Grego Bíblico:
Introdução Panorâmica
Edson de Faria Francisco
www.bibliahebraica.com.br
São Bernardo do Campo
2022
2022 Francisco, Edson de Faria
Grego Bíblico: Introdução Panorâmica / Edson de Faria Francisco. –
São Bernardo do Campo, 2022.
139f. il.:
ISBN: 978-65-00-39684-3
Material didático técnico-pedagógico para o ensino e pesquisa em
hebraico bíblico. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. Proibida a revenda.
1. Grego Bíblico 2. Linguagem e línguas 3. Material didático técnicopedagógico I. Título.
CDD: 400
CDU: 26/82-9
Sumário
Sumário ................................................................................................................
i
Apresentação ........................................................................................................ v
Abreviaturas .........................................................................................................
a. Livros do Novo Testamento ..........................................................................................
b. Edições do Novo Testamento grego e da Septuaginta ...............................................
c. Outras ................................................................................................................................
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vi
vi
vi
1. Grego Bíblico: Breve Histórico .........................................................................
a. Introdução: as línguas indo-europeias ...........................................................................
b. Períodos históricos da língua grega ................................................................................
c. Dialetos ..............................................................................................................................
d. Grego da Septuaginta .......................................................................................................
e. Grego do Novo Testamento ...........................................................................................
1
1
2
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4
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2. Alfabeto Grego: Breve Histórico .......................................................................
a. Introdução ........................................................................................................................
b. Inscrições alfabéticas e alfabeto fenício ........................................................................
c. Alfabeto grego ..................................................................................................................
d. Escrita maiúscula ..............................................................................................................
e. Escrita minúscula ..............................................................................................................
f. Pontuação ..........................................................................................................................
g. Aspiração e acentuação ....................................................................................................
h. Pronúncia erasmiana (etacista) e moderna (iotacista) ..................................................
i. Apêndice 1: alfabeto latino ...............................................................................................
j. Apêndice 2: quadro comparativo dos alfabetos grego, etrusco e latino .....................
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3. Alfabeto Grego ..................................................................................................
a. Alfabeto .............................................................................................................................
b. Alfabeto grego com letras de fôrma e com letras simplificadas .................................
c. Alfabeto grego com as letras digama, san, qopa e sampi ...................................................
d. Alfabeto grego com os nomes clássicos e modernos ...................................................
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4. Acentuação, Aspiração, Pontuação e Ditongos ................................................
a. Acentuação ........................................................................................................................
b. Espíritos ou aspiração ......................................................................................................
c. Iota subscrito e iota adscrito .............................................................................................
d. Pontuação .........................................................................................................................
e. Trema .................................................................................................................................
f. Apóstrofo ...........................................................................................................................
g. Ditongos ............................................................................................................................
h. Ditongos com espírito brando .......................................................................................
i. Ditongos com espírito áspero ..........................................................................................
j. Classificação das vogais …………………………………………………………
k. Classificação das consoantes ……………………………………...……………
l. Pronúncia das letras guturais gama, kapa e khi antes da letra gama …………………
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5. Pronúncia das Consoantes e das Vogais ........................................................... 32
i
6. Artigo Definido ................................................................................................. 36
a. Formas ............................................................................................................................... 36
7. Substantivos: Gêneros ...................................................................................... 38
a. Formas ............................................................................................................................... 38
8. Substantivos: Declinações e Casos ...................................................................
a. Declinação .........................................................................................................................
b. Casos (funções) ................................................................................................................
c. Exemplos das três declinações ........................................................................................
i. Segunda declinação .......................................................................................................
ii. Primeira declinação. ....................................................................................................
iii. Terceira declinação, 1ª parte ......................................................................................
iv. Terceira declinação, 2ª parte ......................................................................................
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9. Adjetivos: Gêneros, Declinações e Casos ..........................................................
a. Formas ...............................................................................................................................
b. Função ...............................................................................................................................
c. Exemplos de declinação do adjetivo ..............................................................................
d. Usos do adjetivo ...............................................................................................................
i. Uso atributivo ...............................................................................................................
ii. Uso predicativo ............................................................................................................
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10. Utilização do Dicionário de Grego Bíblico .....................................................
a. Substantivo ........................................................................................................................
b. Adjetivo .............................................................................................................................
c. Verbo .................................................................................................................................
d. Nome próprio ...................................................................................................................
e. Topônimo .........................................................................................................................
f. Ilustrações: dicionários e léxicos de grego bíblico ........................................................
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11. Preposições ...................................................................................................... 63
a. Formas ............................................................................................................................... 63
b. Usos ................................................................................................................................... 64
12. Nomes Próprios e Topônimos ........................................................................
a. Nomes próprios masculinos ...........................................................................................
b. Nomes próprios femininos .............................................................................................
c. Topônimos ........................................................................................................................
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13. Nomina Sacra e Nome Jesus Cristo ................................................................
a. Introdução .........................................................................................................................
b. Nomina sacra .......................................................................................................................
c. Nomina sacra em manuscritos maiúsculos do Novo Testamento grego .....................
d. Ícones bizantinos com os nomina sacra ...........................................................................
e. O nome Jesus Cristo .........................................................................................................
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14. Pronomes Pessoais e Pronomes Possessivos .................................................. 78
a. Formas ............................................................................................................................... 78
b. Uso enfático ...................................................................................................................... 79
ii
15. Pronomes Demonstrativos e Pronomes Relativos ........................................... 81
a. Formas dos pronomes demonstrativos ......................................................................... 81
b. Formas dos pronomes relativos ..................................................................................... 82
16. Símbolos Cristãos Compostos por Letras Gregas ............................................
a. Os símbolos cristãos ........................................................................................................
i. O acróstico .......................................................................................................
ii. O monograma .........................................................................................................
iii. O monograma .......................................................................................................
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85
17. Textus Receptus e Novum Testamentum Graece ..........................................
a. Textus Receptus e Novum Testamentum Graece ....................................................................
b. O texto da edição Novum Testamentum Graece .................................................................
c. O Novo Testamento (Textus Receptus) e o Novo Testamento Grego .................................
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18. Utilização da Edição Nestle-Aland Novum Testamentum Graece (NA27) ..... 91
a. Introdução ......................................................................................................................... 91
b. Componentes da edição .................................................................................................. 91
19. Utilização do Software BibleWorks – NA27 ......................................................
a. Introdução .........................................................................................................................
b. O substantivo em Marcos 16.2 .....................................................................
c. O nome próprio masculino em Marcos 16.7 ....................................................
d. A forma verbal em Marcos 16.1 ....................................................................
e. A preposição em Marcos 16.19 ..............................................................................
f. Novo Testamento Interlinear Grego-Português e BibleWorks ..................................................
g. Download .............................................................................................................................
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20. Verbo no Grego Bíblico: Introdução Panorâmica ...........................................
a. Introdução .........................................................................................................................
b. Características gerais ........................................................................................................
c. Exemplos da utilização dos tempos verbais no Novo Testamento grego ................
d. Formas do infinitivo ........................................................................................................
e. Particípio ............................................................................................................................
f. Tabela das formas verbais ................................................................................................
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21. Vocabulário do Grego Bíblico .........................................................................
a. Substantivos ......................................................................................................................
b. Adjetivos ...........................................................................................................................
c. Advérbios ..........................................................................................................................
d. Nomes próprios ...............................................................................................................
e. Topônimos ........................................................................................................................
f. Preposições .......................................................................................................................
g. Conjunção .........................................................................................................................
h. Pronomes pessoais ...........................................................................................................
i. Verbos ...............................................................................................................................
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118
22. Ilustrações .......................................................................................................
a. Códice Sinaítico: M.B. Add. 43725 .................................................................................
b. Códice Vaticano: Gr. 1209 ..............................................................................................
c. Códice Alexandrino: M.B. Royal 1D v-viii ....................................................................
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iii
d. Códice Beza Cantabrigense: NN. 2.41 ..........................................................................
e. Códice NLG 122 ..............................................................................................................
f. Papiro 72: Bodmer VII-VIII ...........................................................................................
g. Novum Testamentum Graece, 27ª edição (NA27) ................................................................
h. Novum Testamentum Graece, 28ª edição (NA28) ................................................................
i. Novo Testamento Interlinear Grego-Português (NTI) .............................................................
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23. Grego Bíblico: Bibliografia Selecionada .........................................................
a. Gramáticas .........................................................................................................................
b. Dicionários e léxicos ........................................................................................................
c. Chaves linguísticas ............................................................................................................
d. Edições interlineares ........................................................................................................
e. Edições do Novo Testamento grego .............................................................................
f. Edição da Septuaginta ......................................................................................................
g. Edição da Septuaginta com o Novo Testamento grego .............................................
h. Edição da Bíblia Hebraica com o Novo Testamento grego .......................................
i. Outras obras .....................................................................................................................
j. Páginas ................................................................................................................................
k. Software ...............................................................................................................................
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iv
Apresentação
A presente obra Grego Bíblico: Introdução Panorâmica, dedicada ao grego bíblico, foi elaborada para ser utilizada, principalmente, em aulas que são ministradas em apenas dois semestres e somente com uma aula semanal. Em virtude do tempo muito curto de ministração
de tal disciplina dedicada à uma língua bíblica, sentiu-se a necessidade de elaboração de uma
gramática concisa apenas panorâmica, focalizando os aspectos mais relevantes do grego bíblico. Evidentemente que todas as características gramaticais da língua original do Novo Testamento merecem tratamento e análise em uma gramática normativa, todavia, em uma disciplina que abrange somente dois semestres letivos e com apenas uma aula por semana, é
praticamente impossível abordar e trabalhar todos os aspectos da gramática grega. A obra,
agora em apresentação, se dedica unicamente a assuntos que poderão ser estudados no mencionado curto período letivo. A presente gramática não se preocupa em expor minúcias ou
aprofundamentos gramaticais, mas enfatiza aquilo que é básico de cada tema gramatical. Com
isso, espera-se que o Grego Bíblico: Introdução Panorâmica possa ser uma obra introdutória útil
para estudos iniciais do grego bíblico.
O Grego Bíblico: Introdução Panorâmica não contém apenas os principais aspectos gramaticais do grego bíblico, mas apresenta, também, tópicos relacionados com o universo do
Novo Testamento grego, como breve histórico do grego bíblico e do alfabeto grego, a acentuação, a aspiração e a pontuação, a utilização da edição de B. Aland, K. Aland et alii (eds.),
Novum Testamentum Graece (NA), o uso do software bíblico BibleWorks, a utilização de dicionários de grego bíblico, breve exposição sobre os nomina sacra, entre outros temas, todos circunscritos ao universo do Novo Testamento grego e que são relevantes para a disciplina
grego bíblico.
A presente obra gramatical direciona todos aqueles que se interessam pelo grego bíblico a complementar e/ou conhecer as principais publicações pertinentes ao assunto, como
gramáticas, dicionários e léxicos, concordâncias, edições da Novo Testamento grego, softwares
bíblicos, entre outros itens bibliográficos, principalmente aqueles que são publicados no Brasil e que são de fácil acesso a todos aqueles que querem se dedicar ao assunto. Tais itens
bibliográficos são listados no capítulo “Grego Bíblico: Bibliografia Selecionada”. Além disso,
alguns capítulos da presente obra possuem referências bibliográficas específicas e que complementam o referido capítulo dedicado aos itens bibliográficos selecionados.
O Grego Bíblico: Introdução Panorâmica fornece muitos exemplos das questões gramaticais utilizando o Novo Testamento Interlinear Grego-Português (NTI) (Barueri: Sociedade Bíblica
do Brasil, 2004; 2. ed. 2019), que apresenta tradução literal do texto bíblico grego, e que é
muito útil para a compreensão das questões da gramática do grego bíblico. São citados muitos
exemplos coletados da mencionada publicação, mas há outras exemplificações produzidas
pelo próprio autor. Além disso, os tópicos dedicados a temas da gramática possuem exercícios que poderão ser úteis e importantes para aqueles que estão se iniciando na disciplina.
Espera-se que o Grego Bíblico: Introdução Panorâmica possa servir não apenas como compêndio gramatical do grego bíblico, mas que seja, igualmente, importante estímulo para que
os estudos dedicados a tal disciplina possam avançar e se aprofundar.
Edson de Faria Francisco
São Bernardo do Campo, fevereiro de 2022
v
Abreviaturas
a. Livros do Novo Testamento1
Mt
Mc
Lc
Jo
At
Rm
1Co
2Co
Gl
Ef
Fp
Cl
1Ts
2Ts
Mateus
Marcos
Lucas
João
Atos dos Apóstolos
Romanos
1Coríntios
2Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1Tessalonicenses
2Tessalonicenses
1Tm
2Tm
Tt
Fm
Hb
Tg
1Pe
2Pe
1Jo
2Jo
3Jo
Jd
Ap
1Timóteo
2Timóteo
Tito
Filemom
Hebreus
Tiago
1Pedro
2Pedro
1João
2João
3João
Judas
Apocalipse
b. Edições do Novo Testamento grego e da Septuaginta
B. Aland, K. Aland et alii (eds.), The Greek New Testament, 5. ed., 2014.
A. Rahlfs e R. Hanhart (eds.), Septuaginta: Id est Vetus Testamentum graece iuxta
LXX interpretes – Editio altera, vols. 1 e 2, 2006.
LXX-NA A. Rahlfs, R. Hanhart, B. Aland, K. Aland et alii (eds.), Biblia Graeca - Septuaginta: Id est Vetus Testamentum graece iuxta LXX interpretes – Editio altera, vols. 1 e
2; Novum Testamentum Graece, 28. ed., 2013.
NA27
B. Aland, K. Aland et alii (eds.), Novum Testamentum Graece, 27. ed., Stuttgart, 1993.
28
NA
B. Aland, K. Aland et alii (eds.), Novum Testamentum Graece, 28. ed., Stuttgart, 2012.
NTG
B. Aland, K. Aland et alii (eds.), O Novo Testamento Grego com Introdução em
Português e Dicionário Grego-Português, 4. ed., 2009.
NTI
V. Scholz e R. Bratcher (trads.), Novo Testamento Interlinear Grego-Português, 2004.
TR
- O Novo Testamento: o Texto Grego, Base da Versão João Ferreira
de Almeida de 1681 (Textus Receptus). Trinitarian Bible Society: London, s.d.
GNT
LXX
c. Outras
AEC
aram.
arm.
c.
cf.
cop.
EC
1
Antes da Era Comum
aramaico
armênio
cerca de
conferir
copta
Era Comum
gr.
hebr.
it.
lat.
per.
port.
grego
hebraico
italiano
latim
persa
português
Esta listagem das abreviaturas segue a lista apresentada na Bíblia Sagrada, Almeida Revista e Atualizada (RA).
vi
1. Grego Bíblico: Breve Histórico
a. Introdução: as línguas indo-europeias
A língua grega (gr. , grego; , língua grega) é um idioma indo-europeu
surgido na Grécia, por volta de 1500 AEC. O protoindo-europeu era uma língua muito antiga
surgida, aproximadamente, por volta de 3000 AEC, sendo, igualmente, a origem dos seguintes
grupos linguísticos: indo-iraniano (persa, avéstico, medo, sânscrito etc.), eslavo (búlgaro, esloveno, sérvio, russo, polonês, tcheco etc.), báltico (letão, lituano etc.), itálico (osco, úmbrio, latim
etc.), germânico (alemão, holandês, sueco, inglês etc.), céltico (gaulês, gaélico, britânico etc.),
albanês, armênio, entre muitas outras ramificações linguísticas. Na listagem abaixo, constam alguns exemplos de vocábulos que são cognatos entre o grego e o latim.
vocábulo
abismo
anjo
base, pedestal
Deus
Jerusalém
césar, imperador romano
mãe
pai
pedra, rocha
ungido, Cristo
hora
grego
(ábüssos)
(ángelos)
(básis)
(Theós)
(Hierosólüma)
(Kaîsar)
(mētēr)
(patēr)
(pétra)
(Khristós)
(hōra)
latim
abysmus
angelus
basis
Deus
Hierosolyma
Caesar
mater
pater
petra
Christus
hora
Abaixo, há um breve quadro comparativo das palavras outro, casa, luz, grande, mãe, novo,
oito e nome entre três idiomas indo-europeus: grego, latim e armênio. O quadro abaixo evidencia
claramente o parentesco linguístico entre as três línguas indo-europeias e a similaridade fonética
entre os vocábulos:
grego
(állos)
(dómos)
(leukós)
(mégas)
(mēter)
(néos)
(oktō)
(ónoma)
latim
alius
domus
lux
magnus
mater
novus
octo
nomen
armênio
a3l (ayl)
dovn (dun)
lov3s (luys)
my/ (meds)
ma3r (mayr)
nor (nor)
ov; (ut)
anovn (anun)
A seguir, há um breve quadro comparativo dos itens lexicográficos cristãos igreja, bispo,
Tiago, Jerusalém, Jesus, João, Maria e Cristo entre os mesmos três idiomas indo-europeus: grego,
latim e armênio, sendo que o grego é a fonte para o latim e para o armênio. Percebe-se que há
similaridade fonética entre as palavras das três línguas:
1
grego
(ekklēsía)
(epískopos)
(Iákōbos)
(Hierosólüma)
(Iēsûs)
(Iōánnēs)
(María)
(khristós)
latim
ecclesia
episcopus
Iacobus
Hierosolyma
Iesus
Iohannes
Maria
Christus
armênio
ygy.yxi (iêgeghetsi)
ybisgobos (iêbisgobos)
#agopos (Hagopos)
Yrovsa.em (Iêrusaghem)
#isovs (Hisus)
#owhannes (Hovhannes)
Mariam (Mariam)
Krisdos (Qrisdos)
b. Períodos históricos da língua grega
O grego passou por várias fases de formação e evolução, sendo dividido nos seguintes
períodos históricos:
Período formativo (c. 1500-900 AEC). Época de Homero, que compôs a Ilíada e a Odisséia.
Neste período surgiram vários dialetos gregos como o micênico, o ático, o dórico, o eólico e
o jônico.
Período clássico (c. 900-330 AEC). O dialeto ático destacou-se entre os demais, tornando-se
a forma padrão e clássica da língua grega. Mais tarde, o ático tornou-se a principal fonte para
a linguagem empregada pelos tradutores da Septuaginta e pelos escritores do Novo Testamento. Tal linguagem é conhecida como coinê.
Período helenístico (c. 330 AEC-330 EC). Após as conquistas de Alexandre Magno (336-323
AEC), o grego transformou-se em língua universal e do comércio ao longo do mar Mediterrâneo e do Oriente Médio. A forma linguística que surgiu nesta época é conhecida como coinê,
sendo utilizada no período de dominação grega e romana. Tanto o Novo Testamento como a
Septuaginta foram compostos neste dialeto grego.
Período bizantino (c. 330-1453). Neste período, aconteceu a divisão do Império Romano
durante o reinado do imperador Constantino Magno (306-337). A língua grega dessa época é
conhecida como bizantina, por causa do nome dado à porção oriental do império (Império
Bizantino), cuja capital era Constantinopla (atual Istambul), fundada em 330 EC.
Período moderno (c. séc. 11 em diante). A partir dessa época, surgiu o grego moderno, conhecido como demótico, o qual possui semelhanças como o coinê.
c. Dialetos
A língua grega teve várias formas linguísticas ao longo de sua história, desde os séculos
14 AEC e 10 AEC, quando surgiram os primeiros dialetos como o micênico, o eólico, o dórico e
o jônico, até o século 11 EC, quando surgiu o grego moderno conhecido como demótico. Até o
5º século AEC não havia uma língua padrão unificada e cada cidade-estado grega tinha seu próprio dialeto. No fim do 5º século AEC, Atenas tornou-se o principal centro da cultura e da política
da Grécia e em tal período, o dialeto ático se tornou a forma padrão da língua grega. Os principais
dialetos gregos são descritos, brevemente, a seguir.
Minóico (gr. ) ou micênico (gr. ) (c. 1300 AEC). É o grego primitivo surgido
por volta de 1300 AEC e empregava o alfabético silábico, conhecido como linear B. Foram
2
encontradas tábuas de argila grafada com estilete que datavam de 1300 AEC a 1150 AEC. Entre
o século 11 e o 9o século AEC, houve a adoção do alfabeto grego adaptado do alfabeto fenício.
Eólico (gr. ) (c. 1300-900 AEC). Forma grega mais próxima do grego primitivo e falado
nas seguintes localidades: Lesbos, Beócia e nas colônias eólicas da Ásia Menor. Autores: Alceu
e a poetisa Safo.
Dórico (gr. ) (c. 1300-900 AEC). Dialeto grego falado no Peloponeso, em Rodes, em
Creta, na Cária, na Sicília, na Dórida e na Itália meridional (Magna Grécia). Autores: Píndaro,
Teócrito, Arquimedes, entre outros.
Jônico ou iônico (gr. ) (c. 1300-900 AEC). Dialeto grego usado na Jônia, a qual era a
terra de Homero. Homero usou a forma jônica em suas obras Ilíada e Odisséia. Outros autores:
Hesíodo, Hipócrates, Arquíloco, filósofos pré-socráticos, entre outros.
Ático (gr. ) (c. 900-330 AEC). O dialeto grego conhecido como ático ou clássico foi
derivação do dialeto jônico. O ático chegou ao seu apogeu durante a guerra dos gregos contra
os persas (5º séc. AEC), sendo usado até o 4º século AEC. Essa fase é marcada pelo apogeu da
literatura grega clássica que durou do 6º século AEC ao 4º século AEC. O ático foi a língua
oficial do reino de Alexandre Magno e, posteriormente, também dos reinos de seus sucessores,
os Diádocos (gr. sucessores). Durante a dominação grega dos Diádocos, Ptolomeu I Soter
(323-283 AEC) introduziu o ático no Egito e Selêuco I Nicátor (305-281 AEC) o introduziu na
Síria. Autores: Platão, Aristóteles, Heródoto, Tucídides, Xenofonte, Isócrates, Lísias, Demóstenes, Ésquines, Ésquilo, Sófocles, Eurípedes, Aristófanes, Menandro, entre outros.
Coinê (gr. ) (c. 330 AEC-330 EC). Este dialeto grego é conhecido como coinê ou também
como grego helenístico. O vocábulo grego coinê significa “comum”, “profano” e o dialeto que
leva esse nome é caracterizado por ser uma língua coloquial, comum, sendo conhecida pela
maioria dos falantes da língua grega no período dos domínios grego e romano, abrangendo
desde o tempo de Alexandre Magno (4º séc. AEC) até o tempo de Constantino Magno (4º séc.
EC). Morfologicamente, o vocábulo coinê é a forma feminina do adjetivo (gr. 1. comum;
2. profano; 3. impuro, imundo). O grego coinê era uma linguagem coloquial, simplificada e
popular dos períodos helenístico e romano, sendo considerada como “língua geral” pelos habitantes de tal época. Era falado desde o alto Egito até a Mesopotâmia e ao longo do mar
Mediterrâneo. Suas raízes são calcadas em vários dialetos gregos, mas, principalmente, no dialeto ático. Existem, igualmente, vocábulos vindos do dialeto jônico presentes no léxico, alguns do dialeto dórico e outros raros do dialeto eólico. Além de unidades lexicográficas propriamente gregas, existem, da mesma forma, itens lexicais de procedência hebraica e aramaica,
sendo presentes no léxico, na sintaxe e na gramática, e palavras de origem latina, copta e persa,
sendo presentes no léxico. O grego coinê pode ser caracterizado pela tendência à simplificação, à nivelação, a maior clareza da morfologia e da sintaxe, por meio do uso de preposições
que esclarecem o texto. Outra característica peculiar é o aumento de neologismos e a entrada
de vocábulos de origem estrangeira. Os escritores do Novo Testamento grego representam
parte da população do oriente helenístico que empregava o grego mais ou menos fluentemente
como língua de interlocução e comércio lado a lado com a língua materna.
Os autores do Novo Testamento não eram aticistas e não empregavam a língua da literatura
grega clássica, porém, Lucas e Hebreus apresentam traços literários mais refinados baseados
no ático. Durante o período bizantino (c. 330-1453) e de domínio turco sobre a Grécia (1453-
3
1822), o coinê continuou a ser usado com língua literária arcaizante. Desde meados do século
11, uma língua coloquial se desenvolveu, separadamente, tornando-se o dialeto demótico (o
grego moderno), tornando-se a língua oficial da Grécia no século 20.
Fontes do coinê: a Septuaginta, o Novo Testamento, os apócrifos do Novo Testamento, as
obras de Epíteto, filósofo estóico (c. 60), as obras de Filo de Alexandria (25 AEC-40 EC), as obras
de Flávio Josefo (c. 90-100), autores patrísticos, escritores como Filo de Bizâncio, Apolodoro,
Nicolau de Damasco (2º séc.), entre outros.
Bizantino (gr. ) ou medieval (gr. ) (c. 330-1453). O dialeto bizantino da
língua grega é conhecido, também, como “coinê bizantino”, no qual são encontrados empréstimos lexicais estrangeiros vindos do latim, do árabe e do armênio, além de apresentar características gramaticais e sintáticas próprias. O grego bizantino não era falado nas ruas, mas era
uma forma da língua grega utilizada na literatura, sendo considerada artificial. O período bizantino é caracterizado, principalmente, por ser um período de rica produção de obras teológicas cristãs em língua grega, isto é, a literatura patrística grega. O dialeto grego bizantino é
encontrado nas obras dos seguintes autores: Justiniano I, João Crisóstomo, Gregório de Nazianzo, Gregório de Nissa, Basílio da Cesareia, João Filoponos, João Damasceno, João de
Cesareia, João de Citópolis, Leôncio de Bizâncio, Anastácio I de Antioquia, Hipácio de Éfeso,
Eulógio de Alexandria, João Clímaco, Germano de Constantinopla, Juliano de Halicarnasso,
Teófanes de Bizâncio, Evágrio da Síria, entre outros.
Demótico (gr. ) ou moderno (gr. ) (c. séc. 11 em diante). O dialeto demótico surgiu durante o domínio turco sobre a Grécia a partir do século 15, sendo o desenvolvimento natural do coinê. Atualmente, é falado por cerca de 11 milhões de pessoas na
Grécia, em Chipre e em Creta. Após o período de independência da Grécia (1821-1832), foi
ressuscitada uma forma arcaica ou purista do grego conhecida como katharévousa (gr.
, purista) como língua oficial do país. No século 20, houve a substituição deste
dialeto pelo dialeto demótico, o qual era a linguagem popular. Durante o governo militar grego
de 1967 a 1976 houve a tentativa de se restituir a forma katharévousa como língua oficial,
porém, o demótico acabou se firmando como língua cotidiana e como língua da literatura
grega moderna. Consequentemente, o demótico tornou-se a língua oficial da Grécia. Autores:
Dionysios Salomós, Nikos Kazantzakis, entre outros.
d. Grego da Septuaginta
O grego da Septuaginta possui forma semitizante em virtude do processo de versão do
texto bíblico hebraico para o grego, sendo denominada “coinê semitizante” pelos eruditos. As
palavras hebraicas passaram para o grego com sentidos mais amplos e com novos matizes semânticos. Com a versão da Septuaginta, houve a criação do léxico teológico grego que, desta obra,
passou quase sem alteração para o texto do Novo Testamento. Segundo os eruditos, a Septuaginta
é considerada ponte entre o grego ático e o grego coinê do Novo Testamento. A linguagem grega
da Septuaginta não é uniforme, por causa dos vários tradutores que trabalharam em seu texto num
período longo de tempo (desde o 3º séc. ao 1º séc. AEC ou 1º séc. EC). Por causa de tal situação, o
texto da Septuaginta apresenta diversos níveis de compreensão e de conhecimento da língua grega
por parte dos tradutores. Parte da tradução da antiga versão bíblica grega teria sido feita no Egito
e parte teria sido feita na Judeia.
