Teste de Apercepção Infantil Figuras de Animais
Teste de Apercepção Infantil Figuras de Animais
Teste de Apercepção Infantil Figuras de Animais
FIGURAS DE ANIMAIS
(CAT-A)
Bibliografia:
Schultz, D. P. & Schultz, S. E. (2009). Histria da psicologia
moderna (9 ed.). So Paulo: Cengage Learning.
TESTE DE APERCEPO INFANTIL
FIGURAS DE ANIMAIS (CAT-A)
& TEMAS
FREQUENTEMENTE
EVOCADOS NO CAT-A:
CARTO 1: Trs pintinhos sentados mesa, um deles sem guardanapo, com
uma grande travessa de comida. No fundo, h uma figura sombreada, de forma
vaga, sugerindo uma galinha ou um galo.
As respostas mais tpicas envolvem
referncias figura materna,
geralmente percebida como objeto
que nutre e gratifica.
Temas referentes ao ato de comer,
de ser ou no ser alimentado, e
atitudes diante da alimentao
predominam nessa prancha.
Eventualmente podem ser
percebidas referncias rivalidade
fraterna (quem recebe mais comida,
quem se comporta bem ou mal,
quem no tem guardanapo).
O papel da comida como
recompensa ou punio e
problemas gerais de oralidade
podem se revelar nas narrativas.
CARTO 2: Trs ursos puxam uma corda, um
pequeno e um mdio de um lado, um grande do outro.
A percepo do conflito edpico
costuma se manifestar nessa prancha.
interessante observar com quem o
ursinho coopera (pai ou me).
O estmulo tambm sugere temas
relacionados competitividade que
podem revelar a segurana ou
insegurana da criana quanto
prpria capacidade.
A situao pode ser vista como uma
luta, acompanhada de medo da
agressividade ou como uma
brincadeira (cabo de guerra, por
exemplo).
A ruptura da corda pode revelar
preocupao com castigo ou,
simbolicamente, medo de castrao.
CARTO 3: Um leo est sentado numa poltrona, segurando um cachimbo;
uma bengala pode ser vista, apoiada na poltrona. Ao fundo h um ratinho,
dentro de um buraco na parede.
O leo costuma ser associado figura
paterna, dado o seu papel de rei e a
posse de smbolos de poder, como o
cachimbo e a bengala.
A bengala pode ser percebida como
instrumento de agressividade ou para
depreciao, nesse caso a figura do leo
vista como velha e/ou impotente, algum
que no se precisa temer (o que pode ser
fruto de uma manobra defensiva).
importante observar se a figura uma
fora benigna ou ameaadora.
O ratinho muitas vezes a figura de
identificao da criana, mas nem sempre
prejudicado pelo leo, muitas vezes torna-
se a personagem mais poderosa da histria,
conseguindo ludibriar o leo, sem ser
apanhado pelo mesmo.
A identificao que se revela, ora com um
animal ora com outro, costuma indicar
conflito entre submisso e autonomia.
CARTO 4: Um canguru com um chapu e uma bolsa carrega uma cesta onde h
uma garrafa de leite. Na sua bolsa ventral est um beb canguru com uma bexiga na
mo. Junto est um canguru um pouco maior numa bicicleta.
O estmulo evoca situaes de lazer
e relao com a figura materna.
Questes de rivalidade fraterna ou
preocupaes com a origem dos
bebs podem se revelar
Em ambos os casos, a relao com a
me um aspecto importante.
Podem ser identificados desejos de
autonomia (nfase no pequeno
canguru que vai de bicicleta) ou de
regresso para ficar mais perto da
me (identificao com o beb na
bolsa).
A cesta pode sugerir temas
relacionados alimentao ou
amamentao.
Eventualmente so sugeridos temas
de fuga do perigo.
CARTO 5: Um quarto escuro no qual se observa uma cama de
casal, com volumes sob as cobertas. No primeiro plano, h um bero
com dois ursinhos.
So comuns temas relacionados
com a cena primria. Por exemplo,
a criana est inquieta com o que
acontece com os pais na cama.
Essas histrias refletem a vivncia
emocional da criana relacionada
com a dinmica edipiana, bem
como as observaes, conjecturas
e confuses que vivencia perante
a percepo dos pais como um
casal.
Outras vezes, os dois ursinhos na
cama estimulam temas de
explorao e manipulao mtua.
CARTO 6: Uma caverna escura, dois ursos grandes dormindo.
No primeiro plano, um ursinho est deitado, de olhos abertos.
Superego
Integrao do ego
Total
TEMA PRINCIPAL: tem por objetivo explicitar o
contedo latente do relato. Compreende os
seguintes aspectos:
Nvel descritivo: descrio sucinta e objetiva do relato.
