9 - Curso-de-Meditacao-Transcendental-Corrigido PDF
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CURSO DE MEDITAO
APRESENTAO
Quando nos propusemos a fazer este Curso Bsico de Meditao; e informamos tal
resoluo queles que dividem conosco a responsabilidade da instruo dentro da
FUNDASAW, um dos "irmos", que estava presente, disse, despreocupadamente, que nosso
objetivo seria idntico ao da pessoa que tenta fazer jorrar leite de pedras.
Achei deveras interessante aquela frase, pois pude, ento, perceber que realmente
havia tocado no ponto nevrlgico de um assunto que nunca, na histria tradicional, havia sido
to profanado e deturpado como hoje: o esoterismo ou o conhecimento oculto.
certo que vivemos, atualmente, num contexto mundial onde a condio humana,
apenas voltada para os interesses instintivos, j no mais suficiente. Est mais do que
claro para a maioria das pessoas, pelo menos em teoria, que somente obter posses,
dinheiro, bens materiais, status, no nos fornece a paz e a serenidade to almejadas por
todos; mas sim, quase invariavelmente, acaba por nos proporcionar dor e sofrimento,
conscientizao provenientes da ambio e do apego. Chegando a essa geral, a partir desse
ponto as pessoas comearam a buscar algo que pudesse preencher o vazio existencial,
criado pela falta de propsitos superiores na vida. Sem saber exatamente o que procurar,
aonde procurar e ainda como faz-lo, era de se esperar o direcionamento da humanidade
para as cincias ocultas ou esotricas. Da, para a banalizao e profanao dos
conhecimentos transcendentais foi somente um pequeno passo, haja vista a superficialidade
e curiosidade com que tais ensinamentos esto sendo explorados e divulgados. Hoje em dia,
milhes de pessoas se intitulam magos, profetas, bruxos, espiritualistas, iluminados, mestres,
mensageiros, seres de outros planetas, reencarnaes de Buda, de Jesus, de Napoleo, de
Clepatra e por a a fora.
Tambm milhes de livros sobre o assunto so publicados e lidos diariamente em todo
o mundo. A indstria da Nova Era est faturando alto com a to esperada "iluminao
espiritual" da humanidade. Os profetas da Nova Era j h algum tempo tm profetizado um
perodo de fraternidade global com a chegada da Era de Aqurio, cujo incio se deu em 4 de
fevereiro de 1962.
Pois bem! Onde est a fraternidade mundial, o esprito humano, ecolgico e a paz?
Certamente s podem ser encontradas nos livros no muito srios sobre o assunto,
nos finais das novelas, nos programas de televiso, nas pranchetas dos burocratas e
polticos e ainda na mente dos sonhadores, que cheios de boas intenes, acabam por se
esquecer que o mundo no se muda com palavras e ideias brilhantes, mas sim com fatos
reais e sacrifcios.
- Mas, qual a relao de tudo isso com esse curso sobre Meditao?
No existe esoterismo verdadeiro sem mudanas profundas no comportamento
humano. As mudanas no existiro sem o estudo profundo da psicologia revolucionria
interior; para a prtica da psicologia revolucionria imprescindvel o estudo da mente e o
despertar do que h alm dela; e, nada disso verdadeiramente possvel sem a meditao.
Estamos afirmando a impossibilidade de mudanas duradouras e reais, em termos de
indivduos e em termos de humanidade, sem a prtica diria e ampliada da meditao. Pois
justamente o que a humanidade seno a soma de coletividades! e o que uma
coletividade, seja ela poltica, social ou familiar, seno a soma de indivduos! Absolutamente,
nada mudar, se c indivduo no mudar. E o homem, como individuo, no mudar em
essncia, seno explorar, atravs da meditao constante, seu interior. Na verdade, mais de
97% das aes e palavras de cada pessoa foram geradas pelo subconsciente, quando no,
pelo infra consciente.
Isso mostra o quanto nossas aes so frgeis e inconsistentes, desprovidas de
realidade e pouco duradouras.
No era de se esperar uma humanidade diferente da atual, j que o homem
desconhece os motivos pelos quais toma suas decises, mesmo que essas decises,
externamente, mostrem interesses fraternos ou humanitrios. No entanto, sabemos o quanto
so falsos os gestos do homem, j que por detrs deles, impulsionados pelos desejos
desconhecidos para si mesmo h, quase sempre, interesses contrrios aos aparentes.
Como dissemos no inicio da introduo, a meditao o ponto nevrlgico disso tudo,
porque aqui que podemos diferenciar a realidade da fantasia e da enganao.
Inicialmente quando tratamos de esoterismo, todo caminho parece fcil, deslumbrante
e cheio de promessas, somente incendiando a imaginao do pblico, sempre a procura de
novas emoes. Mas, quando nos referimos meditao, que exige esforo, tenacidade,
autodomnio e pacincia, so raras as pessoas que vencem suas debilidades e se submetem
a uma autodisciplina essencial neste trabalho.
Mais uma vez diremos, e exaustivamente no nos cansaremos de afirmar: no existe
esoterismo e transformao sem o auto estudo sistemtico e duradouro pela meditao. O
homem nunca deixar de ser o que , hoje, enquanto no descobrir o que seu inconsciente
lhe reserva, e isso s feito pela meditao. A misria continuar e o sofrimento e a dor no
desaparecero; o dio, a cobia e o egosmo, disfarados com a roupagem filantrpica,
ainda dominaro nossos atos e palavras, pois no se elimina o que no se aceita ou
desconhece em si mesmo. E para descobrirmos e eliminarmos esses males de nosso
interior, necessariamente devemos usar a meditao. Enfim, ainda que Deus esteja presente
em cada pessoa, nunca poder se manifestar entre tanta desordem, e a desordem est em
nosso estado mental catico. For isso, mais uma vez, a meditao poder nos elevar acima
da razo, a ponto de nos conectar com a prpria divindade, primeiramente por intervalos
irregulares; depois, com mais constncia, e, finalmente, se perseverarmos, como um canal
perptuo para Sua manifestao.
Para encerrarmos esta Introduo, sinceramente, chamamos a ateno do leitor sobre
a seriedade do assunto e a disposio de nimo necessria para esse trabalho.
Se voc, por si mesmo, ainda no compreendeu a importncia da meditao para seu
crescimento, e no tomou a deciso de inici-la, ento nem d sequncia sua leitura, pois
estar perdendo um tempo melhor aplicvel a outras atividades.
A disposio de nimo necessria para iniciar esse trabalho, cujo fim inexistente,
no est fundamentada no simples desejo passageiro ou no estado mental ilusrio, mas sim,
num princpio superior, calcado na vontade. Esta palavra - Vontade - foi a mais prxima que
encontramos para definir, como sntese, a angstia da alma em busca de libertao. a mo
de Deus a inflamar o nimo do aspirante, cujo sacrifcio consciente ser a tnica fundamental
desse processo chamado meditao, pelo menos em seu inicio.
No entanto, chegar o dia em que a meditao no mais ser um sacrifcio, mas sim a
gua e o alimento sem os quais a essncia divina, dentro de ns, no poder sobreviver.
Quando isso comear a ocorrer, o aspirante poder sentir o sopro divino sobre seu
corpo, e esse sopro ser como o blsamo que alivia todos as suas chagas, dando foras
para continuar sua jornada, por mais rdua que possa ser.
Abenoado aquele que, de joelhos, atravessou a porta do santurio e prosternou-se
diante do altar. Sua felicidade e seu amor sero fontes de vida para todos o que rodeiam.
Sua luz iluminar at mesmo as cavernas mais profundas, e, suas radiaes, empalidecero
os brilhos ilusrios dos metais.
Daniel Ruffini
ESTADOS MENTAIS ALTERADOS
Beta
Alfa
Theta
Delta
A MENTE HUMANA
MEDITAAO E COMPREENSO
Muitas pessoas insistem em dizer que a meditao algo simples e est ao alcance
de qualquer pessoa. De fato, ela simples, mas, de maneira alguma, est ao alcance de
qualquer um. Isto seria dizer que a Porta do Reino dos Cus larga e todos tm acesso fcil
sua entrada. Sabemos que as palavras ditas h dois mil anos atrs pelo mestre Jesus so
exatamente o inverso dessas.
A simplicidade da meditao consiste no fato de que meditar nada mais que voltar-
se para si mesmo, fechando os olhos fsicos e os sentidos corporais para o mundo externo,
bem como, abrindo os olhos da alma e apurando as percepes para as vibraes
provenientes do mundo espiritual. No entanto, o grande problema, pode ser resumido em
apenas um ponto: no temos controle sobre nossa mente, isto , falta-nos ateno e
concentrao.
Na meditao, a princpio, necessariamente teremos que ser donos de nossos
processos mentais, a fim de direcion-los como um foco centrado em determinado objetivo.
Disse o Rishi Maharishi: a mente um embrulho de pensamentos; remova-os, pare de
pensar e mostre onde est a mente. Exatamente, este o problema: no temos capacidade
de remover os pensamentos. No temos ateno nem concentrao, sem os quais, torna-se
impossvel remover os pensamentos e silenciar a mente em seus nveis mais profundos.
