Bullying
Bullying
Bullying
1 INTRODUÇÃO
1
Artigo baseado no Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “O Orientador Educacional e bullying nas
escolas” apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Panamericana de Ji-Paraná –
UNIJIPA, em novembro de 2011.
2
Graduada em Pedagogia pela Faculdade Panamericana de Ji-Paraná – UNIJIPA.
3
Graduada em Pedagogia pela Faculdade Panamericana de Ji-Paraná – UNIJIPA.
4
Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário de Belo Horizonte UNI-BH. Mestre em Educação pela
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Professora e Coordenadora do Curso de Pedagogia da
Faculdade Panamericana de Ji-Paraná - UNIJIPA
Na sociedade contemporânea o termo violência foi substituído pela palavra bullying. O
bullying é uma palavra de origem inglesa utilizada para qualificar comportamentos violentos
no âmbito escolar. Bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou
psicológica intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bully, tiranete ou
valentão) ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma
relação desigual de poder. (WIKIPÉDIA, 2011).
Observa-se que a sociedade tem esperado muito dos professores, que não sejam apenas
mediadores, mas que transmitam valores morais, princípios éticos e padrões de
comportamento, desde boas maneiras até hábitos de higiene pessoal. Os pais justificam que
trabalham muito, não dispondo de tempo para cuidar dos filhos. É certo que os papéis da
família e da escola, antes prioritariamente repressores, modificaram-se ao longo das últimas
décadas. Uma das principais diferenças refere-se à transmissão do conhecimento, pois
antigamente, essa comunicação dava-se apenas na escola, já os valores e padrões de
comportamento eram ensinados e cultivados em casa. Mas as diretrizes educacionais estão
bem definidas e legitimadas. Estado e Família não podem inverter seus papeis na formação do
cidadão. “Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de
liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento
do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
(BRASIL, 1996).
2. BULLYING
O bullying tema não recente, mas muito falado atualmente nas mídias informativas, é
uma problemática que perpassa décadas, fugindo ao controle das famílias e das escolas,
atingindo tanto meninos quanto meninas que se sentem acuados diante de seu agressor, física
e/oo moralmente.
O bullying é uma questão social, que deve ser revista por todos, principalmente nas
escolas, pois é na instituição escolar, costumeiramente que o aluno recebe grande parte de sua
formação pessoal e social para viver em sociedade. Perante a violência e o desrespeito de
aluno com aluno, aluno com professor, professor com aluno e demais profissionais da
educação, o ambiente escolar que deveria ser um lugar de formação de cidadão consciente,
crítico e ativo em uma sociedade igualitária, humana e justa, vêm se tornando um cenário
onde as pessoas estão receosas de frequentar, pois a escola não está sendo mais um lugar
seguro.
3. A VIOLÊNCIA NA ESCOLA
3.1 Perseguição
3.2 Bullying
Diante a indagação do autor FANTE, 2011, percebe-se que o bullying é uma conduta
violenta utilizada pela força física ou verbal, sobre pressão emocional degradante e
depreciativa de um agressor a uma pessoa ou mais. Este agressor possui conduta e mau
comportamento dentro ou fora do ambiente escolar e muitas vezes exercendo dupla
personalidade, escondendo sua agressividade por trás de uma personalidade pacífica. Muitos
destes precisam sentir-se ovacionados por outros durante seu ato, impondo-se como poderoso
da turma, liderando e conduzindo outros, para agir conforme sua vontade atingindo o alvo
escolhido. Acredita-se que o agressor tenha sido uma vitima agredida em seu histórico de
vida, utilizando-se de meios que possam compensar as angustias e violências sofridas no
passado, escolhendo vitimas potencialmente frágeis, não se dão conta de seus atos.
É de suma importância conhecer as atitudes de uma pessoa que pratica o bullying ou
que sofre as agressões, pois os alunos estão ingressando nas escolas cada vez mais cedo e os
profissionais da educação estão assumindo cada vez mais um papel fundamental na formação
dos alunos. Conhecer sobre o bullying, suas diversas faces e conseqüências pode auxiliar na
prevenção contra este tipo de violência dentro e fora da escola.
