Sociologia Geral
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COMISSÃO CIENTÍFICA: Marisa Schneckenberg; Nelsi Antonia Pabis; Rejane Klein; Sandra Regina Gardacho
Pietrobon; Michelle Fernandes Lima; Anízia Costa Zyck.
REVISÃO ORTOGRÁFICA
Sandra Regina Gardacho Pietrobon
Loremi Loregian Penkal
Gráfica Unicentro
2.600 exemplares
Catalogação na Publicação
Biblioteca Central da UNICENTRO, Campus Guarapuava
Bibliotecária Responsável : Janete Miti Chihaya CRB9/1324
1. Sociologia. I. Título
CDD 301
Copyright: © 2012
Apresentação 07
Capítulo 1
A Revolução Industrial e a Revolução
Francesa 11
1.1 A Revolução Industrial 11
1.2 A Revolução Francesa 11
Capítulo 2
Os clássicos do pensamento social 23
2.1 Saint Simon 23
2.2 Auguste Comte 24
2.3 Durkheim 26
2.4 Karl Marx 41
Capítulo 3
Conceitos Importantes na Sociologia 63
3.1 Estado 63
3.2 Desigualdade Social 73
3.3 As Classes Sociais 83
3.4 A Estratificação Social 84
3.5 A Globalização 85
3.6 Ideologia 87
Capítulo 4
A Sociologia na Contemporaneidade-
Principais Autores 95
Referências 107
Apresentação
Após anos trabalhando com a Sociologia na Universidade
nos cursos de Pedagogia, o convite para escrever esse fascículo se tornou
de extrema utilidade para o meu trabalho. Como está estabelecido a
Sociologia Geral trata da modernidade e dos clássicos. Na Sociologia
da Educação procuramos trabalhar com textos, em que os conceitos
principais aprendidos na Sociologia Geral tenham aplicação prática.
Escrever esse material se tornou um processo de reflexão
sobre as disciplinas. O trabalho cotidiano nos leva a fazer com que nossas
atividades se transformem em mecânicas. Percebi que essa parada me
ajudou a repensar nas próprias dificuldades que os alunos encontram
com a Sociologia.
Como trabalho a Sociologia em uma visão teórico-
metodológica, o conteúdo usado por mim se torna extremamente
abstrato, apesar de estarmos efetivamente falando da realidade vivida no
cotidiano. Só que a reflexão sobre o cotidiano não fazemos com muita
assiduidade. E a escola não nos ensina a abstrair.
Trata-se, portanto, em cada aula, refletir sobre a vida. E, com a
reflexão que fiz sobre cada uma das etapas do ensino de Sociologia, tive a
certeza que esse é o caminho. O meu objetivo é fazer com que os acadêmicos
se conscientizem de que a educação é a atividade mais importante para a
sociedade. É uma atividade política, por estarmos lidando com a formação
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Capítulo 1
Revolução Industrial
e Revolução Francesa
1.1 A Revolução Industrial
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Capítulo 2
Os Clássicos do Pensamento
Social
A discussão desenvolvida pelos três autores, denominados
Clássicos pelo mundo acadêmico, teve como objetivo principal entender
como de davam as relações entre o indivíduo e a sociedade.
Antes deles foi Comte que iniciou suas reflexões sociais
entusiasmado por Saint Simon, de quem foi secretário e de quem recebeu
enorme influência.
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No estado teológico:
O estado metafísico:
O estado positivo:
2.3 Durkheim
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2.3.3 O Método
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Ou seja...
Então:
o positivismo não faz diferença de método entre aquele
usado pelas ciências sociais e aquele usado pelas ciências
naturais;
exige do pesquisador uma neutralidade, que será exercida
por intermédio do despir de conhecimentos, valores e
normas da sociedade em que vive, tornando-o neutro diante
do fato social a ser investigado, ou seja, de seu objeto;
o positivismo privilegia a objetividade do fato social, o
que os olhos observam é a realidade almejada;
em função desses elementos metodológicos é que
o positivismo privilegia principalmente a pesquisa
quantitativa e, logicamente, a estatística como instrumento
de auxílio à pesquisa para chegar à verdade.
se diferencia das manifestações individuais.
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Então como a sociedade vai se munir para superar a crise que produziu
a anomia?
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2.4.4 Método
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Ou seja:
Então:
Marx usa o método dialético como chave para
compreender a realidade social;
Marx cria um artifício didático, infra e superestrutura,
para explicar a organização da sociedade.
Na infraestrutura estão as relações econômicas
determinantes na sociedade.
Na superestrutura encontram-se as instituições
responsáveis pela elaboração do pensamento social,
que serve de justificativa para as relações existentes na
infraestrutura.
