Bases Numericas
Bases Numericas
Bases Numericas
Cascavel - PR
2008
Jhone Marcelo Zini
Cascavel - PR
2008
Jhone Marcelo Zini
ii
Agradecimentos
iii
Sumário
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . v
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vi
2 TEORIA DE ANÉIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1.2 Ideais de Z . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2 Anéis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.3 Os Anéis Zn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3 CRITÉRIOS DE DIVISIBILIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.7 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
iv
Resumo
Este trabalho apresenta de uma forma teórica critérios de divisibilidade em uma base
numérica genérica, e aplica esses critérios para as bases binária, octal, decimal e hexa-
decimal, observando diferenças e semelhanças nos critérios quando mudamos de base.
v
Introdução
vi
1
A soberania dos acadianos durou cerca de 200 anos quando, ao redor de 2.100 a.C.,
os sumérios se revoltaram e assumiram novamente o controle da região. Mas esta soberania
não durou muito tempo. Apenas 100 anos mais tarde, em 2.000 a.C., os babilônios
derrotaram os sumérios, tomaram conta da Mesopotâmia e, em 1.900 a.C., transformaram
a cidade de Babilônia, situada na margem direita do rio Eufrates, em sua capital.
pelos mesopotâmicos.
Mesmo nos dias atuais, com todo nosso conhecimento, seria imprudente dizer que
chegamos a um estágio definitivo no sistema de numeração. Não que tribos de bárbaros
possam invadir a terra e nos dominar. Mas há outros seres não carnais: robôs, com-
putadores e máquinas de calcular que operam com interruptores elétricos, nas situações
de ligado e desligado, que nos torna, nesse momento, dependentes da base binária, ou
ainda, identificadores de objetos eletrônicos como placas de computadores e de aparelhos
celulares que utilizam codificações na base 16, a chamada base hexadecimal.
seja, começamos pelo 1. Parece meio ilógico, mas, quando lemos apenas o primeiro dı́gito
do número, não podemos prever o valor que iremos encontrar. É preciso ler todos os
dı́gitos para descobrir qual é a potência de 10 associada a este dı́gito. O número 12345,
na verdade, representa (1 × 104 ) + (2 × 103 ) + (3 × 102 ) + (4 × 101 ) + (5 × 100 ), ou seja,
10.000+2.000+300+40+5. O valor de cada casa decimal é multiplicado pela base numérica
elevada a uma potência que corresponde à sua posição. Se mudarmos a base do sistema
numérico, o valor representado por 12345 também muda. Por exemplo, se a base for 6, o
número 12345 representa (1 × 64 ) + (2 × 63 ) + (3 × 62 ) + (4 × 61 ) + (5 × 60 ), que corresponde
a (1 × 1296) + (2 × 216) + (3 × 36) + (4 × 6) + (5 × 1) = 1296 + 432 + 108 + 24 + 5 = 1865.
Observe que a mesma quantidade tem duas representações diferentes, que depen-
dem da base escolhida. Uma pergunta que surge nesse momento é: se podemos escolher
a base para representar o número, por que a base decimal prevaleceu? Claro que fica a
vontade de responder, mas nesse trabalho estamos enfatizando a questão matemática e
falando um pouco da questão histórica, e uma questão como essa, com certeza precisa
de muitas páginas para ser explicada. A seguir acompanhe alguns exemplos de mudança
de base. O método mais simples para transformar valores decimais em sexagesimais (ou
em valores de qualquer outra base) é o das divisões sucessivas. Tomemos como exemplo
o valor decimal 53429. Os algarismos sexagesimais podem ser determinados da seguinte
maneira:
890 ÷ 60 = 14 e resta 50
14 ÷ 60 = 0 e resta 14
14, 50, 29. Para conferir o resultado, é só fazer a conversão inversa que já
conhecemos: (14 × 602 ) + (50 × 601 ) + (29 × 600 ) = (14 × 3600) + (50 × 60) + (29 × 1) =
50400 + 3000 + 29 = 53429.
Observe que, como no sistema de base 8 só existem 8 algarismos para representar os
valores, para expressar o valor 5349 foi preciso usar 5 algarismos. Como o sistema
decimal oferece 10 sı́mbolos diferentes, o valor 5349 só precisou de 4 algarismos.
