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Aula 5 Psicologia da Personalidade_041905_014616

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Psicologia Geral

Curso de Licenciatura em Educação Física e Desporto

Faculdade de Ciências de Saúde e Desporto

Prof. Dr. Reinaldo Maeneja


Personalidade
• Segundo Dalgalarrondo (2008), personalidade é conjunto integrado
de traços psíquicos, que envolve o total das características individuais,
em relação com o meio, incluindo todos os factores físicos, biológicos,
psíquicos e socioculturais de sua formação, conjugados com
tendenciais inatas e experiências adquiridas no curso de sua
existência.
• Portanto, percebe-se que personalidade descreve os atributos
característicos comportamentais, emocionais e cognições do
indivíduo.
Personalidade
Historicamente o termo personalidade tem origem no latim “persona”
que se refere a máscara de teatro que um actor usava, para representar os
diversos papéis.
Na actualidade verifica-se que personalidade é muito mais complexo que
um jogos de papéis, pois ela caracteriza o modo como o sujeito se
comporta habitualmente.
Portanto, no conceito personalidade ressaltam a ideia de que ela é estável
ao longo da vida e dinâmica, sujeito a determinadas modificações.
A descrição da personalidade considera os modos como deveríamos
caracterizar um indivíduo.
Personalidade
O homem ao nascer não traz propriamente uma personalidade bem
definida, pois nos primeiros meses, a criança não percebe ainda as
formas precisas dos seres e objectos, nem a distância das coisas.
Essas ocorrências sucedem porque a criança não traz em seu
nascimento as percepções, faculdades e sentidos desenvolvidos.
O desenvolvimento e a dinâmica da personalidade decorrem da relação
do ser humano com o mundo circundante.
Personalidade
Durante o estudo da personalidade temos que ter em conta aspectos
como: constituição corporal, temperamento e caracter.

1-Constituição corporal – conjunto de propriedades morfológicas,


metabólicas, bioquímicas, hormonais resultado da herança genética.
Ela estabelece em boa parte o aspecto do indivíduo, sua aparência
física, o perfil de seus gestos, sua voz, o estilo dos seus movimentos,
facto que tem grande influência sobre as experiências psicológicas da
pessoa ao longo da vida, seu modo de reacção.
Personalidade
2- Temperamento – conjunto de particularidades psicofisiológicas e
psicológicas inatas que diferenciam um indivíduo do outro.
Os temperamentos são determinados por factores genéticos ou
constitucionais precoces produzidos por factores endócrinos ou metabólicos.
Segundo Buss e Plomin citado por Hansenne (2003) os temperamentos
representa a dimensão afectiva e emocional da personalidade, eles surgem
precocemente na vida, continua na vida adulta.
Portanto, para este autores os temperamentos são traços inatos da
personalidade.
Embora tenham base genética, eles podem ser modificados.
Personalidade
A ideia de que os temperamento tem base biológica remota da
antiguidade, pois estava relacionados a humor, facto que conduzia a
concepção de quatros tipos de humor ou tipologia humanas:

