Barroco
Barroco
Barroco
11º Ano AV
(2009 – 2010)
Professor: Luís Paulo Ribeiro
BARROCO
Módulo 6: A CULTURA DO PALCO
- Texto com três parágrafos intitulado, “O Século XVII na Europa”. A ele está associado a uma
frase introdutória apresentada nestes termos:
“O século XVII não se limita aos esplendores da Roma Barroca nem a Le Nain É mais
complexo e mais rico e mais interessante”.
2º Parágrafo (resumido) – O século XVII, marcado pelos Estados Absolutos, pela civilização
barroca e pelos dogmatismos das igrejas católica e protestantes assume-se como sendo
constituído por três tipos de “sociedades”:
a) Uma república de sábios (baseada no cultivo, pelas elites culturais, de um saber
desenvolvido em torno das Academias e dos Salões);
b) Uma república de mercadores (constituída por homens de negócio apostados na
criação de riqueza e no seu uso como forma de alcançar prestígio político-social e
cultural, através do financiamento de artistas geniais);
c) Uma república de santos (constituída por missionários devotados a uma vida de
pobreza evangélica e à causa da difusão da fé pelo mundo, tendo projectado a
civilização europeia no Novo Mundo conferindo-lhe uma matriz ocidental).
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o triunfalismo religioso, associado ao absolutismo monárquico, ou o miserabilismo com que
muitos, no nosso tempo, tendem a caracterizar o século XVII.
R/ - A referida relação é tão estreita que não se pode avaliar o século XVII
encarando apenas uma das suas vertentes. Com efeito, as grandes realizações
culturais do século XVII viveram desta contradição entre a acumulação e
esbanjamento das riquezas, por parte das monarquias absolutas e despóticas, e a
pobreza dos povos por eles governados.
C/ – Desenvolvimento do módulo 6
(MUITOS PALCOS, UM ESPECTÁCULO)
I – 1618 -1714 – Do início da Guerra dos Trinta Anos ao final do reinado de
Luís XIV (o tempo)
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Forma de organização política, social e económica que prevaleceu na Europa durante os séculos
XVI, XVII e XVIII, ou seja, desde os Descobrimentos até às revoluções liberais iniciadas com a
Revolução Francesa de 1789.
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II – A Europa da Corte. O Modelo de Versalhes.
8 – Referir os dois grandes objectivos subjacentes à criação da Corte de Versalhes pelo rei
Luís XIV (p.34).
1º Objectivo – Regulamentação das dependências sociais da aristocracia baseada num
código de comportamentos e de etiquetas segundo o qual cada um desempenhava as
suas funções de acordo com o seu grau na escala aristocrática.
2º Objectivo – Estabelecimento de uma obediência e de um culto à pessoa do rei,
através da realização de cerimónias e rituais específicos.
Observação: Revelam estes dois objectivos uma forma de controlo real sobre a aristocracia que
o rodeava na Corte.
Observação: Deste modo, a chamada Corte – Estado transformou-se num palco da glória do
poder real e num templo de veneração dos soberanos.
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(O Palácio de Versalhes, modelo das cortes europeias)
11 – Interpretar o sentido atribuído à ideia de palco por parte dos autores da história do
século XVII (p. 37).
Os referidos autores tendem a considerar que se o mundo é um palco onde decorre a acção dos
homens, então, no tempo do absolutismo real, a Corte, a Igreja e a Academia eram os palcos
onde o espectáculo tinha um só e mesmo tema: a representação do poder do rei.
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21 – Dizer em que consistiu a acção específica dos jesuítas no contexto da Contra-Reforma
Católica (pp. 40-41).
Consistiu na prática da missionação em todas as partes do mundo e na orientação das
consciências baseadas nos exemplos de vida dos santos e mártires.
22 – Caracterizar, para além da acção dos jesuítas, a estratégia seguida pela Igreja da
Contra-Reforma para impor uma adesão à nova religiosidade (p.41).
Procurou expandir a mensagem cristã através da implantação de uma nova arte e de práticas
festivas destinadas a desenvolver devoções sentimentais.
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A justificação para um desenvolvimento do método de investigação científica no contexto da
revolução científica do século XVII, inspirada no pensamento científico de Galileu, reside no
surgimento de uma exigência científica da procura, através de um método, da verdade universal.
VI – Biografia
30 – Responder às questões formuladas no âmbito da Biografia sobre o Rei-Sol Luís XIV
(p.45).
VII – Acontecimento
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31 – Responder às questões formuladas no âmbito do Acontecimento relativo ao Tratado
de Utreque de 1713 (p.47).