O grego da Septuaginta apresenta simplificações gramaticais, modificações em flexões
em palavras e verbos, formas anômalas em numerais, entre outras características. A sintaxe é
fortemente influenciada pelo texto da Bíblia Hebraica. A Septuaginta usa, constantemente, a
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conjunção (gr. e, mas) que corresponde à conjunção hebraica (hebr. e, mas). Com frequência, o grego da Septuaginta não se adequa às regras clássicas de redação do grego ático. Em
virtude do seu estilo linguístico peculiar e incomum, com forte influência hebraica, tal obra bíblica teria soado estranha e exótica para os leitores gregos cultos.
No grego da versão bíblica grega clássica, o caso nominativo (caso que indica o sujeito
da frase) substitui frequentemente o caso acusativo (caso que indica o objeto direto da frase),
além da utilização da nova forma do superlativo que reproduz o estado construto (caso que
indica posse, igual ao caso genitivo) do hebraico bíblico, como nos seguintes exemplos:
: K (Senhor dos senhores), cf. Dt 10.17.
: (vaidade das vaidades), cf. Ec 1.2.
: B (Rei dos reis), cf. Ez 26.7.
: (Cântico dos Cânticos), cf. Ct 1.1.
Além da versão para o grego dos livros bíblicos compostos, originalmente, em hebraico,
alguns livros que constam no cânone da Septuaginta foram compostos diretamente em grego,
como os seguintes: Sabedoria de Salomão, 2Macabeus e os acréscimos aos livros de Daniel e de
Ester.
Inúmeras expressões e palavras vindas do hebraico são presentes na Septuaginta, dentre
as quais podem ser destacadas:
(hebr. amor, amizade): (gr. intensa afeição e atração), cf. Jr 2.2; Ct 7.7; Ec 9.1;
(gr. intensa atração para e predileção com respeito a), cf. Pv 5.19; 10.12; 15.17;
27.5; (gr. paixão sexual), cf. Pv 7.18.
(hebr. Deus, deus, deuses): (gr. Deus, deus), cf. Gn 1.1; 2.2.
(hebr. veracidade, sinceridade, retidão, fidelidade): (gr. fé, confiança, compromisso, fidelidade), cf. Jr 5.1; Os 2.20.
(hebr. verdade, veracidade, certeza): (gr. verdade, fidedignidade, confiabilidade),
cf. Dt 17.4; Is 59.14.
(hebr. pacto, aliança, acordo, contrato): (gr. aliança, pacto, contrato, testamento),
cf. Gn 9.13; Êx 23.32.
(hebr. carne, corpo): (gr. carne, corpo), cf. Gn 2.21; Lv 13.10.
(hebr. louvai a YH, aleluia): (gr. aleluia), cf. Sl 104.1 (Sl 104.35 no Texto
Massorético); 117.1 (116.19 no Texto Massorético); 150.1, 6 (na Septuaginta e no Texto
Massorético).
(hebr. inteligência, sabedoria, saber, erudição): (gr. sabedoria, conhecimento, saber, ciência), cf. Êx 35.31; Jr 10.12; Pv 3.19; Ec 7.11.
(hebr. YHWH): K (gr. Senhor, senhor), cf. Gn 3.1; Êx 20.1.
(hebr. glória, esplendor, honra): (gr. esplendor, glória, majestade), cf. Êx 28.2; Is
4.5; Jr 17.12.
ou (hebr. coração, mente, consciência): (gr. coração, mente, consciência), cf.
Êx 31.6; Is 65.17; Jr 5.23; Sl 7.11; (gr. mente, entendimento, inteligência), cf.
Êx 28.3.
(hebr. mandamento, preceito, norma, decreto): (gr. mandamento, ordem, decreto), cf. Dt 6.1; Pv 6.23; Ec 8.5; 2Cr 8.14.
5
(hebr. fôlego, garganta, ser vivente): (gr. alma, vida, pessoa, criatura), cf. Gn 1.21; Êx
1.5; Lv 4.2; Dt 19.21.
(hebr. assembleia, comunidade): (gr. reunião, comunidade), cf. Êx 16.22; Lv
8.3; Nm 16.2; Jz 21.16.
(hebr. congregação, comunidade): (gr. assembleia), cf. Dt 31.30; Jó 30.28; Lm
1.10; (gr. reunião, comunidade), cf. Gn 48.4; Êx 16.3; Lv 16.17; Nm 10.7.
(hebr. vento, sopro, espírito): (gr. vento, sopro, espírito), cf. Gn 1.2; Nm 14.24; Js
2.11; Jz 9.23; Is 26.18; Ez 2.2; Os 12.2.
(hebr. mundo inanimado, mundo dos mortos, túmulo, morte, sheol): (gr. mundo dos
mortos, morte, hades), cf. Sl 17.6 (Sl 18.6 no Texto Massorético).
(hebr. céus, céu, firmamento): ou (gr. céu, firmamento; pl. céus), cf. Gn
14.19; Êx 20.1; Is 45.8.
(hebr. destreza, habilidade, talento, inteligência, perícia): (gr. mente, entendimento, inteligência), cf. Êx 36.1.
(hebr. ensino, instrução, ensinamento; lei): (gr. lei, regra, norma), cf. Êx 12.49; Lv
7.7; Dt 33.4; Ez 7.26.
Existem determinadas expressões específicas do hebraico vertidas, literalmente, para o
grego na Septuaginta, como:
(hebr. e aconteceu, e houve): (gr. e aconteceu, e houve), cf. Gn 6.1; Êx 32.30;
Nm 7.1; Js 1.1; Jz 1.1; 3Rs 6.1 (1Rs 6.1 no Texto Massorético).
(hebr. YHWH Tsevaote): K (gr. Senhor Sabaote), cf. 1Rs 15.2 (1Sm
15.2 no Texto Massorético); Is 6.3; 54.5.
(hebr. servo de YHWH): ou (gr. filho do Senhor ou
servo do Senhor), cf. Js 1.13; Jz 2.8.
Na Septuaginta, nem sempre determinado vocábulo hebraico era traduzido continuamente pela mesma palavra grega correspondente. Às vezes, alguma lexia hebraica podia ser traduzida por duas, três ou mais itens lexicais gregos distintos. Tal procedimento revela a variedade
de tradutores que esteve envolvida na produção da Septuaginta. Por exemplo:
(hebr. homem): (gr. homem, marido), (gr. forte), (gr. ser humano).
(hebr. casa): (gr. povo), (gr. casa, família), (gr. casa, família).
(hebr. palavra): (gr. palavra), (gr. dito), (gr. inscrição), (gr. voz).
(hebr. rei): (gr. rei), (gr. chefe), (gr. general).
(hebr. paz, inteireza): (gr. paz), (gr. inteiro), (gr. salvação).
Por fim, com grande frequência a utilização de uma palavra no Pentateuco determinou
seu significado na tradução dos demais livros bíblicos. Por tal motivo, entre outros, a tradução
do Pentateuco da Septuaginta se tornou um tipo de “acervo lexicográfico”, servindo de “dicionário” para os tradutores da antiga versão grega clássica.
e. Grego do Novo Testamento
O grego coinê teve forte difusão entre a população judaica durante a época helenística e
durante os primeiros séculos da era cristã, tanto na Judeia quanto na diáspora. Todavia, tal dialeto
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grego apresentava algumas imperfeições, como incorreções na ortografia e na gramática e tal
característica indica que o grego coinê de uso judaico refletia a língua falada pelo povo. Tal realidade linguística é constatada tanto pelas inscrições em ossuários quanto pela composição em
papiros gregos descobertos no deserto da Judeia, Israel.
Uma das principais características do grego coinê do Novo Testamento é o fato de ser
mais coloquial do que o grego coinê da Septuaginta, e como a antiga versão grega do Antigo
Testamento, também apresenta vários elementos semíticos e traços do hebraico e do aramaico.
Tal fato é o resultado de contatos com o texto da Septuaginta e com o texto da Bíblia Hebraica.
Há três tipos de influência de semitismo no texto grego do Novo Testamento: 1. palavras com
influência semítica; 2. influência na sintaxe e 3. semitismos resultantes da tradução do hebraico
ou do aramaico para o grego. Um dos muitos exemplos de influência da Septuaginta é a adoção
da fórmula introdutória (gr. e aconteceu, e houve) em muitas passagens (cf. Mt 7.28;
Mc 1.9; Lc 1.23 etc.). Essa locução é registrada no texto grego veterotestamentário em muitos
trechos (cf. Gn 6.1; Êx 32.30; Nm 7.1; Js 1.1; Jz 1.1 etc.).
O texto grego do Novo Testamento apresenta forma não homogênea e estão presentes
vários níveis do grego coinê. O Evangelho de Mateus possui grego intermediário entre o grego
superior de Lucas e o grego vulgar de Marcos, tendendo a melhorar a linguagem deste último
em seu texto. O Evangelho de Marcos possui grego vulgar sem polimento, fazendo uso constante da conjunção (gr. e, mas), além de apresentar forte influência da sintaxe hebraica e
possuindo grande número de aramaísmos. A composição do Evangelho de Marcos indica uma
situação em que o autor, escrevendo em grego, pensa em hebraico ou aramaico. O Evangelho
de Lucas e Atos dos Apóstolos apresentam texto de cunho muito culto, sendo próximos do
grego ático de Heródoto e de Tucídides. Em virtude dessas características, Lucas é considerado
o autor mais acurado do Novo Testamento. Além disso, Lucas imita, de maneira consciente, o
tipo de grego da Septuaginta. O Evangelho de João e as epístolas de mesmo nome possuem
grego puro no vocabulário e na gramática. As epístolas de Paulo apresentam coinê coloquial
muito regular e percebe-se a influência da Septuaginta. Além do mais, tais escritos, com exceção
da epístola aos Efésios, apresentam menos casos de semitismos. A epístola aos Hebreus apresenta grego elegante, excelente, possuindo proximidades com o ático, além de respeitar as regras
retóricas gregas. A epístola de Tiago possui coinê muito adequado e regular. A epístola de 1Pedro
possui grego mais próximo do ático do que do coinê. A epístola de 2Pedro demonstra coinê
aprendido de livros. Apocalipse apresenta coinê muito comum, possuindo o nível mais baixo do
grego do Novo Testamento. Neste livro bíblico, existem desvios gramaticais, havendo em determinados casos falta de concordância no gênero gramatical de substantivos e de adjetivos, além
do uso trocado entre o nominativo (caso que indica o sujeito da frase) e o acusativo (caso que
indica o objeto direto da frase). O autor possui pesada influência hebraica ou aramaica, apresentando a fala judeu-grega das sinagogas. O grego do Apocalipse é muito próximo ao linguajar do
povo do mercado e da rua.
O coinê do Novo Testamento grego não é uniforme, por causa dos vários autores que
escreveram o seu texto num período de cerca de menos de um século. O primeiro escrito teria
sido 1Tessalonicenses (c. 51 EC) e o último escrito teria sido 2Pedro (c. 130 EC). Na tabela abaixo,
há um quadro comparativo entre os vários níveis do coinê entre os autores dos escritos do Novo
Testamento grego. A comparação tem por base a opinião da maior parte dos estudiosos, apesar
de haver algum grau de discordância sobre a classificação dos mesmos escritos neotestamentários entre determinados eruditos:
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vulgar
Marcos
Apocalipse
coloquial
Romanos
1Coríntios
2Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1Tessalonicenses
2Tessalonicenses
1Timóteo
2Timóteo
Tito
Filemom
Mateus
literário
Lucas
Atos dos Apóstolos
Hebreus
João
1João
2João
3João
Tiago
1Pedro
2Pedro
Judas
O Novo Testamento possui palavras gregas com novos significados e com campos semânticos alterados, além de atribuir roupagem nova a vocábulos antigos:
palavras com significados novos
(gr. mensageiro, enviado, legado = anjo), cf. Mt 2.13; Lc 1.26; Ap 1.20.
(gr. ereção, emigração, ação de levantar = ressurreição), cf. Jo 11.24; Ap 20.5.
(gr. imersão, ato de lavar, banho, ablução = batismo), cf. Mc 7.4; Cl 2.12; Hb 6.2.
(gr. língua, idioma = dom de línguas), cf. At 2.4; 1Co 13.1.
(gr. servo, servente, criado = diácono), cf. Mt 20.26; 2Co 6.4; 11.23.
(gr. assembleia popular, lugar de assembleia = igreja), cf. Rm 16.16; 1Co 12.28.
(gr. supervisor, superintendente = bispo), cf. At 20.28; Fp 1.1; Tt 1.7.
(gr. mudança de opinião, de mente = conversão, arrependimento), cf. 2Co 7.9.
(gr. presença, visita de alguém especial, presença [invisível] dos deuses = volta de
Cristo, advento messiânico de Cristo), cf. Mt 24.3; 1Ts 2.19; Fl 2.12.
(gr. ancião, velho = presbítero), cf. At 11.30; 15.2; 1Tm 5.1.
(gr. recém-chegado, estrangeiro = prosélito), cf. Mt 23.15; At 2.11; 6.5; 13.43.
(gr. reunião, comunidade, ajuntamento = sinagoga), cf. Lc 7.5; At 9.2; 13.43.
(gr. favor, graça, benefício = carisma, dom espiritual), cf. 2Tm 1.6; 1Pe 4.10.
(gr. ungido, besuntado, consagrado = Cristo), cf. Mt 2.4; Mc 1.1; Cl 3.24.
No texto original grego do Novo Testamento, existem, também, vários vocábulos tomados de empréstimo do latim, tais como os abaixo relacionados:
palavras de origem latina
: assarius (lat. asse), cf. Mt 10.29; Lc 12.6.
: denarius (lat. denário), cf. Mt 18.28; Mc 6.37; Lc 10.35.
: Caesar (lat. césar, imperador romano), cf. Mt 12.14; Lc 2.1; Fp 4.22.
ou : centurio (lat. centurião), cf. Mc 15.39, 44, 45.
: census (lat. censo, taxa, imposto), cf. Mt 17.25; 22.17; Mc 12.14.
: quadrans (lat. quadrante), cf. Mt 5.26; Mc 12.42; Lc 12.59.
: colonia (lat. colônia), cf. At 16.12.
: custodia (lat. custódia, corpo de guarda), cf. Mt 27.65; 28.11.
8
: legio (lat. legião), cf. Mt 26.53; Mc 5.9; Lc 8.30.
: linteum (lat. toalha), cf. Jo 13.4, 5.
: libertinum, libertus (lat. libertino, liberto), cf. At 6.9.
: libra (lat. libra), cf. Jo 12.3; 19.39.
: milia (lat. milha), cf. Mt 5.41.
: modius (lat. alqueire), cf. Mt 5.15; Mc 4.21; Lc 11.33.
: praetorium (lat. pretório), cf. Mt 27.27; Mc 15.16; Jo 18.28; At
: sicarius (lat. sicário), cf. At 21.38.
: sudarium (lat. sudário), cf. Lc 19.20; Jo 11.44; 20.7; At 19.12.
: flagellum (lat. flagelo, chicote, açoite, látego), cf. Jo 2.15.
23.35.
Existem, ainda, empréstimos de outras línguas que são registrados no texto original grego
do Novo Testamento, tais como:
persa:
palavras de origem persa
(per. compelir, convocar para o serviço), cf. Mt 5.41; 27.32; Mc 15.21.
(per. tesouro, erário), cf. At 8.27.
(per. paraíso), cf. Lc 23.43.
copta ou egípcio:
(cop. ramo
palavras de origem copta
de palmeira), cf. Jo 12.13.
Encontram-se no Novo Testamento grego várias palavras, expressões e nomes calcados
no aramaico e os principais são os seguintes:
palavras e expressões de origem aramaica
: (aram. pai), cf. Mc 14.36; Rm 8.15; Gl 4.6.
: (aram. Hacéldama [campo de sangue]), cf. Mt 27.8; At 1.19.
: (aram. Betesda [casa da misericórdia]), cf. Jo 5.2.
: (aram. Betsaida [casa da pesca]), cf. Mt 11.21; Mc 6.45; Lc 9.10.
ou : (aram. Gábata [calçada]), cf. Jo 19.13.
: ou (aram. Getsêmani [lagar de azeite]), cf. Mt 26.36; Mc 14.32.
: ou (aram. Gólgota [caveira]), cf. Mt 27.33; Mc 15.22; Jo 19.17.
: (aram. Deus meu, Deus meu, por que me
abandonaste?), cf. Mc 15.34.
: (aram. abra-te), cf. Mc 7.34.
: (aram. riqueza, posses), cf. Mt 6.24; Lc 16.13.
: (aram. o nosso Senhor, vem), cf. 1Co 16.22.
: ou (aram. meu mestre, meu senhor), cf. Mc 10.51; Jo 20.16.
: (aram. menina levanta-te), cf. Mc 5.41.
São encontrados no texto grego do Novo Testamento vários vocábulos, nomes e expressões tomadas de empréstimo do hebraico, dentre as quais destacam-se:
9
palavras e expressões de origem hebraica
: (hebr. certamente, amém), cf. Mt 5.18; Mc 3.28; Lc 4.24; Jo 1.51.
: (hebr. Armagedon [monte de Megido]), cf. Ap 16.16.
: (hebr. Baal, senhor), cf. Rm 11.4.
: (hebr. Beelzebu, Belzebu), cf. Mt 10.25; 12.24; Mc 3.22; Lc 11.15.
ou : (hebr. Belial), cf. 2Co 6.15.
: (hebr. Betânia [casa da barca]), cf. Mt 21.17; Mc 11.11; Lc 24.50; Jo 12.1.
: (hebr. Belém [casa do pão, casa do alimento]), cf. Mt 2.1; Lc 2.4; Jo 7.42.
: (hebr. Geena [vale de Hinom]), cf. Mt 5.22; Mc 9.45; Tg 3.6.
: (hebr. Deus meu, Deus meu, por que me abando-
naste?), cf. Mt 27.46.
ou : (hebr. Jerusalém [cidade da paz?]), cf. Mt 23.37; Mc 11.15;
Jo 2.23.
: (hebr. corbã, oblação), cf. Mc 7.11.
: (hebr. messias, ungido, consagrado, Cristo), cf. Jo 1.41; 4.25.
: (hebr. Moloque), cf. At 7.43.
: (hebr. páscoa), cf. Mt 26.2; Mc 14.1; Lc 2.41; At 12.4.
: (hebr. meu mestre, meu senhor), cf. Mt 26.25; Mc 9.5; Jo 1.38.
: (hebr. tolo, burro, insensato), cf. Mt 5.22.
: (hebr. Sabaote, Exércitos, Hostes), cf. Rm 9.29; Tg 5.4.
: (hebr. sábado), cf. Mt 12.8; Mc 2.27; Lc 6.7; Jo 5.9; At 1.12.
: (hebr. saduceu), cf. Mt 22.23; Mc 12.18; Lc 20.27; At 4.1.
ou : (hebr. Satã, Satanás), cf. Mt 4.10; Mc 1.13; Lc 10.18; Ap 2.9.
: (hebr. fariseu), cf. Mt 23.26; Mc 3.6; Lc 7.36; At 23.6-9.
f. Aticismo ou grego helenístico literário (gr. ) (1º e 2º séc.).
O aticismo surgiu durante os dois primeiros séculos da era cristã um movimento literário
que buscava o uso de arcaísmos e formas clássicas que remontavam ao dialeto ático. Tal movimento é conhecido como “aticismo”, que era caracterizado por ser um tipo sofisticado de literatura e por ser, também, um tipo artificial de linguajar, tendo como padrão o dialeto ático do
período clássico. O aticismo é percebido nos seguintes livros bíblicos:
1. Septuaginta: Sabedoria de Salomão, Epístola de Jeremias, 2, 3 e 4Macabeus.
2. Novo Testamento: Lucas e Hebreus.
O aticismo afetou a transmissão textual da Septuaginta, das obras de Flávio Josefo, entre
outras obras. O presbítero Luciano de Antioquia (3º séc.) fez sua recensão do texto da Septuaginta, tendo como objetivo adaptar as formas do coinê do texto bíblico grego para as formas do
ático. Os autores aticistas costumavam fazer correções ou adaptações das formas populares do
coinê em determinado texto grego para as formas clássicas do ático.
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12
2. Alfabeto Grego: Breve Histórico
a. Introdução
Durante o período bíblico foram utilizados alguns sistemas alfabéticos para
representarem os fonemas da língua grega. Como os gregos mantinham contatos constantes
com os povos do antigo Oriente Médio, acabaram por adotar e/ou adaptar um dos antigos
sistemas alfabéticos que foram desenvolvidos e utilizados pelos povos da região.
Basicamente, o alfabeto grego era uma adaptação de um abecedário já existente (cf. abaixo)
que era usado pelos povos que falavam alguma língua semítica, como, por exemplo, os
fenícios. Este tópico tratará de alguns aspectos históricos do sistema alfabético utilizado pelo
povo da Grécia durante a época bíblica.
b. Inscrições alfabéticas e alfabeto fenício
De acordo com os estudiosos, os povos semitas começaram a desenvolver sistemas
alfabéticos desde o início do segundo milênio AEC e tais métodos foram aprimorados com o
passar do tempo, acabando por influenciar outros abecedários mais recentes, como o grego
(cf. abaixo), entre outros. Antes da criação de um sistema alfabético, existiram outros
esquemas de escrita, como cuneiforme na Mesopotâmia e hieroglífico no Egito.
Em Ugarit, a atual Ras Shamra, na região norte da Síria, próxima a Lattaqié, foram
encontradas tabuletas datadas, aproximadamente, de 1400 AEC com inscrições cuneiformes
contendo vinte e sete caracteres consonantais, o que comprova a existência de escrita alfabética.
Por convenção entre os eruditos, tal abecedário é denominado fenício, povo que ocupou a
região entre o século 16 AEC e o 1º século AEC. Várias inscrições que apresentam um sistema
alfabético são atestadas: as inscrições protosinaíticas (c. 1500 AEC), o óstraco abecedário de
Izbet Sartah (c. 1000 AEC), o calendário agrícola de Gezer (c. 950 AEC), a inscrição da pedra
moabita do rei Mesa (c. 840 AEC), os óstracos de Siquém (c. 700 AEC), o papiro Murabba‘at 17
(c. 700 AEC), as inscrições do túnel de Siloé, em Jerusalém (c. 700 AEC), o óstraco de Mesad
Haschabiahu (c. 600 AEC), o óstraco de Laquis (c. 588 AEC) e o óstraco de Arad (c. 500 AEC).
A inscrição no sarcófago do rei Airam, em Biblos (c. 1000 AEC), é uma das mais antigas que
atestam a utilização do sistema alfabético consonantal de proveniência fenícia.
Inicialmente, o alfabeto protocanaanita possuía vinte e sete letras consonantais,
porém, até o século 13 AEC, seu método alfabético passou a adotar vinte e dois caracteres.
Um século mais tarde, tal norma alfabética adotou a escrita da direita para a esquerda,
possivelmente sofrendo influência da escrita herática egípcia. Segundo os eruditos, do século
11 AEC em diante o referido alfabeto semítico é considerado como alfabeto fenício. Com a
adaptação do sistema alfabético fenício surgiu o abecedário paleohebraico por volta do
século 10 AEC, sendo utilizado pelos israelitas em sua comunicação escrita.
c. Alfabeto grego
Entre 1500 AEC e 1200 AEC, na Grécia, os micênicos adaptaram um sistema silábico
de proveniência minóica, conhecido como Linear B, para escreverem uma forma precoce do
grego. Todavia, tal silabário acabou se revelando inadequado para se escrever o idioma.
Consequentemente, os gregos perceberam que um sistema alfabético permitiria um registro
mais preciso de todos os fonemas da língua grega.
Possivelmente, entre o século 11 AEC e o 9o século AEC os gregos teriam adaptado o
seu próprio alfabeto, tendo como base o abecedário de procedência fenícia. Não é sabido
em qual local teria se dado o empréstimo de escrita, porém, alguns estudiosos sugerem que
teria sido em um dos seguintes lugares: Beócia, Creta, Chipre ou Ásia Menor. Sobre a origem
fenícia do alfabeto grego, Heródoto o denomina (gr. letras fenícias).
Os gregos fizeram várias modificações e adaptações que refletiam a sua variada
realidade linguística. Quando o alfabeto fenício foi adotado pelos gregos entre o século 11
13
AEC e o
9º século AEC a direção da escrita era da direita para a esquerda, conforme as línguas
semíticas. Na escrita grega arcaica, a direção da leitura mudava de linha para linha, como um
zigue-zague e a forma da letra também variava (i.e. havia a rotação do caractere), conforme
a direção da escrita em cada linha. Além disso, não havia, ainda, separação entre as palavras.
Tal sistema arcaico de escrita é denominado bustrofédon.1 Posteriormente, os gregos
padronizaram, de maneira definitiva, a direção da escrita: da esquerda para a direita, ao
contrário dos semitas que escreviam da direita para a esquerda. Como não havia algumas
correspondências com a fonética grega, os gregos fizeram algumas adaptações de sinais
gráficos de proveniência semítica para o seu próprio. Algumas consoantes do abecedário
fenício passaram a ser utilizadas para representarem fonemas vocálicos do idioma grego: ’alefalfa = a, hê-épsilon = e, waw-üpsilon = w, hêt-eta = e, yôd-iota = y e ‘ayin-òmicron = o. Além de tais
seis caracteres adaptados, posteriormente os gregos acrescentaram cinco letras novas,
principalmente no final do alfabeto, para representarem fonemas que não existiam no
abecedário de procedência semítica: kapa, üpsilon, fi, psi e ômega.
O alfabeto grego, contendo os acréscimos e as adaptações fonéticas que foram
descritos acima, acabaram influenciando o abecedário latino, via o sistema alfabético etrusco
(cf. abaixo). Uma forma modificada do abecedário grego foi desenvolvida a partir do 2 º
século AEC para registrar o copta, no Egito, se tornando o alfabeto copta. Outra forma foi
desenvolvida no leste europeu no 9º século EC para registrar determinadas línguas eslavas,
como búlgaro, macedônio, russo, bielorrusso, sérvio e ucraniano, se tornando o abecedário
cirílico. Além disso, o alfabeto grego exerceu variados graus de influência na elaboração de
outros abecedários, como o glagolítico, o armênio e o georgiano.
