Basidiomicetos
Basidiomicetos
Basidiomicetos
TAXONOMIA DE CRIPTÓGMAS
FUNGOS:
FILO BASIDIOMYCOTA
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INTRODUÇÃO AOS BASIDIOMYCETOS
IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA
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Os basidiomicetos das ordens Russulales e Polyporales, conhecidos vulgarmente
como orelhas-de-pau, cumprem um papel valoroso ao crescerem e se desenvolverem
nos troncos das árvores ou matéria vegetal morta (no caso lenhosa), pois, através do seu
modo alimentar, aceleram a decomposição, enriquecendo o solo com matéria orgânica e
muitos nutrientes que são disponibilizados para as espécies vegetais existentes na
floresta.
Os cogumelos predominantemente das ordens Agaricales e Boletales possuem
um hábito de crescimento mais diverso, podendo ocorrer sobre a serapilheira, próximos
às árvores, solitários ou em grande número, na beira das nascentes por conta da
disponibilidade maior de água.
No caso da serapilheira, os basidiomicetos atuam na decomposição das camadas
de folhas mortas e demais restos orgânicos depositados na superfície do solo florestal.
As espécies saprófagas de fungos, juntamente com os microrganismos (certas bactérias),
desempenham um trabalho de agentes decompositores de restos animais e vegetais,
permitindo que os elementos químicos da matéria orgânica desses seres sejam
aproveitados.
Os nutrientes da serapilheira e concentrações de frações de carbono, como a
lignina, têm sido identificados como indicadores da qualidade da serapilheira. As
relações entre algumas dessas substâncias têm sido usadas para explicar diferenças entre
a decomposição de materiais orgânicos (SILVA, 2009).
Os basidiomicetos que atuam na decomposição da matéria orgânica contribuem
para a fertilização do solo e ajudam as plantas na absorção de nutrientes através de
associações com as raízes das mesmas.
Biorremediação
Aust (1990) e Eerd et al. (2003) listaram uma série de vantagens em utilizar
fungos basidiomicetos em processos de biorremediação:
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de organismos está intimamente ligada à conservação das florestas preservando, assim,
os habitats onde eles naturalmente ocorrem.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
Economia e alimentação
Altamente ricos em proteínas, sais minerais, ferro, vitaminas do complexo B,
cálcio, fibras e outros elementos essenciais à saúde, os Basidiomicetos comestíveis,
dentre os quais se destacam os cogumelos, vêm conquistando seu espaço na indústria
alimentícia. No Brasil, espécies como Agaricus bisphorus (Champignon), Pleurotus
Osteatus (Hiratake), Agaricus Blazei Murril (Himematsutake), Lentinus Edodes
(Shitake), e Pleurotus Ssp (Shimej), são consideradas iguarias e vêm sendo amplamente
cultivadas.
De acordo com um estudo realizado em 2000 pela FAO (Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), a produção mundial de cogumelos foi
de aproximadamente 2,4 milhões de toneladas métricas (quadro 1). Os maiores
produtores são a China (708 mil toneladas métricas) e os Estados Unidos (390 mil).
Quadro 1
Produção mundial (toneladas métricas) e área plantada (em hectares) de
cogumelos
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No comércio internacional, a FAO estimou, em 1999, um volume de 272 mil
toneladas métricas, cerca de 11% da produção mundial, correspondendo a US$ 775
milhões de dólares em negócios. A maior exportadora mundial de cogumelos nesse ano
foi a Holanda, terceira produtora mundial, com 63,7 mil toneladas métricas, seguida da
China, com 50,1 mil toneladas métricas. Os maiores importadores de cogumelos, em
1999, foram, em ordem, a Inglaterra, a Alemanha e o Japão, que importaram 59,4 mil,
43,5 mil e 35,2 mil toneladas métricas, respectivamente.
No mercado atacadista brasileiro circula uma pequena parcela da produção
nacional de cogumelos, cerca de 25% a 30%, destacando-se o Ceagesp em São Paulo.
Na Ceasa - MG, a comercialização tornou-se mais frequente a partir de 1997, mas com
volumes muito pequenos.
Oferta (em kg) e preço médio anual nominal (em reais) praticados no
atacado de cogumelos da unidade Grande BH da Ceasa-MG
Economia e agricultura
Dentre todas as classes de Basidiomicetos, duas merecem atenção maior por
reunirem grupos fitopatogênicos de culturas agrícolas: Teliomycetos e Ustomycetos.
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fitopatologistas. Os gêneros mais importantes são: Puccinia, Gymnosporangium e
Cronartium.
www.cca.ufsc.br
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eol.org
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Podemos citar como exemplo o Agaricus brasiliensis, que é conhecido por
vários nomes comuns incluindo “Cogumelo do Sol”, “Himematsutake”, “Cogumelo
Princesa”, “Royal Agaricus”, “Cogumelo Piedade”, “Cogumelo do Fogo”, entre outros.
