Ricoeur analisa o conceito de memória coletiva de Maurice Halbwachs. Ele concorda que a memória individual é um ponto de vista da memória coletiva e que a história pode incluir a memória coletiva para criticá-la e corrigi-la. Ricoeur também discute que a memória pertence ao eu, aos grupos e aos outros, retomando a noção de testemunho. Ele conclui que a memória é ao mesmo tempo particular e singular.
Ricoeur analisa o conceito de memória coletiva de Maurice Halbwachs. Ele concorda que a memória individual é um ponto de vista da memória coletiva e que a história pode incluir a memória coletiva para criticá-la e corrigi-la. Ricoeur também discute que a memória pertence ao eu, aos grupos e aos outros, retomando a noção de testemunho. Ele conclui que a memória é ao mesmo tempo particular e singular.
Descrição original:
Resenha de um capítulo do livro basilar sobre memória de Paul Ricoeur
Ricoeur analisa o conceito de memória coletiva de Maurice Halbwachs. Ele concorda que a memória individual é um ponto de vista da memória coletiva e que a história pode incluir a memória coletiva para criticá-la e corrigi-la. Ricoeur também discute que a memória pertence ao eu, aos grupos e aos outros, retomando a noção de testemunho. Ele conclui que a memória é ao mesmo tempo particular e singular.
Ricoeur analisa o conceito de memória coletiva de Maurice Halbwachs. Ele concorda que a memória individual é um ponto de vista da memória coletiva e que a história pode incluir a memória coletiva para criticá-la e corrigi-la. Ricoeur também discute que a memória pertence ao eu, aos grupos e aos outros, retomando a noção de testemunho. Ele conclui que a memória é ao mesmo tempo particular e singular.
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DISCIPLINA DE HISTÓRIA DA LITERATURA PORTUGUESA
10/04/2018 Dênis Moura de Quadros
RICOEUR, Paul. O olhar exterior: Maurice Halbwachs. In:______. A memória, a história, o
esquecimento. Campinas: UNICAMP, 2007. P. 130-142.
Nesse capítulo Paul Ricoeur retomará o conceito de memória coletiva do sociólogo
francês Maurice Halbwachs (1877-1945). Em sua obra publicada em 1950 pela primeira vez afirma que toda memória individual é um ponto de vista da memória coletiva. Nessa questão, podemos perceber que Ricoeur irá refletir sobre a pergunta discorrida no primeiro capítulo: “De quem é a memória?”. Pensando o conceito e relacionando-o com a história o autor afirma que a história só pode incluir a memória como memória coletiva no sentido de escorá-la, criticá-la e/ou corrigi- la. Na leitura de Ricoeur a ideia de atribuir memória a um grupo ou sociedade como o faz Halbwachs é um importante pensamento, visto que na época de produção de A memória coletiva estavam em voga os estudos de Émile Durkheim (1858-1917) concebendo o ato de lembrar em terceira pessoa. Nessa esteira de pensamento o filósofo afirma que para lembrar precisamos de outros. Paul Ricoeur vai ao longo do livro pincelando determinados conceitos que servirão de base paras discussões futuras, aqui, mais uma vez, ele retorna ao testemunho como uma memória que eu recebo de outro. Além disso, trabalhando o conceito de memória coletiva e seus pontos de vistas convergentes individuais reconhece a escola como um espaço privilegiado de deslocamento de pontos de vista. Ainda, retoma os estudos fenomenológicos de Gaston Bachelard (1884-1962), sobretudo, a imagem internalizada de casa, uma casa aconchegante que marca nossa infância. Essa casa não precisa ser, estritamente, a casa em que residimos quando crianças, mas é marcada em nosso consciente como esta casa primordial. Com isso retoma que mesmo pensando em uma memória coletiva o ato de recordar é todo nosso. A partir do subcapítulo “Três sujeitos de atribuição da lembrança: eu, os coletivos, os próximos” Ricouer discutirá e encerrará a pergunta “De quem é a memória?” respondendo que ela pertence ao eu, aos coletivos e aos próximos, que retoma o ato de testemunhar algo. Enquanto a sociologia da memória coletiva atesta a capacidade das entidades coletivas de conservar e recordar as lembranças comuns, a fenomenologia da memória individual parte da coesão dos estados de consciência do eu individual e ambas sugerem a mesma impossibilidade de derivar a legitimidade aparente da tese adversa. Dessa aporia o filósofo propõe uma investigação acerca da aporia maior da memória. Para isso, busca explorar os recursos de complementaridade, buscando identificar, no campo da linguagem, o entrecruzamento dos discursos. Pensando nas implicações do pronome meu presente e marcante nas Confissões de Santo Agostinho faz uma ponte com seu trabalho acerca do Si mesmo como outro. Nesse estágio Ricoeur faz um recorte sobre dessa atribuição e sua tripla implicação: 1- Que a atribuição possa ser suspensa ou operada; 2- Que esses predicados conservem o mesmo sentido em duas situações de atribuições distintas e; 3- Que essa atribuição múltipla preserve a assimetria entre adscrição a si mesmo e adscrição ao outro. Discorrendo sobre as três implicações chega as conclusões, por ora, de que a memória é, ao mesmo tempo, um caso particular e um caso singular. Cita a questão do thesarus dos significados psíquicos que a literatura ora explora em 3ª pessoa (romance), ora 1ª (autobiografia). Ainda, a atribuição a outrem não é acrescida posteriormente, mas coextensiva à atribuição de si. Assim, a assimetria entre atribuição de si e atribuição ao outro ocorre no próprio cerne de atribuição múltipla. Nessas discussões surge o estranho em que a confirmação é seu nome conjetural. Ainda na esteira da discussão, Ricoeur afirmará que a assimetria é um traço adicional da capacidade de atribuição múltipla pressupondo a suspensão da atribuição. Em sua face declarativa, a memória entra na região da linguagem, na lembrança falada, de um testemunho proferido a um terceiro. Nesse momento ela entrará na questão do nome que cada um porta que é escolhido por outros, pelos próximos. Antes de encerrar o capítulo cita Alfred Schutz que fala do encadeamento formado pelos reinos dos contemporâneos, dos predecessores e dos sucessores. Para Schutz, o reino contemporâneo é o eixo da simultaneidade da consciência de si do outro na minha. Logo, afirma que não há um plano intermediário entre a memória individual e da memória coletiva. Então, retoma o conceito grego de philia. Encerra o capítulo com: “Portanto, não é apenas com a hipótese da polaridade entre memória individual e memória coletiva que se deve entrar no campo da história, mas com a de uma tríplice atribuição da memória: a si, aos próximos, aos outros” (RICOEUR, 2007, p.142).