A origem semita do alfabeto grego fica comprovada em virtude da semelhança de
forma, valor fonético e sequência das letras entre os abecedários grego e fenício. Os nomes
dos caracteres no alfabeto grego não possuem significado nenhum em grego, porém, os
mesmos nomes correspondem nas línguas semíticas a vocábulos bem conhecidos e
relacionados com as letras correspondentes, como, por exemplo as quatro primeiras letras
do alfabeto hebraico, que é também de proveniência fenícia: ’álef (, ’élef, boi), bêt (, báît,
casa), guimel (, gāmāl, camelo) e dálet (, délet, porta). Os nomes das quatro primeiras
letras do abecedário grego, alfa, beta, gama e delta, possuem semelhança fonética com os
correspondentes semíticos, todavia, não possuem significação nenhuma em grego.2
O abecedário grego arcaico possuía algumas variações e cada variação era adotada
por um dialeto grego local. As formas do antigo alfabeto grego eram as seguintes: jônico,
ateniense, coríntio, argivo, cretense e eubeiano. A quantidade de letras nas diversas formas
alfabéticas do grego diversificava de vinte e três a vinte e sete caracteres: jônico: 27; ateniense:
23; coríntio: 25; argivo: 26; cretense: 22 e eubeiano: 25. Os seguintes sinais gráficos não
constavam em algumas variantes: a letra csi não constava na variante ateniense; o caractere
sigma não constava nas variedades coríntia e cretense; as letras fi e khi não constavam na
variante cretense; o caractere psi não constava nas variedades ateniense, cretense e eubeiana
e a letra ômega não constava nas variantes ateniense, coríntia, argiva, cretense e eubeiana (cf.
tabela abaixo). Os quatro sinais gráficos que caíram em desuso, digama, san, qopa e sampi,
constavam em algumas variedades alfabéticas: a letra digama constava em todas as variantes;
o caractere san constava nas variedades coríntia, argiva, cretense e eubeiana; a letra qopa
constava em todas as variantes e o caractere sampi constava apenas na variedade jônica. Esses
quatro sinais gráficos gregos arcaicos desapareceram entre o 6º e o 5º século AEC, antes do
1
2
O termo técnico (bustrophēdón), composto pelos vocábulos (bûs, boi) e (strophē,
volta) e pelo sufixo adverbial (dón, como um, ao modo de), faz alusão a bois, que atrelados a um arado,
trilham ao longo de um campo da esquerda para a direita e retornam da direita para a esquerda, cf. Bailly,
2000, p. 374; Yardeni, 2010, p. 7; Naveh, s.d., p. 18, 50, 52, 55.
As quatro palavras gregas que correspondem aos quatro vocábulos hebraicos são: (bûs, boi), (oikía,
casa), (kámēlos, camelo) e (thúra, porta).
14
surgimento da época helenística (4º séc. AEC), quando se desenvolveu o dialeto coinê. Três
dentre as quatro sinalizações gráficas gregas antigas possuem valores numéricos ainda hoje:
digama: 6, qopa: 90 e sampi: 900.
Por volta do 4o século AEC, a variante alfabética do dilaleto jônico substituiu todos
os demais abecedários gregos locais, se tornando o abecedário grego clássico, sendo
constituído por vinte e quatro caracteres. Anteriormente, tal variedade alfabética grega
possuía vinte e sete sinais gráficos, incluindo as três letras arcaicas digama, qopa e sampi (cf.
abaixo). Todavia, antes que tal fato viesse a acontecer, por volta do 7o século AEC, a variante
alfabética do dialeto eubeiano, com vinte e cinco caracteres, foi levada para Cumas, uma
colônia grega no sul da Itália (região conhecida como Magna Grécia). Posteriormente, tal
abecedário grego de Eubeia, na Grécia, via Cumas, foi levado para a Etrúria, na região norte
da Itália e, mais tarde, para os romanos, na região central da Itália. Daí tal variedade alfabética
grega, que foi adotada pelos etruscos, serviu de base, posteriormente, para o
desenvolvimento do abecedário latino (cf. abaixo).
Abaixo, há uma tabela contendo as variantes jônica, ateniense, coríntia, argiva,
cretense e eubeiana do antigo alfabeto grego, com os nomes e a possível pronúncia que cada
letra teve na Antiguidade. O formato dos caracteres obedece às formas gráficas já
padronizadas do atual abecedário grego. Na presente tabela, o desenho gráfico das letras não
é calcado no formato gráfico arcaico que elas tiveram na Antiguidade.
nome
alfa
beta
gama
delta
épsilon
digama
dzeta
eta
theta
iota
kapa
lambda
mü
nü
csi
òmicron
pi
san
qopa
rô
sigma
tau
üpsilon
fi
khi
psi
jônico
ateniense coríntio
argivo
Ϻ
Ϻ
15
cretense eubeiano pronúncia
Ϻ
Ϻ
a
b
g
d
e
v
z
ē
th
i
k
l
m
n
ks
o
p
s
q
r
s
t
u
ph
kh
ps
ômega
sampi
total de
letras
27
letras
23
letras
25
letras
26
letras
22
letras
25
letras
ô
sp
d. Escrita maiúscula
Durante os primeiros oito séculos da história do cristianismo, o texto do Novo
Testamento grego era composto com escrita maiúscula (lat. majusculus, um tanto maior, de
tamanho maior) (que alguns eruditos denominam de escrita uncial [lat. uncia, a duodécima
parte de um todo])3, sem espaços entre as palavras, frases e parágrafos, sem acentuação, sem
aspiração e a pontuação era mínima ou nenhuma (cf. ilustração abaixo). Esta forma de escrita
é denominada scriptio continua (lat. escrita contínua). Além disso, usava-se os nomina sacra (lat.
nomes sacros), que eram abreviaturas para determinados nomes e vocábulos sagrados que
ocorriam com muita frequência no texto bíblico grego, como ( , Deus), ( ,
Senhor), ( , Jesus), ( , Cristo), (
, Jerusalém), (
,
salvador), (
, cruz) etc. Por conseguinte, os textos eram muito difíceis de serem
lidos e os leitores tinham muita dificuldade em determinar o início e o final de palavras, de
frases e de parágrafos. Entre os manuscritos gregos do texto neotestamentário, em formato
de códice (lat. codex, tabuinha de escrever, escrito, registro), que apresentam tal característica
de escrita estão os códices Sinaítico (4º séc.), Vaticano (4º séc.), Alexandrino (5º séc.),
reescrito de Éfrem, o sírio (5º séc.), Cottoniano (5º/6º séc.) e Marchaliano (6º séc.). Os
códices redigidos com letras maiúsculas estiveram em uso entre os cristãos principalmente
do 3º século até o 9º século. Contudo, tal tipo de manuscrito, mesmo sendo utilizado com
menor frequência, circulou entre os cristãos até o século 12. Presume-se que os escritos
originais do Novo Testamento grego foram todos escritos em caracteres gregos maiúsculos,
sem espaços entre as palavras, frases e parágrafos, sem acentos, sem aspiração e sem
pontuação.
Abaixo, consta uma transcrição diplomática de um texto bíblico com escrita
maiúscula: João 1.1 no Códice Sinaítico.
A enarchhnologos
kaiologoshn
prostonq̅nkai
q̅shnologosou
Códice Sinaítico M.B. Add. 43725 (séc. 4). Texto: João 1.1-2; 12-13.
e. Escrita minúscula
Desde o 9º século até o século 15, o texto do Novo Testamento grego passou a ser
composto com escrita minúscula (lat. minusculus, um tanto menor, bastante pequeno) (que
3
Alguns estudiosos argumentam que a palavra maiúsculo seria mais adequada para designar a escrita em
manuscritos redigidos em grego e o vocábulo uncial serviria para designar a escrita em manuscritos
compostos em latim, cf. Paroschi, 2012, p. 23, n. 91.
16
alguns eruditos denominam de escrita cursiva [it. corsivo, executado sem esforço, ligeiro])4,
com o uso sistemático e contínuo de espaços entre as palavras, frases e parágrafos, com
acentuação, com aspiração e com pontuação (cf. ilustração abaixo). Além disso, continuavase a usar os nomina sacra (lat. nomes sacros), como nos manuscritos compostos em letra
maiúscula. Como tinha aumentado muito a procura de cópias do Novo Testamento grego,
os escribas cristãos começaram a adotar a escrita minúscula. O manuscrito com tal forma de
escrita exigia menos pergaminho do que o manuscrito maiúsculo, era mais barato, era menos
volumoso, era mais fácil de se manusear, a produção era mais rápida e a escrita ocupava
menos espaço. Consequentemente, o códice minúsculo podia ser adquirido por um número
maior de pessoas. Contudo, o códice em escrita minúscula era de difícil leitura. Já no século
11, houve domínio absoluto da produção do códice contendo o Novo Testamento grego
com escrita minúscula. Entre os manuscritos gregos do texto neotestamentário, em formato
de códice, que apresentam tal característica de escrita estão os códices 33 (9º séc.), 81 (séc.
11), 788 (séc. 11), 1739 (séc. 10), 2053 (séc. 13) e 2492 (séc. 14). O Códice 461 é o manuscrito
minúsculo mais antigo do Novo Testamento grego, tendo surgido em 835.
Abaixo, consta uma transcrição diplomática de um texto bíblico com escrita
minúscula: Mateus 1.1-2 no Códice NLG 122.
͞͞͞
Códice NLG 122 (séc. 14). Texto: Mateus 1.1-5.
f. Pontuação
Os sinais de pontuação do texto grego do Novo Testamento começaram a surgir
entre o 8º e o 9º século. No 8º século surgiu o ponto de interrogação (;) e no 9º século surgiu
a vírgula (,). Antes de tais marcações, o texto bíblico grego não tinha separações entre
palavras, frases e parágrafos. Tal forma de escrita é nominada scriptio continua (lat. escrita
contínua). Tal sistema também era adotado em textos redigidos em latim, que primeiramente
usou tal costume. De acordo com eruditos, Aristófanes de Bizâncio (c. 257-180 AEC), diretor
da biblioteca de Alexandria, Egito, teria elaborado um sistema de pontuação, aspiração e
acentuação para o texto grego. Contudo, a finalidade de tal método não era gramatical, mas
era uma maneira de orientação de leitura de textos dramáticos compostos em grego. Na
época da composição do Novo Testamento grego, o sistema já existia, mas era rudimentar.
Os mais antigos manuscritos do texto grego neotestamentário, tanto confeccionados em
papiro quanto produzidos em pergaminho, já mostram a utilização de sinais de pontuação,
mesmo que tal uso tenha sido apenas esporádico.
g. Aspiração e acentuação.
Na antiga variante ateniense do alfabeto grego, a aspiração (o espírito áspero [] e o
espírito brando []) de uma vogal era indicada, geralmente, por meio de metades da letra eta
(), mas em tamanho reduzido. As atuais formas arredondadas dos dois espíritos, surgiram
apenas no século 11. Nos antigos manuscritos do texto bíblico grego, sinais de aspiração e
de acentuação eram usados de maneira rara e esporádica até o 7º século. Por volta do 9º
4
Determinados eruditos comentam que o vocábulo minúsculo seria mais adequado para designar a escrita em
textos formais e literários, desenvolvidos a partir da escrita maiúscula e a palavra cursiva serviria para designar
a escrita em textos informais e não literários, cf. Paroschi, 2012, p. 24, n. 95.
17
século, tais sinalizações foram utilizadas de maneira frequente, mas somente após o século
11 se tornaram de uso universal.
h. Pronúncia erasmiana (etacista) e moderna (iotacista)
Não se sabe com certeza absoluta de como teria sido a pronúncia do grego na época
bíblica. Como em qualquer idioma, a pronúncia do grego variava de época para outra e de
local para outro. Às vezes, a pronúncia era refletida também na escrita de determinado texto.
Atualmente, o grego é a língua oficial falada na Grécia e em Chipre e é também a língua
litúrgica da Igreja Ortodoxa Grega. A pronúncia moderna tem suas raízes no grego antigo,
todavia, passou por um longo processo de evolução e de várias transformações.
A pronúncia erasmiana ou etacista (em virtude do som fechado da letra eta), que foi
desenvolvida por Erasmo de Roterdã (1466-1536), é adotada pela maioria dos helenistas e
filólogos. De acordo com tais estudiosos, a pronúncia erasmiana é, teoricamente, aquela que
mais se aproximaria da pronúncia clássica do grego. Nessa prolação hipotética, há a
predominância do padrão de som fechado representado pela letra eta. Em tal sistema de
pronunciação, os caracteres eta e ômega teriam som fechado, como ê e ô, respectivamente.
A pronúncia moderna ou iotacista (em razão do som da letra iota) foi desenvolvida
desde o período do Renascimento (séc. 15 e 16). Nessa pronunciação, há o predomínio do
som da letra iota. Alguns eruditos modernos acreditam que originalmente, no grego coinê, os
caracteres eta e ômega teriam soado com som aberto, como é e ó, respectivamente. Atualmente,
em muitas escolas é ensinado que o som de tais letras deveria ser fechado, soando como ê e
ô, respectivamente. Johann Reuchlin (1455-1522) defendia a prolação iotacista para vários
caracteres e ditongos, como , , , , e , que teriam o mesmo som de i.
Como exemplo, abaixo há uma pequena tabela com a pronúncia entre o grego antigo
(ático e coinê) e o grego moderno (demótico):
palavras
(gr. Santa Sabedoria)
(gr. mulher)
(gr. igreja)
(gr. evangelho)
(gr. Santíssima [a Virgem
(gr. profeta)
(gr. estas coisas)
Maria])
pronúncia antiga
(ático e coinê)
Hagía Sophía
günē
ekklēsía
euangelíon
panagía
prophētēs
taûta
pronúncia moderna
(demótico)
Ánha Sófia
giní
ekklisía
evangélion
pananhá
profítis
tafta
i. Apêndice 1: alfabeto latino
O alfabeto latino é uma derivação do abecedário etrusco, que tinha como base a
variante eubeiana do antigo alfabeto grego. Tanto os etruscos quanto os romanos fizeram
várias adaptações e os formatos dos caracteres seguiram uma evolução própria. O abecedário
latino arcaico tinha apenas vinte e uma letras, tomadas como empréstimo dentre os vinte e seis
caracteres do alfabeto etrusco. Durante o 3º século AEC, a letra zēta (z) caiu em desuso por não
representar nenhum fonema no latim. No 1º século AEC, os caracteres ī graeca (y) e zēta (z)
foram readmitidos, sendo colocados no final do abecedário latino, para representarem
determinados fonemas gregos. Por volta da metade do 1º século EC, a letra ex (x) foi a última
letra a ser acolhida, fechando o abecedário latino. Abaixo, consta uma tabela contendo os vinte
e três sinais gráficos do antigo sistema alfabético latino com os nomes de cada um deles e a
possível pronúncia que eles tiveram na época do Império Romano, por volta do 1º século EC.
18
letras
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
A
B
C
D
E
F
G
H
I
K
L
M
N
O
P
Q
R
S
T
V
Y
Z
X
a
b
c
d
e
f
g
h
i
k
l
m
n
o
p
q
r
s
t
v
y
z
x
nome em latim
ā
bē
cē
dē
pronúncia
ē
ef
gē
hā
ī
kā
el
e
a
b
k
d
f
g
h
i
k
l
em
en
ō
m
pē
qū
er
p
es
tē
ū
ī graeca
zēta
ex
s
n
o
q
r
t
u
i
z
cs
Por fim, mais três caracteres foram acrescentados ao abecedário latino durante o
período medieval, passando a ter vinte e seis sinais gráficos: as letras jota (j), u (u) e dábliu (w).
O caractere j surgiu para distinguir os sinais para a vogal i e a consoante y. A letra u surgiu
para representar o fonema u e para distingui-lo da consoante v. Na língua inglesa, o caractere
w, denominado double-u (ingl. u dobrado), é uma semivogal que representa um fonema entre
a consoante v e a vogal u. No idioma alemão, a letra w, nominada ve, representa a consoante
v e o caractere v, chamado fau, representa a consoante f. Os sinais gráficos j e u surgiram no
início da Idade Média e o sinal gráfico w surgiu no século 11.
Abaixo, há o alfabeto etrusco contendo vinte e seis letras com os nomes de cada uma
delas e a possível pronúncia delas.
letras
1
2
3
4
A
B
C
D
nome em etrusco
a
pronúncia
be
b
ke
k ou g
de
d
19
a
E
V
Z
H
O
I
K
L
M
N
W
o
P
w
q
R
S
T
U
X
[
}
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
e
e
ve
v
ze
z
he
h
the
th
i
i
ka
k
el
l
em
m
en
n
esh
sh
o
o
pe
p
she
ts
ku
q
er
r
es
s
te
t
u
u
eks
ks
phe
ph
khe
kh
j. Apêndice 2: quadro comparativo dos alfabetos grego, etrusco e latino
O quadro comparativo abaixo mostra os abecedários grego, etrusco e latino. A
posição das letras de um sistema alfabético corresponde, aproximadamente, à posição dos
caracteres de outro método alfabético. Obs.: nesta tabela, foram incluídos os quatro sinais
gráficos arcaicos de algumas variantes do alfabeto grego: digama, san, qopa e sampi.
alfabeto grego
alfabeto etrusco
alfabeto latino
pronúncia
A
B
C
D
E
V
Z
H
O
I
K
A
B
C/G
D
E
F
Z
H
-I
K
a
20
b
g
d
e
v
z
ē
th
i
k
Ϻ
L
M
N
W
o
P
w
q
R
S
T
U
[
}
----
L
M
N
-O
P
l
m
n
ks
o
p
--
s
Q
R
S
T
V
------
q
r
s
t
u
ph
kh
ps
ô
sp
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2008, p. 68-69.
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21
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SOARES, Esequias. Gramática Prática de Grego. São Paulo: Hagnos, 2011, p. 35 e 103.
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Página
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en.wikipedia.org/wiki/Archaic_Greek_alphabets#CITEREFJeffery1961.
22
3. Alfabeto Grego
a. Alfabeto
O alfabeto grego (gr. , alfabeto) é constituído por 24 letras.
letras
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
nome
da letra
alfa
designação
em grego
a
a
valor
numérico
1
beta
b
b
2
gama
g
g
3
delta
d
d
4
épsilon
ἒ
e
é
5
dzeta
dz
dz
7
eta
ē
ê
8
theta
th
th
9
iota
i
i
10
kapa
k
k
20
lambda
l
l
30
mü
m
m
40
nü
n
n
50
csi
x
cs
60
òmicron
o
ó
70
pi
p
p
80
rô
r
r
100
sigma
s
s
200
tau
t
t
300
üpsilon
ü
y
400
fi
ph
f
500
khi
kh
kh
600
psi
ps
ps
700
ômega
ō
ô
800
23
transliteração
e pronúncia
b. Alfabeto grego com letras de fôrma e com letras simplificadas
letras
de fôrma
letras
simplificadas
Α
Β
Γ
Δ
Ε
Ζ
Η
Θ
Ι
Κ
Λ
Μ
Ν
Ξ
Ο
Π
Ρ
Σ
Τ
Υ
Φ
Χ
Ψ
Ω
,
α
β
γ
δ
ε
ζ
η
θ
ι
κ
λ
μ
ν
ξ
ο
π
ρ
σ, ς
τ
υ
φ
χ
ψ
ω
Além das 24 letras, o alfabeto grego primitivo continha mais quatro caracteres que se
tornaram obsoletos com o passar do tempo:
, (digama ou vau): som v. Este caractere situava-se entre as letras épsilon (, ) e dzeta (, ).
24
Ϻ, ϻ (san): som s. Este caractere situava-se entre as letras pi (, ) e qopa (, ).
, (qopa): som q. Este caractere situava-se entre as letras san (Ϻ, ϻ) e rô (, ).
, (sampi): som sp. Este caractere situava-se após a letra ômega (, ).
c. Alfabeto grego com as letras digama, san, qopa e sampi
letras
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
Ϝ
Ϻ
ϻ
,
Ϡ
ϡ
nome
alfa
transliteração
pronúncia
a
a
beta
b
b
gama
g
g
delta
d
d
épsilon
e
é
digama
v
v
dzeta
dz
dz
eta
ē
ê
theta
th
th
iota
i
i
kapa
k
k
lambda
l
l
mü
m
m
nü
n
n
csi
x (cs)
cs
òmicron
o
ó
pi
p
p
san
s
s
qopa
q
q
rô
r
r
sigma
s
s
tau
t
t
üpsilon
ü
y
fi (phi)
ph (f)
f
xi (khi)
kh
kh
psi
ps
ps
ômega
ō
ô
sampi
sp
sp
25
d. Alfabeto grego com os nomes clássicos e modernos
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
letras
designação
em grego
nome
moderno
alfa
pronúncia
nome
clássico
alfa
beta
vita
v
gama
gama
g ou y
delta
delta
d
ἒ
épsilon
épsilon
é
dzeta
zita
z
eta
ita
iy
theta
thita
th
iota
iota
iy
kapa
kapa
k
lambda
landa
l
mü
mi
m
nü
ni
n
csi
csi
cs
òmicron
ómicron
o
pi
pi
p
rô
rô
r
sigma
sigma
s ou z
tau
taf
t
üpsilon
ípsilon
iy
fi
fi
f
khi
khi
kh
psi
psi
ps
ômega
ômega
o
a
Referências Bibliográficas
BAILLY, Anatole (ed.). Le Grand Bailly - Dictionnaire Grec-Français. Paris: Hachette, 2000.
FRANCISCO, Edson de F. “Sistemas de Transliteração: Hebraico, Aramaico e Grego”. In: idem,
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FREIRE, Antônio. Gramática Grega. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 3-11.
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MURAOKA, Takamitsu. A Greek-English Lexicon of the Septuagint. Louvain-Paris-Walpole, MA:
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SCHALKWIJK, Francisco L. Coinê: Pequena Gramática do Grego Neotestamentário. 8. ed. Patrocínio:
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WOODRUFF, Archibald M. Grego Se Entende. Apostila, texto não publicado. São Paulo-São
Bernardo do Campo: Seminário Presbiteriano Independente-Faculdade de Teologia da
Igreja Metodista, 2003, p. 1-2.
27
4. Acentuação, Aspiração, Pontuação e Ditongos
a. Acentuação
Acento agudo: . Ex.: (diákonos, diácono, servente), (kósmos, mundo, universo).
Acento grave: . Ex.: (tòn líthon, a pedra), (tòn theón, o deus).
Acento circunflexo: . Ex.: (dōr̂ on, dom, presente), (pneûma, espírito, sopro, ar).
No grego bíblico, o acento agudo aparece na sílaba tônica nas três posições finais de um
vocábulo sobre vogais ou ditongos, como oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. O acento
grave aparece somente na última sílaba de uma palavra. Este acento substitui o acento agudo em
palavras oxítonas que aparecem no meio da frase, quando são seguidas imediatamente por
vocábulos que possuem o acento agudo:
(kaì ho lógos,
e a palavra), (pròs tòn theón, para o Deus),
(apò tû theû, da parte de Deus), (dià tēŝ didakhḗs, por meio do ensinamento).
No grego bíblico, a palavra é classificada de acordo com a acentuação:
Oxítona: leva o acento agudo na última sílaba: (kairós, momento).
Paroxítona: leva o acento agudo na penúltima sílaba: (kósmos, mundo).
Proparoxítona: leva o acento agudo na antepenúltima sílaba: (apóstolos, apóstolo).
Perispômena: leva o acento circunflexo na última sílaba: (legō,̂ digo).
Properispômena: leva o acento circunflexo na penúltima sílaba: (glōŝ sa, língua).
Barítona: não leva acento na última sílaba: (díkaios, justo).
b. Espíritos ou aspiração
Espírito brando (aspiração branda): . Ex.: (anḗr, homem), (agápē, amor).
Espírito áspero (aspiração áspera): . Ex.: (harmonía, harmonia), (hǘdōr, água).
c. Iota subscrito e iota adscrito
, . Ex.: (ádein, cantar), (hádēs, hades).
, . Ex.: (bálē, se ele jogasse), (lēstḗs, ladrão).
, . Ex.: (ōón, ovo), (ōdḗ, ode, cântico).
d. Pontuação
Ponto final: . Ex.: (Theós., Deus.).
Ponto e vírgula, dois pontos e ponto de exclamação:. Ex.: (Thée!, Deus!).
Ponto de interrogação: . Ex.: (Theós?, Deus?).
Vírgula: . Ex.: (Theós,, Deus,).
28
e. Trema
. Ex.: (pro-í-ēmi, envio), (a-í-dios, eterno), (pró-i-mos, cedo).
f. Apóstrofo
. Ex.: [, apò arkhēŝ ] (ap’ arkhēŝ , desde o início), [,
tutó éstin] (tut’ éstin, isto é).
g. Ditongos
(ai). Ex.: (kaí, e, mas), (eînai, ser).
(ei). Ex.: (blépein, ver), (gráphein, escrever).
(oi). Ex.: (poiéō, faço), (lógoi, palavras).
(au). Ex.: (taûta, estes), (amaurós, não claramente visível).
(eu). Ex.: (epísteusan, creram), (ankhisteutḗs, parente mais próximo).
(u). Ex.: (dûlos, servo, servente, escravo), (tûtó, isto).
h. Ditongos com espírito brando
(ai). Ex.: (airō, levanto), (aiṓn, século, época).
(ei). Ex.: (eimí, sou), (eikē,̂ sem causa, futilmente).
(oi). Ex.: (oikonómos, mordomo, administrador), (oíkos, casa, família).
(au). Ex.: (autû, aqui), (austērós, austero).
(eu). Ex.: (eudía, tempo bom), (eulabēŝ , devoto, temente a Deus).
(ēu). Ex.: (ēucsḗthēn, fui crescido), (ēufránthēn, fui alegrado).
(u). Ex.: (uranós, céu), (urías, Urias).
i. Ditongos com espírito áspero
(hai). Ex.: (haîma, sangue), (haíresis, escolha [de uma ideia]).
(hei). Ex.: (heîs, um), (heistḗkein, permanecer, ficar em pé).
(hoi). Ex.: (hoîos, qual), (hoiosdēpotûn, qualquer).
(hui). Ex.: (huiós, filho), (huiothesía, adoção).
(hau). Ex.: (haútē, esta), (haûtai, estas).
(heu). Ex.: (heurískō, encontro, acho), (heúdō, durmo, repouso).
(hēu). Ex.: (hēurámēn, encontrei para mim), (hēúēna, sequei).
(hu). Ex.: (hûtos, este), (hútōs, assim, deste modo, de tal maneira).
j. Classificação das vogais
breves
longas
29
breves ou longas
sonoras
aspiradas
k. Classificação das consoantes
mudas
surdas
labiais
guturais
dentais
líquidas
sibilantes
l. Pronúncia das letras guturais gama, kapa e khi antes da letra gama
Quando as letras , e aparecem antes da letra devem ser pronunciadas como (n):
letra gutural com gama
pronúncia
exemplo
(ángelos, mensageiro, anjo)
(ng)
(nk)
(nkh)
(énklēma,
acusação)
(sǘnkhüsis, confusão,
Códice NLG 122 (séc. 14). Texto: Mateus 1.1-5.
30
agitação)
B. Aland; K. Aland et alii (eds.), Novum Testamentum Graece
(28. ed. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 2012, p. 1). Texto: Mateus 1.1-5.
Referências Bibliográficas
BAILLY, Anatole (ed.). Le Grand Bailly - Dictionnaire Grec-Français. Paris: Hachette, 2000.
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RUSCONI, Carlo. Dicionário do Grego do Novo Testamento. São Paulo: Paulus, 2003.
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Bernardo do Campo: Seminário Presbiteriano Independente-Faculdade de Teologia da
Igreja Metodista, 2003, p. 1-2.
