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SISTEMAS DE PROTEÇÃO COLETIVA

10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas


devem ser previstos e adotados, prioritariamente, medidas de
proteção coletiva aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a
serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores.

No desenvolvimento de todos os serviços em instalações elétricas, incluindo-se


implicitamente o meio ambiente de trabalho, no qual se realizam os serviços,
devem ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção de
caráter coletivo, que visam à prevenção de acidentes/incidentes do conjunto de
trabalhadores envolvidos, direta ou indiretamente (item 10.1.1), com a situação de
risco. As medidas de proteção complementam-se, normalmente, com a aplicação de
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), definido como dispositivo, sistema, ou
meio, fixo ou móvel, de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade
física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros.

É conceito universal que as medidas de proteção coletiva devem ser planejadas e


desenvolvidas com a análise de risco realizada (item 10.2.1) e aplicadas mediante
procedimentos, entendido como forma padronizada do proceder (fazer) ou
implantar a medida de proteção programada. O procedimento deve ser
documentado, divulgado, conhecido, entendido e cumprido por todos os
trabalhadores e demais pessoas envolvidas.

Deve-se ainda observar que a palavra “prioritariamente” empregada no texto


determina aquilo que tem a preferência de execução e impõe a condição de
seletividade e que a possibilidade da aplicação de medidas de proteção coletiva
deve se antecipar, obrigatoriamente, a todas as demais medidas de proteção
possíveis de adoção na situação considerada.

10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem,


prioritariamente, a desenergização elétrica conforme estabelece
esta NR e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança.

Impõe-se que a desenergização elétrica, aplicada conforme definição contida no


subitem 10.5.1, dentre todas as medidas de proteção coletiva ao risco elétrico,
deve ser a primeira a se considerar, ou seja, ter a primazia de estudo da

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viabilidade para a aplicação. Quando a medida de proteção coletiva
“desenergização elétrica” for impossível de aplicação, na seqüência seletiva de
escolha da medida de controle coletiva a ser adotada., deve-se empregar a
“tensão de segurança”, que no SEP não é operacional, restando então à opção de
metodologia em linha viva ou energizada.

O uso da extra baixa tensão como medida de proteção das pessoas contra os
choques elétricos é tratado na NBR-5410/2005 no item 5.1.2.5 sob o título de
SELV (Separated Extra Low Voltage) e PELV (Protected Extra Low Voltage). Sua
aplicação correta exige o atendimento de uma série de requisitos específicos.

Metodologia de trabalhos em linha viva ou energizada específica de cada


segmento do SEP, exigindo ações na rede como “bloqueio” de religamento
automático dos alimentadores para segurança da equipe que está na atividade,
como citaremos a seguir.

10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no


subitem 10.2.8.2., devem ser utilizadas outras medidas de proteção
coletiva, tais como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras,
sinalização, sistema de seccionamento automático de alimentação,
bloqueio do religamento automático.

Trata-se de um subitem e, portanto, subordinado ao anterior 10.2.8.2,


determinador de que quando não forem viáveis de aplicação das medidas de
segurança “desenergização e tensão de segurança”, na situação considerada, fica
liberada a adoção de outras medidas de segurança de proteção coletiva,
exemplificando-se:

Isolação das partes vivas

Processo que consiste na interposição ou separação das partes energizadas,


mediante a aplicação de materiais eletricamente isolantes, de forma a impedir a
passagem de corrente elétrica (tratado no anexo B da NBR – 5410/2005).

Uso de barreiras ou invólucros

O uso de barreiras ou invólucros, como meio de proteção básica, destina-se a


impedir qualquer contato com as partes vivas.
As partes vivas devem ser confinadas no interior de invólucros ou atrás de
barreiras que garantam grau de proteção no mínimo IPXXB ou IP4X. Admite-se
que aberturas maiores possam ocorrer, durante a substituição de partes (como na
troca de lâmpadas ou fusíveis), ou serem necessárias ao funcionamento adequado

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de um equipamento ou componente, conforme as especificações a ele aplicáveis,
adotando-se as seguintes providências:

a) Tomar precauções para impedir que pessoas ou animais toquem


acidentalmente as partes vivas;
b) Garantir, na medida do possível, que as pessoas sejam advertidas de que as
partes acessíveis através da abertura são vivas e não devem ser tocadas
intencionalmente; e
c) A abertura deve ser a mínima compatível com a necessidade de substituição
da parte consumível ou de funcionamento adequado do componente ou
equipamento.

Quando o invólucro ou barreira compreender superfícies superiores, horizontais,


que sejam diretamente acessíveis, elas devem garantir grau de proteção no
mínimo IPXXD ou IP4X.

As barreiras e invólucros devem ser fixadas firmementes e apresentarem


robustez e durabilidade suficientes para preservarem os graus de proteção
exigidos e a separação adequadas das partes vivas, nas condições de serviços
normais previstas, levando-se em conta as condições de influências externas
pertinentes.

Quando for necessário remover as barreiras, abrir os invólucros ou remover


partes dos invólucros, tal ação só deve ser possível:

a) Com a ajuda de chave ou ferramenta; ou


b) Após desenergização das partes vivas protegidas pelas barreiras ou
invólucros em questão, exigindo-se ainda que a tensão só possa ser
restabelecida após recolocação das barreiras ou invólucros, ou
c) Se houver ou for interposta uma segunda barreira, entre a barreira ou
parte a ser removida e a parte viva, exigindo-se ainda que essa segunda
barreira apresente grau de proteção no mínimo IPXXB ou IP2X, impeça
qualquer contato com as partes vivas e só possa ser removida com o uso de
chave ou ferramenta.

Barreira

A Barreira é um dispositivo que impede todo e qualquer contato com as partes


vivas. Elas não devem ser removidas sem o uso de chaves ou ferramentas ou,
alternativamente, sem que as partes protegidas sejam previamente desligadas. A
Barreira, associada à “regra do dedo”, visa a impedir que as partes energizadas

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sejam acessadas pelos dedos, o que equivale a dizer que as barreiras não devem
apresentar aberturas que permitam a inserção de corpo sólido com diâmetro
superior a 12 mm (tratado no anexo B da NBR-5410/2005 - P2X da IEC
60529:2001).

Invólucro

Dispositivo ou componente envoltório de separação das partes energizadas com o


ambiente, destinado a impedir qualquer contato com as partes internas
energizadas (quadros, caixas, gabinetes, painéis, ...) (tratado no anexo B da NBR-
5410/2005).

