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Psychology of Education

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO Neurociência Cognitiva: Sistemas de Memória Dr. Edvaldo Soares FFC – Faculdade de Filosofia e Ciências - Campus de Marília SP Departamento de Psicologia da Educação Grupo de Pesquisa em Neurociências e Comportamento: Memória, Plasticidade, Envelhecimento e Qualidade de Vida LABORATÓRIO DE NEUROCIÊNCIA COGNITIVA - LaNeC LaNeC DEFINIÇÃO Capacidade de alterar comportamento em função experiências anteriores. o de Processo pelo qual experiências anteriores levam à alteração do comportamento. 1 PROCESSOS BÁSICOS Consolidação Recuperação Tipologia: 1) Conteúdo 2) Duração Conteúdo 1) Declarativas: Registram fatos e eventos. Podem ser classificadas em episódicas e semânticas. 2 As memórias episódicas são autobiográficas. Em relação à memória episódica também parece haver sub-divisões (Tulving e Schacter, 1992), incluindo uma distinção entre informações de natureza verbal e não-verbal. 3 De acordo com Squire e Knowlton (1995), a memória declarativa depende de estruturas localizadas no lobo temporal medial. As estruturas do lobo temporal medial incluem o hipocampo, o córtex entorrinal e córtex parahipocampal. 4 Conteúdo 2) Procedurais (de procedimento): • São as memórias de capacidades ou habilidades motoras ou sensoriais. • As memórias de procedimento são em geral adquiridas de forma implícita, mais ou menos automática. • As memórias adquiridas com intervenção da consciência são chamadas explícitas. Conteúdo Memória implícita, de acordo com Schacter (1987), "é revelada quando a experiência prévia facilita o desempenho numa tarefa que não requer a evocação consciente ou intencional daquela experiência" (p. 501). 5 Conteúdo Pré-ativação, usualmente considerada como parte do sistema não-declarativo (Squire e Zola-Morgan, 1991), não depende de treinamento repetitivo, sendo evidenciável após uma única exposição ao material de estudo. A memória também pode ser classificada pelo tempo que dura. 6 DURAÇÃO Classificam-se em: Memória de Curta Duração (STM) Memória de Longa Duração (LTM). Memória Operacional Diferencia-se da memória de curta duração por privilegiar a utilidade da informação, e não o simples decorrer do tempo, como fator determinante na manutenção ou descarte dos conteúdos. 7 8
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO Neurociência Cognitiva: Atenção – Memória - Emoção Dr. Edvaldo Soares FFC – Faculdade de Filosofia e Ciências - Campus de Marília SP Departamento de Psicologia da Educação Grupo de Pesquisa em Neurociências e Comportamento: Memória, Plasticidade, Envelhecimento e Qualidade de Vida LABORATÓRIO DE NEUROCIÊNCIA COGNITIVA - LaNeC LaNeC PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO Perspectivas Contemporâneas: a emergência da Neurociência Cognitiva Dr. Edvaldo Soares FFC – Faculdade de Filosofia e Ciências - Campus de Marília SP Departamento de Psicologia da Educação Grupo de Pesquisa em Neurociências e Comportamento: Memória, Plasticidade, Envelhecimento e Qualidade de Vida LABORATÓRIO DE NEUROCIÊNCIA COGNITIVA - LaNeC LaNeC 1 Mecanismos da Atenção Definição: atitude mediante a qual concentramos a nossa atividade psíquica sobre um estímulo específico. Portanto (de modo geral) a Atenção está relacionada à nosso estado de consciência. Mecanismos da Atenção A percepção se torna consciente através da atenção que, em essência, é a focalização consciente e específica sobre alguns aspectos ou algumas partes da realidade (estímulo). Assim sendo, nossa consciência pode, voluntariamente ou espontaneamente, privilegiar um determinado conteúdo e determinar a inibição de outros conteúdos vividos simultaneamente. 