Instruções para Amostragem de Graos
Instruções para Amostragem de Graos
Instruções para Amostragem de Graos
Instruções para
Amostragem
de Grãos
Dilma Rousseff
Superintendente de Armazenagem
Gerente de Armazenagem
Instruções para
Amostragem
de Grãos
ISSN: 2359-5612
Boletim Téc. Série Armaz., v. 1, n. 1,Brasília, p. 1-32, mar. 2015
Colaboradores: Andrea de Carvalho Oliveira, Antonio Carlos de Matos e Benevides, Antonio Flavio
Ramos Leite, Athina Barbara Medeiros E Souza, Basílio Jose Rezende, Carla Teles Magoga Medeiros,
Cecília Gorete da Silva, Cilene Guedes, Deise Menezes Ribeiro Fassio , Doris Giugliani Chaves de
Cerqueira, Edilene Maria Barbosa Martins, Elton Brito da Silva, Enos Barbosa de Souza, Florence Rios
Serra, Geraldo Juarez de Souza, Hugo de Souza Oliveira, Jose Luiz de Jesus, Jose Marcelo de Oliveira,
Jose Pirangy Soares, Kaio Lins Teotônio, Keliane Abreu Santos, Leila Viana da Rocha, Luciana Gomes
da Silva, Luis Fernando Gutierrez Sanchez, Luis Guilherme Queiroz Odinino, Luiz Augusto Leite, Luiz
Campos de Almeida, Márcia de Medeiros, Nilce Maria Soares, Norma Eli de Oliveira Nogueira, Pedro
Henrique da Silva Ribeiro, Queli Silvério Fernandes, Rafael Alves da Silva, Rafael Borges Bueno, Renato
de Paula Falleiros, Roberto Batista Neto, Saulo Tomiyoshi Medeiros, Solange Teixeira Ferreira, Temís-
tocles Barbosa Pinto, Vânia Lucia da Silva, Walter Carlos Alarcão Filho.
Normalização: Thelma das Graças Fernandes Sousa CRB-1/1843, Narda Paula Mendes – CRB-1/562.
Distribuição:
Companhia Nacional de Abastecimento
Superintendência de Armazenagem
SGAS Quadra 901 Bloco A Lote 69, Ed. Conab - 70390-010 – Brasília – DF
(61) 3312-6114
http://www.conab.gov.br / suarm@conab.gov.br
Sumário
1. Introdução ............................................................................................................................... 07
2. Conceituações e objetivos.................................................................................................. 09
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Torna-se, por conseguinte, indispensável o estabelecimento de ins-
truções técnico-operacionais a serem seguidas, visando uma uniformiza-
ção na obtenção de amostras sempre representativas do quantitativo to-
tal do lote original de grãos, o que se constitui no objetivo básico deste
boletim técnico.
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2. Conceituações e objetivos
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3. Formação e apresentação das amostras
Tipos de amostras:
• Amostra simples: é uma pequena porção do produto retirada de
diferentes pontos do lote, por meio de amostrador.
• Amostra composta: é a formada pela combinação e mistura de to-
das as amostras simples retiradas do lote. Por ser geralmente bem
maior que a necessária para as diferentes análises, necessita ser
reduzida antes de ser enviada ao laboratório ou posto de classifi-
cação.
• Amostra média: é a recebida pelo laboratório para análise, sendo
resultante da homogeneização e redução da amostra composta.
• Amostra de trabalho: é a obtida por homogeneização e divisão da
amostra média pra ser usada nas determinações analíticas.
Se a amostra composta for do tamanho apropriado, ela poderá ser
considerada como amostra média, sem sofrer redução.
A determinação corrente da qualidade do produto será obtida a par-
tir de uma amostra representativa fiel da realidade. Para isso, é necessá-
rio que a amostra a analisar seja composta, embalada e conservada ade-
quadamente.
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4. Material utilizado
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4.3. Sondas pneumáticas portáteis
São utilizadas nos silos e graneleiros, retirando as amostras através
da sucção dos grãos. Deve-se destacar que, caso não sejam observadas as
instruções de uso dos fabricantes, o uso desses equipamentos pode cau-
sar erros na amostragem devido à retirada de maiores quantidades de im-
purezas leves do que deveria e menos impurezas pesadas do que realmen-
te possam existir.
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tado de lança telescópica de acionamento hidráulico, que é capaz de re-
tirar amostras em toda a profundidade da carga, sem qualquer esforço
físico, ampliando o número de pontos de coleta, o que implica numa ava-
liação qualitativa e quantitativa mais correta da carga. As sondas pneu-
máticas fixas de giro de 300º possibilitam a coleta de até dois caminhões
– lado a lado, simultaneamente (duas pistas).
Assim como nas sondas pneumáticas portáteis, durante a operação
das sondas pneumáticas fixas, as instruções de uso dos fabricantes devem
ser observadas para evitar erros na amostragem.
