Aula - Bulimia e Anorexia II

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Disturbios Alimentares: Anorexia

e Bulimia nervosa, Desnutrição

MSc. Edmundo de Almeida


Anorexia nervosa
A anorexia nervosa é entendida como inanição
autoinduzida, resultando em marcante perda de peso.
Anorexia nervosa
Sintomas:
- Um dos primeiros sintomas é a perda da noção de sua
imagem corporal;

-Preocupação excessiva com a alimentação;

-Sensação intensa de culpa e uma ansiedade desproporcional


por eventualmente ter saído um pouco da dieta.

-Menstruação irregular, ou não existente;

-Nas adolescentes, os principais sinais da anorexia são o


enfraquecimento, a perda de peso visível e a ausência de
menstruação.
Factores de alerta:
• Peso corporal em 85% ou menos do nível normal;
• Prática excessiva de actividades físicas, mesmo tendo um peso abaixo
do normal;
• Negação quando questionado sobre o distúrbio;
• Em pessoas do sexo feminino, a ausência de menos três ou menos
menstruações por ano. A anorexia pode causar sérios problemas no
sistema reprodutor feminino.
• Crescimento retardado ou até paragem do mesmo, com a resultante
malformação do esqueleto (pernas, braços curtos em relação ao tronco);
• Descalcificação dos dentes;
• Depressão profunda;
• Tendências suicidas;
• Obstipação grave;
• Danos intestinais;
Tratamento
• Os medicamentos mais recomendados são os anti-depressivos
tricíclicos (têm o efeito de ganhar peso).

• Os anti-depressivos estão a ser estudados, mas devem ser usados


com cuidado uma vez que podem contribuir para a redução do apetite.

• É bom realçar que os pacientes com anorexia têm o apetite normal, ou


seja, sentem a mesma fome que qualquer pessoa, o problema é que
apesar da fome se recusam a comer.

• As psicoterapias podem e devem ser usadas, tanto individuais como


em grupo ou em família, a indicação dependerá do profissional
responsável. Por enquanto não há uma técnica especialmente eficaz.
Bulimia nervosa

• É um distúrbio alimentar, onde


a pessoa ingere grande
quantidade de alimentos e
depois eliminam o excesso de
calorias através de jejuns
prolongados, vômitos auto-
induzidos, laxantes, diuréticos
ou na prática exagerada e
obsessiva de exercícios
físicos.
Bulimia nervosa
Sintomas:

Interrupção da menstruação.
Interesse exagerado por alimentos e desenvolvimento de
estranhos rituais alimentares.
Comer em segredo.
Obsessão por exercício físico.
Depressão.
Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos.
Vômitos ou uso de drogas para indução de vômito,
evacuação ou diurese.
Alimentação excessiva sem nítido ganho de peso.
Tratamento
Em ambos os casos o tratamento é um programa no qual
participem o cliente e todos os membros da equipe
interdisciplinar, como também deve incluir um contrato
estruturado e assinado pelo cliente ao ser admitido na
internação.

Quando não mais representar risco de vida ao indivíduo, é


instituído um programa de modificação do comportamento,
sendo instituídas várias modalidades terapêuticas como as
terapias individual, familiar, de grupo e medicamentosa.

Tratamento psicofarmacológico, a base de antidepressivos,


voltados para os sintomas associados a ansiedade e
depressão.
Factores de Alerta:
• Arranjar desculpas para ir sempre à casa de banho depois das
refeições;

• Ter grandes variações de humor;

• Apresentar um inchaço anormal à volta dos maxilares;

• O peso apresentar oscilações normais;

• Comer frequentemente grandes quantidades de comida de forma


compulsiva;

• Utilizar com frequência e em excesso diuréticos e laxantes;

• Inexplicável desaparecimento de comida em casa ou no local de


residência.
Tratamento:
• O tratamento para a bulimia envolve aconselhar o paciente a contactar
um psicólogo ou outro profissional de saúde e às vezes aconselhá-lo a
tomar anti-depressivos, que o pode ajudar a reduzir “episódios” de
fingimento, o que vai ajudar o paciente a recuperar da Bulimia. O
tratamento não requer permanência hospitalar, embora às vezes seja
necessário, mas só em casos mais graves da Bulimia.

