Experimentos em Controle e Automação
Experimentos em Controle e Automação
Experimentos em Controle e Automação
Resumo:A proposta deste trabalho desenvolver experimentos na rea de controle e automao, que
sejam semelhantes aos sistemas de controle desenvolvidos em ambiente corporativo como forma de
potencializar o processo de ensino-aprendizagem nas disciplinas(controle clssico, controle digital,
controle avanado, laboratrio de controle e automao, dentre outras) por meio da relao entre teoria e
prtica, desta forma, os alunos do curso de engenharia de controle e automao do IFFluminense campus
Campos-Centro podem desenvolver as competncias desejadas pelas empresas. Estes experimentos,
sero desenvolvidos com o auxlio de dois kits da Feedback (kit pndulo digital e kit servo analgico e
digital), pertencentes ao laboratrio de automao inteligente (LAI) do Instituto. Para ilustrar os
experimentos so utilizadas algumas aplicaes didticas nestes kits e os resultados so apresentados de
forma grfica.
Palavras Chave: ensino-aprendizagem - kit pndulo digital - kit servo analgico - $4 -
1. INTRODUO
Ao longo dos tempos o homem sempre buscou desenvolver novas tcnicas e
equipamentos que substitussem o seu trabalho de forma a aumentar a segurana de seu
ambiente profissional, obter maior qualidade e rapidez na produo. Atualmente a teoria de
controles automticos, que est cada vez mais integrada rea da computao, esta sendo
usada para tal propsito. Algoritmos e recursos computacionais esto sendo utilizados a fim
de realizar os mais diversos tipos de controle.
Os sistemas de controle automtico so encontrados em abundncia em setores da
indstria, tais como controle de qualidade e fabricao de produtos, linha de montagem
automtica, controle de ferramentas, tecnologia espacial (foguetes) e de armamento, sistemas
de transporte, sistemas de potncia, robs e dentre outros.
Segundo Schinaid et al. (2003) as recomendaes da ABET Accreditation Board for
Engineering and Technology, instituio norte-americana que procura estabelecer critrios de
qualidade especficos para cada habilitao, os cursos de graduao devem estimular a
capacidade para aplicar conhecimento de matemtica, cincias e engenharia; projetar e
conduzir experimentos; analisar e interpretar resultados; projetar um sistema, componente ou
processo para atender a determinados requisitos; atuar em equipes multidisciplinares;
identificar, formular e resolver problemas de engenharia; poder compreender a natureza da
tica e da responsabilidade profissional; comunicar-se efetivamente (por escrito e oralmente);
entender o impacto das solues da engenharia no contexto social e ambiental; buscar a
aprendizagem permanente, e ainda usar tcnicas e ferramentas modernas para o exerccio da
prtica da engenharia.
Dentro deste contexto, o projeto procura desenvolver na engenharia de controle e
automao, a experimentao, baseada em atividades de laboratrio, simulando processos
semelhantes ao de ambientes corporativos, tanto com a utilizao do kit pndulo digital
quanto com o uso do kit servo analgico digital. Alm disso, motivar os estudantes do curso
ao aprendizado, proporcionando um melhor entendimento dos contedos tericos de classe,
uma vez que, haver um misto entre a parte experimental (prtica) e conceitual (terica).
Conceitos abstratos so elegantes e poderosos, mas o aprendizado sempre melhorado pela
experimentao direta.
Este trabalho esta organizado da seguinte forma: na segunda seo apresentado o
curso de engenharia de controle a automao, suas disciplinas bsicas e especficas, as reas
de atuao do engenheiro e as aplicaes do mesmo nessas. Na terceira seo so expostos e
detalhados os kits pertencentes ao laboratrio utilizados no projeto. Na quarta seo a
interao dos kits com o software de simulao e na quinta seo alguns experimentos
possveis na rea de controle realizados por meio dos equipamentos. J na seo seis os
resultados obtidos, e por fim, na seo sete a concluso da pesquisa.
2. ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAO
O curso de engenharia de controle e automao no to antigo quanto as engenharias
eltrica, mecnica e civil, mas de fundamental importncia para o desenvolvimento de um
pas,uma vez que, tem influncia direta e importncia capital em praticamente todos os
processos industriais.