4.5. Sondas torpedo
São extratores utilizados para coleta de amostras de produtos a gra-
nel a grandes profundidades e dotados de varetas auxiliares que vão se
encaixando uma na outra pelo sistema de roscas, possuindo, ainda, um
terminal para facilitar a sua introdução no interior da massa de grãos.
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plo, o apresentam em maior comprimen-
to).
Os baldes podem ser também utili-
zados para depósitos das pequenas amos-
tras à medida que elas vão sendo retira-
das, visando posterior homogeneização.
4.7. Embalagens de polipropileno
São utilizadas para a colocação e
proteção das amostras retiradas (após a
sua homogeneização e redução), visando
a realização posterior dos testes necessá-
rios à identificação das condições qualita-
tivas do produto e à manutenção dessas
amostras em local próprio na unidade (ar-
mário ou prateleiras) de uma forma ade-
Figura 7 -Embalagem de polipropileno
quada à preservação de sua representati-
vidade em relação ao lote.
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5. Requisitos para uma amostragem correta
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6. Roteiro para a coleta de amostras de
produtos a granel
6.1. Pré-amostragem
A pré-amostragem consiste no procedimento de retirada de amos-
tras na recepção de produtos a granel, que deve ser realizado, de preferên-
cia, antes da pesagem do veículo, para verificar a qualidade e determinar o
percentual de impurezas e o percentual de umidade do produto, verifican-
do se há necessidade de limpeza, secagem ou armazenamento imediato,
permitindo escolher a moega onde será descarregado o produto ou optar
pela rejeição da carga, caso haja algum fator que a desclassifique.
As amostras devem ser colhidas utilizando-se sondas manuais ou
pneumáticas e devem
ser coletadas ao aca-
so, em profundida-
des que atinjam o ter-
ço superior, o meio e o
terço inferior da carga
a ser amostrada, já que
os grãos localizados na Figura 8 – Segregação das impurezas durante o transporte
parte superior do ca-
minhão ou vagão podem ter sofrido influência dos ventos, chuva ou sol
e, além disso, durante o transporte, as impurezas mais pesadas tendem a
se acomodar no fundo da carroceria do caminhão ou vagão e as impure-
zas mais leves na parte superior. Esse fenômeno denomina-se segregação
e os fatores envolvidos na segregação são o tamanho, a forma e a densi-
dade das impurezas.
Na utilização de sondas manuais, estas devem ser introduzidas na
massa de grãos em posição oblíqua e na utilização das sondas pneumáti-
cas as instruções de uso dos fabricantes devem ser observadas.
Nos dois casos, o esquema de coleta a ser utilizado será determinado
pelo responsável técnico pela unidade, que poderá inclusive modificá-lo
para cada operação, de modo que o transportador ou proprietário da mer-
cadoria não saiba a priori onde irão ser coletadas as amostras. Dessa ma-
neira, os pontos de coleta poderão ter diversas distribuições para a conse-
quente realização da operação, conforme é demonstrado a seguir:
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Figura 9 - Esquemas de coleta e representação da forma de introdução da sonda manual
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produto, ocasião em que são retiradas amostras da parte superior da car-
ga, com a utilização de sondas manuais ou pneumáticas, e durante a des-
carga, com canecos ou baldes.
Quando o layout da unidade permitir, devem ser utilizadas novamen-
te as amostras retiradas durante a pré-amostragem e juntá-las às outras
amostras. Quando da impossibilidade de utilização das mesmas amostras,
devem ser retiradas novas amostras antes de descarregar o veículo na mo-
ega, conforme descrito no item 6.1.
Adicionalmente, antes da descarga do veículo na moega, realiza-se
uma amostragem da parte superior da carga, mais sujeita às intempéries
durante a viagem.
A amostragem durante a descarga do produto, por meio do uso de
canecos ou baldes, será feita ao acaso e periodicamente nos dutos de saí-
da até que, aproximadamente, a metade da massa de grãos transportada
seja descarregada (veículos próprios para carga a granel) ou com retirada
de pequenas quantidades em vários pontos de ambas as laterais do veícu-
lo (veículo com carroceria convencional), assim que as mesmas são aber-
tas para o descarregamento do produto.
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segregação das impurezas durante o transporte, além do risco de umede-
cimento na parte superior pela ação de eventuais chuvas ou perda de umi-
dade da mesma na época de clima seco.
A partir da amostra composta pelas retiradas da parte superior da
carga, com sondas manuais ou pneumáticas e com canecos ou baldes du-
rante a descarga, serão determinados os dados relativos ao percentual de
umidade e de impurezas relativos à entrada, visando a orientação da ati-
vidade armazenadora quanto à necessidade ou não de processamento do
produto, e também quanto à escolha das células adequadas para seu de-
pósito.