• O seu tratamento requer semanas ou meses até se observarem

resultados significativos.

• Nem sempre um só tratamento chega para obter os resultados que quer,

por isso em certos casos é necessário fazer-se mais que um tratamento.


Desnutrição na Infância
• Formas Clínicas:
• Desnutrição Grau III – Desnutrição Protéico-Calórica:
• Kwashiorkor;
• Marasmo;
• Kwashiorkor-Marasmático
Desnutrição Proteico Energética
A DPE apresenta-se como uma variedade de síndromes clínicas, todas
caracterizadas pela ingestão dietética inadequada de proteínas e calorias
para alcançar as necessidades corporais.
Do ponto de vista funcional, há dois compartimentos de proteínas regulados
diferentemente no corpo:
O compartimento somático, representado por proteínas dos músculos
esqueléticos
O compartimento visceral, representado pelo armazenamento de proteínas
nos órgãos viscerais, principalmente no fígado.
O compartimento somático é afetado de maneira mais grave no marasmo, e

o compartimento visceral, no kwashiorkor.


Desnutrição Protéico-Calórica
• Kwashiorkor
• Afeta crianças acima de 2 anos (principalmente 2 e 3
anos);
• Carência mais protéica do que energética;
• Tecido celular subcutâneo preservado;
• Apatia mental;
• Lesões de pele (seca, fria, áspera, sem brilho, eritema,
descamação, fissuras lineares e flexurais);
• Grande emagrecimento do tórax e de segmentos
proximais e edema dos segmentos distais;
Desnutrição Protéico-Calórica
• Kwashiorkor
• Edema (principal achado);
• Alterações dos cabelos: Finos, secos, quebradiços,
“sinal da bandeira”(faixas de coloração clara e escura);
• Unhas finas, quebradiças, sem brilho;
• Mucosas: “Língua careca”, retração das gengivas,
lábios rachados;
• Hepatomegalia (esteatose hepática);
• Hipoalbuminemia
Desnutrição Protéico-Calórica
• Marasmo
• Crianças menores de 1 ano (lactentes);
• Deficiência de calorias e de proteínas;
• Emagrecimento seco;
• Fácies senil;
• Perda do tecido celular subcutâneo e muscular;
• Cabelos escassos e finos;
• Ausência de lesões de pele;
• Ausência de esteatose hepática;
• Albumina geralmente normal.
Desnutrição Protéico-Calórica
• Kwashiorkor-Marasmático
• Forma mista;
• Crianças entre 1 e 2 anos;
• Perda de tecido celular subcutâneo;
• Edema de extremidades.
Desnutrição na Infância
•O fígado no kwashiorkor, mas não no marasmo, está aumentado e

gorduroso; cirrose sobreposta é rara.

• No kwashiorkor (raramente no marasmo) o intestino delgado apresenta

uma redução no índice mitótico nas criptas das glândulas, associada à

atrofia muscular e perda de vilos e microvilos. Em tais casos, ocorre perda

concomitante de enzimas do intestino delgado, manifestada com mais

frequência como deficiência de dissacaridase. Logo, bebês com

kwashiorkor inicialmente podem não reagir bem a dietas à base de leite.

Com tratamento, as alterações na mucosa são reversíveis.


Desnutrição na Infância
• A medula óssea tanto no kwashiorkor quanto no marasmo pode tornar-se
hipoplásica, principalmente como resultado da redução no número de

hemácias precursoras. O sangue periférico geralmente revela anemia leve

a moderada, o que com frequência tem uma origem multifatorial;

deficiências nutricionais de ferro, folato e proteínas, assim como os efeitos

supressivos de infecção (anemia de doença crônica) podem contribuir.