Obstáculos

Elemento que impede o contato acidental, mas não impede o contato por ação
deliberada (correntes, fitas, cordões, cones, ...).

Sinalização

É uma medida simples e eficaz para prevenir acidentes de origem elétrica. A


sinalização é um procedimento de segurança que promove a identificação
(indicação, informação, avisos, ...), as orientações (instruções de bloqueios, de
direção, ...) e advertências (proibição e impedimentos) nos ambientes de trabalho,
devendo ser aplicada para situações envolvendo os serviços e instalações
elétricas. Pode ser utilizada em conjunto com o obstáculo, como nas atividades da
distribuição de energia elétrica.

A sinalização pode ser fornecida através de sistemas luminosos, sonoros ou


visuais.

Seccionamento automático de alimentação

Princípio de proteção contra choques por contatos indiretos, que consiste em


provocar o seccionamento de um circuito de forma automática pela ação de um
dispositivo de proteção (disjuntores, fusíveis, ...) Este método é utilizado como
proteção para impedir que na ocorrência de falta (contato) entre parte viva e
massa ou parte viva e condutor de proteção se originem tensões entre massas e
terra, superiores ao limite denominado máxima tensão de contato permissível com
duração superior a tempos predeterminados.

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A aplicação deste princípio de proteção depende dos esquemas de aterramento
(TN; TT; IT), das influências externas dominantes (umidade ...) e da existência de
proteções adicionais (NBR-5410/2005 item 5.1.2.2.4).

As proteções adicionais compreendem equipotencialização suplementar ou o uso de


dispositivos de proteção a corrente diferencial-residual (DR) com corrente
diferencial residual igual ou inferior a 30 mA, no caso da alta tensão, os relés
sensíveis. Estes dispositivos não se constituem em uma proteção completa e não
dispensam o emprego de outra medida de proteção contra contatos diretos, porem
são obrigatórios quando os circuitos alimentarem equipamentos usados em locais
externos às edificações ou locais sujeitos à umidade entre outros.

Conceito de Proteção - O objetivo da instalação de um sistema de proteção nos


equipamentos elétricos do SEP, consiste em detectar os defeitos e isolá-los o
mais rápido possível.

Um sistema de proteção deverá sempre estar coberto por outro sistema de apoio
que compõe a chamada proteção de retaguarda. Os sistemas elétricos exigem
dispositivos de proteção com altíssimo grau de confiabilidade e precisão chamado
relê de proteção.

Relé de Proteção

Os relés de proteção são dispositivos que têm por finalidade, proteger um


determinado circuito ou equipamento elétrico contra condições anormais
(defeitos) de operação.
Os relés detectam as grandezas elétricas (tensão, corrente, freqüência) dos
circuitos ou equipamentos que estão protegendo.
Em caso de anormalidade onde o valor limite destas grandezas (pré-ajustadas no
relê) é ultrapassado, o relê opera, e envia um comando de desligamento ao
disjuntor correspondente ao alimentador ou equipamento defeituoso. Desligando o
disjuntor haverá a interrupção automática da fonte de energia.
A imediata operação do relê irá evitar, ou pelo menos minimizar, grandes danos ao
sistema e também proteger pessoas contra acidentes.
Os relés são instalados nas subestações, sendo que a finalidade básica destes
dispositivos é detectar valores de tensão e corrente, diferentes dos valores pré-
ajustados. Possuem tipos e ajustes específicos e necessitam de valores nominais
de tensão e corrente bastante pequenos (5 A ou 115 V), daí a necessidade de
serem sempre conectados aos transformadores de potencial ou de corrente.
Os relês podem ser classificados quanto à sua função e tempo de operação, o qual
pode ser instantâneo ou temporizado.

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Nos relés instantâneos, quando circula na sua bobina um valor de corrente maior
que o pré-ajustado, seus contatos fecham instantaneamente.
Nos relés temporizados o fechamento dos contatos é feito através do
acionamento de um disco de indução.

Listamos abaixo, os principais relés instalados em Subestações:

NÚMERO NOME
50-N relé de sobrecorrente instantâneo de neutro
50-V,A,B relé de sobrecorrente instantâneo de fase
51-N relé de sobrecorrente temporizado de neutro
51-V,A,B relé de sobrecorrente temporizado de fase
51-GS relé de sobrecorrente temporizado sensor de terra
79 relé religador
87-T relé diferencial de transformador, fases V, A, B
87-AT relé diferencial de autotransformador, fases V, A, B
86-T relé de bloqueio do transformador
86-AT relé de bloqueio do autotransformador
86-A relé de bloqueio de alimentadores
86D relé de bloqueio de disjuntor
86-C relé de bloqueio de bancos de capacitores
27 relé de subtensão de corrente contínua ou corrente alternada
27-O relé de tensão nula de corrente continua
27-P relé de tensão de corrente contínua da cabine de proteção 15
kV
62 relé temporizador
71 relé indicador de nivel de óleo
26-Q relé de temperatura do óleo
26-T relé de temperatura do enrolamento
63 relé de pressão – Bulchholz
63 relé de pressão – fluxo de óleo
81 relé de subfrequencia
79-CO Chave liga/desliga o relé 79
87-CO Chave liga/desliga o relé diferencial
Relé auxiliar – impede religamento de alimentador com
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cogerador

Bloqueio do religamento automático

Sistema normalmente aplicado aos circuitos do Sistema Elétrico de Potência -


SEP, que impede o religamento automático de um circuito da rede elétrica na
ocorrência de irregularidade. Esse procedimento de bloquear o religamento
automático é utilizado para trabalhos em rede energizada método ao contato,
potencial, comissionamento de rede, teste de equipamentos novos na rede, entre
outros, de tal forma que o sistema não se reenergize automaticamente no caso de
ocorrência de uma falta (contato entre fases ou entre fase e terra).

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O esquema é comandado por um relê de religamento automático (79). Os
alimentadores de 11.9 KV a 23 KV possuem em geral dois religamentos, como
veremos a seguir:
Quando ocorre um defeito no circuito o alimentador é desligado pela sua proteção
relê (50) e/ou (50N), o relê de religamento entra em funcionamento, enviando um
comando para ligar o alimentador de forma instantânea (aproximadamente 1s).
Se o defeito persistir, o alimentador agora é desligado pela sua proteção relê (51)
e/ou (51N), o relê de religamento entra em funcionamento, voltando a religar o
alimentador pela 2ª vez, após um tempo aproximado (20 segundos).
Se após o segundo religamento o defeito persistir, o alimentador é desligado
novamente pela proteção temporizada (51) e/ou (51N), ficando o relê de
religamento automático autobloqueado. Para trabalhos na rede metodologia linha
viva o relé 79 terá seu religamento automático “bloqueado”.

