Maria Mae de Jesus PDF
Maria Mae de Jesus PDF
Maria Mae de Jesus PDF
WILLAM
LIVRAR.IA
APOSTOLADO
DA IMPR.E;NSA
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FRANCISCO MIGUEL
WILLAM
MAR 1A
ME DE JESUS
TRADUO DE
CAIO METELO, S. J.
x946
LIVRARIA APOSTOLADO DA IMPRENSA
RUA
DE
CEDOfElTA,
628-PORTO
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IMPR.IMI
Olysipone,
20
POTEST.
Martii 1946 .
Prov.
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IMPRIMIR-SE.
Porto,
de Maro de 1946.
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DIREITOS EXCLUSIVOS RllSER V ADOS, EM LINGUA
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PRLOGO
DA
SEGUNDA
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de Israel .
A Sagrada Escritura diz muito pouco da vida de Maria.
Ainda que no houvesse outras dificuldades, s por isso seria
impossvel apresentar uma vida de Maria puramente histrica. A vida de Maria s exequvel numa vista de conjunto da sua passagem pela terra, iluminada pela luz da f,
e da interpretao dos factos que, mediata ou imediatamente,
se referem a ela.
As investigaoes cientficas t8m projectado tanta luz sob1e
tantas coisas que, s elas, subministram mais dados fidedignos
do que, primeira vista, se poderia imaginar. Contudo, em
muitas ocasioes, temos que nos contentar com probabilidades.
A vida de Ma1ia a vida da mulher me, e coloca-nos
continuamente no ambiente das mulheres e das mes, com as
suas preocupaoes femininas de amor e de sacrifcios maternais.
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O AUTOR.
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PRLOGO
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que aparece, pela primeira vez, em edio portuguesa, vem preencher uma lacuna que existia
na nossa literatura mariana.
Nao , contudo, uma vida histrica, no sentido rigoroso da palavra. E no o , nem o podia ser, porque nos
primeiros sculos do Cristianismo as fontes marianas so
muito escassas, por disposio particular da Providncia.
Por um lado, a vida terrena de Jesus - de artista pobre
- era, at certo ponto, obstculo ao reconhecimento da sua
divindade.
Por outro lado, a crena menos esclarecida na sua personalidade divina podia ser, para alguns, pretexto para
negarem a realidade da sua natureza humana. Os Evange-
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Da edio alem - Da Lebm Marias, der Muter '}esu. Editorial Herder - Friburgo de Brisgvia.
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Vida de Maria
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Terceira: A narrao mostra que Maria se emancipou da famlia e que estava desposada com um varo
chamado Jos. Desposada mas com a resoluo de
levar vida virginal.
Deste modo, pois, a histria da anunciao oferece trs pontos elevados de onde podemos contemplar os anos que precederam aquela hora decisiva.
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passaram em perfeita solido. Para a sua vida interior, era isto de influncia decisiva.
F-la contemplativa silenciosa , que " tudo guardava e meditava em seu corao 1
Pela enorme transcendncia desta solido para a
vida de Maria, esforar-nos-emos por tornar compreensvel aos homens, em captulo parte, a ndole
daquela v ida solitria.
Com as crianas, verdadeir amente norm ais, passa-se uma coisa curiosa; vivem num mundo ce rrado , de
difcil acesso aos maiores. Entre si, so da maior naturalidade ; ao contrrio da gente grande, cujo trato
um tecido espesso de reservas , cheio de contradi es .
Para estas, o aproximar-se de algum estar preparado para se afastar, e afastar-se pr eparar-se para
uma nova aproxima o. Em determinadas ocasies,
palpvel a diferena de proceder entre os grandes
e as crianas.
Exemplifiquemos : Encontram-se dois grupos de
excursionistas onde h tambm crianas. Antes dos
grandes terem feito a mtua apresentao, conforme
a etiqueta, j as crianas dos dois grupos confraternizaram na mais ntima camaradagem, form ando um
mundo parte.
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Luc., n, r 9-5 r .
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podia comprovar evidncia que o que nela se passava era fenmeno nico e que no havia outra criatura que fosse como ela; porm, no podia saber,
com a mesma clareza, como isso se passava.
A impresso, que lhe causava este fenmeno, era
tanto maior quanto mais frequente e com mais frequncia se repetia.
Maria encontrava-se como uma criana, s e
incompreendida.
O amor ao silncio, que mais tarde vemos constantemente em Maria, e a que os Evangelistas do
especial realce, era, pois, dabaixo dum duplo ponto
de vista, consequncia lgica da posio que ocupava
entre os que a rodeavam. A sua obrigao particular
para com Deus obrigava-a, como temos dito, a guardar
silncio a respeito do que se passava em sua alma.
E a sua posio particular para com o pecado era um
novo ttulo para manter cerrados seus lbios. Ningum
tinha tanto que calar e de que ser reservada como
ela. Mas ningum, como ela, tambm, podia guardar
os segredos em seu corao .
A experincia de todos os dias, fazia-lhe ver, continuamente, que se encontrava s, e que no lhe restava
outro refgio e outra salvao seno o recurso a Deus.
Viver com Deus e em Deus era, para Maria, uma
necessidade to imperiosa como o , para a vida do
homem, o respirar.
, de todo, impossvel compreender a vida de
Maria na sua ascenso para Deus, sem esta perspectiva da sua soledade no mundo.
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OS VOTOS EM ISRAEL
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Ordinriamente, o ideal dos Israelitas era casar-se, envelhecer rodeados de muitos filhos que, como
rebentos de oliveira , crescem em volta do velho
tronco e ver ainda os filhos dos filhos. Para o adolescente era quase um dever o casar-se. A vida da
maior parte dos homens r esumia-se nisso.
No matrimnio olhavam, bem mais do que hoje,
para os filhos e para a sua descendncia que havia
de prolongar a famlia at aos dias do Messias .
Que assim era, proya-o a orao de Tobias.
Porm, juntamente com esta ideia, havia uma
forte atraco para a virgindade.
As virgens podiam acompanhar com timbales a
Arca da Aliana. Nas lamentaes, vmo-las ao lado
dos sacerdotes.
Uma viva que, depois do primeiro matrimnio,
se conservava casta e pura era tambm objecto do
mesmo respeito e considerao que se tributava s
virgens. Judit era considerada o seu prottipo. Entre
o Antigo e o Novo Testamento, houve tambm uma
viva, Ana a profetiza, que se consagrara ao servio
de Deus e merecera, juntamente com o Santo Velho
Simeo, saudar no templo ao Salvador.
que, ao influxo do sentimento religioso do
tempo, manifestava-se o apreo pela vida celibatria,
quando um negcio religioso determinado absorvia o
homem por completo.
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A vida de Maria
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Nos escritos religiosos dos Israeltas e nas discusses de carcter religioso que deles conhecemos
pela tradio l-se : Assim est escrito ; di-lo a Escritura; isto o que se escreveu. No livro dos profetas est escrito ; isto di-lo o Esprito Santo por
meio do profeta . E quando se trata de provar isto :
Assim est escrito :o, ouvem-se as perguntas : Como o ls tu ? Como est escrito ? Que o que
est escrito ?
A persuaso de que a Escritura manifestava a
vontade de Deus tinha uma influncia educativa muito
grande. A repetio constante destas palavras arraigava no povo, consciente ou inconscientemente, esta
convico:
A histria do nosso povo no um tecido de
acontecimentos amontoados ao acaso, e o que se diz
do seu passado diga-se do futuro. Por isso todos
deviam ter uma vocao e um. emprego no meio do
seu povo. Cada qual se sentia como um valor na
comunidade e no como um valor parte.
O sentimento e a ideia religiosa afectavam deste
modo, a existncia do mesmo povo e davam sentido
e razo vida do .ltimo dos seus membros.
Isto aplica-se tambm quilo que costuma ser
subordinado unicamente lei ou instinto da natureza
- a formao da famlia e a vida conjugal.
O matrimnio no era para o Israelita um simples casar~se que s aos desposados e seus parentes diz respeito.
Pelo matrimnio entrava-se na misso religiosa
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o. Ele levava vida de orao expiatria. Sua conduta merece cordial aprovao do piedoso Chijja.
Mais. Este bom exemplo estimula-o a apoiar com
sua orao a orao de Kahana.
Tudo isto s se explica num meio em que houvesse listas genealgicas detalhadas, listas que no
fossem uma coisa morta, mas uma espcie de histria
de famlia, um sumrio de seus feitos gloriosos e de
suas culpas; e isto no s diante dos homens mas
tambm diante de Deus que quem tem em sua mo
a sorte das famlias e atende, em sua providncia,
tanto aos pecados como s boas obras.
A posio real e verdadeira de Maria a respeito
da casa de David assemelha-se, ainda que remotamente, s relaes do piedoso Kahana com a casa
de Hel.
Kahana pertencia famlia de Hel e sabia-o ;
Maria pertencia famlia de David e no o ignorava.
Como a famlia de Hel se imortalizou na Sagrada
Escritura pela sua representao especial na histria
do seu povo, tambm a famlia de David era daquelas
de cujos feitos se fala expressamente nos Livros Santos ... Mais ainda. A sorte de Israel aparecia sempre
ligada famlia de David, no mais alto grau conhecido. No bem e no mal, a histria do povo de Israel
esteve muitos sculos intimamente unida histria
da casa de David. E esta unio, conforme os vaticnios dos profetas, no se quebraria jmais, por isso
mesmo que dela havia de vir o Salvador, o Filho
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sua casa. E singularmente inflamada de fervor, procurava repar-los, como quem sabia que da situao
da casa de David dependia a vinda do Messias. Por
isso procurava expiar e purificar a sua casa, a fim de
que se tornasse digna de receber em si o Messias
celestial.
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Em conformidade com 1,2ste pensamento, esperavam os chefes e muita gente do povo encontrar no
Messias um dominador cheio de poder e majestade
que expulsasse os romanos e trasladasse a Jerusalm
a primazia de Roma conquistadora.
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Justamente na poca em que Jesus nascia, d1vul!~ou- sc a . Ascenso de Moiss.", espcie . de livro
rcligioso-rrnpular. Ao falar dos dias do .r:1~ssias o s:u
aulor prorrompe nestes transportes de Ju~ilo: ~nt~o
senis dloso, Israel, e abaters a cerv1z da agma
(romana). Os dias da guia acabaram-se. .
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Esta imagem falseada do Messias cnou um a tensao
poltico-religiosa. Vrios indivduos aproveitaram-se do
ambiente para se apresentarem como Messias e ganhar
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adeptos.
Houve, por exemplo, um certo Teudas que teve
os seus partidrios, como contam os Actos dos Apstolos. Depois deste apresentou-se Judas, o _?alileu,
quando se fazia o recenseamento da populaao, conforme narram os Actos dos Apstolos, o qual organizou um levantamento do povo. O ambiente estava
saturado. O cetro cara das mos de Jud. Reinava
um adventcio, Herodes, sustentado por uns pagos,
os romanos. As semanas de Daniel tinham passado.
A tenso crescia de ano para ano.
Este conhecimento, porm, da degenerao em que
decara a esperana do Messias no basta, nem para
ccnhecer a histria da revelao como unio constante
de Deus com os homens, nem para compreender a
vida que Maria levava antes da Anunciao. Reque-
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Examinemos, em particular, o salmo 109 ento universalmente conhecido. Para Maria tinha uma significao particular, escrito, como fra, por seu av, o rei
e profeta David. Quais seriam seus pensamentos ao
meditar estas palavras?
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Disse o Senhor ao meu Senhor
Senta-te minha dextra
At que p on ha os in imigos
Como escabelo dos teus p s.
D e Sio esten de o Senhor
O cetro do teu p oder
Domina como r ei
N o meio dos teus inimigos.
No d ia do teu p oder
s rei no esple ndo r da santidade
De minhas entran has te en gend rei
Antes da es trela da man h.
O Sen hor o ju ro u
E no se arrepen der
Ser sacerdote eterno
Segundo a ord em de M elquisedeq ue .
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Alm do patrimnio, havia outro dote, o rebanho inalienvel que se regia por outras condies
jurdicas. Deste dote podia o esposo dispor livremente
enquanto subsistisse a vida conjugal; aumentava e
transformava-se por conta do marido. Se o matrimnio se dissolvia, o marido no estava obrigado a
entregar mais que o dote primitivo. Por causa da
invariabiidade destes valores, chamava-se-lhe rebanho inalienvel. A metfora alude a ovelhas e vacas
inalienveis. A mesma figura empregavam os nossos
antepassados nas suas fundaes pias. Tambm eles
conheciam vacas inalienveis , isto , fundaes
cuja renda assegurava uma quantidade determinada
de leite por dia e por ano.
A diferena entre patrimnio e dote sobressaa
mais quando se tratava, por exemplo, de escravos.
Os escravos do patrimnio pertenciam mulher;
se morriam, perdia-os esta. O marido no estava obrigado a substitu-los por outros comprados. Pelo contrrio, os escravos do dote morriam para 0 marido ;
portanto, se, eventualmente, se dissolvia o matrimnio,
estava este obrigado a completar o nmero dos que
tinham morrido.
Um casamento exigia um terceiro tributo, chamado crdito do casamento , Este era constitudo
pela soma que o marido tinha que entregar dos seus
bens mulher, se a despedisse. Esta soma consistia
numa espcie de cota fixa, que tinha de ser paga
e~ qualquer hiptese, e num suplemento proporc10nal posio, que variava conforme o patrimnio
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MARIA, ME DE rESUS
J dissemos antes que as promessas solenes relacionadas com os desposrios e com o matrimnio
tinham que se dar a conhecer antes de ultimar o
contrato.
Maria sabia-o, e sabia tambm que estava obrgarfa a revelar a Jos a sua resoluo, antes de desposar-se com ele. Assim o fez, participando-lhe de
que forma estava lgada. Tal entrevista supe que
Maria conhecia, de antemo, a Jos como homem
justo , como homem santo , em quem podia confiar plenamente.
Jos, ao ouvi-la, encontrava-se, talvez, em situao semelhante de Maria. Talvez, tambm ele tivesse
formado o plano de viver vida celibatria, consagrando-se inteiramente a Deus. Talvez fosse a presso pblica, ou de seus parentes, que o obrigava a
casar-se, ou instassem com ele para se casar, ou
expressamente o induziam a casar-se com Maria.
Em tais circunstncias, a declarao de ela se
ter consagrado a Deus e de no contrair desposrios
nem matrimnio seno com a condio de permanecer fiel ao seu propsito, seria para Jos como uma
voz do cu, visto ter ele feito tambm o mesmo propsito. No podemos fazer ideia da harmonia interna
e misteriosa concrdia que enlaava aquelas duas
pessoas, ao serem revelados os mistrios mais ntimos
de suas almas cheias de Deus.
A muitos repugna admitir, como determinantes do
matrimnio de Jos e Maria, a presso dos parentes,
a opinio pblica e outras coisas semelhantes que,
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com tanta frequncia, influem nos contratos de casamento. Semelhante atitude corresponde, ordinriamente, ao esprito acanhado com que se encaram as
coisas de Deus; dir-se-ia que querem proibir que Deus
edifique o sobrenatural sobre o natural. J no velho
Oriente cristo, corria a lenda prodigiosa a respeito
dos desposrios ele Maria, que convertia esta questo
de famlia em negcio de todo o povo de Israel. Uma
velha histria da Palestina conta-a da maneira seguinte:
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MARIA, ME DE JESUS
Jos se pusessem a dar esclarecimentos sobre insignificantes bens materiais. Contudo, isto est ligado aos
cuidados da vida na terra.
Maria recebeu um patrimnio que se compunha
de vestidos e mveis. Recebeu, tambm, um dote, segundo podemos julgar, constitudo por mais alguns
mveis e vestidos. Recebeu, finalmente, uma soma
para a viuvez ; ou seja o seguro de uma quantia que
lhe tocava, dos bens de Jos, por morte deste. A pouco
montaria tudo isso ; mas, nas famlias pobres, as coisas
pequenas tm o mesmo valor que, para os ricos, tm
as grandes fortunas.
Os trmites dirigiu-os Jos, ou por si mesmo ou
por meio de alguma pessoa prtica nestes negcios.
Estas negociaes, no obstante a sua complexidade,
fizeram -se to ocultamente, que os parentes creram
que se tinham salvaguardado, graas sua prudncia,
os direitos de todos, sem intervirem as partes mais
interessadas.
Comeou a correr de boca em boca, se .que j
no corria antes, em Nazar, que Maria se casara
com Jos, o carpinteiro .
Pelos ptios e terraos das casas faziam-se comentrios, como costume em todos os casamentos. O que
mais se diria foi, sem dvida: Um para o outro!
Maria, a donzela recatada que, aos olhos de muitos, parecia uma criatura vulgar ... Jos, o carpinteiro
calado em que havia qualquer coisa do mesmo esprito de Maria.
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Desde a Anunciao
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seus prprios destinos na medida em que se manifestassem os planos de Deus a seu respeito.
Maria estava preparada para aquela hora solene.
Os seus desejos da vinda do Messias avantajavam-se
aos dos demais, no s em veemncia, mas tambm
em pureza, e, no seu progressivo caminhar, chegara
ao ponto culminante que se coordenava internamente
com a mensagem de Deus.
Ela, a sem pecado, sofria como ningum com a
culpa da famlia de David, com as culpas de Israel
e com as de todo o gnero humano, numa palavra:
com a apostasia dos homens, cujas c onsequncias
refere a Escritura.
Ela, que no tinha que pensar em culpas prprias,
tinha presente, como ningum, as culpas de todos, a
culpa universal da humanidade, que s o Redentor
podia expiar. Com um entranhado e insupervel fervor, a sua alma apresentava ao Salvador, que estava
para chegar, todas as culpas de todos os tempos, a
fim de que ele destrusse as obras do demnio, desterrasse o pecado do mundo e conduzisse os homens
a Deus, renovando a face da te rra.
Maria no desejava a vinda do Messias em nome
prprio, mas sim em nome das promessas de Deus;
no por pequenas vantagens pessoais, mas sim para
benefcio da humanidade oprimida pela culpa. Este
anelo altssimo e purssimo, fizera-a digna da anunciao.
Sim, foram os desejos de Maria que, de certo
modo, deram o ltimo impulso para a vinda do Mes-
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A MENSAGEM DO ANJO
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alegrar essa ptria desprezada. Sem dvida que prestariam ateno a esta profecia de preferncia a qualquer outra passagem da Escritura.
Com maior ateno que ningum, e com uma
intuio mais profunda, escutava Maria, e ela, qu
tudo guardava e meditava em seu corao, no esqueceu, sem dvida, estas palavras to consoladoras.
Como mulher, viu melhor ainda que os homens que se
tratava dum menino cuja apario traria consigo uma
mudana radical e a aurora de um novo reino.
Tambm lhe tinham despertado a ateno os nomes
do menino. Neles se concretizavam as profecias que
a ele se referiam. Dava-se-lhe o nome de Admirvel ; era, pois, alguma coisa prodigiosa. Chamavam-lhe Conselheiro, portanto era-o; o nome de Deus
Forte revelava, duma maneira particular, o poder de
Deus. Recebia o nome de Pai da Eternidade ; portanto estava ligado a ela, ainda mesmo quando aparecia como um menino. Ostentava o nome de Prncipe da Paz; era, pois, um rei que no apoiava o
esplendor da sua realeza no aparato externo. A este
menino, prometia-se um senhorio amplo e duradoiro eterno. Uma vez sentado no trono de David, possu-lo-ia por toda a eternidade.
Depois de certo tempo, tornaria a ouvir Maria a
leitura daquelas palavras. Cada vez mais sentia crescer o anelo da vinda do Messias ; e, sem dvida, no
era para que a luz do Redentor brilhasse sobre a sua
ptria, a relegada Galileia, nem sobre si mesma.
O que predissera Isaas, muitos sculos antes, o
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MARIA, ME DE JESUS
que tinha sido para Maria um doce consolo, harmonizava-se de tal maneira com as palavras do anjo, que
no podia ser mera casualidade.