Para Marx, a realidade não é aquilo que vemos num
primeiro momento, a objetividade como quer o positivismo,
não é a aparência que mostra o objeto, mas o que ele esconde.
Não existe neutralidade para Marx, o pesquisador se
envolve com o objeto e este com o pesquisador.
2.5 Weber
2.5.3 Método
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Ou seja:
Então:
as ciências sociais devem ter um método próprio de
análise da realidade;
exige uma neutralidade, que será alcançada de acordo
com o quadro teórico usado pelo pesquisador;
foge às explicações macro, portanto, recupera o indivíduo
e seu discurso, que deve expôr a sua vivência para o
pesquisador;
o pesquisador deve desvendar o sentido/interpretar a
ação social do objeto;
a ciência quer chegar a uma verdade, mas cada ciência
tem a sua verdade.
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que pode ou não ser seguido, é, segundo o autor, uma opção pessoal,
dependente da situação em que o sujeito está colocado.
O sociólogo deve compreender o sentido que foi dado pelo
sujeito. Refletindo sobre seu papel, é possível perceber que Weber dá a
ele uma relativa autonomia na sociedade, na medida em que ele vai optar
pelo que melhor lhe convém, apesar da sociedade lhe mostrar um modelo
padrão para aquela situação vivida.
A ação é determinada pelo sujeito e é o que Weber enfatiza em
sua Sociologia, se contrapondo às visões positivistas e evolucionistas que
desvalorizavam o papel das ações humanas na construção da história.
A ação social é, para Weber, a ação do indivíduo na sociedade, que se
tornava o centro de suas reflexões. O indivíduo seria o ponto de partida
para o consentimento ou não dos valores culturais que lhe são impostos
socialmente, assim como a afirmação ou negação de regras e padrões
sociais, e a construção de relações sociais. O indivíduo se torna um agente
ativo no processo social e nas decisões com relação a si próprio. Weber
afirma existirem diversos tipos de ação social: afetiva, tradicional, racional
com relação a valores, e racional com relação a fins.
O papel do sociólogo seria interpretar a realidade vivida pelos
indivíduos na sociedade, mas interpretar é mais do que simplesmente
descrevê-la como queria o positivismo, pois a descrição não revela o
significado daquela ação. Para que o sociólogo apenas descreva o ato
realizado por um indivíduo, ele explica-o por intermédio do que Weber
vai chamar de tipos ideais, que são conceitos criados pelo autor a partir
da realidade social, que o auxiliam a selecionar ou a dar relevância aos
aspectos mais importantes para compreender a ação social. Como se
afirma:
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seria o suficiente para que esses serviços nos fossem oferecidos em grande
quantidade e em boa qualidade. Entretanto não é o que experiência
nos mostra, mas não devemos perder de vista que melhoramos muito
enquanto população. Existem diferentes movimentos sociais que fazem
essa exigência e tornam a sua atividade um instrumento para a sua
realização.
Realmente se observa uma interdependência sendo que
o Estado depende da população, pois as políticas públicas devem
ser elaboradas visando àquilo que necessitamos. Dessa forma temos
que dizer permanentemente a nossos senadores, deputados federais
e estaduais e vereadores aquilo que precisamos, para que eles, como
nossos representantes, em todas estas esferas exijam que o governo
municipal, estadual e federal criem as políticas públicas para sanar nossas
dificuldades enquanto sociedade. Afinal, nós os escolhemos para isso.
A influência do Estado tem importância no nosso cotidiano,
ela se evidencia ainda mais na educação. Por quê? Ora, é o Ministério
da Educação que elabora em Brasília todo o programa que deve ser
transmitido pelas escolas em todo o Brasil. Mesmo admitindo que os
governos estaduais acrescentem sua influência nas políticas educacionais,
que lhes estão subordinadas nos Estados, a base do processo educativo é
elaborada em Brasília e os Estados devem se submeter a essas regras.
Acerca da conceituação de Estado, é preciso considerar que
cada um dos sociólogos clássicos entende a realidade de forma diferente, os
conceitos também são compreendidos de acordo com o que eles pensam em
suas considerações. Afinal uma teoria é um todo que se complementa em
que está articulado um conceito ao outro. A pós-modernidade nos mostra
a possibilidade de misturar uma teoria com a outra, mas mesmo assim, o
autor tem que mostrar na teoria que trabalha uma complementariedade,
senão não é possível explicar seu objeto. Naturalmente que o objeto é
contraditório diriam alguns teóricos, mas se existe uma contradição, é
porque algum elemento objetiva esconder alguma de suas explicações da
realidade. O papel de uma teoria é exatamente explicar cientificamente
seu objeto, mas a ciência se apresenta de diversas formas.