2. É possı́vel encontrar o valor decimal de 12345 escrito num sistema numérico de base
4?
A base dos sistemas numéricos indicam quantos sı́mbolos estão disponı́veis para
representar valores. Assim, o sistema decimal possui 10 sı́mbolos (de 0 a 9), o
sistema octal oferece 8 valores (de 0 a 7).
Solução: 12345 não pode estar representando nenhum valor na base 4 porque possui
5 sı́mbolos diferentes (sem considerar o zero que não aparece neste número).
2 TEORIA DE ANÉIS
1. (x + y) + z = x + (y + z)
2. ∃ 0 ∈ Z tal que x + 0 = 0 + x = x
4. x + y = y + x
5. (x · y) · z = x · (y · z)
6. ∃ 1 ∈ Z tal que x · 1 = 1 · x = x
7. x · y = y · x
8. x · (y + z) = x · y + x · z
9. x · y = 0 ⇒ x = 0 ou y = 0
Proposição 2.1.2. Todo número primo que divide um produto divide pelo menos um dos
fatores.
Teorema 2.1.3. Todo número inteiro não nulo n 6= {−1, 1} pode ser escrito na forma,
n = up1 · ... · pk , onde u ∈ {−1, 1} e p1 ≤ p2 ≤ ... ≤ pk são números primos positivos (não
necessariamente distintos). Mais do que isso, essa expressão é única.
Demonstração. Claramente é suficiente provarmos o teorema para n ∈ N−{0} = {1, 2, 3..., m, ...}
e nesse caso u = 1 e a expressão se reduz a n = p1 ...pk , p1 ≤ p2 ≤ ... ≤ pk primos mai-
ores do que zero. Vamos primeiramente provar que n pode ser escrito como acima, e a
demonstração será por indução sobre n. Se n = 1 temos que n = up1 ...pk , u = 1 e k = 0.
Vamos agora supor que todo número m, com 1 < m < n possa ser escrito como produto
de primos. Iremos provar que n também pode ser escrito como produto de primos. Supo-
nhamos por absurdo que n não possa ser escrito como produto de primos. Então n não
é um número primo, e assim existem divisores d e d0 de n tais que: n = d · d0 , 1 < d,
d0 < n pela hipótese de indução segue que, d = q1 · q2 · ... · qr , com q1 ≤ q2 ≤ ... ≤ qr e
d0 = q10 · q20 · ... · qs0 com q10 ≤ q20 ≤ ... ≤ qs0 . daı́ segue n = d · d0 = (q1 · ... · qr ) · (q10 · ... · qs0 ) e
rearranjando os números primos q1 , q2 ...qr , q1 , q20 , ..., qs0 podemos escrever, n = p1 · p2 · ... · pk
onde k = r + s e p1 ≤ ... ≤ pk . Como querı́amos demonstrar.
2.1.2 Ideais de Z
1. 0 ∈ J;
2. x, y ∈ J ⇒ x + y ∈ J;
3. x ∈ J ⇒ −x ∈ J;
4. r ∈ Z, x ∈ J ⇒ r · x ∈ J.
a) J 6= φ;
b) x, y ∈ J ⇒ x − y ∈ J;
c) r ∈ Z, x ∈ J ⇒ r · x ∈ J.
Exemplo 1
1. 0 = n · 0 ⇒ J 6= φ;
Definição 2.1.4. Sejam n1 , n2 , ..., nk , números inteiros, define-se ideal gerado por n1 , n2 , ..., nk
o conjunto de todos os números inteiros da forma n1 r1 + n2 r2 + ... + nk rk , onde r1 , ..., rk
são números inteiros. É usual a notação n1 Z + ... + nk Z para o ideal gerado.
10
Demonstração. Aqui são duas coisas a serem provadas: existência e a unicidade. Para
fazer a demonstração, nos limitaremos a provar para o conjunto dos inteiros positivos, e
depois basta estender o resultado para todo o conjunto dos números inteiros.
0 < r1 − r2 = (q2 − q1 )d
daı́ segue que 0 ≤ r = |x|−qd < d. Como |x| e qd ∈ J temos que r ∈ J e 0 ≤ r < d.