Temperamento sanguíneo – são expansivo e optimista, mas também


irritável e impulsivo.
Temperamento fleumático – sonhador, pacífico e dócil.
Temperamento melancólico – triste e amoroso, nervoso.
Temperamento colérico – irascível, forte e combativo/ tenaz, tende a
demonstrar ambição e desejo de domínio.
Personalidade
Segundo Fontama (1998), “a medida que a criança cresce, o
temperamento interage com o ambiente, com factores cognitivos e
com outras variáveis maturativas como a aparência física, todas essas
coisas desempenham papel na determinação da personalidade”.
Personalidade
3- Carácter – reflecte o temperamento moldado, modificado e inserido
no meio familiar e sociocultural.
Segundo Dalgalarrondo (2008), para a psicopatologia o carácter é a
soma de traços de personalidade, expressos no modo básico de o
indivíduo reagir perante a vida, seu estilo pessoal, suas formas de
interacção social.
Ainda para este autor o carácter se desenvolve no sentido oposto ao
temperamento, pois muitas vezes indivíduos exibicionistas e teatral
esconde um temperamento tímido e fóbico, ou carácter agressivo e
audaz esconde temperamento medroso e angustiado.
Traços de personalidade
 Um traço de personalidade representa uma característica durável, a
disposição do indivíduo para se comportar de uma determinada
maneira em situações diversas.
 Os traços são disposições individuais que orientam a conduta, em
deferentes contextos, de forma particular.
 Um traço da personalidade é uma característica que distingue uma
pessoa da outra e que a leva se comportar de maneira mais ou menos
coerente.
 Para Hansenne (2003) os traços habituais são a impulsividade, a
generosidade, a sensibilidade, a timidez, hostilidade etc.
Traços de personalidade
 Se eu lhe pedisse para descrever sua personalidade, era capaz talvez
de dizer que és uma pessoa sociável, entusiasta, que procura novos
desafios e experiências ou até pudesse dizer és uma pessoa
preocupada, com uma visão pessimista das coisas etc.
 Portanto, muitos dos termos que usamos para descrever a nós
mesmo podem ser expressões de algumas características comuns e
fundamentais da personalidade.
 São essas características básicas que os psicólogos denominam traços
de personalidade
Factores intervenientes no
desenvolvimento da personalidade
 Os factores intervenientes no desenvolvimento da personalidade
classificam –se em:
 Dado – que compreende a natureza, a herança e as potencialidades que
amadurecerão. Este manifesta-se e actualiza-se em contacto com o
mundo.
 Apropriado – o sujeito forma-se a partir do dado e através da
apropriação do mundo. Apropria-se quando aprende, adquire
conhecimentos.
 Autodeterminação – característico da livre vontade do indivíduo. A
personalidade forma-se da espontaneidade natural possibilitada pelo
dado e escolhas das oportunidades.
Factores intervenientes no
desenvolvimento da personalidade
 Portanto, o dado deve ser analisado a partir da herança enquanto o
apropriado deve ser visto a partir da interacção com o meio uma vez
que se refere ao que cada pessoa adquire na relação com o meio
ambiente simplesmente pelo facto de viver.
 Sendo assim o dado é metáfora da herança e amadurecimento
enquanto o apropriado é imagem da experiência e meio.
Tipos psicológicos segundo jung
 Carl Gustav Jung (1875-1961), foi um dos ilustres discípulos de Freud.
 Desenvolveu uma concepção original da estrutura e funcionamento
da alma.
 Criou e aprofundou conceitos hoje bastante utilizados e discutidos
em psicologia. Para mais detalhes visite a psicologia analítica de Carl
Jung.
 Ele descobriu que as pessoas poderiam ser caracterizadas como
sendo primariamente orientadas para seu interior ou para o exterior
como já dissemos.
Tipos psicológicos segundo jung
 Em algumas ocasiões a introversão pode ser mais apropriado do que a
extroversão e outras o contrário.
 Contudo nenhuma das duas é mais importante que outra. O ideal é ser
flexível e capaz de adoptar qualquer uma delas quando necessário.
 Portanto, o interesse primário dos introvertidos centram-se em seus
pensamentos e sentimentos, em seu mundo interior, tendem a ser
introspectivos. O perigo aqui é centrar demasiadamente em si e perder
contacto com o mundo exterior.
 Enquanto os extrovertidos o interesse primário é com o mundo exterior,
tendem a serem mais sociais e conscientes do que está a conhecer a sua
volta.
Tipos psicológicos segundo jung
 Jung apresenta-nos quatros funções psicológicas fundamentais: pensamento,
sentimento, sensação e intuição.
 Extrovertido pensamento – são lógicos, objectivos e dogmáticos. Vive com
base em regras da sociedade, tendem a reprimir os sentimentos e emoções,
são objectivos em todos aspectos da sua vida e dogmáticos em suas opiniões..
 Podem ser considerados rígidos e frio. Estes podem ser bons cientistas, porque
se concentram em adquirir conhecimento.
 Extrovertido sentimento – emotivo, sensível, sociável, mais típico das
mulheres do que dos homens. Tende a reprimir o pensamento e ser muito
emotivo. Respeita os valores tradicionais e morais que lhe são ensinados,
sensíveis às opiniões dos outros
Tipos psicológicos segundo jung
 Extrovertidos sensação - busca o prazer, adaptável. Concentram-se no
prazer e na busca de novas experiências. São pessoas voltadas para o
mundo real e se adaptam a tipos diferentes de pessoas e situações
instáveis.