Para produzir em grande escala, com uniformidade e com qualidade, so necessrias
mquinas que funcionem sob controle automtico. Dessa forma, pode-se dizer que qualquer
processo, seja ele petroqumico, metalrgico, de produo de autopeas, de explorao ou
tratamento de minrios, de fabricao de cimento, de gerao, transmisso ou distribuio de
energia eltrica, de produo de alimentos ou medicamentos, etc., tem uma fase de
desenvolvimento realizada por engenheiros daquela rea especfica. Aps essa fase, quando o
O kit pndulo digital da Feedback composto por duas unidades: uma unidade
mecnica (Digital Pendulum Mechanical Unit 33-200), e uma unidade de controle digital
(Digital Pendulum Controller 33-201), conforme mostrado na figura 1.
A estrutura mecnica (figura 2) do pndulo digital formada por um codificador de
ngulo, um codificador de posio, um trilho, dois interruptores limitadores (um em cada
extremidade do trilho), por uma correia, um motor, um carro, e o pndulo.
O atuador usado um motor DC, ou seja, motor de corrente contnua, pois este pode
funcionar com velocidade ajustvel entre amplos limites, e ainda, ser controlado com alta
flexibilidade e preciso. Por possuir tais caractersticas, ele muito utilizado em sistemas
servomecnicos.
Apesar de poder variar a tenso em valores arbitrrios, conveniente que a tenso
mxima aplicada ao motor CC seja de 2,5V, tanto para valores positivos quanto negativos, a
fim de evitar danos ao equipamento.
O sensor responsvel por fazer a medio da posio do carro e da posio angular do
pndulo o encoder. Este um transdutor de movimento capaz de converter movimentos
lineares ou angulares em informaes eltricas, que podem ser transformadas em informaes
binrias, atravs de um conversor A/D, com o objetivo de serem enviadas a um computador, e
neste serem trabalhadas por um programa que converta as informaes passadas em algo que
possa ser entendido como distncia, velocidade, dentre outras.
O conversor A/D do kit pndulo de 11 bits, e possui um perodo de amostragem de
1ms. O encoder do pndulo realiza a leitura da posio angular em radianos e o encoder da
posio do carro faz a leitura em metros (Castro, 2008).
Aps cada experimento ou mudana de potncia o carro deve ser movido para o centro
do trilho antes de iniciar o prximo experimento, permitindo que o valor zero da posio seja
ajustado (Feedback O sistema de pndulo digital Feedback 33-935/936-1V61).
O algoritmo de controle do pndulo digital implementado e calculado por um
computador. A informao de controle definida neste algoritmo processada, e enviada pelo
computador por intermdio de um conversor D/A da placa de aquisio de dados Advantech
PCI1711 para promover o acionamento do motor do kit.
A medio da posio do carro e da posio angular do pndulo feita pelos seus
respectivos sensores (encoders), os quais enviam informaes para o atuador, e em seguida
para o computador por meio de um conversor A/D, em que executada uma comparao da
ao ordenada pelo algoritmo de controle com a sada obtida. A figura 3 demonstra esse
processo de controle.
Figura 3: Viso geral do sistema de controle do kit pndulo digital (manual Feedback 33-935/936-1V61).
O kit didtico da Feedback servo analgico e digital formado por trs unidades: uma
unidade mecnica (Mechanical Unit 33-100), uma unidade analgica (Analogue Unit 33-110),
e uma unidade digital (Digital Unit 33-120). Existe ainda uma fonte de alimentao(+15 e -15
a 1,5A e +5 e -5 a 0,5A) que fornece energia a unidade mecnica. A figura 4 acima ilustra o
kit.
A UM 33-100 (figura 5) consiste em um conjunto em formato de placa aberta que
contm os componentes eletromecnicos do servo, e sua eletrnica de suporte.
A UD 33-120 (figura 7) consiste em uma placa aberta com circuitos digitais que
oferece uma interface digital entre a unidade mecnica e o computador.
Ela contm:
Circuitos dos conversores analgico-digital (A/D ou ADC) e digital-analgico (D/A
ou DAC) para converso dos sinais do sistema. O conversor A/D (resoluo de 8 bits e
freqncia de 100 Hz) um dispositivo eletrnico capaz de gerar uma representao
digital de uma grandeza analgica. J o conversor D/A (resoluo de 8 bits e
freqncia de 100 Hz) um dispositivo eletrnico capaz de converter uma grandeza
digital em uma representao analgica.