Pela minimalidade de d segue que r = 0 e portanto |x|= qd ∈ d · Z e novamente por (iii)
11
ni ∈ ni Z ⊂ n1 Z + ... + ni Z + ... + nk Z = d · Z
Suponhamos que em um conjunto A esteja definida uma relação entre pares or-
denados de elementos de A. Se x, y ∈ A escreveremos xRy, se x estiver relacionado com
y e xR\y, se x não estiver relacionado com y. Por exemplo, se A é o conjunto de retas do
plano, ortogonalidade define uma relação R entre pares de elementos de A. Analogamente,
paralelismo define uma relação no mesmo conjunto A.
Vamos agora definir o que vem a ser uma relação de equivalência em um conjunto
A.
12
Definição 2.1.9. Seja A um conjunto e seja R uma relação entre pares de elementos de
A. Essa relação será chamada Relação de equivalência em A, se as seguintes propriedades
são verificadas quaisquer que sejam x, y e z ∈ A.
1. xRx.
Observe que perpendicularismo não define uma relação de equivalência, pois não
é reflexiva e nem transitiva. Se considerarmos duas retas coincidentes como paralelas
então paralelismo define uma relação de equivalência no conjunto das retas do plano.
1. x = y ⇔ x ∼ y
2. x 6= y ⇒ x ∩ y = φ
[
3. x=A
x∈A
Exemplo:
1. 21 ≡ 1(mod 5)
2. 100 ≡ 1(mod 9)
1. ∀a, ∈ Z, a ≡ a(mod m) ∀a ∈ Z;
Suponhamos que ar ≡ br (mod m). Então ar+1 ≡ abr (mod m). Por outro lado, de
a ≡ b(mod m), segue que abr ≡ br+1 (mod m). Juntando as duas conclusões tiramos
ar+1 ≡ br+1 (mod m).
2.2 Anéis
+: A×A→A · : A×A→A
e
(a, b) a+b (a, b) a·b
as quais chamaremos de soma e produto respectivamente.
1. (a + b) + c = a + (b + c) (associatividade da soma).
4. a + b = b + a (comutatividade da soma).
5. (a · b) · c = a · (b · c) (associatividade do produto).
6. a · (b + c) = a · b + a · c; (a + b) · c = a · c + b · c (distributividade à esquerda e à
direita).
Denotaremos um anel A munido da uma soma + e um produto · por (A, +, ·). Se além
dessas propriedades, o anel (A, +, ·) satisfaz:
Se ∀x, y ∈ A, x·y = y ·x, então (A, +, ·) é dito um anel comutativo. Observe que o
conjunto Z dos números inteiros munidos da soma e produto usual é um anel comutativo
e com unidade 1·
15
2.3 Os Anéis Zn
Por outro lado a relação ≡ (mod n) pode também ser definida por,
x, y ∈ Z, x ≡ y(mod n) ⇔ x − y ∈ J
x ∼ y ⇔ x ≡ y(mod n)
+ : Zn × Zn → Zn · : Zn × Zn → Zn
e definem duas
(x, y) x+y =x+y (x, y) x · y,
operações (denominadas soma e produto) no conjunto Zn = {0, ..., n − 1}.
1. (x + y) + z = x + (y + z)
2. ∃ 0 ∈ Zn tal que x + 0 = 0 + x = x
4. x + y = y + x
16
5. (x · y) · z = x · (y · z)
6. ∃ 1 ∈ Zn tal que x · 1 = 1 · x = x
7. x · y = y · x
8. x · (y + z) = x · y + x · z
1. Associatividade da soma.
(x + y) + z = x + (y + z)
x + (−x) = (−x) + x = 0
4. Comutatividade da soma.
5. Associatividade do Produto.
(x · y) · z = (x · y) · z = (x · y) · z = x · (y · z) = x · (y · z)
7. Comutatividade do produto.
8. Distributividade.
x · (y + z) = x · (y + z) = x · (y + z) = x · y + x · z = x · y + x · z = x · y + x · z.
17
3 CRITÉRIOS DE DIVISIBILIDADE
q q
X X
i
Demonstração. Como E = ai K , podemos reescrevê-lo na forma E = a0 + ai K i .
i=0 i=1
q
!
