Anemometria e Altimetria
Anemometria e Altimetria
Anemometria e Altimetria
1. GENERALIDADES
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- Fluído Newtoniano é um fluído real no qual há uma relação linear entre
o esforço de corte aplicado (τ) e a velocidade de deformação angular
(γ), com γ = du/dy.
Então:
τ α du/dy ou τ = μ du/dy ( lei do atrito de Newton )
Para dadas condições de pressão e temperatura a viscosidade absoluta
(μ), característica do liquido, é constante.
2.1. Viscosidade
2
2.2. Pressão
2.3. Temperatura
2.4. Densidade
3
2.5. Humidade
TABELA 1
3. ATMOSFERA PADRÃO
3.1. Generalidades
ρ 0,002 Z
___ = ________
( 1 - )4,2561
ρ0 288
5
4. O ESCOAMENTO DOS FLUÍDOS
4.1. Generalidades
p + ρgz = constante
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Nos aviões supersónicos a sonda está a jusante de uma onda de choque
normal. É montada no nariz, embora a interacção de ondas de choque
oblíquas possa originar saltos de pressão total.
A figura 10 mostra nove localizações das quais três são correctas:
- efeito local de incidência: 1,3,7,8
- separações e turbilhões: 5,9
- sopro do hélice: 5
Do que se disse pode-se concluir que a medição da pressão total é
relativamente fácil de efectuar sem erro no domínio de voo do avião. O
erro de pressão reduz-se ao erro de estática.
As centrais anemométricas têm em memória a calibração do erro de
estática.
4.3.1.4. Indicador da velocidade do ar (ASI); o elemento sensível à
pressão é uma cápsula, montada numa caixa estanque (figura 10). A
cápsula recebe a pressão pitot e a pressão estática alimenta a caixa,
que fica portanto a uma pressão inferior. O diferencial de pressões faz
dilatar a cápsula, sendo o movimento proporcional à diferença de
pressões. Um mecanismo transfere este movimento a um ponteiro que se
desloca num mostrador graduado/calibrado em nós, ou km/h ou mph (figuras
10 e 19).
O ASI-IVA é um manómetro que mede a pressão dinâmica. A graduação em
unidades de pressão não é prática. Assim, disfarça-se a pressão, por
meio de um mostrador graduado em unidades de velocidade.
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pitot, das tomadas de estática, ao ângulo de ataque, à velocidade e ao
número de Mach.
As tomadas de estática não dão rigorosamente p, mas sim uma pressão mais
ou menos aproximada (pr), a pressão de referência.
O erro na medida da pressão estática é Δp = pr - p. Este erro é, para
uma dada configuração, proporcional à pressão dinâmica e função da
incidência e do número de Mach.
Uma instalação de tomadas estáticas é aceitável quando o erro de
estática é inferior a 3%.
4.3.2.3. Velocidade do ar equivalente ( EAS - VAE ); em aeronaves que
voam no domínio incompressível os IVA são calibrados utilizando a
equação de Bernoulli: q = ptot - p = 1/2 ρ v2.
Como é difícil calibrar o IVA para cada densidade (ρ), rodeia-se a
dificuldade calibrando o instrumento em banco para ρ0.
Nestas condições, a leitura do IVA nunca coincide com a velocidade
verdadeira da aeronave (VAV-TAS), excepto quando este voa a ρ 0.
Convencionou-se chamar a esta velocidade calibrada a velocidade
equivalente do ar (VAE - EAS):
q=ptot-p=1/2ρ0(EAS)2
A VAE é a velocidade que a aeronave deveria ter ao nível do mar para
desenvolver a pressão cinética, que efectivamente possui à altitude em
questão (1/2 ρ v2). É a CAS corrigida do erro de compressibilidade
(EAS=CAS+ΔC); corresponde à introdução da pressão correcta. É a TAS
menos o erro de densidade.
O desvio entre a EAS e a TAS é tanto maior quanto maior for a altitude.
Claro, que ao nível do mar e a 15ºC (288 ºK) a TAS é igual à EAS.