6.2.2 Durante a armazenagem
No decorrer do período de armazenamento, deverão ser realizadas
amostragens da massa de grãos a título de inspeção, objetivando verifi-
car o estado qualitativo e fitossanitário do produto estocado. Do mesmo
modo, será obrigatória a realização de amostragem nos casos de transfe-
rência de propriedade visando verificar a perda de peso por decréscimo do
percentual de umidade ocasionado pelo processo de secagem natural do
produto armazenado.
No caso de inspeções em silos e possíveis transferências de proprie-
dade, pode-se estabelecer para a coleta de amostras os quatro pontos car-
deais e o centro da massa a alturas pré-determinadas da massa de grãos
(profundidade de 1 a 1,5 metros) como mostra o esquema abaixo:
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as amostras devem ser coletadas com sonda pneumática portátil,
sonda torpedo ou mesmo sondas manuais (a preferência por determina-
do equipamento será efetuada em função da maior ou menor facilidade
e disponibilidade que o mesmo apresente por ocasião de sua introdução
na massa de grãos).
neste tipo de amostragem, as amostras devem ser analisadas sepa-
radamente, segundo as diferentes alturas em que foram coletadas para
verificação da existência de possíveis “bolsas” de calor ou umidade.
no caso de armazéns graneleiros ou piscinas, o procedimento é se-
melhante, devendo-se apenas aumentar o número de pontos de coleta e
distribuí-los de acordo com o dimensionamento das estruturas armaze-
nadoras em questão.
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• para quantidades inferiores a 500 t, retiram-se 40 kg para cada série de
500 t ou fração.
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7. Roteiro para a coleta de amostras de
produtos ensacados
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das malhas do tecido, riscando,
no referido local, uma cruz ou um
x com a ponta do próprio calador
simples.
Na recepção das mercado-
rias, devem ser separadas as sa-
cas contendo grãos com vestí-
gios de deterioração ou outros
fatores adversos à sua armaze- Figura 13 - Recomposição da sacaria após amostragem
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b) As outras duas vias serão
identificadas mediante o preenchi-
mento dos dados solicitados em em-
balagens de polipropileno ou eti-
quetas próprias para tal fim. Estas
deverão conter nome da unidade ar-
mazenadora, nome do depositante,
número do lote e acondicionamento
(para ensacados), espécie de merca-
doria, número de volumes (para en-
sacados) ou peso total da mercadoria
(para produtos a granel), procedên-
cia da mercadoria (cidade e estado),
local, data e responsável pela amos-
tragem.
c) Depois de identificadas, uma
das vias será destinada ao depositan- Figura 18 - Etiqueta para amostra (modelo
Conab)
te, caso este assim o desejar, e a outra
ficará na unidade armazenadora, devendo ser bem guardada, para poste-
rior conferência das análises do produto.
8.3. Arquivamento das amostras
a) O arquivamento das amostras constitui-se em fator importante e
deve ser realizado, após o seu respectivo lacre, em móvel próprio (armário
para guarda de amostras).
b) A amostra deverá per-
manecer em arquivo pelo perí-
odo mínimo de 30 dias da da-
ta de retirada da mercadoria,
após o que pode ser considera-
da varredura.
c) Nos casos em que a
mercadoria tenha sido objeto
de pré-limpeza, limpeza, seca-
gem ou outro serviço, a amos-
tra original poderá ser remo-
Figura 19 - Modelo de armário para guarda de amostra vida do arquivo, desde que o
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depositante tenha recebido o resultado do serviço prestado à mercadoria,
sem reclamações deste.
8.4. Reposição de sobra
a) O peso total das pequenas amostras extraídas excede em muito, a
porção de 3kg, ou seja, o necessário para as 3 vias de 1kg cada.
b) Esse volume de amostragem excedente, para produtos ensacados,
deverá ser reposto na “coroa” da pilha, cobrando-se do depositante, se for
o caso, o invólucro para a reposição dessa sobra de amostra, que se reinte-
grará ao lote.
c) Para produtos a granel, deve-se observar que na pré-amostragem,
as amostras retiradas são lançadas de volta ao caminhão ou vagão após a
sua análise. Já o procedimento de reposição relativo a amostragens efetu-
adas por ocasião da descarga, inspeções periódicas, transferências de pro-
priedade ou carga, será semelhante ao adotado para ensacados, com todo
o volume excedente sendo devolvido à célula na qual o produto foi arma-
zenado (descarga ou inspeções) ou ao caminhão ou vagão pelo qual o pro-
duto será retirado (carga).
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9. Precauções e cuidados especiais
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10. Considerações finais
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11. Referências bibliográficas
ALMEIDA & CIA. Manual de Amostragem de Grãos. Disponível em: < http://
www.acalmeidaecia.com.br/sites/default/files/manual_de_amostragem_de_
graos_almeida_cia_sistemas_de_termometria.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2015.
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Ministério da
Agricultura, Pecuária
e Abastecimento