X
Colocando K em evidência, vem que E = a0 + K ai K i−1 . Sendo que K|E se, e
i=1
q
!
X
somente se E = 0 em ZK , e K ai K i−1 ≡ 0(modK), segue que a0 = 0, portanto
i=1
K|E se e somente se K|a0 .
Como em uma base K os dı́gitos representados pelos ai são sempre menores que
K, a única possibilidade de K dividir a0 é quando a0 = 0. Em particular um número
expresso em uma base K é divisı́vel por K se terminar em 0. Isso explica o critério de
divisibilidade por 10 na base decimal.
19
q
X
Lema 3.1.2. Sejam E ∈ Z escrito em uma base K na forma E = ai K i e n ∈ N ∗ .
i=0
K
Considere J = um divisor inteiro de K. Então E é divisı́vel por J somente se a0 o
n
for.
q
K X
Demonstração. Considere J = , então K = nJ e E = ai (nJ)i . Assim
n i=0
q
X
E = a0 + ai ni J i . (3.1)
i=1
q
K −1 X
Demonstração. Considere J = , então K = nJ + 1 e E = ai (nJ + 1)i . Observe
n i=0
i
X i
que cada termo da forma (nJ + 1)i pode ser escrito como (nJ)j 1i−j por expansão
j=0
j
i
X i
binomial e pode ser escrito como 1 + (nJ)i . Assim
j=1
j
q q i
!
X X X i
E= ai + ai (nJ)j . (3.2)
i=0 i=1 j=1
j
Exemplos:
1. 3 divide 69, se dividir a soma 6 + 9 = 15, como 3 divide 15, três divide 69.
2. (132)9 é divisı́vel por 2, pois 1+3+2 = 6 que é divisı́vel por 2, ao mesmo tempo,(132)9
não é divisı́vel por 4. Interessante quando transformamos (132)9 para base 10,
(132)9 = 110 que de fato é divisı́vel por 2, pois é par, mas não é por 4.
q
X
Lema 3.1.4. Sejam E ∈ Z escrito em uma base K na forma E = ai K i e J = K + 1.
i=0
Então E será divisı́vel por J se a soma dos coeficientes que estão em posição impar
subtraı́da da soma dos que estão em posição par for divisı́vel por J.
q
X
Demonstração. Seja o número E = ai K i , como J = K + 1 segue que K = (−1 + J).
i=0
q
X
Assim E = ai (−1 + J)i , desenvolvendo os binômios temos
i=0
q
i i
!
X i X X i
(−1 + J)i = (−1)j (J)i−j então E = ai (−1)j (J)i−j
j=0
j i=0 j=0
j
Observe que no segundo somatório no segundo membro da equação 3.3 podemos por J
i−1 i−1
X i j i−j
X i
em evidência, então (−1) (J) = J (−1)j (J)i−(j+1) . Assim, em ZJ temos
j=0
j j=0
j
q
i−1 ! !
X i X
que (−1)j (J)i−j = 0. Portanto E = (−1)i ai . Logo J|E se e somente se
j=0
j i=0
q
X
J| (−1)i ai .
i=0
Exemplos:
Demonstração. Primeiro observamos que um número par é sempre divisı́vel por 2. Como
mdc(K + 1, 2) = 1, então 2 não é um divisor de K + 1. Sendo E divisı́vel por K + 1, então
E = (K + 1)b, para algum b ∈ Z. Como 2|E, pela Proposição 2.1.2, 2|b e portanto existe
c ∈ Z tal E = 2(K + 1)c. Logo 2(K + 1)|E. O resultado agora segue pela Proposição 3.1.4.
q
X
Lema 3.1.6. Seja E ∈ Z escrito em uma base K na forma E = ai K i . Agora considere
i=0
J ∈ Z, tal que J|K p , p ∈ Z, ou seja, J divide uma potência de K. Então E será divisı́vel
por J, se J divide o número formado pelos p últimos algarismos de E.