As profecias de Isaas aludiam a uma glorificao
da Galileia, sua ptria. Essa glorificao comearia
com o nascimento dum menino que se sentaria no
trono de David e que o possuiria para sempre, no
como caudilho de guerra, mas como um prncipe de
paz. Segundo isto, falava agora o anjo do nascimento
prodigioso dum menino que, por sua vez, receberia
um nome novo, pois se chamaria Filho do Altssimo,
a quem Deus havia de dar o trono de seu pai David,
cujo reino no teria fim .
As palavras do profeta e do anjo coincidem quase
textualmente.
Maria deveu compreender primeiro que ns, que
vivemos noutros tempos, que o anjo lhe falava do nascimento do Salvador, que ela esperava com ardente
anseio. Sua vinda estava muito prxima, e ela tinha
sido escolhida, pessoalmente, na casa de David, para
ser sua Me.
A RESPOSTA DE MARIA
M ari a disse: como ser isso poss vel se eu no conheo
varo ? E o anjo respondeu-lhe : O Esprito Santo descer sobre
ti e a virtude do A ltssimo te cobrir com a sua sombra. Po r isso
o Santo que nascer de ti ser chamado Filho de Deus. E eis que
Isabel tua parenta concebeu um filho em idade avanada, e este
o sexto ms para aquela que era considerada estril. Porqu e para
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lumbrar os pensamentos que, naque 1es mstan es, agitariam e ocup' ariam a alma de Maria.
Nos meios cristos mais frequente do que se
supe, diga-se o que se disser, o caso de muitas jovens
piedosas, quer no dia do casamento, quer antes, e
antes mesmo de consagrarem afecto a homem algum, o
de sejo de darem a vida a um filho que haja de ser sacerdote. Este desejo vive to escondido em seus coraes
q ue, por palavras, nem a si mesmas o sabem manifestar.
Muitas vezes estas jovens pensar am consigo mesmo, antes deste pensamento tomar certo vulto, entrar
num convento e consagrarem-se a De us. Renunciaram,
porm, a este plano, porque viram que no era a vontade de Deus. Dos sentimentos daqueles dias fcou-lhes, porm, o desejo de serem me dum sacerdote.
No o dizem a ningum; nem mesmo depois de
se sentirem fav orecidas com o dom da maternidade,
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MARIA, ME DO SALVADOR
Para com preender a vida de Maria, transcendental a seguinte pergunta: Que pensamentos, afectos
e sentimentos se e ncerravam em seu corao no momento da anunciao, e depois que o anjo lhe disse
que conceberia e dari a luz um filho, e que este filho
havia de ser o Salvador da humanidade?
Como muito difcil penetrar nas disposies com
que ela recebeu a mensagem do anjo e deu o seu
consentimento, vamos preparar a resposta, servindo-nos duma comparao mais familiar experincia
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a sua prima nas montanhas de Jud. A mesma expresso emprega S. Marcos, quando diz que Salom voltou depressa a Herodes pedir a cabea de Joo,
por ordem de sua me. A expresso indica, pois, a
inquietao interior que impele a comunicar alguma
coisa. E, j que os Evangelhos so to parcos em
retratar os sentimentos da alma, temos de ponderar
com todo o seu peso o pouco que eles deixam transparecer.
Que pensamentos foram os que impeliam Maria a
ir depressa ? A alegria que lhe inundava o corao
consistia, primeiramente, em saber que o Messias estava
j no mundo e no em ser ela a me do Redentor.
Mas no p em que as coisas esta varo, esta alegre
mensagem no a podia ela comunicar a ningum a
quem no pudesse, tambm, confiar que, segundo os
planos de Deus, era ela mesma a me do Messias.
E, a no ser Isabel, quem podia s-lo ? Isabel era
mulher e, alm disso, estava iniciada nos mistrios da
redeno. O anjo tinha-lhe dito: Tambm Isabel, tua
prima, concebeu um filho em idade avanada, e este
o sexto ms de quem passava por est ril. que
para Deus no h impossveis . Segundo o testemunho do anjo, tratava-se duma conceo prodigiosa.
E que estava relacionada com o Salvador esperado,
indicam-no a maneira e a forma como o anjo ligou
aquela nova com um tambm posto imediatamente
depois da mensagem da Incarnao .
Estas consideraes levaram Maria a sair de
Nazan~ e a pr-se a caminho para casa de sua prima.
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descobre nestas palavras: Desde agora todas as geraes me chamaro bem-aventurada. Que humilhaes foram estas, no o sabemos.
Atendendo sua vida santa no meio duma parentela embebida de outras ideias e dentro dos muros
duma cidade oriental, dada a sua idade tambm e o
seu recolhimento, eram possveis amarguras e tormentos de alma de que no podemos fazer ideia
exacta. at possvel que tivesse sido excluda, com
Jos ou por causa de Jos, de sua parentela e do
Clam . Parece ter havido qualquer tenso entre
Maria e os seus parentes, como veremos depois. Por
isso ela, a desprezada, regozija-se quando o Senhor
mesmo se interessa pela sua sorte e a exalta.
Deste modo celebrou Maria as disposies de
Deus. A sua graa no estava vinculada aos poderosos
da terra ; as riquezas da graa podem acumular-se
naqueles aos quais a fortuna refractria e todas as
riquezas deste mundo so impotentes para alcanar
uma s graa de Deus a quem as possui. O milagre
da graa pode fixar-se e espraiar-se numa pessoa de
quem os juzos humanos menos o esperam. A estrutura forte do mundo agita-se e j no a suprema e
ltima realidade.
Quando os homens confiam obstinadamente nas
prprias foras, fazem esforos titnicos e desesperados para manterem, em si e nos outros, a opinio de
que a natureza e a graa so uma e a mesma coisa,
e que, portanto, a nossa posio na natureza ndice
da que temos no reino da graa; ou que a graa
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Algo de grande operou em mim o Todo Poderoso, cujo nome santo (salmo LXX, 19). No salmo
CXIX, 9 - Sua misericrdia estende-se de gerao em
gerao sobre aqueles que o temem. Igualmente e ao
p da letra o salmo cn, 17 - Mostra o poder do
seu brao potente, desbarata os soberbos nos desejos de seu corao. Coisa parecida se l no salmo
LXXXVIII, 11 - Destrona os poderosos e exalta os
humildes . Quase a mesma coisa diz o Ecclesiastes,
X, 14 e o salmo CXLVI, 6.
Logo primeira vista se descobre, nesta justaposio, que a maior parte destes conceitos os bebeu
Maria nos salmos.
A investigao inversa - palavras de Maria que
no tm precedente no Antigo Testamento - abre os
mesmos vastos horizontes. So os versculos: Por
isso doravante todas as geraes me chamaro bem-aventurada , e o fnal: tomou Israel seu servo, sob
seu amparo - enviando-lhe o Messias-, recordando-se
das suas misericrdias, como prometeu a nossos pais,
Abrao e toda a sua descendncia.
Na primeira frase citada anuncia Maria que,
daquele momento em diante, ser Ela exaltada de
gerao em gerao. O louvor de sua prima Isabel,
feliz porque acreditaste ser repetido continuamente
sobre a terra. Esta outra: Tomou sob seu amparo a
Israel, seu servo , fecha, por assim dizer, o Antigo
Testamento. A grande promessa feita a Abrao e seus
descendentes, de que neles seriam abenoados todos
os povos, teve a sua realizao na vinda do Messias.
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O MATRIMNIO DE S. JOS
Para o nascimento de Jesus passaram-se as coisas desta
maneira : Estando Maria, sua Me, desposada com Jos, achou-se
ter concebido do Esprito Santo, antes de coabitarem. E Jos,
seu esposo, sendo justo, e no a querendo difamar, resolveu
deix-la secretamente. Ora, andando ele com isto no pensamento,
eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, dizendo :
Jos, filho de David, no temas receber Maria como tua esposa,
porque o que nela foi concebido (obra) do Esprito Santo.
E dar luz um filho, ao qual pors o nome de Jesus, porque
ele sal var o seu povo dos seus pecados 1,
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Numa das noites seguintes veio ao mundo o suspirado Menino-Redentor. Adverte-se expressamente que
isto no aconteceu logo que chegaram a Belm. Maria
fez, em pessoa, o que, em casos idnticos, costumam
fazer caridosas mos alheias. Envolveu-o em panos
e reclinou-o num prespio ou manjedoura feita de
pedra e argamassa assente no cho.
E prostrou-se de joelhos.
Maria tinha a f mais perfeita que qualquer outra
pessoa antes e depois dela. Cada gesto do seu corpo
e cada movimento de suas mos eram a expresso da
sua f e do seu amor.
A f dava uma espcie de reserva ao amor,
reserva de que Maria necessitava mais que ningum
neste mundo. Olhava para o Menino, enternecida.
Estava ali, diante dela, bem enfaixado, com os braos
paralelos ao tronco. Porm o seu olhar no era somente
o olhar tpico das mes, uma espcie de tomada de
posse ntima da alma: Tu pertences-me! No, em Maria
o pensamento era muito mais profundo. Eu perteno-te!
Maria colocou o Menino nos braos de Jos.
Deu-lho no como um presente a que tinha direito,
mas como o Bem supremo diante do qual ficavam
aniquilados.
Os vagidos do Menino despertavam a Me ; mas
ainda ento no se aproximava com precipitao inconsiderada nem com pressas bruscas. Uma profunda
reverncia diante do Menino-Deus chorando, sobrepunha-se nela aos sentimentos ordinrios das mes.
Assim estava o Menino diante dela no prespio.
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Debaixo das faixas de pano havia retraos de feno e
de palha. Nas grutas do oriente temporriamente desabitadas, um exrcito de insectos espreita os que l se
acolhem. No inverno assaltam tudo o que despede
calor. Naquela noite havia de suceder o mesmo.
Os insectos foram os primeiros a saudar o Salvador
no prespio e os ltimos a abandon-lo na cruz.
Que pensaria a Senhora enquanto suas mos trabalhavam, sempre infatgveis? Certamente que muitas
ideias sobre a sorte futura do Salvador lhe assaltaram
o pensamento.
Como seria dolorosa a redeno dos homens que
se ia realizar se tais eram j os comeos ? Apesar de
tudo Maria era feliz; a sua alma sobrenadava em felicidade, porque tinha comeado a grande era da graa,
os dias do Messias ,
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III
Vida de Maria
desde o nascimento de Jesus
at ao regresso a Nazar
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Destronou os poderosos,
E elevou os humildes.
Encheu de bens os famintos,
E despediu vazios os ricos .
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messas de Deus a Abrao. verdade que no participava destas promessas pelo simp~es facto ~e ser
descendente de um Israelita. Sua mcorporaao no
povo de Israel, como sociedade religiosa, principiava
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na circunciso.
certo que tambm os rabes e os egpcios a
praticavam, mas s entre os judeus tinha not~vel
significao religiosa. Era to importante q~e at~ no
sbado se realizava. Para crianas enfermias tmha
seus perigos, pelo que no se urgia ~ circuncis~o,
antes do oitavo dia. Pelo mesmo mohvo era feita,
de ordinrio, por uma pessoa experimentada.
Os circunstantes acompanhavam aquela cerimnia
com uma frmula de bno: os pas davam o nome.
Em caso de necessidade, podia o pai circuncidar o
prprio filho. Era costume terminar a festa por um
banquete,
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Durante os sete primeiros dias, permanecia a mae
fora da vida social, por causa da impureza legal.
Depois da circunciso j podia revezar-se com os
demais nas ocupaes domsticas, devendo, contudo,
permanecer em casa at passarem os quarent~ di:_s.
Na vida de toda a me crist h impressoes tao
intima e profundamente consubstanciadas com os sentimentos que a prendem ao filho, que impossvel
traduzi-las por palavras. A este nmero pertence,
entre outros, o momento em que ele vem da igreja,
recm-baptizado, quando ela, pela primeira vez, o
chama por seu nome.
At ento, aquele menino sem nome era para ela,
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cunc1sao, e at, exteriormente, sem alegria. Faltavam os vizinhos e os conhecidos, que costumavam
tomar parte naquela solenidade, congratulando-se com
os pais.
Os vizinhos estavam longe, em Nazar; dos parentes, muitos viviam perto, na mesma cidade de
Belm. Mas, por qualquer motivo, que ns ignoramos,
no queriam nada com Jos e Maria.
A outra gente de Belm, que acaso tivesse conhecimento da circunciso, pensaria que aquele lar recm-constitudo tivera qualquer infortnio especial por lhe
nascer o filho durante a viagem, o que lhes impossibilitou uma festa da circunciso em regra. Tanto mais
estranho se lhes afiguraria, por isso mesmo, o nome
que esses forasteiros deram ao filho : Deus socorre.
Onde se via ali o socorro de Deus ?
Para Jos e Maria, os nicos que tinham conhecimento deste mistrio, o nome de Jesus era o princpio e o fim de todos os seus pensamentos : relacionavam todos os acontecimentos com este nome e a ele
referiam todas as profecias messinicas conhecidas.
Ainda que estava muito distante o dia em que
o nome de Jesus havia de ser posto sobre a cruz,
como inscrio, j ento se lhes representava, a traos
largos, alguma coisa do que havia de ser o complemento da redeno.
Jesus, que um dia havia de morrer crucificado
fora de Jerusalm, a cidade do seu povo, nascera
fora de Belm, a cidade da sua famlia.
Estes contornos obscuros tornam-se claros na
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vares da tribo de Lev. Na primeira substituio trocou-se um primognito de cada famlia por um varo da
dita tribo. Os restantes primognitos foram resgatados
a cinco ciclos por indivduo. Deste modo deviam serresgatados todos os primognitos, de gerao em gerao.
Desfilava, pois, por assim dizer, diante do Senhor,
uma procisso perene de primognitos que era restituda de novo por Deus ao seu povo. Este resgate no
queria dizer que os primognitos ficassem emancipados do domnio de Deus; s ficavam desobrigados de
servir no templo, devendo, porm, ser os mais zelosos
da honra de Deus entre o povo.
A todo o pai piedoso preocupava a sorte futura
do filho que resgatava, e tomava a resoluo de o
educar de modo que se tornasse apto para defender a
soberania de Deus entre o povo, em conformidade
com a sua vocao, sem atender aos sacrifcios a que
teria de sugetar-se para o conseguir.
A me ia tambm ao templo, por ocasio da apresentao do filho, pelo menos aquelas que moravam na
rea de Jerusalm. L-se no Evangelho que o resgate
do Menino Jesus coincidiu com o dia em que a Me
ofereceu o sacrifcio da sua purificao no Santurio.
que, com a lei da apresentao dos primognitos, existia o preceito da purificao levtica das mes,
depois do parto.
Eis o teor dessa lei, quando se tratava de filhos
vares : A mulher que concebeu e deu luz um filho
varo, deve permanecer em casa durante 40 dias
(7 antes e 33 depois da circunciso) purificando-se do
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dias da sua purificao. E, passados estes, deve apresentar-se s portas do tabernculo, diante do concurso do povo, e entregar ao sacerdote um cordeiro
de um ano para o holocausto e uma pomba ou uma
rola para o sacrifcio propiciatrio. O sacerdote deve
oferec-los a Deus e orar por ela e, deste modo, ficar
purificada do fluxo do seu sangue. Se, porm, isto
for superior aos seus recursos, e no puder oferecer o
cordeiro, levar duas rolas ou duas pombas, uma para
o holocausto e outra para o sacrifcio propiciatrio, e
o sacerdote orar por ela, e assim ficar purificada 1.
O sacrifcio que a me tinha que oferecer na sua
purificao podia, pois, subir ou baixar ; isto , a
oferta regulava-se pelos haveres, em cada caso: os ricos
ofereciam um cordeiro, os pobres um par de rolas.
Jos e Maria, que eram pobres, ofereceram duas
pombas. As pombas podiam-se levar ao templo, mas
tambm se podia pagar a um sacerdote o seu preo.
A gente que vinha de longe, aproveitava -se, sem
dvida, desta facilidade.
Nos nossos dias parece estranha, primeira vista,
semelhante lei. Contudo se se consulta em algum tratado de etnologia os captulos gravidez, parto, perodo
posterior ao parto v-se que todos os povos, que vivem
dum modo primitivo, tm para tais pocas prescries
de carcter um tanto religioso. Esse tambm o signi1
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Ainda qu~ Maria no se recordasse destas palavras, a sua f fez-lhe sentir interiormente o que o profeta tinha contemplado em viso. Um resto da profecia sobrenadava na alma do povo: dizia-se que o
Messias baixaria do cu ao pinculo do templo, e que
este seria o modo de se manifestar a Israel. Porm
no foi dessa maneira portentosa que apareceu na
casa de seu Pai, mas sim, como menino, levado nos
braos de sua me.
As mes deviam esperar o sacerdote na porta
oriental. Para l se dirigiu Maria com outras, e esperou
que o sacerdote recebesse de suas mos as pombas
ou o dinheiro. A seu lado estava Jos para pagar o
resgate de Jesus. A cerimnia da purificao de Maria
e a do resgate do Menino em nada se distinguiram,
exteriormente, das de outras pessoas nas mesmas circunstncias.
Interiormente, porm, a cerimnia identificava-se
to intimamente com a realidade, que deixava de ser
cerimnia.
Assim como na ltima ceia Jesus celebrou o banquete pascal segundo os ritos do Antigo Testamento,
sendo Ele, ao mesmo tempo, o Cordeiro de Deus que
abolia o simbolismo do cordeiro pascal, assim agora
se submeteu, C01UO primognito, lei da apresentao,
sendo ao mesmo, tempo o primognito que hav!a de
. pr fim a todas as apresentaes no Templo. E que
Ele era o Unignito de Deus, instituidor dum novo
sacerdcio que nada tinha de comum com aqueles
primognitos.
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Como Maria, tambm Jos ps a sua vida ao servio daquele Menino, incumbido da redeno do gnero
humano. Tambm o seu sacrifcio era perfeito, no s.eu
gnero, ainda que muito diverso, se o compararmos
com o de Maria. Porque Jesus era filho de Maria,
dum modo singular.
Como os pastores receberam directamente de
Deus a nova do nascimento de Jesus, assim tambm
iluminou agora Deus a um varo que apareceu no
templo. Um velho chamado Simeo, homem piedoso,
filho do povo, veio nesta mesma hora ao templo, impelido pelo Esprito Santo.
Apresentou-se diante de Maria, como se a conhecesse e tomou o Menino nos braos. No mesmo
instante sentiu interiormente, sem a menor sombra de dvida, realizar-se a promessa do Senhor,
segundo a qual ele havia de ver o Salvador, antes
de morrer.
Por isso, no seu hino, dirige-se a Deus em primeiro lugar e no a Maria e a Jos:
Deixa partir, Senhor, o teu serv o em paz
Segundo a tua palavra :
Porque viram meus olhos a tua salvao,
A qual preparaste ante a face de tod os os povos :
Luz para iluminar as naes,
E glria de Israel teu povo.
Agora, Senhor, podes deixar partir o teu servo em paz !
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Simeo foi o primeiro homem do Antigo Testamento que falou da morte sem a temer.
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Prispio oriental com forragem
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de jbilo, dava graas a Deus por to grande benefcio. Deve ter sido um espectculo digno de ver-se o
encontro daquela velha viuva, que por amor de Deus,
no tornara a casar e que, por assim dizer, voltara ao
estado de virgindade, como Maria, a virgem que, por
amor de Deus, tinha renunciado sua vida de virgem
recolhida, congratulando-se ambas por ter, enfm, nascido o Salvador do mundo. Provvelmente compreenderam que tinham o mesmo ideal, mais pelo esprito
de Deus que as animava a ambas, do que pelo que
mutuamente se disseram da vida de cada uma.
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durante o tempo da vida pblica de Jesus, em que
Maria se nos apresenta em segunda plana ; em todos
os dias e horas daqueles anos, se ia continuamente
desenvolvendo este germen no mais ntimo do seu
corao materno; e com suas radculas o ia continuamente invadindo, enchendo-o dum mar indizvel de dor.
