Aula 03 - Liquido Cefalorraquidiano (Liquor)

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Análise do Liquido

Cefalorraquidiano (Líquor)
Profº João Matheus
Líquidos Biológicos
Plano C.
LIQUÍDO
CEFALORRAQUIDIANO
Quais os
sintomas?
Formação e fisiologia
Um dos principais fluidos biológicos

Objetivo: distribuir nutrientes pelo


tecido nervoso, retirar resíduos
metabólicos, barreira mecânica.

Produção:20mL/h nos plexos


coróides. E reabsorvida no vilos
aracnoides.

Adultos : 140-170 mL
Recém-nascidos: 10 a 60 mL
Formação e fisiologia

Filtração sob pressão hidrostática através das


paredes dos capilares coróides e por secreção e
Contém 99% de água e apresenta maior concentração
transporte ativo pelas células epiteliais coróides. de magnésio e íons clorídricos e menor concentração
E secreção ativa pelo epitélio monoestratificado, de glicose, proteínas, aminoácidos, ácido úrico, cálcio,
fosfato e íons de magnésio, quando comparado a um
envolvendo bombas, cotransportadores e ultrafiltrado de plasma
antiportadores, canais iônicos e
aquaporinas ,sendo esse um processo submetido
à modulação neuroendócrina e hormonal
Coleta de Amostras
• Punção Lombar: L3/L4 ou L4/L5
 Medida da pressão intracraniana
 Cuidados no procedimento (infecção/ lesão)
• Três tubos estéreis:
 Tubo 1: Bioquímica e sorologia
 Tubo 2 : Microbiologia
 Tubo 3 : Hematologia  refrigeradas se não analisar
em 1h
Coleta de Amostras
LCR na Hematologia –Exame Físico
Aparência Causa Significado
Cristalino Normal
Turvo,opaco, Leucócitos Meningite
esfumaçado, Hemácias Hemorragia
leitoso Punção Traumática
Microorganismos Meningite
Proteínas Distúrbios na barreira
Hematoencefálica/ produção de IgG no
SNC

Oleoso Meios de contraste radiológico

Sanguinolento Hemácias Hemorragia


Xantocrõmico Hemoglobina Hemorragia antiga
Cels lisadas por punção traumática
Bilirrubina Decomposição de hemácias
Níveis altos de bilirrubina
Proteínas Idem
Melanina Melanossarcoma meníngeo
LCR na Hematologia –Exame Físico

Aparência Causa Significado


Coagulado Proteínas Distúrbios na barreira Hematoencefálica/
produção de IgG no SNC
Fatores de coagulação Punção traumatica
Formação de Proteínas Distúrbios na barreira Hematoencefálica
películas Fatores de coagulação Meningite tuberculosa
Coleta Traumática
1. Distribuição desigual do sangue:
Hemorragia  uniforme em todos tubos
Meningite, Bloqueio da
Punção traumática circulação do liquido
2. Formação de coágulos: cefalorraquidiano
Punção traumática  fibrinogênio plasmático
Hemorragia  não contem fibrinogênio suficiente
Lesão  infiltrado PTN, fatores de coagulação  formação de coágulos 
não sanguinolento
Película forma de teia  Meningite tuberculosa refrigeração
3. Sobrenadante Xantocrômico:
Examinar após centrifugação
Hemorragia recente  sobrenadante transparente
LCR no laboratório de Bioquímica
• Os valores das substâncias presentes no LCR não é
igual ao plasma (Ultrafiltrado do plasma)
Processo seletivo/barreira hematoencefálica
• Proteínas
• Glicose
• Lactato
• Enzimas
Proteínas no LCR
• Composição protéica normal
Pequena quantidade  VR: 15 a 45 mg/dL
LCR (mg/dL) Soro (mg/dL) Proporção

Pré-albumina 1,7 23,8 14

Albumina 15,5 3600 236

Ceruloplasmina 0,1 36,6 366

Transferrina 1,4 204 142

IgG 1,2 987 802

IgA 0,13 175 1346


Significado Clínico da elevação de proteínas

• Elevação geralmente em quadros patológicos


– Causas da elevação: Comprometimento da barreira
hematoencefálica, produção de imunoglobulinas no SNC ,
redução da depuração de ptns no líquor e degeneração do
tecido neural.
– Meningite e hemorragia  barreira hematoencefalica
– Esclerose múltipla
– Punção traumática introduz ptns
• Baixos  extravasamento do líquor no SNC
Métodos de quantificação
• Turbidimetria  ácido sulfossalicílico/ acido
tricloroacético.
• Nefelometria  Cloreto de benzalcônio