q
X
Demonstração. Seja o número E = ai K i , vamos reescrevê-lo da seguinte maneira:
i=0
p−1 q p−1
X X X
i p i
E= ai K + ap K + p
ai K , colocando K em evidência, temos que E = ai K i +
i=0 i=p+1 i=0
q
X
K p [(ap ) + ( ai K i−p ], Como J|E se e somente se E = 0 em ZJ , e por hipótese J|K p ,
i=p+1
p−1 p−1
X X
tem-se que E = i
ai K , e portanto, J|E se e somente se, J| ai K i , como querı́amos
i=0 i=0
demonstrar.
q
X
Lema 3.1.7. Sejam E ∈ Z escrito em uma base K na forma E = ai K i , n ∈ N tal
i=0
q
K −1 X
que J = ∈ Z e p primo tal que p - J.Então pJ | E se p | E e J | ai .
n i=0
q
X
Demonstração. Supomos que p | E e J | ai . Pelo lema 3.1.3, J | E então E = bJ com
i=0
b ∈ Z. Como p - J então p | b. Logo E = pb0 J e portanto pJ | E.
q q
X X
i
Exemplo: Na base 16 um número H = ai 16 é divisı́vel por A se 5 | ai e
i=0 i=0
2 | a0 .
22
Conclui-se então que um número será divisı́vel por 2, quando o último algarismo o
for, ou seja, quando o último algarismo for par.
Dizemos que um número qualquer será divisı́vel por 3, se, e somente se, a soma de
todos os seus algarismos for divisı́vel por 3.
exemplo 1:
o número 198 é divisı́vel por 3, pois 1 + 9 + 8 = 18, e 18 por sua vez é divisı́vel por
3.
exemplo 2:
200 não é divisı́vel por 3, pois 2 + 0 + 0 = 2 que não é divisı́vel por 3, e ainda, na
divisão de 2 por 3, o resto é 2, que é exatamente o resto da divisão de 200 por 3.
Observe que o critério permite saber se um número é divisı́vel por 3, sem de fato
efetuar a divisão. Mais do que isso, permite saber o resto sem efetuar a divisão.
a0 ≡ a0 (mod 3)
a1 × 101 ≡ a1 (mod3)
a2 × 102 ≡ a2 (mod3)
..
.
a0 +a1 +...+an ≡ 0(mod3), ou seja, o número a será divisı́vel por 3, se a0 +a1 +...+an
o for.
Dizemos que um número qualquer na base 10, será divisı́vel por 4, se, e somente se,
o número formado pelos dois últimos algarismos (Dezenas e Unidades) for divisı́vel
por 4.
Exemplo:
484 é divisı́vel por 4, pois o número formado pelos dois últimos algarismos 84 é
divisı́vel por 4.
Seja o número
a0 ≡ a0 (mod4)
100 ≡ 0(mod4)
100an ≡ 0(mod4)
⇒ a0 + a1 × 10 ≡ 0(mod4) ,
Conclui-se então que um número qualquer a será divisı́vel por 4 quando o número
formado pelos dois últimos algarismos o for.
24
Dizemos que um número qualquer na base 10, será divisı́vel por 5, se, e somente se
o algarismo das unidades for 0 ou 5.
Exemplo 1:
Exemplo 2:
10 ≡ 0(mod5)
veja que dizer que 5|a é equivalente a dizer que a ≡ 0(mod5), ou seja, a = 0 na
congruência módulo 5.
Por outro lado, temos que toda a parte a1 × 101 + a2 × 102 + ... + an × 10n é divisı́vel
por 5,ou seja, é congruente a zero módulo 5, e resta que a0 deve ser divisı́vel por 5,
ou seja, ou ser zero ou ser cinco.
Um número a = an an−1 ...a9 a8 ...a2 a1 a0 será divisı́vel por 7 se a0 + 3a1 + 2a2 + 6a3 +
4a4 + 5a5 + a6 + 3a7 . . . o for.
a = 7[a1 + 14a2 + 142a3 + 1428a4 + 14285a5 + 142857a6 + ...] + a0 + 3a1 + 2a2 + 6a3 +
4a4 + 5a5 + a6 + 3a7 + ...,
7|(a0 + 3a1 + 2a2 + 6a3 + 4a4 + 5a5 + a6 + 3a7 + ...). A justificativa disso, está nas
classes de equivalências. Veja que
7|a se
a = 7[a1 + 14a2 + 142a3 + 1428a4 + 14285a5 + 142857a6 + ...] + a0 + 3a1 + 2a2 + 6a3 +
4a4 + 5a5 + a6 + 3a7 + ... ≡ 0(mod7), ou seja,
25
a = 0(mod7).