Dependendo do fator predominante, as hemácias podem ser microcíticas,

normocíticas ou macrocíticas.
Desnutrição Protéico-Calórica
Marasmo Kwashiorko Mista
Edema Não Sim Variável

Dermatose Não Sim Variável

Alt. Cabelo Não Sim Variável

Hepatomegalia Não Sim Variável


Desnutrição Protéico-Calórica
Tratamento (tratamento inicial-estabilização ):
1. Tratar hipoglicemia;
2. Prevenir/tratar hipotermia;
3. Tratar desidratação, distúrbios hidroeletrolíticos e
choque séptico;
4. Tratamento dietético;
5. Tratar possíveis infecções;
6. Correção de deficiências de micronutrientes;
7. Anemia muito grave (hematócrito <12%);
8. Estimular vínculo mãe-filho.
Caquexia

• A DPE é uma complicação comum em pacientes com Aids ou câncer em


estágio avançado, e nesses cenários isso é conhecido como caquexia.

•A caquexia é uma condição altamente debilitante, caracterizada por


perda extrema de peso, fadiga, atrofia muscular, anemia, anorexia e
edema. A mortalidade geralmente é consequência da atrofia do diafragma
e de outros músculos respiratórios. Agentes caquéticos produzidos pelos
tumores incluem:
Caquexia

• PIF (fator de indução de proteólise), que é um polipeptídio glicosilado


excretado na urina de pacientes que perdem peso devido a câncer de

pâncreas, mama, cólon e outros tipos.

• LMF (fator mobilizador de lipídios), que aumenta a oxidação dos ácidos


graxos e as citocinas pró-inflamatórias, como o TNF (originalmente
conhecido como caquetina), interleucina-2 (IL-2) e IL-6. TNF e IL-6

acionam uma reação de fase aguda do hospedeiro, aumentando a

secreção da proteína C reativa e fibrinogênio e reduzindo as


concentrações plasmáticas de albumina.
Caquexia

•O fator de indução de proteólise (PIF) e as citocinas pró-inflamatórias

causam colapso dos músculos esqueléticos via ubiquitina proteossoma,

levando à degradação da miosina.

•A indução da via ubiquitina-proteossoma envolve a produção de duas

ubiquitina-ligases músculo específicas.


Caquexia

•Dados mais recentes também implicam alterações na membrana

miofibrilar do músculo esquelético com perda da distrofina causada por

alterações no complexo distrofina-glicoproteína como contribuintes para a

atrofia muscular, por meio de um mecanismo similar ao que ocorre em

algumas distrofias musculares.


Principais factores etiológicos
associados aos distúrbios
Nutricionais
Etiologicamente a Desnutrição Severa grave de
uma forma geral resulta de :
• 1- Redução de aporte alimentar
( A anorexia ,iatrogenia e erros terapêuticos, assim como lesões do SNC
contribuem para diminuir o aporte alimentar )
• 2- Perda de nutrientes
(Diversas situações clínicas :regurgitação má absorção , a insuficiência
pancreática , lesões do lume intestinal e da parede cutânea )
• 3- Elevado consumo energético
(Consubstanciados no hipermetabolismo, associado a
queimaduras ,febre ,septicemia , traumas etc,
Factores extrinsos como atraso no diagnostico e tratamento
potenciam o risco e contribuem para o aumento da morbilidade e
mortalidade )
Principais factores etiológicos associados aos
distúrbios nutricionais
Primárias
o Ingestão inadequada de alimentos
- Factores de natureza :
Política ( distribuição de riqueza , serviços de saúde precárias )
Cutural ( tabus alimentares )
Economica ( renda , emprego, nível de escolaridade , pobreza e
PIB baixo)
Social ( estrutura social , família , associados )
Principais factores etiológicos associados aos
distúrbios nutricionais