Carto 7: Tem um tigre que quer pegar o macaco. O macaco est pensando: Ser que esse tigre quer me
comer?, sentindo medo. O tigre est nervoso, pensando em pegar o macaco. (O que aconteceu antes?) O
macaco estava pirraando, ele e o tigre ficou nervoso e foi pra cima. (O que aconteceu depois?) O leo, rei,
deixou o tigre um ms sem sair de casa
NASCIMENTO DE IRMO
Maus tratos por algum mais velho (H ou M)
Maus tratos por parte de contemporneo
AGRESSO
Contemporneos briges
Desavena
Disciplina
DOMINAO
Orientao, treinamento religioso
CARINHO,
Apoio, generosidade
INDULGENCIA
SOCORRO,
NECESSIDADE DE Procura de afeto, apoio
TERNURA
DEFERNCIA,
ELOGIOS, Considerao
RECONHECIMENTO
AFILIAO,
AMIZADES
Exposio
SEXO Seduo homo/heterossexual
Intercurso dos pais
ENGANO OU
Decepo
TRAIO
Fsico
INFERIORIDADE Social
Intelectual
4) Necessidades e conflitos: a identificao das necessidades
se d a partir dos comportamentos do heri ou de afirmaes
explcitas do que ele procura, deseja, busca. Os conflitos se
referem a desejos incompatveis e concomitantes, revelados a
partir das necessidades do heri, ou a impulsos que se
opem ao superego ou ao ambiente.
Nas duas narrativas: o heri transgride (provoca o tigre e
quebra o vidro da casa), indicando necessidade de
contestar, agredir, transgredir; h conflitos relativos
necessidade de expresso de impulsos de natureza
agressiva que se opem ao superego e s expectativas do
ambiente e necessidade de expresso dos impulsos e de
proteo e reparao.
Necessidades e conflitos:
Buscas (necessidades) e impasses (conflitos) do heri
Necessidades: o que ele faz, o que busca, o que precisa, o que quer, o que procura
Lista de Necessidades
Submeter-se passivamente fora externa. Aceitar injria, censura, crtica,
punio. Render-se. Resignar-se ante a sorte. Admitir inferioridade, erro
HUMILHAO
fracasso, defeito. Confessar e reparar. Censurar-se, diminuir-se ou
mutilar-se. Desejar sofrimento, punio, doena. Infortnio.
Realizar algo difcil. Dirigir, manipular ou organizar objetos fsicos, seres
humanos ou idias. Fazer isso to rpido e independentemente quanto
REALIZAO possvel. Vencer obstculos e atingir um alto padro. Superar-se a si
mesmo. Rivalizar com outros e super-los. Aumentar a auto-estima pelo
uso bem sucedido de seus talentos.
Tornar-se ntimo de outrem, associar-se a outrem em assuntos comuns.
AFILIAO Fazer amizade e mant-las. Ligar-se afetivamente e permanecer leal a um
amigo.
Vencer a oposio pela fora. Lutar. Revidar injria. Atacar, injuriar,
AGRESSO
matar. Opor-se pela fora ou punir a outrem.
Libertar-se, remover restrio, romper o confinamento. Resistir coero e
restrio. No se sentir obrigado a cumprir ordens superiores. Ser
AUTONOMIA
independente e agir segundo impulso. No estar comprometido. Desafiar
as convenes.
Dominar ou vencer o fracasso pelo esforo. Desfazer a humilhao pela
reao. Superar a fraqueza, reprimir o temor. Defender a honra atravs de
CONTRA-REAO
uma ao. Procurar obstculos e dificuldades a vencer. Manter a auto-
estima e o orgulho em alto nvel.
Defender-se do ataque, da critica, da censura. Ocultar ou justificar um mal
DEFESA
feito um fracasso, uma humilhao. Reivindicar o ego.
Admirar e apoiar um superior, louvar, honrar, elogiar. Sujeitar-se,
DEFERNCIA avidamente, influencia de pessoa aliada. Imitar um modelo.
Conforma-se com os costumes.
Controlar o ambiente. Influenciar ou dirigir o comportamento
DOMNIO alheio, atravs da sugesto, seduo persuaso u ordem.
Dissuadir, restringir ou proibir.
Deixar uma impresso. Ser visto e ouvido. Provocar, fascinar,
EXIBIO
causar admirao, divertir, impressionar, intrigar seduzir
AUTODEFESA Evitar a dor, o dano fsico, a doena, a morte. Escapar de uma
(FSICA) situao perigosa. Tomar medidas de precauo.
Evitar a humilhao. Fugir a situaes embaraosas ou
AUTODEFESA
depreciativas: escrnio, ridculo, indiferena dos outros.
(PSQUICA)
Reprimir a ao pelo medo do fracasso.