2 Mecanismos da Atenção Portanto, reconhece-se a tenção como um fenômeno de tensão, de esforço, de concentração, de interesse e de focalização da consciência. Podemos assim dizer que a atenção é carregada de intencionalidade Temporalidade da Atenção Geralmente, a duração de um determinado foco de Atenção é breve. Observamos que existe constante passagem da atenção de uma parte da realidade para outra. Existe na Atenção, como em todos os processos psicológicos, uma forma de saciedade. 3 Mecanismos de Atenção Os sentidos podem ser ativados conscientemente para focalizar a atenção sobre um determinado estímulo. Observação: - Mecanoceptores - Fotoceptores - Quimioceptores - Nociceptores Mecanismos da Atenção Os condicionamentos, muitas vezes inconscientes, podem proporcionar uma certa atividade de espera, mais ou menos orientada, no sentido de confirmar ou não uma determinada expectativa. 4 Mecanismos da Atenção Entretanto, quando os resultados fogem completamente da expectativa perceptiva, acontece uma espécie de choque sensorial que dá origem a um estado de surpresa. Tipos de Atenção Motora Sensorial Intelectual 5 Atenção Motora A consciência está concentrada na execução de uma atividade física e muscular préprogramada. Atenção Motora A Atenção motora se caracteriza também pela tensão estática dos músculos, juntamente com uma hipervigilância da consciência 6 Atenção Motora O papel da eficiência da Atenção consiste privilegiar os elementos automáticos da psicomotricidade, ao mesmo tempo em que reduz os elementos intelectuais eventualmente atrelados ao movimento. Esta forma de Atenção representa uma espécie de alerta às atividades musculares que devem responder prontamente a determinada situação no sentido de favorecer a adaptação. Atenção Intelectual Representa o ato de reflexão e de atividade racional dirigidos na resolução de qualquer problema conscientemente definido. 7 Atenção Apesar da divisão da atenção em Sensorial, Motora e Intelectual, de certa forma a atenção implica sempre em alguma atividade intelectual, ora orientando os movimentos, ora dando sentido às percepções. Atenção e Emoção Um dos fatores individuais de maior influência no processo da atenção destacamse as condições do estado de ânimo ou de interesse, os quais podem facilitar ou inibir a mobilização da atenção. Emoção! 8 Atenção e Emoção Portanto, o elemento afetivo tem significação determinante no processo da atenção. As pessoas só dirigem sua atenção aos estímulos que lhes despertam interesse. Atenção e Emoção Isso significa que: O interesse é inato? Os professores devem adaptar-se aos interesses das crianças? Enfim, devemos fazer somente o que nos dá prazer? 9 Atenção, Memória e Emoção Nossa Memória tem mais afinidade para as coisas que despertam maior interesse. A atenção (indispensável para a Memória e Aprendizagem) é mobilizada mais prontamente pela afetividade. Atenção, Memória e Emoção A atenção pode sofrer alterações em todos os transtornos mentais e emocionais. Mesmo quando não existam alterações psíquicas tão evidentes, como é o caso da ansiedade simples, a atenção pode apresentar oscilações. 10 Atenção, Memória e Emoção Nossa atenção sobre algo é tanto mais intensa quanto mais nos interessa esse algo, quanto mais desejamos conhecê-lo e compreendê-lo, quanto mais isto nos proporcione prazer ou satisfação. Atenção, Memória e Emoção É por isso que, durante os episódios depressivos, onde o prazer e o interesse estão significativamente comprometidos, a atenção e a memória estarão também severamente prejudicadas; por falta de interesse e prazer. 