Avenida do Oratório
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Avenida do Oratório | |
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São Paulo, Brasil | |
Sede da Prefeitura Regional de Vila Prudente | |
Nomes anteriores | Estrada do Oratório |
Extensão | 6.400 m |
Início | Avenida Alberto Ramos |
Subprefeitura(s) | Vila Prudente e Sapopemba |
Distrito(s) | São Lucas e Sapopemba |
Fim | Rio Oratório, divisa com Santo André |
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A Avenida do Oratório é uma importante via que corta todo o distrito de São Lucas, na Zona Sudeste do município de São Paulo, ligando-o ao distrito de Sapopemba e ao município de Santo André. Com extensão de seis mil e quatrocentos metros, continua indiretamente nos municípios de Santo André e Mauá. No número 172 está um casarão, tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – CONPRESP,[1] que abriga a sede da Prefeitura Regional da Vila Prudente.[1]
Resenha histórica
[editar | editar código-fonte]O povoamento de São Paulo foi polinuclear e descontínuo, feito a partir de diversos pequenos aglomerados, espalhados por todo o território. A região onde atualmente se encontram os municípios de Santo André, São Bernardo, São Caetano e Mauá, pertencia a São Paulo e ali havia duas fazendas pertencentes aos monges Beneditinos: a Fazenda de São Bernardo e a Fazenda de São Caetano. Também havia a Fazenda do Oratório, que pertencia à ordem religiosa dos Carmelitas. Um local consagrado a orações, designado "oratório", existente entre a sede dessa fazenda e o rio que atravessava suas terras[2], deu origem ao nome da fazenda, do rio e da estrada que passava por ali. Antes disso, no ano de 1571, as terras da região foram concedidas, por carta de sesmaria, ao ouvidor Amador de Medeiros.[3]
Pouca informação existe sobre a construção de capelas e oratórios em propriedades rurais, mas sabe-se que dependiam de autorização da Igreja Católica, que só a concedia a pessoas de reconhecido valor. As capelas estavam sujeitas à fiscalização do poder temporal, ou seja: eram bens inalienáveis, indivisíveis que estavam sujeitos às leis administrativas e políticas da Igreja. Os oratórios particulares, por sua vez, estavam sujeitos apenas às leis da disciplina sagrada.[4]
Em meados do século XIX, a região era um importante ponto de ligação entre o litoral e o núcleo da cidade de São Paulo. Da Calçada do Lorena, inaugurada em 1792, que passava pela Serra do Mar ligando o Porto de Santos a São Paulo, partiam diversos caminhos, como o do Oratório, o do Vergueiro, o do Pilar, e outros. Alguns desses caminhos eram abertos espontaneamente, sem nenhum planejamento, por tropeiros que faziam o abastecimento da cidade com produtos vindos da Europa, e também por moradores das áreas rurais; pois a produção paulistana era para o consumo interno.[5]
História
[editar | editar código-fonte]A Avenida do Oratório teve seu nome oficializado pelo Decreto Municipal nº 17347 de 01/06/1981[2], que estabeleceu os seguintes limites: começa na Avenida Alberto Ramos, entre a Avenida Prof. Luiz Ignácio Anhaia Mello e a Rua Gen. Irulegui Cunha, e termina junto ao Rio Oratório, próximo à divisa do Município.[6] Essa avenida é parte da velha Estrada do Oratório, que tinha seu início nas proximidades do núcleo da cidade de São Paulo e seguia até as proximidades da Calçada do Lorena. Ao longo da história a estrada teve seu nome alterado diversas vezes, em diferentes trechos. Os mapas da cidade de São Paulo, anteriores ao século XX, se limitam a registrar o que havia na região central da cidade e pouca, ou nenhuma, informação nos dá sobre as terras existentes depois das margens do Rio Tamanduateí. Apesar disso, comparando a planta de loteamento da Vila Prudente[3], de 1890, com mapas do início do século XX e com os atuais, constatamos que a Estrada do Oratório se apresenta, naquele trecho, com o nome de Estrada da Invernada. Mais tarde, em uma planta da cidade de São Paulo de 1897[7], vemos o mesmo trecho com dois nomes de origem indígena: Rua Avanhandava e Rua Votorantin. Antes disso, na planta de 1913,[8] podemos ver o seu início na Rua da Mooca onde, nos dois primeiros quarteirões, ela figura com o nome de Rua do Oratório, seguindo com o nome de Estrada do Oratório. Na planta de 1924[9] é possível vê-la do início, na Rua da Mooca, até o Parque São Lucas, atravessando o Córrego da Padaria Amália, atual Av. Salim Farah Maluf, e o Córrego da Mooca, atual Av. Prof. Luís Inácio de Anhaia Mello.