O poder da concentrao , sem dvida alguma, a chave para a meditao, j que a
distrao, o contrrio da concentrao, a tnica fundamental da mente.
A mente a sede do desejo e dos prazeres, Ela como uma nascente que surge no
alto de uma montanha. Procura sempre os caminhos mais fceis para fazer fluir suas guas.
A mente uma eterna insatisfeita, est sempre irrequieta. insacivel, e, por isso,
est sempre dentro de um ciclo infindvel de pensamentos tormentosos de ambies, medos
e apegos, gerando todo tipo de sofrimento. Por isso so poucos os que tentam realizar este
trabalho, e, menos ainda, os vitoriosos. No entanto, possvel e altamente gratificante para
qualquer pessoa que o queira e o faa.
A natureza irrequieta da mente no de todo um problema. Infelizmente, a questo de
controlar a mente tornou-se muito mais difcil devido aos terrveis e perniciosos hbitos
adotados pelo homem nessa poca atual. O culto pornografia, ao pessimismo, corrupo,
desgraa, ao sadismo e a tantas outras formas de destruio da pureza de nossa mente,
afastou demasiadamente o homem de Deus.
A mente, de instrumento divino, tornou-se instrumento do mal. Tambm lamentvel
que as pessoas confundam (ou se auto enganem) o ato de refletir, ou simplesmente pensar,
com meditao; e, ainda, comum dizerem que iro meditar sobre um assunto qualquer,
quando na verdade sentam-se confortavelmente em poltronas macias ou deitam-se com o
mesmo intuito. O resultado no poderia ser diferente da frustrao, levando rapidamente ao
ceticismo no tocante meditao.
Para meditar necessrio uma sistemtica rdua e duradoura. De nada vale a
erudio ou o acmulo de informaes quando nos referimos meditao. Alis, estes
somente embotam ainda mais a clareza mental, dificultando a importante e necessria
capacidade de reger a prpria mente pelo tempo necessrio. E nos referimos palavra
reger, pois meditar ter a capacidade de manter a percepo inabalvel sobre o tema
escolhido, como faz um maestro, ao conduzir a orquestra at o final de uma sinfonia. Reger a
mente tem o mesmo significado, j que os instrumentos dessa orquestra mental, em
unssono, abrem o canal para o Elemento Espiritual tomar a liderana e agir - o clmax, o
xtase da sinfonia. Sendo assim, qualquer dificuldade no sentido de realizar o exposto
acima, nos afasta da meditao verdadeira.
No entanto, para se chegar meditao existe um caminho por onde todos devem
passar, e sobre isso que vamos dissertar.
ATENO E CONCENTRAO
VENCENDO OS OBSTCULOS
Incontveis sero os obstculos que voc encontrar. Quanto mais avanar, maiores
obstculos existiro. Sero de vrias espcies, desde problemas puramente fsicos, como
local e falta de postura e controle do corpo, passando pela preguia, bloqueios psicolgicos e
medos, at imagens e exteriorizaes da psique.
Enumeraremos apenas alguns:
1. O primeiro obstculo o local fsico. Procure um "canto" onde ningum venha lhe
incomodar. Onde voc possa ficar tranquilo e sem a preocupao de ser interrompido
bruscamente durante uma hora, no mnimo. O ideal ter um local somente usado para
meditao. Deve ser limpo e arejado. Decore-o da forma que mais lhe agradar e que, ao
mesmo tempo, inspire e desperte harmonia, positivismo e religiosidade.
2. Trace prioridades, avalie o tempo a ser dado a si mesmo para as meditaes.
Procure, na medida do possvel, meditar sempre nos mesmos horrios. Voc criar o bom
hbito da meditao. Chegar a hora que a meditao ser como a gua que mata a sede.
Sua alma ficar sedenta por meditao todos os dias. O ideal meditar vrias vezes por dia.
Por exemplo: 1 hora ao amanhecer, 1 hora tarde e 1 hora noite. No mnimo, duas horas
diariamente voc deve dedicar meditao. Os grandes iluminados, sem exceo,
meditavam e meditam mais de quatro horas diariamente. O mestre Samael, durante certa
fase de sua vida, meditava oito horas por dia.
Comece praticando 30 minutos, depois passe para 45 minutos, 1 hora, 1 hora e meia,
duas horas..., nem que para isso voc precise uns seis meses ou mais.
3. Use o sono do corpo, mas mantenha a conscincia atenta e desperta. O corpo deve
ser dominado, esquecido. Quem no faz o corpo dormir nas prticas nunca meditar correta
e proveitosamente. Todavia, a conscincia deve estar absolutamente desperta, receptiva e
perceptiva. Como no h meditao sem concentrao; tudo que impea sua concentrao
no objeto da meditao prejudicial. Muitos estudantes confundem os devaneios do sono
com a meditao. Se o corpo estiver leve, a mente clara e serena, e houver boa disposio e
bem estar, voc est meditando. Se o corpo estiver pesado e incomodando, a mente obtusa
e cansada, voc, ao invs de meditar, estava dormindo. A meditao gera prazer; por isso,
no deve ser considerada como um fardo.
4. A postura pode parecer insignificante mas uma das pequenas chaves da
meditao. Voc deve meditar sentado, seja em posio de ltus (com as pernas cruzadas
uma sobre a outra) ou meio ltus, esta ltima j mais fcil para ns, ocidentais. No se
engane achando que meditar deitado; somente aps muito domnio do sono voc poder se
dar ao luxo de faz-lo, e ainda assim se no for em horrio que facilite o sono ( noite ou
madrugada). O mais importante manter a coluna absolutamente ereta, a cabea nem muito
tombada para frente ou jogada para trs, e o corpo sem nenhuma espcie de tenso. Se a
meditao for prolongada e o corpo comear a incomodar, mude de posio, mas no faa
disso um hbito comum. Todos os gestos, durante a meditao, devem ser feitos lentamente,
como no Tai-Chi.
5. s vezes costuma ocorrer com as pessoas que praticam a meditao
prolongadamente, uma espcie de dor de cabea misturada com a sensao de que a
cabea est cheia como um balo ou pesada como depois de uma enxaqueca. Ocorre
devido ao excesso de energia acumulada no centro intelectual. Durante o dia a pessoa pode
ter tambm a sensao de estar caminhando nas nuvens, e acaba mesmo perdendo o senso
de realidade, pois sua viso interna, na medida que desabrocha, o aproxima cada vez mais
da porta entre o limiar dos mundos. Para evitar tal problema, o estudante deve primar por
exerccios fsicos diariamente. Qualquer atividade que o coloque em contato com a natureza
ou que venha a exercitar seu corpo, a fim de trocar energias com o meio e equilibr-lo. As
melhores atividades sempre so as mais simples, como caminhar, mexer com a terra, nadar,
correr, etc.
6. A alimentao deve ser leve. No coma nada antes de praticar, ou somente ingira
algo para eliminar o desconforto do estmago vazio, como um suco ou um iogurte, por
exemplo. A debilidade fsica tambm constitui dificuldade para os principiantes. Havendo
falta de concentrao, acaba-se por se identificar completamente com o corpo fsico.
7. A falta de controle da natureza emocional um dos principais obstculos. O homem
comum no tem a mnima disciplina, e sem disciplina, no existe concentrao. As
tendncias mentais so arrastadas pelas baixas emoes. Evite se impregnar de emoes
fortes antes de iniciar uma prtica. Cuidado com o que IA, v, ouve ou faz. Voc ver que
arrasta consigo para a prtica de concentrao e meditao todo o lixo recolhido nas horas
ou dias anteriores.
A literatura de fico, tais como os romances, as histrias violentas, os livros erticos,
etc, os peridicos, como jornais e revistas, a televiso, com seus telejornais e novelas, seus
programas que entorpecem a conscincia e somente geram pensamentos autmatos e
direcionados, tambm so grandes obstculos para o xito na meditao. No estamos
dizendo para abandonar todo tipo de leitura ou informao; elas so importantes para nos
manter atualizados. Porm, cuidado, aprenda a filtrar tudo que lhe chega aos sentido e
mente.
8. Existe a Memria Mecnica e a Memria Trabalho. A Memria Mecnica
associao dos pensamentos com as impresses que chegam mente, isto com todas as
impresses exteriores que acionam dispositivos automticos E inconscientes em nossa
memria. Logo, procure no se identificar com seus pensamentos. No lute com eles.
Pensamentos, imagens e lembranas vm em avalanches nas prticas de concentrao e
meditao. Mantenha a mente serena, no se identifique, no se deixe conduzir por tudo que
v ou lembra. Apenas contemple, deixe que a mente se esvazie por si s. A Memria
Trabalho a lembrana consciente e direcionada, a fim de revivermos fatos passados que
precisam ser compreendidos. A Memria Trabalho usada na meditao psicolgica, na
compreenso e dissoluo de nossos agregados psquicos. Voltaremos ao assunto no
capitulo 13.
