O alimento orgânico tem por base uma produção agrícola considerada alternativa que propõe a manutenção das características originais dos alimentos, minimizando o impacto da presença de contaminantes químicos, além de agregar aos produtos...
moreO alimento orgânico tem por base uma produção agrícola considerada alternativa que propõe a manutenção das características originais dos alimentos, minimizando o impacto da presença
de contaminantes químicos, além de agregar aos produtos gerados, a preocupação com exigências sociais e ambientais. As tendências atuais de consumo dos alimentos apontam para a utilização dietética que promovam a saúde e, ao mesmo tempo, sejam ambientalmente
sustentáveis. Assim, os alimentos orgânicos apresentam-se como um tipo de produto que atende às expectativas de um segmento crescente de novos consumidores, preocupados com a saúde e o bem-estar. Contudo, os benefícios desse tipo de produção não são acessíveis à maioria da população, pois este produto tende a ser comercializado de forma diferenciada, atingindo somente um mercado restrito de consumidores, situados nos estratos, economicamente mais favorecidos. Desta forma, o objetivo do trabalho foi analisar a
interferência do capitalismo no mercado de alimentos orgânicos, pois com a inclusão de grandes empresas no comércio e produção desse tipo de alimento, o mesmo foi direcionado para grandes empresas varejistas e atacadistas, com maior poder de barganha para disputa
destes mercados internos e externos. Inicialmente, a produção alternativa de alimentos contestava o capitalismo, negando as práticas convencionais na produção de alimentos, as quais eram empregadas no espaço rural, mais recentemente, este novo setor produtivo vem
sendo cooptado por este mesmo sistema, ao adotar estratégias típicas desta ideologia, com o claro objetivo de ampliação dos mercados na área de alimentos e o consequente aumento na geração de lucros. O presente estudo foi baseado em pesquisas bibliográficas e documental,
abrangendo publicações virtuais, bem como bases de dados, buscando avançar com o estudos sobre o mercado de alimentos orgânicos no Brasil. Os resultados obtidos evidenciam que as empresas agropecuárias e redes de distribuição de alimentos, restringem os ganhos dos pequenos produtores de alimentos orgânicos, ao estabelecerem barreiras para a sua produção, como por exemplo, a exigência de selos de certificação ou mesmo a garantia na regularidade
de entrega destes produtos para comercialização. Foi verificado ainda, que a gastronomia moderna, atenta a este novo mercado, utiliza os alimentos orgânicos como uma oportunidade de agregar valor aos produtos finais, os quais são elaborados em restaurantes direcionados
para um mercado sensível à tendências de sustentabilidade e promoção da saúde. Este tipo de estratégia permite ampliar e fidelizar um novo tipo de comensal, agregando um diferencial competitivo ao estabelecimento. Com base nessa análise, são feitas recomendações e
evidenciadas implicações, bem como são sugeridas pesquisas futuras para um aprofundamento do tema, o qual requererá um estudo inter e transdisciplinar.
Organic food is based on agricultural production considered alternative proposes to maintain
the original characteristics of the food, minimizing the impact of chemical contaminants, as
well as adding to the products generated, concern for social and environmental requirements.
Current trends in food consumption point to the dietetic use to promote health and, at the same
time are environmentally sustainable. Thus, organic foods are presented as a type of product
that meets the expectations of a growing segment of new consumers, concerned about the
health and well-being. However, the benefits of this type of production are not accessible to
the majority of the population, as this product tends to be marketed differently, reaching only a
limited market of consumers at the strata, more economically prosperous. Thus, the aim of this
study was to analyze the interference of capitalism in the organic food market, because with
the inclusion of large companies in the trade and production of this type of food, it was
directed to large retailers and wholesalers with greater power bargaining dispute to these
internal and external markets. Initially, the production of alternative food challenged
capitalism, denying conventional practices in food production, which were employed in rural
areas, more recently, this new productive sector is being co-opted by the same system, to
adopt strategies typical of this ideology, with the clear objective of expanding markets in the
food and the consequent increase in the generation of profits. This study was based on
literature searches and document covering virtual publications, as well as databases, looking
forward with studies on the organic food market in Brazil. The results show that agricultural
companies and food distribution networks, restricting the earnings of small organic food
producers, by creating barriers to its production, such as the requirement of certification seals
or even guarantee the correctness of delivery of these products to commercialization. It was
also verified that the modern cuisine, attentive to this new market, uses organic foods as an
opportunity to add value to the final products, which are prepared in restaurants targeted to a
market sensitive to trends in sustainability and health promotion. This type of strategy allows
to enlarge and retain a new type of dinner, adding a competitive edge to the establishment.
Based on this analysis, recommendations are made and highlighted implications, and future
research are suggested to a deepening of the theme, which will require an interdisciplinary and
transdisciplinary study, involving cultural, motivational and psychological