As pesquisas apontam qualidades medicinais para a linhagem do Agaricus brasiliensis
que se chama Jun-17, pois atuam no fortalecimento do sistema imunológico e na
inibição da reprodução de células mutantes e cancerígenas. Comercializado como
produto terapêutico, é largamente consumido no Japão, EUA e Canadá. Apresenta
efeitos antimutagênicos, antibactericidas, antitumorais e anticancerígenos, além de
ajudar na diminuição dos níveis de glicose no sangue e da pressão arterial.
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medicinais, entre eles, antitumorais, aprimoramento do sistema imunológico, antiviral
(hepatite B) e antiprotozoário (Plasmodium falciparum).
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Entretanto, como se sabe, nem todos os cogumelos são comestíveis. O consumo
de certas espécies vem preocupando a medicina mundial, pois alguns são usados
como alucinógenos, causando intoxicações e mortes em milhares de pessoas ao redor do
mundo. Um exemplo é a Amanita, da família Amanitaceae sendo a responsável por
95% das fatalidades resultantes de envenenamento por cogumelos, já que apresenta
uma toxina extremamente potente: a alfa-amanitina.
Amanita muscaria
(www.morelmushroomhunting.com)
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(2) Matheus Weiler do Amaral, Maira Peres de Carvalho e Alexandre Jose Macedo (orient.) (UFRGS).
Amaurodermamycoportal.org
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Agrocybe | Flickr - Photo Sharing (www.flickr.com)
Floresta Amazônica.
Hygrocybe miniceps¹
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Lactarius panuoides¹
Macrofungi.<http://www.tropicalfungi.org/?portfolio=lactarius-panuoides>.
Acesso em: 07 abr. 2013.
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Auricularia polytricha² – Espécie espécie nativa; não endêmica; Norte (RR, AP),
também encontrada no Sudeste (SP), Sul (SC, RS) e Mata Atlântica
Taylor P. Lockwood.<http://www.fungiphoto.com/CTLG/images/1055-24.jpg>.
Acesso em: 07 abr. 2013.
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Tylopilus potamogeton ² – Espécie nativa; endêmica; Norte (AM); ) Amazônia
Xerocomus amazonicus¹
Macrofungi.<http://www.tropicalfungi.org/?portfolio=xerocomus-amazonicus>.
Acesso em: 07 abr. 2013.
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Outras espécies:
Sclerangium brasiliense ²– Espécie nativa; Norte (AM); Amazônia.
Phylloporus gymnocystis ² – Espécie nativa; endêmica; Norte (AM); Amazônia
Pulveroboletus duckeanus ² – Espécie nativa; endêmica; Norte (AM); Amazônia
Pulveroboletus roseamariae ² – Espécie nativa; endêmica; Norte (AM); Amazônia
Phylloporus manausensi s ² – Espécie nativa; endêmica; Norte (AM); Amazônia
Phylloporus viridis ² – Espécie nativa; endêmica; Norte (AM); Amazônia
Heterochaetella cystidiophora ² – Espécie não endêmica; Norte (RO); Amazônia.
Strobilomyces pauper ² – Espécie nativa; endêmica; Norte (AM); Amazônia.
Tylopilus acutesquamosu ² – Espécie nativa; endêmica; Norte (AM); Amazônia.
Tylopilus arenarius ² – Espécie nativa; endêmica; Norte (AM); Amazônia.
Austroboletus graciliaffinis ² – Espécie nativa; endêmica; Norte (AM); Amazônia.
Aaustroboletus olivaceus ²– Espécie nativa; endêmica; Norte (AM); Amazônia.
Mata Atlântica
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Volvariella earlei¹
Outras espécies:
Auriscalpium villipes¹
Marasmius allocystis¹
Marasmiellus paspalis¹
Climacodon pulcherrimus¹
Scytinostroma duriusculum¹
Lepiota erinana¹
Coprinus pseudomicaceus¹
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Auriscalpium villipes¹
Climacodon pulcherrimus¹
Mushroomexpert.com. <http://www.mushroomexpert.com/climacodon_pulcherrimus.html>.
Acesso em: 07 abr. 2013.
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Mycena luxaeterna³
Macrolepiota sp.*
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Amanita rubescens² – Espécie nativa; não endêmica; Sul (RS)
Wikipédia,2011.<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:2011-07-30_Amanita_rubescens_1.jpg>.
Acesso em: 07 abr. 2013.
Austroboletus festivus² – Espécie nativa; não endêmica; Nordeste (PE), Sul (PR).
Tropical Fungi.<http://www.tropicalfungi.org/?portfolio=austroboletus-festivus>.
Acesso em: 07 abr. 2013.
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Outras espécies:
Lentinula boryana² – Espécie nativa; não endêmica; Nordeste (BA), Sudeste (SP), Sul (PR).
Campo Rupestre
Lactarius rupestris**
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Cerrado
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Caatinga
Bovista plubea¹
Outras espécies:
Tulostoma excentricum² – Espécie nativa; não endêmica; Nordeste (PE); Caatinga.