Deste modo, por um processo que ns no podemos compreender, o seu corao tornou-se semelhante
ao do seu Filho.
certo que Maria no chegou a adquirir o conhecimento de Jesus que lhe dava a conhecer, em todos
os pormenores, a sua paixo e morte. Mas a intuio
que a sua alma teve do futuro, por meio da predio
feita pelo Omnisciente, servindo-se de Simeo, era,
por modo maravilhoso, semelhante cincia de Jesus.
Este penetrar nas sombras da paixo e morte
futuras de Jesus aproximou-a interiormente de seu
Filho, o Salvador, mais do que poderia faz-lo a sua
actuao exterior em favor da dignidade de Jesus.
Ela, que em Nazar comeou a ser Me do Salvador,
foi consagrada, por Simeo, como Me das dores.
Assim, pois, como muito bem diz um ensinamento
dogmtico da Igreja ( 1904), a glria de Maria no
consistiu simplesmente em ter oferecido morada em
seu seio ao Unignito de Deus, que tinha de nascer
de substncia humana ; ou em permitir que Ele, desse
modo, se preparasse para Vtima Salvadora do mundo;
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OS MAGOS DO ORIENTE
Tendo nascido Jesus em Belm, nos dias do rei Herodes,
eis que vieram a Jerusalm uns Magos do O riente e perguntaram : Onde est o rei dos judeus recm-nascido? N6s vimos a
sua estrela no O r iente e vimos ador-lo 1,
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Nada os distraia dos pensamentos que lhes atravessavam o esprito naquela solido.
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MARIA, ME DE JESUS
MARIA, ME DE JESUS
dos domnios de Herodes era o do Egipto. Mas tambm este estava distante algumas centenas de quilmetros.
Est ainda sem resposta esta pergunta: Souberam,
Maria e Jos, que os Magos receberam em sonhos
ordem para, no seu regresso, no passarem pelo palcio de Herodes ?
Aquele sonho tiveram-no, certamente, em Belm;
porque, se assim no fosse, estariam em Jerusalm
nas primeiras horas do primeiro dia de viagem. Se,
pois, foi em Belm que tiveram aquela comunicao,
t-lo-iam participado, sem dvida, a Maria e Jos na
hora da partida. tambm possvel que Jos e os
Magos recebessem aquele aviso na mesma noite. Como
quer que seja, deram-se, em prazos relativamente curtos, estes quatro acontecimentos: Entrevista dos Magos
com Herodes, adorao do Menino, sada dos Magos
para a sua ptria e a fuga de Jos para o Egipto.
Porque Belm era uma cidade pequena e no distava
de Jerusalm mais que duas horas a p. Desde o
momento em que Herodes comeou a desconfiar dos
Magos, crescia continuamente o perigo para o Menino
Jesus.
Conformando-se com a ordem do anjo, Jos e
Maria fugiram na mesma noite.
Os quadros e lendas a respeito da fuga para o
Egipto suprimem precisamente o que essencial numa
fuga. Falam de palmeiras que se inclinam sua passagem, de fontes que brotam no deserto, de salteadores que se tornam humanitrios.
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A TRAVESSIA DO DESERTO
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(MAt., II, 14).
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A PERMANNCIA NO EGIPTO
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agrupamentos judaicos.
de supor que Jos se juntou a alguma daquelas
comunidades.
No Egipto os peregrinos foram tidos como
qualquer pessoa das que costumavam vir continuamente da me-ptria. Ento, como hoje ainda, sobretudo os que temiam alguma vingana sangrenta, fugiam
para o Egipto. Por isso no se instava com nenhum
deles para que contasse a sua odisseia. S se sabia o
que eles espontneamente contavam.
A impresso que Jos, Maria e o Menino
causa vam, era boa, debaixo de todos os aspectos; ningum, ao v-los, poderia pensar que eram
aventureiros.
Quem melhor pode conhecer o que significava
para Maria a imigrao para um mundo estranho ,
sem dvida, o homem profundamente religioso, que
esteja ligado a uma aldeia crist por laos, no s
externos, mas, sobretudo, ntimos e que se v de
repente trasladado a uma grande cidade.
Ali no est s ; espiritualmente, porm, sente-se
isolado - isolado, a mais dolorosa situao para uma
pessoa naturalmente sensvel.
Eis o que aco nteceu a Maria ; tudo lhe era estranho, e, alm disso, no sabia quanto tempo duraria o
seu desterro, nem podia, portanto, reanimar o seu
esprito, fixando-o num tempo determinado para isso.
Deixa-te estar l at nova ordem , tal era a mensagem do anjo, certa e incerta ao mesmo tempo.
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O REGRESSO A NAZAR
E Jos levantando-se, tomou o Menino e sua me e foi
para a terra de Israel : mas sabendo que Arquelau reinava na
Judeia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para l, e, avisado
em sonhos, retirou-se para a Galileia. E indo para l, habitou na
cidade chamada Nazar: para se cumprir o que tinha dito 0 profeta: Ser chamad o Nazareno.
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Cedo ou tarde, Jos e Maria tiveram conhecimento da matana dos inocentes de Belm. Porm,
nenhum dos que lhes contaram este acontecimento
compreendia, como eles, a ligao dos factos. De modo
que o Menino Jesus esteve a ponto de ser vtima do
furor de Herodes! Porm, Jos e Maria no podiam
dizer palavra do que sabiam. De contrrio, ficaria o
Menino exposto a novos perigos. E em sua alma,
recordava Maria as palavras de Simeo : Este est
posto como sinal de contradio .
A profecia tinha comeado a realizar-se antes do
Menino se desprender dos seus braos !
Que lhe aconteceria quando se manifestasse como
Messias enviado por Deus, como filho de David e Rei
de Israel?!
A profecia de Simeo, que Ela no podia esquecer, apresentava-se a seu esprito, depois do regresso
a Nazar, com mais vivacidade que antes.
Jos e Maria tinham pensado em estabelecer-se
em Belm, cidade de David. Porm, medida que iam
conhecendo a situao poltica do pas, ficavam mais
desorientados, sem saberem que resoluo tomar.
No meio desta perplexidade, apareceu, em sonhos,
a Jos, o anjo a ordenar-lhes que fossem para Nazar.
Num dia, pois, Maria e Jos subiram da plancie
de Esdrelo ao planalto em cujo vale estava situada
a dita povoao. Chegados ao alto, descortinaram a
pequena cidade ptria, um labirinto de casas cbicas
e ruas estreitas que se acotovelavam em volta dum
ponto invisvel.
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tempo anterior a Cristo este caso tinha a sua importncia jurdica, porque dava ao marido a faculdade
eventual de abandonar a esposa.
Por esta razo perguntavam uma vez os jurisconsultos se a mulher que leva cabea seu cesto de
fiar ou de costura , como ns diramos, devia ir
com a cabea coberta. Este costume de aparecerem
as mulheres em pblico com a cabea coberta, declarou-o S. Paulo, mais tarde, legtimo e tambm em vigor
no mundo cristo. As mulheres deviam apresentar-se
em pblico com uma autoridade sobre a cabea,.,
isto , com um sinal que indicasse estarem sujeitas ao
domnio e portanto, sob a proteco de um marido
que as defendesse.
Parece que, ao mesmo tempo que cobriam a
cabea com a mantilha, era costume cobrir tambm o
rosto com um vu, tornando impossvel reconhec-las.
Semelhante uso transparece atravs do seguinte acontecimento trgico : Um Sumo Sacerdote teve que julgar uma mulher acusada de adultrio. Ao descobrir-lhe o rosto, viu com horror que tinha diante de si a
sua prpria me. Se j no t empo de Jesus era moda
andarem as mulheres com o rosto coberto, uso que
mais tarde se estendeu a todo o islamismo, este uso
seria obrigatrio somente nas grandes cidades como
Jerusalm, a capital, e em Jeric, a cidade dos ba1nerios de inverno, no o sendo, porm, nas pequenas
povoaes, como Nazar. Razes de ordem prtica
impediram que se universalizasse o uso de velar o
rosto entre as mulheres que trabalhavam nos campos.
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O PAI E A ME NA FAMLIA
Para a incarnao do Filho de Deus no escolheu
e preparou o Esprito Santo som:nte um~ m~e, mas
tambm uma famlia. Por isso a mcarnaao nao teve
lugar numa virgem que fosse ai~da livre, ~em numa
mulher que fosse j me, mas sim numa virgem que
estava desposada.
Nada exprime to claramente a importncia que
Deus d famlia, como o facto de Jesus ter passado
trinta anos como membro duma famlia ordinria do
povo, com tud~ o que isso supe. Neste captulo trataremos da influncia que este facto teve no campo
religioso.
.
.
A direco da vida religiosa pblica pertencia,
por direito, ao homem. Porm, para ser sufcie~te
mente nobre, devia aliar os direitos com as obngaes. Assim estava estabelecido, por exempl?, q.u:
certos deveres religiosos, precisamente os mais dificeis, pesassem sobre os homens. S eles estavam
obrigados a familiarizar-se com a Lei, a fazerem duas
vezes ao dia a profisso de f e a fazerem todos os
anos as grandes peregrinaes a Jerusalm.
. .
Quando se expressa, com mais clareza, a 1de1a
da primazia do homem, ao falar do culto divi?o
pblico. S. Paulo diz, na sua segunda cart~, a~s Co~m
tios: As mulheres estejam caladas nas 1gre1as, (isto
nas reunies do culto divino), pois no tm voz
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activa nestas assembleias, mas s o dever de se sujeitarem, como ordena a Lei. E, se querem ser instrudas, sobre algum ponto, interroguem em casa seus
maridos,
Eis aqui descrito, sinteticamente e sem rodeios, o
conceito que se tinha da mulher na sinagoga. A instruo oficial estava unicamente a cargo dos vares.
As mulheres deviam ouvir, atendendo doutrina
e sua interpretao. A posio do homem no mundo
religioso, dava tambm uma feio muito caracterstica educao dos filhos.
Devia impressionar vivamente a qualquer jvem,
dotado de certa vivacidade, ver o pai, uma vez ou
outra, fazer duas profisses de f ao dia. O pai, por
stta vez, quando o filho estava em condies de lhe
compreender o significado, devia explicar-lho ; declarando, contudo, que essa profisso de f era reservada
aos homens.
E como devia despertar no adolescente a conscincia religiosa, vendo seu pai partir para Jerusalm,
para celebrar a a festa da Pscoa, e ouvindo dizer
que ali se reuniam, diante de Deus, todos os homens
da sua terra !
Mas nem por isso se julgue que as mulheres no
tinham obrigao de professar nenhuma religio.
O povo, por um so impulso natural, sentia que
as mulheres eram religiosas sempre que seus maridos
eram de conduta exemplar, e que todo o homem honrado era, numa palavra, o presente que uma mulher
digna dava ao mundo. A exclamao viva a me,
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Nesta gravura vem-se os fornos-cabanas, junto aldeia. Esco lhem-se stios donde o fumo no en tre nas casas. As cabanas so feitas
de uma armao de madeira revestida de argamassa. No forno da direita
vem-se algumas pontas da madeira da armao.
O barro greta com o calor, sendo necessrio repar-los antes das
grandes chuvas do inverno, pois, no o fazendo, desmantelam-se.
So utilizados por diversas famlias que deles se servem vez.
Deviam existir em Nazar no tempo de Jesus porque aquela regio
pobre de lenha. Por isso queimavam silvas, erva seca, etc.
Jesus faz referncia ao fogo alimentado com erva seca quand o
diz : " Vede como crescem os lrios do campo. No trabalham nem
tecem; contud o eu vos asseguro q_ue nem Salomo, com toda a sua
gl6ria, se vestia como um deles ! Se, pois, a erva do campo que hoje
existe e amanh deitada ao forno (com suas flores) a veste Deus com
tanta magnificncia, quanto mais o far convosco, gente de pouca
f! " (Luc., xxvn, 29). Se o vento sopra do mar, pode, num dia,
secar-se a erva, como diz Jesus.
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tas e voltava a cobri-los. Ficava ali perto e, no momento oportuno, retirava a cobertura. O que agora
tinha diante dos olhos era uma coisa completamente
diferente: Um po! O po de cada dia,. i, era a
base principal da alimentao. Juntavam-se-lhe azeitonas conservadas em sal, figos apertados em caixas
e, por festa, tmaras ; estas, porm, era necessrio
compr-las porque as de Nazar no amadureciam
todos os anos.
Cada dia tinha a Me que trazer a gua necessria do nico manancial que havia no povo. Punha
uma rodilha na cabea, colocava-lhe o cntaro em
cima e saa. Na fonte encontrava-se com outras mulheres. A primeira coisa que faziam era dar de beber s
crianas. Jesus ouviu dizer muitas vezes s mulheres
que noutras povoaes se tinha acabado a gua.
Ento punha-se a olhar para o poo ; aquele era um
manancial de guas vivas : um verdadeiro tesouro
para a cidade.
Trazer a gua e cozer o po era uma parte
essencial do trabalho dro das mulheres. Era, por
assim dizer, obrigao especial do seu estado e, como
tal, o louvavam alguns aforismos dos tempos antigos.
O povo simples tem conservado esta ideia sem a
alterar.
De conformidade com este modo de pensar,
quando a noiva entrava na sua nova casa, existia em
muitas partes o costume de lhe apresentar um pouco
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ciosos que se deviam guardar para no serem rouba. dos. No amontoeis, na terra, tesouros que a traa e
a ferrugem destriem e os ladres roubam , dir Jesus
mais tarde, como Mestre. que, em menino, tinha
visto a arca onde cuidadosamente se guardavam os
bons vestidos.
Nas horas livres, empregava-se a Virgem em
diversos trabalhos, segundo a poca do ano. Se Jos,
como muifos outros artistas, tinha algumas ovelhas ou
cabras, tinha de as entregar de manh ao pastor e de
as recolher noite. at verosmil supor que Jesus
guardou, como pastor, as ovelhas, ao menos acidentalmente. As parbolas que apresenta, mais tarde,
pintam a vida pastoril e os rebanhos com traos to
concisos e acertados que todo o quadro ressalta como
coisa que Jesus tivesse vivido pessoalmente.
Conforme se deduz da vida actual, e o atestam
documentos antigos, Jos tinha algum pequeno campo
de cultivo, prprio ou alugado, fora da cidade , nalguma
daquelas colinas pedregosas.
J desde a infncia viu Jesus como germinavam
os grelos da pequena semente, como eram invadidos
pela siznia, como nas tranquilas semanas que precedem a colheita iam crescendo, como, finalmente, no
tempo da ceifa, vinha o lavrador e recolhia o gro.
Tudo isto descrito nas parbolas mais belas de
Jesus como smbolo da sementeira, crescimento e
colheita espiritual.
Um semeador, diz Ele, sau a semear. E, ao
espalhar a semente, alguma caiu nos caminhos e vie-
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DESCRIO
DA
GRAVURA
XII -
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o sol, murchou e secou, porque, quase no tinha razes. Outra cau entre espinhos que, crescendo com
ela, a afogaram, de sorte que no deu fruto. Outra,
enfim, cau em boa terra e deu fruto: trinta, sessenta
e cento por um .
A haste cresce sem rudo, alimentando-se das
suas prprias provises. Pode dormir de noite e velar
de dia o semeador; a semente germina e nasce sem
que o semeador saiba como. A terra produz por si
mesma o fruto: primeiro a haste, depois a espiga e,
em seguida, o gro que a enche .
Eis a descrio intuitiva e grfica que Jesus faz,
mais tarde, aos seus ouvintes.
No tempo que viveu em Nazar teve que lidar
pessoalmente com sementes e sementeiras.
Outra das ocupaes constantes de Maria era
acarretar o combustvel necessrio, sem ter que o
pagar.
As mulheres costumavam ir em grupos s vertentes rmas dos montes, onde juntavam espinheiros,
cardos, ervas e ramos de arbustos, voltando para casa
com os feixes cabea.
Uma passagem do Eclesistico, ao falar do chispear dos espinhos debaixo da marmita 1, atesta que j
_na antiguidade, se utilizavam os espinheiros como
combustvel.
Na primavera apanhavam plantas silvestres que
utilizavam como hortalia. No vero secavam figos e
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incalculvel o que criana aproveita nos primeiros anos do seu lento crescer, estar a me firmemente convencida de que, por detrs de cada movimento, da inquietao infatigvel dos seus olhos, do
tatear dos dedos, do trepidar dos ps, ela sustenta
naquele corpozinho alguma coisa eterna e espiritual uma alma criada por Deus.
A f da me influi inconscientemente na alma do
filho que desperta. O menino, cuja me v nele um
ser com alma imortal, cresce num mundo espiritual
muito diferente do daquele cuja me no sabe ver no
filhinho uma alma que no obra dela, mas de Deus,
criada para uma vida imortal e eterna.
Como conseguir uma imagem, ao menos parcialmente verdadeira, da vida de Maria com seu
Filho?
O perigo de engano est principalmente em excluir
ou o carcter de maternidade em Maria, ou o de
filiao em Jesus. No primeiro caso, no se focaria a Virgem como verdadeira Me de Jesus, mas, s
como mulher que, depois de crer na filiao divina
de seu Filho, o contemplava exttica, como uma alma
bem-aventurada do cu. No segundo, teramos que
admitir que Jesus no foi verdadeiramente menino, mas
que, diante de sua Me, procedia apenas como se
o fosse.
Que Jesus foi realmente menino, no fico,
mas realidade palpvel ; e o rosto de sua Me foi
o espelho em que comeou a ver o mundo que o
rodeava.
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Se cumprirdes fielmente os meus mandamentos,
Os mandamentos que vos dou,
Amando o Senhor, vosso Deus,
Servindo -o d e todo o co rao e com toda a alma,
Cho ver em vossas terras nos tempos prprios,
E Deus vos dar chuva tempor e serdia.
Para colherdes trigo, vinho e azeite.
Brotar er va em voss os campos para o gad o,
Tereis para comer em abundncia.
Tende cuidado,
Que vosso corao se no perver ta,
No ap ostateis,
N o venereis, nem adoreis de uses estranhos.
D e contrrio, se acender a ira d e D e us contra vs
E fe char-se-o os c us;
E ento deixar de chover
E a terra no dar frutos ;
Vs mesmos des aparecereis dep ressa
Desta magnfica terra,
Qu e o Senho r vos quer dar.
Guardai, pois, estas m inhas palavras
Em vosso co rao e em vossa alma !
Atai-as s vossas mos para no as esquecer des,
Tende-as sempre diante d os olhos como sinal.
G ra vai-as na alma d e vossos fi lhos,
E fa lai-lhes delas,
Quer em casa, quer em viagem ,
Quer estejais deitados, quer levantados,
Escrevei-as na umbr eira de vossas casas e nas por tas
Para que vs e vossos filhos
Vi vais, enquanto o cu es tiver sobre a terra
No pas que Deus p r ometeu com juramento a vossos pais.
De Deus a terra e de Deus os seus destinos.
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DESCRIO
DA
GRAVURA
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Preparando o po
XIII -
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Fot. Raad
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O DIA DE FESTA
O culto litrgico na sinagoga era para a vida religiosa duma famlia simples e devota o que para a
famlia crist o culto divino do domingo : a preparao interior da alma para os trabalhos da semana.
O sbado era o dia santo, dia de festa e de
repouso; na segunda e na quinta-feira havia tambm
algum culto suplementar. Estes eram os dias dos processos judiciais e neles vinham cidade os moradores
do campo. De passagem pela cidade tinham ocasio
de assistir, uma ou outra vez, aos actos do culto, se
na terra em que moravam no havia sinagoga. , afinal, o que entre ns acontece, quando algum dia de
mercado cai em dia santificado.
Os que podiam, mudavam ao sbado o vestido
interior de linho e o manto exterior. claro que a
muitos pobres isto lhes era impossvel, por no terem
mais que uma camisa e um manto. Conta-se o caso de
marido e mulher que s possuam um manto, pelo que
tinham de ficar em casa vez. Mais trgico ainda
o seguinte : duas pessoas que dispunham do mesmo
manto, mas emprestado por terceira pessoa. Aos que
no tinham mais que uma camisa, permitia-se que a
lavassem, mesmo nos dias semi-festivos, para pode'r em
aparecer no sbado com roupa limpa.