9. As pessoas, vitimas de qualquer vcio, no servem para a meditao. O alcoolismo,
o fumo, as drogas, somente mostram que a fora da Vontade no homem , praticamente,
inexistente. Se alguma pessoa como essa resolver dai incio a esses trabalhos, antes de
mais nada deve largar completamente vcio. Caso contrrio, no durar sequer um ms
praticando a concentrao e meditao.
10. A arrogncia e a intolerncia geram ceticismo, e nem sequer do oportunidade ao
homem de conhecer algo novo. Ele no cr em nada do que seus olhos no podem ver e
suas mos no possam apalpar. No existe conhecimento maior que o seu e nem pessoas
que realmente queiram ajudar outras pessoas. Para ele, todos querem sempre ganhar sobre
os demais. Nesta classe entram tambm os intelectuais, cujas mentes dispersas no
conseguem se manter num determinado objetivo por mais de um segundo. Se voc possui
marcadamente algum desses traos, mas ainda no to forte, a ponto de sequer t-lo
impedido de iniciar esse curso, d muita ateno a essas caractersticas, a fim de elimin-las
aos poucos. Cedo ou tarde voc acabar desistindo devido a uma delas.
11. Outro terrvel obstculo: o apego ao corpo, mulher, aos filhos, ao pai, ao
dinheiro, s propriedades, s ideias, autoimagem, etc. O apego gera o medo. Com a
meditao, necessariamente, voc se ver face-a-face com seus apegos, e isso gera medo.
O homem tem apego forma, e a meditao, em ltima anlise, leva a no forma.
O homem, nesse caso, parece-se muito com o macaco. Quando um filhote de macaco
morre, sua me carrega seu esqueleto durante dois ou trs meses. O homem no pode
carregar a parte fsica de seus apegos, mas pode carregar suas lembranas pela vida inteira.
interessante observar o fato da dor e do sofrimento existirem devido perda de algo
ou algum. A ideia da posse, uma ideia absolutamente ilusria e irreal, existe arraigada na
mente do homem. Quando milhares ou milhes de pessoas morreram bombardeadas, na
segunda guerra mundial, voc no derramou uma s lgrima. Enquanto diariamente milhes
de crianas morrem de fome no mundo inteiro, voc no derrama uma s lgrima; na
verdade, s nos lembramos disso quando as notcias aparecem no noticirio das oito.
No entanto, quando sua mulher, amigo ou filho morrem, voc quase entra em
desespero, e vive anos derramando lgrimas sempre que se lembra disso. Por qu? Porque
tem a iluso que tudo lhe pertence; que a terra lhe pertence, as pessoas lhe pertencem, os
filhos lhe pertencem. O apego e o medo da solido, junto com a centralizao do mundo em
torno de si mesmo (egosmo), so gerados pela iluso.
12. As experincias extrassensoriais so um perigo maior do que podem parecer. Na
medida em que dominar a arte da meditao, voc comear a entrar em contato com certas
foras de baixa ou elevada inteligncia. Muitas viro para tent-lo ou assust-lo. Outras para
confundi-lo, mostrando mentiras ou verdades falseadas. Surgiro tambm elementais
superiores, Devas da natureza, homens iluminados para auxili-lo. Preste ateno
atentamente a tudo que lhe ocorrer. Oua e aprenda com a luz, observe e compreenda as
trevas. O pior perigo vem quando o estudante comea despertar seus poderes. Em alguns
surge a clarividncia, a clariaudincia e a levitao. Em outros, o poder de projetar-se para
fora do corpo fsico com os corpos do desejo e da mente. Outros ainda aprendem a colocar
seu corpo fsico na quarta dimenso (Jinas) ou despertam a telepatia. As vezes ocorre o
despertar de todos esses poderes aos poucos em um estudante. E onde est o perigo nisso
tudo? Na sutileza de seu ego. O estudante comea a se achar especial e poderoso.
Considera-se uma pessoa espiritualizada, evoluda. Desenvolve o pior dos orgulhos - o
orgulho mstico, e cobia poderes e graus iniciticos. Infelizmente, difcil perceber que se
est indo muito mal, quando se acha que vamos muito bem. Por isso, nada disso tem valor.
Poderes no servem para nada, somente para atormentar o homem, quando ele no
est preparado para t-los. Ignore-os, busque apenas a pureza do ser, a humildade do servir.
Um mestre verdadeiro nunca se preocupa em desenvolver poderes. Ele os tem
desabrochados como consequncia de sua espiritualidade. "...no penseis muito em
fenmenos psquicos e coisas semelhantes. Seu nmero legio; clarividncia,
clariaudincia, etc., no tm valor; s vezes, maior iluminao e paz mental so possveis
sem eles do que com eles. O mestre toma estes poderes como uma forma de auto sacrifcio.
Ele se torna unicamente o instrumento de Deus, e quando sua boca se abre para dizer as
palavras de Deus sem esforo ou premeditao; quando levanta a mo, Deus flui atravs
dele para operar um milagre".
XTASE E SAMADHI
Aquele que passou por todas as etapas anteriores, aquele que desenvolveu sua
concentrao ao extremo, tornou-se possuidor de pensamentos puros, de imaginao
criadora e de Vontade superior, entrar no reino da meditao. Na meditao existem nveis
e nveis, e o mais elevado de todos, o Samadhi - o xtase supremo.
A linguagem humana no serve para descrever certos estados de conscincia.
impossvel explicar o inexplicvel. O mximo que se pode fazer passar uma plida e
distante idia sobre o xtase mstico. No o homem em meditao que procura o Samadhi
e vai at ele, mas sim o Samadhi que vem ao encontro do homem em meditao. Pode-se
meditar perfeitamente durante anos, sem que o Samadhi seja alcanado. Todavia, deve-se
estar sempre preparado, como a virgem espera de seu futuro esposo. Quando chegar a
hora, ambos se juntaro no leito nupcial para desfrutar do mais puro amor.
No estado de Samadhi o homem une-se a Deus, Unidade. a supra conscincia, a
perda da individualidade humana, a fuso e manifestao da individualidade espiritual. O
buddhismo diz: A forma no difere do vazio e o vazio no difere da forma; a forma o vazio
e o vazio a forma.
O Samadhi a experincia direta do Vazio. No h pensamento, emoo ou ao;
somente existe o puro esprito. O Vazio Poder, Verdade e Fora; Amor e Compaixo;
Sabedoria, Pureza e Castidade. E a manifestao, atravs da conscincia, dos atributos
latentes de Deus, para que somente depois, conforme o preparo individual, haja a
exteriorizao atravs do quaternrio inferior (mente, emoo, vitalidade e fsico).
No Samadhi, o homem a natureza inteira. Todos os homens so seus irmos, todas
as mulheres sua me, todas as crianas seus filhos. No Samadhi o homem sente o mar, o
vento, as montanhas, a terra. Mais do que sentir, ele parte integrante de todas as coisas.
No existe tempo e espao, a dualidade se desfaz. No h mais causa nem efeito.
Tambm no Samadhi existem nveis e nveis. Para que o xtase seja completo, o
Samadhi seja perfeito, no deve existir ego. Tal ego, tambm chamado de agregados
psquicos, devem ter sido eliminados.
Os corpos mental, astral, vital e fsico devem tambm ter atingido um nvel elevado de
purificao atravs da alquimia. Quando chega-se a esse estado, o homem passa a viver um
eterno Samadhi. Ainda que a perfeio como homem seja difcil de imaginar, mesmo assim,
no estgio de evoluo em busca da perfeio, diferentes graus de Samadhi podem ser
vivenciados. Quando chega ao xtase, o homem recebe uma corrente de energia espiritual
gigantesca, que o impulsionar de forma formidvel em seu caminho. Em estado de xtase,
podemos estudar qualquer acontecimento do passado ou futuro. Ns seremos o passado e o
futuro.
Em xtase, por exemplo, quando se estuda a via crucis pela qual passou nosso
senhor, o Cristo, em verdade vive-se o mesmo Drama Csmico que Ele viveu. H
basicamente, duas divises de Samadhi. Uma delas o Samadhi onde ainda existe a forma.
chamado de Vikalpa Samadhi. No entanto, muitos mestres espirituais no consideram
esse estado como supra conscincia, e apenas o definem como um xtase mstico, um
estado inferior ao Samadhi. Nesse estado, o estudante da meditao entra em contato com
certas imagens, arqutipos universais e internos. Tem vises do futuro e do passado. Deve
ser levado em considerao a perfeio do vidente, pois podem existir deturpaes na
interpretao dos smbolos os quais ele se defronta. As mensagens de Nostradamus e o
Apocalipse de Joo so exemplos desse xtase.
O outro tipo de Samadhi chamado de Nirvikalpa, ou o Samadhi sem forma. No h
vises, pois nesse estado atua unicamente a supra conscincia espiritual, e no a mente.
Dentro do "Nirvikalpa" existem ainda duas divises:
1. "Kevala Nirvikalpa Samadhi ou Samadhi temporrio. Pode ser longo ou curto,
sendo que, aps esse estado, o homem retorna, necessariamente, conscincia de viglia.