CHAVE FUSÍVEL

Dispositivo destinado para a proteção de trechos de rede ou equipamentos contra


eventuais sobrecorrentes e para manobras de interrupção energizadas ou isolação
de ramais ou equipamentos.

Componentes:

1. Isolador
2. Terminal de Linha
3. Gancho para LB
4. Argola
5. Cartucho
6. Terminal de Carga
7. Base de fusível

7
(3) (2)

(1)

(4)

(6)
(5)

(7)

• C = Orifício para colocar e retirar o cartucho??????

Funcionamento da Chave Fusível e Elo Fusível

• Quando percorrido por uma sobrecorrente o elemento fusível do elo se funde e forma-se
um arco elétrico entre as pontas partidas do elo. Durante o tempo que este arco elétrico
se mantém provoca a queima e decomposição parcial do tubo de revestimento interno do
cartucho. Os gases gerados por esta decomposição são constituídos basicamente de
monóxido de carbono e hidrogênio, desionizam rapidamente o espaço percorrido pelo arco e
quando a corrente de falha, passa pelo valor zero, o arco é então interrompido.

• Os gases se acumulam dentro do tubo com pressão que depende da grandeza da corrente
de falha. Esses gases comprimidos abafam e resfriam o arco elétrico e escapam através de
uma ou duas extremidades do cartucho, carregando consigo as partículas ionizadas que
manteriam o arco elétrico. Entretanto o escapamento inicial dos gases é mais lento do que
sua formação.

• Dispositivo de extração do elo fusível também coopera para a extinção do arco. Quando o
fusível se funde, o guia de extração do elo fusível, com a sua ruptura, desengata da
articulação do cartucho, expelindo a parte inferior do elo partido de dentro do tubo, faz
separar as pontas partidas do fusível, contribuindo assim para a extinção do arco elétrico.

Nota: As chaves fusíveis que não apresentarem gancho para LB deverão ser operadas com o
circuito desenergizado.

RELIGADOR AUTOMÁTICO

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Equipamento de proteção e manobra, em carga, automático, utilizado para eliminar
interrupções prolongadas no sistema de distribuição de energia elétrica, devido às
condições transitórias de sobre-corrente.

Princípio de Funcionamento

Religador interrompe o circuito, religando-o automaticamente após um tempo pré-


determinado até 4 vezes consecutivas. Após o 4o disparo o mecanismo de
religação fica travado na posição desligado.

Tipos e Características

No de CORRENTE CORRENTE CORRENTE TENSÃO CAPACIDADE


TIPO FASES MÍNIMA DE MÁXIMA DE
NOMINAL DOS ELOS
NOMINAL INTERRUPÇÃO
(A) OPERAÇÃO (A) (kV) FUSÍVEIS
(A) (A)

BOBINA BOBINA
SÉRIE TERRA

R 3 100 200 70 4000 6.6 e 140


13.2
R 3 160 320 100 4000 6.6 e 200
13.2
R 3 225 450 150 4000 6.6 e ---
13.2
RV 3 100 200 70 4000 23 140
RV 3 140 280 100 4000 23 200
KF 3 100 200 70 6000 13.2 140
KF 3 160 320 100 6000 13.2 200
KF 3 225 450 150 6000 13.2 ---
L 1 100 200 --- 6000 13.2 140

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Religador Automático Trifásico – Tipo KF

• Equipamento controlado eletrônica/hidraulicamente. Seus contatos principais são


interrompidos em uma câmara de vácuo, o que lhe dá vantagens adicionais tais como: menor
tamanho e peso e necessidade de pouca manutenção.

Religador Automático Trifásico – Tipo CVR

Equipamento que apresenta interruptores de circuito a vácuo e mecanismo


atuador isolado em gás SF6 controlado e operado através de caixa de controle
eletrônica.

Nota: O gás SF6 apresenta alta rigidez dielétrica.

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SECCIONALIZADOR AUTOMÁTICO

• Dispositivo utilizado para operar em conjunto com o religador automático, sendo ligado em
série no lado da carga do religador.

• Seccionalizador não é construído para interromper corrente de falhas, no entanto, tem


capacidade para interromper correntes de carga de até 160 por cento do valor da
capacidade nominal da bobina no mecanismo de contagem. O seccionalizador conta os
desligamentos do religador, podendo ser ajustado para contar de 1 a 3 desligamentos.

Princípio de Funcionamento

• O mecanismo de contagem é acionado sempre que a corrente na linha atinja ou ultrapasse


160% o valor nominal da bobina de mecanismo de contagem. De acordo com a graduação
estabelecida, ao completar o número de operações, o seccionalizador automático isola o
ramal no qual está instalado, trecho da linha sentido carga. O seu religamento só pode ser
feito manualmente com o auxílio de uma vara de manobra ou telescópica.

Tipo

• GH de fabricação MC GRAW – EDISON

Características

• Tensão de Operação: 13,2 kV


• Tensão Máxima Nominal: 14,4 kV
• Corrente Nominal de 70A, utilizar elo fusível de 80A.
• Corrente Nominal de 100A, utilizar elo fusível de 100 A

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COORDENAÇÃO DA PROTEÇÃO (RA, SA e ELOS FUSÍVEIS).

Dois ou mais elementos de proteção estão coordenados entre si para uma determinada condição de
defeito, o elemento de proteção que está mais próximo da zona defeituosa opera antes que os
outros. Isto se explica mais claramente com o seguinte esquema:

3 contagens

Os elementos de proteção da figura acima, religador, seccionalizador e


fusível, estão coordenados entre si. Qualquer defeito que ocorrer depois do elo
fusível (por exemplo, no ponto F) faz com que em primeiro lugar queime o fusível e
isole a zona defeituosa antes que o seccionalizador ou o religador abra
definitivamente seus contatos.

Para melhor entendimento, vejamos o que acontece com os 3 elementos da


figura acima quando ocorre um defeito (curto-circuito) no ponto F.

Tanto o religador como o seccionalizador sentirá a corrente de curto-


circuito. Ao ocorrer isso, o religador abre seus contatos e o seccionalizador conta
então esta primeira operação instantânea de abertura do religador.