Art. 4º. Entende-se por bullying a prática de atos de violência física ou psicológica,
de modo intencional e repetido, exercida por indivíduo (bully) ou grupo de
indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidar, agredir, causar
dor, angústia ou humilhação à vítima.
§ 1º O bullying pode ser classificado de acordo com as ações praticadas:
I – verbal: apelidar, xingar, insultar, ofender, zombar;
II – emocional: excluir, difamar, disseminar rumores, caluniar;
III – física: chutar, bater, morder, beliscar, empurrar, espancar;
IV – racista: caçoar da cultura e costumes, comentários depreciativos relacionados à
cor da pele;
V – sexual: assediar, contato físico indesejado, ameaçar, induzir, coagir e/ou abusar;
VII – cyberbulling: criar comunidades, divulgar imagens, enviar mensagens, invadir
a privacidade para denegrir a pessoa, utilizando meios tecnológicos, expondo-o
sobre qualquer tipo de situação constrangedora.
Art. 5º. Para a implementação deste Programa, a unidade escolar criará uma equipe
multidisciplinar, com a participação de docentes, equipe técnica, alunos, pais e
pessoal de apoio, para promoção de atividades didáticas, informativas, de orientação
e prevenção. (DIÁRIO OFICIAL, ESTADO DE RONDÔNIA.)
Vitima Agressora: A vítima agressora faz valer os velhos ditos populares “Bateu,
levou” ou “Tudo que vem te volta”. Ela reproduz os maus-tratos sofridos como
forma de compensação, ou seja, ela procura outra vitima ainda mais frágil e
vulnerável, e comete contra esta todas as agressões sofridas. (SILVA, 2010, p. 37)
3.2.4 Cyberbullying
Se, por um lado, há o reconhecimento do grande valor dessa ferramenta, por outro
há riscos de uso excessivo, em detrimento de outras experiências de vida, e de
potencializar comportamentos violentos, como acontece no cyberbullying. O
trabalho conjunto entre famílias e escolas é essencial para criar uma cultura de não
tolerância à pratica do bullying e do cyberbullying, desenvolvendo uma rede
saudável de relacionamento em que fique claro para todos que “agressão não é
diversão”.
O ambiente escolar esta sendo palco de atos violentos provocados por desrespeito
mútuo sobre os alunos e de aluno direcionado aos demais profissionais, tais como aos
professores e a outros integrantes da escola. É necessário modificar esta realidade o mais
rápido possível, pois a escola é um lugar para auxiliar na formação do cidadão consciente,
pensante e critico e preparado para viver em sociedade.
A violência dentro das escolas tornou-se uma problemática corriqueira, e tais atitudes
passam despercebidas diante as agressões verbalizadas como prenomes desagradáveis, bem
como pequenas ações violentas que fogem ao controle pacífico. As relações conflituosas entre
alunos exigem atenção se decorrentes. O papel da escola e dos profissionais é procurar os
fatores implicantes à atitude do bullying em seu contexto.
2) Período institucional – 1942 a 1960, considerado como o período que está subdividido em
funcional e instrumental, é onde ocorre toda a exigência legal da orientação nas escolas, que,
por meio do esforço do Ministério da Educação e Cultura buscou dinamizá-la, efetivar os
cursos que cuidavam da formação dos Orientadores Educacionais.
3) Período Transformador – 1961 a 1970 que traz consigo uma Orientação Educacional
caracterizada como educativa, começam a aparecer em eventos da classe, em congressos, e
ganha espaço nesse período as questões psicológicas. Tendo em seu bojo, um fazer de
orientação, de fora para dentro, a partir da dinâmica do grupo e das atividades que fomentava
conflitos dentro da escola.
5) Período Questionador - década de 80. Como o próprio nome já indica é neste período que
mais se questiona a Orientação Educacional, tanto em termos de formação de seus
profissionais, quanto da prática realizada, pois, o cenário dos anos 80 trouxe grandes
modificações que refletiu na educação e logo na forma de fazer orientação. Isso levou a ser
caracterizado como período onde se realizou muitos cursos de capacitação voltados para os
profissionais. Contudo, inicia –se o momento onde o orientador educacional se viu na
necessidade de "[...] participar do planejamento- não como benesse da orientação, mas sim
como um protagonista do processo educacional procurando discutir objetivos, procedimentos,
estratégias e critérios de avaliação [...]," com isso, trazer a realidade social do aluno para
dentro das ações da escola. De forma a pode refletir a ação do aluno, baseado na relação
escola e meio externo (sociedade). (GRINSPUN, 2003, p. 20)
6) Período Orientador – a partir de 1990, assim denominado este período, por acreditar que,
principalmente a partir de 1990, temos a "orientação" da Orientação Educacional pretendida.