Enquanto o homem no ingressar no mestrado, somente poder ter acesso a esse nvel. s
vezes, as experincias vm acompanhadas de poderes sobrenaturais como levitao, cura,
clarividncia, etc. O corpo, durante a experincia, permanece em estado de catalepsia,
imvel e rgido. Aps o retorno desse estado, a pessoa viver um perodo de imensa
felicidade e alegria durante certo tempo, e, normalmente, vem acompanhado de lgrimas
imediatamente aps a volta ao estado de viglia.
2. "Sahaja Nirvikalpa Samadhi. Sahaja significa perene, e Kevala temporrio. Logo,
esse segundo estado independe de qualquer limitao dos sentidos, das emoes ou da
mente, o que no ocorre com o primeiro estado (Kevala).
Para o ingresso na perfeita supra conscincia necessrio a aniquilao do e (ego),
das deformaes da personalidade e, em graus mais elevados, at mesmo a aniquilao da
prpria personalidade. E um estado de iluminao completo. Pode-se viver
permanentemente nele; caminhar, comer, trabalha falar, etc., e nunca perder a conscincia
ininterrupta de Deus. Em verdade, homem se transforma em Deu& Ele Deus. Eu e meu
Pai somos um.
bom que se entenda o fato de que nenhuma experincia de meditao profunda ou
superficial, est ligada ao que os espritas chamam de mediunidade. Enquanto na
mediunidade o homem cede seu corpo para outra criaturas, muitas das quais, diferentes
daquilo que dizem ser, a meditao trabalha para que o homem seja absoluto senhor de si
mesmo. E quando ocorre uma experincia de xtase, sua mente se abre para dar espao
manifestao do Ser (o ntimo) e no outras formas de energias ou criaturas.
COMO SILENCIAR A MENTE
O PODER DA MSICA
A RESPIRACO
Um adulto jovem, com cerca de 30 anos, respira em mdia 30 vezes por minuto.
Numa pessoa em meditao, essa respirao cai para 6 ou menos vezes por minuto.
Os benefcios so muito grandes, poupando e concentrando energia por todo corpo.
Inicialmente, o estudante deve levar sua ateno sobre a respirao e mant-la, a fim
de sincroniz-la com o centro emocional e mental. Em condies normais, a mente, as
emoes e o corpo trabalham dentro de seus prprios ritmos; sincronizando-os, h uma
integrao completa que leva ao conforto, ao descanso, a uma melhor oxigenao, a um
bom funcionamento biolgico, concentrao e agudeza mental necessrias para a
meditao.
A concentrao sobre a respirao , em si s, uma prtica de meditao e uma forma
de no se perder a concentrao. Manter toda a ateno completamente voltada para a
respirao, mantendo-a sincronizada permanentemente, leva a resultados muitas vezes
surpreendentes. Em outras prticas, o uso da respirao controlada servir de introduo
para se atingir o grau necessrio de interiorizao para iniciar a meditao. Aps o mergulho
no objeto da meditao, a respirao continua a permanecer sincronizada e lenta, sem que o
praticante da meditao faa esforo nesse sentido.
A outra prtica envolvendo a respirao uma preparao para a meditao e
oposta a anterior.
Ao invs de manter a respirao lenta durante todo o tempo, o estudante iniciar de
forma lenta e profunda as respiraes, s que o far somente pela boca.
Iniciando lentamente, mas mantendo as respiraes profundas, aumentar o ritmo
gradualmente at que chegue a uma respirao acelerada, como dissemos, mantendo o
fluxo respiratrio pela boca. Depois, comear a diminuir o ritmo respiratrio tambm
lentamente, at que volte ao normal. O estudante notar, se fizer tal prtica bem feita, que
suas respiraes agora esto ainda mais profundas e lentas do que antes, e que sua mente
acabou por silenciar-se completamente.
A partir de ento voc poder comear a entrar em meditao. A prtica, desde o
incio at o final da respirao, pode durar o tempo escolhido pelo estudante. Nesse
exerccio trabalha-se com uma hiperoxigenao; por isso, o estudante pode sentir alguns
sintomas desconhecidos como adormecimento do corpo, dos lbios, enrijecimento
temporrio dos msculos, etc.
KOAN
Um Koan uma frase enigmtica, sem aparente soluo racional, e que coloca a
mente num xeque-mate. A natureza da mente dinmica, vive comparando, procurando
solues, questionando, indagando, recordando e sonhando. Quando inserimos em nossa
mente uma frase sem soluo aparente, impossvel de ser decifrada, a mente procurar por
todos os meios descobrir a resposta para o enigma. Haver uma tempestade mental, e, por
fim, chegar o momento em que ela, a mente, cair vencida. Dai vem a compreenso do
Koan e o silncio da mente. Ausente de pensamentos, a mente abrir espao para que a
conscincia se manifeste.
Existem muitos Koans diferentes, e cada estudante pode cri-los a partir de novas
abstraes. O importante manter a mente completamente impregnada do Koan,
sustentando o pensamento no Koan pela concentrao, at que a compreenso advenha.
Alguns exemplos: Um monge, certa vez, ao se questionar sobre a sua prpria
natureza e a natureza de Deus, clamou: Meu Deus, quem s Tu?! Quem sou eu?!
Ento, uma voz, no silncio de sua mente, disse: Se tu encontrares quem s,
descobrirs Quem sou EU.
Isto um Koan. Medite sobre ele. Outro Koan est expresso nesta frase um pouco
mais longa: Eu no Sou nada de tudo que voc pensa que Eu sou; nem algum, nem
ningum, nem alguma coisa, nem nada. Sou muito mais que tudo isso, e ao mesmo tempo
Eu no sou nada disso.
Meditando acerca de si mesmo voc poder se aprofundar neste Koan: Tu no podes
ser o que tu jamais fostes, pois tu e Eu somos Um s.
Outro Koan mais curto o seguinte: Se nada existisse o que haveria ento?
Nosso ltimo Koan: Se todo o nome O limita, qual o nome Daquele que no tem
nome, quando infinito so os Seus nomes?
MANTRAS
MEDITACO PSICOLGICA
Vamos nos deter mais demoradamente nesse tipo de meditao, pois j foi falado
indiretamente e diretamente sobre as demais. Na meditao psicolgica usa-se a Memria
Trabalho (cap.11). Seu objetivo inicial o de fazer com que o homem estude profundamente
todas as manifestaes psquicas desconhecidas em si mesmo. Conhecendo o
funcionamento da mquina humana em termos fsicos, emocionais e psicolgicos, ele
poder, atravs da meditao, perceber, compreender e eliminar esse ou aquele defeito
psicolgico (neste curso tambm chamado de agregados psquicos, ego ou eu).
A meditao a ferramenta mais importante para esse trabalho, e pode levar o
homem a nveis completamente desconhecidos de seu subconsciente. No entanto, ainda que
a meditao possa fornecer o entendimento e a compreenso das manifestaes
subconscientes, eliminando muitos desses defeitos ou "eus" diferentes, somente um trabalho
de dinmica sexual, acompanhada da interveno de um poder superior mente, que
poder erradicar completamente todas as auto manipulaes nefastas do ego. Tal assunto j
est fora do objetivo desse curso e pertence a outra rea, abordada tambm nos estudos e
cursos da FUNDASAW, mais especificamente, no curso de NOVA GNOSE.
Para entendermos mais claramente a meditao psicolgica, necessrio que o
estudante volte parte referente a ateno (cap. 8). Falamos que a ateno deve ser
constante, em todos os momentos da vida, no s externamente, mas, tambm,
internamente. Esta auto percepo uma espcie de auto lembrana, que nos faz
conscientes de todos os nossos atos, emoes e pensamentos. Quando isso no ocorre,
agimos como mquinas, inconscientes, levados pelos impulsos desconhecidos de nossa
mente e desejos.
A auto percepo nos fornece a possibilidade de filtrar e transformar as energias
exteriores (impresses). Quando no nos auto percebemos, tais impresses adentram
nossa psique fortalecendo o ego animal em contrapartida ao despertar da conscincia.
A auto ateno ou auto percepo nos leva recordao de ns mesmos
constantemente observao serena de nosso corpo, emoes e mente, isto e, no
identificao com as circunstncias externas e, finalmente, no fascinao.
A identificao e a fascinao o adormecimento da conscincia, a ao da
personalidade e dos agregados psicolgicos. Quando nos identificamos, e calmos na
fascinao, esquecemos de ns mesmos, razo pela qual os diferentes agregados
psicolgicos (defeitos) podem atuar e dominar a mquina humana.
O processo da fascinao e inconscincia coloca em andamento a mecanicidade do
pensamento. A mecanicidade existente na mente tem como base a comparao dos
opostos; por isso existem dois tipos de associaes:
Associaes mecnicas por ideias, palavras, frases, etc.
Associaes mecnicas por imagens, coisas, pessoas, etc.