Nos sbados era rigorosamente proibido cozinhar.
Contudo o povo tinha por costume celebrar as festas
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com uma refeio melhorada: no tinham duas refeies, como nos outros dias, mas trs : antes das funes religiosas da manh, depois delas e de tarde.
Naturalmente preparavam na vspera os manjares
e sobremesas que no podiam desfrutar nos dias de
trabalho. As famlias pobres, que nos dias de trabalho
se tinham de contentar com po e gua, no precisavam de fazer grandes despesas nem de apurar a arte
culinria para terem uma refeio melhor.
O culto divino consistia em leituras e alocues
subordinadas a um plano, e em oraes recitadas em
comum. Para as solenidades estavam marcadas certas
passagens da Escritura relacionadas com a festa.
Nos sbados ordinrios iam-se lendo a eito os
livros de Moiss.
A compostura dos israelstas nas sinagogas no se
distinguia muito da dos cristos na igreja. Havia uma
prescrio que dizia: Nas sinagogas no se devem
tomar atitudes levianas, no se pode comer nem beber,
no se deve entrar no vero s para fugir ao calor,
nem no inverno para se resguardar da chuva ; no se
deve celebrar nelas nenhuma demonstrao de luto
privado , O terreno de uma sinagoga em runas considerava-se sagrado. No se podia utilizar para fazer
cordas, para estender rdes, nem para secar uvas ou
figos. E ningum o podia atravessar para encurtar um
caminho.
Cada sbado era para Jesus um acontecimento.
Na vspera, antes do pr do sol, tocavam as trombetas
da cidade a anunciar o dia festivo; meia hora depois
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A ns parecem-nos quase desrespeitosas e representm-se-nos como outros tantos blocos toscos e molestos que se opem espontaneidade dos acontecimentos,
destruindo-a e criando situaes inesperadas. Assim
nos parece porque o Evangelho no nos descreve nem
o olhar, nem a atitude, nem o tom com que Me e
Filho se falam e tratam. Se isto nos fosse relatado
fielmente, se as palavras do Mestre se no apresentassem assim, separadas e isoladas, s serviriam como
prova da consciente divindade de Jesus, que era precisamente o que significavam para a sua Me.
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Jerusalm mostram-nos um menino no peregrino adolescente de doze anos. Nesta idade tem um menino do
Oriente as suas faculdades mentais to desenvolvidas,
como entre ns, qualquer outro de dezasseis a vinte
anos. E Jesus no era uma criana ordinria ; era,
se assim se pode dizer, um gnio religioso. Na concepo da vida integral - pois a religio genuna
, antes de mais nada, vida - Jesus, como criana,
avantajava-se muito aos seus contemporneos, prescindindo mesmo, por completo, da sua cincia infusa
e divina.
Que ateno prestava em Nazar, sempre que
ouvia qualquer palavra a respeito da Lei de Deus, do
Templo, ou do culto divino no Templo! Tudo isto, que
Ele havia profundamente gravado na alma, despertava
e agitava-se de novo no caminho de Jerusalm, ressurgindo para uma nova vida. Porm ressurgia transformado. Jesus tinha enriquecido seus conhecimentos;
no via as prescries da Lei isoladamente, mas considerava-as no seu conjunto e em ordem ao fim para
que foram dtadas.
Tudo quanto se passava na peregrinao era
observado por Jesus com mais penetrao, com vista
de maior alcance, que todos os outros. Escutava-se, de
certo modo, a s mesmo e um pensamento nico o
absorvia: O Templo! Aquele era o lugar onde Deus
Pai habitava; ali podia-se orar com mais eficcia do
que em casa ou na sinagoga. Era, alm dsso, o nico
lugar onde se podiam oferecer sacrifcios. Matavam-se
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Jesus veio com eles e foi para Nazar e obedecia-lhes . Estas palavras podem levar-nos a crer que
a vida em Nazar, depois do incidente misterioso da
Pscoa, era a mesma que antes. Porm, nada mais
falso .que esta suposio.
A vida comum, depois daqueles dias tormentosos,
era completamente diferente da anterior.
Nada transforma e intensifica tanto o amor a uma
pessoa como o t-la perdido algum tempo. Uma me
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DESCRIO
Nazar tem uma fonte de gua viva, isto , corrente . Foi, certamente, por isso, que a se construiram habitaes.
No vera vai-se fonte o mais cedo possvel, quando o calor
no ainda muito grande. Por isso, a essas horas, a fonte muito frequentada.
Na gravura vem-se as pessoas que, mais ou menos, ali se reunem.
Na primeira fila est uma rapariga com uma cesta de roupa cabea.
V-se claramente como todo o peso assenta sobre a rodilha .
A que est a seu lado tem na mo uma lata de petr6leo (vo
desaparecendo as antigas nforas to graciosas) que levava cabea.
A rodilha que tem na mo parece um chapu dos que se usam agora.
Mais adiante, na direco do poo, aparece uma mulher que est
a tirar a nfora da cabea. M ais adiante ainda, uma outra mulher tem
cabea uma grande trouxa de roupa. Junto a esta est um jumento
parado e. apetrechado com umas cangalhas, espera das nforas com
que veio fonte. Junto fonte aglomera-se a gente procurando ocasio de encher os cntaros.
A fonte tambm lugar de reumao do rapazio. Um deles est
sobre a parede, desejoso de que a me chegue depressa. Deste modo
esperava o Menino Jesus a vinda de sua Me.
Os restantes escalaram o arco da fonte onde se escarrapacharam.
Sabem que se lhes vai tirar uma fotografia e alguns procuram uma
posio que lhes garanta um bom retrato.
Um pis o gorro atravessado. A fotografia recente, porm, no
tempo de Jesus, como agora, era o poo o lugar de reunio da petizada.
E Maria, aquela mulher reservada, circunspecta, e Jesus, o menino
bem educado e grave, sofreram, sem dvida, travessuras dessa garotada.
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Jesus. Maria j no se podia satisfazer com as preces litrgicas ; delas dirigia seus pensamentos a
Jesus, e, pensando n'Ele, tinha de se lembrar dos
Livros Santos que d'Ele tratavam expressa ou veladamente.
Todos aqueles fragmentos sagrados que tinha
assimilado lentamente, pois os tinha sempre presentes
no pensamento e no corao, fruto dum trabalho de
toda a vida, haviam-se consubstanciado intimamente
com Ela.
No conhecia, certo, em todas as suas minudncias, o significado daquelas palavras misteriosamente obscuras, nem como se poderiam harmonizar
numa nica vida de seu Filho, tristezas e alegrias,
derrotas e triunfos. s antigas profecas havia-se juntado uma que se aplicava a si mesma e que se referia
concretamente aos dias de luta e sofrimento do Messias e de sua Me. Uma espada atravessar a tua
prpria alma ! lhe anunciara Simeo. Esta profecia
operava agora na alma de Maria como um man poderosssimo.
Todas as passagens profticas da Escritura que
falam do Homem das dores, dos escrneos e tormentos, dos insultos e abandono, eram atradas a si
por esse man.
Para ter uma ideia aproximada de como se transformavam, na mente e no corao de Maria, as velhas
profecias e cnticos, convm percorrer, sem perder
de vista esta transformao, os salmos que j atrs
apresentmos como messinicos e alusivos ao Reden-
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meditar as palavras referentes ao Messias : Engendrei-te antes da estrela da manh ? No seria Ela a
primeira que as compreendeu interiormente, sob o
influxo do Esprito Santo? A primeira que pde dizer:
Isto j se cumpriu? Ela, a nica a ter conhecimento
da incarnao do Filho de Deus ! E cheia de santo
respeito, procuraria penetrar o mais possvel no que
ainda era obscuro: Tu s sacerdote eterno, segundo
a ordem de Melquisedeque ! Que sentido teriam estas
palavras? Quando que se cumpririam em seu
Filho que trabalhava como carpinteiro, ocupado em
fazer arados, em aplainar caixilhos para portas e
janelas?
Uma coisa podia comprovar j ento. Eram as
primeiras palavras do salmo, to solenes e to misteriosas : Disse o Senhor ao meu Senhor : senta-te
minha direita at que ponha os teus inimigos como
escabelo dos teus ps .
Estas palavras referiam-se ao mesmo sucesso
futuro que anunciara o anjo Gabriel ao dizer-Lhe:
O Senhor Deus lhe dar o trono de seu pai David.
Dominar e ser rei na casa de Jacob, eternamente, e
o seu reino e soberania no tero fim .
Aqui como ali fala-se da hora em que Jesus subiria ao trono rgio, prometido por Deus, para inaugurar
a sua realeza eterna. E, com a realeza, pertencia-lhe
tambm o sacerdcio eterno. Tu s sacerdote eterno
segundo a ordem de Melquisedeque !
Por outro lado, ao considerar o salmo 21, o seu
corao estremecia com perguntas cheias de temor.
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D eus meu Deus ! porque me abandonaste?
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No tenho outro auxflio seno o clamor a mtn ' queixa.
Meu Deus! Invoco-te durante o dia e no me atendes,
E nem sequer durante a noite me posso calar.
E, no obstante, tu s o Santo
E reinas at aos confins de Israel.
Em ti confiaram nossos pais,
Confiaram e protegeste-los.
A Ti clamaram e salvaste-los,
Em Ti confiaram e no os defraudaste.
Porm eu sou um verme e no um homem ;
Ludbrio da gente,
Escrneo do povo.
Porque todos os que me vem me escanecem,
Movem os lbios e agitam a cabea
"Confiou em Deus: que Deus o salvei ;
Que Deus o socorra, se o ama tanto > .
Derramei-me como gua,
E os meus ossos se desconjuntaram,
O meu corao ficou brando como a cera
Derretido no meu peito.
Minha boca est seca como um tijolo,
E a minha Hngua pegou-se ao paladar
E conduziste-me at ao p da sepultura.
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Aqui fala-se dum grande sacrifcio em que tomaro parte os pobres e miserveis de Israel, at se
saciarem. E no so s eles ; tambm os gentios
haviam de estar presentes naquele banquete pascal.
Assim como Simeo tinha exaltado o Salvador como
glria de Israel e luz dos gentios, assim agora reunia
ali os israelitas e gentios no mesmo sacrifcio, como
sendo uma s comunidade.
Ho-de lembrar-se e converter-se
Todos os confins da terra;
Ho-de inclinar-se diante de ti e adorar-te
Todas as raas da gentilidade .
Do Senhor a realeza.
rei de todos os povos ;
Diante dele se prostraro
Todos os grandes da Terra
MARCA, ME DE JESUS
Diante dele se prostraro
Todos os mortais.
Tambm a minha alma viver para ele,
E a gerao futura o servir;
Fala-se do Senhor
gerao que h-de vir
Ve'm e anunciam a sua justia
Ao povo que h-de nascer;
E que obra das suas mos.
A MORTE DE S. JOS
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As ocupaes de Maria consistiam, ordinriamente, nas lidas comuns da casa - coser, lavar, cardar e tecer, moer e cozer o po, acarretar gua e
trazer a lenha. Quando, porm, a famlia tinha de
aparecer como tal - agora composta s de duas pessoas - Maria dirigia-se a Jesus e este resolvia os
negcios de ambos ao mesmo tempo.
Quando, por exemplo, a famlia era convidada
para um banquete, o convite era dirigido a Jesus, e
este, em nome de ambos, respondia: Aceitamos !
E quando, como nas bodas de Can, o convite
tinha sido feito directamente a Maria, era necessrio,
o mais depressa possvel, dirigir-se a Jesus e dizer-lhe:
Infelizmente, at agora s tivemos oportunidade de
convidar a tua Me. Tambm durante o banquete
era Jesus o responsvel pela honra da famlia. Estas
circunstncias tiveram, como veremos depois, uma
influncia silenciosa, mas quase definitiva na realizao do milagre de Can.
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GRAVURA
Nos dias de Pscoa celebram anualmente os maometanos da Palestina a fosta de Nebi-Musa, em honra de Moiss. O santurio para onde
se dirige a peregrinao est no deserto de Jud no lugar onde as montanhas comeam a declinar para o norte do Mar Morto.
A festa dura oito dias. Os peregrinos reunem em Jerusalm e
partem para o deserto em solene procisso.
O caminho que vai do Templo ao Monte das Oliveiras e dali
at Betnia, est repleto de espectadores. Dos da primeira fila vem-se
bem os vestidos. Os brancos turbantes que lhes protegem as cabeas
contra os rios do sol ardente so presos com cordes feitos de plo
de cabra.
de crer que tambm Jesus, nas suas viagens apost6licas usaria
um desses "Keffijje . Os diversos povos do pas formam grupos
parte na procisso, cantando e orando.
O espectculo que se observa, nesta ocas1ao, s portas de Jerusalm d-nos uma ideia clara da partida e regresso dos peregrinos da
Pscoa no tempo de Jesus.
Tambm ento saam os peregrinos de cada regio em grupos
separados. Mas o nmero de grupos e o de peregrinos em cada grupo
era mais numeroso do que o na festa de Nebi-Musa. O canto e os
timbales, o tambor e a flauta ressoavam tambm ento, misturando e
confundindo os seus sons.
Em circunstncias idnticas a estas ficou Jesus no Templo. O lugar
para o descanso da noite tinha sido escolhido antecipadamente pelos
peregrinos de cada povoao. Tambm os de Nazar e, entre estes,
Jos e Maria " e os parentes e conhecidos tinham escolhido lugar
para passar a noite.
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Maria e Jesus v1v1am em Nazar roda dos parentes que acabamos de descrever. Como os Evangelhos, no decorrer das suas narraes, s de passagem a eles se referem, natural que omitam circunstncias, alis abundantes, que vamos apresentar
por sua ordem.
Depois das bodas de Cana, Jesus desceu a Cafarnaum com sua Me, seus irmos (parentes) e discpulos. Ali estiveram apenas alguns dias; a Pscoa
estava prxima . Ento foi Jesus com seus parentes
a Jerusalm 1 Estando Jesus pregando numa casa,
chegaram sua Me e seus irmos (parentes), porm
no puderam aproximar-se dele por causa da grande
multido de povo 2.
Quando Jesus apareceu em pblico, na sinagoga
de Nazar, o povo dizia: Como? No este o carpinteiro, filho de Maria, irmo (parente) de Tiago e
Jos, de Simo e Judas? E no esto todas as suas
irms (parentes do sexo feminino) aqui entre ns?
Quando Jesus foi crucificado, diz S. Joo: Estavam ao p da cruz Maria, sua Me; a irm (ou parenta)
de sua Me, Maria esposa de Clofas, e Maria Madalena 3, E S. Mateus: entre elas (isto , entre as mulheres que o tinham acompanhado desde a Galileia)
encontravam-se Maria Madalena, Maria me de Tiago
e de Jos, e a me dos filhos de Zebedeu .
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Das relaes de Jos e Maria depois do nascimento de Jesus no se diz nada; por isso, para este
intervalo da sua vida, temos que consultar outras passagens do Evangelho.
Que relaes de parentesco tinham com Jesus e
Maria os parentes de que vimos falando? O parente
mais prximo da Me de Jesus, de que fala o Evangelho , sem duvida, Maria, a esposa de Clofas.
Se era meia irm ou parenta prxima, mais facilmente
se explica que tivessem o mesmo nome. Juntamente
com ela menciona o Evangelho quatro vares: Simo
e Judas, Tiago Menor e Jos: sempre dois a dois .
Cada ~m destes pares deve ter relaes ntimas.
No daremos, pois, a rvore genealgica dos
parentes da Sagrada Famlia; porque para Maria no
tem importncia saber qual o grau de parentesco
existente entre Simo e Tiago : O que importa frisar
que Ela vivia no meio dos parentes.
Para esclarecer um pouco este assunto, faremos
algumas observaes a respeito dos parentes de Jesus.
Para uns, Maria, esposa de Clofas, casou-se duas
vezes. Do primeiro matrimnio, provvelmente com
Alfeu, teve dois filhos : Tiago e Jos; do segundo,
Simo e Judas.
Para outros, Tiago e Jos eram filhos duma irm
de S. Jos, chamada Maria; Judas e Simo eram
filhos de Clofas, irmo de S. Jos.
Na idade Mdia, segundo a Lenda urea, dispunham-se os parentes de Jesus deste modo: Ana, a
me de Maria, casou trs vezes. Do primeiro esposo,
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Nas circunstncias descritas nos captulos precedentes, completou Jesus 30 anos, exercendo o ofcio
de carpinteiro. Neste tempo chegou a Nazar a notcia de que tinha aparecido no Jordo um homem,
chamado Joo, e que pregava: Fazei penitncia
porque se aproxima o reino de Deus . Os primeiros
rumores foram colhidos e espalhados por almocreves
e negociantes. No passou, porm, muito tempo sem
que muitas pessoas individualmente fossem de Nazar
ao Jordo para verem o profeta, de quem tanto se
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tista, invocando no ntimo da sua alma a mensagem do Pai, grande foi a comoo que n'Ela se
despertou.
Ano aps ano, desde a anunciao do Anjo, esperava Ela que alguma coisa se dissesse de Joo, o filho
de Isabel. E eis que agora se cumpria o que estava
anunciado e havia de acontecer antes do aparecimento
do Redentor. Porque o Anjo tinha dito a Zacarias no
templo: Ele (Joo) converter ao Senhor seu Deus a
muitos dos filhos de Israel. Vir adiante do Messias
com o esprito e fortaleza de Elias para comunicar, de
novo, aos filhos os sentimentos dos pais e aos incrdulos a prudncia dos justos, preparando, deste modo,
um povo submisso.
Chegou, finalmente, esse momento! E ao cumprir-se
esta profecia despertou-se no nimo de Maria a lembrana de outro vaticnio, o do velho Simeo e, com
ele, as palavras do Anjo na casa de Nazar.
A f no reinado de Jesus, anunciado pelo Anjo,
era o que dava fora a Maria para ter sempre presente ao esprito, no seu pleno significado, a inquietadora profecia de Simeo e para esperar o seu cumprimento. Sua vida resume-se em esperar esse tempo
e essa hora como lhe chama a Escritura. E essa
inquietadora ansiedade aumentava, sempre que acontecia alguma coisa, fora do ordinrio, na vida de
Jesus, por exemplo, quando Ele ficou no Templo.
O sobressalto apoderou-se da alma de Maria, ao ver
que Jesus, passadas semanas, no regressava do
Jordo.
falava. Voltaram to eqtusiasmados que logo se formaram grupos de peregrinos. A excitao religiosa
que, desde o Jordo, se estendia por todo o pas de
Israel, depressa se comunicou aos povos e cidades da
Galileia. Desde o primeiro rabino da sinagoga at ao
ltimo dos homens todos estavam convencidos de que
pelo reino de Deus , se devia entender o tempo
messinico.
E, um dia chegou em que tambm Jesus de
Nazar partiu para o Jordo.
Aquele que, mais tarde, por ocasio da multiplicao dos pes, mandaria reunir, com tanto cuidado,
os restos da comida, era, sem dvida, ordenado e
metdico na sua oficina de carpinteiro. Por isso,
depois de ter entregado todos os trabalhos de que
se tinha encarregado, colocou os instrumentos do trabalho em algum lugar apropriado, e s depois se despediu e ps a caminho.
Provvelmente s disse a sua Me que ia ao Jordo encontrar-se com o Baptista, sem lhe comunicar
o que depois desse encontro se devia seguir, como
nova fase da sua vida.
Jesus queria tomar sobre si a misso redentora que
o Pai lhe confiara, no momento em que Joo o baptizasse; pelo que no era conveniente participar isto
a ningum. A maneira como ficou no Templo, aos doze
anos, sob a sua prpria responsabilidade, cumprindo a
vontade do Pai, corresponde a este modo de proceder.
Que pensou Maria ao ficar s em Nazar? Ao
ouvir os primeiros rumores sobre a apario do Bap!