11 Atenção, Memória e Emoção Sob a influência de determinados alimentos, de bebidas alcoólicas e de substâncias farmacológicas, a atenção também pode experimentar alterações em seu rendimento e em sua eficiência. Atenção - Interesse A atenção está sempre dirigida para algo conscientemente desejado e esse tipo de disposição da pessoa para com o objeto é chamado interesse. O interesse e atenção estão tão intimamente ligados que não é possível existir atenção completamente desprovida de interesse (Stern). 12 Distribuição da Atenção A atenção, em um determinado momento pode estar distribuída de várias maneiras no campo da realidade. Quanto maior a divisão da atenção entre objetos, maior a perda de qualidade da atenção dada a cada parte. Cisão de Atenção Ocorre quando os objetos da atenção opõem-se um ao outro e, por causa disso, não se pode estabelecer uma unidade. Este fato pode ocorrer com relativa freqüência em alguns transtornos psíquicos, criando sérios problemas para o paciente que “deve” atender, simultaneamente, a objetivos múltiplos ou extremamente contraditórios. 13 Cisão de Atenção O mesmo pode ocorrer em crianças em idade escolar. Fenômeno característico de crianças com TDAH. Artigo Gilberto END 14
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO Neurociência Cognitiva: Plasticidade Dr. Edvaldo Soares FFC – Faculdade de Filosofia e Ciências - Campus de Marília SP Departamento de Psicologia da Educação Grupo de Pesquisa em Neurociências e Comportamento: Memória, Plasticidade, Envelhecimento e Qualidade de Vida LABORATÓRIO DE NEUROCIÊNCIA COGNITIVA - LaNeC LaNeC Fatores como memória, aprendizagem e plasticidade são indissociáveis. 1 Um dos pioneiros para o entendimento dos mecanismos neurais da aprendizagem e memória foi Hebb que, em 1949, publicou The Organization of Behavior Em 1957 – Rosenzweig e colaboradores propuseram que a busca de mudanças no cérebro fosse feita a partir de uma análise neuroquímica de regiões específicas do cérebro. 2 Na década de 60 descobriu-se que tais mudanças podem ser induzidos em ratos adultos em até 285 dias, conforme demonstraram os experimentos de Rosenzweig e cols. (1963) e Bennet e cols. (1964). Também foi demonstrado que curtas sessões podem processar modificações. Mecanismos Neurais - Memória Assim: A plasticidade do sistema nervoso desenvolve-se rapidamente e durante toda a vida. Mesmo em áreas consideradas mais determinadas pode-se obter modificações. 3 PORÉM: A CAPACIDADE PLÁSTICA DO CÉREBRO DEPENDE DA REGIÃO E DA IDADE! EXPERIÊNCIAS ENRIQUECIDAS MELHORAM A HABILIDADE PARA APRENDER E PARA RESOLVER PROBLEMAS 4 CONDIÇÕES ENRIQUECIDAS (EC): Ex.: Uma grade contendo um grupo de 10 ou 12 animais e uma variedade de objetos estimuladores, os quais são modificados diariamente. CONDIÇÃO SOCIAL (SC): Ex.: Três animais em uma gaiola padrão de laboratório. 5 CONDIÇÃO ISOLADA (IC): Ex.: Um animal em uma gaiola padrão de laboratório. Os experimentos de Renner e Rosenzweig (1987) indicaram que os animais em EC apresentam melhor desempenho (habilidade para resolver problemas e para aprender) do que os ratos em IC. 6 Um ambiente enriquecedor, que permite aos ratos interagir com os brinquedos em suas gaiolas, provoca mudanças anatômicas no córtex cerebral. O gráfico mostra como o número de ramificações observadas nas células estelares, que são encontradas na quarta camada do córtex visual do rato, é maior nos animais criados em ambientes enriquecedores (curva EC – Condição Enriquecedora) do que nos animais criados em grupos sociais (curva SC – Grupo Social), porém desprovidos de brinquedos. Por sua vez, os ratos SC apresentam um Número maior de ramificações nas células estelares do que os animais criados isolados e sem brinquedos (IC – Condição de Isolamento). 