Levantamento Das Necessidades de Treinamento
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Levantamento das Necessidades de Treinamento
Rabelo & Oliveira (1995) relataram que de 19 empresas consultadas somente uma levantava necessidades
de treinamento com base em análise de planos de negócios (equivalente ao nível de diagnóstico organizacio-
nal) e somente cinco com base em avaliação de desempenho (equivalente ao nível de análise de tarefas).
Segundo esses autores, proliferam os procedimentos informais nitidamente reativos, baseados em
solicitações de funcionários e gerentes de linha.
A situação acima relatada não mudou muito. Somente após 1999, quando foi editada a Norma ISO 10015:
Diretrizes para treinamento – é que surgiu um novo processo denominado Definição das Necessidades de
Treinamento – DNT, que passou a ser implementado pelas organizações, principalmente pelas de grande
porte.
A DNT substitui, com vantagem, o tradicional Levantamento das Necessidades de Treinamento – LNT.
A Definição das Necessidades de Treinamento - DNT, é o primeiro estágio do ciclo de treinamento, conforme
apresentado abaixo.
CICLO DO TREINAMENTO
Fig.2 da Norma ISO 10015
A DNT, de acordo com a Norma ISO 10015, tem como objetivo “[...] assegurar que o treinamento requerido
seja orientado para satisfazer as necessidades da organização”.
Veja, a seguir, as seis etapas da DNT:
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1ª Etapa
DEFINIÇÃO DAS NECESSIDADES DA ORGANIZAÇÃO
O treinamento deve ser orientado para atingir resultados estratégicos: aumentar o lucro, aumentar a
satisfação dos clientes, aumentar a produção, aumentar as vendas, reduzir custos, reduzir acidentes,
reduzir a rotatividade de pessoal, melhorar a qualidade e implementar outras melhorias para assegurar a
sobrevivência e o desenvolvimento da organização.
Para a Definição das necessidades da organização é recomendável considerar, entre outros insumos, a
política da organização, sua visão, missão e valores.
Nesta etapa, deve-se fazer um diagnóstico pra definir as necessidades de treinamento em termos de
competências.
Competências essenciais ou “Core Competence” são aquelas que estão relacionadas com o que, de
melhor, a empresa faz ou deveria fazer.
O americano Hamel e o indiano Prahalad (1997, p.231) deixam bem claro os aspectos práticos do
processo de definição das competências essenciais, ao afirmarem o seguinte:
Em termos práticos, se, durante o processo de definição das competências específicas de uma empresa ou
unidade de negócios de médio porte, uma equipe de gerentes identifica quarenta, cinqüenta ou mais
“competências”, provavelmente está descrevendo habilidades e tecnologias, e não as competências
essenciais. Por outro lado, se listar apenas uma ou duas competências, provavelmente está usando um
nível de agregação demasiadamente amplo para gerar insights significativos. Normalmente o nível de
2ª Etapa
DEFINIÇÃO E ANÁLISE DOS REQUISITOS DE COMPETÊNCIA
A definição das demandas futuras da organização, relacionadas às suas metas estratégicas e objeti-
vos da qualidade, incluindo a competência requerida de seu pessoal, podem se originar de fontes
internas e externas de natureza distintas, tais como:
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3ª Etapa:
ANÁLISE CRÍTICA DAS COMPETÊNCIAS
A análise crítica deve ser feita com base nos requisitos das tarefas e no desempenho profissional daqueles
que desenvolvem essas tarefas.
Um problema relacionado por Mellander (2005 p.235) é que “o treinamento freqüentemente tende a ser
mais „orientado aos sintomas‟ do que „orientado às causas’ (os grifos são do autor). É necessário proceder a
uma análise criativa das relações de causa e efeito para [...] evitar ensinar coisas erradas, da forma errada.”
De acordo com 4.2.4 da Norma ISO 10015, os métodos usados para essa análise crítica devem incluir o
seguinte:
A entrevista permite o levantamento de informações e dados bem próximos da realidade. Possibilita, tam-
bém, a obtenção de informações mais complexas sem exigir que o respondente tenha que escrever.
O entrevistador, sabendo ouvir, observar, perguntar e interpretar consegue analisar, com grande precisão,
as falhas e os resultados de um profissional e de seu processo.
Schaan (2001, p.40), descreve os dois tipos de entrevista de acordo com os procedimentos do entrevista-
dor, no que se refere à forma de conduzi-la:
Diretiva é a entrevista dirigida pelo entrevistador, baseada num roteiro ou questionário, visando obter
dados objetivos, relacionados a fatos ou temas específicos.
Não-diretiva é a entrevista que não obedece a um roteiro rígido. Ao entrevistador cabe apenas orientar
discretamente o rumo da conversa, lançando temas ou perguntas amplas como estímulo. É recomendada na
sondagem de aspectos subjetivos do comportamento, tais como opiniões, atitudes, sentimentos.
O uso de questionários, é um procedimento rápido e de fácil tabulação. As perguntas devem ser curtas e
objetivas.
OBSERVAÇÕES
É o procedimento que garante maior confiabilidade às informações obtidas. A observação, como método de
análise crítica, somente deve ser utilizada por observador bastante familiarizado com os procedimentos a
serem analisados.
DISCUSSÕES EM GRUPO
É um procedimento que vem sendo bastante utilizado. Permite a obtenção de dados em profundidade, num
curto espaço de tempo.
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4ª Etapa
DEFINIÇÃO DAS LACUNAS DA COMPETÊNCIA
Nesta etapa, de acordo com 4.2.5 da Norma ISO 10015, deve-se definir os “gap’s” – “as lacunas de
competências.” Para definir as lacunas, convém comparar as competências existente com as requeridas.
Um recurso bastante eficaz para definir, com precisão, os “Gap’s” é a graduação das competências.
Veja, a seguir, um modelo de graduação citado por Trevisan (2001, p.202 e 203). O modelo refere-se ao
“Sistema de competências” desenvolvido pelo governo britânico.
5ª Etapa
IDENTIFICAÇÃO DE SOLUÇÕES PARA ELIMINAR AS LACUNAS DE COMPETÊNCIA
É bom deixar bem claro que existem muitas outras soluções para eliminar as lacunas de competência.
O treinamento é apenas uma delas. Desenvolver programas de treinamento, muitas vezes é a pior
alternativa. Na área de RH da GE para alertar seus profissionais, há uma grande faixa com o texto: NÃO
TREINAR, SE POSSÍVEL.
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6ª Etapa
DEFINIÇÃO DA ESPECIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES DE TREINAMENTO
Referências bibliográficas
RABELO, F.M.; BRESCIANI FILHO, E.; OLIVEIRA, LAB. Treinamento e gestão da qualidade. Revista de
Administração de Empresas, v.35, n.3, p.13-19. maio/jun. 1995.
HAMEL,Gary; PRAHALAD, C.K. Competindo pelo Futuro. 21. Ed. Campus. Rio de Janeiro, 1997
MELLANDER, Klas. O poder da aprendizagem. São Paulo: Editora Cultrix, 2005.
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