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e) Das fachadas - No início, utiliza-se um grande frontão no corpo central e mais tarde
aposta-se em fachadas divididas em andares com formas ondulantes, concavas e
convexas;
f) Do portal principal – Adopta-se uma abundante decoração ornamental (esculturas,
cartelas, frontões, colunas etc.)
g) Da decoração interior – Cultiva-se o preenchimento da totalidade das superfícies
(paredes, abóbadas, cúpulas) privilegiando os frescos e as formas/linhas ondulantes
sugestivas de um espaço infinito.
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c) Da organização do espaço interior – Quanto à organização do espaço interior, o
primeiro andar ocupa um lugar central, na medida em que nele se situa, ao centro, o grande
salão de festas.
Para ligar os diferentes andares eram utilizadas galerias e escadarias imponentes com uma
decoração e cenografia teatrais que complementavam o ambiente festivo vivido no salão.
Os espaços privados nunca mereceram grande atenção em termos decorativos.
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Pensam, ainda, os estudiosos que a arte barroca se desenvolveu em estreita ligação com o
espaço urbano tendo contribuído para o seu embelezamento, como foi o caso de Roma que fez
desaparecer amplos e velhos espaços medievais para construir uma cidade nova com ruas e
avenidas rectas, praças largas, jardins luxuriantes, fontes extravagantes e surpreendentes
fachadas palacianas.
É o referido carácter fascinante e deslumbrante mencionado pelos estudiosos do barroco um
aspecto que deve ser relacionado com a sociedade do tempo muito marcada por uma dimensão
festiva da vida que se manifestava em múltiplos acontecimentos:
- Casamento;
- Nascimento e morte de um rei, rainha ou príncipe;
- Vivência religiosa traduzida em procissões, canonizações, autos-de-fé e representações
de mistérios;
- Encenação do poder dos reis absolutos e do papado vivido à volta do palácio (o caso
de Versalhes), da corte pontifícia e da cidade-capital do Estado que simbolizava o
espaço do exercício do poder do rei, enquanto cabeça da nação.
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h) Sentido cénico das obras (marcado pela teatralidade dos gestos e dos movimentos e
numa obediência a preocupações de enquadramento relacionadas com os locais em
que iriam ser colocadas).
Observação: Este último aspecto, relativo à localização de enquadramento, revela que as esculturas do barroco foram
feitas para serem apreciadas a partir de um, ou no máximo, de dois pontos de observação fugindo, assim, ao carácter
multifacial da escultura renascentista.
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a) Função decorativa;
b) Funções estruturais, honoríficas e alegórico-simbólicas.
Observação: Para cumprir estas funções a estatuária foi usada de muitos modos e em muitos espaços:
a) Em nichos, consolas ou mísulas (peanhas), nas fachadas dos edifícios (igrejas e
mosteiros) e nas paredes interiores onde se colocavam santos para veneração dos
fiéis;
b) Em filas horizontais sobre o parapeito das pontes e dos áticos dos edifícios ou em
escadarias e colunatas e até sobre os muros dos jardins;
c) Sob a forma de estátuas-colunas para sustentar tectos ou entablamentos assumindo
a designação de atlantes (no caso de as figuras serem masculinas) e cariátides (no
caso de as figuras serem femininas);
d) Sob a forma de monumentos escultóricos onde se misturam, de acordo com o gosto
barroco, a estatuária, o relevo e outros elementos arquitectónicos, tais como os
baldaquinos, púlpitos, retábulos e até mausoléus inseridos no interior das igrejas.
No contexto da produção da escultura barroca, a Igreja foi a entidade que mais encomendas fez
e que, por isso mesmo, mais influenciou a temática inspirada, em grande parte, na Bíblia (A.T e
N.T) e nos escritos dos grandes místicos da Contra-Reforma Católica, como é o caso de Santo
Inácio de Loyola e Santa Teresa de Ávila.
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a) Em temas marianos, como os da Sagrada Família (Virgem, S. José, e o Menino) e o
da Imaculada Conceição (dogma proclamado em 1854 através da bula papal
“Ineffabilis Deus”);
b) Em temas cristológicos, como as cenas da Paixão e de Cristo no Calvário (Via-
Sacra);
c) Em temas doutrinais, como o da representação simbólica do triunfo da Eucarístia e
das virtudes cristãs (teologais e cardiais ou morais);
d) Em temas ligados à figura do papa apresentado como líder espiritual exemplar
através de uma representação em atitudes de recolhimento e rodeado de imagens
alegóricas das virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e das virtudes cardiais ou
morais (prudência, justiça, fortaleza e temperança)
68 – Dizer de que modo a pintura barroca se transformou numa arte do espectáculo (p.74).
Transformou-se numa arte do espectáculo representando ambientes marcados pelo
deslumbramento, pela surpresa, pela encenação e pela luz.
Todos estes aspectos fazem parte da arte barroca no seu todo (arquitectura, escultura e pintura) e
foram enriquecidos cenicamente através de uma combinação, nos mesmos espaços, com a
música, teatro e ópera.
