias através de pequenos brinquedos representativos; e, na macroesfera, por incorporar a
vivência social, passa, através de suas relações, a dividir o mundo com os outros.”
P.101 “[...] estrutura uma modalidade de brinquedo que lhe é própria, baseada nas formas de
manifestação simbólica de seu ego e de seus traços de funcionamento psíquico. Entre as
principais modalidades, temos a plasticidade, a rigidez, a estereotipia e a perseveração.”
P.101 “Entretanto, quando a criança fixa certos comportamentos ou ações lúdicas de maneira rígida
para expressar uma mesma fantasia, mostra grandes dificuldades para aproveitar e/ ou
modificar os atributos dos brinquedos e um ego pobre em recursos frente à ansiedade,
resultando na escolha de brinquedos e jogos monótonos e pouco criativos [...]”
P.101 “Por outro lado, os jogos estereotipados e perseverantes são a modalidade mais patológica do
funcionamento egóico, típica de crianças com funcionamento psicótico [...]”

P.101, 102 “[..] Aos poucos, as habilidades motoras tornam-se cada vez mais sofisticadas, tornando-se
possíveis várias habilidades de autocuidado (vestir, desvestir-se, pentear-se, comer com
utensílios, etc.), assim como habilidades de parar num pé só, subir e descer escadas, pular e
dançar.”

P. 102 “[...] No período entre os 6 e 11 anos, tanto os aspectos quantitativos como os qualitativos se
consolidam, sendo que partes do desenvolvimento anterior se organizam subitamente,
passando a funcionar de forma fluente e integrada, até que, perto dos 9 anos, as habilidade
motoras se tornam automáticas e estabelecidas.”

P. 102
“[...]o psicólogo que conduz a hora de jogo diagnóstica tenha, além dos conhecimentos
essenciais da psicologia evolutiva, conhecimentos básicos de fisiologia, neurologia e
psicomotricidade, que lhe possibilitem identificar e descrever as pautas motoras da criança que
está avaliando, para verificar a adequação destas à etapa evolutiva em que a criança se
encontra.”

P. 102 “A avaliação da motricidade é, pois, de especial importância, uma vez que o manejo adequado
das possibilidades motoras, no que diz respeito à integração do esquema corporal, organização
da lateralidade e estruturação espaço-temporal, possibilitará à criança o domínio dos objetos
do mundo externo no campo social, escolar e emocional, satisfazendo suas principais
necessidades com autonomia, enquanto dificuldades nesse âmbito provocarão certamente
limitações e frustrações.”

P. 102
“A personificação é a capacidade da criança para assumir e desempenhar papéis no
brinquedo. É um elemento comum em todos os períodos evolutivos, através do qual as
crianças transformam seus brinquedos ou a si mesmas em personagens imaginários ou não,
de acordo com sua faixa etária, expressando afetos, tipos de relações e conflitos, sempre em
sintonia com a realidade de seu mundo interno. A análise desse indicador permitirá
compreender o equilíbrio existente ou não entre o superego, o id e a realidade, verificando
também a capacidade de fantasia na definição de determinados papéis [...].”
P. 103
“Criar é inventar ou transformar a partir da própria capacidade. Quando a criança constrói um
novo objeto ou transforma um já existente, mostra a sua capacidade de relacionar elementos
novos no brinquedo a partir da reorganização de experiências anteriores.”

P. 103
“Quando a criança utiliza uma variedade de elementos para se expressar no brinquedo, está
exercitando a sua capacidade simbólica. O jogo é uma forma de expressão da capacidade
simbólica, e a vida de fantasia se torna mais observável à medida que a criança se torna apta
para o jogo simbólico. Durante o primeiro ano de vida, por exemplo, o brinquedo consiste
simplesmente na manipulação de objetos; depois desse período, passa a ser usado
funcionalmente, numa ação repetitiva, e, quando o jogo de faz-de-conta aparece, a criança
começa a usar vários brinquedos simbolicamente, visando a objetos que representam outros
objetos.”

P. 104
“Por último, a tolerância à frustração e a adequação à realidade são indicadores que têm
relação com a aceitação ou não das instruções e enquadramento da hora de jogo, assim como
da aceitação dos limites, do próprio papel e do papel do outro, da separação dos pais, do
tempo de início e fim, do resultado dos jogos, etc. Tudo isso está intimamente relacionado com
as possibilidades egóicas e com o princípio de prazer e realidade.”

P. 104
“Como se pode observar, a entrevista lúdica diagnóstica é uma técnica de avaliação clínica
muito rica, que permite compreender a natureza do pensamento infantil, fornecendo
informações significativas do ponto de vista evolutivo, psicopatológico e psicodinâmico,
possibilitando formular conclusões diagnósticas, prognósticas e indicações terapêuticas.”

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