 Extrovertido intuitivo – criativo, capaz de motivar outros e aproveitar


oportunidades. Sentem-se atraídos por ideias e tendem a ser criativas,
conseguem inspirar outros a realizar seu trabalho e a conquistar,
tendem a ser volúveis, mudando de uma ideai a outra. Tomam decisões
baseadas em palpites do que em reflexão, contudo suas decisões
geralmente são correctas.
Tipos psicológicos segundo jung
 Introvertido pensamento – mais interessado em ideia do que nas pessoas.
Não se da bem com as outras e tem dificuldade de transmitir ideias.
Concentra-se mais no raciocínio do que em sentimentos.
 Sempre preocupado com privacidade, os outros o consideram teimoso,
indiferente, arrogante e sem consideração.

 Introvertido sentimento – reservado, capaz de ter emoções profundas,


embora não demonstre.
 Reprime o pensamento racional, parece misteriosos, inacessíveis, quietos,
modestos e infantis.
 São tímidos, frio e autoconfiantes.
Tipos psicológicos segundo jung
 Introvertido sensação – sem interesse pelo exterior, passivo, calmo e desligado do
mundo quotidiano.

 É extremamente sensível , demonstrando através da arte ou música, e tende a


reprimir sua intuição.

 Introvertido intuitivo – mais preocupado com o inconsciente do que com a


realidade quotidiana. É intuitivo , tem pouco contacto com a realidade, é
visionário e utópico.

 São pouco compreendidas pelos outros, são consideradas estranhas e excêntricas.