CONCENTRAÇÃO
TOTAL

• Método colorimétrico quantitativo  ligação


de corantes
Frações Protéicas
• Muitas vezes necessário para diagnóstico
• Eletroforese de ptns
Relação IgG/Albumina  IgG com maior produção no
líquor ou aumento nos níveis séricos
Albumina não é produzida no SNC
IgG + albumina  barreira hematoencefalica
Índice de albumina LCR/Soro
• Detecta o aumento da permeabilidade da
barreira hematoencefálice.
• Alb Soro (g/dL) / Alb no LCR (mg/dL) .

<9 = barreira intacta


9-14 = prejuízo leve
14-30 = prejuízo moderado
30-100 = prejuízo grave
>100 = rompimento total
Glicose no LCR
• VR: 60 a 70 % da glicose plasmática.
ex: glicose plasmática: 100mg/dL  LCR 65mg/dL
Coleta 2 horas antes do LCR
Análise pelos mesmos métodos

 Elevações geralmente resultado do aumento no plasma.


 Redução por meningites ( leucócitos glicose )
 Grande redução alterações no mecanismo de transporte e
grande utilização por células encefálicas.
Lactato no LCR
Diagnóstico e Tratamento da meningite
Meningite
tuberculosa, Os níveis caem
bacteriana e fúngica quando a terapia tem
(glicólise anaeróbica) êxito. Avalia a
acima de 25 mg/dL . eficácia do
Em meningites virais, antibiótico
não há alteração.

Os níveis podem elevar por falta de oxigenação e destruição tecidual.


a
Falsos resultados em líquor xantocrômicos devido a destruição das hemácias.
Enzimas no LCR
• Desidrogenase Láctica e Creatina-quinase.
• LD1, LD2, LD3, LD4 e LD5 destruição celular

LD1 e LD2 Tecido encefálico Confirmar


LD2 e LD3 Linfócitos presença de
neutrófilos e
LD4 e LD5Neutrofilos linfócitos

Dosagem de CK-BB prognostico de recuperação de parada cardíaca quando inferior a


17 mg/mL.
LCR no laboratório de Citologia
As amostras transparentes devem ser submetidas à contagem
sem diluição. Sem sobreposição.
Caso haja intercorrência -> Diluídas em solução salina
Transparência Diluição Quantidade de Quantidade de
amostra Diluente
Ligeiramente 1:10 30 µL 270 µL
opaco
Opaco 1:20 30 µL 570 µL
Ligeiramente 1:100 30 µL 2970 µL
turvo
Turvo 1:200 30 µL 5970 µL
Ligeiramente
sanguinolento
Sanguinolento 1:10.000 0,1 mL de uma 9,9 mL
solução de 1:100
Contagem Celular total
Contagem Celular
• Lise de Hemácias e leucócitos em 1 hora
• 40% se desintegram em 2 hora
 Metodologia
Adulto : 0 a 5 leucócitos por microlitro
Crianças e recém-nascido : até 30 leucócitos por microlitro
Correções por Contaminação
• Necessários contagem de hemácias no líquor e hemácias no
sangue.
Relação de hemácias para leucócitos no sangue e comparando
com o número de hemácias contaminantes.

Leucócitos introduzidos a

Contagem real = Leucócitos LCR(total) - Leucócitos introduzidos


Contagem diferencial
Feita em esfregaço corado
 Mononucleares e polimorfonucleares
 Contagem em câmara somente com pouca amostra
 Concentração da amostra: filtração, sedimentação,
citocentrifugação, e centrifugação.
 5 a 10 minutos de centrifugação
 Sobrenadante guardado
 Sedimento corado com Wright
 Contagem de 100 cels  %
Significado das células normais
• LCR normal  Linfócitos e Monócitos
• Adultos ( 70:30)
• Anormal  Nº Elevado ( Pleocitose)

Leucócitos imaturos, eosinófilos, plasmócitos, macrófagos grande nº de células


teciduais, células malignas.