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Foi a despedida da sua vida oculta e a inaugurao solene da sua actividade pblica. Antes de mais
nada, trataremos dos usos e costumes que se relacionam com o milagre e tentaremos descobrir as disposies de esprito daqueles que o presenciaram.
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vinha a ser uma espec1e de seguro para aqueles dias,
equivalente a uma multido de pequenos emprstimos
sem juros. Se, por exemplo, Daniel dava a Miguel um
presente de casamento, obtinha, por esse modo, direito
a igual donativo por ocasio dum casamento em sua
casa, restabelecendo-se assim o equilbrio de perdas e
lucros. Era to obrigatrio este costume e to geral a
vigilncia do seu cumprimento, por cada uma das
partes, que o presente de boda aparece nos antigos
provrbios expressamente como um emprstimo.
Juridicamente era tambm considerado como emprstimo, podendo exigir-se perante os tribunais a sua
indemnizao em dinheiro.
Porm, a maior parte das vezes, os presentes de
casamento constavam no de dinheiro mas de gneros
alimentcios, sobretudo dos que deviam ser utilzados
para o banquete. E, como tambm se bebia, o vinho
e ra o presente preferido e muito agradvel ao noivo.
Para uma destas festas que, durante vrios dias
tinha numerosos convivas, era necessria uma grande
quantidade de vinho.
Nem todos os convivas chegavam na primeira
noite. Era caso previsto nas antigas praxes; pois diz-se
que a bno dos noivos se h-de repetir todas as
vezes que chegue festa um novo grupo de convidados .
Naturalmente estes convivas retardatrios, como
Jesus em Can, estavam to obrigados como os outros
a mimosear o noivo com um presente. A nica diferena que podia haver que os convidados que che-
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gavam ao prmc1p10
ent regavam em comum os seus
presentes com uma espcie de aclamao aos noivos,
como ainda hoje se faz; ao passo que os que chegavam mais tarde o faziam cada um de per si.
Quando Jesus chegou, j o banquete tinha comeado ; e por a se v que Ele e os seus discpulos
foram convidados um pouco mais tarde. O noivo no
teve necessidade de pedir conselho para fazer o convite. Juridicamente, Jesus era o chefe da casa de
Nazar. Uma vez que Maria fora convidada, tinham
de convidar a Jesus logo que pudessem comunicar
com Ele. Os discpulos foram convidados juntamente
por serem o squito de Jesus, como Messias.
Deste modo estava o crculo fechado. Jesus foi
convidado porque sua Me o tinha sido e estava presente; os discpulos, porque Jesus os tinha escolhido
para formarem a sua comitiva, como Messias anunciado
por Joo. Jesus era o centro de todos estes convidados: era o chefe da famlia de Nazar, e, por isso,
achando-se presente, tinha que a representar. Era tambm o chefe da famlia espiritual dos seus discpulos ;
tinha que fazer respeitar os usos e costumes naquilo
que lhes dizia respeito. Se, alm disso, queria dar um
presente, conforme os costumes do tempo, este devia
ser de vinho.
A responsabilidade do servio no banquete corria
por conta do mestre-sala, como lhe chama o Evangelista.
As mais das vezes este encargo era desempenhado por um parente ou amigo, ou, as duas coisas
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S. Joo Evangelista falando dos dias que precederam as bodas de Can diz : No dia seguinte quele
em que Joo Baptista apresentou Jesus como sendo
o Cordeiro de Deus encontrava-se de novo aquele
com dois dos seus discpulos - Joo e Andr. Nisto
avistou Jesus que vinha pelo caminho e disse ; Eis o
Cordeiro de Deus ! . Os discpulos, ao ouvirem estas
palavras, seguiram a Jesus. Jesus voltou-se, esperou-os
e perguntou-lhes: Que quereis? E eles responderam :
Rabbi (Mestre), onde moras?> E Jesus disse-lhes:
vinde e vde . Foram, viram onde morava e ficaram com ele todo o dia ... Eram dez horas, aproximadamente.
Um dos que o seguiram era Andr, que ao topar
com seu irmo, Simo Pedro, lhe disse : Encontrmos
o Messias que se chama Cristo. E foi apresent-lo a
Jesus. E Jesus fitando nele os olhos disse-lhe: Tu s
Simo, filho de Jonas, tu te chamars Cefas, isto ,
pedra .
No dia seguinte foi Galileia e encontrando Filipe,
disse-lhe: Segue-me . Filipe era de Betesaida, ptria
de Andr e Pedro.
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Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: Encontrmos aquele de quem escreveram Moiss, na sua
Lei, e os profetas, Jesus, o filho de Jos, de Nazar .
Natanael replicou: De Nazar pode sair alguma coisa
boa? Filipe respondeu: Vem e vers .. Jesus viu
Natanael que se aproximava e disse: Aqui est um
verdadeiro Israelita em quem no h dolo! E Natanael perguntou : Donde me conheces ? Ao que
Jesus respondeu: Antes de Filipe te chamar, eu te
vi quando estavas debaixo da figueira , E Natanael
replicou: Rabbi, tu s o filho de Deus! Tu s o Rei
de Israel !
Jesus respondeu: <Porque te disse que te vi
debaixo da figueira, acreditas? Pois hs -de ver coisas
maiores . E acrescentou; Em verdade, em verdade
vos digo que vereis os cus abertos e os anjos subindo
e baixando sobre o Filho do Homem.
A passagem que acabamos de reproduzir indica
como, nos dias que precederam as bodas de Can,
Jesus escolheu alguns homens para serem seus discpulos, cada um dos quais dava logo conta do grande
acontecimento ao companheiro das suas intimidades.
medida que ia crescendo o entusiasmo por Jesus,
o trato com Ele tomava um carcter digno da suarespeitosa entrega.
No primeiro encontro de Joo e Andr com Jesus,
a quem no conheciam ainda pessoalmente, saudaram-no eles com o ttulo de Rabb.
Mas as coisas no ficaram por aqui. Na viagem
para Can, Jesus manifestou-se aos que o tinham
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pelo Baptista anunciando para muito breve o seu aparecimento, encontrou geral acolhimento. Por isso, todo
aquele que soubesse alguma coi"sa a seu respeito, como
que se sentia obrigado a manifest-lo. Os discpulos
podiam falar tanto mais fcilmente do que entre eles
e Jesus se passava, quanto isso mais os dignificava.
E, quando todos se calassem, no se calaria o fogoso
Natanael, que, ainda por cima, era de Can. Deste
modo, divulgou-se de casa em casa a notcia de que
Jesus tinha chegado cidade. E assim como o povo
de Samaria foi, em grande multido, busc-lo ao poo
de Sichar, assim os moradores de Can acudiram junto
da casa onde se celebravam as bodas para ver Jesus.
Os mais curiosos souberam ali que Joo, o grande
profeta do Jordo, a quem muitos tinham por Messias,
proclamara Jesus o Cordeiro de Deus e mandara
ir ter com Ele os seus dois discpulos Andr e Joo.
Depois, a caminho de Can, tinha Jesus admitido
no seu squito a outras pessoas. A todos prometeu que
presenciariam coisas admirveis: que veriam os anjos
de Deus subir e descer sobre Ele . . . Os suspirados
dias do Messias estavam porta.
Na primeira parte daquela festa os esposos foram
o ponto central da solenidade e da alegria. Agora,
depois que Jesus, o Messias, apareceu, entraram na
cena outras duas pessoas que chamaram a ateno de
todos: Jesus e sua Me.
Se Jesus era o Messias, a expresso Maria, a
Me de Jesus >, era sinnimo de Maria a Me do
Messias, conferindo-lhe nova aurola. E, como tal,
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No foi em Can que Jesus assistiu a um casamento pela primeira vez. Sem ser necessrio fazer
conjecturas, durante os anos que viveu em Nazar,
no pde esquivar-se a aceder, com certa frequncia,
a tais convites e a dar o oportuno presente, se queria
ganhar a vida como carpinteiro numa cidade pequena,
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A SPLICA DE MARIA
Tendo faltado o vinho, disse a Jesus sua Me: Eles no tm
vinho. E Jesus respondeu : Mulher, que temos ns com isso?
Ainda no chegou a minha hora. E sua Me disse aos serventes:
Fazei tudo qu e ele vos disser 1.
Quando todos se encontravam no auge do entusiasmo correspondente alegria da festa, por detrs
dos convivas descobria-se o perigo dum iminente
desaire: o vinho ia acabar. O pouco que restava
depressa se esgotaria.
Maria ajudava e dava o seu parecer no s antes
mas tambm durante o banquete nupcial, sendo, por
isso, uma das primeiras pessoas a ter conhecimento da
angustiosa situao.
Segundo a narrao evanglica, conheceu-a antes
ainda do mestre-sala, que, por ofcio, era encarregado
de fazer as misturas dos vinhos.
Que confuso no ameaava os noivos no mesmo
momento em que Jesus os honrava com a sua presena ! Se no se remediasse aquela situao, no prprio dia da sua morte se diria: No tiveram vinho
bastante na festa do seu casamento!
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O preo do vinho no era to elevado que os desculpasse. No temos, certo, tabelas de preos dos
vinhos da Palestina. Nos pases da regio mediterrnea
custava o litro, segundo a qualidade, de 15 centavos a
um escudo. Na Galileia o preo devia ser menor, por
ser uma regio essencialmente vincola.
Ainda que Maria pensasse que eram necessrios
500 litros, 200 escudos sobravam para remediar a dificuldade.
Porm, no se tratava s do desaire dos noivos.
Sobre o prprio Jesus, sobre Jesus que fazia a sua
primeira manifestao como Messias, podia cair uma
ndoa de consequncias mais funestas que a vergonha
a que os noivos estavam expostos. Estes, na sua angstia poderiam atribuir a falta do vinho presena de
Jesus e da multido de gente que s tinha vindo para
o ver ou que multiplicavam as suas visitas por causa
d'Ele. A culpa principal recairia, por isso, sobre Jesus.
Portanto, a participao feita a Maria, da falta do
vinho, talvez no fosse feita s por considerao para
com os noivos, mas tambm por causa da situao em
que seu Filho ficaria.
Que Maria desse conhecimento do que se passava
ao Messias, a quem eles tnham acanhamento de
se dirigir, era um raio de esperana que ainda brilhava
no ntimo da sua alma.
Maria tinha a certeza de que Jesus entregaria
aos noivos o seu presente, como era costume, afastando a confuso que estava iminente. Ainda era
tempo de remediar o mal sem dar na vista, pois, de
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Tudo quanto Jesus quis dizer a sua me a respeito do que Ela lhe pediu para os esposos, resumiu-o
nestas palavras : Que temos ns com isso ? Ainda
no chegou a minha hora.
Esta resposta, to breve e to lacnica tem tido
vrias interpretaes.
A primeira frase um modo de falar prprio do
povo trabalhador. Para conhecer bem o seu sentido
necessrio conhecer os seus antecedentes prximos e
as relaes que tm entre si os interlocutores. neces-
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trs dias, Mais vezes usou este modo de falar, dirigindo-se aos que viviam com Ele e, sobretudo, quando
anunciava o que haviam de sofrer por sua causa.
Deste modo disse aos filhos de Zebedeu: tambm
vs bebereis o clix que bebo ; e a Pedro : quando
fores velho, outro te cingir e te levar para onde no
querers ,
Tambm agora no quis ser mais claro ao falar
com sua Me.
Por outra parte, Maria estava mais apta que ningum para compreender inteiramente aquele modo de
falar. Guardava em seu corao as palavras do anjo
a anunciarem-lhe que Jesus rec eberia de seu pai a
soberania real; e a profecia de Simeo, segundo a
qual a posse desse trono seria precedida duma luta
.encarniada em sua presena, luta em que o destino
de seu Filho e o seu seriam inseparveis. A esta
cincia aliava-se um certo instinto que a no deixava
interpretar falsamente as palavras de seu Filho, levada
por qualquer sentimento de egosmo.
Podia enganar-se, como humana que era, mas
no desvirtuar, por culpa prpria, a verdade, por pouco
que fosse. Mas o erro, n'Ela no passava alm de mera
possibilidade, justamente porque a sua vida fora enquadrada nos misteriosos planos de Deus.
Por isso, os sentimentos de Maria eram rectos e
puros. No ambicionava mais do que colocar-se ao
lado de Jesus; no para ter o primeiro lugar no seu
Reino, mas para ser atravessada pela espada de dor
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que lhe estava reservada, nos destinos de Deus. Ignorava, porm, o momento preciso em que isso devia
acontecer.
Ningum sabia, por certo, a no ser Jesus, que
ainda havia um grande espao de tempo para o povo
poder decidir-se livremente a favor ou contra o Messias. Somente depois de ter passado, sem proveito,
aquele prazo, que o Redentor chegaria ao ponto culminante da sua carreira, quele declinar da vida que
Simeo vatich-.ou no Templo.
Com um olhar de profundo agradecimento pelas
suas boas disposies, indicaria Jesus a sua Me que
o tempo em que haviam de padecer juntos no estava
prximo e que, portanto, o seu oferecimento para lhe
assistir, era prematuro: ainda no chegou a minha
hora !
Atendendo ndole da nossa lngua, o sentido das
palavras de Jesus torna-se mais claro inserindo o
advrbio agora na primeira parte da resposta, de
modo a traduzir-se: que temos ns, agora, com isso,
mulher? Ainda no chegou a minha hora, Numa traduo livre poderamos resumir as palavras de Jesus '
deste modo : deixemos isso que costumam dizer as
pessoas amigas.
Se em traduo mais livre quisssemos expressar,
com maior clareza, o sentido destas palavras, poderamos servir-nos da expresso banalmente usada entre
pessoas que se entendem : deixemos l isso agora .
Eis uma situao banal na vida humana que pode,
a ttulo de comparao, projectar certa luz no caso
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O MILAGRE
Havia ali seis talhas de pedra que serviam para as purificaes usuais dos judeus, levando cada uma duas ou trs medidas.
Jesus disse aos criados: Enchei-as de gua! Encheram-nas at ao
cimo. Jesus ento disse-lhes: tirai e levai ao arquitriclino ! Eles
assim o fizeram. Quando este provou a gua convertida em vinho,
como no conhecia a procedncia (mas os criados que a tinham
tirado sabiam-no), chama o esposo e diz-lhe: todos servem ao
prindpio o vinho melhor, e o que no to bom quando os convidados j esto satisfeitos; tu, porm, guardaste at agora o
bom vinho ! 1.
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Deste modo, os serventes do banquete foram testemunhas e colaboradores do milagre de Jesus, sem
que, enquanto cumpriam as ordens, tivessem o menor
pressentimento do que ia acontecer. Por isso no
houve pergunta que lhe no fizessem. Por sua parte
eles no tinham nada que ocultar. Contaram, pois, que
Maria foi ter com eles e lhes disse : F aze tudo
quanto ele vos disser !
Esta particularidade deu origem a uma nova
pergunta feita, pelo menos, por aqueles que tinham
maior interesse no assunto. Sabia Ela, quando falou
daquele modo aos criados, que Jesus ia fazer o milagre? Seria por saber o que ia acontecer que Ela falou
to vagamente ?
Era necessrio esclarecer bem o caso.
Iriam em comisso alguns, que a conheciam melhor,
para se informarem de fonte segura. possvel at
que o tenham feito publicamente, no meio da alegria
que o caso suscitara.
Que satisfao teria ento Maria em atribuir a
Jesus toda a glria, e em declarar pura e simplesmente: eu no sabia que o milagre se ia operar.
Deste modo todas as atenes se voltaram para Jesus.
O entusiasmo que este facto despertou em volta
de Jesus dificilmente se imagina e mais dificilmente
se descreve.
Antes do milagre conversavam os hspedes em
grupos separados : os mais v.elhos, sentados em esteiras, davam prova da pacatez prpria da sua idade ;
os jovens entretinham-se diante da casa ou nos ter-
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EFEITOS DO MILAGRE
Por este modo deu 'Jesus princlpio
aos milagres em Caii da Galileia, e
manifestou a sua glria, e os seus discpulos creram ttele.
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dades. Uma delas no estarmos amestrados no simbolismo, cuja interpretao ainda mais difcil neste
caso porque s as palavras de Jesus fazem referncia
ao valor simblico deste acontecimento e, entre elas,
prpriamente, s o apelativo mulher dado a Maria.
H, entretanto, um meio de iluminarmos com luz
extrnseca o milagre de Can, no seu aspecto peculiar
de milagre alegrico. Ele pertence, com efeito, a um
grupo determinado de prodgios de Jesus que tm particular importncia e apresentam diversos pontos de
contacto. Do seu confronto com outros paralelos jorra
uma luz surpreendente sobre o milagre de Can.
Os Evangelhos apresentam-nos trs milagres de
Jesus que se distinguem de todos os demais e que se
podem classificar de milagres sociais , milagres feitos em benefcio da sociedade. Estes milagres so : a
multiplicao dos pes (primeira e segunda), a pesca
milagrosa (primeira e segunda) e a converso da gua
em vinho. Em todos eles Jesus no socorre a um indivduo em particular, como, por exemplo, quando c11r~
um enfermo. O efeito da sua virtude prodigiosa ,
antes, qualquer coisa que atinge a muitos e remedeia
as suas necessidades.
Os trs supra-mencionados milagres tm outros
pontos de contacto. O destac-los, fazendo-os realar,
d-lhes tanta luz que, um olhar retrospectico quase
que basta para tornar claro o sentido do milagre de
Can.
Os trs so, antes de mais nada, a imagem da
grande sociedade do Reino de Deus, a fundar-se.
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MARIA A MULHER>
Em anos sucessivos, ouviu Maria ler e explicar na
sinagoga de Nazar a histria do paraso e da queda
de Ado. A seguir vinha a promessa do Salvador que
reza assim : Disse Deus serpente : porei inimizade
entre ti e a mulher, entre a tua descendncia e a dela;
ela te esmagar a cabea e tu (somente) armars ciladas ao seu calcanhar .
Esta passagem lia-se e comentava-se como sendo
alusiva ao Redentor. A profecia estava envolta numa
imagem familiar a todo o oriental e que, por isso, a
podia compreender por experincia prpria.
As serpentes eram uma das pragas mais terrveis
do pas. Rojando-se sobre o ventre, acometiam os
viandantes, os quais s tinham um meio de salvao :
levantar o p com a mxima rapidez e esmag-las.
Do mesmo perigo de ter a serpente to prxima
seguia-se a libertao - ela morria esmagada pelo p.
Veladamente se indicava com isto como o Redentor, que havia de vir, triunfaria do pecado.
O Filho da Mulher triunfaria da serpente, mas a
este triunfo tinha de preceder um momento em que
tudo parecia perdido.
J antes de dar o seu consentimento para ser a
Me do Salvador, o esprito reflexivo de Maria tinha
pensado que este vaticnio se referia a Ele. Desde o
dia em que comeou a ser sua Me, esta passagem
teve para Ela, novo valor. Ento soube quem era o
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cargo permanente de ecnomo; at ao fim dava esmolas em nome de Jesus. Quando, na ltima ceia, Jesus
lhe disse : O que tens que fazer, f-lo depressa,.
pensavam os discpulos que o encarregava de algum
negcio.
Os Evangelistas mostram tambm que as mulheres
nem sempre acompanhavam Jesus. Quando Ele se retirava solido para orar e a passava toda a noite com
os Apstolos, no permitiam os costumes que as
mulheres o acompanhassem. de crer tambm que
na grande e trabalhosa viagem de Jesus para o norte,
s terras de Tiro e Sidnia, elas no o acompanhavam.
A narrao a respeito do squito das mulheres
parece indicar a ocasio em que estas costumavam
acompanh-lo, a saber : quando ia de cidade em
cidade, ou de aldeia em aldeia isto , quando visitava os lugares que lhe ficavam no caminho. Neste
caso, iriam elas adiante, arranjar a hospedagem e
preparar -a comida. Para elas reservavam uma parte,
como era costume nas peregrinaes a Jerusalm.
Onde estava Maria quando Jesus percorria a
Judeia e a Galileia como Mestre e Taumaturgo?
Na impossibilidade de dar uma resposta perentria, indicaremos o que se poderia dar.