31
5. Pronúncia das Consoantes e das Vogais
Neste texto, todas as consoantes gregas com todas as vogais são transliteradas, seguindo
padrão acadêmico de transliteração.
ba
be
bē
bi
bo
bü
bō
ga
ge
gē
gi
go
gü
gō
da
de
dē
di
do
dü
dō
dza
dze
dzē
dzi
dzo
dzü
dzō
thi
tho
thü
thō
tha
the
thē
ka
ke
kē
ki
ko
kü
kō
la
le
lē
li
lo
lü
lō
mi
mo
mü
mō
ma
me
mē
32
na
ne
nē
ni
no
nü
nō
xa
xe
xē
xi
xo
xü
xō
pa
pe
pē
pi
po
pü
pō
ra
re
rē
ri
ro
rü
rō
sa
se
sē
ta
te
tē
pha
phe
phē
si
so
sü
sō
ti
to
tü
tō
phi
pho
phü
phō
kha
khe
khē
khi
kho
khü
khō
psa
pse
psē
psi
pso
psü
psō
33
Exemplos de palavras gregas transliteradas e separadas por sílabas:
kós-mos
bí-os
tó-pos
sō-̂ ma
rē-̂ ma
u-ra-nós
ha-mar-tí-a
pa-ru-sí-a
pro-phḗ-tēs
ek-klē-sí-a
en-to-lḗ
hē-mé-ra
sü-na-gō-gḗ
án-thrō-pos
di-a-thḗ-kē
an-ge-lí-a
di-á-ko-nos
po-nē-rí-a
kar-dí-a
a-gá-pē
pró-sō-pon
ba-si-le-í-a
ho-dós
sō-tē-rí-a
Exercício: fazer a transliteração das seguintes palavras gregas:
Exercício: fazer a transliteração das seguintes palavras portuguesas transliteradas em letras gregas:
Referências Bibliográficas
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Bernardo do Campo: Seminário Presbiteriano Independente-Faculdade de Teologia da
Igreja Metodista, 2003, p. 1-2.
35
6. Artigo Definido
a. Formas
O artigo definido no grego bíblico possui três gêneros: masculino, feminino e neutro.
Assim como os substantivos, o artigo definido também é declinado.
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino
singular
feminino
plural
masculino feminino
neutro
neutro
Exemplos de palavras declinadas com o artigo definido no singular e no plural:
casos
masculino singular
feminino singular
neutro singular
nominativo (o anjo)
(a igreja)
(a criança)
genitivo
(do anjo) (da igreja) (da criança)
locativo
(no anjo)
(na igreja)
(na criança)
acusativo
(o anjo)
(a igreja)
(a criança)
casos
nominativo
genitivo
locativo
acusativo
masculino plural
(os anjos)
(dos anjos)
(nos anjos)
(os anjos)
feminino plural
(as igrejas)
(das igrejas)
(nas igrejas)
(as igrejas)
neutro plural
(as crianças)
(das crianças)
(nas crianças)
(as crianças)
Exemplos de palavras e expressões com artigo definido no NTI:
Lucas 7.15
(...) e
sentou-se
o morto
e
começou
a falar, (...)
Lucas 20.9
começou
e
para
o povo
a falar
a parábola
esta:
João 2.5
diz
a mãe
dele
aos serventes (...)
João 2.15
(...) do templo
as tanto ovelhas
e
os bois,
e
dos cambistas (...)
João 21.21
a este
pois
vendo
o Pedro
diz
ao Jesus, (...)
36
Exercício: tradução
37
7. Substantivo: Gêneros
a. Formas
O substantivo no grego bíblico possui três gêneros: masculino, feminino e neutro. O
gênero é identificado por meio dos artigos definidos (para masculino), (para feminino) e
(para neutro).
→ para palavras de gênero masculino.
→ para palavras de gênero feminino.
→ para palavras de gênero neutro.
Exemplos de palavras e seus respectivos gêneros:
masculino
feminino
(o homem)
(o amor)
(o mestre)
(o anúncio)
(o servo)
(o reino)
(a morte)
(a mulher)
(o mundo)
(o serviço)
(o senhor)
(a glória)
(a palavra)
(a igreja)
(a casa, a família)
(o coração)
(o céu)
(a noite)
(o pai)
(a casa, a família)
(a cruz)
(a carne)
(o filho)
(a salvação)
neutro
(o sangue)
(a misericórdia)
(o trabalho)
(a vontade)
(o templo)
(o nome)
(a criança)
(o espírito)
(o rosto)
(a palavra, o dito)
(o corpo)
(a água)
Observação: nem sempre há concordância entre o grego e o português em relação
ao gênero dos substantivos. Por exemplo, o vocábulo palavra é de gênero feminino em português, porém, o seu correspondente, o item lexical (gr. palavra), é de gênero masculino
em grego. A palavra amor é de gênero masculino em português, mas o seu análogo, o vocábulo (gr. amor), é de gênero feminino. As palavras neutras em grego serão de gênero
masculino ou feminino em português, conforme a situação. Por exemplo, o vocábulo
(gr. espírito) é de gênero neutro em grego, mas o seu correspondente, a lexia espírito, é de
gênero masculino em português. A palavra (gr. criança) é de gênero neutro em grego,
mas o seu equivalente, o vocábulo criança, é de gênero feminino em português.
Além do grego, o gênero neutro também é encontrado em outras línguas indo-europeias, como, por exemplo, o latim. O português, que é uma língua neolatina derivada do
latim, contém raríssimos resquícios do gênero neutro desse idioma indo-europeu, que são
encontrados em alguns pronomes demonstrativos, como aquilo (lat. accuillud), isto (lat. istud) e
isso (lat. ipsum).1 Um certo número de gramáticos da língua portuguesa classifica tais pronomes demonstrativos como neutros ou como invariáveis.2
Exemplos de palavras e expressões de gêneros distintos no NTI:
Marcos 1.12
1
2
E
logo
o espírito
o
impele
para
o deserto.
Cf. Houaiss e Villar, 2009, p. 168, 169 e 1116; Santos Saraiva, 2000, p. 571, 636 e 639; Gaffiot, 2000, p. 776,
865 e 871; Azeredo, 2014, p. 178; Cunha, 1986, p. 61, 327 e 329; Cunha e Cintra, 2001, p. 329; Paiva, 2008,
p. 189; Borregana, 2006, p. 66 e Almeida, 2000, p. 161 e 163.
Cf. Cunha e Cintra, 2001, p. 329 e Azeredo, 2014, p. 178.
38
Marcos 1.15
(...) o tempo
e
aproximou-se
o reino
de Deus; (...)
Lucas 6.41
o cisco
em o olho
do irmão
teu,
João 1.29
Eis
o cordeiro
de Deus
o que tira
o pecado
do mundo.
Exercício: tradução
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Napoleão M. de. Gramática Latina: Curso Único e Completo. 29. ed. São Paulo: Saraiva,
2000, p. 161 e 163.
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Publifolha,
2014, p. 178.
BORREGANA, António A. Gramática Latina. Lisboa: Lisboa Editora, 2006, p. 66.
CUNHA, Antônio G. Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1986, p. 61, 327 e 329.
CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 3. ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 329.
GAFFIOT, Félix (ed.). Le Grand Gaffiot Dictionnaire Latin-Français. Paris: Hachette, 2000, p. 776,
865 e 871.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro S. (eds.). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2009, p. 168, 169 e 1116.
PAIVA, Dulce de F. “Século XV e Meados do Século XVI”. In: SPINA, Segismundo (org.).
História da Língua Portuguesa. Cotia: Ateliê Editorial, 2008, p. 147-239.
SANTOS SARAIVA, F. R. dos (ed.). Novíssimo Dicionário Latino-Português: Etimológico, Prosódico,
Histórico, Geográfico, Mitológico, Biográfico, etc. 11. ed. Rio de Janeiro-Belo Horizonte:
Garnier, 2000, p. 571, 636 e 639.
39
8. Substantivo: Declinações e Casos
a. Declinação
No grego bíblico, os substantivos são declinados, isto é, o substantivo sofre alguma
modificação morfológica quando exerce determinada função dentro da frase. Quando o
substantivo possui a função de sujeito adquire uma forma específica, mas quando possui a
função de objeto direto possui outra forma específica, assim por diante.
Nos idiomas indo-europeus o sistema de declinação dos substantivos também é verificado. Abaixo, há dois exemplos entre o grego, o latim e o armênio, que são idiomas parentes que pertencem à família indo-europeia, mostrando os vocábulos palavra e reino no
nominativo (o caso que indica o sujeito) e os vocábulos Cristo e Senhor no genitivo (o caso
que indica relação de posse). Percebe-se que o final das palavras sofre alguma modificação
morfológica nas três línguas.
grego
latim
armênio
nominativo
(gr. lógos)
verbum (lat. uerbum)
q0sk (arm. khosq)
grego
latim
armênio
nominativo
(gr. Khristós)
Christus (lat. Christus)
Krisdos (arm. Qrisdos)
genitivo
(gr. Khristû)
Christi (lat. Christi)
Krisdosi (lat. Qrisdosi)
Exemplo 1: a palavra de Cristo.
grego: (gr. hó lógos tû Khristû).
latim: verbum Christi (lat. uerbum Christi).
armênio: q0sku Krisdosi (arm. khosqë Qrisdosi).
grego
latim
armênio
nominativo
(gr. basileía)
regnum (lat. regnum)
arka3ov;ivn (arm. arqayutiun)
grego
latim
armênio
nominativo
(gr. Kýrios)
Dominus (lat. Dominus)
Der (arm. Der)
genitivo
(gr. Kyríu)
Domini (lat. Domini)
Dero]u (arm. Derotchë)
Exemplo 2: o reino do Senhor.
grego: (gr. hê basileía tû Kyríu).
latim: regnum Domini (lat. regnum Domini).
armênio: arka3ov;ivnu Dero]u (arm. arqayutiunë Derotchë).
O grego bíblico possui três declinações e os substantivos são declinados seguindo o
padrão de uma delas. As três declinações do grego bíblico são as seguintes:
Primeira declinação: substantivos terminados com e .
Segunda declinação: substantivos terminados com e .
Terceira declinação: substantivos com radicais terminados geralmente em consoante.
40
Na primeira e na segunda declinações o sufixo de genitivo possui duas letras (
e ) e na terceira declinação o sufixo de genitivo é variado, podendo ter três, quatro ou cinco
caracteres (etc.). O sufixo de genitivo indica qual declinação pertence a palavra, se pertence à primeira, se à segunda ou se à terceira. É importante
observar tanto a terminação da palavra quanto o sufixo de genitivo para saber à qual declinação pertence o vocábulo. No quadro abaixo há a identificação das três declinações, levando
em consideração a terminação (term.) da palavra e o sufixo de genitivo (suf. gen.):
primeira declinação
term.
suf. gen.
segunda declinação
term.
suf. gen.
terceira declinação
term.
suf. gen.
consoante
consoante
consoante
consoante
consoante
consoante
consoante
consoante
consoante
consoante
consoante
consoante
consoante
consoante
Exemplos de palavras e suas respectivas declinações:
primeira declinação
segunda declinação
(amor)
(reino, reinado)
(terra)
(aliança, testamento)
(glória)
(paz)
(igreja)
(coração)
(casa, família)
(salvação)
(diácono, servente)
(deus, Deus)
(templo)
(tempo, momento)
(mundo, universo)
(senhor, Senhor)
(palavra, dito)
(céu)
(lugar)
(ungido, Cristo)
terceira declinação
(sangue)
(rei)
(vontade)
(mãe)
(pai)
(espírito, sopro,
(fogo)
(carne)
(corpo)
(água)
ar)
b. Casos (funções)
O grego bíblico possui oito tipos de casos (ou funções). O caso indica qual é a função
gramatical do substantivo dentro da frase. Os oito casos são os seguintes:
nominativo Este caso indica sujeito ou atributo do sujeito.
(Deus é o Senhor).
(a palavra de Deus).
(o trabalho do Senhor).
genitivo
Este caso indica relação de posse.
(o reino de Deus).
41
(o coração do servo).
(a casa do irmão).
ablativo
Este caso indica origem, procedência ou separação.
(a glória desce de Deus).
(o anjo desce do céu).
(o profeta sai de Jerusalém).
locativo
Este caso indica lugar ou posição.
(o anjo está no céu).
(a glória está na igreja).
(o pão está no templo).
instrumental Este caso indica meio ou instrumento.
(João batiza com a água).
(Deus abençoa com o espírito).
(pegamos a pedra com a mão).
dativo
Este caso indica objeto indireto.
(lanço a pedra ao irmão).
(Deus envia o anjo ao mundo).
(o Senhor envia o apóstolo à igreja).
acusativo
Este caso indica objeto direto.
(eu vi o céu).
(o presbítero guia a igreja).
(o servo é enviado para a casa).
vocativo
Este caso indica invocação ou exclamação.
(Senhor, salva-me!).
(Deus, tenha misericórdia de nós!).
(Cristo, tu és a salvação!).
c. Exemplos das três declinações
Como exemplo, abaixo há a declinação de substantivos de gênero masculino, feminino e neutro tanto no singular quanto no plural nas três declinações. O artigo definido também é declinado junto com o referido substantivo.
i. Segunda declinação
segunda declinação: substantivo masculino (deus, Deus)
casos
singular
plural
nominativo
(o deus)
(os deuses)
genitivo
(do deus)
(dos deuses)
ablativo
(do deus)
(dos deuses)
locativo
(no deus)
(nos deuses)
instrumental
(com o deus)
(com os deuses)
dativo
(ao deus)
(aos deuses)
acusativo
(o deus)
(os deuses)
vocativo
(deus!)
(deuses!)
42
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
segunda declinação: substantivo feminino (livro)
singular
plural
(o livro)
(os livros)
(do livro)
(dos livros)
(do livro)
(dos livros)
(no livro)
(nos livros)
(com o livro)
(com os livros)
(ao livro)
(aos livros)
(o livro)
(os livros)
(livro!)
(livros!)
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
segunda declinação: substantivo neutro (templo)
singular
plural
(o templo)
(os templos)
(do templo)
(dos templos)
(do templo)
(dos templos)
(no templo)
(nos templos)
(com o templo)
(com os templos)
(ao templo)
(aos templos)
(o templo)
(os templos)
(templo!)
(templos!)
ii. Primeira declinação
primeira declinação: substantivo feminino (casa, família), genitivo em
casos
singular
plural
nominativo
(a casa)
(as casas)
genitivo
(da casa)
(das casas)
ablativo
(da casa)
(das casas)
locativo
(na casa)
(nas casas)
instrumental
(com a casa)
(com as casas)
dativo
(à casa)
(às casas)
acusativo
(a casa)
(as casas)
vocativo
(casa!)
(casas!)
primeira declinação: substantivo feminino (língua), genitivo em
casos
singular
plural
nominativo
(a língua)
(as línguas)
genitivo
(da língua)
(das línguas)
ablativo
(da língua)
(das línguas)
locativo
(na língua)
(nas línguas)
instrumental
(com a língua)
(com as línguas)
dativo
(à língua)
(às línguas)
acusativo
(a língua)
(as línguas)
vocativo
(língua!)
(línguas!)
primeira declinação: substantivo feminino (escrito), genitivo em
casos
singular
plural
nominativo
(o escrito)
(os escritos)
genitivo
(do escrito)
(dos escritos)
ablativo
(do escrito)
(dos escritos)
locativo
(no escrito)
(nos escritos)
43
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
(com o escrito)
(ao escrito)
(o escrito)
(escrito!)
(com os escritos)
(aos escritos)
(os escritos)
(escritos!)
primeira declinação: substantivo masculino (jovem), genitivo em
casos
singular
plural
nominativo
(o jovem)
(os jovens)
genitivo
(do jovem)
(dos jovens)
ablativo
(do jovem)
(dos jovens)
locativo
(no jovem)
(nos jovens)
instrumental
(com o jovem)
(com os jovens)
dativo
(ao jovem)
(aos jovens)
acusativo
(o jovem)
(os jovens)
vocativo
(jovem!)
(jovens!)
primeira declinação: substantivo masculino (profeta), genitivo em
casos
singular
plural
nominativo
(o profeta)
(os profetas)
genitivo
(do profeta)
(dos profetas)
ablativo
(do profeta)
(dos profetas)
locativo
(no profeta)
(nos profetas)
instrumental
(com o profeta)
(com os profetas)
dativo
(ao profeta)
(aos profetas)
acusativo
(o profeta)
(os profetas)
vocativo
(profeta!)
(profetas!)
iii. Terceira declinação, 1ª parte
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
terceira declinação: substantivo masculino (pai)
singular
plural
(o pai)
(os pais)
(do pai)
(dos pais)
(do pai)
(dos pais)
(no pai)
() (nos pais)
(com o pai)
() (com os pais)
(ao pai)
() (aos pais)
(o pai)
(os pais)
(pai!)
(pais!)
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
terceira declinação: substantivo feminino (mãe)
singular
plural
(a mãe)
(as mães)
(da mãe)
(das mães)
(da mãe)
(das mães)
(na mãe)
() (nas mães)
(com a mãe)
() (com as mães)
(à mãe)
() (às mães)
(a mãe)
(as mães)
(mãe!)
(mães!)
44
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
terceira declinação: substantivo neutro (espírito)
singular
plural
(o espírito)
(os espíritos)
(do espírito)
(dos espíritos)
(do espírito)
(dos espíritos)
(no espírito)
() (nos espíritos)
(com o espírito) () (com os espíritos)
(ao espírito)
() (aos espíritos)
(o espírito)
(os espíritos)
(espírito!)
(espíritos!)
iv. Terceira declinação, 2ª parte
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
terceira declinação: substantivo masculino (rei)
singular
plural
(o rei)
(os reis)
(do rei)
(dos reis)
(do rei)
(dos reis)
(no rei)
() (nos reis)
(com o rei)
() (com os reis)
(ao rei)
() (aos reis)
(o rei)
(os reis)
(rei!)
(reis!)
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
terceira declinação: substantivo feminino (mulher)
singular
plural
(a mulher)
(as mulheres)
(da mulher)
(das mulheres)
(da mulher)
(das mulheres)
(na mulher)
() (nas mulheres)
(com a mulher)
() (com as mulheres)
(à mulher)
() (às mulheres)
(a mulher)
(as mulheres)
(mulher!)
(mulheres!)
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
terceira declinação: substantivo neutro (nação)
singular
plural
(a nação)
(as nações)
(da nação)
(das nações)
(da nação)
(das nações)
(na nação)
() (nas nações)
(com a nação)
() (com as nações)
(à nação)
() (às nações)
(a nação)
(as nações)
(nação!)
(nações!)
Exemplos de palavras e expressões declinadas no NTI:
Mateus 3.2
(...) aproximou-se
pois
o reino
dos céus.
45
Mateus 28.19
(...) em
o nome
do pai
e
do filho
e
do espírito santo,
Marcos 1.29
(...) da sinagoga
saindo
vieram
para a casa
de Simão (...)
Exercício: tradução
46
9. Adjetivo: Gêneros, Declinações e Casos
a. Formas
O adjetivo no grego bíblico possui três gêneros: masculino, feminino e neutro. No
nominativo singular a maioria dos adjetivos é identificada por meio das seguintes terminações:
→ para adjetivos de gênero masculino.
ou → para adjetivos de gênero feminino.
→ para adjetivos de gênero neutro.
Exemplos de adjetivos e seus respectivos gêneros:
masculino
(bom)
(amado)
(santo)
(verdadeiro)
(justo)
(outro)
(puro)
(novo)
(mau)
(bonito)
(chamado)
([o] comum)
([o] grande)
(pequeno)
([o] igual)
(velho)
([o] fiel)
feminino
(boa)
(amada)
(santa)
(verdadeira)
(justa)
(outra)
(pura)
(nova)
(má)
(bonita)
(chamada)
([a] comum)
([a] grande)
(pequena)
([a] igual)
(velha)
([a] fiel)
neutro
(bom/boa)
(amado/amada)
(santo/santa)
(verdadeiro/verdadeira)
(justo/justa)
(outro/outra)
(puro/pura)
(novo/nova)
(mau/má)
(bonito/bonita)
(chamado/chamada)
([o/a] comum)
([o/a] grande)
(pequeno/pequena)
([o/a] igual)
(velho/velha)
([o/a] fiel)
b. Função
O adjetivo do grego bíblico qualifica o substantivo, sempre concordando com este
em gênero (masculino, feminino e neutro), número (singular e plural) e caso (nominativo,
genitivo, ablativo, locativo, instrumental, dativo, acusativo e vocativo). Isto é, quando o substantivo estiver no caso nominativo o adjetivo também estará no mesmo caso, quando o substantivo estiver no caso genitivo o adjetivo estará no mesmo caso, assim por diante.
Exemplo do adjetivo de gênero masculino (gr. bom) que concorda com o
substantivo de gênero masculino (gr. Senhor) nos oito casos e no singular e no plural:
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
singular
(o Senhor bom).
(do Senhor bom).
(desde o Senhor bom).
(no Senhor bom).
(com o Senhor bom).
(ao Senhor bom).
(para o Senhor bom).
(Senhor bom!).
47
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
plural
(os Senhores bons).
(dos Senhores bons).
(desde os Senhores bons).
(nos Senhores bons).
(com os Senhores bons).
(aos Senhores bons).
(para os Senhores bons).
(Senhores bons!).
c. Exemplos de declinação do adjetivo
Como exemplo, abaixo há a declinação do adjetivo (gr. santo) nos gêneros
masculino, feminino e neutro tanto no singular quanto no plural. Esse exemplo serve como
padrão para os adjetivos da primeira e da segunda declinações com radicais terminados em
(ex.: , novo), (ex.: , velho) ou (ex.: , pequeno).
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino singular
feminino singular
neutro singular
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino plural
feminino plural
neutro plural
Como outro exemplo, abaixo há a declinação do adjetivo (gr. bonito) nos gêneros masculino, feminino e neutro tanto no singular quanto no plural. Esse exemplo serve
como padrão para os adjetivos da primeira e da segunda declinações com outros radicais,
como (ex.: , bom), (ex.: , mau), (ex.: , inteiro), (ex.: , novo),
(ex.: , chamado), (ex.: , [o] grande), (, pobre), (, sábio) etc.
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino singular
feminino singular
neutro singular
48
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino plural
feminino plural
neutro plural
Quadro das terminações dos adjetivos de primeira e de segunda declinações.
singular
feminino
caso
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino
caso
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino
feminino
neutro
plural
neutro
Como exemplo, abaixo há a declinação do adjetivo (gr. indecente) no gênero
masculino, feminino e neutro tanto no singular quanto no plural. Esse exemplo serve como
padrão para os adjetivos da terceira declinação terminados em (ex.: , indecente).
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino singular
feminino singular
neutro singular
casos
nominativo
genitivo
ablativo
masculino plural
feminino plural
neutro plural
49
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
()
()
()
()
()
()
()
()
()
Exemplo que serve como padrão para os adjetivos da terceira declinação terminados
em (ex.: , verdadeiro).
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino singular
feminino singular
neutro singular
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino plural
feminino plural
neutro plural
()
()
()
()
()
()
()
()
()
Exemplo que serve como padrão para os adjetivos da terceira declinação terminados
em (ex.: , profundo).
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino singular
feminino singular
neutro singular
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino plural
feminino plural
neutro plural
()
()
()
()
()
()
50
Exemplo que serve como padrão para os adjetivos da terceira declinação terminados
em (ex.: , todo).
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino singular
feminino singular
neutro singular
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
vocativo
masculino plural
feminino plural
neutro plural
()
()
()
()
()
()
d. Usos do adjetivo
O adjetivo no grego bíblico pode ter duas funções: atributiva e predicativa (função
de predicado, o adjetivo faz uma afirmação sobre o substantivo).
i. Uso atributivo: função de atributo, o adjetivo qualifica o substantivo. Esquema de formação: o adjetivo com artigo definido antecede o substantivo ou tanto o adjetivo quanto o
substantivo possuem artigo definido.
Exemplos:
uso atributivo
(o santo anjo)
(a amada igreja)
(o mau espírito)
(o anjo santo)
(a igreja amada)
(o espírito mau)
ii. Uso predicativo: função de predicado, o adjetivo faz uma afirmação sobre o substantivo
e o verbo ser/estar é subentendido na tradução. Esquema de formação: o adjetivo sem artigo
definido antecede o substantivo que possui artigo definido ou o adjetivo sucede o substantivo
que possui artigo definido.
Exemplos:
uso predicativo
(santo [é] o anjo)
(amada [é] a igreja)
(mau [é] o espírito)
(o anjo [é] santo)
(a igreja [é] amada)
(o espírito [é] mau)
51
Exemplos de adjetivos de gêneros e números distintos no NTI:
Mateus 5.3
(...)
Benditos
os pobres
no espírito (...)
Atos dos Apóstolos 3.14
(...)
(...) o santo
(...)
e justo (...)
Romanos 1.2
(...) (...)
(...) em Escrituras Sagradas (...)
Romanos 6.6
(...) (...)
(...) que o velho nosso homem (...)
1Coríntios 11.25
Este
o cálice
a nova
aliança
1Timóteo 3.1
(...) (...)
(...) fiel [é] a palavra (...)
Exercícios.
α. Tradução e indicação do tipo de uso do adjetivo (atributivo ou predicativo):
β. Tradução e indicação do tipo de uso do adjetivo (atributivo ou predicativo):
(Rm 1.2)
(Mt 3.17)
(Mt 25.21)
(1Co
11.25)
(1Tm 3.1)
52
(...)
é (...)
(Rm 7.23)
(Rm 7.12)
(Ef 6.21)
(2Tm 3.13)
(At 1.8)
53
10. Utilização do Dicionário de Grego Bíblico
Este texto é dedicado à utilização do dicionário de grego bíblico, explicando cada
componente de informação dos itens lexicográficos.
a. Substantivo
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
segunda
artigo definido;
indicativo de
gênero:
masculino
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
segunda
artigo definido;
indicativo de
gênero:
feminino
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
segunda
artigo definido;
indicativo de
gênero:
neutro
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
primeira
artigo definido;
indicativo de
gênero:
feminino
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
primeira
artigo definido;
indicativo de
gênero:
feminino
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
primeira
artigo definido;
indicativo de
gênero:
feminino
sufixo de
genitivo;
artigo definido;
indicativo de
item lexical
54
céu
significado
Lc 9.54
referência
bíblica
livro
significado
Lc 3.4
referência
bíblica
trabalho
significado.
