Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito Da

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __VARA DA FAMÍLIA E

SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE SANTANA – SÃO PAULO – CAPITAL

HOMEM DE MELO FILHO, brasileiro, agente de segurança, portador do


RG:0000000 SSP/SP, CPF:00000000, casado com MULHER DE MELO, portadora do
documento de Identidade tipo RG 000000000000000, CPF: 00000000000000
ambosresidentes e domiciliados na Rua Dr. JOSE, 541 – CEP 00000-000 – - São Paulo –vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por sua advogada que ao final subscreve
(Procuração doc. nº 1) com fundamento nos arts. 109 e segs. da Lei6.015/73, propor MEDIDA
CAUTELAR INOMINADA PARA RETIFICAÇÃO DE ASSENTO DE ÓBITO COM PEDIDO
LIMINAR pelos fatos e fundamentos que passam a expor:
DOS FATOS

O Requerente é o único filho do “DE CUJUS” HOMEM DE MELO,falecido em 00


de abril de 19.. deixando um único bem imóvel, sem deixar testamento ou declaração de
última vontade. Ressalte-se que nenhum dos herdeiros tem qualquer notícia ou informação de
que o falecido tenha deixado testamento ou qualquer outra declaração de última vontade.

Ocorre, entretanto, que a mãe do Requerente faleceu no dia 00 de março de


20.. e com o falecimento da mãe, iniciou-se o processo de inventário (extrajudicial). No entanto,
o inventário teve de ser suspenso, pois no decorrer do processo foi detectado um erro na
Certidão de Óbito do falecido (pai do Requerente).

O óbito do pai do Requerente ocorreu há muitos anos, desde 19.... Em que pese,
o Requerente não sabia da existência do ERRO na Certidão de Óbito, situação que só foi
verificada depois de reunida toda a documentação para promover o inventário de uma pequena
propriedade deixada pelos falecidos.

Consta ERRONEAMENTE na Certidão de óbito de HOMEM DE MELO (pai do


Requerente), que o “de cujus” deixara TESTAMENTO, o que NÃO É VERDADEIRO, visto que
os herdeiros desconhecem a existência de tal documento, o que é confirmado pela CERTIDÃO
DE INEXISTÊNCIA DE TESTAMENTO emitida pelo Cartório Notarial de São Paulo. (doc. em
anexo).

O Requerente deseja retificar o registro civil de seu falecido pai, para constar que
o mesmo NÃO DEIXOU TESTAMENTO, evitando assim quaisquer divergências nas
documentações e consequentes transtornos.
DO DIREITO

A Lei nº 6.015 de 31/12/1973, em seus artigos 109 e seguintes, dispõe sobre a


possibilidade de retificação dos registros que porventura venham maculados por erros. Desta
feita é patente o Direito que assiste ao Requerente de ver o Registro de ÓBITO de seu falecido
pai retificado, sendo imperioso concluir-se pela procedência do pedido. Assim vejamos:
Art. 109. Quem pretender que se restaure, supra ou retifique assentamento no
Registro Civil, requererá, em petição fundamentada e instruída com documentos ou com
indicação de testemunhas, que o Juiz o ordene, ouvido o órgão do Ministério Público e os
interessados, no prazo de cinco dias, que correrá em cartório.

§ 5º Se houver de ser cumprido em jurisdição diversa, o mandado será remetido,


por ofício, ao Juiz sob cuja jurisdição estiver o cartório do Registro Civil e, com o seu "cumpra-
se", executar-se-á. (destacamos).
E mais:

CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL.


CERTIDÃO DE ÓBITO. FORO COMPETENTE. COMARCA DA LAVRATURA DO ASSENTO
OU DO DOMICÍLIO DO AUTOR. ART. 109, § 5º, DA LEI DE REGISTROS PUBLICOS. 1. A ação
para retificação de registro civil (registro de óbito) pode ser proposta em comarca diversa
daquela em que foi lavrado o assento a ser retificado (art. 109, § 5º, da Lei 6.015/1973), não
havendo óbice para ajuizamento da demanda no foro de domicílio do autor, pessoa interessada
na retificação. 2. Conflito de competência conhecido para declarar competente o Juízo de
Direito da 2ª Vara de Família da Regional do Méier, Rio de Janeiro/RJ, o suscitante”
Registro civil. Ação de retificação de assento de óbito. Declaração de que o
falecido era casado, quando na realidade vivia em união estável. Circunstância de fato que não
constitui elemento registrário de obrigatória inclusão no assento de óbito. Inteligência do art. ,
da Lei nº /73. Assento retificado para constar que o falecido era solteiro. Recurso desprovido.
(TJ-SP - APL: 9067265562006826 SP 9067265-56.2006.8.26.0000, Relator: Pedro Baccarat,
Data de Julgamento: 21/09/2011, 7ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
26/09/2011) (STJ - CC: 96309 RJ 2008/0117270-7, Relator: Ministro FERNANDO
GONÇALVES, Data de Julgamento: 22/04/2009, S2 - SEGUNDA SEÇÃO, Data de Publicação:
DJe 29/04/2009)”806.015

RETIFICAÇÃO DE ASSENTO DE ÓBITO - Registro do falecimento do de cujus do


qual não consta a existência de filha menor - Existência de certidão de nascimento da criança
em que o de cujus consta como seu genitor -Sentença que determina a retificação do
assentamento de óbito sem a citação dos interessados - Desnecessidade de citação dos
interessados diante da ausência de prejuízo -Assentamento de óbito que não cria, modifica ou
extingue direito - Princípio da veracidade, pelo qual o assentamento deve se amoldar à
realidade - Ação procedente - Recurso improvido. (TJ-SP - APL: 990102076938 SP , Relator:
Francisco Loureiro, Data de Julgamento: 23/09/2010, 2ª Turma Criminal, Data de Publicação:
05/10/2010)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RETIFICAÇÃO DE REGISTRO DE ÓBITO.
COMPETÊNCIA. O domicílio dos herdeiros fixa a competência para julgar ação de retificação
de registro de óbito, ainda que o falecimento tenha ocorrido em Estado diverso. DADO
PROVIMENTO AO RECURSO, DE PLANO. (Agravo de Instrumento Nº 70041381088, Oitava
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alzir Felippe Schmitz, Julgado em
23/02/2011)”

Assim diante da situação acima narrada, não há alternativa a ingressar com a


presente medida para requerer a expedição de mandado judicial para proceder a retificação do
documento de óbito de HOMEM DE MELO.

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que seja recebida a presente


medida, processando-a no forma da lei e, após ouvidas as abalizadas considerações do
Ministério Público, seja deferida a RETIFICAÇÃO do Registro Civil de Óbito de HOMEM DE
MELO, para fazer constar que o “de cujus” NÃO deixou TESTAMENTO ou declaração de
última vontade, expedindo-se, para tanto, o competente mandado para retificação.

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitido, oitiva
de testemunhas, perícias, juntada de novos documentos e todas as demais que se fizerem
necessárias, o que desde já fica requerido.

Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) para fins fiscais e de alçada.

Termos em que,

Pede e espera deferimento.

São Paulo, 10 de julho de 2013.

Regina Melo

OAB/SP

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