Maria podia acompanhar seu Filho no squito das
mulheres. O Evangelista diz expressamente que, no
tempo da crucifixo, se achava presente num daqueles grupos. Contudo no faz meno d'Ela entre as que
o seguiam na Galileia. Uns dizem que Ela no estava
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Ento chegaram sua Me e irmos: sem entrarem na casa,
mandaram-no chamar. Estava sentada em volta dele uma multido de gente quando lhe disseram : tua M e e teus irmos esto
l fora tua procu ra. E Jesus respondendo, disse : Quem a
minha M e e quem so os meus irmos? E olhando para os que
estavam sen tados a seu lado, disse : Eis aqui a minha me e os meus
irmos. Todo aquele q ue fizer a von tade de meu Pai, esse meu
irmo, minha irm e minha me 1,
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Todos os olhares se voltaram para Jesus ; os circunstantes dispunham-se a apertarem-se ainda mais
para darem espao ao Mestre. Que faria Ele? Sair
imediatamente ? Eram os seus prprios parentes !
Os que o no eram deviam retirar-se ; era natural !
Contudo, Jesus fez uma coisa que ningum esperava e que dava a conhecer a comoo de sua alma.
Os circunstantes tiveram a impresso de que Jesus
esperava, desde h muito, por aquele momento, para
dar a conhecer o que tinha em seu corao e ansiava
por se manifestar.
S. Mateus diz: Ele estendeu as mos sobre os
discpulos. S. Marcos, pondo-nos, por assim dizer,
toda a cena diante dos olhos, escreve : Ento dirigiu
um olhar ao povo que estava sentado em crculo,
sua volta, e disse ... Nestas narraes devemos notar
que os Evangelistas, assim como todos os escritores
daquele tempo, eram muito parcos quando descreviam
os gestos das pessoas. Se narram estas coisas porque elas deviam ter feito uma impresso muito grande
naqueles que as presenciaram, constituindo, assim,
parte essencial dos sucessos.
De p, no meio dos assistentes, declarou Jesus
solenemente : Minha me e meus irmos so estes !
porque todo aquele que fizer a vontade de meu Pai
que est nos Cus, esse meu irmo, minha irm e
minha me!
Que olhos to cheios de admirao os que se
fixaram no rosto de Jesus com uma comoo indescritvel !
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mao. Almocreves que, com seus jumentos ou camelos, percorriam com regularidade as povoaes maiores da tribo e as capitais do pas ; comerciantes que
gostavam de dar uma notcia sensacional para atrair
a gente, antes de comear a fazer os seus negcios.
Neste particular os negociantes de fazendas eram os
principais.
Na Galileia, ptria de Jesus, circunstncias vrias
concorriam especialmente para a rpida difuso das
notcias. A densidade da populao era relativamente
grande, o que acontecia em toda aquela regio. Os
caminhos secundrios no desciam, como na Judeia,
dum e doutro lado da estrada principal, profundeza
dos vales, como costelas dum esqueleto ; mas antes,
como rde de malhas apertadas, cruzavam-se com os
diversos atalhos que iam uns da Galileia Judeia e
outros do lago de Genesaret ao mar Mediterrneo.
Em algumas povoaes davam-se notcias de hora
em hora porta da cida de ou nos bazares, como
actualmente nas estaes telegrficas. Quando o pas
vivia horas de excitao que a todos preocupavam,
estabelecia-se um servio de informao com uma
rapidez que nos espanta e parece inverosmil. Isto
repetiu-se, algumas vezes, ainda h pouco tempo.
Durante a guerra de 1914-1918 as tropas do Oriente
tiveram frequentes surpresas agradveis, quando julgavam que tal ou tal avano no era ainda conhecido
dos bedunos. natural que, do mesmo modo e com
a mesma rapidez, se espalhassem no pas toda a sorte
de rumores.
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umco que sabemos que a preteno dos seus parentes ficou sem efeito.
O que se oculta nesta narrao, supe para a
vida de Maria, um mar imenso de dores e de tormentos difcil de se descrever. Para Ela foi j muito doloroso ver-se forada por seus parentes a acompanh-los,
se que o fizeram, quando queriam trazer Jesus para
casa, obrigando-o, fora, a renunciar sua vida
pblica. Porm, dado o caso que, por compaixo, a
deixassem, e s tivesse conhecimento disso depois,
no deixou de ser, para o seu corao de Me, um tormento que a afectava duma maneira muito particular.
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mulher, no auge do seu entusiasmo, exclamou : Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos que te
amamentaram !
E Jesus respondeu-lhe: Mais bem-aventurados
os que ouvem a palavra de Deus e a guardam em
seu corao !
As exclamaes entusisticas estavam no carcter daquele povo franco e aberto, e envolv-las em
louvores me do exaltado, era um costume favorito.
O elogio daquela mulher era inteiramente popular
quanto forma. Quase coevo o elogio, muito semelhante, que ainda se conserva, dirigido a Raquel, me
de Jos do Egpto. Bem-aventurados os peitos que
te amamentaram e o ventre que te trouxe . Que era
esse um modo de falar consagrado pelo uso, prova-o
o facto de que tambm se usava para amaldioar,
modificando-se, para isso, as palavras necessrias.
Contudo, deve considerar-se como uma frase solene,
daquelas que os orientais simples conhecem, amam e
empregam. Essa exclamao nascia da persuaso
popular de que no h maior felicidade para uma me
que a de ter dado ao mundo um homem ilustre.
Jesus faz valer a glorificao de sua Me. Maria
era realmente digna de ser exaltada. Tinha-o sido
mutos anos antes por sua prima Isabel. Interiormente,
porm, Jesus glorificava-a ainda mais que aquela
mulher. Mas o motivo que o impelia era mais profundo : sabia que sua Me era, entre todas as criaturas,
a que cumpria com maior fidelidade a vontade de
Deus. A seus olhos, Maria era digna de glorificao,
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E tendo Jesus p artido dali, foi sua ptria : os se us disdpulos acompanhavam-no. No sbado comeou a ensinar na
sinagoga. Muitos dos seus ouvintes admirava m-se da sua doutrina, dizen do : Donde lhe vm todas estas coisas? e que sabedoria esta que lhe foi dada: e como se operam tais maravilhas por suas mos? No este o carpinteiro, filho de M aria,
irmo (primo) de Tiago e Jos , de Judas e de Simo? No esto
tambm no meio de n 6s suas irmas (primas)? E escandalizavam-se dele: porm Jesus disse-lhes: Um profeta s6 deixa de ser
honrado na sua ptria e na sua casa, e entre os seus parentes.
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acabava de fazer
posta. Ei-la :
Hoje mesmo se acabam de cumprir estas palavras da Escritura .
Imediatamente, entre Ele e muitos dos seus ouvintes, cavou-se um abismo. Segundo estes, aquela profecia
ainda se no tinha cumprido. Para isso era necessrio
que Jesus se excedesse a si mesmo, fazendo ali milagres, diante deles, para utilidade e proveito de todos.
Se os fizesse, estavam dispostos a celebr-lo como a
filho ilustre da sua cidade. Contudo, a man eira como
Jesus pronunciou as primeiras palavras dava a entender uma coisa muito diferente, isto , que no podiam
agora dispor d'Ele como, tempos antes, dispunham do
carpinteiro de Nazar, quando lhes encomendavam
algum trabalho.
E, para aqueles que o no tivessem entendido,
acrescentou: Vs aplicais-me, sem dvida, o adgio:
Mdico, cura-te a ti mesmo! Faze aqui, na tua cidade
natal o que fizeste em Cafarnam ! Porm a verdade
a que vou dizer-vos: Muitas vivas havia em Israel,
no tempo de Elias, quando houve uma grande fome
em todo o pas, por no ter chovido durante trs anos
e seis meses ; contudo a nenhuma delas foi enviado o
profeta seno a uma viva de S arepta, de Sidnia.
Havia muitos leprosos em ISrael no tempo do profeta
Eliseu, mas nenhum deles foi curado seno o srio
Naaman. ,
Via-se que os nimos se comeavam a alvoroar
medida que Jesus falava. Aqui e alm murmurava-se:
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A festa d os T ab e rnculos estava p r6xima. Ento lhe disseram os seus ir mos (pare ntes) : Sai daqu i e vai Judeia para
que tambm os teus disc pulos vejam (ali) as tuas obras ! Porque
ningum faz uma coisa oc ultamente quan do d eseja que ela seja
co nhecida - . que nem os seus irmos acreditavam n ele. Jesus
respondeu-lh es: O meu tempo no chegou ai nda ; o vosso, sim! 1
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VII, 2- II.
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trava-se j naquela cidade, enquanto que seus discpulos vieram de Nazar at ali. Joo no diz se Maria
se encontrava entre eles, ou se estava, desde tempos
antes, com Jesus. Como costumava ir a Jerusalm por
ocasio das grandes festas do ano, de supor que
nesse tempo estivesse em companhia de J esus.
Nessa ocasio tentaram os parentes abalar a
constncia de Jesus. Os conselhos que lhe davam,
neste caso, eram, por outra parte, quase contrrios aos
que, eles ou outros, lhe tinham dado tempos antes.
Qu eriam lev-lo, com admoestaes amigveis, a
visitar a capital da nao, mostrando ali o seu poder
de taumaturgo para conquistar ade ptos, entusiasmando
e arregimentando o povo.
Segundo eles pensavam, era isso mesmo o que
Jesus, pelo seu modo de agir, devia pretender; mas
no sabia escolher lugar nem tempo propcio. Era
necessrio, pois, ajud-lo neste particular.
A disposio dos nimos, em geral, no era ainda
adversa a Jesus, que se encontrava naquela posio
crtica em que tudo podia ganhar com um acto de
audcia, ou tudo perder, se persistia no seu retraimento, o que se prova pela continuao da narrao
de Joo a respeito da festa dos Tabernculos. A diviso do povo em faces pro e contra Jesus, continuou,
at mesmo entre os membros do Supremo Conselho.
Um milagre como o da multiplicao dos pes
teria arrastado toda a gente e, das multides reunidas
para a festa dos Tabernculos, ter-se-ia formado um
grande exrcito desejoso de pelejar.
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Os parentes de Jesus, e os que como eles pensavam, cada um debaixo do seu ponto de vista, eram
unnimes em incit-lo com requintada amabilidade :
Sai daqui, vai Judeia para que tambm os teus
discpulos vejam os teus milagres !
O tom do convite era o de tutores benvolos.
Queriam tirar a Jesus os seus escrpulos e retraimento e anim-lo : Ou uma coisa ou outra ; ou sim
ou no!
Jesus respondeu a esses conselheiros : No che~ou ainda, para mim, o tempo oportuno; para vs, sim.
E impossvel que o mundo vos odeie ; a mim tem-me
dio, porque eu dou testemunho contra ele, de que as
suas obras so ms.
Para bem compreender o sentido destas palavras,
necessrio conhecer bem a inquietao dos parentes. Eles queriam que, a pretexto da festa dos Tabernculos, Jesus os acompanhasse a Jerusalm para
exercitar ali a sua actividade. Mas, na realidade, os
seus desejos ocultos eram que Jesus l fixasse, como
Messias, a sua residncia, e que no voltasse mais
Galileia. Jesus tinha o mesmo pensamento; Ele, porm,
via os sucessos que se seguiriam sua entrada em
Jerusalm por um prisma diferente do dos seus parentes, precisamente porque era diverso o seu conceito
da misso do Messias.
Os parentes, como muitos outros, e particularmente como os crculos populares que davam o tom,
viam no Messias o fundador dum grande reino temporal e terreno, pelo que queriam levar Jesus a fazer
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cadearam durante a pa1xao e morte de Jesus, procedeu sempre de conformidade com o que tinha dito no
momento da Incarnao : Eu sou a escrava do
Senhor ! E depois de cada um destes momentos difceis - dificlimos - podem aplic ar-se-lhe sempre, at
ao ltimo dia da sua vida terrena, as palavras que,
iluminada por Deus, lhe dirigiu um dia sua prima,
cheia de respeitosa admirao, felicitando-a cordialmente : Bendita s tu, porque acreditaste !
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VII
Maria e o sacrifcio
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LTIMOS VATICNIOS DE JESUS
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PREPARAO DE MARIA
PARA A PAIXO E MORTE DE JESUS
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DESCRIO
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Na ltima Ceia, no domingo da Ressurreio e no dia de Pentecostes, os amigos de Jesus, que o seguiam, estavam na esd.ncia superior> de uma casa.
Por estncia superior" deve entender-se um recinto no segundo
andar. E, como se diz expressamente que era um lugar espaoso,
verosmil que correspondesse ao terrao da casa.
Neste caso, tinha uma escada independente, pelo lado de fora,
podendo-se subir e descer sem encontrar os que moravam no andar
debaixo, nem os incomodar.
A gravura representa uma dessas dependncias superiores. Pela
escada de pedra sobe-se ao telhado do andar inferior, espaoso, e
entra-se por uma porta na sala da sobredita estncia.
Num lugar como este se reuniram os discpulos para a ceia pascal. Ali estavam quando Jesus lhes apareceu na noite do Domingo da
Ressurreio e quando o Esprito Santo desceu sobre eles, no dia de
Pentecostes.
Dum terrao semelhanto quele que a gravura representa, podia
proferir-se um discurso, como o de S. Pedro logo depois da vinda do
Esprito Santo.
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morte que precederam aquele outro vaticnio da glorificao de Jesus, de sorte que j no prestavam a
devida ateno ao anncio da vitria sobre a morte.
Menor impresso lhe fizeram ainda as palavras de
Jesus em Betnia: Em verdade vos digo que em
qualquer parte do mundo em que o Evangelho for
conhecido, se referir tambm em honra dela (Madalena) o seu acto .
Jesus falou ali na difuso do seu Reino, olhando
par a o futuro por cima da dor e do sofrimento, da
vergonha e da morte, contemplando a glorificao do
seu nome entre a Humanidade redimida. Os Apstolos
ficavam desorientados. Eles, que no comeo da Paixo
abandonaram a Jesus, mesmo exteriormente, comearam a retrair-se d'Ele, interiormente, naqueles dias.
Maria era a nica que, apesar de todas as predies,
espantosas de dor e de morte, e apesar do fracasso
externo, se atinha inaltervel s palavras de Jesus, a
respeito da sua vitria, ressurreio e glorificao.
Ressuscitar ! Por isso se Lhe unia tanto mais
estreitamente quanto mais prxima estava a hora que
Ele tinha anunciado.
Como sempre, estava agora disposta a oferecer
seu Filho, segundo a profecia de Simeo, como Cordeiro
do sacrifcio, para a salvao dos homens.
No devemos, pois, ver a grandeza de Maria
somente em ter oferecido morada em seu seio ao Filho
Unignito de Deus , facilitando-Lhe, deste modo, o seu
sacrifcio para a salvao dos homens. No, glria
de Maria pertence tambm o cuidado de proteger este
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Cordeiro de sacrifcio, de o alimentar e de o acompanhar ao altar quando chegou o tempo prprio. Desta
sorte nunca se interromperam a vida e os sofrimentos
comuns de Maria e de seu Filho. Para Ela significavam
o mesmo que para Ele as palavras do profeta:
A minha vida passou-se entre dores, e os meus anos
deslizaram entre soluos 1.
Como em Jesus se juntava angstia da Paixo
um desejo maior ainda, assim tambm em sua Me
existia alguma coisa que era uma participao das
aspiraes do Corao de Jesus. No s espera va,
com muita conformidade, a hora de seu Filho, mas
tambm, Ela mesma se identificava inteiramente com
as aspiraes de Jesus, com seu corao de Me,
preparado para a redeno da Humanidade e para a
glorificao do seu Filho, como Redentor do mundo.
Deste modo, Maria era a nica que, naquele
transe, acompanhava Jesus sem vacilar. Por isso, era
tambm a nica que, no meio das trevas dos dias
seguintes, conservou a f de que chegaria a manh da
Pscoa. Isto, porm, no impedia que estivesse mergulhada na mais profunda dor, como qualquer de ns,
que por ocasio dum cataclismo, por exemplo, um
terremoto, no pode vencer o medo, nem domin-lo
com a ideia de que aquilo acabar dum momento
para o outro.
Jesus s tinha um pensamento: Realizar a obra
que, de antemo, lhe estava assinalada na Escritura.
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Encclica pontifcia de
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Em seguida vinha a passagem em que, entre queixumes, se faz uma referncia a sua Me :
Sim, tu s o que me tiraste do ventre materno,
s a minha esperana desde os peitos de minha me.
Eu fui lanado nos teus braos desde o seio de minha me,
Tu s o meu Deus desde o ventre materno.
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Que necessidades, que angstias as que se descrevem nestes versculos ! Porm do mesmo salmo sai
um resplendor de consolo, a respeito do tenebroso
vaticnio. Nele fala-se, dum modo admirvel, duma
sociedade de irmos e de um sacrifcio que, depois
daquela paixo e daquela dor, se havia de estender
por todos os sculos e a todos os povos.
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II
Paixo de Jesus
Tambm Jesus tinha falado dum alimento da alma
que seria Ele mesmo. Como se relacionavam estas duas
coisas ? Em breve Maria estaria ao corrente disso, e
dentro de pouco tempo se desvendaria o mistrio que
estas palavras encerravam.
A QUINTA-FEIRA
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bebida. Como havia isso de se realizar ignoravam-no,
tanto Ela como os Apstolos. Contudo tomou a promessa com aquela calma inabalvel que lhe era caracterstica, e tudo Lhe devia causar uma impresso
indescritvel.
Teria como que um pressentimento de que Jesus
se ia separar d'Ela por qualquer modo misterioso. No
obstante, acreditou na promessa de seu Filho com
muita alegria: daria aos fieis a sua carne como alimento e o seu sangue como bebida; e, deste modo,
havia de manter a vida em suas almas e ressuscit-los
no dia do juzo .
Tudo se esclareceu quando Maria teve conhecimento dos acontecimentos passados na ltima ceia, se
que Ela mesma ali se no encontrava.
Sua f ultrapassava muito a dos Apstolos. Por
isso estava mais disposta para ver, no mistrio do
sacramento do altar, o ltimo legado do amor: Isto
o meu corpo que ser sacrificado por vs. Este clix do
Novo Testamento o meu sangue que ser derramado
por vs e por muitos para a remisso dos pecados.
Devemos notar, em especial, o que estas palavras
significavam para Maria a respeito da crucifixo que
estava iminente. Com elas redobrou a sua penetrao
no significado dos factos de que ia ser testemunha na
Sexta-Feira Santa. Na crucifixo oferecia Jesus o sacrifcio nico, que logo depois da sua morte os discpulos
haviam de renovar.
Por estas palavras de Jesus estabeleceu Maria
uma nova unio misteriosa e ntima com os Apstolos.
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O CAMINHO DO CALVRIO
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de o crucificarem.
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parecia que passava uma tempestade pela multido. Aos gritos dos agitadores respondia a plebe
fazendo coro com eles. Pilatos fraquejou diante da
gritaria: Mandou aoitar Jesus e, j desfigurado,
apresentou-o ao povo julgando ter-lhe saciado os
dios. Porm, excitou-os ainda mai&. Crucifica-o !
gritaram milhares de vozes, no j em tom de splica, mas como quem exige, ameaando o Juiz que
ficou perplexo. Pilatos cedeu de novo. Condenou Jesus
morte.
Onde estava Maria enquanto isto se passava?
O Evangelho no o diz. Porm, em tal conjuntura,
provvel que estivesse na companhia de Joo, que ali
se encontrava, para ser testemunha dos factos .
Pelo menos certo que, a caminho do Calvrio, se lhe juntou em qualquer ponto. Joo conta
que Ela estava ao p da cruz. Na nossa Via -Sacra
a 4. Estao comemora o encontro da Me com o
Filho.
Se queremos enquadrar este encontro na topografia que a tradio conserva, devemos fix-lo junto
grande porta.