Como a parte
7[a1 + 14a2 + 142a3 + 1428a4 + 14285a5 + 142857a6 + ...] ≡ 0(mod7) (é divisı́vel por
7), resta que 7 precisa dividir (a0 + 3a1 + 2a2 + 6a3 + 4a4 + 5a5 + a6 + 3a7 + ...), pois
assim
Um número será divisı́vel por 8 , se o número formado pelos três últimos algarismos
o for.
Exemplo:
Exemplo:
a0 ≡ a0 (mod9)
a1 × 101 ≡ a1 (mod9)
a2 × 102 ≡ a2 (mod9)
..
.
an × 10n ≡ an (mod9)
26
1. Divisibilidade por 2.
Dizemos que um número é divisı́vel por 2, se, e somente se, é par. O resultado é
consequência imediata Lema 3.1.2, com J = 2, que divide a base 10.
2. divisibilidade por 3.
Dizemos que um número qualquer será divisı́vel por 3, se, e somente se, a soma de
todos os seus algarismos for divisı́vel por 3, com J = 3, divisor de K − 1 = 9.
3. Divisibilidade por 4.
Dizemos que um número qualquer na base 10, será divisı́vel por 4, se, e somente se,
o número formado pelos dois últimos algarismos (Dezenas e Unidades) for divisı́vel
por 4.
4. Divisibilidade por 5.
Dizemos que um número qualquer na base 10, será divisı́vel por 5, se, e somente se
o algarismo das unidades for 0 ou 5.
5. Divisibilidade por 6.
Dizemos que um número qualquer na base 10, será divisı́vel por 6, se, e somente se,
for par e divisı́vel por três.
6. Divisibilidade por 8
Um número será divisı́vel por 8 , se o número formado pelos três últimos algarismos
o for.
7. Divisibilidade por 9
8. Divisibilidade por 10
9. Divisibilidade por 11
Um número é divisı́vel por 11, quando a soma dos algarismos de ordem impar,
subtraı́da da soma dos algarismos de ordem par o for.
2. Divisibilidade por 3
Um número na base binária seja divisı́vel por 3, 3 = (11)2 , se a soma dos seus
algarismos de ordem par, subtraı́da dos algarismos de ordem ı́mpar o for. Observe
que o número 3 é representado por 11 na base binária.
3. Divisibilidade por 6
Um número na base binária é divisı́vel por 6, se for par e a soma dos seus algarismos
de ordem par, subtraı́da dos algarismos de ordem ı́mpar o for. Observe que o número
6 é representado por 110 na base binária.
1. Divisibilidade por 2
2. Divisibilidade por 4
3. Divisibilidade por 7
Um número na base octal será divisı́vel por 7, quando a soma dos seus algarismos
o for.
4. Divisibilidade por 9
Um número na base octal será divisı́vel por 9, quando a soma dos seus algarismos
de ordem par, subtraı́da dos seus algarismos de ordem ı́mpar o for.
1. Divisibilidade por 2
29
2. Divisibilidade por 4
3. Divisibilidade por 8
Um número na base Hexadecimal, será divisı́vel por 16, quando terminar em zero.
Um número na base Hexadecimal, será divisı́vel por F16 , quando a soma dos seus
algarismos o for.
6. Divisibilidade por 5
Um número na base Hexadecimal, será divisı́vel por 5, quando a soma dos seus
algarismos o for.
7. Divisibilidade por 3
Um número na base Hexadecimal, será divisı́vel por 3, quando a soma dos seus
algarismos o for.
Um número na base Hexadecimal, será divisı́vel por 17, quando a soma dos seus
algarismos de ordem par, subtraı́da dos seus algarismos de ordem ı́mpar o for.
Um número na base Hexadecimal, será divisı́vel por 10, quando é par e a soma de
seus algarismos for divisı́vel por 5.
3.7 Conclusão
Referências
DOMINGUES, H.; IEZZI, G. Álgebra Moderna. 4a edição. ed. São Paulo: Editora Atual,
1972.