Ambas podem comear do exterior para o interior ou vice-versa. Isto quer dizer que
nos identificamos e nos fascinamos com o que vemos ou ouvimos, ou com o que pensamos
ou sentimos. Uma palavra ou uma imagem, por exemplo, pode detonar uma srie de
pensamentos mecnicos (inconscientes), que tm razes em diferentes defeitos psicolgicos,
em diferentes nveis da mente, palavra ou frase proferida por ns. A atitude ou gesto , por
fim, uma consequncia da ao anterior: identificao e fascinao. Assim, uma palavra
pode levar at mesmo ao crime, pois a identificao do orgulho ferido (poder ser outro eu
qualquer) detona os impulsos primais que acabam levando morte da pessoa com a qual nos
identificamos. A mecanicidade nos impede ver a realidade oculta atrs do sonho da mente.
Como muito difcil estarmos atentos 24 horas por dia, a meditao psicolgica serve
para digerir tudo aquilo que no pode ser filtrado compreendido durante o dia, quando
estvamos dormindo. Nossas atitude nossos defeitos, nossos sofrimentos, nossos medos,
etc., tudo, absoluto em tudo, deve ser colocado na balana da conscincia atravs da
meditao. Por isso que a Memria Trabalho to importante e necessria, pois atravs
dela que podemos recriar, contemplar, sentir (diversas vezes e em diversas ocasies
diferentes se for necessrio) e, por fim, compreender e eliminar resduos inconscientes e
nefastos de todo o objeto de nossa meditao.
O ego, ou defeito psicolgico, deve ser reconhecido e definido durante o dia atravs
da auto percepo; trabalhado e compreendido noite pela meditao e eliminado ou
desintegrado atravs da meditao profunda, da orao e dinmica sexual. A orao uma
forma de meditao. Quando acompanha do arrependimento, sustentada pela imaginao,
pela vontade e pela f, capaz de realizar o que a mente no pode faz-lo.
Coloca-nos em contato com a divindade existente em cada um de ns. por isso que
podemos, atravs orao, dissolver parte dos nossos agregados psicolgicos aps termos
compreendido na meditao. No entanto, h que se lembrar que muitos defeitos so
provenientes de geraes ou ciclos de vidas longnquos. Somente o uso de um poder maior
do que eles pode elimin-los completamente. Esse poder pertence a Divina Me Kundalini.
A meditao psicolgica praticada todos os dias, atravs da retrospectiva dos fatos
dirios. Todas as noites, devemos rever, em meditao, nossa conduta. A auto-observao
permanente nos possibilita detectar e fotografar cada pensamento, palavra ou gesto que
cometemos durante o dia. noite, em retrospectiva, revemos em nossa tela mental as
ocorrncias dirias, no mnimos detalhes, como se estivssemos vendo uma fita de cinema,
s que em forma retroativa ou de trs para frente. Deteremos nossa concentrao pelo
tempo necessrio em cada defeito psicolgico observado e fotografado durante o dia, de
acordo com sua gravidade e fora. Para alguns, precisam apenas 10 minutos de meditao;
para outros, horas, at chegarmos perfeita compreenso. Logicamente, se forem muito
graves ou difceis, poderemos trabalhar sobre eles durante dias, meses ou at mesmo anos.
necessrio descobrir a raiz ltima de cada um deles, pois somente assim pode se
chega a eliminao. Para isso existe uma didtica: Cabeas de legio.
Na meditao para eliminao do ego, somos obrigados a levar em considerao as
mltiplas facetas de atuao desse mesmo ego. Existem sete agregados principais,
chamados tambm de cabeas de legio: Luxria, Ira, Orgulho, Preguia, Cobia, Inveja e
Gula. Existe ainda o oitavo que o Temor, chamado de pai dos demais.
Cada um deles possui milhares de diferentes formas de manipular a mquina humana,
desde as maneiras mais grosseiras at as mais sutis. A compreenso desses agregados
lenta, e feita atravs de suas pequenas manifestaes. Por exemplo, no se elimina o "eu"
da gula sem eliminar as pequenas e inconscientes manifestaes desse agregado.
Quando compreendemos e eliminamos determinado agregado, por menor que seja
sua fora, nasce em seu lugar a polaridade contrria quela fora. Se eliminamos um
pequeno resduo de orgulho, em seu lugar cristaliza-se uma pequena semente de humildade.
O despertar da conscincia exatamente o desabrochar do Buddhata (essncia
divina) que est oculto pelos diferentes tipos de agregados.
Cada pessoa movida ou tem suas aes originadas num dado trao psicolgico. Em
psicologia gnstica, esse o "trao psicolgico particular". A vezes, um estudante esotrico
que conhece e pratica essa psicologia pode demorar muitos anos at descobrir a verdadeira
identidade desse "eu. trao psicolgico individual que mobiliza os demais eus. Pode
ocorrer, ento que uma pessoa agressiva no tenha seu trao psicolgico principal centrado
na ira e, sim, no orgulho. Se a ateno do estudante se voltar s para a ira seu avano
espiritual poder tardar muito mais tempo, pelo simples fato de estar se esquecendo de pr
ateno na origem, no piloto ou condutor dessa energia colrica, que , secretamente,
orgulho ou amor prprio ferido ou ainda insegurana.
A descoberta do prprio trao psicolgico uma das maiores descobertas e ao
mesmo tempo, alegrias para um estudante, porque, a partir da, poder avanar mais
rapidamente, visto que sua ateno estar voltada para inteligncia maligna que manipula
toda a legio ou legies de eus psicolgicos que moram em nossa mente, formando isso que
a psicologia acadmica denomina de subconsciente - o mesmo Id Freudiano.
INTRODUO S PRATICAS
A mente boa serva, mas cruel senhora. A mente inimiga de qualquer esforo, da parte
do homem, para domin-la.
DESENVOLVENDO A CONCENTRAO
EXERCCIO 1
EXERCCIO 2
EXERCCIO 3
Arrume um alfinete mdio e passe a estudar detidamente com uma lente (se possuir)
a cabea desse alfinete. Faa um exame detalhado durante dois minutos.
Concentre toda sua ateno sobre ele. Nesse momento a nica coisa que importa a
cabea desse alfinete. Memorize-a at que sua imagem possa ser projetada na mente, de
olhos fechados e a qualquer instante. Projete-a em sua mente de olhos fechados. Aumente o
tempo de visualizao depois para 10 minutos e o tempo de projeo na mente tambm para
10 minutos.
O objetivo fazer que o estudante possa, depois, fixar qualquer objeto em sua mente,
estudando-o detidamente. Procure levar essa concentrao para todos os objetos, pequenos
ou grandes, interessantes ou no. Como no exerccio anterior, quando o estudante for capaz
de realizar a concentrao e projeo perfeita da mente durante 5 minutos poder passar
para a sequncia seguinte.
EXERCCIO 4
Essa prtica est um tanto parte das demais. No necessrio complet-la para
passar a outro exerccio. Basta apenas terminar a anterior para dar continuidade didtica.
Tome o mesmo mantra usado no exerccio 2. Agora voc o executar mentalmente
durante todos os intervalos livres que possuir. As caminhadas, as viagens, os descansos. Os
melhores perodos so aqueles onde voc no necessita da mente em atividade, quando ela
estaria a divagar sem rumo. A diferena est em contar os mantras na medida que os
executa. Exemplo: OM um, OM dois, OM trs, OM quatro. Sempre que seu pensamento se
perder, guarde na memria ou anote o nmero em que voc parou e inicie novamente.
Quando chegar a casa dos cinco mil, poder ento abandonar essa prtica e
permanecer somente na 3, aumentando o tempo de 5 para 10 minutos.
EXERCCIO 5
EXERCCIO 6
EXERCITANDO AS CORES
Tome a postura que mais lhe agradar. Imagine que todo o espao ao seu redor
apresenta-se com a cor necessrio porm sempre brilhante (jamais escura).
Voc deve ter a impresso que est envolto num fluido ou vapor colorido imaterial.
Imagine e sinta o fluido penetrando pelas suas narinas juntamente com o ar.
Mantenha sua ateno completamente voltada para respirao, inalando o colorido,
vivificando todo seu corpo com aquela cor.
Tal prtica pode ter a durao que voc quiser. Logicamente, quanto mais demorada
maior ser o resultado.
EXERCCIO DA IMAGINAO PURIFICADORA
FORTALECENDO A IMAGINAO
PRTICAS DE MEDITAO
A alma humana pode alar voo em busca de Deus atravs da mente ou das emoes.
Por qualquer lado que comecemos a traar uma circunferncia chegaremos ao mesmo ponto
- Unidade manifesta no crculo perfeito.
Enquanto no Oriente o homem tratou de primeiro cuidar do domnio da mente no
Ocidente o caminho foi inverso, buscou-se primeiro o desabrochar do corao.
Aqueles que se aprimoraram ao mximo em seus respectivos caminhos, chegaram a
concluso que, cedo ou tarde, cada um se depararia com o caminho do outro.
A orao como caminho para se chegar a Deus no difere da meditao, pois a
orao perfeita uma das formas mais sublimes de meditao. Na orao o homem se
entrega a Deus humildemente, Concentrado em Sua Essncia Incorprea, ou at mesmo em
Formas Corpreas simblicas, o homem esquece-se de si mesmo e submerge na vastido
do Amor Divino.
O santo aquele que alcanou a sabedoria trilhando os caminhos do amor, e, o sbio,
aquele que realizou o amor trilhando os caminhos da sabedoria.