Um banco de chaves (comutadores) para introduzir falhas;
Duas chaves digitais comandadas via computador;
Um canal PWM para escrita.
u (t ) K p e(t ) Ki e( )d K d
0
d
(e(t ))
dt
Onde u(t) a sada do sistema de controle e o erro e(t), definido como e(t) = valor
desejado valor medido da varivel sendo controlada.
O resultado obtido por esse experimento pode ser visualizado nos grficos da figura
12, a qual mostra a voltagem enviada pelo conversor D/A ao motor com a finalidade de
controlar o seu torque, a posio atual e a desejada do carro e o desvio angular do pndulo,
respectivamente.
Figura 12: Grfico do comando de voltagem enviado pelo coversor D/A, da posio atual e a desejada do carro
e o desvio angular do pndulo, respectivamente.
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A figura 14 abaixo ilustra a ligao dos fios eltricos nos bornes de conexo dos
conversores A/D e D/A, no tacogerador e no potencimetro na unidade digital para a
realizao do experimento de controle de velocidade.
Figura 14: Esquema de ligao dos fios eltricos nos bornes de conexo da unidade digital.
Antes de elaborar o controlador foi feito um teste para detectar rudo no sensor, onde
foi aplicado um valor de tenso zero na planta, para constatar ou no a presena do mesmo,
por meio da visualizao no bloco scope (figura 15).
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O resultado obtido a partir dos experimentos pode ser observado na figura 17, esta
mostra uma entrada configurada atravs do bloco repeating sequence, em que o mesmo define
uma seqncia (setpoint) a ser controlada pelo controlador fuzzy.
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percepo variam desde discordo fortemente at concordo fortemente, tendo ainda a opo
neutra. O quantitativo de graduandos que participaram da pesquisa no total de vinte. As
opinies dos mesmos para cada afirmao foram expressas em forma de grficos (pizza),
conforme ilustrado nas figuras 18 a 27 abaixo.
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De acordo com a anlise geral dos grficos percebe-se que houve uma aceitao do uso
dos kits didticos pelos alunos na maioria das afirmaes, ou seja, a idia do presente trabalho
de realizar possveis experimentos no laboratrio de automao inteligente (LAI), unindo a
teoria a prtica, obteve um resultado satisfatrio do ponto de vista dos alunos.
7. CONCLUSES
A partir dos resultados espera-se que o processo de ensino-aprendizagem tenda para
uma potencializao dos aspectos tratados nas disciplinas de controle (clssico, digital e
avanado, dentre outras) do curso de engenharia de controle e automao, pois o contedo
visto em sala de aula (teoria) ser aplicado em laboratrio (experimentos).
No que diz respeito prtica profissional para o engenheiro de controle e automao
os desdobramentos deste projeto impactam diretamente no desenvolvimento de competncias,
sobretudo na resoluo de problemas cuja capacidade de abstrao seja mais elevada, e a
partir da experincia durante sua formao para a concepo, projeto, implementao e
operao de sistemas de controle automtico.
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8. REFERNCIAS
CASTRO, L. C. Projeto de controlador digital: Problema do guindaste utilizando o kit da FEEDBACK 33200/33-201, 2008. Monografia (Graduao em Tecnologia em Automao Industrial) Instituto Federal
Fluminense Campus Centro. Campos dos Goytacazes, RJ.
FEEDBACK, Instruments Ltd. Digital Pendulum Fundamentals Trainer 33-935/936-1V61.
FEEDBACK, Instruments Ltd. Analogue Servo Fundamentals Trainer 33-002. Ed.03.
FEEDBACK, Instruments Ltd. Digital Servo Fundamentals Trainer 33-003 (SFT154). Ed.02.
FLIX, A. N; Projeto de um controlador digital de velocidade para m disco rotativo diretamente acoplado ao
eixo de um motor de corrente contnua (Unidades Feedback:33-100 e 33-120). Campos dos Goytacazes 2007.
HTTP: www.fbk.com
SCHNAID, F., TIMM, M. I., ZARO, M. A. Consideraes sobre uso de modelo construtivista no ensino de
Engenharia - disciplina de projeto, com graduandos e mestrandos. RENOTE - Revista Novas Tecnologias na
Educao, Porto Alegre: UFRGS, v. 1, n. 1, 2003.
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