Após decorrer um tempo, o religador torna a fechar seus contatos (curtos-


circuitos permanentes). Nesta 2a operação de fechamento, o religador permanece
com seus contatos fechados durante um tempo maior, ou seja, sua 2a operação é
de natureza retardada.

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Isto é feito a fim de que o elo fusível queime durante esta operação
retardada do religador, pois o tempo para a queima do elo fusível é menor do que o
religador leva para abrir seus contatos na operação retardada.

Após a zona defeituosa ter sido isolada por esta ação de queima do fusível,
tanto o religador como o seccionalizador voltará a sua posição inicial, pois nem o
religador e nem o seccionalizador completaram o número de operações para
abertura definitiva de seus contatos.

O religador é um dispositivo de proteção que, quando ocorre qualquer


defeito no circuito em que se encontra, abre automaticamente seus contatos e
torna a fechá-los após um determinado tempo. Ele repete essa operação por 4
vezes (normalmente 2 instantâneas e 2 retardadas na companhia) antes de
desligar definitivamente seus contatos.

Aterramento

Este material tem o objetivo de divulgar a adequada técnica de


aterramento temporário, para garantir segurança ao pessoal de manutenção de
linhas de transmissão e estações, durante a execução de serviços em
equipamentos e/ou instalações desenergizadas.
Tipos: Alta e baixa tensão;
Finalidade: Equalizar as fases com o ponto aterrado;
Inspeção visual: Defeitos nas conexões, molas e travas e oxidação. Limpar
os grampos do conjunto de aterramento periodicamente com escova de aço,
para garantir uma boa conexão. Em caso de atuação do conjunto de
aterramento, o mesmo deverá ser inutilizado;

Definições/fundamentos técnicos

Aterramento Temporário
Ligação elétrica intencional e de baixa impedância com a terra, executada no
intervalo de tempo necessário à intervenção em um equipamento e/ou instalação
desenergizada.

Segurança Pessoal
O objetivo principal do aterramento temporário para intervenção em
equipamentos ou instalações é o de fornecer segurança ao pessoal envolvido (pela
limitação da corrente que pode circular no corpo humano) em caso de energização

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acidental, descarga atmosférica, tensão estática e tensão induzida capacitiva
e/ou eletromagnética.

Aterramento Temporário.
É o conjunto de componentes para ligações da malha terra (ou estrutura) aos
condutores/equipamentos onde se executará os serviços com a finalidade de
segurança pessoal, composto de: cabo condutor, grampos de fixação (à terra e aos
condutores/equipamentos a serem aterrados), bastões de manobra para
aterramento, bastões de manobras auxiliares, etc.

Tensão Estática
Devido ao atrito com o vento e com a poeira, e em condições de ambiente seco as
linhas sofrem uma contínua eletrização, que se somam às demais tensões
presentes. As tensões estáticas crescem continuamente e após longos períodos de
tempo podem ser relativamente elevadas.

Tensão Induzida
Podemos ter tensões induzidas na linha ou equipamento devido ao acoplamento
capacitivo e eletromagnético.

Tensões Induzidas Capacitivas


Se dois condutores estiverem separados por um dielétrico e em potenciais
diferentes, surgirá entre ambos o efeito capacitivo. Este fenômeno ocorre, por
exemplo, quando da existência de linha ou equipamento energizado na vizinhança
de equipamento ou linha desenergizada.
Quanto maior a proximidade, maior a tensão induzida e esta pode ser
suficientemente grande para se tornar perigosa, e às vezes fatal ao homem de
manutenção.

Tensões Induzidas Eletromagnéticas


São tensões induzidas por linha ou linhas energizadas que cruzam ou são paralelas
à linha ou equipamento desenergizado no qual se trabalha, mesmo que estejam
aterrados.
Dependem da distância entre as linhas, das correntes de carga das linhas
energizadas, do comprimento do trecho onde há paralelismo ou cruzamento e da
existência ou não de transposição nas linhas.
No caso de uma linha aterrada em apenas uma das extremidades, a tensão
induzida eletromagnética tem seu maior valor na extremidade não aterrada e se
ambas as extremidades estiverem aterradas, existirá uma corrente fluindo no
circuito formado com a terra.

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CARACTERÍSTICAS DO CONJUNTO DE ATERRAMENTO TEMPORÁRIO.
O conjunto de aterramento temporário deve atender as seguintes características:
_ conduzir a máxima corrente de curto-circuito pelo tempo necessário à atuação
do sistema de proteção, garantindo a segurança do homem de manutenção, no caso
de energização.acidental da linha ou instalação, além de conduzir correntes
induzidas de estado permanente;
_ suportar os esforços mecânicos criados pelas correntes de curto-circuito;
_ garantir um baixo valor de resistência ôhmica para a terra;
_ manter, por ocasião da corrente de curto-circuito, uma queda de tensão,
através de sua parte condutora;
_ os bastões para a execução do aterramento devem possuir desenergização
compatível com a classe de tensão do equipamento ou linha em que serão
realizados os trabalhos.
Obs: Não devem ser reutilizados conjuntos de aterramento que foram submetidos
a corrente de curto-circuito.

CARACTERÍSTICAS DOS COMPONENTES DO CONJUNTO DE


ATERRAMENTO TEMPORÁRIO

Cabo Condutor
O cabo condutor do conjunto de aterramento temporário deve:
_ ser ótimo condutor;
_ ser extra-flexível;
_ possuir revestimento transparente, para visualização do condutor interno;
_ ter comprimento compatível com a necessidade da instalação;
_ ter seção compatível com a corrente de curto.

Grampos de Aterramemto
Os grampos para o cabo de aterramento devem:
_ ter capacidade de condução da corrente máxima de curto-circuito, suportável
pelo cabo do conjunto de aterramento temporário;
_ fornecer boa conexão elétrica e mecânica no condutor a ser aterrado;
_ Possuir dispositivo para fixar o cabo por cima do revestimento protetor
(isolação), tornando rígida a conexão do cabo-grampo, evitando assim danos ao
condutor por flexão;
_ possuir suporte de "descanso” com a finalidade de apoiar o outro grampo do
mesmo cabo de interligação de fases (antes da conexão do último grampo deste
cabo); há necessidade de 2 grampos equipados com “descanso” em cada conjunto
de 3 cabos para uso em estações.

