Síntese Do Filme

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FAM - Centro Universitário das Américas


Psicologia - 1° semestre 1B - Matutino - Paulista
Processos Psicológicos Básicos

Ítalo Cardoso de Carvalho - RA 00232598

Síntese do filme - A Primeira Vista


 

Sensações, percepção e síntese do filme "A primeira vista"

Podemos definir as sensações como todos os processos onde receptores sensoriais especializados
presentes em nosso corpo captam estímulos e energias presentes no meio e os direcionam para as áreas
responsáveis em nosso sistema nervoso.

A percepção por sua vez é o ato de analisar e processar as informações obtidas através dos canais
sensoriais: tato, olfato, paladar e visão. Cada centro de processamento irá então organizar as
informações brutas, categoriza-las e a partir daí relacionar os dados aos processos mentais e de
memória, gerando assim aquilo que será percebido.

O filme "A primeira vista" retrata a história de Virgil Adamson, o personagem é acometido de duas
doenças que o levam a perder totalmente a capacidade de enxergar, são elas a catarata congênita e a
retinite pigmentosa esta última consistindo num processo degenerativo que gera a perda gradual deste
sentido.

Na trama percebe-se que Virgil se baseia nas outras funções sensoriais para se referenciar no espaço,
como pode ser notado na cena da chuva onde através do som ele consegue perceber diversos elementos
presentes no ambiente, mesmo sem ver e até mesmo sem tocar os objetos presentes, ele consegue
perceber o entorno através das funções ampliadas devido a compensação da visão suprimida.

Após passar pelo processo cirúrgico o personagem passa então a se reinserir nas situações cotidianas
com os novos elementos captados pela faculdade visual, isto apesar de prometer a primeiro momento
ser um ganho passa na verdade a ser um transtorno em diversos momentos, pois ele já possuía uma
forma própria de enxergar o mundo e senti-lo visualmente nem sempre trás a ele uma percepção mais
aprofundada.

Durante a trama percebemos que para Virgil o ato de perceber ou enxergar o entorno se faz sem que
seja necessária a interferência dos elementos visuais que por vezes trazem mais dispersões do que
realmente referências importantes para o desenvolvimento de sua compreensão sobre si, o espaço a
volta e as pessoas as quais ele se relaciona.

Na cena após a cirurgia Virgil consegue ter as sensações relativas a visão e ainda assim fica claro que
não é possível ao personagem perceber o ambiente a sua volta a partir dessas impressões, é curioso
notar que na cena que precede esta, antes de remover as ataduras, ele pode notar a presença da equipe
de filmagem sem a necessidade da visão, que leva um período até que gere de fato percepções claras ao
protagonista.
Outro ponto bastante interessante é quando Virgil é apresentado a figura da maçã, seus olhos captam a
forma mas é necessário o toque para completar a compreensão do que está sendo captado pelo sentido
da visão, em outras palavras ele necessita tocar para que a compreensão se estabeleça, pois a maçã até
aquele momento não tinha uma referência visual, a partir deste momento ele então percebe a maçã.

Podemos então concluir que apesar de compreendermos o fenômeno de perceber o entorno como algo
muito relacionado ao nosso campo visual, existem diversos outros mecanismos funcionando junto a este
campo para que de fato seja possível perceber as situações no dia a dia. O filme nos convida a repensar
o que realmente seria o processo de enxergar e o quão mais profundamente podemos fazê-lo quando nos
permitimos sentir e perceber a partir de todas as outras faculdades perceptivas que estão ao nosso
 alcance.

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