A figura 11 ilustra a diferença entre a EAS e a TAS, bem assim como a
sua evolução com a altitude. Mostra o caso do voo a TAS constante e
altitude variável e o caso de voo a VAE constante e altitude variável.
A relação EAS = TAS σ1/2 é válida para regimes compressíveis e
incompressíveis. Em incompressível EAS=CAS.
Em resumo, temos que ao nível do mar em atmosfera padrão (Z=0, po =
1013,25 mbar e T=288ºK ) EAS=TAS a todas as velocidades, pois EAS = TAS
σ1/2 com σ = 1. No entanto, a graduação dos ASI em EAS só é possível
para baixas velocidades. CAS=TAS a todas as velocidades sendo a
graduação dos ASI em CAS válida a qualquer velocidade.
Na figura 11 mostra-se a variação da pressão dinâmica com CAS e a curva
de calibração em incompressível (EAS).
4.3.2.4. Velocidade do ar verdadeira ( TAS - VAV ); A TAS é a velocidade
não perturbada a infinito a montante da aeronave. É a velocidade
relativa da aeronave em relação ao ar. A VAV é a VAE corrigida quanto ao
erro densidade (TAS = EAS + ΔD). Com ΔD = EAS ( σ -1/2 - 1), sendo ΔD
positivo dado que σ é inferior à unidade.
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Exemplo:
Zp = 7000 ft
CAS = 550 kt ou KCAS
OAT = 10ºC
a 7000 ft, δ = p/p0 = 0.7715
σ = p/p0 . T0/T = δ/θ = 0.7715 [(273+15) / (273+10)] = 0.785
EAS = CAS+ΔC c/ ΔC= -11kt
EAS = 539 Kt ou KEAS
TAS = 539/0,785 1/2 = 608 Kt ou KTAS
4.3.2.5. Velocidade em relação ao solo; a TAS é a velocidade da aeronave
relativamente ao ar circundante. Se o ar estivesse em repouso total, a
velocidade da aeronave em relação ao solo (GS,Ground Speed) seria igual
à VAV-TAS.
Normalmente há vento (Wind Speed, WS), pelo que GS=TAS+WS, tomando-se WS
positivo se for de cauda, ou seja no sentido do voo, e negativo se for
no sentido contrário ao voo. Admitem-se casos de GS ≅ 0, quando o vento
de frente for forte e da mesma ordem de grandeza da VAV/TAS. O vento de
cauda origina viagens mais rápidas. O doppler é um dos equipamentos, que
nos dá a GS e a deriva.
4.3.2.6. Avarias do sistema; são as seguintes as avarias mais comuns:
1) Entupimentos: Se a tomada de pressão total estiver bloqueada
(gelo,etc) o ASI não reage às variações da velocidade em voo horizontal.
A cápsula comporta-se como um barómetro indicando, aumento de velocidade
se o avião subir, e diminuição de velocidade se a aeronave descer. Se a
tomada de pressão estática estiver bloqueada, o ASI, relativamente à
altitude, que se deu o entupimento, dá indicações excessivas a baixa
altitude e indicações baixas a alta altitude.
2) Fugas: Uma fuga no pitot faz o ASI indicar baixo. Uma fuga nos tubos
de estática de uma aeronave não pressurizada faz o ASI indicar alto.
Numa aeronave pressurizada o ASI dá indicações inferiores às correctas.
Um ASI a dar indicações superiores às correctas é perigoso, podendo a
entrada em perda dar-se a uma IAS superior à especificada.
4.3.2.7. Resumo;
IAS + erro do instrumento = BAS → BAS + erro de pressão = CAS →
CAS + erro de compressibilidade = EAS → EAS + erro densidade = TAS →
TAS + vento + deriva = GS.
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velocidade do som depende da natureza do meio e varia com T0,5 ou com
(P/ρ)1/2.
O número de Mach é o quociente entre a velocidade de um corpo ou de
um escoamento e a velocidade do som. O número de Mach da corrente livre
ou de voo é o número de Mach da corrente de ar suficientemente afastada
da aeronave para não ser perturbada por ela; é o número de Mach indicado
pelo instrumento de bordo; machimetro, representado na figura 12.