Também caracterizada como uma prática a ser construída cotidianamente. E ainda, cogita-se
no sentido de saber se esse profissional subsistirá.
Para ilustrar o tema abordado teoricamente neste artigo, optou-se por realizar uma
pesquisa de campo com Orientadores Educacionais de três redes de ensino do Município de
Ji-Paraná, Municipal, Estadual e Particular, uma escola de cada segmento.
Durante a pesquisa de campo foram realizadas observações e entrevistas semi-
estruturadas com os Orientadores Educacionais a fim de conhecer as medidas preventivas de
combate à violência e ao bullying nas escolas.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O bullying não pode ser tratado como uma ação comum nas escolas, pois nos últimos
tempos, há um aumento considerável em relação à agressividade e a violência dentro e fora
das instituições escolares, no entanto a escola deve trabalhar este tema de forma preventiva.
Levando em consideração as particularidades deste tema, pois cada caso é único e é preciso
saber identificar para saber conduzir.
Cabe ao Orientador Educacional trabalhar em conjunto com professores na observação
sagaz de possíveis casos que possam ocorrer dentro de sala de aula, pois não se pode dizer
que tudo é bullying. Às vezes os alunos colocam apelidos nos colegas por pura brincadeira e
muitas vezes o outro não se importa, por isso é importante o docente perceber se o estudante
que recebeu o apelido começou a mudar o comportamento e se este passou a se prejudicar no
ato da aprendizagem. Diagnosticando alterações comportamentais, o professor deverá
encaminhar o caso para a Orientação Educacional, para então dar inicio a um trabalho
individual com o educando.
Quando se percebe que existe uma incidência muito grande de brincadeiras, fofocas,
bilhetinhos, apelidos com um estudante em específico, o professor precisa fazer um trabalho
de conscientização, conversando com os demais alunos e orientado sobre o bullying suas
causas e consequências. Persistindo a perseguição o orientador Educacional deve convidar os
responsáveis de ambas às partes a comparecer na escola, comunicando o ocorrido e
procurando buscar soluções em conjunto.
Para desenvolver um bom trabalho nas escolas de prevenção ao bullying é preciso muito
estudo e pesquisas para saber amenizar e principalmente prevenir, buscando conhecer as leis e
penalidades que podem ser aplicadas, no trabalho da escola. Deve ser desenvolvido um
trabalho com medidas disciplinares, palestras com advogados, trabalhos em grupos e/ou
individuais quando o caso requerer, leituras e debates sobre o tema envolvendo todos os
participantes da vida escolar, gestores, professores, funcionários, alunos, pais e comunidade
em geral.
Decerto, não se pode esquecer que a escola é o espaço onde o aluno revela a educação
que recebe da família, do meio onde vive, do modelo que tem e daquilo que ela aprende.
Quando os alunos passam a conviver em conjunto, mesmo que por um período curto, suas
diferenças aparecem e então começam os conflitos. Frente a estas situações a escola, na figura
principal do Orientador Educacional, em conjunto com todos os seus profissionais, não pode
se omitir, pois a omissão frente à violência pode gerar marcar profundas em todos os
envolvidos. Pode se dizer que hoje o papel da escola não é apenas ensinar ou transmitir
conhecimentos, mas mediar às informações e as relações, formando o aluno para exercer sua
verdadeira cidadania.
FANTE, Cleo. Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas educar para a paz.
6 ed - Capinas –SP: Verus, 201, p. 28-157-162
MATINELLI, Tânia Alexandre. Perseguição – 1 ed. Saraiva, São Paulo, 2009, p.103
MELO, Josevaldo Araújo de. Bullying na escola: como identificá-lo, como preveni-lo, como
combatê-lo-3 ed. – Recife: EDUPE, 2010, p 61-65
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes perigosas nas escolas - Rio de Janeiro:
Objetiva, 2010, p. 23-24-37