No final do século XIX e início do XX, as regiões da Mooca e Vila Prudente passavam por um forte processo de urbanização. Antigas áreas, onde havia fazendas e sítios, foram loteadas, dando origem a vilas operárias. Muitas ruas novas foram abertas e antigas trilhas, ou estradas, foram retificadas e renomeadas. Em 1893, a fazenda de Victor Nothmann, que ficava a uns três quilômetros da Vila Prudente, foi loteada, dando origem à Vila Ema. Uma nova estrada, dando acesso a essa vila, foi aberta; mas, na planta da cidade, de 1924, observa-se que a Estrada do Oratório mantem seu trajeto original. Mais tarde, o trecho que ia, aproximadamente, do quilômetro 3,7 ao 5,0, foi desmembrado e incorporado à Estrada de Vila Ema, ficando a via dividida em duas partes: a primeira, que deu origem à Rua do Oratório, na Mooca, e a segunda, que deu origem à Avenida do Oratório, no Parque São Lucas. Na Planta da Cidade de São Paulo, de 1943, é possível ver a cisão da estrada e a região bastante urbanizada.[10]
Informações
[editar | editar código-fonte]Em 1958, o padre Aldo Giuseppe Maschi, que pertencia à Congregação do Oratório, construiu a Paróquia de São Filipe Neri,[4] nas proximidades da Estrada do Oratório. Antes, no local onde foi construída a paróquia, havia uma pequena capela, dedicada a Santo Antônio.[11] Atualmente, por conta disso, e pela dificuldade de se obter informações sobre os precedentes históricos que deram origem a essa avenida, muitos moradores da região acreditam que seu nome seja consequência da construção da paróquia. Todavia, em 1943 a avenida já figurava na Planta da Cidade de São Paulo, na região do Distrito de São Lucas, com o nome de Estrada do Oratório, mostrando que não há fundamentos para essa hipótese.[10]
Referências
- ↑ Prefeitura de São Paulo. «Mapa Digital da Cidade de São Paulo». Consultado em 14 de novembro de 2019
- ↑ Acervo do Museu Paulista da USP. «Planta da Fazenda do Oratório». Consultado em 5 de novembro de 2019
- ↑ H.V.Castro Coelho. «Povoadores de São Paulo» (PDF). Consultado em 14 de novembro de 2019
- ↑ Carlos G. Cerqueira. «Capelas Rurais Paulistas» (PDF). Consultado em 14 de novembro de 2019
- ↑ Prefeitura de Santo André (2013). «Anuário de Santo André» (PDF). Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ Liz Serviços Online. «Leis Municipais». Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ Prefeitura de São Paulo. «Informativo do Arquivo Histórico Municipal». Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ Prefeitura de São Paulo (1913). «Planta Geral da Cidade de São Paulo». Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ Prefeitura de São Paulo (1924). «Planta da Cidade de São Paulo mostrando todos os arrabaldes e terrenos arruados». Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ a b Prefeitura de São Paulo (1943). «Planta da Cidade de São Paulo e Municípios Circunvisinhos». Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ Arquidiocese de São Paulo. «Matriz Paroquial São Filipe Neri». Consultado em 27 de setembro de 2019
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Resolução nº 16 Tombamento do Casarão» (PDF)
- «Decreto Municipal nº 17347»
- «Planta de loteamento da Vila Prudente»
- «Paróquia de São Filipe Neri»