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Varas de Manobra/Bastão
As varas de manobra para uso no conjunto de aterramento temporário devem:
_ possuir encaixe tipo universal;
_ possuir elevada resistência mecânica e excelentes qualidades dielétricas;
_ ter comprimento compatível (articulado quando necessário) com a classe de
tensão da instalação sob trabalho, com respeito à distância de segurança mínima.

Suporte de Descanso para Grampo de Aterramento


Acessório instalado no grampo de aterramento, com a finalidade de transportar o
outro grampo do mesmo cabo (que segue para interligação entre 2 fases) quando
da conexão do primeiro dos grampos; deve ser resistente a esse esforço
mecânico, ter diâmetro compatível com a abertura dos grampos e de peso que não
comprometa o conjunto grampo-descanso.

Conjunto de Equipamentos Auxiliares


Acessórios com a finalidade de auxiliar no içamento do bastão de manobra já
conectado ao grampo do cabo de aterramento temporário quando da fixação ao
equipamento/instalação a ser aterrado;

Estojo para Acondicionamento e Transporte do Conjunto de Aterramento


Temporário
O estojo/sacola deve ser de material impermeável para proteção das varas de
manobra (e demais acessórios) e acondicionar somente um conjunto, de maneira
tal que as varas não sofram atrito no interior do estojo (para que o verniz isolante
do revestimento das varas não seja arranhado);

PROCEDIMENTOS

Precauções no Aterramento de Linhas de Transmissão e em Estações


_ observar constantemente as instruções normativas vigentes relativas à
segurança no trabalho em linhas de transmissão e em estações;
_ o aterramento só pode ser executado após a execução do teste de ausência de
tensão no equipamento/instalação no qual se vai trabalhar;
_ com exceção dos trabalhos que obrigatoriamente exijam equipamento(s) ou
instalação(ões) sem aterramento, nenhuma intervenção em equipamento/instalação
será iniciada sem que o(s) equipamento(s) ou instalação(ões) esteja(m)
perfeitamente sinalizado(s) e aterrado(s);
_ proceder quanto aos cabos pára-raios de LT isolados do mesmo modo que para
cabos condutores;
_ considerar, antes do aterramento temporário, todos os condutores (inclusive os
cabos pára-raios isolados) de média/alta tensão como energizados;

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_ tomar precaução e dar especial atenção (antes de executar o aterramento
temporário) para equipamentos que, mesmo após desligados, permanecem com uma
carga elétrica residual, por exemplo, aguardando 30 minutos, no caso de
capacitores e cabos subterrâneos de 88 e 138 kV; 1 hora, para cabos
subterrâneos de 230 kV; 4 horas, para cabos subterrâneos de 345 kV (ver
instruções específicas na instrução normativa);
- no caso de disjuntores que possuem capacitores de equalização em paralelo com
câmaras interruptoras, como por exemplo os tipos PK 4A - Delle Alsthom, DLF
362 – Brown Boveri, 245 MHM - Magrini, FA 2 – Lorenzetti - Inebrasa, 3AS2 e
3AT2 - Siemens, etc, após desligamento do disjuntor e desenergização completo
do mesmo e estando o disjuntor liberado para o pessoal da Manutenção
(seccionadoras anterior e posterior abertas), proceder da seguinte maneira, antes
de qualquer serviço:
o sinalizar a área;
o efetuar o teste de ausência de tensão;
o religar o disjuntor, a fim de descarregar os capacitores;
o aterrar o disjuntor.
_ caso o conjunto de aterramento (já conectado à vara de manobra) seja muito
pesado, o homem de manutenção deve ser auxiliado por outro que, através da
carretilha e corda, aliviará o peso do cabo. É proibida a prática de segurar o cabo
pelo conector (com as mãos) no ato da conexão a um equipamento ou instalação a
aterrar;
_ não utilizar pontos de neutro de equipamentos como aterramento, mesmo que
sejam facilmente acessíveis, pois possa não estar diretamente ligados a terra;
_ manter o pessoal de manutenção posicionado (quando em serviço) afastado, se
possível, dos cabos de aterramento temporário, fornecendo assim uma segurança
contra os golpes dos cabos oscilados pela corrente de curto-circuito, numa
eventual ocorrência;
_ o pessoal de manutenção situado no solo deve manter-se afastado das
estruturas para evitar a possibilidade de choques elétricos (potenciais de toque).

Localização dos Aterramentos Temporários

_ nos condutores da linha desenergizada, nas estruturas anterior e posterior


àquela em que o serviço será realizado;
_ em ambos os lados do ponto a ser seccionado, quando da execução da
abertura/fechamento de jampes ou da desconexão/conexão de cabos condutores.
_ nos condutores de ambos os lados da área de trabalho;
_ em local onde seja(m) facilmente visualizado(s);
_ em todos os terminais dos cabos de média e/ou alta tensão (de entrada e de
saída, ou de ambos os lados) do(s) equipamento(s) sob intervenção;

17
Execução do Aterramento Temporário

Em Linhas de Transmissão

_ comunicar-se com a Operação solicitando o desligamento da linha de


transmissão (esta atividade deve ser executada pelo responsável e próximo ao
local onde será executado o aterramento, de posse do documento referente);
aguardar o Número da ordem de serviço - Ordem de Impedimento de Equipamento
e o Número do TLE - Trabalho em Linha Energizada (quando tratar-se de dois ou
mais circuitos dispostos na mesma estrutura), conforme a Norma de Operação
Interna;
_ descarregar o veiculo próximo ao local de execução dos serviços;
_ vistoriar as condições do equipamento de aterramento temporário (bastões,
corda isolante, carretilha) aprontando-os para uso, verificando ainda as conexões
entre os cabos de aterramento e os grampos de conexão (procurando detectar
possíveis rompimentos no(s) cabo(s) e/ou anormalidade nos grampos);
_ planejar o aterramento; o responsável pela turma deverá informar (e coordenar)
quais os serviços que serão executados, e onde serão executados (indicando nome
e circuito da LT/Ramal), mostrando-os aos membros da turma para que não haja
dúvidas; deverá ainda distribuir as tarefas entre os membros da equipe (após
recebido e confirmado o Número de Ordem de Impedimento);
_ executar primeiro o teste de detecção de tensão pelo aparelho de teste, para
comprovar o real desenergização da instalação a ser aterrada;
_ içar os conjuntos de aterramento temporário através do uso de carretilhas ou
corda de serviço;
_ conectar o grampo de fixação (ponto de terra) do cabo de aterramento
temporário a uma das peças da estrutura de forma a ser obtido um bom contato
(no caso de estruturas pintadas, deve-se remover totalmente a camada de tinta
no local da conexão);
_ o cabo de aterramento temporário deverá ser acoplado na vara de manobra pelo
grampo de aterramento. Em seguida dirigí-lo ao cabo condutor da fase a ser
aterrada e por fim apertar o grampo, observando que a seqüência de colocação é
da fase inferior para superior ou da mais próxima ao eletricista, para a mais
afastada;
_ sinalizar as fases liberadas, conforme instrução normativa relativa à Segurança
do Trabalho em Linhas de Transmissão Aéreas;
_ a sistemática de retirada da sinalização e do aterramento temporário é inversa
à de colocação, começando pela retirada da sinalização e desconexão do grampo
fixado no condutor da fase superior (ou a mais afastada), levando em
consideração que já não há mais necessidade do aterramento temporário e já
existem condições de liberação do equipamento ou instalação;