Se voc ainda no havia percebido, a meditao psicolgica sublima-se a partir da
orao, quando o homem, consciente de seus erros, e aps t-los compreendido, invoca
Deus (sua Divindade particular), implorando humildemente que erradique de si o mal. Em
verdade, no h evoluo e espiritualidade sem religio.
Aqueles que no admitem esse fato, esto se enganando ou se iludindo. O que existe,
sim, so nveis e nveis de religio.
Para muitas pessoas mais fcil e natural orar do que meditar. No importa, j que,
como dissemos, a orao correta a meditao perfeita. O yogue, quando em xtase, ora a
Deus atravs de sua Essncia.
A vida igual corrente de um rio sem forma; o homem pode, atravs da orao,
alterar o leito e suas ondas. No existe determinismo para a conscincia.
O fatalismo est presente na vida das mquinas, que sempre agem da mesma
maneira, mas no para a conscincia. O futuro pode ser mudado pela orao consciente.
A orao pura, sustentada como forma de meditao, alcana o mundo das causas e
efeitos, alterando o andamento da existncia. Se houvesse decises irrevogveis, quem as
teria tomado? Deus!
Ento, Deus no existiria, pois Ele estaria limitando sua prpria Criao. Isto seria
uma limitao, Deus tem limites?
MEDITAO RESPIRATRIA
A meditao respiratria muito simples em teoria. Na verdade, ela pode ser usada
como objeto de uma meditao completa ou como introduo a outras meditaes.
O estudante, aps relaxar completamente seu corpo, deve manter apenas sua
ateno voltada para a respirao.
Respire normalmente, concentrando sua ateno na ponta do nariz ou no abdmen,
percebendo e sentindo o ar entrando e saindo lentamente dos pulmes.
Se sua mente estiver excitada, imagine que ela no passa de um lago limpo, onde as
ondulaes sobre o lago surgem e logo desaparecem. Quando os pensamentos aparecerem,
no se identifique com eles; so como as ondas do lago que vm e vo. Apenas observe-os
mantendo a ateno na respirao.
CONTINUIDADE DO PENSAMENTO
A mente como o fluir incessante das guas de um rio perpetuado atravs dos
tempos; cada instante da mente conduz, ininterruptamente, ao seguinte. Um barqueiro
experiente pode deslocar-se atravs das guas desse rio.
A meditao na continuidade do pensamento pode, como o barqueiro, leva nos rio
acima ou abaixo, a diferentes pocas do passado.
Em meditao, comece a observar serenamente seus pensamentos, sem se identificar
com as imagens e lembranas. Como na meditao retrospectiva retroceda mentalmente
observando as experincias do dia. No entanto, objetivo no reviver os acontecimentos,
mas, sim, obter uma continuidade do pensamento atravs do tempo. Investigue seus sonhos,
as experincia mentais do dia anterior, da semana passada, do ms passado, ano anterior
etc.
Quando encontramos algo que queiramos estudar mais detalhadamente coloquem o
Eu de lado, momentaneamente, para estudo posterior. Aps voltarmos do perodo de vida ou
existncia escolhido, podemos retorna lentamente ao presente. Muitas lacunas de tempo
ficaro em branco na menti mas elas sero preenchidas gradualmente atravs da insistncia
e do reavivamento de nossa Memria Trabalho.
MEDITAO NO VAZIO
MEDITAES AVANADAS
O primeiro tema para meditao a morte. No h motivo para se encar-la com dor.
A morte, como diz o V.M. Samael Aun Weor, a coroa da vida. Muitos problemas
srios e profundos advm da no compreenso da morte. A morte e a vida so irms
gmeas. Em verdade, no h como amar uma sem amar a outra. por isso que escolhemos
o assunto morte para essa prtica avanada de meditao.
A morte ser passada em nove pontos diferentes, separadamente, e que, no entanto,
interligam-se para levar o estudante compreenso completa do assunto.
A meditao poder ser feita sobre cada ponto diariamente, meditar em um deles e
repassar rapidamente os demais, ou ainda podemos nos deter em trs de cada vez.
Se o estudante desejar, poder permanecer mais de um dia sobre um determinado ponto.
1. Todos tm de morrer:
Por que vivemos elaborando planos para o futuro e nunca levamos em considerao a
morte? Ela inevitvel a todos e, no entanto, fingimos no v-la.
Para gerar a percepo da inevitabilidade da morte, lembre-se, em primeiro lugar, de
pessoas que j morreram: grandes filsofos, escritores famosos, governantes, msicos,
santos, pessoas comuns, amigos, etc.
No importa quanto poder elas detiveram, quo sbias e reconhecidas foram, o fato
que todas morreram. Medite detidamente em tudo isso.
Pense agora em todas pessoas conhecidas por voc: seu pai, irmo, me, filho, primo,
amigo, colega de trabalho.., enfim, todos morrero um dia.
Analise pessoa por pessoa, e veja que a morte inevitvel para todos. Medite sobre
os seres humanos desse planeta, cuja vida ainda no se esgotou. Daqui a cem anos, desses
bilhes de pessoas, apenas algumas estaro vivas. Voc, muito provavelmente, j no
estar mais aqui.
Medite profundamente e procure sentir com todo o seu ser.
2. Seu tempo de vida decresce:
O tempo est passando. H 1 minuto voc era uma pessoa diferente. Nesse
insignificante perodo de tempo seu organismo j se transformou. Clulas vivas que existiam
j no existem mais.
Mesmo sentado, o tempo passa. Os segundos se transformam em minutos, os
minutos em horas, as horas em dias, os dias em meses, os meses em anos. Voc est cada
vez mais perto da morte. Ela inevitvel. Mantenha como objeto de sua meditao essa
experincia: o fluxo ininterrupto de tempo levando-o para o fim da vida.
Se voc estivesse para morrer agora, tivesse que saltar de um avio sem paraquedas,
ou de cima de um edifcio de 20 andares, estaria absolutamente consciente de sua morte.
Imagine que isso est acontecendo j. Observe o que ocorre com voc.
A sua realidade no diferente, voc est caminhando para a morte.
3. O tempo para desenvolver-se:
O que permanece aps a morte? Nosso corpo fsico desaparece. Nossas emoes e
pensamentos so transitrios; iro junto com o corpo fsico em seus tempos respectivos. O
que permanece de essencial e divino no homem, aps a morte, a conscincia. Quanto
tempo voc tem se dedicado para despert-la?
Num dia comum quantas horas voc dorme? Trabalha? Come e vive socialmente?
Quantas horas de divertimentos fugazes, prazeres passageiros, e preguia? O que
voc faz todas as noites e manhs? Procura alimento para o Ser que eterno ou para o
desejo efmero e para mente insacivel? Existe depresso? Frustrao? Cimes? Preguia?
Dor?
Medite profundamente na necessidade de comear a praticar diariamente. Determine-
se a faz-lo.
Meditando nesses 3 primeiros tpicos, voc desenvolver a determinao de utilizar
sua vida mais sabia e conscientemente.
4. A durao da vida humana incerta:
Se todos morrssemos com uma idade pr-fixada poderamos nos preparar. No
entanto, a morte vem como ladro na noite. No existe a certeza de quando vamos morrer.
A vida pode ser interrompida a qualquer momento: no nascimento, na infncia,
adolescncia, juventude, na casa dos 60 ou 80 anos. Ainda que esperemos viver muito, no
temos a certeza disso.
muito difcil nos convencermos que a morte pode ocorrer daqui a alguns instantes.
Queremos acreditar que nossa existncia est segura. Medite sobre a insegurana de sua
vida Desenvolva a ideia da incerteza quanto ao momento da sua morte. Pode ser a qualquer
hora.
5. Existem muitas causas para a morte:
Ouvimos falar diariamente sobre erupes, vulces, terremotos, guerras, catstrofes e
muitos outros desastres que levam consigo milhares ou milhes de pessoas
num perodo de tempo curtssimo.
Para outras pessoas, a morte chega inesperadamente, atravs de ataques cardacos,
cncer, AIDS, etc. Outros ainda se deparam com a morte atravs de assassinatos, acidentes
areos, automobilsticos, afogamentos e incndios. Mesmo aquilo que acreditamos estar nos
ajudando, amparando nossa existncia, pode nos matar.
o caso da alimentao e dos remdios. Por fim, chega a velhice.
Alm da formas diferentes de morrer, podemos morrer em diversos lugares diferentes.
Crianas morrem no tero, pessoas morrem andando, da escola para casa, da casa
para o trabalho. Morrem na praa, nos esportes, na escola, preparando o jantar, dormindo.
Pode acontecer a qualquer momento, em qualquer ocasio.
Medite sobre isso. Essa natureza da existncia humana no planeta onde vivemos.
Entenda que voc tambm est includo nesse sistema.
6. A fragilidade do corpo:
Perceba como o corpo extremamente vulnervel. Voc pode se ferir e fratur-lo a
qualquer momento. Num instante voc pode estar se sentido saudvel e forte,e, no outro,
cheio de dor e fraqueza. Traga sua mente os momentos que voc j se machucou ou feriu
seu corpo. Lembre-se de seu estado de sade na poca e como tudo isso pode voltar,
devido a qualquer descuido de sua parte ou de outros. Voc pode at morrer devido a isso.