Manguezais
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Pampas
Inocybe curvipes¹
Cmcarini. <http://www.cmcarini.it/Bollettino/Fotocolor%2047/Inocybe%20curvipes.jpg>.
Acesso em: 07 abr. 2013.
L. brebissonii¹
Lichens of Wales.<http://wales-lichens.org.uk/species-accounts/leptogium-brebissonii>.
Acesso em: 07 abr. 2013.
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L. fragilissimus¹
Outras regiões:
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Agrocybe retigera ² – Espécie nativa; Sul (RS)
Caripia montagnei² – Espécie nativa; não endêmica; Encontrada no Norte (PA) e Nordeste
(RN, PE, SE).
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©2013 Taylor F. Lockwood< http://www.mushroom.pro/a_1k/pages/Caripia_montagnei.htm>.
Acesso em: 07 abr. 2013.
Táxon Diversity,2012.<http://taxondiversity.fieldofscience.com/2012/08/agaricales.html>.
Acesso em: 07 abr. 2013.
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Cyathus poeppigii ²– Espécie nativa; endêmica; Sul (PR, SC)
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Myriostoma coliforme² – Espécie não endêmica encontrada no Nordeste (PB), Sul
(SC, RS); Caatinga e Pampa.
Diana Marcela R.
Reyes,2008.<http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Myriostoma_coliforme.jpg>.
Acesso em: 07 abr. 2013.
Outras espécies:
Schizophyllum commune² – Espécie nativa; não endêmica; Norte (AP, RO),
Nordeste (PB, PE, BA), Sudeste (SP), Sul (SC); abrange regiões da Amazônia,
Caatinga e Mata Atlântica.
Pleurotus djamor² – Espécie nativa; não endêmica; Nordeste (PE), Sudeste (SP),
Sul (PR, RS).
Pleurotus rickii² – Espécie nativa; endêmica; Sudeste (SP), Sul (RS).
Pluteus albostipitatus² – Espécie nativa; endêmica; Sudeste (SP), Sul (PR, RS);
Stropharia coronilla² – Espécie nativa; endêmica; Sul (RS);
Paxillus guttatus² – Espécie nativa; endêmica; Nordeste (PB, PE);
Phlebopus brasiliensis ² – Espécie nativa; não endêmica; Norte (AM), Nordeste
(PB); Amazônia e Mata Atlântica.
Scleroderma bougheri ² – Espécie nativa; endêmica; Sul (SC).
Xerocomus hypoxanthus² – Espécie nativa; não endêmica; Nordeste (PE), Sudeste
(RJ);
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REFERÊNCIAS
¹ SILVA, Maria Regina Carvalho; ROSA, Luiz Henrique; ROSA, Carlos Augusto.
SUBSTÂNCIAS BIOATIVAS DE FUNGOS BASIDIOMICETOS. In: PROGRAMA DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM MICROBIOLOGIA DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, 1., 2007, Belo
Horizonte. 22. Pag. 1 - 39. Disponível em:
<http://microbiologia.icb.ufmg.br/monografias/40.PDF>. Acesso em: 07 abr. 2013.
² MAIA, LC., and CARVALHO JR., AA., coords. Lista de espécies: fungos. In:
FORZZA, RC. org., et al. INSTITUTO DE PESQUISAS JARDIM BOTÂNICO DO
RIO DE JANEIRO. Catálogo de plantas e fungos do Brasil [online]. Rio de Janeiro:
Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro,
2010. p. 90-261. Vol. 1. Disponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em: 06 abr.
2013
³ BBC BRASIL. Cogumelo que emite luz é encontrado no Brasil após 170 anos.
Pesquisadores encontraram no Piauí um cogumelo que emite luz e que tinha sido
avistado pela última vez há quase 170 anos. BBC Brasil: Ciência e Tecnologia,
Brasília, p. 1-1. 11 jul. 2011. Disponível em:
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/07/110708_cogumelo_rc.shtml>.
Acesso em: 05 abr. 2013.
LACAZ, Carlos da Silva. Micologia Médica: gunos. São Paulo, 1991. 8ª Ed.
RAVEN, Peter H. et al. Biologia Vegetal. 6ª Edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan
S.a., 2001.
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** WARTCHOW, Felipe & M. Auxiliadora Q. Cavalcanti. Lactarius rupestris—a
new species from the Brazilian semi-arid region. Mycotaxon 112: 55–63. 2010.
Disponível em: <http://www.mycotaxon.com/vol/abstracts/112/112-55.html>. Acesso
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<http://www.icb.ufmg.br/mic/index.php?secao=material&material=28> Acesso em 06
de abril de 2013.
<http://www.ufrgs.br/Alimentus/feira/mphorta/cogumelo/p%E1ginas/prodaobase.html>
Acesso em 07 de abril de 2013.
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Basidiomycota#Import.C3.A2ncia_do_Grupo> Acesso em
05 de abril de 2013.
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