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_ o responsável pela turma, após a última das atividades, deverá verificar se as
sinalizações e os aterramentos temporários foram retirados e se não existe mais
nenhum obstáculo para a entrega da LT à Operação;
_ estando em condições (a LT), o responsável pela turma deverá entrar em
contato com a Operação informando que todos os aterramentos temporários, sob
sua responsabilidade foram retirados e solicitar a retirada do Número de Ordem
de impedimento (confirmando a retirada deste).

Em Estações
_ na estação, o responsável pelos serviços deverá comunicar-se com o operador
entregando-lhe o(s) (Documento de Impedimento de Equipamento), solicitando a
desenergização do(s) equipamento(s) ou instalação (ões);
_ descarregar o veículo próximo ao local da execução dos serviços, veículo este
carregado previamente no Centro de Manutenção com os equipamentos vistoriados
e testados, não só os de aterramento como os outros de uso necessário na
execução dos serviços;
_ preparar o equipamento de aterramento;
_ planejar o aterramento: o responsável pela turma deverá informar (e coordenar)
os serviços que irão ser executados, onde e por quem serão executados;
_ após as manobras executadas para o impedimento do(s) equipamento(s), o
responsável e a turma deverão, em conjunto, conferir as manobras executadas,
confirmando o desenergização elétrico do(s) equipamento(s);
_ confirmado a desenergização do(s) equipamento(s), o responsável pela equipe
deve assinar o formulário OIE - Ordem de Impedimento de Equipamento;
_ sinalizar e delimitar a área de serviço (conforme instrução normativa relativa à
Segurança do Trabalho Em Estações);
_ executar o teste de ausência de tensão para comprovar o real desenergização
elétrico (de ambos os lados) do(s) equipamento(s) ou instalação (ões);
_ conectar o grampo de conexão à terra do cabo de aterramento temporário à
malha terra, tendo o cuidado de limpar o condutor da malha no ponto de conexão;
o outro grampo, conectar (com o auxílio de bastão) ao condutor da fase central;
_ esticar e amarrar o cabo de aterramento temporário em alguns pontos da
estrutura do equipamento/instalação, para evitar o chicoteamento provocado pelo
esforço mecânico quando de uma descarga pelo cabo de aterramento temporário;
_ desconectar o grampo da haste de “descanso” e conectá-lo a um condutor de
uma das outras fases ainda não aterradas (tendo o cuidado de executar o
movimento de limpeza da área de contato);
_ proceder de maneira idêntica com a outra fase deste lado do(s) equipamento(s)
ou instalação (ões);
_ proceder de maneira semelhante para o outro lado do(s) equipamento(s),
conforme os seis últimos subitens;

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Obs:
1- Se for necessário efetuar o aterramento utilizando-se outro arranjo (para
atender necessidades específicas), analisá-lo previamente em conjunto com o
responsável pelo serviço;
2- Nos casos em que a distância entre as fases do barramento for grande (por
exemplo: na classe de tensão 345 kV e 440 kV), o que dificulta a execução de
jamper entre os condutores, o aterramento pode ser feito conectando-se cada
fase diretamente a terra. Dessa maneira utilizar-se-á de um conjunto de
aterramento muito pesado, para tanto o eletricista deve instalar a carretilha com
corda (que irá içar os cabos e bastões para realizar o aterramento), posicionando-
a na altura da fase que será aterrada e assim sucessivamente para as demais
fases. O pessoal que estiver puxando a carretilha deverá ter o cuidado de
observar o balanço da corda, para evitar que esta venha a esbarrar em algum
equipamento ou circuito energizado.

_ no caso de instalação do cabo de aterramento no cabo de descida de pára-raios


com contador de descargas, o ponto de conexão a terra deve estar abaixo do
contador de descargas. O contador de descargas não pode ficar inserido no
circuito de aterramento;
_ a operação de retirada do aterramento temporário e de sinalização deve ser
executado na seqüência inversa à de colocação;
_ o responsável pela turma, após a última atividade, deverá verificar se todos os
aterramentos temporários foram retirados e se não existe mais nenhum obstáculo
para a entrega do(s) equipamento(s) ou instalação (ões);
_ na seqüência, o responsável deverá assinar a entrega do(s) equipamento(s)
/instalação (ões) no formulário OIE, solicitando junto ao operador a retirada do
Número de Ordem de Impedimento e confirmando o horário de retirada;

Em Estações Blindadas a SF6


_ os aterramentos são feitos através das chaves de aterramento, existentes em
vários trechos dos compartimentos da estação, comandadas pela Operação;
_ os procedimentos e cuidados de isolação e aterramento vão depender do arranjo
e das instruções específicas para cada estação.

MANUTENCÃO DO CONJUNTO DE ATERRAMENTO


Todos os componentes necessários para o aterramento de uma linha ou
equipamento deverão ser periodicamente inspecionados, como descrito abaixo:
_ verificar se existem fios partidos ou danos físicos no cabo, principalmente
próximo aos conectores, antes de cada utilização dos conjuntos de aterramento. A
conexão entre os cabos e os grampos deve ser rígida e limpa. As mandíbulas

20
serrilhadas devem ser limpas freqüentemente e substituídas quando estiverem
danificadas;
_ limpar os bastões isolantes e inspecionar quanto à existência de fissuras ou
outros danos, além de ensaio periódico de desenergização;
_ manusear, armazenar e transportar com cuidado o conjunto de aterramento, de
modo a preservar a sua boa condição de uso;

TREINAMENTO
Devido à variedade de soluções adotadas nos projetos de linhas de transmissão e
estações, é muito difícil estabelecer normas rígidas que sejam eficientes para
todos os casos.
Portanto, é válido afirmar que algumas recomendações de caráter mais amplo se
fazem necessárias, além das que estão descritas na presente instrução. Dentre
estas recomendações destacamos, além do planejamento de trabalho a cada
atividade, a necessidade de que todas as equipes de manutenção estejam
treinadas e capacitadas para a execução do aterramento temporário, conforme
orientações e procedimentos vigentes na empresa.

