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Paróquia São João Maria Vianney

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Igreja São João Maria Vianney

Paróquia
São João Maria Vianney
Paróquia São João Maria Vianney
Vista da fachada principal da Paróquia
Informações gerais
Estilo dominante Barroco
Início da construção 1927
Fim da construção 1932
Inauguração 1932
Religião Catolicismo Romano
Diocese Arquidiocese de São Paulo
Geografia
País Brasil
Cidade São Paulo, SP
Coordenadas 23° 31′ 31,7″ S, 46° 41′ 25,3″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

Paróquia São João Maria Vianney é uma igreja localizada na Praça Cornélia, bairro da Água Branca, distrito da Lapa, Zona Oeste da cidade de São Paulo. A igreja foi construída em 1932 em homenagem ao santo francês São João Batista Maria Vianney, também conhecido como Cura D’Ars e foi inaugurada em 29 de outubro de 1933.[1]

A região da igreja possui maioria de origem italiana[2] e, por conta da igreja e da Praça Cornélia, tornou-se um ponto de encontro e passeio de moradores. Atualmente, a Praça recebe uma feira de artesanato.[3] Na feira, que acontece aos sábados, é possível encontrar produtos de artesanato, artes plásticas, pedras, comidas típicas, plantas ornamentais, antiguidades, brechó, numismática, crochê e bijuterias. Em alguns dias também ocorrem apresentações artísticas no local.[3]

A atitude de construir a igreja partiu do Arcebispo Metropolitano de São Paulo contemporâneo à época, Dom Duarte Leopoldo e Silva, por conta de uma viagem à França para assistir as festividades da canonização de São João Maria Vianney. Unido ao desejo dos moradores da região de possuir um espaço de convivência com a doação do terreno em que a igreja se encontra, na Praça Cornélia, localizada na Rua Clélia,[4] pelo casal Dr. Paulo de Souza Queiróz e Dona Narcisa O. de Souza Queiroz.[5] O casal apenas doou o terreno desde que ele fosse futuramente sede de uma igreja "onde os habitantes da Água Branca possam encontrar os socorros espirituais do culto católico".[6]

Altar-mor da Paróquia São João Maria Vianney

A construção iniciou ao fim do ano de 1927.[7] Em 5 de setembro de 1931 foi finalizada a cobertura da igreja, enquanto sua inauguração oficial ocorreu em 17 de abril de 1932, que teve uma missa celebrada pelo Cônego Nicolau Cosentino. Já o discurso de instalação foi proferido pelo Padre Alberto Pequeno, reitor do Seminário Provincial.

Em 29 de outubro de 1933, a igreja deixou de fazer parte da Paróquia de Nossa Senhora da Lapa e de Nossa Senhora de Montserrat de Pinheiros.

A região da igreja possui maioria de origem italiana e, por conta da igreja e da Praça Cornélia, tornou-se um ponto de encontro e passeio de moradores.[7] Atualmente, a Praça recebe uma feira de artesanato.

Órgão de tubos

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A igreja conta com um órgão de tubos de 75 anos inaugurado em 21 de outubro de 1956, com o monsenhor Luis Gonzaga de Moura, e ficou inoperante durante 15 anos até ser restaurado em 2015. Durante a restauração, o organeiro encontrou afixado no teto da caixa acústica do órgão uma placa com o programa da primeira missa.[8]

Quando obtido, o instrumento de grande porte acompanhava o renomado Coral do Santo Cura D'ars, com cerca de 40 vozes, que se apresentava frequentemente na Paróquia São João Maria Vianney, tendo como diretor o maestro Victor Barbieri.[8]

O órgão pneumático funciona bombeando o ar e, conforme o registro acionado, é liberado para sair pelos tubos. Ele conta com 300 tubos de madeira e apenas quatro registros.[8]

O sino da Paróquia toca há 81 anos antes das missas nos domingos de manhã. Essa tradição acarretou em um a multa de R$36.540, aplicada pelo Programa de Silêncio Urbano (Psiu) por conta de uma denúncia de um morador da região ao Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE). O sino foi tocado 16 segundos além do permitido, na manhã do dia 30 de novembro de 2014, quando duas fiscais checaram que os ruídos também chegavam a 80 decibéis às 9h50 da manhã, sendo o limite 65 decibéis.[9] A denúncia está garantida pela Lei nº 11.804, de 19 de junho de 1995,[10] que determinou que os sinos das igrejas só podem tocar por 60 segundos a cada hora.