Nas ruas estreitas cheias de peregrinos e de
espectadores e, alm disso, quase interceptadas por
colunas de soldados, no havia liberdade de movimento. Pelo contrrio, naquele stio, sada da
cidade, chegou-se a interromper, realmente, o formigueiro da gente. Ali obrigaram Simo de Cirene a
compartilhar com Jesus o peso da cruz. Entretanto,
os espectadores que se iam aglomerando, e Maria
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D ESCR IO
DA
GRAVURA
So tpicas nas ruas de Jerusalm as abbadas que se prolongam como tneis. Com uma claridade que deslumbra, brilha o sol
sobre o pavimento, branco de p. Em direco ao espectador caminha
uma mulher com uma trouxa de roupa cabea . O movimento na rua
no grande.
Aspecto semelhante ofereciam as ruas de Jerusalm quando as
santas mulheres saram de casa, cedo, para irem ao sepulcro de Jesus
ungir-lhe o corpo.
Uma rua do Jerusalm
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Perdoai-lhes !
Cheia de c ompaixo olhava para os soldados que
o escarneciam, para os sacerdotes que o ludibriavam,
para a multido que abanava a cabea . . . com uma
compaixo to arraigada e com um olhar to penetrante, que, apesar de tudo, aquela pobre gente bem
mostrava, nas suas atitudes, no o compreender.
Maria compreendeu tambm, perfeitamente, o motivo em que Jesus fundava o seu pedido: No sabem
o que fazem ! E realmente Ele podia falar assim !
Em comparao com Ela, que estava iniciada no mistrio da filiao divina, no sabiam, de facto, o que se
estava passando no Monte Calvio.
As mes podem referir, depois de muitos, muitssimos anos, as palavras que pronunciou o seu filho ao
morrer. Na alma de Maria, acostumada a guardar em
seu corao as palavras de Jesus, manteve-se com
toda a clareza esta petio da graa, feita, dum modo
novo, Me de todos os que necessitam dum intercessor diante do Pai. que o que se dizia dos algozes e
dos que ali escarneciam de Jesus, pode-se dizer tambm dos pecadores de todos os tempos e lugares.
O Salvador teve-os a todos presentes naquela
orao; e de todos se compadeceu tambm Maria
com Ele.
A Me do Redentor misericordioso, tornou-se
Me de misericrdia.
Desde aquele momento, a Paixo de Jesus, que
era obra de Jesus, significava para Ela, agora mais
do que nunca, a obra de amor aos pecadores; e j
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Sempre que um homem se transforma interiormente, de maneira que no s proceda dum modo
novo mas que adopte tambm novos sentimentos, com
relao ao que at ento tinha pensado, tem dt~ proceder da em diante prescindindo das suas primitivas
ideias ou vendo-as atravs doutro prisma. Por esta
razo a vida da juventude modifica-se completamente
uma vez que essa poca da vida se ultrapassa . Desde
o seu primeiro pensamento consciente at ao ltimo
que se apagou como uma falha, Maria avanava
sempre em direco a Deus. Desse modo, no tesouro
de recordaes arquivadas em seu corao maternal, no houve um s instante em que determinados
pensamentos desaparecessem, como coisa de pouca
importncia, para darem lugar a outros mais elevados, dentro do seu corao.
1 Joao, x1x, x9-22; Mat., xxv11, 37; Muc., xv, 26 ; Luc., xxm, 38.
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MARIA, ME DE JESUS
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Jesus!
O nome de Jesus fazia com que o pensamento de
Maria se transportasse ao momento em que o ouviu
pela primeira vez, ao dizer-lhe o anjo: Pr-lhe-s o
nome de Jesus,
Nazar!
A palavra Nazar era para Ela como que um
resumo dos trinta anos que o Messias passara como
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Joo, 1x, 23 -34 ; Mat., xxxu, 33-35; Marc., xv, 24; Luc.,
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MARIA, ME DE JESUS
os tempos de Nazar. Os soldados que executaran;i o
drama da crucifixo, gente cruel e, como tal, escolhida
para as execues, tinham-se apod~rado dos v:stidos
e calado de Jesus para os repartirem entre s1, conforme um pretendido direito, e segundo o costume.
Os vestidos de um filho que sucumbiu morte,
so alguma coisa de sagrado para sua me. Em cer~o
modo, tornam-se-lhe tanto mais familiares quanto mais
longe se encontra o flho. Por isso no h me ~ue
no guarde no seu cofre qualquer lembrana dum filho
morto.
O vestido , para ela, um tesouro que serve para
manter vivas as lembranas do amor fe rido . Enquanto
os tm nas mos, torna-os a encher com os membros
queridos do filho amado. Os braos, os ps, o ,p~scoo,
o rosto ... representam-se-lhe de novo ao espmto com
mais vivacidade do que quando pensa, simplesmente,
no defunto.
No houve me que tivesse desejado tanto os
vestidos de seu filho, como Maria desejou os de Jesus,
no Monte Cal vrio.
No cho esto as sandlias ! Quantas vezes tinha
Maria pegado n elas em Nazar! Mas agora tinham-lhas
tirado para sempre ! Quanto se afligia ao pensar que
um dos soldados, de pois de lhes limpar o sangue, as
calaria ou p oria venda!
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Ali via tambm o cinto que Ela propna tena feito,
via o vestido exterior, o manto e a tnica.
Os soldados nada entendiam de delicadezas.
Repartiram entre si as peas do vestido, exceptuando
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MARIA, ME DE JESUS
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X.
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O ESCRNEO
Os que
abanando a cabea
e dizendo : Ah ! En tao tu e que destrois o templo de Deus e o
reedificas em trs dias! Livra-te a ti mesmo! Se s 0 Filho de
Deus, desce da cruz ! Do mesmo modo, os prncipes dos sacerdotes, os escribas e os fariseus, insultando-o diziam : Salvou os
outros e a si mesmo no se p de valer. Se o Rei de Israel que
desa agora da cr uz e acreditaremos nele. Confiou em Deus
que Deus o salve, se que o ama 1,
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Os homens que estavam reunidos no Monte Calvrio: sacerdotes e rabinos, soldados e verdugos e
gente do povo, no saciaram o seu dio vendo Jesus
pendente da cruz. Aos tormentos do corpo quiseram
juntar os da alma. Escarneciam-no, zombando d'Ele,
lembrando-Lhe os dias da sua vida pblica, quando o
povo entusiasmado o tinha por um profeta e at pelo
Messias prometido. O povo gritava ao p da cruz :
Com que ento s aquele que destris o templo de
Deus e o reedificas em trs dias? Salva-te a ti mesmo
e desce da cruz! Os sacerdotes estavam a um lado,
se bem que o seu modo de pensar e sentir era inteiramente conforme com o daquela multido de gente, da
qual s exteriormente se mantinham afastados com
tanto escrpulo.
Diziam ento por zombaria: Aos outros valeu-lhes, mas a si no se pde valer. Se Rei de Israel,
que desa j da cruz e acreditaremos nele! Confiou
em Deus ! Que o salve agora, se que o ama! Pois
ele disse : eu sou o Filho de Deus !
Que resistncia era necessria ao corao de
Maria para ter, naquele momentol, uma pacincia
semelhante do seu Filho ! De certo modo, estes
insultos afligiam-na a Ela mais profundamente do que
a Jesus; porque, para uma me, mais intolervel
ver maltratar o filho inocente, que ser ela mesma
atormentada.
A frase que mais a feriu foi : Ele disse : ett sou
o Filho de Deus ! A Virgem transportou-se em esprito, que sempre abrangia toda a vida, quela hora em
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DA
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Humanamente falando, Ela seria, nessa hora, tentada a no fazer mais caso do Pai, j que Ele tinha
abandonado o Filho, a no lhe guardar o respeito
devido, j que Ele se no importava mais do seu
Filho.
Mas a sua alma manteve-se firme naquela hora
dificlima. De todo o seu ser s restava, por assim
dizer, aquilo que Ela um dia dissera ao anjo : Eis
aqui a escrava do Senhor!
III
Vocao de Maria
para uma nova maternidade
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Antes exortou o filho, dizendo: Meu filho, tem compaixo de mim! Que dor a minha, se te visse apostatar! Trouxe-te nove meses junto do meu corao,
amamentei-te trs anos, alimentei-te e cuidei de ti at
agora. Peo-te, meu filho, que olhes para o Cu e para
a terra e para tudo quanto neles existe, e que ponderes
como tudo isto tirou Deus do nada ! Com isto no
temers o cruel verdugo ; mas, tornando-te digno de
tomar parte nos tormentos de teus irmos, aceita a
morte para que te torne a receber, com teus irmos, no
lugar da misericrdia que nos espera ,. 1
Esta me consentia, pois, no martrio do filho. Mais,
excitava-o constncia. No o fazia em razo da sua
maternidade, mas pela convico de que nem ela,
como me, nem ele, como filho, podiam dispor de si
mesmos, devendo, antes de tudo, conservar-se fieis aos
mandamentos de Deus. Exactamente por ver que a
atitude mais bela e mais nobre, que o filho podia
tomar, era guardar fidelidade a Deus, que ela estava
disposta a v-lo morrer com a morte de mrtir.
Havia alguma coisa de peculiar naquela situao.
No momento em que a me dizia ao filho: Mostra-te
digno de teus irmos e suporta a morte, para que eu
te encontre de novo em Deus, amava-o como nunca
o tinha amado, nem sequer quando, apertando-o, como
agora, ao peito, se tinha identificado com ele no amor.
Porm, desta vez, no falava como a me que d
a vida ao filho, mas como a que havia plantado os
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cruz, nem que conhecesse como Ele, durante o martrio, o seu valor e alcance. Enquanto as dores o torturavam e abrasavam como chamas, destruindo-lhe o
corpo como vtima de holocausto, que se desfaz em
pedaos, palpitava no mais ntimo da alma do Redentor, naquilo que era inacessvel aos tormentos, a alegria muda, inenarrvel, de apresentar estas dores
glria de seu Pai. Que em volta da cruz, que no
mundo inteiro estivessem ou no os homens de acordo
com Ele, isso no importava.
Enquanto Jesus sofria deste modo, no havia para
Ele mais que um auxlio fundamental, de que podia
participar, sem que se lhe mitigassem ou suprimissem
os sofrimentos. Este auxlio consistia em saber isto :
No estou s na minha dor! Alm de mim h outros
homens que conhecem, que apreciam o significado e
o valor dos meus sofrimentos, que os olham como
uma vitria que no se est comprando por preo
excessivo, e que me acompanham cheios de reconhecimento !
Ter a seu lado, durante as horas da agonia mortal,
uma pessoa s que do valor e alcance do seu sofrimento pensava e sentia como Ele, era para Jesus, um
alvio real, uma assistncia verdadeira, que nada podia
substituir. Que este consolo sensibilizava a Jesus e,
mais ainda, que tinha grande necessidade dele, num
sentido genunamente humano, mostra-o claramente o
Evangelho, ao leitor atento, quando refere a sua agonia
mortal no Jardim das Oliveiras. Quase implorava aos
discpulos a sua presena consoladora; da obscuridade
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MARIA, ME DE JESUS
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INVESTIDURA DE MARIA
NUMA NOVA MATERNIDADE
Junto cruz estava sua Me, a irm'. de sua Me, esposa
de Clofas, e Maria Madalena. Jesus, olhando para sua Mae e
para o discpulo amado, que tambm estava ali, disse a sua Mae:
Mulher, eis a o teu filho! Depois disse ao discpulo: Eis a a
tua Me ! Desde aquela hora a tomou o discpulo consigo 1.
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AS PALAVRAS DE JESUS SEGUNDO
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SALMO
SALMO
2 1,
fim : El e cumpriu
tudo .
primeira vista chama a ateno ter Joo inserido as palavras de Jesus a Maria e a si prprio, no
meio desta srie de textos. Porm essa impresso
desfaz-se, logo que no salmo XXI se encontram versculos que, de algum modo, se referem Me do
Redentor. E este parece que pode ser o caso daquela
passagem em que o salmista - e com ele Jesus, que
o principal recitador do salmo - evoca sua Me
diante de Deus.
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2 I. Distriburam entre si
os meus vestidos e sortearam
a minha t nica.
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Diz assim:
Tu s o que me tiraste do seio materno,
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IV
Jesus no sepulcro
MARIA DEPOSITRIA DA F NA RESSURREIO
A MORTE DE JESUS
sabia que tudo estava consumado. Por isso, pafo se cumprirem as Escrituras, disse : Tenho sede ! " Embeberam
uma esponja em vinagre, colocaram-na na extremidade
duma cana e chegaram-lha aos lbios. Quando Jesus sentiu o
vinagre, disse : Tudo est consumado ! 1. Ento Jesus exclamou com voz forte : Pai, nas tuas mos entrego o meu
esprito ! >f ~
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O PRANTO FNEBRE
As lamentaes fnebres fazem parte dos costumes orientais desde tempos muito remotos. Quando a
morte se aproxima, a famlia e todos os vizinhos
reunem-se volta do enfermo. Faria a maior das
injrias quem se recusasse a comparecer. Quando, em
algum hospital de regmen europeu, no se permite
aos parentes entrar no quarto do moribundo, colocam-se eles porta, se para isso lhes do licena, e a
permanecem no s horas, mas dias inteiros.
Morto o enfermo, comeam as lamentaes.
A princpio a manifestao natural da dor que,
depois, toma aspectos de sabor asitico. Aquele que
no estiver presente ao enterro, tem que ir depois fazer
o seu pranto. Faz-se a visita ao sepulcro e a se entoam
as lamentaes.
Alm dos doridos ou, pelo menos, enlutados pela
morte ocorrida no seio da famlia, havia antigamente
carpideiras de profisso, pagas, para fazerem estas
lamentaes. Como se pode supor, sabiam muito bem
do seu ofcio, e a concorrncia de colegas servia-lhes
de estmulo para melhor o desempenharem com gestos
e lamentaes .
Para ns, isto seria ridculo. Quem presenciou
uma vez estas cenas no Oriente sente aumentar a
repugnncia que inspiram prticas to extravagantes.
Contudo, dentro das praxes orientais, no so to
vazias de sentido, como nos pode parecer.
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ento, porque Jesus tinha sido condenado como sedicioso, que se quisera proclamar rei. podia ser queimado, em cumprimento da sentena, para que at os
restos do justiado ficassem reduzidos ao nada.
Ainda que Pilatos estava convencido da inocncia de Jesus, nem todos os seus sbditos eram do
mesmo parecer. E, uma vez que tinha pronunciado a
sentena de morte, no lhe era fcil travar a roda das
consequncias resultantes do seu acto.
Por esta razo, foi para Maria motivo de novo
espanto ver que um grupo de soldados, vindos da
cidade, se aproximava da cruz. Uma comisso de
judeus tinha ido ter com Pilatos pedir-lhe, invocando
a lei, que mandass e quebrar as pernas aos crucificados e os retirasse em seguida. Vieram, pois, os
soldados e puseram mos obra. Quebraram as
pernas aos ladres e desceram-nos da cruz para
os enterrar.
Maria foi testemunha da tortura infligida ao ladro
a quem Jesus tinha prometido o paraso para aquele
mesmo dia ; e presenciou tambm a morte impenitente do outro ladro que tinha blasfemado de Jesus
Naqueles dois homens cumpria-se, como em dois smbolos, a profecia de Simeo: Este veio para runa
e ressurreio de muitos em Israel.
Entretanto uma espectativa temerosa sufocava o
corao da Me. Que iriam fazer os soldados ao
corpo do seu Filho? Fariam o mesmo que aos dois
ladres, transportando-o numa carreta para o atirarem a qualquer cova ?
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rido. Como o Centurio lhe dissesse que sim, deu a Jos o corpo
de Jesus. Jos comprou um lenol de linho, envolvendo nele o
corpo de Jesus. Depois colocou-o num sepulcro novo que estava
cavado numa rocha. Diante da entrada do sepulcro, fez rolar
uma pedra. Maria Madalena e M aria me de Jos, viram onde
o colocaram 1,
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Esta hiptese provoca uma nova pergunta: moravam na mesma casa que os Apstolos ou noutra?
A isto no responde o Evangelho imediata mas sim
mediatamente. Porque as narraes evanglicas das
idas e vindas das mulheres e discpulos, na manh da
Pscoa, esto to estreitamente unidas que difcil
deslindar a ordem por que sucederam. Um dos motivos
principais desta dificuldade poderia ser, precisamente,
no morarem no mesmo lugar as mulheres e os discpulos e, por isso, agirem independentemente uns dos
outros. Talvez nem sequer estivessem todas as mulheres na mesma casa. Somente quando comeou a brilhar, sobre essas criaturas aterradas, a luz do grande
portento, da Ressurreio, que se restabeleceram os
diversos grupos separados.
Maria Madalena foi, pressurosa, ter com os Apstolos. A forma como o Evangelho conta este incidente
leva-nos supor que ela, indo ao sepulcro, no sau
da casa onde aqueles se encontravam, mas que sabia
onde Joo e Pedro estavam. Em casa destes se reuniram, em seguida, as santas mulheres com os discpulos. Depois disso, porm, continuou a agir cada um
por si. Pedro e Joo foram ss ao sepulcro; Maria
Madalena voltou l sozinha e, depois de Jesus lhe ter
aparecido, dirigiu-se outra vez, por sua ordem, aos
discpulos para lhes anunciar que o Senhor tinha ressuscitado.
Maria, a Me de Jesus, estava, de algum modo,
em comunicao com as mulheres, quer morasse na
mesma casa, quer prximo.
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estranho. Se algum tivesse querido consol-la, ter-lhe-ia causado uma nova dor, pois havia de lhe dizer,
como os discpulos de Emas disseram depois a Jesus,
que seu Filho tinha sido, sem dvida, um profeta poderoso nas obras e nas palavras, mas no o Messias
prometido, como muitos esperavam.
Sexta-feira Santa seguiu-se o sbado, festa de
preceito, dia de descanso obrigatrio. Por isso difcil
admitir que, nesse dia, Ela deixasse de fazer a visita
ao Templo. Como se diz expressamente dos Apstolos
nos dias que se seguiram, Maria tambm teria ido
certamente ao Templo para a orar.
No tinha passado ainda uma semana inteira
desde a entrada solene de Jesus em Jerusalm. O solo
estava ainda juncado de ramos de palmeira, pisados
e quebrados, com que tinham saudado o Messias-Rei.
Neste sbado Maria elevava a sua alma a D eus com
um fervor que impossvel descrever. Toda a esperana
da terra na Ressurreio de Jesus concentrava-se em
seu corao. Ela esperava-a em nome dos Apstolos,
at mesmo em nome de todos os homens. Como esta
ressurreio se operaria, e o que Jesus fara depois
no o conhecia Ela, provvelmente, com preciso.
comumente admitido que Jesus, depois da
Ressurreio, apareceu em primeiro lugar a sua Me,
estando Ela s, pois o merecia como ningum, por
ter permanecido firme ao p da cruz do seu martrio, e a Ela s, porque esta apario tinha uma razo
de ser muito diversa da apario s s antas mulheres
e aos discpulos. Os discpulos, havia de ganh-los de
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Durante o tempo que medeia entre a Ressurreio e a Ascenso, Jesus manifestou-se aos discpulos,
tanto em Jerusalm como na Judeia. Estas aparies
levantaram o nimo dos discpulos e das santas mulheres e reuniram o rebanho que a tempestade da
semana da Paixo tinha dispersado. A f dos Apstolos tinha sido abalada profundamente, e como que
aniquilada. Sempre esperaram um reino terreno. Contudo, desta f brotou agora outra baseada em novas
luzes: Jesus no era s o Redentor de Israel, era tambm o Filho de Deus. Antes chamavam-lhe Mestre;
agora comeavam a chamar-lhe Senhor.
Alm disso, estavam todos numa situao crtica.
Os inimigos de Jesus no acreditavam na sua ressurreio. Por isso era necessrio procurar uma explicao para justificar o desaparecimento do corpo. Para
eles no havia mais que uma: os Apstolos tinham-no
roubado. Mas este crime era punido com a pena de
morte.
Encontrou-se h pouco em Nazar uma inscrio
em mrmore com um dito imperial que sanciona com
essa pena a profanao das sepulturas .