Acondicionamento
Sacola/compartimento para transporte de conjuntos de aterramento de AT.

10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser


executado conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos
competentes e, na ausência desta, deve atender às Normas
Internacionais vigentes.

Aterramento elétrico é uma ligação elétrica efetiva, confiável, intencional e


adequada a terra, entendida como a massa condutora com potencial elétrico,
convencionadamente, igual a zero, que visa garantir a integridade física dos
trabalhadores em redes elétricas, quando de um energizamento acidental,
evitando que a corrente elétrica circule por seu corpo, o que causaria
conseqüências perigosas e indesejáveis.

Em algumas situações de trabalho é obrigatória a adoção de aterramento elétrico


temporário, destinada a garantir a equipotencialidade e mantida continuamente
durante a intervenção na instalação elétrica.

21
Tendo conhecimento a respeito do choque elétrico, do percurso da corrente
elétrica pelo corpo humano e seus efeitos, o trabalhador de rede necessita adotar
um sistema de proteção quando em seus trabalhos em linhas elétricas
consideradas desligadas, que é o ATERRAMENTO TEMPORÁRIO DAS REDES E
LINHAS.

Ao se aterrar uma linha, as correntes devidas às tensões induzidas capacitivas e


às tensões estáticas, são drenadas imediatamente. Todavia, ainda existirá uma
tensão induzida eletromagneticamente.

Essa tensão é induzida por linhas energizadas que cruzam ou são paralelas à linha
ou equipamento desenergizado, dependendo dos seguintes fatores:

- distância entre as linhas;


- corrente de carga das linhas energizadas;
- comprimento do trecho onde há paralelismo ou cruzamento;
- existência ou não de transposição de linhas.

Os aterramentos devem fornecer proteção suficiente contra descargas elétricas


atmosféricas que possam atingir o trecho do sistema em manutenção.

Vazamentos de corrente elétrica através de trincas e rachaduras de porcelanas


de chaves fusíveis, corpos estranhos e jumpers improvisados, têm sido causas de
acidentes, principalmente em regiões poluídas e em épocas de chuvas.

A ligação de uma instalação a terra somente pode ser feita após a referida
instalação estar devidamente isolada de tensão em todos os seus terminais, e de
acordo com as seguintes condições:

Durante os testes para detecção de tensão através de dispositivo apropriado e no


aterramento temporário dos equipamentos, o pessoal não envolvido com tal
atividade, deverá manter-se afastado do local dos serviços.

O aterramento temporário do equipamento/instalação deve ser executado,


atentando-se para:

A instrução específica de aterramento móvel temporário;

Utilizar o aterramento temporário adequado;

Todos os dispositivos para o aterramento temporário de um condutor ou


equipamento/instalação deverão ser inspecionados antes de utilizados;

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O aterramento realizado através do aterramento temporário deve sempre iniciar-
se pela ligação do respectivo grampo de terra à malha de terra da instalação;

Em seguida, proceder à ligação ao condutor utilizando-se vara isolada e luva


isolante apropriada, tendo o cuidado de manter os cabos dos dispositivos
afastados do corpo no momento em que se estabelecer contato com o condutor a
aterrar, bem como de manter os pés, tanto quanto possível, unidos, como
prevenção contra possíveis tensões de contato ou de passo;

Quando duas ou mais equipes estiverem trabalhando numa mesma instalação, o


único responsável pelo serviço deverá providenciar a colocação dos aterramentos
temporários necessários ao serviço.

Os neutros dos equipamentos, bem como o trecho do condutor entre a base do


pára-raios e o contador de descargas, não devem ser utilizados como ponto de
aterramento móvel temporário, mesmo que sejam facilmente acessíveis;

c) Para segurança própria de cada equipe de manutenção em subestações devem


ser utilizados aterramentos móveis temporários, devidamente dimensionados para
a corrente de curto-circuito do local, instalados nas vias de acesso de tensão da
área sob serviço;

Estes aterramentos devem ser colocados em pontos próximos aos locais de


trabalho, não podendo haver em hipótese alguma, a possibilidade de
seccionamento do circuito, o ponto aterrado e a instalação ou equipamento a ser
trabalhado;

Os aterramentos móveis temporários usados pelas equipes de manutenção são


considerados como a condição principal e indispensável de segurança contra
tensões indevidas, pois são menos vulneráveis às ações de terceiros e garantem
maior segurança contra possíveis riscos de quedas acidentais de cabos
energizados ou descargas atmosféricas sobre o equipamento ou instalação isolado
para serviços;

Deve-se tomar especial atenção a fim de que o contato elétrico seja perfeito,
raspando-se previamente as tintas ou impurezas que o dificultem, e que entre
este contato e a malha de terra não haja a possibilidade de interrupção de
corrente;

Retirar o estado de equipotencialização entre fases/neutro de uma instalação


consiste em abrir a chave de aterramento ou em retirar o aterramento

23
temporário. Esta manobra somente poderá ser considerada concluída após a
confirmação no local, pelo operador ou empregado habilitado a manobrar, que a
chave de aterramento está aberta ou que o aterramento temporário foi retirado;

Cabe ao responsável pelos serviços coordenar a retirada dos aterramentos móveis


temporários utilizados para segurança da própria equipe de manutenção, e aqueles
instalados em substituição à chave de aterramento;

Sempre que existirem chaves de aterramento e haja necessidade de aterrar uma


instalação, estas devem ser utilizadas;

Em toda remoção de ligações a terra, as seguintes regras deverão ser obedecidas:

Antes de retirar qualquer aterramento móvel temporário, o responsável pelos


serviços deverá verificar se o mesmo se relaciona com os serviços executados
pela sua equipe;

É expressamente proibido retirar o aterramento temporário que não foi instalado


pela própria equipe, para atender as condições de segurança referente ao seu
serviço;

Se um equipamento/instalação estiver aterrado e for necessário remover o


aterramento por um breve período, para execução de ensaios elétricos, este
deverá ser reconectado imediatamente após o término dessa necessidade;

Com o bastão apropriado, desconectar em primeiro lugar a extremidade ligada ao


equipamento/instalação e, em seguida, a extremidade ligada à malha de terra, não
devendo haver nenhum contato direto entre o executante e os condutores;

Se, durante a execução de trabalhos sobre o condutor, surgir a necessidade de


seccioná-lo, deve ser previamente colocado um aterramento adicional, em ambos
os lados do seccionamento.

