O RH Como Recurso Estratégico
O RH Como Recurso Estratégico
O RH Como Recurso Estratégico
A Norma 10015, também, deixa claro que o treinamento é um investimento e não uma despesa. Deve,
portanto, ser implementada com o objetivo de obter resultados significativos e mensuráveis.
A figura 1 da Norma ISO 10015 mostra como o treinamento pode ser escolhido como forma efetiva de
atender as necessidades de melhorias da organização
Necessidades
de melhorias
Outras Necessidades
necessidades relacionadas à competência
Necessidades
Outras
de
necessidades
treinamento
Treinamento
NECESSIDADES DE MELHORIA
A alta direção da empresa e os gestores (inclusive o de RH) devem, de
tempos em tempos, fazer um levantamento das Necessidades de
Melhorias. Estrategicamente, é preciso levantar todas as necessidades
e não somente as necessidades de treinamento.
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ANÁLISE DAS NECESSIDADES DA ORGANIZAÇÃO
Uma vez conhecidas as necessidades de melhorias, deve-se analisá-las
para separar as necessidades relacionadas à competência , das outras
necessidades requeridas pela organização.
OUTRAS NECESSIDADES
As empresas normalmente têm muitas outras necessidades, como por
exemplo: de novos equipamentos, de melhor sistema de manutenção,
de novos investimentos, de novos produtos e de muitos outros recursos
e ações para melhorar seus resultados.
OUTRAS NECESSIDADES
Desenvolver programas de treinamento, muitas vezes é a pior
alternativa. Na área de RH da GE há uma grande faixa com o texto:
NÃO TREINAR, SE POSSÍVEL. O texto faz sentido. Se a empresa
melhorar o processo de seleção e contratar pessoal mais competente,
melhorar o plano de carreira, o plano de remuneração ou então
utilizar a terceirização (outsourcing), certamente, poderá deixar de
desenvolver um ou vários programas de treinamento.
NECESSIDADES DE TREINAMENTO
Feitas as análises anteriores, e se a conclusão for claramente
favorável à realização do treinamento, deve-se programá-lo.
TREINAMENTO
Os programas de treinamento devem ser desenvolvidos de acordo
com os quatro estágios do “Ciclo do treinamento”, conforme a
Fig. 2, apresentada a seguir:
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Fig. 2 - Ciclo de treinamento
Projeto
Avaliação do
Monitoração e planejamento do
treinamento
treinamento
Execução do treinamento
Levantamento
Definição Necessidades
É bom lembrar que o DNT é um processo mais eficiente
Necessidades e eficaz do que o tradicional LNT Treinamento
Treinamento
A DNT, de acordo com a Norma ISO 10015, tem como objetivo “... assegurar que o treinamento
requerido seja orientado para satisfazer as necessidades da organização”.
A DNT é um processo complexo, mas que pode ser facilmente implementado com o auxílio de bons
softwares, já disponíveis no mercado.
Veja, a seguir, as seis etapas da DNT:
Definição da
Definição Identificação
Definição Definição das especificação
e análise Análise crítica das soluções
das lacunas das
dos requisitos das para eliminar
necessidades de necessidades
de competências as lacunas de
da competências de
competências competências
organização treinamento
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1ª Etapa – Definição das necessidades da organização
É de suma importância “... assegurar que o treinamento requerido seja orientado para satisfazer as
necessidades da organização.”
O treinamento deve ser orientado para atingir resultados estratégicos: aumentar o lucro, a satisfação
dos clientes, a produção, as vendas; reduzir custos, acidentes, rotatividade de pessoal; melhorar a
qualidade e implementar outras melhorias para assegurar a sobrevivência e o desenvolvimento da
organização.
Para a definição das necessidades da organização é recomendável considerar, entre outros insumos, a
política da organização, sua visão, missão e valores.
Nesta etapa, convém fazer um diagnóstico pra definir as competências que a organização deve ter
para sobreviver e prosperar.
Competências essenciais ou “Core Competence” são aquelas que estão relacionadas com o que, de
melhor, a empresa faz ou deveria fazer. O americano Hamel e o indiano Prahalad (2) deixam bem claro
os aspectos práticos do processo de definição das competências essenciais, ao afirmarem o seguinte:
Em termos práticos, se, durante o processo de definição das competências específicas de uma
empresa ou unidade de negócios de médio porte, uma equipe de gerentes identifica quarenta,
cinqüenta ou mais “competências”, provavelmente está descrevendo habilidades e tecnologias,
e não as competências essenciais. Por outro lado, se listar apenas uma ou duas competências,
provavelmente está usando um nível de agregação demasiadamente amplo para gerar insights
significativos. Normalmente o nível de agregação mais útil resulta em cinco a quinze
competências essenciais.