Se os discpulos tiveram conhecimento do rumor
que se ia espalhando, deviam contar com a priso, por
terem violado o sepulcro. No era, pois, sem motivo
que, por medo dos judeus, fecharam as portas da casa
em que se encontravam na noite da Pscoa. Diz-se
expressamente que se tnham reunido no s os Apstolos mas tambm os que os acompanhavam , isto
, um grupo de dis cpulos de Jesus.
Destes faziam parte, sem dvida, as santas mulheres de que temos falado e, com elas, Maria. De conformidade com as ordens de Jesus, os Apstolos, e
com eles Maria, abandonaram a cidade de Jerusalm
e foram para a Galileia. Esta viagem era para eles
uma humilhao. Que coisas no se teriam dito ali
de Jesus, seu Mestre, e deles mesmos, quando os peregrinos voltaram da festa da Pscoa !
Desta vez no traziam de Jerusalm seno uma
novidade: Jesus de Nazar, filho de Maria, tinha ali
sido preso, condenado morte e crucificado. E tinha
sido crucificado entre dois ladres!
Vinham a seguir os comentrios malvolos. E no
se fazia s aluso ao crucificado, mas tambm a sua
Me e aos discpulos: Que faria ento a Virgem ?
No te ve a sua vida sempre qualquer coisa de estranho ? No procedi a Ela sempre como se fosse superior s outras pessoas? Qual seria a sorte daqueles
pescadores que tnham abandonado o seu oficio seduzidos por Jesus? No lhes restava outro recurso
seno voltar s suas antigas redes .
Num mundo onde se falava deste modo se encontraram os Apstol os quando voltaram Galileia com
Maria. E parece que estavam resolvidos realmente a
seguir o alvitre que os seus concidados lhes sugeriam.
Deixaram de novo Cafarnam para irem pesca.
Mas, para onde quer que dirigissem o seu barco,
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gua, a ferramenta com que tinha trabalhado, os martelos com que cravava os pregos na madeira; tudo
quanto via lhe recordava qu e estava sozinha na terra!
E que e ra Ela aos olhos de todos ? Menos que
nada! Uma hora depois de ter entrado na cidade, j
a notcia havia corrido de casa em casa : Maria, a
Me de Jesus , o crucificado , acaba de chegar !
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A ASCENSO
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Tia go. Todos estes permaneceram na orao, unidos eni esprito,
com todas as santas mulheres e com Maria, a Me de Jesus e seus
irmos 1.
Eles adoraram-no e voltaram cheios de alegria para Jerusalm . Estavam contlnuamente no T emplo, ora ndo e glorificando
a Deus 2.
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envio Aquele que meu Pai vos prometeu . Permanecei ,
pois, na cidade at que sejais revestidos da fora do
alto!
Deixaram ento o Cenculo e dirigiram-se ao
Monte das Oliveiras. D esceram ao vale do Cedro, e,
atravessando o ribeiro, subiram pela encosta do outro
lado. Jesus olha mais uma vez para os lugares onde
tinha orado e onde tinha tido agonia de morte durante
uma noite ttrica. Mas, agora, tudo isto tinha passado.
medida que subiam, iam vendo melhor a cidade
que se estendia a seus ps. O Templo br~lhava l em
baixo, no meio dos prtico s, que o rodeavam. Por
detrs assomavam as torres do palcio de Herodes e,
ao norte deste, encontrava-se a colina do Calvrio.
Jesus abenoou os discpulos e, com eles, sua Me.
Depois elevou-se vista deles e uma nuvem o encobriu a seus olhos.
ordinrio pr-se aqui ponto final vida de
Mari a, com a mesma cena que coroa a vida terrena
de Jesus. Mas, diante de Deus, no h biografia que
termine, seja embora a do ltimo dos mendigos, antes
do captulo da morte. Teria, pois, Maria continuado a
viver, se a sua vida no tivesse nenhuma importncia
nem para Ela nem para os outros?
Os Evangelhos nada mais nos referem da sua
vida. No obstante, as palavras do Salvador na
cruz: Mulher, eis a o teu filho - eis a a tua Me !
que representam um encargo para Joo e para Maria,
continuaram a influir e a dar sua vida um fim e uma
misso.
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Nunca, por exemplo, os filhos se sentem mais intimamente unidos entre si, e tambm com sua me
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O nmero dos fieis e levava-sc a 120. Estas 120
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Pessoas reumam-se
num andar superior,. noE' 'd
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lugar em que J esus t'm ha celebrado a ceia. , v1 en e-.
- se po d e concluir que as 120
mente nao
. . pessoas b'a1
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no era mais que o lugar com 1v1viam.
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M a ri a
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do Esprito Santo
o Antigo Testamento j se falava do
Esprito de Deus . Com isto queria-se significar a divina Essncia,
como manifestao <las operaes
divinas na alma. Porm os homens
daquele tempo ainda no sabiam
nada cerca da Trindade de pessoas na unidade de
Deus. Ainda quando o anjo anunciou a Maria:
O Esprito Santo descer sobre ti e a virtude do
Altssimo te cobrir com a sua sombra Ela mesmo
no compreendia ainda a essncia do Esprito Santo
e as suas relaes com Deus Pai e Filho, como o
devia conhecer mais tarde, depois das revelaes
doutrinais de Jesus.
Dar a conhecer aos homens, por parbolas, o
Esprito Santo , como pessoa, e as suas operaes,
no era to fcl como falar do Pai e do Filho .
Por esta razo, tal revela o, como verdade de
f, que todos tinham que aceitar, no pde ter lugar
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seno depois que a f no Pai e no Filho estava radicada. A esta razo extrnseca outra se juntava ainda.
A participao do Esprito Santo na obra da santificao consiste em aplicar aos fieis os frutos da
Redeno, em esclarec-los e santific-los. Ora tal
espcie de actividade pressupunha a realizao plena
da obra redentora.
Tambm Jesus no seu magistrio pblico seguiu
um processo anlogo exigido por idnticas circunstncias. Em primeiro lugar, falou de Deus como de
seu Pai. Fez saber aos Apstolos que no era somente
Filho de Deus no tempo, mas tambm desde toda a
eternidade, duma maneira muito mais ntima, como
Filho consubstancial de Deus vivo; por isso, Deus Ele
mesmo, como o Pai.
S num tempo relativamente prximo sua morte
comeou Jesus a dizer que, junto do Pai e d'Ele, existia
um Consolador que Ele lhes enviaria depois da sua
partida. Contudo, ainda ento, ficavam muitas coisas
escuras para os Apstolos. Quando a Terceira Pessoa
divina lhes foi apresentada como Consolador , esta
designao estava longe de ser to clara para eles
como a denominao de Pai e Filho apli cada
primeira e segunda das Pessoas divinas. Nem Jesus
tinha que dar a conhecer o Esprito Santo do mesmo
modo que as duas outras Pessoas divinas, cuja realidade j era iluminada pela sua prpria apario
na terra, feito homem. A sua misso era, antes de
tudo, tornar possvel a vinda do Esprito Santo, por
meio da sua paixo e morte, anunci-lo aos Aps-
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O PENTECOSTES
No dia do Pentecostes, estavam todos reun idos no mesmo
lugar. Ento ouviu-se, de repente, vindo do cu, um rudo
semelhante a um vento impetuoso que encheu toda a casa onde
estavam. Ao mesmo tempo, viram aparecer lnguas d e fogo que
se pousavam uma sobre cada um, e foram cheios do Esprito
Santo, e comearam a falar em diversas lnguas o que o Esprito
Santo lhes insp irava.
Havia ento em Jerusalm judeus, pessoas tementes a Deus,
de todas as naoes do mundo. Ao ouvirem aquele rudo correram em gra nde multido e ficaram atnitos; porqu e cada um
ouvia falar os Apstolos na sua prpria lngu a. Surpreendidos
e maravilhados diziam: No so eles Galileus ? Como possvel
que os ouvimos falar a lngua de cada um de ns? Partos, Medos, Elamitas, habitan:es da Mesopotmi a, da Judeia, da Capadcia, do Ponto, da Asia, da Frgia e da Panflia, do Egipto, da
Lbia que confina com a Cirenaica, e os romanos que aqui
moram; tanto judeus como proslitos, cretenses e rabes, como
que os ouvimos anunciar na nossa lngua as maravilhas de Deus?
Todos estavam admirados e diziam uns para os outros:
Que ser isto? Outros diziam, escarnecendo : Esto brios 1.
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A descida do Esprito Santo completa a preparao dos Apstolos para a sua misso. Iluminados por
Ele, ficaram aptos para compreender a vida de Jesus
nos seus pontos de contacto com o passado do povo
de Israel, nas suas relaes com a Sagrada Escritura
e na sua significao como fundamento do Reino de
Deus. O que tinham recebido at ento, por partes,
viam-no agora na unidade de um todo.
Pedro, nomeado por Jesus chefe supremo, foi o
primeiro a pregar ao povo, claramente, aquilo que
o Esprito Santo lhe dava a compreender.
Sem temor, falou deste modo, s multides: Israelitas, ouvi o que vos digo : Jesus de Nazar, aquele
homem de quem Deus deu testemunho por seus prodgios, milagres e maravilhas que operou no meio de
vs, como muito bem sabeis, vs o condenastes
morte, o cravastes na cruz por meio dos gentios;
mas Deus ressuscitou-o livrando-o das dores e do
reino da morte.
Irmos! Creio que posso falar-vos com toda a
franqueza do patriarca David. Morreu e o seu sepulcro est ainda hoje no meio de ns. Era profeta e
sabia que Deus lhe tinha garantido, com juramento, que
um dos seus descendentes se sentaria no seu trono.
Olhando o futuro falou da ressurreio de Cristo; que
no ficaria no sepulcro e que a sua carne no se corromperia. Pois bem; a este Jesus, ressuscitou-o Deus.
Ns somos testemunhas disso. Depois de se ter sentado direita de Deus e de ter recebido do Pai a
promessa do Esprito Santo, espalhou-o como estais
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Salmo c1x, I .
Act., 11, 22-24 ;
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A cruz sustentando seu Filho, rodeada dos algozes, trazia-lhe mente estes versculos :
Rodeiam-me ces, em matilha,
Cerca-me um bando de malvados,
Trespassaram as minhas mos e os meus ps,
E contaram todos os meus ossos.
Olham-me e saciam-se em mim.
Repartiram entre si os meus vestidos,
E lanaram sortes sobre a minha tnica .
Mas tu, Senhor, no afastes de mim o teu socorro ;
Atende minha defeza .
Livra, meu Deus, a minha alma da espada,
E d as garras dos ces a minha vida.
Salva-me da boca do leo
E a minha humildade das hastes do unicrnio .
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Agora conhecia Ela a natureza do sacrifcio descrito neste salmo. Jesus tinha-o institudo antes da sua
morte, e a sua morte e ressurreio consumaram-no.
Tomai e comei! Isto o meu corpo que ser entregue por vs! Tomai e bebei todos: Este o sangue
do Novo Testamento, que ser derramado por vs e
por muitos, tinha dito, ento, Jesus.
Os olhares de Maria perscrutavam o futuro quando
o salmista terminava o seu canto de jbilo e de aco
de graas, mostrando que um e outro jamais teriam
fim, mas que haviam de repetir-se de gerao em
gerao.
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MARIA, ME DE JESUS
O Senhor tua dextra
Derrota por si mesmo os reis ;
No dia da sua c6lera
Chama as naes a juzo.
No grande campo de batalha
Esmaga as suas cabeas.
Beber da torrente
E erguer a sua cabea.
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MARIA, ME DE JESUS
O mesmo se d111, 111 fl11111 11111ilo 111ms elevado
ainda, com Maria, a M;w d1 .l1 11w1, r 11 011lwccndo que,
tambm Ela, tinha co11lr il11111 l11
Que luz no a il11111i11111 i11 w1111111 q1w advertisse,
com clareza, nalguma p11.'P111i~1111 dn hw1il11rn: Isto
foi escrito a respe ito dl' 111111 I rll111 1 .
A profecia a pn~ sl11lav11 ~ "' 11!'."'" 11 1w11 t'.spirito,
como um episdio d;1 vid11 do ,J, . 1,11 11. Tudo o que
tinha sido profeti zado a 1;ou 1111111 1!11 , li11l111 1-w cumprido. Os acontec im c nl.o~ 11 i.t " 11111111111 1w n 1 1lizado
dum modo triste, e os glori11,. ;111 d1111111 111 111wirn 11111ilo
mais gloriosa do que 11i11i!11'111 111111 111dido supor.
Mas a sua alma nao 1111 011111111 d1 1w11w111 tll'd1'.l.o
no conhecimento da vilria d1 .J ... 1111, 11 hll111 d1 l>l'lls.
Desejava ardentemente co11k111pl11 lo 1111 mrn ~!lc'lri11,
direita do Pai, para ond(, li11lia ido .
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III
O trnsito de Maria
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MARIA, ME DE JESUS
Senhor!
Tu criaste o cu e a terra, o mar e tudo o que h neles.
Foste tu que falaste pelo Esprito Santo, pela boca de nosso pai
David, teu servo :
Porque se alvorotam os gentios ?
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DESCRIAO
1'
DA
GRAVURA
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Entrada para o sepulcro de Maria. A igreja est a grande profundidade, e desce-se a ela por uma longa escadaria.
A sua ornamentao da poca das Cruzadas. A direita., no
lugar mais profundo, venera-se o sepulcro da Me de Jesus.
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Que expanso de alegria, de jbilo, de bem-aventurana para Maria, logo que tornou a ver a Jesus no
Cu, contempland'o -o no s com o esprito mas com
o seu corpo glorificado, ascendendo at Ele, brilhando
como um sol, com todo o esplendor da sua graa !
Nada havia naquele corpo que se no tivesse
posto, com a mais perfeita generosidade, ao servio
de Jesus : Seu seio virginal que tinha trazido o Filho
de Deus.
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E, depois da vinda do Consolador, esse corao exultou de alegria e sofreu com a Igreja nascente.
Agora, no Cu, o amor do seu corao mergulhou-se no amor do Corao de Jesus; um mar de
amor, num sem fim de mares de amor; e, neste amor,
se confundiam o seu amor com o amor de seu Filho
pelos homens, pelos quais tanto tinha sofrido Jesus, e
tanto suportara Maria pacientemente para se tornar
semelhante a seu Filho.
Num relance de vista abarcou agora a Me o
posto do Filho como Redentor do mundo. Submergida
na cincia divina de seu Filho, conheceu pormenorizadamente, como em conjunto, as relaes de cada
homem em particular, e as de toda a humanidade, com
Jesus. Conhecia, com toda a clareza, a misso dos
Apstolos no Reino de Deus. Porm, com o mesmo
carinho maternal, olhava para o agricultor ou para o
aguadeiro em cuja alma se agita um suave desejo de
conhecer alguma coisa da doutrina de Jesus. No
podia ser doutro modo : o seu amor a Jesus inundava, com sua assistncia maternal, todas as criaturas capazes de conhecer e de amar o seu Filho.
O encontro com sua Me significava tambm,
para Jesus, a consumao da felicidade. As suas relaes com Ela eram as de um filho com sua me.
Somente o ver-se no estado glorioso, no s ver um
esprito a outro esprito, mas um corpo glorioso a outro
corpo glorioso era, neste caso, um encontro perfeito.
Neste sentido, a Assuno de Maria ao Cu foi precisamente a coroao da Ascenso de Jesus.
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pitados com e le os seus anj os . E ou v i uma grande voz no cu
que dizia : Agora foi estabelecida a sa lvao e a fora e o reino
do nosso Deus, e o poder do seu C rist o : porque foi p recipitado
o acusador dos nossos irmos, que os acusava de dia e de noite
diante do nosso Deus. Eles o venceram pelo m rito do sangue
do Cor deiro, e pela palavra do se u testemunho, e desprezaram
as suas vidas at morte. Por isso , cus, alegrai-vos, e vs os
que habitais nele 1_
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Nesta passagem fala-se a mulher e da serpente, e
das suas respectivas descendncias dum modo proftico. E como em S. Joo, tambm aqui se fala duma
luta da mulher e da sua descendncia com a serpente e a descendncia desta, em linguagem simblico-proftica.
Ainda no tempo anterior ao nascimento de Jesus,
quando os livros do Antigo Testamento se traduziram
para grego, prevalecia a opinio de que naquela descendncia se devia ver um homem determinado e
nico. o que se subentende, por exemplo, no dilogo
de Justino, mrtir, com Trifo. Justino e Trifo concordam em que a passagem que se r efer e ao exterminador da serpente, designa o Messias. Toda a questo,
para eles, est em saber se a profecia se realizou ou
no em Jesus. Justino queria desfazer as objeces
de Trfo contra o facto de os cristos verem em
Jesus Cristo o descendente da mulher, pelo qual
Deus destruu a serpente e lvrou da morte aqueles que se arrependeram de seus pecados e crer am n'Ele .
As aluses que figuram nas descries de S. Joo,
fazem-nos ver, por sua vez, que tambm as palavras
:referentes ao menino, ameaado por satanaz, e ao
qual no pde aniquilar, se referem ao Redentor, que
subiu aos cus. Porque, graas ao sangue do Cordeiro, os homens triunfam do terrvel drago, da
antiga serpente que se chama demnio e satanaz. Mas
o sangue do Cordeiro o sangue de Jesus Cristo que
foi derramado na cruz pelos pecados do mundo.
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Esta grav ura existe num baixo relevo d um vaso encontrado nas
catacum ba.s de Santa Ins.
Maria tem as m os muito estendidas, mas no leva ntadas, entre
S. Ped r o e S. Paulo, prncipes d os Ap6stolos.
E m cima esto dois rolos de p ergaminho. A s figu ras que esto
de um e de outro lad o tm escrito, ao compr ido, os nomes " Pedro "
e " Paulo ". Por cima de tudo o nome de " Maria ''.
O facto de estar co locada entre 0s prncipes dos Ap6stolos d
a en t ender que se representa como Me da Igreja.
A intercesso de Maria
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Indices
SALVE RAINHA, ME DE MISERICRDIA,
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1NDICE
.
IX
PRLOGO DO TRADUTOR
PRLoGo Do AuroR
XIII
I -
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II
I7
23
28
Ascendncia de Maria
Maria como filha da Casa de David
Os dias do Salvador na expectao do povo
Ansias de Maria pela vinda do Salvador
Maria no ambiente dos salmos ..
III -
33
39
43
46
53
Os desposrios em Israel ..
Os desposrios de Maria com Jos ..
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A Anunciao
P G.
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J - Vesturio
O pai e
41
a me na fomHia
Em casa e diante de casa ..
Ao lado da Me, oc upada na s li das da casa
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II -
95
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I I2
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at ao regresso a Nazar
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Pfo.
As bodas de Can
Praxes referentes s bodas ..
VII
39
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3I5
322
326
33
II - A
343
A Me ..
348
355
361
II -
364
III -
37
375
546
Voca~o
IV -
49
41 3
4I6
4I8
422
4 25
428
43
433
fi
i"
~
Progresso de Maria na F
43
Paixo de Jesus
A Quinta-feira
A noite an terior Sexta-feira Santa
Angstia de M aria naquela noite
O caminho do Calvrio e a crucifixo ..
A orao de Jesus por seus inimigos
A inscrio
A distribuio dos vestidos
O escrneo
Abandono de M aria durante o abandono de Jesus
VI
PG.
393
396
437
44 2
447
453
Jesus no sepulcro
M aria depositria da f na Ressurrei o - A morte de
Jesus ..
O pranto fnebre ..
Preparativos para o enterro
Descimen to da cruz e sepultura de Jesus ..
547
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A caminho da Rcssurrd;fo
Da Pscoa Ascenso
A Ascenso
II -
Test~munho
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"498
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II -
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5 7
525
1
1!
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53'
III IV V VI VII -
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VIII -
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IX -
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Pfo.
t.
I2
MADONNINA
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O trnsito de Mada ..
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O Pentecostes ..
III -
Pfo .
479
484
487
548
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11
24
48
122
130
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274
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290
34
328
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52 2
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