Mc 13.34
referência
bíblica
igreja
significado
1Co 12.28
referência
bíblica
língua
significado
Ap 5.9
referência
bíblica
amor
significado
Mt 24.12
referência
bíblica
jovem, rapaz
significado
At 7.58
referência
bíblica
indicativo de
declinação:
primeira
gênero:
masculino
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
primeira
artigo definido;
indicativo de
gênero:
masculino
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
terceira
artigo definido;
indicativo de
gênero:
masculino
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
terceira
artigo definido;
indicativo de
gênero:
feminino
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
terceira
artigo definido;
indicativo de
gênero:
neutro
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
terceira
artigo definido;
indicativo de
gênero:
feminino
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
terceira
artigo definido;
indicativo de
gênero:
feminino
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
artigo definido;
indicativo de
gênero:
masculino
55
profeta
significado
Lc 24.44
referência
bíblica
pai
significado
Mt 2.22
referência
bíblica
mãe
significado
Mt 1.19
referência
bíblica
corpo
significado
Mt 5.29
referência
bíblica
carne
significado
1Co 15.39
referência
bíblica
cidade
significado
Mt 2.23
referência
bíblica
rei
significado
Mt 1.6
referência
bíblica
declinação:
terceira
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
terceira
artigo definido;
indicativo de
gênero:
neutro
raça, nação
significado
At 7.19
referência
bíblica
bom
significado
Mt 25.21
referência
bíblica
santo
significado
Jo 17.11
referência
bíblica
justo, reto
significado
Tt 1.8
referência
bíblica
pequeno
significado
Mt 13.32
referência
bíblica
outro
significado
Mt 2.12
referência
bíblica
primeiro
significado
Mt 26.17
referência
bíblica
profundo
significado
At 20.9
referência
bíblica
escrever
significado
Gl 6.11
referência
bíblica
vir
significado
Mc 1.29
referência
bíblica
b. Adjetivo
item lexical
item lexical
item lexical
item lexical
item lexical
item lexical
item lexical
sufixo da forma sufixo da forma
feminina
neutra
sufixo da forma sufixo da forma
feminina
neutra
sufixo da forma sufixo da forma
feminina
neutra
sufixo da forma sufixo da forma
feminina
neutra
sufixo da forma sufixo da forma
feminina
neutra
sufixo da forma sufixo da forma
feminina
neutra
sufixo da forma sufixo da forma
feminina
neutra
c. Verbo
item lexical
a forma verbal é a da primeira
pessoa do singular do presente
do indicativo, voz ativa;
a terminação é
item lexical
a forma verbal é a da primeira
pessoa do singular do presente
56
do indicativo, voz média/passiva;
a terminação é
item lexical
a forma verbal é a da primeira
pessoa do singular do presente
do indicativo, voz ativa;
a terminação é
dar
significado
Mt 4.9
referência
bíblica
Jesus
significado
Mc 1.1
referência
bíblica
José
significado
Mt 1.16
referência
bíblica
Maria
significado
Lc 1.27
referência
bíblica
Judas
significado
Mt 10.4
referência
bíblica
Jerusalém
significado
At 1.8
referência
bíblica
Israel
significado
Lc 2.32
referência
bíblica
d. Nome próprio
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
segunda
artigo definido;
indicativo de
gênero:
masculino
item lexical
---o nome é
indeclinável
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
primeira
artigo definido;
indicativo de
gênero:
feminino
item lexical
sufixo de
genitivo;
indicativo de
declinação:
primeira
artigo definido;
indicativo de
gênero:
masculino
artigo definido;
indicativo de
gênero:
masculino
e. Topônimo
item lexical
item lexical
---o topônimo é
indeclinável
---o topônimo é
indeclinável
artigo definido;
indicativo de
gênero:
feminino
artigo definido;
indicativo de
gênero:
masculino
57
f. Ilustrações: dicionários e léxicos de grego bíblico
F. W. Gingrich e F. W. Danker, Léxico do Novo Testamento Grego/Português
(São Paulo: Vida Nova, 1984, p. 106)
58
W. D. Mounce, Léxico Analítico do Novo Testamento Grego
(São Paulo: Vida Nova, 2013, p 475)
59
C. Rusconi, Dicionário do Grego do Novo Testamento
(São Paulo: Paulus, 2003, p. 503)
60
J. Louw e E. Nida, Léxico Grego-Português do Novo Testamento Baseado em Domínios Semânticos
(Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2013, p. 463)
61
Referências Bibliográficas
BAILLY, Anatole (ed.). Le Grand Bailly Dictionnaire Grec-Français. Paris: Hachette, 2000.
GINGRICH, F. Wilbur; DANKER, Frederick W. Léxico do Novo Testamento Grego/Português. São
Paulo: Vida Nova, 1984.
GUSSO, Antônio R. “Apêndice C: Léxico Analítico”. In: idem. Gramática Instrumental do Grego: do
Alfabeto à Tradução a Partir do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2010, p. 301-343.
LOUW, Johannes; NIDA, Eugene. Léxico Grego-Português do Novo Testamento Baseado em Domínios
Semânticos. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2013.
MALZONI, Cláudio V. “Lista de Palavras”. In: idem. 25 Lições de Iniciação ao Grego do Novo
Testamento. 2. ed. Coleção Línguas Bíblicas. São Paulo: Paulinas, 2014, p. 157-167.
MITCHEL, Larry A.; PINTO, Carlos O. C.; METZGER, Bruce M. Pequeno Dicionário de Línguas
Bíblicas: Hebraico e Grego. Parte II: Grego. São Paulo: Vida Nova, 2002, p. 1-160.
MOUNCE, William D. “Apêndice: Vocabulário”. In: idem. Fundamentos do Grego Bíblico - vol.
1: Livro de Gramática. São Paulo: Editora Vida, 2009, p. 444-478.
_____. “Apêndice: Léxico”. In: idem. Fundamentos do Grego Bíblico - vol. 1: Livro de Gramática.
São Paulo: Editora Vida, 2009, p. 479-538.
_____. Léxico Analítico do Novo Testamento Grego. São Paulo: Vida Nova, 2013.
MURAOKA, Takamitsu. A Greek-English Lexicon of the Septuagint. Louvain-Paris-Walpole, MA:
Peeters, 2009.
RUSCONI, Carlo. Dicionário do Grego do Novo Testamento. São Paulo: Paulus, 2003.
REGA, Lourenço S.; BERGMANN, Johannes. “Apêndice E: Vocabulário”. In: idem. Noções do
Grego Bíblico: Gramática Fundamental. 3. ed. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 403-417.
SCHOLZ, Vilson (ed.). “Dicionário Grego-Português do Novo Testamento Grego”. In: O
Novo Testamento Grego com Introdução em Português e Dicionário Grego-Português. StuttgartBarueri: Deutsche Bibelgesellschaft-Sociedade Bíblica do Brasil, 2009, p. 761-977.
SOARES, Esequias. “Vocabulário Grego-Português”. In: idem. Gramática Prática de Grego. São
Paulo: Hagnos, 2011, p. 389-422.
SWETNAM, James. “Vocabulário”. In: idem. Gramática do Grego do Novo Testamento – vol. 1:
Lições. São Paulo: Paulus, 2002, p. 24-25, 29-30, 36-37, 42-43, 46-47, 51-52, 58, 6465, 70, 75-76, 82-83, 87-88, 92-93, 98-99, 103, 108, 114-115, 119-120, 125-126, 130131, 135-136, 141-142, 146-147, 151-152, 156-157, 162, 166, 170, 174-175, 179-180,
183, 186-187, 193, 197, 203-204, 207-208, 211, 214, 217-218, 223-224, 229, 235-236,
241, 246-247, 252-253, 257-258, 263-264, 269-270, 275-276, 279-280, 285-286, 291,
296, 303-304, 309, 315-316, 322-323, 329-330, 334-335, 340-341, 345, 350-351, 355356, 360-361, 365 e 369-370.
TAYLOR, William C. Dicionário do Novo Testamento Grego. São Paulo: Editora Batista Regular,
2000.
62
11. Preposições
a. Formas
As preposições no grego bíblico são ao todo 23 e o seu significado depende do caso
com o qual é utilizada.
com acusativo: para cima; acima, sobre; cada.
com genitivo: em lugar de; em troca de; por.
com ablativo: de, desde; da parte de.
com genitivo: até.
com genitivo: por; por meio de, mediante; através de.
com acusativo: por causa de.
com acusativo: para; para dentro de; em; até.
com ablativo: de; de dentro de; a partir de.
com genitivo: fora de.
com locativo: em, dentro de; no meio de; entre; com, por.
com genitivo: diante de, ante o.
com genitivo, locativo e acusativo: sobre, em, em cima de; acima; no tempo
de; durante.
com genitivo: até que.
com genitivo: sobre; por.
com ablativo: para baixo; contra; por.
com acusativo: segundo, conforme; por.
com genitivo: com, junto a; entre.
com acusativo: depois de, após.
com genitivo: atrás de, depois de.
com ablativo: de, da parte de.
com locativo: perto de, junto de, ao lado de.
com acusativo: para o lado de, perto de, ao longo de; em comparação com.
com genitivo: concernente a, acerca de, sobre.
com acusativo: ao redor de, em volta de.
com ablativo: antes de, antes; perante, diante de.
com genitivo ou ablativo: para.
63
com locativo: perto de, junto a.
com acusativo: para; em direção a; com.
com instrumental: com (denotando companhia).
com ablativo: por; em lugar de; em favor de.
com acusativo: sobre, acima de, além de.
com ablativo: por, por meio de.
com acusativo: sob, debaixo de; abaixo de.
com genitivo: sem.
b. Usos
Exemplos da palavra (Senhor) com preposições:
com acusativo:
com genitivo:
com ablativo:
com genitivo:
com genitivo:
com acusativo:
com acusativo:
com ablativo:
com genitivo:
com locativo:
com genitivo:
com genitivo:
com locativo:
com acusativo:
com genitivo:
com genitivo:
com ablativo:
com acusativo:
com genitivo:
com acusativo:
com genitivo:
com ablativo:
com locativo:
com acusativo:
com genitivo:
com acusativo:
com ablativo:
com gen. ou abl.:
com locativo:
com acusativo:
com instrumental:
com ablativo:
com acusativo:
com ablativo:
com acusativo:
com genitivo:
(para cima do Senhor, acima do Senhor).
(em lugar do Senhor, pelo Senhor).
(do Senhor, da parte do Senhor).
(até o Senhor).
(por meio do Senhor, através do Senhor).
(por causa do Senhor).
(para o Senhor, até o Senhor).
(desde o Senhor, a partir do Senhor).
(fora do Senhor).
(no Senhor, dentro do Senhor).
(diante do Senhor, ante o Senhor).
(sobre o Senhor, acima do Senhor).
(sobre o Senhor, acima do Senhor).
(sobre o Senhor, acima do Senhor).
(até que o Senhor).
(sobre o Senhor, pelo Senhor).
(para baixo do Senhor, contra o Senhor).
(segundo o Senhor, conforme o Senhor).
(com o Senhor, junto do Senhor).
(depois do Senhor, após o Senhor).
(atrás do Senhor, depois do Senhor).
(do Senhor, da parte do Senhor).
(perto do Senhor, ao lado do Senhor).
(para o lado do Senhor, perto do Senhor).
(concernente ao Senhor, acerca do Senhor).
(ao redor do Senhor, em volta do Senhor).
(antes do Senhor).
(para o Senhor).
(perto do Senhor, junto ao Senhor).
(em direção ao Senhor, para o Senhor).
(com o Senhor).
(em lugar do Senhor, em favor do Senhor).
(sobre o Senhor, além do Senhor).
(pelo Senhor, por meio do Senhor).
(sob o Senhor, abaixo do Senhor).
(sem o Senhor).
64
Exemplos de palavras e expressões com preposições no NTI:
Mateus 2.22
(...) a Judeia
em lugar de
o pai
dele,
Herodes (...)
Mateus 8.18
vendo
E
o Jesus
multidão
ao redor de
ele (...)
Marcos 1.1
E
logo
o espírito
o
impele
para
o deserto.
Lucas 1.52
(...) derrubou
(os) poderosos
de
(os) tronos (...)
João 18.16
(...) o e Pedro
estava (ali)
junto a
a porta
fora.
Atos dos Apóstolos 6.3
(...) os quais
colocaremos
sobre
necessidade
esta, (...)
Atos dos Apóstolos 6.13
(...) falando
palavras
contra
o lugar
o santo
[este] (...)
Atos dos Apóstolos 14.13
(...) o
E
sacerdote
do Zeus
o que estava
diante de
a cidade (...)
Romanos 6.8
se
E
(já) morremos
com
Cristo, (...)
1Coríntios 14.27
(...) ou
no máximo
três
e
por
parte, (...)
Colossenses 1.7
(...) que
é
fiel
por
vós (...)
(...) em toda
criação
a
debaixo de
o céu (...)
Colossenses 1.23
Tiago 1.5
(...) de sabedoria,
peça(-a)
de
o que dá
Deus (...)
65
1Pedro 1.11
(...) e
as
depois de
estas coisas
glórias (...)
1Pedro 1.23
(...) mas
incorruptível
mediante
(a)palavra
viva
de Deus (...)
Judas 1.5
(...) povo
de
terra do Egito
tendo salvo (...)
Apocalipse 2.8
E
ao anjo
da
em
Esmirna
igreja
escreve:
Exercício: tradução das expressões e classificação dos casos.
66
12. Nomes Próprios e Topônimos
No Novo Testamento grego são registrados muitos nomes de origem hebraica, aramaica e latina e todos possuem formas gregas no texto neotestamentário. Todos os nomes
de procedência hebraica, aramaica e latina são transliterações ou adaptações em caracteres
gregos. A maior parte dos topônimos de origem hebraica e aramaica é, geralmente, transliterações em letras gregas e nem sempre é possível saber o significado exato dos mesmos. Além
disso, este breve estudo abordará os significados possíveis de alguns topônimos que são registrados no texto bíblico grego.
a. Nomes próprios masculinos
forma gr.
forma hebr./aram./lat.1
Andreas
texto
Mt 4.18
Augustus Caesar
Augusto César
Lc 2.1
Barrabás
Mt 27.16
Herodes
Mt 2.1
ou
Tiago
Mt 4.21
Jesus
Mc 1.1
1
forma port.
André
ou
Judas
Mt 10.4
João
Mt 4.21
João Batista
Mt 3.1
José
Mt 1.16
Lucas
Lucas
Cl 4.14
ou
Mateus
Mt 9.9
Marcus
Marcos
At 12.12
ou
Paulus ou
Paulo
At 13.9
ou
Petrus ou
Pedro
Mt 4.18
Pontius Pilatus
Pôncio Pilatos
Lc 3.1
Simão Cireneu
Mt 27.32
Tiberius Caesar
Tibério César
Lc 3.1
Timotheus
Timóteo
1Tm 1.2
Titus
Tito
Tt 1.4
Os nomes próprios terminados com a letra são de proveniência aramaica.
67
b. Nomes próprios femininos
forma gr.
forma hebr./aram./lat.
forma port.
Ana
texto
Lc 2.36
ou
Dorcas ou
Dórcas
At 9.36
Berenice
Berenice
At 25.13
Damaris
Dâmaris
At 17.34
Isabel
Lc 1.5
Eunice
Eunice
2Tm 1.5
Herodíades
Mt 14.3
Julia
Júlia
Rm 16.15
Joana
Lc 8.3
Lydia
Lídia
At 16.14
Loide
Lóide
2Tm 1.5
Marta
Lc 10.38
Maria
Lc 1.27
Maria Madalena
Mt 27.56
Priscilla ou Prisca
Priscila ou Prisca
At 18.2
Salomé
Mc 15.40
Saffira
Safira
At 5.1
Susana
Lc 8.3
Phoebe
Febe
Rm 16.1
Chloe
Cloé
1Co 1.11
forma hebr./aram./lat.2
Aegyptus
forma. port.
Egito
(região do atual
Egito)
Texto
Mt 2.13
Hacéldama
(campo de sangue)
At 1.19
ou
c. Topônimos
forma gr.
2
Os topônimos terminados com a letra são de procedência hebraica e os topônimos terminados com a letra
são de proveniência aramaica.
68
Antiochia
Antioquia
(região da atual Síria)
At 11.26
Armagedon
(o monte de Megido)
Ap 16.16
Betânia
(casa da barca)
Jo 12.1
Betesda
(casa da misericórdia)
Jo 5.2
Belém
(casa do pão)
Lc 2.4
Betsaida
(casa da pesca)
Mc 6.45
Gábata
(calçada)
Jo 19.13
Galileia
(distrito, círculo)
Mt 2.22
ou
Getsêmani
(lagar de azeite)
Mt 26.36
ou
Gólgota
(crânio, caveira)
Mc 15.22
Graecia
Grécia, Hélade
(região da atual Grécia)
At 20.2
Ephesus
Éfeso
(região da atual Turquia)
Ap 2.1
Jerusalém
(a cidade da paz?)
Mc 11.15
Israel
(o que luta com
Deus?)
Rm 9.6
Laodicea
Laodiceia
(região da atual Turquia)
Ap 3.14
Nazaré
(verdejante?)
Mt 2.23
Roma
At 18.2
ou
ou
, ,
,
ou
ou
Roma
69
(região da atual Itália)
Syria
Síria
(região da atual Síria)
Mt 4.24
Referências Bibliográficas
ALEXANDER, Pat; ALEXANDER, David. Manual Bíblico SBB. Barueri: Sociedade Bíblica do
Brasil, 2008.
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 2006.
GAFFIOT, Félix (ed.). Le Grand Gaffiot Dictionnaire Latin-Français. Paris: Hachette, 2000.
KASCHEL, Werner; ZIMMER, Rudi. Dicionário da Bíblia de Almeida. 2. ed. Barueri: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2005.
MACKENZIE, John L. Dicionário Bíblico. 2. ed. São Paulo: Edições Paulinas, 1984.
RUSCONI, Carlo. Dicionário do Grego do Novo Testamento. São Paulo: Paulus, 2003.
SANTOS SARAIVA, F. R. dos (ed.). Novíssimo Dicionário Latino-Português: Etimológico, Prosódico,
Histórico, Geográfico, Mitológico, Biográfico, etc.. 11. ed. Rio de Janeiro-Belo Horizonte:
Garnier, 2000.
70
13. Nomina Sacra e Nome Jesus Cristo
a. Introdução
Nos manuscritos unciais (maiúsculos) do Novo Testamento grego e da Septuaginta,
datados até o 8º século, aparecem os denominados nomina sacra (lat. nomes sagrados). Essa
expressão é a forma plural da locução nomen sacrum (lat. nome sagrado). Tal recurso, utilizado
pelos copistas cristãos das épocas antiga e medieval, são as abreviaturas para determinados
nomes sagrados, nomes próprios, topônimos e palavras consideradas sagradas e que ocorrem
com muita frequência no texto bíblico grego. Outro motivo da adoção de abreviaturas pelos
copistas cristãos era para que se pudesse economizar espaço nos manuscritos. Os escribas
cristãos introduziram o uso dos nomina sacra coincidentemente com o início da adoção do
códice como formato básico de manuscrito, a partir do 2º século. O costume se consolidou,
de maneira praticamente definitiva, no período bizantino, a partir do 4º século. Os nomina
sacra são características principais de um manuscrito da Septuaginta confeccionado por uma
comunidade cristã, podendo servir de base para diferenciar daqueles manuscritos da antiga
versão grega do texto veterotestamentário feitos por uma comunidade judaica. O referido
fenômeno ocorre em 15 itens lexicográficos gregos, que possuem, normalmente, um traço
acima da primeira e da última letra, sempre na forma de letra uncial (maiúscula), na grafia
típica do grego coinê e do grego bizantino.
b. Nomina sacra
No grupo abaixo, constam os seguintes nomes sagrados: (Deus), (Senhor), (Jesus) e (Cristo). Os nomina sacra destas nominações possuem o traço
acima das letras e para (Deus), das letras e para (Senhor), das letras e
para (Jesus) e das letras e para (Cristo). Tais nomina sacra possuem a primeira e a última letras de cada nome sagrado, conforme a lista abaixo:
nomes divinos nomina sacra
(Deus)
(Senhor)
(Jesus)
(Cristo)
No próximo grupo, constam um nome próprio masculino e dois topônimos:
(Davi), (Israel) e (Jerusalém). Os nomina sacra destes nomes possuem o
traço acima das letras , e para (Davi), das letras , e para (Israel) e das
letras , , e para (Jerusalém). Tais nomina sacra possuem padrões variados: as
duas primeiras letras e a última letra do nome (no caso de [Davi]), a primeira e as duas
últimas letras (no caso de [Israel]) e a primeira letra e as três últimas letras (no caso
de [Jerusalém]), conforme a lista abaixo:
nome próprio e topônimos nomina sacra
(Davi)
(Israel)
(Jerusalém)
Existem, ainda, outras duas formas dos nomina sacra para (Israel) e para
(Jerusalém). Os nomina sacra destes dois topônimos possuem o traço acima das
letras , e para (Israel) e das letras , , , e para (Jerusalém). Tais
nomina sacra possuem padrões variados: as duas primeiras letras e a última letra do nome (no
71
caso de [Israel]) e a primeira e as quatro últimas letras (no caso de [Jerusalém]), conforme a lista abaixo:
topônimos nomina sacra
(Israel)
(Jerusalém)
O grupo a seguir contém oito vocábulos considerados sagrados que ocorrem com
muita frequência no texto bíblico grego: (pai), (mãe), (filho), (salvador), (espírito), (ser humano), (cruz) e (céu). Os nomina
sacra destas unidades lexicais possuem o traço acima das letras , e para (pai), das
letras , e para (mãe), das letras e para (filho), das letras , e para
(salvador), das letras , e para (espírito), das letras , , e para (ser
humano), das letras , e para (cruz) e das letras , , , e para (céu).
Tais nomina sacra possuem padrões variados: a primeira letra e as duas últimas letras da palavra
(no caso de [pai], [mãe] e [salvador]), a primeira e a última letra (no caso
de [filho]), as duas primeiras letras e a última letra (no caso de [espírito] e
[cruz]), as duas primeiras letras e as duas últimas letras (no caso de [ser humano])
e as duas primeiras letras e as três últimas letras (no caso de [céu]), conforme a lista
abaixo:
palavras nomina sacra
(pai)
(mãe)
(filho)
(salvador)
(espírito)
(ser humano)
(cruz)
(céu)
Determinados estudiosos argumentam que nem todas as palavras do grupo acima
eram sempre assinaladas como nomina sacra no texto bíblico grego. O vocábulo (gr.
pai) somente era abreviado como nomina sacra quando e referia, especificamente, a Deus e a
palavra (gr. ser humano) era abreviado como nomina sacra quando se referia, exclusivamente, à locução “o Filho do homem”, um dos títulos de Jesus Cristo.
Além das 15 situações de nomina sacra que ocorrem com frequência nos manuscritos
bíblicos gregos, podem ocorrer, eventualmente, outros nomes e palavras assinalados também
como nomina sacra em determinados manuscritos gregos, tais como: (gr. Miguel),
(gr. Abraão), (gr. Noé), (gr. Jacó), (gr. Adão), (gr. Sara) e
(gr. poder, força).
c. Nomina sacra em manuscritos maiúsculos do Novo Testamento grego
Nas imagens abaixo constam alguns nomina sacra em manuscritos maiúsculos do
Novo Testamento grego.
72
Códice Alexandrino (5º séc.): Lucas 4.8-9. No texto, aparecem vários nomina sacra:
(gr. Jesus) como , (gr. o Senhor) como , (gr. Deus) como ,
(gr. Jerusalém) como
, (gr. filho) como
e (gr. de Deus) como .
Códice Alexandrino (5º séc.): Marcos 1.1. No texto, aparecem vários nomina sacra:
, (gr. do filho) como
e (gr. de
(gr. de Jesus Cristo) como
Deus) como .
Códice Sinaítico (4º séc.): Marcos 12.35-36. No texto, aparecem vários nomina sacra:
(gr. Jesus) como , (gr. Cristo) como , (gr. Davi) como
, (gr.
em espírito) como
, (gr. Senhor) como
e (gr. ao Senhor) como .
73
d. Ícones bizantinos com os nomina sacra
Nos ícones (imagens) bizantinos abaixo constam alguns nomina sacra.
Ícone bizantino com o nome (gr. Jesus Cristo) como
falù, Sicília, Itália, c. 1170).
(catedral de Ce-
Ícone bizantino com o nome (gr. Jesus Cristo) como
de São Salvador em Chora, Istambul, Turquia, c. 1310-1320).
(museu da Igreja
Referências Bibliográficas
ALAND, Kurt; ALAND, Barbara. O Texto do Novo Testamento: Introdução às Edições Científicas do
Novo Testamento Grego bem como à Teoria e Prática da Moderna Crítica Textual. Barueri:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2013, p. 81 e 109.
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FRANCISCO, Edson de F. Tetragrama, Teônimos e Nomina Sacra: Os Nomes de Deus na Bíblia. Santo
André: Kapenke, 2018.
GHARIB, Georges. Os Ícones de Cristo: História e Culto. São Paulo: Paulus, 1997, p. 94 e 288.
KÜMMEL, Werner G. Introdução ao Novo Testamento. Nova Coleção Bíblica 13. São Paulo: Edições Paulinas, 1982, p. 680.
74
PAROSCHI, Wilson. Origem e Transmissão do Texto do Novo Testamento. Barueri: Sociedade Bíblica
do Brasil, 2012, p. 26-28.
SCHALKWIJK, Francisco L. Coinê: Pequena Gramática do Grego Neotestamentário. 8. ed. Patrocínio:
Ceibel, 1998, p. 81.
SOARES, Esequias. Gramática Prática de Grego. São Paulo: Hagnos, 2011, p. 111.
TREBOLLE BARRERA, Julio. A Bíblia Judaica e a Bíblia Cristã: Introdução à História da Bíblia. Petrópolis: Vozes, 1996, p. 496.
Página:
http://eld3wah.net/html/armooshiya/img/nomina-sacra/.
e. O nome Jesus Cristo
O nome Jesus Cristo em grego é que significa, literalmente, “Jesus
Ungido” ou “Jesus Messias”. Na Vulgata, tal nome foi transliterado como Iesus Christus. A
forma grega do mencionado nome tem por base a forma hebraica que significa,
literalmente, “Jesus, o Ungido” ou “Jesus, o Messias”. Existe, ainda, a forma aramaica que é
que possui a mesma significação. As formas hebraica e aramaica poderiam ser
traduzidas, ainda, como “Josué Ungido” ou “Josué Messias”.
O nome é a grafia tardia e abreviada do nome , que poderia ser traduzido
tanto como “Josué” quanto como “Jesus”. Este nome significaria, de acordo com uma significação popular entre os judeus, “YHWH é salvação (o SENHOR é salvação)”. Segundo tal
interpretação, este nome seria composto pelas três primeiras letras do tetragrama
(YHWH) () e por duas letras do vocábulo (salvação) (). Todavia, estudiosos argumentam que a etimologia primitiva do nome teria sido “Que YHWH ajude (Que o SENHOR ajude)” que mais tarde foi esquecida, surgindo a significação que se tornou popular
entre os judeus. Filo de Alexandria (c. 20 a.C.-c. 50 d.C.) atesta a interpretação popular, informando que o nome significaria (gr. salvação do Senhor).
Na Bíblia Hebraica são registrados os nomes (cf. Js 1.1; Jz 1.1 etc.) e (cf.
Ed 2.2; Ne 7.7 etc.). A Septuaginta transcreveu ambos os nomes como e esta forma
grecizada foi adotada no Novo Testamento grego. Esta forma grega foi latinizada posteriormente na Vetus Latina e na Vulgata como Iesus. No Talmude Babilônico e no Talmude
Hierosolimitano é registrada, ainda, a grafia abreviada (cf. b Sanh 43a; b Sanh 107b; Sot
47a; Av Zar 17a; 27b; y Sabb 14,14d etc.)1 que por sua vez é abreviação posterior de . Há
eruditos que conjecturam que a forma grecizada seria derivada não do nome ,
mas do nome, ocorrendo a substituição da letra pela letra e acrescentando o caractere
final para tornar o nome declinável em grego. A forma é atestada em inscrições tumulares já no 1º século antes da era cristã. Portanto, as duas formas seriam correntes na época
em que Jesus Cristo viveu.
Segundo os estudiosos, a forma teria surgido na época do exílio na Babilônia (6º
séc. a.C.), substituindo a forma mais antiga . No início do cristianismo, entre os cristãos,
o nome se tornou, paulatinamente, exclusivo para Jesus Cristo, não sendo utilizado
como um nome próprio secular. Os nomes e eram usados normalmente pelos judeus
até o início do 2º século da era cristã. Contudo, após essa época, ambos os nomes se tornaram
muito raros entre eles. Alguns estudiosos comentam que o nome teria se tornado incomum como nome próprio já durante o 1º século da era cristã.