Natureza dos produtos fornecidos pela organização; registros dos processos de treinamento
passados e presentes; avaliação por parte da organização da competência do seu pessoal na
realização de tarefas específicas; rotatividade de pessoal ou flutuações sazonais de pessoal
temporário; certificação interna e externa necessária para a realização de tarefas específicas;
solicitações dos empregados que identifiquem oportunidades de desenvolvimento pessoal que
contribuam para os objetivos da organização; resultado de análise dos processos e ações
corretivas decorrentes de reclamações de clientes ou registros de não-conformidades;
legislação, regulamentos, normas e diretrizes que afetam a organização, suas atividades e
recursos; e pesquisa de mercado que identifique novos requisitos de clientes (3).”
Um problema relacionado por Mellander (4) é que “o treinamento freqüentemente tende a ser mais
‘orientado aos sintomas’ do que ‘orientado às causas’ (os grifos são do autor). É necessário proceder a
uma análise criativa das relações de causa e efeito para [...] evitar ensinar coisas erradas, da forma
errada.”
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Os métodos usados para essa análise crítica devem incluir o seguinte:
• entrevistas
A entrevista permite o levantamento de informações e dados bem próximos da realidade. Possibilita,
também, a obtenção de informações mais complexas sem exigir que o respondente tenha que escrever.
Para fazer a análise crítica das competências, podem ser entrevistados os empregados, seus supervisores
e gerentes. O entrevistador, sabendo ouvir, observar, perguntar e interpretar consegue analisar, com
grande precisão, as falhas e os resultados de um profissional e de seu processo.
Um formulário apropriado deve ser elaborado para registrar os dados coletados durante a entrevista.
Schaan (5), descreve os dois tipos de entrevista de acordo com os procedimentos do entrevistador, no
que se refere à forma de conduzi-la:
• questionário
Os questionários, também podem ser dirigidos a empregados, supervisores e gerente. O uso de
questionários, é um procedimento rápido e de fácil tabulação. As perguntas devem ser curtas e
objetivas.
• observações
É o procedimento que garante maior confiabilidade às informações obtidas. A observação, como método
de análise crítica, somente deve ser utilizada por observador bastante familiarizado com os
procedimentos a serem analisados.
• discussões em grupo
É um procedimento que vem sendo bastante utilizado. Permite a obtenção de dados em profundidade,
num curto espaço de tempo.
Um recurso bastante eficaz para definir, com precisão, os “Gap’s” é a graduação das competências.
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Veja, a seguir, um modelo de graduação baseado na National Vocational Qualification – NVQ (6):
□ Nível 4 – o trabalhador possui competência para exercer todo tipo de atividade relativa
àquela função, em diferentes contextos, e um “substancial grau de responsabilidade e
autonomia” para exercer posto que envolve alocação de recursos;
Portanto, o grande segredo da DNT está em especificar com precisão e clareza o objetivo e o resultado
esperados do treinamento
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1º Passo – Definição de restrições
Convém determinar e listar os itens relevantes que restrinjam o processo de treinamento. ´E
recomendável utilizar a lista de restrições por ocasião da seleção dos métodos de treinamento, da
especificação do programa de treinamento e quando for feita a seleção do fornecedor do
treinamento.
Avaliação Avaliação
a curto prazo a longo prazo
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MONITORAÇÃO E MELHORIA DO PROCESSO DE TREINAMENTO
Como vimos, as diretrizes dadas pela norma ISO 10015, nada têm de complicado; podem ser, no máximo,
complexas, e não oferecem nenhum dificuldade para o profissional que deseja implementá-la.
De acordo com as análises do IBM Institute for Business Value (12), é recomendável que as organizações
concentrem o seu foco em três áreas para aumentar a capacidade estratégica de seus RHs:
Referências bibliográficas
1.NBR ISO 10015 - Diretrizes para treinamento. ABNT - Rio de Janeiro - Abril de 2001
2. HAMEL, Gary; PRAHALAD, C.K. Competindo pelo Futuro. 21. Ed. Campus. Rio de Janeiro, 1997 p.231
3. NBR ISO 10015– Op. cit. Item 4.2.3
4. MELLANDER, Klas. O poder da aprendizagem. São Paulo: Editora Cultrix, 2005 p.235
5. SCHAAN, Maria Helena. Avaliação sistemática de treinamento: guia prático – LTr, 2001 p.40
6. TREVISAN, Leonardo - Educação e Trabalho – Editora Senac - São Paulo, 2001 pp.202 e 203
7. NBR ISO 10015 –Op. cit. Item 4.2.6
8. NBR ISO 10015 –Op. cit. Item 4.2.7
9. NBR ISO 10015 –Op. cit. Item 4.3.3
10. NBR ISO 10015 –Op. cit. Item 4.3.4
11. NBR ISO 10015 –Op. cit. Item 5.1
12. Um novo enfoque, uma nova capacitação – O lado estratégico de Recursos Humanos – IBM Global Business Service.
< http://www-03.ibm.com/e-business/br/lob/rh/rh_Study.pdf > Consultado em 06/10/08.
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