Tipos psicológicos segundo jung
 Segundo Jung citado por Fadiman e Frager (1986), para o indivíduo, uma
combinação das quatro funções resulta numa abordagem equilibrada do
mundo.
 Ainda Jung explica a fim de nos orientarmos, temos que ter uma função que
nos assegure de que algo está aqui (sensação), que estabeleça o que é
(pensamento), que declare se isto nos é ou não apropriado, se queremos
aceitá-lo ou não (sentimento) e que indique de onde isto veio e para onde vai
(intuição)
 Porém, diz-se que ninguém desenvolve bem todas as quatro funções. Uma
delas é que se mostra dominante e uma outra.
 Quanto mais desenvolvidas e conscientes forem as dominantes e auxiliar, mais
inconscientes serão as outras duas.
Estrutura de personalidade segundo
jung
 Composta por vários elementos que se integram entre si, moldando o
comportamento, desenvolvimento psicológico e processos de
individualização.
 A psique humana para Jung é composto por camadas consciente e
inconscientes.
Estrutura de personalidade segundo jung:
Principais componentes da personalidade
 Ego – centro da consciência, responsável pela identidade e pela
percepção de si mesmo e do mundo exterior.
 Inconsciente pessoal – formado por material psíquico reprimido ou
esquecido, como memorias, desejos, medos e traumas, acessível por
meio de sonhos, lapsos de linguagem ou comportamento
inesperados.
 Inconsciente colectivo camada mais profunda da psique que não é
única para o indivíduo, mas compartilhada por toda humanidade.
O inconsciente coletivo de Jung
 Jung introduziu o termo inconsciente coletivo universal - um conjunto
de ideias, imagens e símbolos comuns que herdamos de nossos
parentes, de toda a raça humana e inclusive de ancestrais animais não
humanos do passado distante.
 Inconsciente coletivo é compartilhado por todos e exibido no
comportamento que é comum nas diversas culturas – como o amor
de mãe, a crença em um ser supremo e até mesmo comportamentos
tão específicos como o medo de cobras.
O inconsciente coletivo de Jung
 O inconsciente coletivo contém arquétipos – que são representações
simbólicas universais de uma pessoa, objeto ou experiência particular.
 Por exemplo, o arquétipo de uma mãe, que contém reflexos das
relações de nossos ancestrais com as figuras maternas, é sugerido
pela prevalência das mães em campos como arte, religião, literatura e
mitologia.
 Jung também sugeriu que os homens têm um arquétipo masculino
inconsciente que realça seu comportamento
O inconsciente coletivo de Jung
 Carl Jung chamou o arquétipo masculino inconsciente presente nas
mulheres de Animus.
 Animus é a personificação do inconsciente masculino nas mulheres.
 Anima como a personificação do inconsciente feminino nos homens.
O inconsciente coletivo de Jung
 Animus é descrito por Jung como uma figura composta por ideias,
opiniões e crenças, que podem manifestarem-se como forca critica ou
autoritária, representando figuras masculinas internacionalizadas ao
longo da vida da mulher.
 Animus pode influenciar o comportamento de uma mulher, colorindo
suas decisões com assertividade, racionalidade ou até postura
combativa.
O inconsciente coletivo de Jung
 Se uma mulher não tem uma relação saudável com seu animus tem as seguintes
consequências:
 Critica interna severa
 Rigidez de opinião
 Projecção de figuras masculinas – como chefes ou figuras de autoridade, pode ver os
homens como opressores, críticos
 Falta de equilíbrio entre razão e emoção –distanciar-se da sua própria intuição,
sensibilidade bem como distanciar-se dos sentimentos, dando mais valor ao
pensamento logico e racional, o que cria desequilíbrio psicológico que afasta das
necessidades emocionais
 Comportamento autoritário.
 Relacionamentos conflituosos
O inconsciente coletivo de Jung
 Anima representa qualidades e aspectos psicológicos femininos, como
sensibilidade, intuição, empatia, reciprocidade.
 A anima é uma espécie de ponte entre o consciente e inconsciente,
uma figura mediadora entre o homem e sua própria psique mais
profunda.
 Se um homem não tem uma relação saudável com a sua anima, ela
pode se manifestar de maneira negativa, através de projeccoes
exageradas sobre figuras femininas ex. pode se sentir atraído por
mulheres que parecem personificar aspectos de sua própria anima
inconsciente, ou pode reagir de maneira exagerada a mulher de sua
vida real, esperando que ela atenda a essas expectativas inconscientes
O inconsciente coletivo de Jung
 Quando um homem se reconcilia e integra sua anima de forma
saudável, ele torna-se equilibrado do ponto de vista emocional,
intuições.
 Esses arquétipos representam qualidades do gênero oposto presentes
na psique e que influenciam o comportamento, as atitudes e as
escolhas das pessoas.
O inconsciente coletivo de Jung
 Para Jung, os arquétipos desempenham um papel importante na
determinação de nossas reações, atitudes e valores no dia a dia.
 Jung acreditava que, ao tomar consciência dos arquétipos e integra-
los de maneira equilibrada, as pessoas poderiam alcançar um maior
grau de individualização, isto é, o processo de tornar-se plenamente
consciente de si mesmo, integrando aspectos inconscientes e
conscientes da personalidade.
Bibliografia
• DALGALARRONDO, Paulo; Psicopatologia e semiologia dos
transtornos mentais; 2ª ed.; São Porto Alegre: Artmed, 2008
• CHIAPPIN, Achylles, Formação da Persaonalidade; 8ª ed.; Porto
Alegre: Edipucris, 2012
• FADIMAN, James; FRAGER, Robert; Teorias da Personalidade; São
Paulo: Harbra, 1986
• FONTANA, David; Psicologia para professores; São Paulo: Ediçoes
Loyola, 1998
• HANSENNE, Michel; Psicologia da Personalidade; Lisboa: Climeosi
Editores, 2003

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