Quando uma aeronave voa a um certo número de Mach, em certos pontos da
sua superfície o ar é acelerado e noutros é retardado. Nesses pontos há
também variação da velocidade do som dado que a temperatura varia:
Locais de maior velocidade ⇒ pressão diminui (expansão) ⇒ Temperatura
baixa ⇒ Diminui a velocidade do som.
Um avião, voando a um certo número de Mach, em regime transónico, terá
pontos com velocidades locais M>1, M=1 ou M<1. O número de Mach critico
é o numero de Mach de voo no qual aparece pela primeira vez um ponto com
numero de Mach igual a um.
Em termos de escoamentos teremos:
- 0 < M < 0,3; escoamento subsónico incompressível. Os efeitos da
densidade são desprezáveis.
- 0,3 < M < 0,8; escoamento subsónico compressível. Há importantes
efeitos de compressibilidade mas ainda não surgem ondas de choque.
- 0,8 < M < 1,2; escoamento transónico. Surgem as primeiras ondas de
choque; na aeronave, há zonas supersónicas e subsónicas.
- 1,2 < M < 3,0; escoamento supersónico, com ondas de choque e sem
regiões subsónicas.
- M > 3.0; escoamento hipersónico, com a dissociação e ionização das
moléculas associadas a ondas de choque muito fortes.
4.3.3.2. Indicadores do número de Mach (Machimetros); quando um avião
tem velocidades perto da do som, o escoamento em torno dos perfis
altera-se significativamente; ocorrem as ondas de choque.
Assim, é importante que o piloto conheça o numero de Mach de voo. Isto
consegue-se utilizando o indicador do número de Mach (figura 12). O
número de Mach critico é indicado por uma marca de referencia,
localizada no mostrador, ajustável para cada tipo de aeronave.
Por vezes combinam-se no mesmo instrumento duas ou mais funções. Tal é o
caso dos ASI+Machimetros. Estes instrumentos podem ter ainda um ponteiro
indicador da velocidade limite, a qual não deve ser excedida. Por vezes
existe uma velocidade inferior, expressa em KIAS, que não pode ser
excedida a baixa altitude. Um ponteiro (barber pole) pode indicar estas
velocidades para as várias altitudes de operação; na figura 12, o
instrumento dá a IAS (ponteiro), o numero de Mach (janela), mostra a
velocidade limite a todas as altitudes (barber pole), tem uma bandeirola
de aviso de avaria e pode incorporar controlo automático de potência.
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Alguns instrumentos incorporam um contactor, que fecha quando o ponteiro
de IAS atinge ou ultrapassa a velocidade limite, disparando um aviso
sonoro ou visual. Outros têm um ponteiro de comando, móvel e ajustável,
que permite seleccionar a velocidade desejada.
mbar
ft
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- Se o QNH for inferior a 1013 mbar, subtrair a PAV à altitude de
densidade;
ou seja: PAV = 27.322 (QNH-1013)
(b) Correcção do erro de temperatura
Para além das correcções efectuadas com o gráfico da figura 18, já
referidas no parágrafo anterior, são ainda possíveis as seguintes:
AD ≅ BPA + 118 ft/ºC, o que corresponde a adicionar à AP, 118 ft por
cada grau Celsius a mais de 15 ºC no solo. O valor de 118 ft/ºC é o
gradiente médio das curvas AP da figura 18.
DA- BPA Δ θ
_________ = ________ <> 0.35 % por grau de desvio no solo
BPA 288
Este critério analítico pressupõe uma variação de temperatura Δθ
constante em altitude.
Exemplo:
BPA = 5000 ft, ISA - 10ºC
Erro relativo = (0,35/100) x (-10) = -3,5%
Erro absoluto = (-0,035) x (5000) = -175 ft
DA = 4825 ft
CONCLUSÃO:
"IF IT'S COLD OR LOW, LOOK OUT BELOW!
As réguas de cálculo e os air data computers fornecem a TA com
introdução da BTA e da temperatura ambiente verdadeira (estática).
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