-ContinuaçãoI
-Prematuridade e baixo peso
-Desmane precoce e ou falta de aleitamento materno
-Atraso na introdução de alimentação complementar
-Uso de formulas lacteas hiper-diluidas sem higiene
Principais factores etiológicos associados aos
distúrbios nutricionais

-Em situação de emergência (taxa de desnutrição que


aumenta de forma dramática)

-Emergência Política ( guerra , Instabilidade>desestruturação


agricola >deslocamento>carência alimentar>desnutrição )

-Desastre natural ( Secas ,inundações, cismus,terramotos etc)


Principais factores etiológicos associados aos
distúrbios secundários a desnutrição
• Imunodeficiência por • Sindrome intestino
HIV curto
• Tuberculose pulmonar • Cardiopatias
e outras congenitas
• Sequelas Neurológicas • Neoplasias crónicas
• Asfixia perinatal • Diabetes melitus
• Sindrome doença
inflamatória intestinal
PREVENÇÃO DOS
DISTÚRBIOS
NUTRICIONAIS
MANTENDO OS
ALIMENTOS SEGUROS
E LIMPOS
Alimentos seguros
• Água e alimentos devem ser limpos e seguros

• Sem microrganismos patogénicos (bactérias, vírus, giardia,

entamoeba..)
• Sem parasitas (lombrigas, ténias)

• Sem toxinas como a aflatoxina ou veneno amargo da mandioca

• Sem produtos químicos como pesticidas


Como manter os alimentos seguros
• 1. No momento da compra
• Compre alimentos frescos (leite, peixe, carne) no mesmo dia em
que os vai consumir
• Escolha alimentos sem sinal de perigo
• 2. No momento de armazenar
• Deixe os alimentos frescos o mais frio possível
• Coloque num recipiente limpo e cubra com um pano que é mantido
húmido
• Armazene em um local arejado um alimento seguro, onde o ar possa
chegar, mas onde as moscas não possam alcançá-lo.
• Guarde numa geleira
• Assegure-se que farinhas, legumes, sementes oleaginosas estão
secas e deixe-as em local frio e seco e protegido de ratos e outras
pragas
Sinais de perigo nos alimentos
• Alimentos frescos
• Mau cheiro, sabor inusual, com bolor
• Peixe com olhos opacos, escamas soltas, carne macia, guelras
claras
• Carme mole com mau cheiro e cor estranha
• Alimentos secos (farinha, feijão, grão, ginguba..)
• Com mofo ou húmidas
• Latas
• Inchada, vazando, muito amassadas, contendo alimentos com
mau cheiro e sabor inusual
Como manter os alimentos
seguros
• Durante a preparação dos alimentos

• Lave a fruta e outros alimentos crus em água limpa,

descasque-os.
• Prepare os alimentos numa mesa livre de poeira

• Corte a carne em pequenos pedaços para favorecer a cozedura

• Se o leite de vaca não for pasteurizado ou esterilizado deve

fervê-lo.
• Evitar tossir, cuspir ou coçar o cabelo ou o corpo perto de

comida
• Não pegue no nariz ou leve os dedos à boca
Como manter os alimentos
seguros
• Durante a preparação de alimentos para a criança

• Junte o leite, ovo ou açúcar na papa da criança exactamente antes

de a oferecer à criança; assim as bactérias têm menos chances de


se multiplicar
• Se der a criança leite em pó deve misturá-lo nos alimentos e não

em água ou dar o leite numa garrafa ou biberão pelo risco


associado à rápida multiplicação das bactérias no leite.
Como manter os alimentos
seguros
• No ambiente

• Enterrar ou queimar o lixo a pelo menos 20

metros da casa e do abastecimento de água ou


colocá-lo em latas cobertas, se colectado
• Mantenha os animais e galinhas fora de casa e

dos local onde as crianças brincam

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