• Neutrófilos : meningite bacteriana


• Linfócitos e monócitos: meningite viral, tuberculosa, fúngica
ou parasitária (neuroesquistossomose).
• Nº baixo  menos 25 mm3 com grande nº de linfócitos 
Esclerose Múltipla
Significado das células anormais
As formas celulares encontradas diferentes do sangue : macrófagos, células do
plexo coróide, células ependimárias e células malignas

• Macrófagos que contenham hemácias  hemorragia prévia

• Células de metástase  agrupadas, irregularidades nuclear e


nucléolos hipercromáticos.

• Células blásticas e leucócitos imaturos  Comprometimento SNC


em leucemias e linfomas.
Tipo de Célula Principal significado clinico Achados microscópicos
Linfócito Normal São encontrados em todos estágios de
meningite viral, tuberculosa, fúngica desenvolvimento
Esclerose Múltipla
Neutrófilos Meningite Bacteriana Pode haver menor evidencia de grânulos
Casos incipientes de meningite viral
Tuberculosa ou fúngica As células se desintegram rapidamente
Hemorragia cerebral
Monócito Meningite bacteriana crônica Encontrados misturados com linfócitos e
Meningite viral, tuberculosa, fúngica neutrófilos.
Esclerose Multipla
Macrófagos Meningite viral, tuberculosa Podem ter hemácias fagocitadas que se
Hemácias no LCR mostram como vacúolos vazios células
Contraste radiográfico fantasmas e grânulos de hemossiderina
Células mesoteliais Normal, reações mistas com linfócitos,
Da pia-máter neutrófilos , monócitos e plasmócitos
aracnóide
Plasmócitos Esclerose Múltipla Observam-se formas transicionais e clássicas
Reações a linfócitos
Células Traumatismo Agrupadas, sendo fácil distinguir núcleos e
ependimárias e do Procedimentos diagnósticos paredes
plexo coróide
Células Neoplásicas Carcinoma metastático Agrupadas, com fusão das paredes e dos
núcleos
Microbiologia no LCR
• Identificar etiologia da meningite
• Tubo deve estar em temperatura ambiente
• Culturas do LCR  24 horas ou 6 semanas
• Diagnóstico preliminar:
– Coloração de Gram
– Coloração de Ziehl
– Tinta da China
– Lisado de Limulus
– Contra-imunoeletroforese
– Aglutinação em Látex
Colorações
Concentrar amostra 1500g por 15 min

• Gram • Ziehl
• Ácido resistente
Esfregaço com material Esfregaço com material
Fixação em chama Fixação em chama
1 minuto Cristal Violeta Cobrir a lamina c/papel filtro
1 minuto lugol Cobrir com carbolfucsina
Descorante ( alcool-acetona) Passar em chama por 5 min
30 seg Fucsina Parando antes da fervura
Descorante ( álcool-ácido)
Azul de metileno 1 minuto
Técnicas imunológicas
• Contra-imunoeletroforese: identificar antígenos bacterianos,
rápida identificação .
 Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae, Neisseria
meningitidis, Escherichia coli, estreptococos do grupo B.
• Aglutinação em látex e Elisa :
 Kits disponíveis grupo b de estreptococos, tipo b Haemophilus
influenzae, Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis e
Escherichia coli
• VDRL ou FTA-ABS
Resumo dos principais resultados
Bacteriana Viral Tuberculosa Fúngica

Contagem elevada de Contagem elevada de Contagem elevada de Contagem elevada de


leucócitos leucócitos leucócitos leucócitos
Presença de neutrófilos Presença de linfócitos Presença de linfócitos e Presença de linfócitos e
monócitos monócitos
Grande elevação dos Elevação moderada dos Elevação moderada ou Elevação moderada ou
níveis de proteínas níveis de proteínas acentuada dos níveis de acentuada dos níveis de
proteínas proteínas
Acentuada diminuição Níveis normais de glicose Níveis baixos de glicose Níveis normais ou baixos
dos níveis de glicose de glicose
Níveis elevados de lactato Níveis normais de lactato Níveis elevados de lactato Níveis elevados de lactato

Níveis elevados de LD4 e Níveis elevados de LD2 e


LD5 LD3
Lisado de Limulus positivo Formação de pelicula Prova de tinta de nanquim
com G- positiva para
Cryptococcus neoformans
Organismos G+ antigeno Prova com látex positiva
bacteriano

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