A partir do 2º século da era cristã, reapareceu o antigo nome , sendo muito
divulgado e usado entre os judeus da Judeia (apesar de que tal nome não ter desaparecido
1
As abreviaturas dos tratados talmúdicos são as seguintes: b (Talmude Babilônico), y (Talmude Hierosolimitano), Sanh (Sanhedrin), Sot (Sota), Av Zar (Avodá Zará) e Sabb (Shabbat).
75
por completo do uso judaico antes dessa época). Nesse processo de retomada de tal nome
veterotestamentário, também foi utilizada pelos judeus da diáspora a forma grecizada .
Então, entre os judeus, tanto os da Judeia quanto os da diáspora, os nomes hebraicos e
e o equivalente grego passaram a ser rejeitados e entre eles foi retomado o nome
hebraico com o seu novo equivalente grego . No 3º século da era cristã em
adiante, o nome tinha se tornado praticamente exclusivo para se referir a Jesus de Nazaré
(Jesus Cristo), sempre com conotação um tanto pejorativa e tal fato é constatado em vários
tratados do Talmude, que foi composto entre o 3º e o 6º séculos da era cristã. Além do
Talmude, a mesma forma é registrada na obra Toledot Yeshu (hebr. Gerações de Jesus), composta a partir do 5º século da era cristã.
Então, das grafias hebraicas, passando pelas grafias grega e latina, até a grafia em
português, tem-se o seguinte quadro evolutivo:
(forma hebraica completa)
→ (forma hebraica abreviada)
→ (forma hebraica abreviada)
→ (forma grecizada)
→ Iesus (forma latinizada)
→ Jesus (forma aportuguesada)
O substantivo significa “ungido, untado, besuntado”, sendo derivado da raiz
verbal hebraica (qal: ungir, untar, besuntar). Este item lexical de procedência hebraica
foi traduzido para o grego como , que é um adjetivo, denotando “ungido”, sendo
derivado do verbo grego (ungir). Possivelmente, a forma aramaica (ungido) teria
sido a base para a forma grega (messias, ungido). Então, tem-se o seguinte processo
no grego para se compor o nome “Jesus Cristo”: o nome hebraico (ou talvez o nome)
foi transliterado como e a palavra (ou talvez o vocábulo ) foi traduzida
como , formado, assim, o nome exclusivo . Esta forma grega especial
passou mais tarde para o latim como Iesus Christus e daí, posteriormente, para o português
como “Jesus Cristo”.
Referências Bibliográficas
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COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. 2. ed. 2
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Paulo: Vida Nova, 1984, p. 101 e 224.
JASTROW, Marcus (ed.). A Dictionary of the Targumim, the Talmud Babli and Yerushalmi and the
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Testament - Study Edition. 2 vols. Leiden-Boston-Colonia: Brill, 2001, p. 397.
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76
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Janeiro: Imago, 1993, p. 205, 206, 207, 231, 232 e 233.
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TAYLOR, William C. Dicionário do Novo Testamento Grego. São Paulo: Editora Batista Regular,
2000, p. 102 e 244.
77
14. Pronomes Pessoais e Pronomes Possessivos
a. Formas
Os pronomes pessoais no grego bíblico, como em qualquer outra língua, representam
as pessoas em alguma frase. Assim como os substantivos e adjetivos, os pronomes pessoais
também são declinados.
pronomes pessoais
singular
eu
tu
ele
ela
ele/ela
plural
nós
vós
eles
elas
eles/elas
pronome pessoal da 1ª pessoa singular e plural:
casos
singular
plural
nominativo
eu
nós
genitivo
meu(s)/minha(s)
nosso(s)/nossa(s)
ablativo
de mim
de nós
locativo
em mim
em nós
instrumental
comigo
conosco
dativo
a/para mim
a/para nós
acusativo
me
nos
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
pronome pessoal da 2ª pessoa singular e plural:
singular
plural
tu
vós
teu(s)/tua(s)
vossos(s)/ vossas(s)
de ti
de vós
em ti
em vós
contigo
convosco
a/para ti
a/para vós
te
vos
pronome pessoal da 3ª pessoa singular e plural masculino:
casos
singular
plural
nominativo
ele
eles
genitivo
seu(s)/dele(s)
deles
ablativo
dele
deles
locativo
nele
neles
instrumental
com/por ele
com/por eles
dativo
a/para ele
a/para eles
acusativo
ele/o
eles/os
pronome pessoal da 3ª pessoa singular e plural feminino:
casos
singular
plural
nominativo
ela
elas
genitivo
sua(s)/dela(s)
delas
ablativo
dela
delas
locativo
nela
nelas
78
instrumental
dativo
acusativo
com/por ela
a/para ela
ela/a
com/por elas
a/para elas
elas/as
pronome pessoal da 3ª pessoa singular e plural neutro:
casos
singular
plural
nominativo
ele/ela
eles/elas
genitivo
seus(s)/sua(s)
deles/delas
ablativo
dele/dela
deles/delas
locativo
nele/nela
neles/nelas
instrumental
com/por ele/por ela
com/poreles/porelas
dativo
a/para ele/para ela
a/para eles/para elas
acusativo
ele/ela
eles/elas
b. Uso enfático
Os pronomes pessoais com acentos , , , , e são enfáticos e são
utilizados para enfatizar alguma expressão. Com frequência tais pronomes pessoais com
acentos aparecem depois de preposições.
Exemplos:
(tu em mim) (cf. Jo 17.23).
(o Senhor junto de ti) (cf. Lc 1.28).
Geralmente, os pronomes pessoais no caso nominativo são utilizados somente para
indicar ênfase ao sujeito da frase.
Exemplos:
(não como eu quero, mas como tu [queres]) (cf. Mt 26.39).
(tu és o Cristo, o filho de Deus) (cf. Mt 26.63).
Exemplos de pronomes pessoais no NTI:
Mateus 6.9-13
ó Pai nosso (...)
o nome teu, (...)
o reino teu, (...)
a vontade tua, (...)
o pão nosso (...)
dá a nós hoje, (...)
e perdoa a nós as dívidas nossas, (...)
como também nós temos perdoado aos devedores nossos,
e não leves-nos para dentro para tentação,
mas arranca-nos do maligno.
Lucas 1.49
(...) porque fez para mim grandes (coisas) o Poderoso,
e santo (é) o nome dele,
79
Exemplos de pronomes pessoais na Septuaginta:
Êxodo 20.2-3
Eu sou
Senhor o Deus teu, (...)
não terás para ti
deuses outros exceto de mim.
Salmo 22.4 (Septuaginta)/ Salmo 23.4 (Texto Massorético)
não temerei mal,
porque tu junto de mim estás,
Ezequiel 2.1
E disse-me: Ó filho de homem,
permaneça sobre os teus pés, e falarei-te.
Exercício: tradução.
80
15. Pronomes Demonstrativos e Pronomes Relativos
a. Formas dos pronomes demonstrativos
Os pronomes demonstrativos no grego bíblico, como em qualquer outra língua, servem para localizar ou identificar algum substantivo em alguma frase. Assim como os substantivos e os adjetivos, os pronomes demonstrativos também são declinados.
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
pronome demonstrativo:
singular
masculino
feminino
(este)
(esta)
(deste)
(desta)
(desde este)
(desde esta)
(neste)
(nesta)
(com este)
(com esta)
(a este)
(à esta)
(este)
(esta)
(isto)
(disto)
(desde isto)
(nisto)
(com isto)
(a isto)
(isto)
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
pronome demonstrativo:
plural
masculino
feminino
(estes)
(estas)
(destes)
(destas)
(desde estes) (desde estas)
(nestes)
(nestas)
(com estes)
(com estas)
(a estes)
(à estas)
(estes)
(estas)
(isto)
(disto)
(desde isto)
(nisto)
(com isto)
(a isto)
(isto)
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
pronome demonstrativo:
singular
masculino
feminino
(aquele)
(aquela)
(daquele)
(daquela)
(desde aquele) (desde aquela)
(naquele)
(naquela)
(com aquele) (com naquela)
(a aquele)
(àquela)
(aquele)
(aquela)
neutro
(aquilo)
(daquilo)
(desde aquilo)
(naquilo)
(com aquilo)
(aquilo)
(aquilo)
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
pronome demonstrativo:
plural
masculino
feminino
(aqueles)
(aquelas)
(daqueles)
(daquelas)
(desde aqueles) (desde aquelas)
(naqueles)
(naquelas)
(com aqueles) (com aquelas)
(a aqueles)
(a aquelas)
(aqueles)
(aquelas)
neutro
(aquilo)
(daquilo)
(desde aquilo)
(naquilo)
(com aquilo)
(aquilo)
(isto)
81
neutro
neutro
b. Formas dos pronomes relativos
Os pronomes relativos no grego bíblico, como em qualquer outra língua, servem para
se referir ou representar uma ou mais palavras anteriormente mencionadas em alguma frase.
O pronome relativo pode ser traduzido como qual ou que. Assim como os substantivos, os
adjetivos e os pronomes demonstrativos, os pronomes relativos também são declinados.
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
pronome relativo:
singular
masculino
feminino
(o qual)
(a qual)
(do qual)
(da qual)
(desde o qual)
(desde a qual)
(no qual)
(na qual)
(com qual)
(com qual)
(ao qual)
(à qual)
(o qual)
(a qual)
(o/a qual)
(do/da qual)
(desde o/a qual)
(no/na qual)
(com qual)
(ao/à qual)
(o/a qual)
casos
nominativo
genitivo
ablativo
locativo
instrumental
dativo
acusativo
pronome relativo:
plural
masculino
feminino
(os quais)
(as quais)
(dos quais)
(das quais)
(desde os quais)
(desde as quais)
(nos quais)
(nas quais)
(com quais)
(com quais)
(aos quais)
(às quais)
(os quais)
(as quais)
(os/as quais)
(dos/das quais)
(desde os/as quais)
(nos/nas quais)
(com quais)
(aos/às quais)
(os/as quais)
neutro
neutro
Exemplos de pronomes demonstrativos e pronomes relativos no NTI:
Mateus 3.17
Este
é
o filho meu
o amado
Marcos 9.40
quem
pois
não
é
contra nós,
por
nós
é
Lucas 12.37
benditos
os servos
aqueles,
os quais
Lucas 15.3
disse
e
a eles
a parábola
esta
eu
não
sou
do mundo
este
João 8.23
João 9.28
tu
discípulo
és
daquele,
82
Exercício: tradução.
83
16. Símbolos Cristãos Compostos por Letras Gregas
a. Os símbolos cristãos
Desde os primeiros séculos da história do cristianismo, os cristãos desenvolveram
alguns símbolos para expressarem ou simbolizarem a sua fé. Neste texto, são explicados
alguns dos principais símbolos cristãos primitivos, mas compostos por letras gregas.
i. O acróstico
Um dos primeiros símbolos cristãos é o peixe, que possui o seguinte desenho estilizado, com traços simples:
O símbolo do peixe (, gr. peixe) em moderno desenho estilizado.
A palavra (, gr. peixe), em tamanho maiúsculo, em grafite cristão encontrado
em Éfeso (data?). O símbolo em formato de círculo com linhas internas representa as cinco
letras do vocábulo (, gr. peixe).
As palavras (, gr. peixe) e (, gr. viventes), em tamanho maiúsculo, em estela funerária cristã (início do 3º séc.).
Em grego, a palavra peixe é , servindo de inspiração para a elaboração da seguinte frase em grego:
Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador
As letras iniciais de cada um dos cinco elementos da frase serviram como acróstico
para a elaboração do símbolo, resultando no vocábulo (, peixe). Os caracteres
são iota (), khi (), theta (), üpsilon () e sigma (). Esse símbolo é atestado tanto na arte
quanto na literatura cristãs já no 2º século. Esse símbolo se tornou muito popular no final
do 2º século e foi amplamente utilizado durante os 3º e 4º séculos entre os cristãos.
ii. O monograma
Outro símbolo primitivo cristão é o monograma , que é formado pelas duas
letras iniciais do nome (gr. Jesus Cristo), justapostas uma sobre a outra, em
tamanho maiúsculo. Os caracteres são iota () e khi (). Esse símbolo é atestado entre o final
do 3º século e o início do 4º século.
84
O nomograma em sarcófago cristão. Constantinopla (c. 3º séc./4º séc.).
Jesus Cristo
iii. O monograma
Outro símbolo primitivo cristão é o monograma ou lábaro (lat. labarum, lábaro, estandarte, bandeira) , que é formado pelas duas letras iniciais do nome (gr. Cristo),
justapostas uma sobre a outra, em tamanho maiúsculo. Os caracteres são khi () e rô ().
Esse símbolo é atestado já no início do 4º século, na época do imperador romano Constantino Magno (272-337), sendo muito usado pelos cristãos desse período em diante. Segundo
a tradição historiográfica cristã, tal símbolo teria sido pintado sobre os escudos dos soldados
romanos por ordem de Constantino Magno contra o imperador romano usurpador Maxêncio (c. 278-312), na batalha na ponte Múlvia, sobre o rio Tibre, próxima a Roma. Essa batalha
aconteceu no dia 28 de outubro de 312. De acordo com Lactâncio (240-320), em sua obra
De Mortibus Persecutorum (lat. Sobre a Morte dos Perseguidores) (c. 314 ou 317), na véspera da batalha, Constantino Magno teria sonhado com a visão do monograma e que este deveria
ser pintado sobre os escudos dos soldados de seu exército. Segundo Eusébio de Cesareia
(265-339), em sua obra Vita Constantini (lat. Vida de Constantino) (c. 337), a visão do referido
monograma teria acontecido no céu, juntamente com os dizeres em grego
(gr. Nisto, Vitória), posteriormente traduzida para o latim como In Hoc Signo Vinces (lat. Neste
símbolo vencerás). Com a adoção do monograma, Constantino Magno venceu a batalha
contra Maxêncio, se tornando o único imperador do império romano.
O nomograma em moderno desenho estilizado.
85
O nomograma junto com as letras alfa () e ômega (), em tamanho maiúsculo (data?).
Cristo
Referências Bibliográficas
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Gregório Magno. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1984, p. 247.
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Sonhos Frustrados. São Paulo: Vida Nova, 2011, p. 101 e 111.
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Pastro. São Paulo: Paulus, 2017, p. 43, 44, 49, 50 e 52.
WALKER, Wiliston. História da Igreja Cristã. 3. ed. São Paulo: ASTE, 2006, p. 151.
86
17. Textus Receptus e Novum Testamentum Graece
a. Textus Receptus e Novum Testamentum Graece
Atualmente, existem várias edições do Novo Testamento grego que são publicadas
tanto no exterior quanto no Brasil. Por um lado, existem edições que apresentam o texto do
assim denominado Textus Receptus (lat. Texto Recebido) e por outro lado, existem as edições
acadêmicas que apresentam texto reconstruído, tendo por base antigos manuscritos gregos
do Novo Testamento. Atualmente, o Textus Receptus é publicado principalmente pela Trinitarian Bible Society (TBS), em Londres, Inglaterra. No Brasil, o mesmo texto é distribuído
pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil (SBTB). Tal obra é baseada nas edições de Boaventura Elzevir e Abraão Elzevir (Leiden, 1624, 1633 e 1641) e que é a sucessora das edições
de Erasmo de Roterdã (Basileia, 1516) e de Teodoro Beza (Genebra, 1565). A edição dos
irmãos Elzevir serviu de base para a tradução do Novo Testamento para o português feita
por João Ferreira de Almeida e publicada em Batávia (atual ilha de Java, na Indonésia), em
1681. Tal edição apresenta texto que possui os acréscimos posteriores feitos pelos copistas
cristãos ao longo de séculos. O texto com os acréscimos é nominado pelos eruditos de “texto
bizantino”, “texto majoritário” ou “texto coinê”. Este tipo de texto é atestado pela maioria
dos manuscritos gregos do Novo Testamento e que tem as seguintes características: tendência para ampliações, correção estilística, adição de elementos explicativos, modernização do
vocabulário etc. O objetivo principal de tais recursos literários era a de se produzir um texto
mais elegante e mais fluente.
Desde o século 19, eruditos bíblicos europeus vêm publicando edições científicas do
Novo Testamento grego, com o propósito de tentar recuperar a forma do texto o mais próximo possível da forma original. Isto é, as edições científicas ou acadêmicas tentam recuperar
a forma mais primitiva possível do texto grego neotestamentário, sem os acréscimos e alterações posteriores. Atualmente, a edição acadêmica mais respeitada e aceita no mundo bíblico
erudito é aquela iniciada pelos estudiosos alemães Eberhard e Erwin Nestle e aprimorada no
século 20 pelo erudito alemão Kurt Aland. Tal edição é conhecida como Novum Testamentum
Graece (lat. Novo Testamento Grego), sendo publicada pela primeira vez por Eberhard Nestle,
em Württemberg, Alemanha, em 1898. Desde os anos 1950, Kurt Aland aperfeiçoou a edição
que é conhecida como Nestle-Aland Novum Testamentum Graece. Tal obra está agora em sua 28ª
edição (NA28) (Stuttgart, 2012), publicada pela Deutsche Bibelgesellschaft, em Stuttgart, Alemanha.
Além da referida publicação, Aland também publicou a obra The Greek New Testament
(GNT) que possui exatamente o mesmo texto da obra Novum Testamentum Graece, mas com
aparato crítico distinto para ser utilizado principalmente pelos tradutores. Tal publicação está
agora em sua 4ª edição (GNT4) (Stuttgart, 1993), publicada também pela Deutsche Bibelgesellschaft. A edição Novum Testamentum Graece foi concebida para ser utilizada principalmente pelos exegetas e pelos estudantes de teologia e a edição The Greek New Testament foi
idealizada para ser usada principalmente pelos tradutores. Esta última é publicada no Brasil
pela Deutsche Bibelgesellschaft e pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) com o título O Novo
Testamento Grego (NTG) (Stuttgart-Barueri, 2009). Além disso, a referida obra é a base da edição Novo Testamento Interlinear Grego-Português (NTI) (Barueri, 2004), editado pela SBB.
b. O texto da edição Novum Testamentum Graece
A obra Novum Testamentum Graece apresenta um texto reconstruído que tem por base
os cerca de 5400 manuscritos gregos datados na época antiga e medieval. A edição traz um
aparato crítico no rodapé de cada página com citações de manuscritos bíblicos gregos em
papiro, em uncial (maiúsculo), em cursivo (minúsculo), de lecionários e de versões bíblicas
antigas em latim, em siríaco, em copta, em armênio, em georgiano, em gótico, em etíope e
87
em eslavônico. Além das versões bíblicas clássicas, a edição leva em consideração, igualmente, as citações bíblicas registradas tanto nos escritos dos Pais gregos e latinos da Igreja
quanto nos lecionários gregos. Todas estas citações justificam as decisões textuais tomadas
pelos editores com a finalidade de se reconstruir a possível forma original primitiva do texto
grego neotestamentário. No corpo principal consta o texto primitivo sem os acréscimos posteriores e no aparato crítico são encontrados os acréscimos e as alterações posteriores feitas
pelos escribas cristãos ao longo de séculos, como atestado no então denominado “texto bizantino”. O texto principal da edição Novum Testamentum Graece apresenta a possível forma
do Novo Testamento grego como seria no início do 2º século da era cristã.
Na obra Novum Testamentum Graece os acréscimos posteriores não são encontrados no
corpo principal da edição, mas são localizados apenas no aparato crítico. Algumas ampliações
posteriores de certa extensão de tamanho, mas de datação muito antiga, são colocadas no
texto principal, mas entre colchetes duplos . Em tal obra, é comum constatar a ausência
de determinados versículos ou a ausência de determinados trechos de versículos (cf. Mt 5.44;
6.13; 20.16; 20.22-23; 25.13; Mc 9.49; 10.7; Lc 4.4; 8.43; 11.11; At 28.16; Rm 16.24; 16.25-27
etc.). Acréscimos posteriores de certa extensão e de datação muito antiga estão no texto
principal, mas são colocados entre colchetes duplos, como Marcos 16.9-20; Lucas 22.43-44;
João 7.53-8.11, entre outros trechos. Por exemplo, a doxologia do Pai Nosso, em Mateus
6.13 (“pois teu é o reino...”), é encontrada apenas no aparato crítico e não no texto principal.
O trecho “bendizei os que vos maldizem, ...”, em Mateus 5.44, é localizado apenas no aparato
crítico e não no texto principal. O Evangelho de Marcos termina em Marcos 16.8. Os escribas cristãos completaram o texto, escrevendo alguns finais. Existem o final longo (Mc 16.920) e o final curto e ambos são encontrados no texto principal da edição, mas entre colchetes
duplos . Expressões colocadas entre colchetes simples indicam que há dúvidas sobre a
autenticidade das mesmas (cf. Mc 1.1).
Como ilustração, abaixo estão imagens do início do Evangelho de Marcos na 27ª
edição (NA27) (Stuttgart, 1993) e na 28ª edição (NA28) (Stuttgart, 2012) do Nestle-Aland.
B. Aland, K. Aland et alii (eds.),
Novum Testamentum Graece, 27ª edição (NA27)
B. Aland, K. Aland et alii (eds.),
Novum Testamentum Graece, 28ª edição (NA28)
88
O texto bíblico no corpo principal é exatamente o mesmo entre a 27ª edição e a 28ª
edição, com apenas algumas pequenas alterações na disposição do texto. Outra diferença
perceptível são as referências bíblicas na margem lateral esquerda do texto. A 28ª edição
possui mais referências bíblicas do que a edição anterior. A principal diferença entre ambas
as edições é relacionada, praticamente, com o aparato crítico. O aparato crítico da 27ª edição
possui o total de 16 linhas de texto, enquanto o da 28ª edição possui o total de 18 linhas
(duas linhas de diferença). Os antigos testemunhos textuais citados no aparato crítico sempre
justificam as decisões editoriais em relação ao texto principal da referida edição.
c. O Novo Testamento (Textus Receptus) e o Novo Testamento Grego
Abaixo estão imagens do início do Evangelho de Marcos na edição
- O Novo Testamento: o Texto Grego, Base da Versão João Ferreira de Almeida de 1681, publicada
pela Trinitarian Bible Society (Londres, s.d.) e a edição O Novo Testamento Grego (NTG)
(Stuttgart-Barueri, 2009), publicada pela Deutsche Bibelgesellschaft e pela SBB. A obra da
esquerda representa o Textus Receptus, que por sua vez representa, também, o “texto bizantino” e a obra da direita representa o texto reconstruído que remontaria ao início do 2º século
da era cristã.
O Novo Testamento Grego, 4ª edição (NTG4)
O Novo Testamento (Textus Receptus)
Algumas diferenças textuais entre ambas as edições:
No versículo 1, a expressão (filho de Deus) é encontrada sem nenhuma observação no Textus Receptus, mas é colocada entre colchetes simples na edição NTG4. Os colchetes simples indicam que o trecho tem a autenticidade duvidosa.
No versículo 2, a locução (como está escrito nos profetas:) é encontrada no Textus Receptus, mas na obra NTG4 é encontrada a expressão
(conforme está escrito no Isaías o profeta:).
89
No versículo 3, Êxodo 23.20 é citado no Textus Receptus da seguinte maneira:
(eis que, eu envio o meu mensageiro). A mesma passagem
bíblica
é
citada
na
edição
NTG4 da seguinte
maneira:
(eis, envio o meu mensageiro).
No versículo 4, é encontrada a expressão (João que batiza) no Textus
Receptus, enquanto é achada a mesma locução, mas redigida como
(João [o] que batiza) na obra NTG4.
No versículo 5, o Textus Receptus apresenta a seguinte leitura:
(no rio Jordão por ele). Todavia, a edição NTG4 possui a seguinte leitura:
(por ele no rio Jordão).
No versículo 6, consta no Textus Receptus a leitura (estava então João...). Na
obra NTG4 consta a leitura (e estava o João...).
Referências Bibliográficas
ALAND, Kurt; ALAND, Barbara. O Texto do Novo Testamento: Introdução às Edições Científicas do
Novo Testamento Grego bem como à Teoria e Prática da Moderna Crítica Textual. Barueri:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2013.
PAROSCHI, Wilson. Origem e Transmissão do Texto do Novo Testamento. Barueri: Sociedade Bíblica
do Brasil, 2012.
SCHOLZ, Vilson. Princípios de Interpretação Bíblica: Introdução à Hermenêutica com Ênfase em Gêneros
Literários. Canoas: ULBRA, 2006, p. 43-62.
SILVA, Cássio Murilo D. da. Metodologia de Exegese Bíblica. Coleção Bíblia e História. São Paulo:
Paulinas, 2000, p. 42-43.
STUART, Douglas; FEE, Gordon D. Manual de Exegese Bíblica: Antigo e Novo Testamentos. São
Paulo: Vida Nova, 2008, p. 255-256.
TREBOLLE BARRERA, Julio. A Bíblia Judaica e a Bíblia Cristã: Introdução à História da Bíblia. Petrópolis: Vozes, 1996, p. 396-414.
WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: Manual de Metodologia. 7. ed. São Leopoldo: Sinodal-EST, 2012.
90
18. Utilização da Edição Nestle-Aland
Novum Testamentum Graece (NA27)
a. Introdução
A obra Nestle-Aland Novum Testamentum Graece, 27ª edição (NA27) (Stuttgart, 1993),
editada pelos estudiosos Kurt Aland, Barbara Aland, Johannes Karavidopoulos, Carlo M.
Martini e Bruce M. Metzger, é publicada pela Deutsche Bibelgesellschaft (Sociedade Bíblica
Alemã), em Stuttgart, Alemanha.1 Tal edição é a continuação da obra Novum Testamentum
Graece, editada pela primeira vez por Eberhard Nestle (Württemberg, 1898) e aperfeiçoada
por Aland desde os anos 1950. A edição NA27 tem por base um texto reconstruído, tendo
por base cerca de 5400 manuscritos gregos do Novo Testamento das épocas antiga e medieval. O texto principal da publicação NA27, que é reconstruído criticamente, apresenta a possível forma do Novo Testamento grego como seria no início do 2º século da era cristã.
b. Componentes da edição
A obra NA27 é a atual edição crítica padrão do texto do Novo Testamento grego para
o mundo erudito, sendo composta por quatro componentes principais:
Texto bíblico reconstruído baseado em manuscritos gregos antigos e medievais. O texto
principal da edição → A.
Referências bíblicas do Antigo e do Novo Testamento → B.
Cânones eusebianos: referências a passagens paralelas entre os quatro Evangelhos → C.
Aparato crítico. Observações sobre questões textuais em versões e manuscritos → D.
A figura abaixo mostra a página 88 da edição NA27, correspondente ao texto de Marcos 1.1a-8b:
A
C
B
D
1
Atualmente já existe a edição Novum Testamentum Graece, 28ª edição (NA28) (Stuttgart, 2012).
91
A: A obra NA27 apresenta um texto reconstruído que tem por base os cerca de 5400 manuscritos gregos datados na época antiga e medieval. Alguns manuscritos que formam a
base da edição são os códices unciais Sinaítico, Vaticano, Alexandrino, reescrito de Éfrem
o Sírio, Beza, entre outros. O texto reconstruído criticamente apresenta a possível forma
do Novo Testamento grego como seria no início do 2º século da era cristã.
B: Referências bíblicas do Antigo e do Novo Testamento. Muitas referências bíblicas do
texto veterotestamentário citadas no Novo Testamento são da Septuaginta e tais referências são identificadas por meio do símbolo .