7 A base dessas pesquisas está em Hebb (1949), que concebeu que experiências ricas podem influenciar a capacidade de aprendizagem na maturidade. Resultados dos experimentos em ratos para observar os feitos de EC e IC na capacidade de resolução de problemas têm se mostrado semelhantes sos resultados obtidos com outros mamíferos (gatos, macacos, etc). (Renner; Rosenzweig, 1987) 8 Também o efeito de treinamento tem se mostrado semelhante em pássaros. Há estudos que tem comparado os efeitos das experiências diferenciais em regiões específicas do cérebro das Drosófilas (Davis, 1993; Heisenberg et al, 1995). A POSSIBILIDADE DE TREINAMENTO PARA MELHORAR O FUNCIONAMENTO COGNITIVO 9 MUDANÇAS INDUZIDAS POR APRENDIZAGEM OCORREM EM UMA VARIEDADE DE REDES NEURAIS PESQUISAS SOBRE O USO-INDUZIDO DA PLASTICIDADE CEREBRAL ESTÃO PRODUZINDO E SUPORTANDO UMA VARIEDADE DE APLICAÇÕES 10 Aplicações para o entendimento desenvolvimento infantil. do EC ajudam no ‘agir bem sucedido’. Aplicação para recuperação compensação de danos cerebrais. ou 11
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO Perspectivas Contemporâneas: a emergência da Neurociência Cognitiva Dr. Edvaldo Soares FFC – Faculdade de Filosofia e Ciências - Campus de Marília SP Departamento de Psicologia da Educação Grupo de Pesquisa em Neurociências e Comportamento: Memória, Plasticidade, Envelhecimento e Qualidade de Vida LABORATÓRIO DE NEUROCIÊNCIA COGNITIVA - LaNeC LaNeC Tópicos 3.4.1. Cérebro e cognição 3.4.2. Funções Mentais: Memória e Atenção 3.4.3. Emoções e Aprendizagem 3.4.4. Implicações Educacionais 1 Alguns Mitos sobre o Cérebro A plasticidade cerebral é uma propriedade dos cérebros imaturos A possibilidade de aprender é característica dos cérebros jovens Cognição Cogniçã o - do latim Cognição cognitio, o de cognitio, -onis: onis: açã ação conhecer; funçã o da função inteligê inteligência ao adquirir um conhecimento. Pressupõe consciência! 2 Principais Funções Cognitivas Percepçã o, atençã o, Percepção, atenção, memó memória, linguagem e funçõ es executivas. funções O comportamento complexo decorre da relaçã o/ interaçã o entre relação/ interação as funçõ es. funções. Declínio Cognitivo De forma relacionado processos pensamento. pensamento. geral: aos de 3 Declínio Cognitivo Pode ocorrer desde o nascimento e/ou em qualquer ponto do ciclo de vida de uma pessoa. Entretanto, é uma condiçã o condição prevalente entre idosos, acomentendo cerca de 20% a 30% dos sujeitos nesta faixa etá etária. Declínio Cognitivo Pode incluir: Dificuldade de raciocínio, Esquecimento, Dificuldade de aprendizagem, Dificuldade de concentração, Declínio da inteligência fluída, etc. 4 Declínio Cognitivo Declínio Comprometimento Cognitivo: ou Leve Grave Comprometimento Cognitivo Leve O comprometimento cognitivo leve (CCL) é um quadro que pode trazer prejuí à prejuízos memó memória, capacidade de raciocí raciocínio e a outras funç funções mentais. 5 Comprometimento Cognitivo Leve As definiçõ es clá definições clássicas do CCL e de suas variaçõ es estã variações estão baseadas em dé déficits nos sistemas de memó mais memória, especificamente na memó declarativa. memória declarativa. MOPFC = medial orbital prefrontal cortex, VMPFC = ventromedial prefrontal cortex, DMPFC = dorsomedial prefrontal cortex, SACC = supragenual anterior cingulate cortex, PACC = perigenual anterior cingulate cortex. 6