Psicologia Social Contemporânea
Psicologia Social Contemporânea
Psicologia Social Contemporânea
Contemporânea
Materialismo histórico-dialético
Psicologia Marxista perspectiva
rompe de vez com a P.S. cientificista
2. Indivíduo-Sociedade: a relação
fundante da Psicologia Social
A Psicologia Social é compreendida
como o estudo dos fenômenos sociais
na sua dimensão subjetiva.
Interessa compreender os fenômenos
sociais a partir da análise da
subjetividade que vai sendo constituída
ou modificada no decorrer da atuação e
inserção social, constituindo, ao mesmo
tempo os fenômenos (BOCK;
GONÇALVES, 2003).
O que somos, a forma como nos
apresentamos, o modo como estamos
constituídos tem qual relação com as
formas de organização, de produção e
de relações mantidas na sociedade, na
qual estamos inseridos? (Ibid.)
A perspectiva sócio-histórica da
Psicologia Social:
É extremamente complexo;
Não se limita ao fenômeno mental, no
que se refere aos processos lógico-
cognitivos de assimilação dos dados
culturais;
Nem à simples incorporação de
padrões de comportamento e à
produção de desejos exclusivamente
individuais (GEERTZ apud BONIN, 2001).
A cultura se forma em um conjunto
compartilhado de vivências, cujos
significados são atribuídos na esfera
pública.
Demonstrar e desenvolver
motivações sociais, em prol do outro,
sendo modesto e procurando agir de
acordo com as expectativas de seus
pares (BONIN, 2001).
A sociedade:
Concepção de homem:
Um ser ativo, social e histórico → resultado
de uma determinada abordagem
metodológica do homem, da história e da
sociedade: o materialismo histórico-dialético.
4.1 Pressupostos do Materialismo
histórico-dialético
Concepção materialista:
A realidade material tem existência
independente em relação à idéia, ao
pensamento, à razão;
Existem leis na realidade, numa visão
determinista;
É possível conhecer toda a realidade e
suas leis.
Concepção dialética:
A contradição é característica fundamental de tudo
que existe, de todas as coisas;
A contradição e sua superação constante é a base
do movimento de transformação constante da
realidade;
O movimento da realidade está expresso nas leis da
dialética (lei do movimento e relação universal; lei da
unidade e luta de contrários; lei da transformação da
quantidade em qualidade; e lei da negação da
negação) e em suas categorias.
O movimento da realidade está expresso nas leis da
dialética (lei do movimento e relação universal; lei da
unidade e luta de contrários; lei da transformação da
quantidade em qualidade; e lei da negação da
negação) e em suas categorias.
Concepção histórica:
Só é possível compreender a
sociedade e a história através de uma
concepção materialista e dialética → a
história deve ser analisada a partir da
realidade concreta e não a partir das
idéias, buscando-se as leis que a
governam (visão materialista), e as leis
da história, além de materiais, são as
leis do movimento de transformação
constante, que tem por base a
contradição.
“O homem é ativo (o homem da ação, do
trabalho), social (o trabalho só se realiza em
sociedade) e histórico (a ação, em
sociedade, do homem sobre a natureza
transforma a natureza e o próprio homem
[...]. E a realidade, a natureza não pode ser
pensada sem a presença do homem que a
transforma. [...] o materialismo histórico e
dialético, que afirma a realidade como
independente da razão, ou da “idéia”
(materialismo), mas afirma também o
movimento constante da realidade, a partir
da contradição (dialética) e a relação
intrínseca entre a ação do homem e o
movimento da realidade (história)” (BOCK;
GONÇALVES, 2003, p. 49).
As leis que regem as sociedades e
os homens:
São históricas, não são alheias aos
homens porque são resultado de sua
ação sobre a realidade (trabalho e
relações sociais); mas são leis
objetivas, porque estão na realidade
material do trabalho e das relações
sociais.
4.2 Categorias fundamentais:
Atividade
Consciência
Identidade
A Atividade:
– É categoria do psiquismo na medida em
que é a partir da atividade que o homem
participa de um grupo social em um
determinado momento histórico, tornando-
se um indivíduo;
– Neste processo, a partir da atividade sobre
o objeto, desenvolve o psiquismo.
A Consciência:
Não existe sem a matéria;
Só se desenvolve no cérebro humano, de um
homem que tem atividade e vida social →
tem uma natureza social, embora seja algo
do indivíduo
Está ligada à atividade social do homem, ao
trabalho e só aparece nesse processo
É subjetiva, mas não existe sem a realidade
objetiva→ expressa uma unidade entre
objetividade e subjetividade.
Atividade:
A categoria atividade refere-se à ação do
homem sobre a realidade;
Só ocorre dentro de relações sociais
estabelecidas historicamente
É definida pelo lugar que o indivíduo ocupa
socialmente dentro da forma de organização
do trabalho;
Nas sociedades de classe essa organização
envolve desigualdade e opressão social.
Consciência: se desenvolve em relação
com a atividade, no processo contraditório de
movimento da sociedade.
“O trabalho (atividade para garantir a
sobrevivência de si e da família) é o fio
condutor, o ponto de partida, o
elemento fundamental em relação ao
qual a consciência se processa; é o
cerne da categoria atividade;
indissociável da categoria consciência”
(SAWAIA apud BOCK; GONÇALVES,
2003).
Identidade:
– Compõe com atividade e consciência o
substrato da subjetividade
– Refere-se ao que o indivíduo é, àquilo no
que ele se constitui no processo de
desenvolvimento da consciência em
relação com a atividade;
– O indivíduo é metamorfose.
– Linguagem:
É mediação importante no processo de
desenvolvimento da identidade, a partir do
movimento entre atividade e consciência;
É entendida como instrumento e, ao mesmo
tempo, como elemento formador da
consciência;
É produzida social e historicamente, com
significados sociais e históricos, com a
presença da questão ideológica.
O desenvolvimento do psiquismo:
O discurso produzido pelos
indivíduos permite ter acesso ao
processo de desenvolvimento do
psiquismo como resultado da relação
entre atividade – consciência –
identidade.