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CONFIGURAÇÃO TÍPICAS PARA INSTALAÇÃO
DO(S) CONJUNTO(S) DE ATERRAMENTO.
PARA LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO

Equipamentos

Detector de tensão
Destina-se a sinalizar ao trabalhador as condições de energização ou não
que se encontra a instalação ou equipamento onde pretende trabalhar. As faixas
de detecção do aparelho devem ser corretamente escolhidas e o mesmo deve ser
auto-testado antes do uso.

Do seu correto uso depende a segurança dos funcionários que entrarão em


contato com as instalações elétricas, contra choque elétrico, risco esse bastante
presente na fase inicial das tarefas. Deve ser usado obrigatoriamente para testar
qualquer instalação ou equipamento cujo energização tenha sido interrompida para
aterramento e intervenção. Deve ser mantido na embalagem original do fabricante
(estojo de madeira ou plástico), e deve conter sempre um jogo extra de pilhas
novas, além das que estiverem em uso.

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Detector de ausência de tensão

Destina-se a informar ao trabalhador de linha-viva as condições de


energizamento da instalação onde irá intervir. Deve ser colocado na instalação
elétrica antes do início dos serviços e só retirado após sua conclusão. Em caso de
falta de energia o detetor dará o alarme, devendo ser paralisada a tarefa e todos
os funcionários saírem do potencial da linha até que haja o retorno da tensão.
Após a instalação e soe a campainha, significará a ausência de tensão
elétrica na instalação, denunciando falha na manobra ou equipamento. Falhas e
erros devem sempre ser considerados, pois são previsíveis de ocorrer. Por isso se
justifica plenamente a utilização do detector de ausência de tensão.

DAC – Dispositivo de Abertura em Carga.


Utilizado na abertura de chaves seccionadoras, tipo “faca” ou fusíveis com
carga e na tensão até 23 KV, a corrente máxima de interrupção de até 600/900
ampéres. As chaves devem possuir ganchos para a fixação do DAC, e ser de boa
qualidade e robustez, para não se quebrarem durante a abertura (base C e NBI
110 kV).
Somente deve ser utilizado para as condições de carga definidas pelo
fabricante e operado funcionário devidamente treinado utilizando em
conformidade com os procedimentos operativos adotados pela empresa.
Deve ser acoplado a vara de manobra com no mínimo 3 elementos, de
diâmetro 38 mm.

Ohmímetro
É um aparelho destinado a indicar a resistência apresentada por uma
instalação de aterramento num determinado ponto.

Fasímetro
É um equipamento eletrônico composto de duas peças que são colocadas
diretamente em contato com as linhas energizadas com alta tensão. Um dos
componentes fica pendurado de um lado do circuito e o outro, é acoplado à ponta
de uma vara de manobra, através da qual se encosta o segundo componente à outra
linha. Caso o faseamento da linha seja possível, o equipamento indicará a tensão.
Caso o faseamento não seja possível, emitirá um assobio em tons alternados. É
usado para confirmar ou indicar a possibilidade de fechamento de anel entre
circuitos diferentes de uma mesma SE.

Rádio VHF/UHF e rádio-comunicação

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Os rádios VHF existentes nos veículos operacionais devem ser utilizados
estritamente para os serviços de operação e manutenção das RDs, LTs, SEs e
UHEs, evitando-se tanto quanto possível a ocorrência de congestionamentos
durante as manobras.
Assuntos diversos à operação, tais como recados referentes a ligações,
religações, inspeções, encomendas, etc, devem ser tratados preferencialmente
por telefone, ligando o eletricista à agência, de onde estiver, a cobrar. As
mensagens, tanto de quem transmite como de quem recebe, devem ser claras e
objetivas. Todas as ordens recebidas devem ser repetidas ao emissor.
Os rádios devem receber manutenção rotineira a fim de assegurar-lhes boa
qualidade e confiabilidade durante o uso, além de serem mantidos livres de
poeiras e umidade.
O sistema de comunicação via rádio é da maior importância, sendo seu
desempenho diretamente relacionado com a segurança, qualidade e rapidez dos
serviços executados, principalmente aqueles relacionados com a localização e
reparo de defeitos e atendimento a consumidores.
Não se deve transmitir informações duvidosas ou reter informações por se
julgar alheio ao assunto. Os rádios portáteis deverão possuir baterias extras de
modo a garantir sua autonomia por toda a jornada, além de eventuais emergências.
Exceto em casos emergenciais, não se deve sobremodular os colegas, nem utilizar
de câmbios longos, a fim de não ocupar a frequência além do necessário. As
comunicações deverão ocorrer de modo cortês e educadamente, sendo proibido o
uso de linguajar de baixo nível, palavrões, gírias e discussões via rádio.
Os usuários devem ser treinados internamente com relação à legislação e
conduta ética operacional no serviço de rádio-comunicação, sendo dispensados
desse treinamento os funcionários que sejam rádio-amadores devidamente
habilitados pelo Ministério das Comunicações (comprovação mediante
apresentação da respectiva licença).
É proibido ao condutor de veículo falar ao rádio ou telefone celular
enquanto dirige. Caso ocorra algum chamado, e não haja um companheiro ao lado
que possa atender à comunicação, o condutor deve procurar o lugar mais
conveniente e estacionar o veículo, para aí atender ao rádio ou telefone.

Sequencímetro
É um aparelho destinado a indicar a sequência de fases em uma determinada
instalação. Como é usado em fiação de baixa tensão energizada, deve-se tomar as
precauções necessárias para riscos elétricos.

Volt-amperímetro
Trata-se de um aparelho eletrônico, portátil, que pode indicar ao funcionário
condições de tensão e corrente elétrica presente em uma instalação. É usado nos
serviços de instalação de medidores, troca de tap de transformadores, troca de

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transformadores na rede de distribuição, etc. Deve ser transportado dentro do
estojo original e com cuidado.

Bibliografia:

Souza, João José Barrico de – Manual de auxílio na interpretação e aplicação da


nova NR10 : NR10 – Comentada/ João José Barrico de Souza, Joaquim Gomes
Pereira – São Paulo: LTr, ,2005.

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