Foi arquitetada pelo arquiteto e engenheiro Alexandre Albuquerque[11]. A igreja se alinha mais proximamente ao estilo de arquitetura barroca. O centro da igreja está alinhado com o centro da Praça Cornélia[12]. A fachada compõe-se de um corpo principal arredondado e dois corpos laterais circulares.[5]

O processo de tombamento do patrimônio pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) foi justificado por conta da preservação dos conjuntos do bairro da Lapa, que passa por acelerada transformação. Assim, pretende-se com o tombamento preservar a memória dos elementos arquitetônicos da região.[4]

Ver artigo principal: João Maria Batista Vianney
Corpo incorrupto de São João Maria Vianney na Basílica de Ars.

João Maria Batista Vianney (DardillyRódano8 de maio de 1786  — Ars-sur-Formans4 de agosto de 1859) foi um sacerdote francês, beatificado pelo papa São Pio X em 1905, canonizado pelo papa Pio XI em 1925.[13] Ele possuía fama devido ao seus possíveis dons e de sua santidade correu entre os fiéis de todas as partes da Europa. Iam para paróquia de Ars com o objetivo de vê-lo para confessar-se com ele pois tinha fama de ser confessor. Mesmo que para isto tivessem de esperavam horas ou dias inteiros. Assim, o local tornou-se um centro de peregrinações.[14]

O Cura de Ars, como era chamado, nunca parou para descansar. Morreu, consumido pela fadiga, na noite de 4 de agosto de 1859, aos setenta e três anos de idade. Seu corpo incorrupto encontra-se na igreja da paróquia de Ars.

Galeria de fotos

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Referências

  1. «São João Maria Vianney». Arquidiocese de São Paulo 
  2. «A Rua Clélia e a influência italiana». Rede A de Jornais de Bairro. 6–12 de fevereiro de 1999. Consultado em 29 de maio de 2007. Arquivado do original em 16 de setembro de 2008 
  3. a b «Feira de Artes da Praça Cornélia - Portal da Prefeitura da Cidade de São Paulo». www.prefeitura.sp.gov.br. Consultado em 24 de novembro de 2016 
  4. a b «RESOLUÇÃO Nº 05/CONPRESP/2009» (PDF). CONPRESP - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. Prefeitura da cidade de São Paulo. 16 de set de 2009. Consultado em 24 de nov de 2016 
  5. a b Guia de bens culturais da cidade de São Paulo. São Paulo: Departamento do Patrimônio Histórico. 2012. 204 páginas 
  6. Santos, Wanderley dos (1980). Lapa: Série: História dos bairros de São Paulo. [S.l.]: Prefeitura Municipal de São Paulo/SMC/DPH 
  7. a b Tombamento da Paróquia São João Maria Vianney. São Paulo: CONPRESP. 2008 
  8. a b c «Órgão de igreja volta a funcionar após 30 anos | Jornal da Gente». Consultado em 23 de novembro de 2016 
  9. «Sino faz igreja ser multada em R$ 36 mil». Estadão. Consultado em 25 de novembro de 2016 
  10. «Lei N.º 11.804 de 19 de junho de 1995» (PDF). 19 de junho de 1995. Consultado em 25 de novembro de 2016 [ligação inativa]
  11. Os arquitetos da Poli: ensino e profissão em São Paulo. [S.l.]: EdUSP. 2005. 109 páginas. ISBN 8531408733. Consultado em 27 de outubro de 2016 
  12. «Anexo A - Tombamento dos imóveis indicados como ZEPEC-Lapa2» (PDF). 16 de set de 2009. Consultado em 24 de nov de 2016 
  13. «São João Maria Vianney - Wiki Canção Nova». wiki.cancaonova.com. Consultado em 21 de outubro de 2016 
  14. «João Maria Batista Vianney». Wikipédia, a enciclopédia livre. 4 de agosto de 2016