C: Cânones eusebianos: tabelas contendo referências numéricas sobre passagens paralelas
entre os quatro Evangelhos, elaborada por Eusébio de Cesareia (?-339). As passagens paralelas entre os Evangelhos são elencadas em 10 “cânones” (tabelas), nos quais são indicados os trechos que apresentam o mesmo conteúdo (ex.: Mc 1.1 é paralelo a Mt 11.10 e a
Lc 7.27; Mc 1.3 é paralelo a Mt 3.3, a Lc 3.4 e a Jo 1.23; Mc 1.4 é paralelo a Mt 3.4 etc.).
Tais “cânones” mostram um quadro sinótico de determinadas passagens comuns nos quatro Evangelhos. O sistema é explicado por Eusébio de Cesareia em sua epístola endereçada
a uma pessoa de nome Carpiano. A epístola é denominada “Eusebii Epistula Ad Carpianum et Canones I-X” (lat. Epístola de Eusébio a Carpiano e Cânones I-X). Esta epístola
e os 10 cânones são encontrados em vários manuscritos gregos do Novo Testamento.
D: Aparato crítico. Citações de manuscritos bíblicos gregos e de versões bíblicas antigas
em latim, em siríaco, em copta, em armênio, em georgiano, em gótico, em etíope e em
eslavônico. Além das versões bíblicas clássicas, a edição leva em consideração, igualmente,
as citações bíblicas registradas tanto nos escritos dos Pais gregos e latinos da Igreja quanto
nos lecionários gregos. Todas estas citações justificam as decisões textuais tomadas pelos
editores na intenção de se reconstruir a possível forma original primitiva do texto grego
neotestamentário.
A figura abaixo mostra um fólio do Códice Vaticano (B), datado do 4º século, correspondente a Mateus 6.3b-20a. O Códice B é um dos inúmeros manuscritos bíblicos gregos
usados pelos editores na reconstrução do texto da edição NA27.
92
Foram compostos vários manuais para a utilização da edição NA27. Em português,
as obras Exegese do Novo Testamento: Manual de Metodologia (7. ed., Sinodal-EST, 2012), de Uwe
Wegner e Origem e Transmissão do Texto do Novo Testamento (Sociedade Bíblica do Brasil, 2012),
de Wilson Paroschi, são dedicadas exclusivamente à utilização da edição NA27.
Exemplos de anotação do aparato crítico:
Texto: título do Evangelho de Marcos.
Inscriptio:
(a inscrição do Evangelho colocada entre os símbolos possui como variante a frase
[gr. Evangelho de acordo com Marcos] que é atestada pelos códices Alexandrino [5º séc.], Beza Cantabrigiense [5º séc.], Régio [8º séc.], Freeriano [5º séc.]
e Tbilisi [9º séc.], pela família do manuscrito cursivo 13, pelos manuscritos cursivos 33
[séc. 10] e 2427 [c. séc. 14?] e pelo texto majoritário. A mesma leitura grega é apoiada pela
Vulgata e por uma parte da Vetus Latina. O símbolo separa diversas variantes relacionadas com a mesma passagem do texto. A leitura [gr. o
santo Evangelho de acordo com Marcos] é atestada pelos manuscritos cursivos 209 [séc.
14], 579 [séc. 13] e por alguns outros manuscritos gregos que diferem do texto majoritário
e pela edição Clementina da Vulgata [1592-1593] [mas com alguma pequena diferença textual]. A abreviatura indica que a leitura da obra NA27 possui apoio dos códices Sinaítico
[4º séc.] e Vaticano [4º séc.] [ambos com alguma pequena diferença textual] e por poucos
manuscritos gregos que diferem do texto majoritário).
Texto: Marcos 1.1: (gr. filho de Deus).
expressão colocada entre colchetes [gr. filho de Deus] é de autenticidade
(a
duvidosa; a mesma expressão colocada entre os símbolos significa que em determinados
manuscritos gregos a locução é substituída por outras. O símboloindica que tal trecho
era admitido como original em edições anteriores da edição NA25. O símbolo indica que
o trecho é omitido pelos códices Sinaítico [4º séc.] [texto original antes das correções posteriores] e de Tbilisi [9º séc.], pelo manuscrito cursivo 28 [séc. 11], pelo lecionário 2211 [c.
995-996], por poucos manuscritos gregos que diferem do texto majoritário, pela versão
saídica e por Orígenes de Alexandria [3º séc.]. O símbolo separa diversas variantes relacionadas com a mesma passagem do texto. O trecho [gr. de Jesus Cristo] é
omitido por Irineu de Lião [2º séc.] e por Epifânio de Salamina [5º séc.]. A leitura
[gr. filho do senhor] é atestada pelo manuscrito cursivo 1241 [c. séc. 12].
A abreviatura indica que a leitura da obra NA27 possui apoio dos códices Sinaítico [4º
séc.] [com correção feita pelo primeiro corretor], Vaticano [4º séc.], Beza Cantabrigiense
[5º séc.], Régio [8º séc.] e Freeriano [5º séc.], pelo manuscrito cursivo 2427 [c. séc. 14?] e
por poucos manuscritos gregos que diferem do texto majoritário [mas a leitura
{gr. filho de Deus} é atestada pelos códices Alexandrino [5º séc.], pelas famílias dos manuscritos cursivos 1 e 13, pelo manuscrito cursivo 33 [séc. 10] e pelo texto
majoritário]. A tradição inteira da versão latina apoia a mesma leitura grega, assim como as
versões saídica e copta e Irineu de Lião [em tradução latina]).
Texto: Marcos 1.2: (gr. eis envio).
(o símboloindica a localização onde uma ou mais palavras é insertada pelos manuscritos
gregos. A leitura [gr. eu] é atestada pelos códices Sinaítico [4º séc.], Alexandrino [5º
séc.], Régio [8º séc.] e Freeriano [5º séc.], pelas famílias dos manuscritos cursivos 1 e 13,
93
pelo manuscrito cursivo 33 [séc. 10], pelo texto majoritário, pela edição Clementina da
Vulgata [1592-1593], pela Siro-Héxapla [7º séc.], pelos manuscritos das versões saídica e
boaírica, por Orígenes de Alexandria [3º séc.] e por Eusébio de Cesareia [4º séc.]. A abreviatura indica que a leitura do NA27 possui apoio dos códices Vaticano [4º séc.], Beza
Cantabrigiense [5º séc.] e de Tbilisi [9º séc.], pelos manuscritos cursivos 28 [séc. 11] [texto
original antes das correções posteriores] [9º séc.] e 2427 [c. séc. 14?], pelo lecionário 2211
[c. 995-996] e por poucos manuscritos gregos que diferem do texto majoritário. A mesma
leitura grega é apoiada pela Vulgata e por uma parte da Vetus Latina, assim como a versão
copta e Irineu de Lião [em tradução latina]).
Referências Bibliográficas
ALAND, Kurt; ALAND, Barbara. O Texto do Novo Testamento: Introdução às Edições Científicas do
Novo Testamento Grego bem como à Teoria e Prática da Moderna Crítica Textual. Barueri:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2013.
PAROSCHI, Wilson. Origem e Transmissão do Texto do Novo Testamento. Barueri: Sociedade Bíblica
do Brasil, 2012.
SCHOLZ, Vilson. Princípios de Interpretação Bíblica: Introdução à Hermenêutica com Ênfase em Gêneros
Literários. Canoas: ULBRA, 2006, p. 43-62.
SILVA, Cássio Murilo D. da. Metodologia de Exegese Bíblica. Coleção Bíblia e História. São Paulo:
Paulinas, 2000, p. 42-43.
STUART, Douglas; FEE, Gordon D. Manual de Exegese Bíblica: Antigo e Novo Testamentos. São
Paulo: Vida Nova, 2008, p. 255-256.
TREBOLLE BARRERA, Julio. A Bíblia Judaica e a Bíblia Cristã: Introdução à História da Bíblia. Petrópolis: Vozes, 1996, p. 396-414.
WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: Manual de Metodologia. 7. ed. São Leopoldo: Sinodal-EST, 2012.
94
19. Utilização do Software BibleWorks – NA27
a. Introdução
O software bíblico BibleWorks é um programa para todos aqueles que trabalham com
textos bíblicos. O programa possui versões da Bíblia em inúmeras línguas, como português,
espanhol, italiano, inglês, francês, alemão, coreano, chinês, árabe, entre outras línguas, além
de possuir várias edições da Bíblia em cada uma dessas linguagens. O software bíblico BibleWorks possui, ainda, gramáticas, dicionários, léxicos, concordâncias, entre outros recursos.
Além das versões bíblicas em línguas modernas, o software possui a maior parte das versões
clássicas da Bíblia, como o Texto Massorético (hebraico), a Septuaginta (grego), a Vulgata
(latim), o Targum (aramaico) e a Peshitta (siríaco). Para o estudante de teologia, os dois principais textos bíblicos são o Antigo Testamento hebraico (a Bíblia Hebraica) e o Novo Testamento grego. A edição principal do Novo Testamento grego é a obra Nestle-Aland Novum
Testamentum Graece, 27ª edição (NA27), que no programa é designada pela sigla BNT. As três
colunas principais do programa são as seguintes:
Coluna da esquerda: concordância onde constam todas as ocorrências de uma determinada palavra ou expressão, que é assinalada no texto bíblico grego.
Coluna central: texto bíblico grego do NA27.
Coluna da direita: dicionário ou gramática do grego bíblico.
Abaixo, a imagem mostra a entrada Greek (ingl. grego), na qual são listadas várias
versões bíblicas em grego, como Septuaginta e Novo Testamento, além de escritos dos Pais
gregos da Igreja. A principal versão é aquela designada pela sigla BNT BibleWorks NT
(NA27) (ingl. BNT BibleWorks Novo Testamento [NA 27]), que é o texto da edição NA27.
Tal edição apresenta um texto reconstruído criticamente tendo como base inúmeros manuscritos gregos da época antiga e medieval.
95
b. O substantivo em Marcos 16.2
A imagem abaixo mostra, na coluna central, o texto bíblico grego da obra NA27, em
Marcos 16.2, destacando o substantivo no caso genitivo plural (gr. dos sábados),
que é assinalado em cor amarela. A coluna da esquerda, que é uma concordância, mostra
todas as passagens onde a palavra em relevo ocorre no texto bíblico grego. A coluna da
direita, que é um léxico, fornece informações gramaticais sobre a lexia em realce. A janela em
formato de pop-up, em cor amarela clara, na coluna central, fornece informações sucintas
como significado básico e breve classificação gramatical.
Detalhe para ser comentado é sobre a coluna da esquerda: a concordância lista, unicamente, a forma da palavra que aparece no texto bíblico grego em Marcos 16.2, sem atentar
para outras formas. Neste caso, a concordância lista o vocábulo (gr. dos sábados)
no genitivo plural. De acordo com a concordância, esta forma da palavra ocorre em 10 versículos: Mateus 28.1 (duas vezes); Marcos 16.2; Lucas 4.16; 24.1; João 20.1; 20.19; Atos dos
Apóstolos 13.14; 16.13; 20.7 e Colossenses 2.16. Note que a citada palavra é destacada em
cor amarela na lista de versículos bíblicos.
A coluna da direita mostra o verbete dedicado ao item lexical (gr. sábado),
no caso nominativo singular, no léxico Shorter Lexicon of the Greek New Testament, de F. Wilbur
Gingrich e Frederick W. Danker. Este léxico possui versão em português, sendo intitulado
Léxico do Novo Testamento Grego/Português (São Paulo: Vida Nova, 1984). Na coluna da direita,
constam várias informações gramaticais, como a forma da palavra no nominativo singular
(), o sufixo de genitivo () que indica que a mesma pertence à segunda declinação
e o gênero da mesma que é neutro (). Além disso, há os significados (sábado, o sétimo dia
da semana, considerado sagrado pelos judeus) e referências bíblicas (Mt 12.8; Mc 2.27; Lc
6.7; Jo 5.9 etc.). A janela em formato de pop-up fornece informações gramaticais básicas sobre
o vocábulo em Marcos 16.2:
, o sábado
substantivo comum neutro genitivo plural
96
c. O nome próprio masculino em Marcos 16.7
A imagem abaixo mostra, na coluna central, o texto bíblico grego da edição NA27,
em Marcos 16.7, destacando o nome próprio masculino no caso dativo (gr. a Pedro),
que é assinalado em cor amarela. A coluna da esquerda mostra todas as passagens onde a
forma do nome em relevo ocorre no texto bíblico grego. A coluna da direita fornece informações gramaticais sobre o nome próprio masculino em realce. A janela em formato de popup, em cor amarela clara, na coluna central, fornece informações sucintas como significado
básico e breve classificação gramatical.
Na coluna da esquerda, a concordância lista, unicamente, a forma do nome próprio
masculino no caso dativo singular que aparece no texto bíblico grego em Marcos 16.7, sem
atentar para outras formas. Neste caso, a concordância lista o nome próprio masculino
(gr. a Pedro) no dativo singular. De acordo com a concordância, esta forma do referido nome
ocorre em 15 versículos: Mateus 16.23; 17.24; 26.40; 26.73; Marcos 8.33; 14.37; 14.70; 16.7;
Lucas 22.61; João 18.11; 18.17; 21.7; 21.15; Atos dos Apóstolos 10.45 e Gálatas 2.8. Note
que o mencionado nome próprio masculino é destacado em cor amarela na lista de versículos
bíblicos.
A coluna da direita mostra o verbete dedicado ao item lexical (gr. Pedro), no
caso nominativo singular, no léxico de Gingrich e Danker. Na coluna da direita, constam
várias informações gramaticais, como a forma do nome no nominativo singular (), o
sufixo de genitivo () que indica que o mesmo pertence à segunda declinação e o gênero do
mesmo que é masculino (). Além disso, há o significado (Pedro, o sobrenome do líder dos
doze discípulos; seu nome era originalmente Simão [...]) e referências bíblicas (Mt 16.16;
16.18; Mc 3.16; Lc 5.8; Jo 18.10 etc.). A janela em formato de pop-up fornece informações
gramaticais básicas sobre o nome próprio masculino em Marcos 16.7:
, Pedro
nome próprio masculino dativo singular
97
d. A forma verbal em Marcos 16.1
A imagem abaixo mostra, na coluna central, o texto bíblico grego da obra NA27, em
Marcos 16.1, destacando a forma verbal (gr. compraram), que é assinalada em cor
amarela. A coluna da esquerda mostra todas as duas passagens onde o item verbal em relevo
ocorre no texto bíblico grego. A coluna da direita fornece informações gramaticais sobre a
forma verbal em realce. A janela em formato de pop-up, em cor amarela clara, na coluna central, fornece informações sucintas como significado básico e breve classificação gramatical.
Na coluna da esquerda, a concordância lista, unicamente, a forma do item verbal que
aparece no texto bíblico grego em Marcos 16.1, sem atentar para outras formas. Neste caso,
a concordância lista o item verbal (gr. compraram) no aoristo ativo, terceira pessoa
plural. De acordo com a concordância, esta forma do referido verbo ocorre em apenas dois
versículos: Mateus 27.7 e Marcos 16.1. Note que a mencionada forma verbal é destacada em
cor amarela na lista de versículos bíblicos.
A coluna da direita mostra o verbete dedicado ao item lexical (gr. comprar,
adquirir), no léxico de Gingrich e Danker. Na coluna da direita, constam várias informações
gramaticais, como a forma verbal no indicativo presente, voz ativa, primeira pessoa singular
(). Além disso, há o significado (comprar, adquirir) e referências bíblicas (Mt 13.44
e 1Co 6.20). A janela em formato de pop-up fornece informações gramaticais básicas sobre o
item verbal em Marcos 16.1:
comprar
verbo indicativo aoristo ativo terceira pessoa plural
98
e. A preposição em Marcos 16.19
A imagem abaixo mostra, na coluna central, o texto bíblico grego da edição NA27,
em Marcos 16.19, destacando a preposição (gr. com, junto a, entre [genitivo]; depois de,
após [acusativo]), que é assinalada em cor amarela. A coluna da esquerda mostra todas as
passagens onde a preposição em relevo ocorre no texto bíblico grego. A coluna da direita
fornece informações gramaticais sobre a preposição. A janela em formato de pop-up, em cor
amarela clara, na coluna central, fornece informações sucintas como significado básico e
breve classificação gramatical.
Na coluna da esquerda, a concordância lista, unicamente, a preposição que aparece
no texto bíblico grego em Marcos 16.19. Neste caso, a concordância lista a preposição
(gr. com, junto a, entre [genitivo]; depois de, após [acusativo]). De acordo com a concordância, esta preposição ocorre em 287 versículos, entre os quais Mateus 1.12; 2.11; 4.21; 8.11;
9.11; 12.41; 12.42; 13.20 etc. Note que a referida preposição é destacada em cor amarela na
lista de versículos bíblicos.
A coluna da direita mostra o verbete dedicado ao item lexical (gr. com, junto a,
entre [genitivo]; depois de, após [acusativo]), no léxico de Gingrich e Danker. Na coluna da
direita, constam várias informações gramaticais, como os vários usos da preposição (no genitivo: com; com acusativo: após). Além disso, há referências bíblicas (Mc 3.5; 10.30; Lc
23.12; Hebreus 9.3 etc.). A janela em formato de pop-up fornece informações gramaticais
básicas sobre a preposição em Marcos 16.19:
com (genitivo); após (acusativo)
preposição de acusativo
99
f. Novo Testamento Interlinear Grego-Português e BibleWorks
Abaixo, uma análise de Marcos 1.9, tendo como base a tradução da obra Novo Testamento Interlinear Grego-Português (NTI) (SBB, 2004) com as informações do software BibleWorks.
Observação: os números sobrescritos conectam as palavras e expressões do texto bíblico
grego com os quadros em cor bege com as informações das janelas em formato pop-up que
aparecem na coluna central que apresenta o texto bíblico grego no software BibleWorks.
1
2
E
aconteceu
3 4
em aqueles
os dias
9
10
e
foi batizado
7 8
de Nazaré
da Galileia
1
6
veio
Jesus
11 12
em o Jordão
por João.
e, então, também
conjunção coordenativa
2
vir
a ser, ser
verbo indicativo aoristo médio terceira pessoa singular
3
em (dativo)
preposição de dativo1
4
que
pronome demonstrativo dativo feminino plural
o
artigo definido dativo feminino plural
um dia
substantivo comum dativo feminino plural
5
vir, ir
verbo indicativo aoristo ativo terceira pessoa singular
6
Jesus, Josué
nome próprio nominativo masculino singular
7
de (genitivo)
preposição de genitivo
8
Nazaré
nome próprio genitivo feminino singular
a
Galileia
artigo definido genitivo feminino singular nome próprio genitivo feminino singular
9
e, então, também
conjunção coordenativa
10
batizar
verbo indicativo aoristo passivo terceira pessoa singular
11
12
1
5
para (acusativo)
preposição de acusativo
o
artigo definido acusativo
masculino singular
por (genitivo); sob (acusativo)
preposição de genitivo
o Jordão
nome próprio acusativo
masculino singular
João
nome próprio genitivo
masculino singular
O software BibleWorks classifica o caso como dativo, porém, a maioria das gramáticas de grego bíblico classifica o referido caso como locativo. O mesmo é válido para o caso dos quadros de número 4.
100
g. Download
Abaixo está o título completo do software e informações para download.
BibleWorks 8: Software for Biblical Exegesis and Research. Norfolk: Bibleworks, LLC, 2008.
Sites para download:
www.4shared.com.
194.71.107.80/torrent/5359588/BibleWorks_8.
Exercício: fazer a classificação gramatical de Lucas 1.26, tendo como base a obra Novo Testamento Interlinear Grego-Português com as informações do software BibleWorks.
Referência Bibliográfica
BibleWorks 8: Software for Biblical Exegesis and Research. Norfolk: Bibleworks, LLC, 2008.
101
20. Verbo no Grego Bíblico: Introdução Panorâmica
a. Introdução
Este estudo apresenta os principais aspectos do sistema verbal do grego bíblico, servindo como introdução geral ao assunto.
b. Características gerais
O sistema verbal do grego bíblico consiste nos seguintes componentes:
Tempo
Modo
Voz
Pessoa
Número
Função
Presente, futuro, imperfeito, aoristo, perfeito e mais-que-perfeito.
Indicativo, subjuntivo, imperativo e optativo.
Voz ativa, voz passiva e voz média.
Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles e elas.
Singular e plural.
Aspecto durativo, aspecto pontilear e aspecto resultante.
Alguns verbos frequentes no texto bíblico grego são:
→
→
→
→
→
→
→
→
→
→
→
→
→
→
amar.
santificar.
ressuscitar.
conhecer, saber.
escrever.
servir.
ser, existir.
vir.
estar.
dizer.
mudar a mente.
crer.
fazer.
salvar.
Nos dicionários de grego bíblico, sempre a forma verbal é a da primeira pessoa do
singular do presente do indicativo, voz ativa. Logo em seguida, há as conjugações, as principais formas verbais, os possíveis significados e referências bíblicas. A seguir, como exemplo,
o verbo na obra de Carlo Rusconi, Dicionário do Grego do Novo Testamento (São Paulo:
Paulus, 2003), p. 17.
Significado das formas verbais e significado das principais abreviaturas e símbolos
que são mostrados no verbete:
102
(amarei); fut. at.: futuro do indicativo, voz ativa.
(amei); aor. at.: aoristo, voz ativa.
(tenho amado); perf. at.: perfeito, voz ativa.
(serei amado); fut. pas.: futuro, voz passiva.
(tenho sido amado); perf. pas.: perfeito, voz passiva.
(amor): substantivo feminino da primeira declinação derivado do verbo .
Ø: indica o início da lista das formas verbais mais importantes no Novo Testamento grego.
↗: remete
ao vocábulo em questão.
⇔: indica o início da lista dos significados do vocábulo no Novo Testamento grego.
Os léxicos de grego bíblico sempre listam todas as formas verbais de um determinado
verbo. A seguir, como exemplo, o verbo na obra de William D. Mounce, Léxico Analítico do Novo Testamento Grego (São Paulo: Vida Nova, 2013), p. 191.
103
Observação importante: nos dicionários e nos léxicos de grego bíblico sempre são encontrados os verbos e as formas verbais que são registrados ao longo do texto do Novo Testamento grego. No período neotestamentário (1º e 2º séc. d.C.), existiam outros verbos e outras
formas verbais, mas que não foram registradas no texto grego do Novo Testamento.
Muitos substantivos do grego bíblico são derivados de verbos, como nos exemplos
abaixo:
(amar)
(anunciar)
(servir)
(ensinar)
(dizer)
(salvar)
→
→
→
→
→
→
(amor), (amado).
(mensageiro, anjo), (anúncio, mensagem).
(servente), (serviço).
(mestre), (ensinamento, instrução).
(palavra), (dito, sentença).
(salvação), (salvador).
O sistema verbal do grego bíblico possui os seguintes tempos e aspectos:
tempos
Presente: expressa ação contínua; aspecto durativo.
Ex.: eu escrevo/eu estou escrevendo; eles trabalham/eles estão trabalhando.
ação
–
Futuro: expressa ação contínua no futuro; aspecto pontilear.
Ex.: eu escreverei; no juízo final Cristo julgará os vivos e os mortos.
:
Imperfeito: expressa ação contínua no passado, mas que já cessou; aspecto
durativo.
Ex.: eu escrevia/eu estava escrevendo; o apóstolo estava pregando na igreja.
–|
Aoristo: expressa ação concluída no passado, sem especificar a duração; aspecto pontilear.
Ex.: eu escrevi; Cristo ressuscitou.
•
Perfeito: expressa ação concluída no passado, mas com alguma consequência
posterior que é resultante da ação; aspecto resultante.
Ex.: o texto foi escrito ontem e hoje pode ser lido; tomei o remédio ontem e
hoje estou melhor.
• – |–
Mais-que-perfeito: expressa ação concluída no passado e que teve certa duração por algum tempo até cessar; aspecto resultante.
Ex.: o escritor ficou escrevendo o texto; o aluno ficou esperando o ônibus.
•–|
c. Exemplos da utilização dos tempos verbais no Novo Testamento grego
Presente
João 21.15-17
(...)
(...) Simão de João,
amas a mim
mais do que
estes? (...)
Sim, Senhor,
tu sabes
que
tenho afeição por ti.
diz a ele novamente
segunda vez:
Simão de João,
amas a mim?
Sim, Senhor,
tu sabes
que
tenho afeição por ti.
104
diz a ele
a terceira vez:
Simão de João,
tens afeição por mim?
e diz a ele:
Senhor, tudo
tu sabes (...) que
tenho afeição por ti.
Marcos 12.14
Mestre,
sabemos
que (...)
o caminho
de Deus
ensinas;
Futuro
João 5.25
(...) os mortos
ouvirão
a voz
do filho
de Deus (...)
Apocalipse 5.10
(...) e reinarão
sobre
a terra.
Imperfeito
Marcos 1.13
(...) e estava
no deserto
quarenta
dias (...)
A, ---, então,
igreja (...)
tinha
paz (...)
Atos dos Apóstolos 9.31
Aoristo
Marcos 1.8
eu batizei
a vós com água,
ele mas
batizará a vós
em espírito santo.
Romanos 1.21
porque conhecendo
o Deus
não como Deus
glorificaram (...)
3João 9
Escrevi
algo
à igreja; (...)
Perfeito
João 16.11
(...) porque
o chefe
deste mundo
está julgado/foi julgado.
João 19.30
(...) o Jesus
disse:
Está completado/foi completado, (...)
Mais-que-perfeito
Marcos 1.34
105
(...) mas não
deixava falar
os demônios,
porque
tinham conhecido
a ele.
João 6.17
(...) e escuridão
já tinha se tornado
e ainda
não
tinha vindo
a eles (...)
d. Formas do infinitivo
forma do dicionário
forma do infinitivo
tradução
dizer
ouvir
amar
ter afeição
ver
ser, estar
receber
glorificar
santificar
falar
batizar
ter
crer
testemunhar
ensinar
conhecer
escrever
salvar
fazer
servir
e. Particípio
No grego bíblico, o particípio é uma forma verbal que pode ser usado como verbo
ou como adjetivo. O particípio pode ter função atributiva ou predicativa. Assim como os
substantivos e adjetivos, o particípio possui caso, gênero e número.
o particípio como adjetivo
Função: atributiva ou predicativa.
Quando aparece com artigo definido, pode ser utilizado como adjetivo substantivado.
Como adjetivo, possui caso, gênero e número.
106
o particípio como verbo
Como verbo, possui os seguintes tempos: presente, futuro, aoristo e perfeito.
Possui voz: ativa, média e passiva.
Abaixo, há alguns exemplos do particípio, na voz ativa, no gênero masculino, no caso
nominativo, no singular e as possíveis traduções:
forma do dicionário
particípio
opções de tradução
dizendo/o que diz
ouvindo/o que ouve/ouvinte
amando/o que ama/amante
vendo/o que vê
sendo/o que é/ente
recebendo/o que recebe
glorificando/o que glorifica
santificando/o que santifica
falando/o que fala/falante
batizando/o que batiza/batizante
tendo/o que tem
crendo/o que crê/crente
testemunhando/o que testemunha
ensinando/o que ensina
conhecendo/o que conhece/conhecedor
escrevendo/o que escreve/escrevente
salvando/o que salva/salvador
fazendo/o que faz
servindo/ o que serve/servente
Exemplos:
Êxodo 3.14
E disse
o Deus
a Moisés
eu sou
o que é/o ente;
Marcos 1.4
veio
João
o que batiza/o batizante
no deserto (...)