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o capital não perca com a crise, ou seja, o Estado vem a oferecer serviços
para a população para que não seja necessário o capitalista oferecer um
aumento nos salários dos trabalhadores.
A entrada do Estado significou o fim da crise do capital sem
que ele próprio tivesse que dispender de qualquer gastos, caso tivesse que
aumentar o valor dos salários dos trabalhadores. Isso mostra a estreita
relação que Estado e capital possuem na regulação das relações sociais.
O Estado de Bem Estar Social ofereceria educação, saúde, moradia e
segurança à sociedade, na medida em que universalizava esses serviços.
A universalização se torna uma “faca de dois gumes” no
sistema capitalista e principalmente nos países dependentes. Nos países
europeus, o Estado de Bem Estar Social, local onde teve seu surgimento,
funcionou plenamente, dando aos trabalhadores uma segurança,
inclusive diante do desemprego. Caso ficassem desempregados, o Estado
oferecia salário que não obrigava o trabalhador a diminuir o nível de vida
e de sua família. Oferecia-se desde o apoio com aluguéis, até um pleno
funcionamento do sistema de saúde, oferecendo desde medicamentos a
óculos, suprindo realmente todos os serviços à sociedade. Mas temos que
salientar que mesmo na Europa não foram todos os países que tinham
um Estado de Bem Estar Social no mesmo nível que a Inglaterra ou a
Alemanha, por exemplo.
Na América Latina, este modelo de Estado não significou
praticamente nada, principalmente pelas classes dominadas, que
continuaram obrigadas a enfrentar filas, muitas vezes saindo destas
diretamente para a morte. Serviu e ainda serve principalmente à classe
dominante, devido à universalização dos serviços sociais, que diante dos
serviços públicos, usa-os ao seu bel prazer, com uma série de alianças
de relações e conhecimentos, em que burla todos os princípios éticos,
oferecendo a estes acesso aos melhores serviços oferecidos pelo Estado .
Esta forma de Estado entra em conflito juntamente com
uma nova crise do capital. A crise dos anos 70, do século XX, tornou
inviável manter o mesmo nível de oferecimento de serviços. Seu início
se estabelecesse com a deficiência de energia, aumento do preço do
petróleo, e junto a isso, o desenvolvimento da tecnologia, gerando um
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3.6 Ideologia
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Capítulo 4
A Sociologia na
Contemporaneidade - Principais
Autores
Durkheim, Marx e Weber são considerados os sociólogos
clássicos da Sociologia. Vou explicar rapidamente porque eles são
chamados de clássicos. Trata-se de, além de terem fundado a sociologia,
ou seja, foram as primeiras reflexões feitas sobre a sociedade, eles
permanecerem sendo a fonte onde os sociólogos contemporâneos
se baseiam. Para ser mais claro: os três representam as três formas de
pensamento existentes na realidade.
O pensamento se desenvolve a partir da realidade de cada
um, as experiências e as vivências são somadas e são responsáveis pela
forma como vemos o mundo, como interpretamos o mundo. Por isso
as experiências e vivências de cada indivíduo são únicas e geram uma
forma de pensamento. Como as experiências são processos individuais,
o pensamento de cada um também é único, mas se pode identificar
elementos em cada um deles que podem ser considerados como o
pensamento coletivo.
Exatamente nesses elementos coletivos, os sociólogos clássicos
conseguiram apreender e tornar teórico. Vejam bem: os clássicos eram
exímios pesquisadores, tinham uma capacidade incrível de apreender o
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Considerações Finais
Fechamos este fascículo com a apresentação de sociólogos
contemporâneos, para vocês os conhecerem de nome e algumas de suas
ideias, já que escolhemos aqueles que se relacionam com a educação,
através de sua produção intelectual.
O fundamental para vocês nesse final é a discussão sobre
ideologia, tema com que finalizo o curso de Sociologia Geral, exatamente
da forma como quando estou em sala de aula, e isso já fazem alguns anos.
Falamos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa,
passamos pelos clássicos da Sociologia e desenvolvemos alguns conceitos
básicos para a Educação. Mostramos como entender a sociedade, a
desigualdade, as classes sociais, o Estado e a Ideologia. Estes conceitos
desvendam o papel da educação, mais especificamente da escola na
sociedade, para que ao entrar na escola, vocês saibam a verdadeira função
desta instituição para a sociedade.
A educação não é uma atividade espontânea como durante
muito tempo fomos obrigados a acreditar. A educação é uma atividade
política, pois estamos efetivamente transmitindo um conhecimento para
os alunos, estamos introduzindo-os na cultura daquela sociedade em que
vivemos, portanto deve ser compreendida teoricamente. Não esqueçam
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Referências
ALTHUSSER, L. A favor de Marx. Rio de Janeiro: Zahar, 1965.
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