Seu corpo no durar muito. Talvez permanea belo e saudvel 10, 20 ou 30 anos.
Talvez j nem seja mais belo ou saudvel. O que representa 30 anos na escala universal?
Um segundo e nada mais. Mesmo que evite qualquer doena ou acidente, seu corpo
degenerar e perder toda beleza e vitalidade. Um dia morrer. Medite profundamente sobre
a adorao e o apego ao corpo.
7. O ato de morrer:
Nessa prtica voc visualizar sua prpria morte. Enquanto voc morre em seu leito,
seu corpo vai se tornando cada vez mais fraco. Todas as suas posses e prazeres j de nade
valem, eles no podem lhe ajudar. Nesse momento, para onde se voltam seus
pensamentos?
Lembre-se do passado: quando voc estava muito doente, refugiava-se na satisfao
material atravs dos remdios, do sono, da msica, das drogas, do lcool, etc. Eles podem
lhe ajudar agora? Pense em todo o trabalho de sua vida para adquirir bens materiais. O que
podem fazer por voc agora? Medite sobre sua dependncia em relao matria. Lembre-
se de que voc no poder levar nada consigo para a marte. Nada pode lhe auxiliar nesse
instante, e quanto maior o seu apega maior ser seu sofrimento e desespero na hora de sua
morte. Medite na necessidade de paz para morrer. Como e onde encontrar tal paz?
8. No pode haver ajuda:
Na hora de sua morte voc pedir ajuda a seus entes queridos. Lembrar-se do carinho
e do conforto que em vida eles lhe deram. Mas agora, quando voc estiver morrendo, seus
entes queridos no podero fazer nada ou muito pouco por voc. Voc est absolutamente
s durante a experincia da morte.
Agarrar-se aos entes queridos e sentir-se pesaroso ao separar-se deles somente
perturbar sua mente, causando mais apego e sofrimento. Como morrer pacificamente dessa
maneira?
Perceba e reconhea o apego que voc tem pelos familiares. Compreenda como
inapropriado tal apego, seja na vida ou na morte.
9. A decrepitude do corpo:
Seu corpo sempre foi seu bem mais precioso. Desde o nascimento at hoje, voc vem
mantendo-o limpo, alimentado, saudvel e o mais belo possvel. Ningum o conhece mais do
que voc mesmo. Atravs dele voc experimentou todos os tipos de prazer e dor.
No entanto, ele est morrendo e, indubitavelmente, ter que haver uma separao.
Seu corpo no lhe pertencer mais. A terra h de trag-lo, os vermes havero de
com-lo, ele simplesmente haver de entrar em decomposio. De que lhe serve agora, na
hora de sua morte.
Medite sobre o forte apego que voc tem sobre seu corpo. Provavelmente voc
desconhecia ou pouco sabia sobre o grande apego a seu corpo. Medite na impossibilidade
de qualquer benefcio de seu corpo para com voc na ocasio de sua morte. O medo e a dor
do apego somente aumentaro seu sofrimento.
Os exerccios 7, 8 e 9 aumentaro a determinao de eliminar o apego s pessoas,
parentes e ao prprio corpo de prazer e dor.
O SOFRIMENTO
Devido ao fato de o homem levar uma vida totalmente voltada para o exterior ele se
agarra natureza das coisas efmeras e ilusrias, quando, na verdade a felicidade
verdadeira e duradoura, s pode advir do interior.
O sofrimento est na iluso e no irreal, pois todas as coisas, ao nosso redor so como
a cerca de papelo em volta do castelo de iluses da criana - pode proteger seus frgeis
sonhos.
Os budistas se referem ao sofrimento atravs de 4 nobres verdades:
O sofrimento existe. Todo ser vivente sofre de alguma forma.
O sofrimento sempre tem uma causa, e as causas so as aes anteriores do nosso
corpo, da nossa fala ou da nossa mente.
O sofrimento pode ter um fim. Todos podem alcanar um estado de perfeita clareza e
compaixo, no qual no mais experimentamos os resultados do sofrimento passado nem
criamos as causas para o sofrimento futuro.
Existe um meio de se acabar com o sofrimento: abandonar, gradualmente suas
causas: raiva, egosmo, apego e outros estados mentais negativos cultivar as causas da
felicidade; e, finalmente, pelo desenvolvimento d conhecimento intuitivo da verdadeira
natureza de todas as coisa poderemos cortar por completo a prpria raiz do sofrimento.
Existem diferentes maneiras de se meditar sobre o sofrimento. Aqui daremos uma
sequncia de trs exerccios que devem ser passados um por um. Contemple e viva
intensamente cada exerccio a seguir.
1. O sofrimento do sofrimento:
Inicie refletindo sobre os problemas do corpo: dor, calor, frio, fome, sede, cortes,
queimaduras, etc.
Se, acaso, estiver com alguma dor fsica no instante da meditao, mergulha na dor,
concentre-se profundamente nela durante alguns minutos. Lembre-se geralmente sempre
estamos sentindo algum tipo de incmodo.
Rememore agora o pior sofrimento fsico pelo qual voc j passou. Ser que ele no
pode voltar a ocorrer?
Pense no sofrimento fsico da velhice. Veja-se com 90 anos. Seu corpo est enrugado
e degenerado. Finalmente, veja a morte se aproximando e a insensatez de continuar
apegado ao corpo. Pense sobre a natureza do corpo: nascer, crescer, sentir prazer, dor e,
depois, morrer.
Medite agora sobre o sofrimento mental e emocional. Lembre-se das experincias
anteriores de solido e depresso, frustrao, cimes, raiva, medo, perturbao, ansiedade.
Volte ao passado e reviva essas emoes -sempre estiveram presentes.
Observe seu estado atual. H ansiedade? Depresso? Medo? Agitao? Pense no
sofrimento mental e emocional quando as pessoas chegadas a voc morrerem, ou quando
voc mesmo morrer, ou quando milhares de coisas acontecerem e causarem sofrimento.
Expanda seus pensamentos para todos os seres viventes, todos aqueles que tm uma
mente perturbada e um corpo perecvel. Milhes de pessoas esto passando por algum tipo
de sofrimento agora, desde os violentos at os leves desconfortos.
Medite na dor e no sofrimento de seus amigos: irmos, parentes, pais, colegas de
trabalho, etc. Pense em seguida na vida daquelas pessoas que voc no conhece.
No sofrimento da guerra, a pobreza, o desemprego, a fome, as doenas, a opresso e
a desesperana. Compartilhe, sinta, viva a dor de todas essas pessoas.
Compartilhe, tambm, da dor da montanha ao ser dilacerada, do rio ao ser poludo;
das plantas ao serem arrancadas, da rvore ao ser cortada; dos animais ao serem abatidos,
maltratados; da natureza ao ser poluda e destruda.
Medite sobre a inconstncia do homem. Que o sofrimento dele terminar quando
vencer a dualidade de todas as coisas.
2. O sofrimento da mudana:
Focalize sua mente em qualquer experincia agradvel. Lembre-se das sensaes
fsicas prazerosas, dos estados de nimos agradveis e dos entretenimentos mentais.
Perceba que essas experincias passaram, que no mais voltaro. Por mais
agradvel e feliz que seja um determinado instante, ele acabar. Por mais longo que seja um
perodo de felicidade, ele tambm terminar, Os relacionamentos mais felizes e duradouros
tero seu fim com a morte. O poder no eterno e, a riqueza, se esgota. As flores murcham,
o pr-do-sol se esvanece, as festas terminam. Tal como o sofrimento, a felicidade tem um
fim.
Medite se sensato nos agarrarmos a pessoas, objetos, momentos, imagens e
autoimagens, orgulho, etc. Nada disso nos trar conforto, e sim, angstia na hora de
deixarmos tudo para trs.
3. O sofrimento que a tudo permeia:
Essa classe de sofrimento a mais sutil das trs. A natureza desse sofrimento est
presente na falta de iluminao existente em grande parte da humanidade.
Por nos faltar a percepo das leis divinas, estamos, minuto-a-minuto, gerando novas
causas para sofrimentos futuros. Esse exato instante o efeito e a causa de dores e
sofrimentos. E um ciclo quase infinito, imperceptvel, difcil de ser rompido. Contemple os
bilhes de seres humanos presos a esse sofrimento.
No deve haver desespero ou autopiedade. Mesmo sendo difcil, no impossvel
romper com tal ciclo. Atravs da dissoluo egoica vamos rompendo aos poucos esses
grilhes. A percepo contnua e cada vez mais extensa desse sofrimento nos fornece aos
poucos a fora e o amor necessrios para continuarmos. Aprendemos a respeitar e ajudar
nossos semelhantes, aliviando suas dores e aceitando-os com suas limitaes.
Terminamos a meditao otimistas, determinados a fazer o possvel para superar
nosso sofrimento e amenizar o de nossos semelhantes a autopiedade.