João 14.21
o que tem
os mandamentos meus
aquele
é
o que ama a mim;
107
2João 1.5
e agora (...),
senhora, (...)
não como
mandamento novo
escrevendo a ti (...)
Abaixo, há alguns exemplos do particípio, na voz ativa, no gênero masculino, no caso
nominativo, no plural e as possíveis traduções:
forma do dicionário
particípio
opções de tradução
dizendo/os que dizem
ouvindo/os que ouvem/ouvintes
amando/os que amam/amantes
vendo/os que veem
sendo/os que são/entes
recebendo/os que recebem
glorificando/os que glorificam
santificando/os que santificam
falando/os que falam/falantes
batizando/os que batizam/batizantes
tendo/os que têm
crendo/os que creem/crentes
testemunhando/os que testemunham
ensinando/os que ensinam
conhecendo/os que conhecem/conhecedores
escrevendo/os que escrevem/escreventes
salvando/os que salvam/salvadores
fazer/os que fazem
servindo/ os que servem/serventes
Exemplos:
Mateus 2.2
(...) eis que magos
desde orientes
chegaram
a Jerusalém
dizendo:
Onde está
o nascido
rei
dos judeus?
Mateus 5.11
1
benditos
os que estão tristes,
porque eles
serão consolados.
Verbo: (gr. estar triste, estar aflito, estar de luto, chorar, prantear, lamentar).
108
Mateus 5.62
benditos
os que têm fome
e os que têm sede de
a justiça,
f. Tabela das formas verbais
Abaixo, há uma tabela que serve como identificação das características, terminações,
identificação e tipo de ação das formas verbais do grego bíblico.3 As abreviaturas usadas na
tabela são as seguintes:
abreviatura
fut. ind.
impf. ind.
inf. fut.
inf. pres. ind.
inf. 1º aor.
inf. 2º aor.
mqpf. ind.
part. fut.
part. perf.
perf. ind.
part. 1º aor.
part. 2º aor.
part. 2º perf.
pres. imp.
pres. ind.
pres. opt.
pres. subj.
vz. at.
vz. méd.
vz. pas.
1º aor. imp.
2º aor. imp.
1º aor. ind.
2º aor. ind.
1º aor. opt.
2º aor. opt.
1º aor. subj.
2º aor. subj.
2º mqpf. ind.
aumento
tempo e modo verbal
futuro do indicativo.
imperfeito do indicativo.
infinitivo do futuro.
infinitivo do presente do indicativo.
infinitivo do primeiro aoristo.
infinitivo do segundo aoristo.
mais-que-perfeito do indicativo.
particípio do futuro.
particípio do perfeito.
perfeito do indicativo.
particípio do primeiro aoristo.
particípio do segundo aoristo.
particípio do segundo perfeito.
presente, imperativo.
presente do indicativo.
presente do optativo.
presente do subjuntivo.
voz ativa.
voz média.
voz passiva.
primeiro aoristo, imperativo.
segundo aoristo, imperativo.
primeiro aoristo do indicativo.
segundo aoristo do indicativo.
primeiro aoristo do optativo.
segundo aoristo do optativo.
primeiro aoristo do subjuntivo.
segundo aoristo do subjuntivo.
segundo mais-que-perfeito do indicativo.
características
terminações
identificação
pres. ind.
vz. at.
ação
contínua
pres. ind.
vz. méd./ vz. pas.
contínua
inf. pres. ind.
contínua
2
3
Verbos: (gr. ter fome, estar com fome, estar faminto); (gr. ter sede, estar sedento).
Esta tabela é baseada em L. S. Rega e J. Bergmann, Noções do Grego Bíblico: Gramática Fundamental, 3. ed., São
Paulo: Vida Nova, 2014, p. 369-370.
109
vz. at./ vz. méd./ vz. pas.
pres. subj.
vz. at.
contínua
pres. subj.
vz. méd./ vz. pas.
contínua
part. pres.
vz. at.
contínua
part. pres.
vz. méd./ vz. pas.
contínua
pres. imp.
vz. at.
contínua
pres. imp.
vz. méd./ vz. pas.
contínua
pres. opt.
vz. at.
contínua
pres. opt.
vz. méd./ vz. pas.
contínua
∕∕
3ª ∕∕ 1a
2ª ∕∕ 1a
fut. ind.
vz. at.
contínua
no futuro
fut. ind.
vz. méd.
contínua
no futuro
inf. fut.
vz. at./ vz. méd.
contínua
no futuro
1º aor. subj.
vz. at.
concluída
no passado
1º aor. subj.
vz. méd.
concluída
no passado
part. fut.
vz. at.
contínua
no futuro
part. fut.
vz. méd.
contínua
no futuro
inf. 1º aor.
vz. at./ vz. méd.
concluída
no passado
∕∕
3ª ∕∕ 1a
2ª ∕∕ 1a
110
∕∕
3ª ∕∕ 1a
part. 1º aor.
vz. at.
concluída
no passado
part. 1º aor.
vz. méd.
concluída
no passado
1º aor. imp.
vz. at.
concluída
no passado
1º aor. imp.
vz. méd.
concluída
no passado
1º aor. opt.
vz. at.
concluída
no passado
1º aor. opt.
vz. méd.
concluída
no passado
1º aor. subj.
vz. pas.
concluída
no passado
part. 1º aor.
vz. pas.
concluída
no passado
1º aor. opt.
vz. pas.
concluída
no passado
inf. 1º aor.
vz. pas.
concluída
no passado
1º aor. imp.
vz. pas.
concluída
no passado
fut. ind.
vz. pas.
contínua
no futuro
inf. fut.
vz. pas.
contínua
no futuro
part. fut.
vz. pas.
contínua
no futuro
inf. 2º aor.
vz. at./ vz. méd.
concluída
no passado
∕∕
2ª ∕∕ 1a
3ª ∕∕ 1a
2ª ∕∕ 1a
2º aor. subj.
vz. at.
concluída
no passado
2º aor. subj.
vz. méd.
concluída
no passado
111
∕∕
3ª ∕∕ 1a
part. 2º aor.
vz. at.
concluída
no passado
2ª ∕∕ 1a
part. 2º aor.
vz. méd.
concluída
no passado
3ª ∕∕ 1a
part. 2º aor.
vz. pas.
concluída
no passado
2º aor. imp.
vz. at.
concluída
no passado
2º aor. imp.
vz. méd.
concluída
no passado
2º aor. opt.
vz. at.
concluída
no passado
2º aor. opt.
vz. méd.
concluída
no passado
2º aor. imp.
vz. pas.
concluída
no passado
perf./ 2º perf. ind.
vz. at.
concluída
no passado, mas
com consequência
posterior
inf. perf.
vz. at./ vz. méd./
vz. pas.
concluída
no passado, mas
com consequência
posterior
part. perf./ 2º perf.
vz. at.
concluída
no passado, mas
com consequência
posterior
perf. ind.
vz. méd./ vz. pas.
concluída
no passado, mas
com consequência
posterior
∕∕
∕∕
3ª ∕∕ 1a
112
2ª ∕∕ 1a
part. perf.
vz. méd./ vz. pas.
concluída
no passado, mas
com consequência
posterior
impf. ind.
vz. at.
concluída
no passado, mas
com consequência
posterior
impf. ind.
vz. méd./ vz. pas.
concluída
no passado, mas
com consequência
posterior
1º aor. ind.
vz. at.
concluída
no passado
1º aor. ind.
vz. méd.
concluída
no passado
1º aor. ind.
vz. pas.
concluída
no passado
2º aor. ind.
vz. at.
concluída
no passado
2º aor. ind.
vz. méd.
concluída
no passado
2º aor. ind.
vz. pas.
concluída
no passado
mqpf./2º mqpf. ind.
vz. at.
concluída
no passado
e que teve
certa duração por algum
tempo até
cessar
mqpf. ind.
vz méd./ vz. pas.
concluída
no passado
e que teve
113
certa duração por algum
tempo até
cessar
Exercícios.
α. Conjugar, utilizando a tabela, os seguintes verbos no presente do indicativo, voz ativa:
β. Conjugar, utilizando a tabela, os seguintes verbos no presente do indicativo, voz passiva:
Referências Bibliográficas
FREIRE, Antônio. Gramática Grega. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 59-140, 189204 e 239-241.
GUSSO, Antônio R. Gramática Instrumental do Grego: do Alfabeto à Tradução a Partir do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2010, p. 53-60, 69-78, 95-118, 131-140 e 149-244.
MALZONI, Cláudio V. 25 Lições de Iniciação ao Grego do Novo Testamento. 2. ed. Coleção Línguas
Bíblicas. São Paulo: Paulinas, 2014, p. 39-46, 57-60, 69-72, 85-88, 95-97, 115-119,
123-127 e 133-136.
MOUNCE, William D. Fundamentos do Grego Bíblico - vol. 1: Livro de Gramática. São Paulo: Editora Vida, 2009, p. 141-398, 416-444.
REGA, Lourenço S.; BERGMANN, Johannes. Noções do Grego Bíblico: Gramática Fundamental. 3.
ed. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 27-68, 134-177, 207-243, 255-315 e 351-360.
SOARES, Esequias. Gramática Prática de Grego. São Paulo: Hagnos, 2011, p. 52-60, 94-102, 112172, 196-214 e 238-340.
SCHALKWIJK, Francisco L. Coinê: Pequena Gramática do Grego Neotestamentário. 8. ed. Patrocínio:
Ceibel, 1998, p. 14-19, 48-58, 60-75, 80-107, 132-133 e 154-162.
SWETNAM, James. Gramática do Grego do Novo Testamento – vol. 1: Lições; vol. 2: Chaves e Paradigmas. São Paulo: Paulus, 2002, p. 16-395.
WALLACE, Daniel B. Gramática Grega: Uma Sintaxe Exegética do Novo Testamento. São Paulo:
Editora Batista Regular do Brasil, 2009, p. 390-655.
114
21. Vocabulário do Grego Bíblico
O Novo Testamento grego possui 5.388 palavras em 7.941 versículos. Cerca de 1.928
vocábulos são hapax legomena (palavras que ocorrem uma única vez). O número total de palavras é de 138.019.1 Este “Vocabulário do Grego Bíblico” lista, em sequência alfabética e
por tópicos, aqueles itens lexicográficos mais frequentes que são registrados no texto do
Novo Testamento grego.
a. Substantivos
abismo
bondade
serviço
diácono, servente
amor, afeição
anúncio
mestre
ensinamento
justiça
anjo, mensageiro
campo
glória, honra
irmã
servo, escravo
irmão
nação
hades
paz
injustiça
sangue
igreja
óleo
ouvido
verdade
pecado, erro, falta
cordeiro
trabalho, obra
deserto
homem, marido
oração, prece
ser humano
vida, vida natural
apóstolo
dia
pão, alimento
reino, reinado
morte
vontade
rei
Deus, deus
rainha
filha
livro
sacrifício
vida, existência
templo
terra
momento
conhecimento
mulher, esposa
coração
mundo
aliança
Senhor, senhor
1
misericórdia
mandamento
Cf. Paroschi, 2012, p. 186 e 273, n. 162. Soares fornece números parecidos com os dados que foram mencionados acima: ele informa que no Novo Testamento grego consta o total de 5.437 palavras distintas, perfazendo
um total de 138.162 vocábulos. Cerca de 1.800 palavras são hapax legomenon, cf. Soares, 2011, p. 15-16.
115
palavra, dito
fogo
discípulo
mãe
palavra, dito
carne
lei
sinal, prodígio
noite
sabedoria
jarro, cântaro
sinagoga
caminho
casa, família
cruz
boca
casa, família
mundo habitado
nome
céu
salvação
lugar
olho
água
multidão
visita, presença
filho
amor, amizade
pai
pátria
voz, som
luz, lâmpada
espírito, sopro
cristo, ungido
maldade
tempo (cronol.)
pé
salmo
rosto, face
profecia
falsidade
alma, vida
profeta
profetisa
ode, cântico
hora
pobreza
lucro
corpo
salvador
b. Adjetivos
bom, reto
amado, querido
santo, sacro
verdadeiro
justo, correto
eleito
grande
pequeno
último
morto
outro
puro
inteiro
igual
novo, recente
velho
mau, malvado
fiel
116
bonito, belo
chamado
comum
feliz, bendito
rico
pobre
mau
primeiro
sábio
humilde, modesto
c. Advérbios
agora
sim
ali
já
não
aqui
d. Nomes próprios
André
Mateus
Ana
Marta
Augusto
Maria
Isabel
Tiago
Marcos
Paulo
Jesus
Pedro
Judas
João
Pilatos
Priscila
José
Lucas
Tibério
Timóteo
Loide
Tito
e. Topônimos
Atenas
Egito
Antioquia
Belém
Galileia
Grécia
Nazaré
Roma
Éfeso
Esmirna
Tessalônica
Tiberíades
Jerusalém
Filipos
Judeia
Israel
Corinto
Laodiceia
f. Preposições
para cima
em lugar de
para, para dentro
de, desde
até
em, dentro de
de, da parte de
diante de, ante o
por meio de
sobre, em cima de
117
de acordo com
junto de
com, junto a
perto de, junto de
com
sobre, acima de
em torno de
sob, embaixo de
g. Conjunção
e
h. Pronomes pessoais
eles/elas
elas
ele
eu
ela
nós
ele/ela
tu
eles
vós
i. Verbos
amar
anunciar
trabalhar
vir
santificar
comer
guiar
evangelizar
ouvir
louvar, agradecer
subir
ler
encontrar
pedir, suplicar
ressuscitar
morrer
batizar
reinar
enxergar
gerar
estar
chamar
tornar-se
descer
saber, conhecer
proclamar
escrever
falar
servir, cuidar
ensinar
receber
dizer
dar
pensar
lavar
soltar
glorificar
testemunhar
erguer, levantar
permanecer
ser, existir
mudar a mente
118
ter
viver
procurar
querer
vencer
salvar
ver
enviar
pôr
tornar conhecido
crer
carregar, levar
fazer
ter afeição
semear
guardar
crucificar
congregar
cantar, salmodiar
alegrar-se
Referências Bibliográficas
BAILLY, Anatole (ed.). Le Grand Bailly Dictionnaire Grec-Français. Paris: Hachette, 2000.
GINGRICH, F. Wilbur; DANKER, Frederick W. Léxico do Novo Testamento Grego/Português. São
Paulo: Vida Nova, 1984.
GUSSO, Antônio R. “Apêndice C: Léxico Analítico”. In: idem. Gramática Instrumental do Grego:
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1: Livro de Gramática. São Paulo: Editora Vida, 2009, p. 444-478.
_____. “Apêndice: Léxico”. In: idem. Fundamentos do Grego Bíblico - vol. 1: Livro de Gramática.
São Paulo: Editora Vida, 2009, p. 479-538.
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Lições. São Paulo: Paulus, 2002, p. 24-25, 29-30, 36-37, 42-43, 46-47, 51-52, 58, 6465, 70, 75-76, 82-83, 87-88, 92-93, 98-99, 103, 108, 114-115, 119-120, 125-126, 130131, 135-136, 141-142, 146-147, 151-152, 156-157, 162, 166, 170, 174-175, 179-180,
183, 186-187, 193, 197, 203-204, 207-208, 211, 214, 217-218, 223-224, 229, 235-236,
241, 246-247, 252-253, 257-258, 263-264, 269-270, 275-276, 279-280, 285-286, 291,
296, 303-304, 309, 315-316, 322-323, 329-330, 334-335, 340-341, 345, 350-351, 355356, 360-361, 365 e 369-370.
TAYLOR, William C. Dicionário do Novo Testamento Grego. São Paulo: Editora Batista Regular,
2000.
119
22. Ilustrações
a. Códice Sinaítico: M.B. Add. 43725
Manuscrito: Códice Sinaítico: M.B. Add. 43725 (S ou ).1
Data: 4º século.
Texto: Lucas 1.56-2.13 (fólio 229a).
1
Cf. www.codexsinaiticus.org.
120
b. Códice Vaticano: Gr. 1209
Manuscrito: Códice Vaticano: Gr. 1209 (B).2
Data: 4º século.
Texto: João 16.27-17.21 (fólio 1375b).
2
Cf. digi.vatlib.it/view/MSS_Vat.gr.1209.
121
c. Códice Alexandrino: M.B. Royal 1D v-viii
Manuscrito: Códice Alexandrino: M.B. Royal 1D v-viii (A).3
Data: 5º século.
Texto: Romanos 1.1-27 (fólio 23a).
3
Cf. www.bl.uk/manuscripts/Viewer.aspx?ref=royal_ms_1_d_viii.
122
d. Códice Beza Cantabrigense: NN. 2.41
Manuscrito: Códice Beza Cantabrigense: NN. 2.41 (D).4
Data: 5º ou 6º século.
Texto: Mateus 11.10-21 (fólio 33b).
4
Cf. cudl.lib.cam.ac.uk/view/MS-NN-00002-00041.
123
e. Códice NLG 122
Manuscrito: Códice NLG 122.5
Data: século 14.
Texto: Mateus 1.1-2.1.
5
Cf. www.csntm.org/manuscript/View/noGA_NLG_122.
124
f. Papiro 72: Bodmer VII-VIII
Manuscrito: Papiro 72: Bodmer VII-VIII (𝔓72).6
Data: 3º ou 4º século.
Texto: 2Pedro 1.1-5.
6
Cf. www.csntm.org/manuscript/view/GA_P72.
125
g. Novum Testamentum Graece, 27ª edição (NA27)
Edição: B. Aland, K. Aland et alii (eds.), Novum Testamentum Graece, 27ª edição (NA27).
Data: 1993.
Texto: Lucas 1.1-13.
126
h. Novum Testamentum Graece, 28ª edição (NA28)
Edição: B. Aland, K. Aland et alii (eds.), Novum Testamentum Graece, 28ª edição (NA28).
Data: 2012.
Texto: Marcos 1.1-8.
127
i. Novo Testamento Interlinear Grego-Português (NTI)
Edição: V. Scholz e R. G. Bratcher (trads.), Novo Testamento Interlinear Grego-Português (NTI).
Data: 2004.
Texto: Lucas 5.18-25.
128
23. Grego Bíblico: Bibliografia Selecionada
Bibliografia selecionada para a disciplina Grego Bíblico I e II.
a. Gramáticas
BRANDÃO, Jacyntho L.; SARAIVA, Maria Olívia de Q.; LAGE, Celina F. ΕΛΛΗΝΙΚΑ (Helleniká): Introdução ao Grego Antigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.
DOBSON, John H. Apenda o Grego do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1994.
FREIRE, Antônio. Gramática Grega. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
GARCÍA SANTOS, Amador Á. Introducción al Griego Bíblico. 3. ed. Instrumentos para el Estudio
de la Biblia X. Estella (Navarra): Verbo Divino, 2006.
GUSSO, Antônio R. Gramática Instrumental do Grego: do Alfabeto à Tradução a Partir do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2010.
LUZ, Valdyr C. Manual de Língua Grega. 3 vols. São Paulo: Casa Publicadora Presbiteriana,
1991.
MACHEN, J. Gresham. Grego do Novo Testamento para Iniciantes. São Paulo: Hagnos, 2004.
MALZONI, Cláudio V. 25 Lições de Iniciação ao Grego do Novo Testamento. 2. ed. Coleção Línguas
Bíblicas. São Paulo: Paulinas, 2014.
MOUNCE, William D. Fundamentos do Grego Bíblico - vol. 1: Livro de Gramática; vol. 2: Livro de
Exercícios. São Paulo: Editora Vida, 2009.
MURASCHO, Henrique. Língua Grega: Visão Semântica, Lógica, Orgânica e Funcional. vol. 1: Teoria; vol. 2: Prática. São Paulo-Petrópolis: Discurso Editorial-Vozes, 2001.
REGA, Lourenço S.; BERGMANN, Johannes. Noções do Grego Bíblico: Gramática Fundamental. 3.
ed. São Paulo: Vida Nova, 2014.
SOARES, Esequias. Gramática Prática de Grego. São Paulo: Hagnos, 2011.
SCHALKWIJK, Francisco L. Coinê: Pequena Gramática do Grego Neotestamentário. 8. ed. Patrocínio:
Ceibel, 1998.
SWETNAM, James. Gramática do Grego do Novo Testamento. vol. 1: Lições; vol. 2: Chaves e Paradigmas. São Paulo: Paulus, 2002.
TAYLOR, William C. Introdução ao Estudo do Novo Testamento Grego. 9. ed. Rio de Janeiro:
JUERP, 1990.
TORRES, Milton L. Gramática Básica do Grego do Novo Testamento. Santo André: Academia Cristã,
2013.
WALLACE, Daniel B. Gramática Grega: Uma Sintaxe Exegética do Novo Testamento. São Paulo:
Editora Batista Regular do Brasil, 2009.
b. Dicionários e léxicos
BAILLY, Anatole (ed.). Le Grand Bailly Dictionnaire Grec-Français. Paris: Hachette, 2000.
COENEN, Lothar; BROWN, Colin (orgs.). Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento.
São Paulo: Vida Nova, 2000.
GARCÍA SANTOS, Amador Á. (ed.). Diccionario del Griego Bíblico: Setenta y Nuevo Testamento.
Instrumentos para el Estudio de la Biblia XXI. Estella (Navarra): Verbo Divino,
2011.
GINGRICH, F. Wilbur; DANKER, Frederick W. (eds.). Léxico do Novo Testamento Grego/Português. São Paulo: Vida Nova, 1984.
LOUW, Johannes; NIDA, Eugene (eds.). Léxico Grego-Português do Novo Testamento Baseado em
Domínios Semânticos. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2013.
MITCHEL, Larry A.; PINTO, Carlos O. C.; METZGER, Bruce M. (eds.). Pequeno Dicionário de
Línguas Bíblicas: Hebraico e Grego. Parte II: Grego. São Paulo: Vida Nova, 2002, p. 1160.
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2013.
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MA: Peeters, 2009.
_____ (ed.). A Greek ≈ Hebrew/Aramaic Two-Way Index to the Septuagint. Louvain-Paris-Walpole, MA: Peeters, 2010.
RUSCONI, Carlo (ed.). Dicionário do Grego do Novo Testamento. São Paulo: Paulus, 2003.
SCHOLZ, Vilson (ed.). Dicionário Grego-Português do Novo Testamento. Barueri: Sociedade Bíblica
do Brasil, 2018.
TAYLOR, William C. (ed.). Dicionário do Novo Testamento Grego. São Paulo: Editora Batista
Regular, 2000.
c. Chaves linguísticas
HAUBECK, Wilfrid; SIEBENTHAL, Heinrich von. Nova Chave Linguística do Novo Testamento
Grego: Mateus-Apocalipse. São Paulo: Targumim-Hagnos, 2009.
RIENECKER, Fritz; ROGERS, Cleon. Chave Linguística do Novo Testamento Grego. São Paulo: Vida
Nova, 1995.
d. Edições interlineares
GOMES, Paulo S.; OLIVETTI, Odayr (trad.). Novo Testamento Interlinear Analítico Grego-Português
– Texto Majoritário com Aparato Crítico. São Paulo: Cultura Cristã, 2008.
LUZ, Waldir C. (trad.). Novo Testamento Interlinear. São Paulo: Hagnos, 2010.
SCHOLZ, Vilson; BRATCHER, Roberto G. (trads.). Novo Testamento Interlinear Grego-Português.
Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2004.
SCHOLZ, Vilson (trad.). Novo Testamento Interlinear Grego-Português. 2. ed. Barueri: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2019.
e. Edições do Novo Testamento grego
ALAND, Barbara; ALAND, Kurt et alii (eds.). Novum Testamentum Graece. 27. ed. Stuttgart:
Deutsche Bibelgesellschaft, 1993.
_____ (eds.). O Novo Testamento Grego com Introdução em Português e Dicionário Grego-Português. 4.
ed. Stuttgart-Barueri: Deutsche Bibelgesellschaft-Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.
_____ (eds.). Novum Testamentum Graece. 28. ed. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 2012.
_____ (eds.). Novum Testamentum Graece et Latine. 28. ed. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 2014.
_____ (eds.). The Greek New Testament. 5. ed. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 2014.
_____ (eds.). Novum Testamentum Graece. Edição com Margens. Introdução em Português. 28. ed.
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- O Novo Testamento: o Texto Grego, Base da Versão João Ferreira de Almeida de
1681. Trinitarian Bible Society: Londres, s.d.
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f. Edição da Septuaginta
RAHLFS, Alfred; HANHART, Robert (eds.). Septuaginta: Id est Vetus Testamentum graece iuxta
LXX interpretes – Editio altera. vols. 1 e 2. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 2006.
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g. Edição da Septuaginta com o Novo Testamento grego
RAHLFS, Alfred; HANHART, Robert; ALAND, Barbara; ALAND, Kurt et alii (eds.). Biblia Graeca
- Septuaginta: Id est Vetus Testamentum graece iuxta LXX interpretes – Editio altera. vols. 1
e 2; Novum Testamentum Graece. 28. ed. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 2013.
h. Edição da Bíblia Hebraica com o Novo Testamento grego
ELLIGER, Karl; RUDOLPH, Wilhelm; ALAND, Barbara; ALAND, Kurt et alii (eds.). Biblia Sacra
Utriusque Testamenti Editio Hebraica et Graeca. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft,
1993/1997.
i. Outras obras
ALAND, Kurt; ALAND, Barbara. O Texto do Novo Testamento: Introdução às Edições Científicas do
Novo Testamento Grego bem como à Teoria e Prática da Moderna Crítica Textual. Barueri:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2013.
BITTENCOURT, Benedito de P. O Novo Testamento: Cânon, Língua, Texto. 2. ed. Rio de JaneiroSão Paulo: JUERP-ASTE, 1984.
FRIBERG, Barbara; FRIBERG, Timothy (eds.). O Novo Testamento Grego Analítico. São Paulo:
Vida Nova, 1987.
GUSSO, Antônio R. Leitura e Tradução do Grego Bíblico: Exercícios no Evangelho de Lucas – Texto
Analítico, Transliterado e com Tradução Interlinear e Formal. Barueri: Sociedade Bíblica do
Brasil, 2018.
KÜMMEL, Werner G. Introdução ao Novo Testamento. Nova Coleção Bíblica 13. São Paulo: Edições Paulinas, 1982.
METZGER, Bruce M. A Textual Commentary on the Greek New Testament. 2. ed. Stuttgart:
Deutsche Bibelgesellschaft, 1994.
OMANSON, Roger L. Variantes Textuais do Novo Testamento: Análise e Avaliação do Aparato Crítico
de “O Novo Testamento Grego”. Stuttgart-Barueri: Deutsche Bibelgesellschaft-Sociedade
Bíblica do Brasil, 2010.
PAROSCHI, Wilson. Origem e Transmissão do Texto do Novo Testamento. Barueri: Sociedade Bíblica
do Brasil, 2012.
SCHOLZ, Vilson. Princípios de Interpretação Bíblica: Introdução à Hermenêutica com Ênfase em Gêneros
Literários. Canoas: ULBRA, 2006.
SILVA, Cássio Murilo D. da. Metodologia de Exegese Bíblica. Coleção Bíblia e História. São Paulo:
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STUART, Douglas; FEE, Gordon D. Manual de Exegese Bíblica: Antigo e Novo Testamentos. São
Paulo: Vida Nova, 2008.
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Sites para download:
www.4shared.com.
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194.71.107.80/torrent/5359588/BibleWorks_8.
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