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(A pintura barroca móvel)
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a) O cultivo das tendências naturalistas de Caravaggio;
b) O respeito pelo realismo (o chamado realismo dos pobres);
c) A valorização da tendência para o dranmatismo (de acordo com a religiosidade e os
fortes contrastes sociais da cidade de Nápoles).
Observação: Integram esta escola artistas como: José Ribera, Salvatore Rosa, Jiusepe Reco, Luca Giordano,
Artemísia Gentileschi…
75 – Destacar alguns dos principais artistas italianos que se dedicaram à pintura mural
barroca (p.80).
a) Família Carraci;
b) Guido Reni;
c) Pietro da Cortona;
d) Andrea Pozzo;
e) Giovanni Lanfranco.
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V – O caso francês
A oposição Barroco-Classicismo na França do Rei-Sol, mito ou realidade?
(A arquitectura francesa)
76 – Determinar o impacto da acção cultural das academias na resistência à inovação
arquitectónica em França (p.82).
O impacto foi grande na medida em que as academias prolongaram o gosto clássico, em França,
de modo a limitar a expansão do Barroco e sujeitando-o a uma simbiose no contexto da qual:
a) Se garantiu uma permanência das estruturas arquitectónicas de gosto
renascentista/clássico;
b) Se aceitou apenas a novidade da gramática decorativa do Barroco.
Observação: Exemplo máximo da referida resistência é a construção, em plena época barroca, da colunata do Palácio
do Louvre, em Paris.
(A escultura francesa)
(A pintura francesa)
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d) Inglaterra – Prevaleceu a tradição gótica e o clássico barroco francês apenas se
aplicou ao plano urbanístico de Londres.
(escultura)
(pintura)
83 – Analisar a pintura do Norte da Europa no contexto da época barroca (p.90 - 94).
No norte da Europa (Flandres e Holanda), devido à Reforma Protestante, a pintura religiosa é
secundarizada e desenvolve uma forma de pintura de reduzida dimensão destinada às casas
burguesas e privilegiando uma temática ligada aos prazeres da vida trados de forma realista. A
par desta temática, a arte holandesa deste período retomou a tradição das naturezas-mortas
tratadas de acordo com uma técnica rigorosa e com um verismo sereno que, em nada se
assemelha ao gosto movimentado e violento, quer na forma, quer no cromatismo, típico do
Barroco.
De entre os vários nomes ilustres da pintura holandesa deste período (Pieter Paul Rubens,
Vermeer, Fans Hals) sobressai o nome de Rembrandt (1606-1669) que pintou obras célebres
de temática bíblica, como o “Filho Pródigo”, retratos (colectivos e individuais) e auto-retratos
(cerca de 80).
Como aspectos mais característicos da sua obra regista-se o facto de:
a) Ser introspectiva, psicológica na forma e tratamento da luz (reflectindo numa
influência de Caravaggio e do seu tenebrismo);
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b) Ter criado quadros que, na sua maioria, apresentam um tratamento difuso da luz
baseado no uso de amarelos e castanhos e na sugestão do dourado que na realidade
não existe;
c) Apresentar qualidades técnicas e materiais expressas por pinceladas soltas e
empastadas;
d) Mostrar retratos de aspecto pungente, mas reveladores de um exímio contador de
histórias;
e) Emprestar à representação das suas personagens uma tristeza e uma ternura tão
instintiva que se constituem numa revelação clara da sua verdade interior através do
seu aspecto exterior.
(O Barroco em Portugal)
85 – Situar no tempo o desenvolvimento do Barroco, em Portugal (p.98).
Prolongou-se pelos séculos XVII e XVIII abrangendo um longo período de crise político-social,
económica, cultural e artística que vai desde o domínio filipino (1580 -1640) até ao reinado de
D. João V (1706 – 1750).
(Escultura)
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- No segundo período (“barroco pleno”) prevaleceram as influências francesas e italianas
associadas à importação de obras e contratação de artistas estrangeiros (por ex.: Caude
Laprade).
(A talha)
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mais dinâmicas e cromaticamente contrastadas através da luz/sombra) e Vieira
Lusitano (considerado o maior pintor deste segundo período, cujas composições
revelam um sentimentalismo muito português).
(O azulejo)
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94 – Caracterizar o Barroco na sua versão brasileira (p.106).
A gramática decorativa do barroco brasileiro baseia-se em elementos da cultura local misturados
com outros de origem plataresca e mudéjar, como se pode ver em algumas obras da cidade de
Ouro Preto.
(Casos práticos)
95 – Analisar os dois casos práticos apresentados nas páginas 108 a 112 do livro.
O professor:
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(Luís Paulo Ribeiro)
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