RELACIONAMENTO HUMANO
O AMOR
Para meditar no amor comece pensando em todas os seres viventes em sua volta:
sua me, pai, parentes, amigos, colegas de trabalho, conhecidos e vizinhos.
Visualize agora as pessoas de quem voc no gosta ou que magoaram voc. Coloque
todos a sua volta. Pai direita, me esquerda, familiares atrs e as pessoas que no gosta
na frente. Os demais esto espalhados at o horizonte. Sinta que todos esto ali sentados e
que uma sensao de paz e harmonia invade a todos.
Considere como seria bom para voc e para todos, se voc fosse capaz de amar a
todos os seres indistintamente. Considere que todo mundo deseja ser feliz e evitar o
sofrimento, exatamente como voc. Todos esto tentando fazer o melhor de suas vidas,
mesmo aqueles que so irascveis e violentos.
Crie agora um sentimento de amor em seu corao. Voc pode fazer isso pensando
em algo sublime ou em algum que ama muito. Talvez seja mais fcil imaginar uma luz azul.
Deixe seu amor em forma de luz azul fluir para os outros. Comece com sua famlia e
amigos ntimos que esto perto de voc. Imagine a energia saindo de voc, tocando-os,
preenchendo seus corpos e mentes. Imagine e sinta que essas pessoas tero ajuda com
essa luz. Concentre-se nas pessoas a sua frente. Emita amor para todos a sua volta.
Abra seu corao e imagine essa fora chegando a todos os seres: medrosos,
solitrios, doentes, famintos, oprimidos, etc. Conclua essa sesso certo que voc tem
potencial para amar todas as criaturas.
VERSCULOS DE SABEDORIA
A meditao feita sobre cada tem, podendo durar minutos ou horas para os mais
experimentado e, para os mais novos, dias ou semanas.
1. No sou o que o mundo denomina eu nome, corpo, sentimentos E pensamentos,
porque ao cabo de um perodo relativamente breve, tudo isso cessar de existir.
2. Mas Eu sou eternamente.
3. Eu sou aquele que controla todos estes envoltrios. Estou acima e distante deles.
4. O meu verdadeiro Eu. Ser comea onde termina todas as atividades da minha
mente crebro.
5. Quem sou Eu?
6. Agora estou criando a tranquilidade em minha mente. No tenho mais desejo de
pensar.
7. Agora o cu de minha conscincia est limpo. No h nuvens pensamentos nele.
8. Agora estou livre. Estou longe de tudo.
9. Estou alm dos meus corpos e de todo o planeta.
10. Eles no existem mais, pois eram apenas um sonho da minha mente.
11. Agora estou desperto, estou livre desse sonho.
12. Nada existe ao meu redor seno o espao infinito.
13. E Eu sou como este espao sem fim.
14. Agora nada mais pode afetar-me.
15. Estou livre de todos os nomes e de todas as formas.
16. Esqueci o sonho da terra.
17. Sou a Vida Infinita Onipenetrante. Eu Sou Tudo.
SAMADHI
Essa prtica pode proporcionar a abertura da porta que nos conduz ao xtase e ao
Samadhi. Ela deve ser praticada corretamente, com afinco e dedicao sem nenhuma
espcie de disperso; pois assim, atuaremos como um lavrador a preparar a nossa mente,
fertilizando-a e semeando-a, para que possa advir melhor de nossa colheita: a experincia
do vazio iluminador.
Para praticar esse exerccio imprescindvel que voc j tenha obtido sucesso nos
anteriores, pois se isso no ocorrer, de nada lhe servir tal prtica. E ser apenas mais uma
sem efeito.
Visualize o infinito insondvel, imensurvel, incolor, sua frente. Sinta-o a todo seu
corao. Por toda a sua volta existe apenas o inexistente: o infinito sem nada para pousar
seus olhos, No h um ponto de referncia presente Impossvel dizer algo mais do que isso.
Agora, expanda-se a si mesmo. No pense como ou com que voc ir expandir. Sinta
sua percepo preenchendo o nada em sua volta. Comece expandir-se do centro de sua
cabea ou sobrancelhas. Expanda-se para todos os lados, ao mesmo tempo. Lance-se do
"centro" para o espao gradualmente como que numa exploso luminosa imaginria.
Inicialmente expanda-se para alm de seu corpo, depois para alm de s quarto, de
sua casa, de sua cidade, de seu pais e do planeta. No pare e nem pense em mais nada.
Concentre-se inteiramente em sua expanso, pois, parar, voltar frustrado priso de
seu corpo fsico. Se perder a concentrao volte ao exerccio, iniciando-o novamente.
Supondo que no houve distrao, prossiga expandindo-se para alm d galxias e
novos universos, sempre como se partisse do centro de uma esfera (sua cabea) em todas
as direes. V o mais longe possvel, sonde insondvel, imagine o inimaginvel. Sinta o que
no pode ser sentido, vive Eterno em toda Sua glria.
Voc deve viver, no pensar. No preste ateno aos "ambientes" que "atravessar, e
no permita que se forme em sua mente pensamentos e palavras. Somente a expanso,
cada vez mais rpida. No limites, pois o limite Deus...
Ainda que a expanso comece com a mente, chegar uma hora que E perder a
capacidade de acompanh-lo, dando espao para a manifestao da luz da conscincia
pura. O mundo da matria e das lembranas se esvai; voc mergulha no mundo do esprito,
enquanto seus corpos (fsico, astral e mental) permanecem a espera em planos inferiores, j
que a eles no permitida a entrada no que h de mais sagrado.
CONSIDERAES FINAIS
Caro estudante, apos o termino da leitura desta apostila e que realmente comear o
curso verdadeiro: a sua vida.
A vida o nosso ginsio psicolgico. dela, em toda sua beleza e em todo seu
sofrimento, que voc dever subtrair os elementos necessrios sua evoluo.
Em outras palavras, podemos afirmar, mais uma vez, que voc encontrar inmeros
obstculos de todos os tipos.
As nicas pessoas que no passam por dificuldades so aquelas que est enterradas
nos cemitrios. Por isso, no se preocupe com as coisas que ainda esto por vir, concentre-
se no hoje.
A dor e o sofrimento so inerentes ao nosso estgio de evoluo, razes esta j
explicadas, em parte, durante este curso de meditao.
No entanto, tal curso veio existncia justamente por essa razo: para mostra a
possibilidade de transcender absolutamente o estgio atual do desenvolvimento humano e,
com isso, eliminar o mal pela raiz, sem paliativo ou iluses acerca de sua natureza.
O mal existe; ele est aqui e agora, dentro de ns mesmos. So nosso defeitos
psicolgicos, eus, agregados psquicos. No importa o nome que queiram dar a ele, o fato
que ele existe pois, caso contrrio, o bem tambm no poderia manifestar-se.
Sbio aquele cuja percepo do mal to elevada que chegou ao ponto de elevar-
se alm do bem e do mal.
Ainda que possa parecer estranho aos leigos, esse , com outras palavras, objetivo
mximo da meditao - levar o homem para alm da relatividade de tais conceitos. Aonde
mais o homem estaria alm do bem e do mal, seno na Conscincia Unificada com o
Absoluto - o Uno inseparvel, eterno, presente em tudo e em todos.
No entanto, para se estar alm da luz e das trevas, deve-se, necessariamente
conhecer a escurido da noite. Descer ao mais profundo das cavernas do inconsciente e do
infra consciente para, como fez Hrcules ao limpar seus estbulos, limparmos os nossos
prprios estbulos de todas as sujeiras acumuladas atravs de sculos e sculos.
J que citamos a mitologia, certo afirmarmos que somente a meditao nos permite
descer morada de Pluto, a fim de resgatarmos a nossa Persfone, smbolo de nossa alma
espiritual, raptada pelo temvel senhor dos submundos h muito tempo atrs. Pluto, o
senhor das trevas, violenta Persfone e a obriga a viver num lugar sujo, cheio de paixes e
desejos de todos os tipos. Por isso, a nica maneira que ela arruma para aliviar seus
sofrimentos viver perpetuamente num estado de transe inconsciente. Tal como a nossa
alma, Persfone s poder ser libertada atravs da meditao, quando descermos
conscientemente aos nveis mais profundos da nossa mente, onde esto situados os
inimigos da luz, aprisionando nossa chispa virginal - a Conscincia ou Alma.
O resgate da divina Persfone expressa a libertao da Alma. Novamente consciente,
ela vaga livre junto das outras Deusas pelo paraso ou mundos inefveis.
Todavia, somente tem acesso morada do Deus Pluto aqueles que buscam o
conhecimento e o domnio das trilhas tortuosas da mente, pois na mente inconsciente e
infra consciente que Pluto estabeleceu seu reino.
Esperamos sinceramente pelo xito da Grande Causa, que voc compreenda o
contedo da mensagem que tentamos passar, ainda que muita limitada pelas nossas
limitaes pessoais.
O trabalho de meditao rduo, difcil e maravilhoso, e existe uma hora para
come-lo: a hora agora; existe um local para faz-lo: em todos os lugares; e existe um
tempo para termin-lo: nunca mais.
PAZ INVERENCIAL!