.................. C. Isolamento
(6) 1. Atitude desapegada (no pode acontecer; um desenho animado)
2. Literal (no aparece, no posso dizer)
3. Comentrios sobre a histria ou a figura (Essa difcil; Contei uma boa)
4. Ri do estmulo, exclamaes
5. Temas ou personagens de contos de fada, quadrinhos ou de antigamente
6. Descrio detalhada, lgica; fim; d um ttulo histria
7. Detalhes especficos, nomes ou falas (quatro horas; ento ela falou...)
8. O personagem se perde
9. O personagem foge por causa da raiva
10. O narrador compactua com os pais contra o personagem infantil malcriado; reprova as aes do personagem infantil
(ou 2, se ambos 2. O adulto engana a criana, no o que parece ser (somente 1 ponto por histria)
forem E-2)
................... F. Simbolizao
(4) 1. As crianas brincam na cama
2. V pais na cama
3. Abre a janela (c. 5, c. 9); cava ou cai em um buraco
4. Nascem bebs
5. A corda se parte (c. 2); cadeira ou bengala quebram (c. 3); balo estoura (c. 4); cauda puxada ou mordida (c. 4, c. 7); bero
quebrado (c. 9)
.................. I. Regresso
(2) 1. Muito afeto ao narrar a histria
2. Referncias pessoais
3. Comida derramada
4. Cama ou cala molhada, gua espirrada
5. Sujo, desorganizado, malcheiroso; pessoa ou objeto cai no banheiro
6. Fantasmas, bruxas, casa mal-assombrada
Identificao
................. L. Adequada, mesmo sexo
(L = K ou 1. O narrador se identifica com genitor ou personagem infantil do mesmo sexo
L > K)
2. A criana tem cimes do genitor do mesmo sexo ou por ele repreendida ou castigada
3. A criana ama o genitor do sexo oposto ou por ele ajudada
Carto 7
Formao reativa: 2. Atitudes de oposio, rebeldia: O macaco estava pirraando
ele
Isolamento: 7. Detalhes especficos, nomes ou falas: O macaco est pensando: ser
que esse tigre quer me comer?
Projeo e introjeo: 2. o inocente atacado ou devorado: O tigre ficou nervoso e
foi pra cima (compatvel com a temtica); 6. O narrador acrescenta detalhes,
objetos ou temas orais: O leo, rei, deixou o tigre um ms sem sair de casa (+ figura
do leo)
Carto 8
Formao reativa: 2. Atitudes de oposio, rebeldia: O filho quebrou o vidro da
casa
Introjeo e projeo: 3. A criana o agressor ativo: O filho quebrou o vidro da
casa
Relaes
Objetais
Concepo do
ambiente
Necessidades e
conflitos
Ansiedades
Defesas
Superego
Integrao do ego
Total 2
Carto 8
Formao reativa: 2. Atitudes de oposio,
rebeldia: O filho quebrou o vidro da casa
Introjeo e projeo: 3. A criana o agressor C.8: P = 1; N = 0
ativo: O filho quebrou o vidro da casa
Total 2 5 3 5 3
10 6
ELABORAO DA SNTESE
No contexto clnico, o objetivo ltimo da anlise chegar a uma
compreenso global do funcionamento da criana. Deve destacar:
Aspectos intelectuais: considerar a amplitude do vocabulrio, a
riqueza do discurso, a diversidade dos temas abordados, levando
em conta a idade e o nvel sociocultural da criana.
Autoimagem: abordar como a criana se percebe e o quanto confia
em sua prpria capacidade de resolver as dificuldades que
enfrenta (adequao e participao do heri nos desenlaces; tipo
de desenlace).
Concepo do ambiente e relaes objetais: indicar como a criana
percebe o ambiente e as presses; bem como suas inter-relaes.
Particular ateno deve ser dada s representaes das figuras
parentais.
Principais necessidades, conflitos e ansiedades: apontar quais so
as necessidades e os conflitos mais recorrentes.
Defesas e elaborao dos conflitos: identificar quais so as defesas
mais usadas e suas consequncias em termos de facilitar ou dificultar
a elaborao dos conflitos expressos nos relatos. Considerar aqui
dados referentes ao superego e ao grau de integrao do ego.
Encaminhamento: considerar a necessidade ou no de intervenes e
possveis alternativas que ajudem a criana no enfrentamento de suas
dificuldades, seja em relao famlia ou ao ambiente em geral.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
BELLAK, L. & ABRAMS, D. V. CAT-A: Teste de apercepo infantil figuras de animais.
Adaptado populao brasileira por Adele de Miguel (et. al.). So Paulo: Vetor, 2010.
CAROTENUTO, C. O pesadelo infantil e o teste CAT: uma anlise psicodinmica. So
Paulo: Vetor, 2003.
CUNHA, J. A. Psicodiagnstico- V. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.