Manual para Aprendiz PDF
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SENAI-SP
Aprendizagem Industrial - Manual de Orientações às Empresas
Diretor Regional
Walter Vicioni Gonçalves
3ª Edição
São Paulo
2014
Informações atualizadas sobre processo seletivo e busca de cursos de aprendizagem industrial em Escolas SENAI no Estado
de São Paulo, orientações gerais e download deste manual em formato PDF (para Adobe Acrobat): http://www.sp.senai.br , na
seção “Cursos > Aprendizagem Industrial”.
Apresentação
Em 2000, o SENAI de São Paulo deflagrou um conjunto de mudanças identificadoras de uma nova
aprendizagem industrial, dando conseqüência ao movimento nacional do SENAI, iniciado no ano
anterior, de busca de novos caminhos para essa modalidade de ensino.
Tendo em vista o fato de o SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial ser uma instituição
de educação profissional criada para organizar e administrar, em todo o país, escolas de
aprendizagem industrial (Decreto-Lei nº 4.048, de 22 de janeiro de 1942), temos a responsabilidade
de colaborar com nossos parceiros disseminando toda e qualquer informação que esteja diretamente
relacionada ao aprendiz e ao trabalho do menor.
Considerando, outrossim, as inúmeras consultas das empresas industriais que têm sido dirigidas aos
nossos profissionais com vistas a obter esclarecimentos sobre as mudanças introduzidas pela
legislação e os encontros realizados com a Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo
para a divulgação dessas mudanças, este Departamento considerou oportuna a criação de um
documento que não só incorporasse a legislação em vigor sobre a aprendizagem industrial, mas
também resgatasse todos os conceitos a ela referentes.
Nesse contexto, foi concebido este manual, atualizado desde sua primeira versão em 2003, que tem
por objetivos orientar as empresas vinculadas ao Sistema Indústria e subsidiar seus profissionais de
recursos humanos quanto à admissão e manutenção do aprendiz nas empresas, nos termos das
disposições legais em vigor, bem como divulgar programas do SENAI vinculados à aprendizagem.
Missão
Visão
Consolidar-se como líder nacional em educação profissional e tecnológica e ser reconhecido como
indutor da inovação e da transferência de tecnologias para a Indústria Brasileira, atuando com padrão
internacional de excelência.
Índice
Siglas e acrônimos
AC Acréscimo
AFT Auditor-Fiscal do Trabalho
ANTDJ Agenda Nacional de Trabalho Decente para a Juventude
BPC Benefício de Prestação Continuada
CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CBO Classificação Brasileira de Ocupações
CF Constituição Federal de 1988
CLT Consolidação das Leis do Trabalho: Decreto-Lei nº 5.452 de 1º/05/1943
CMDCA Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
CNAP Cadastro Nacional de Aprendizagem Profissional
CNE/CEB Conselho Nacional da Educação / Câmara da Educação Básica
CNI Confederação Nacional da Indústria
CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
CONADE Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência
CONAETI Comisão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil
CONANDA Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
CONAP Catálogo Nacional de Programas de Aprendizagem Profissional
CONDECA Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente
CONJUVE Conselho Nacional da Juventude
CSJT Conselho Superior da Justiça do Trabalho
CTPS Carteira de Trabalho e Previdência Social
DSR Descanso Semanal Remunerado
EC Emenda Constitucional
EAD Educação à distância
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei Federal nº 8.069 de 13/07/1990
EPIs Equipamentos de Proteção Individual
FNAP Fórum Nacional de Aprendizagem Profissional
FOPAP Fórum Paulista de Aprendizagem Profissional
GECTIPA Grupo Especial de Combate ao Trabalho Infantil e de Proteção ao Trabalhador
1
Adolescente
GFIP Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
Previdência Social
IN Instrução Normativa
LC Lei Complementar
LDB ou LDBN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei Federal nº 9.394 de 20/12/1996
1
Criado pela Portaria MTE nº 7 de 23/03/2000, revogada pela Portaria MTE nº 541 de 15/10/2004 – também revogada, sem,
no entanto, repristinação expressa por esta e pelas portarias que as sucederam.
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2
Conforme disposto pelo Decreto Federal nº 6.341 de 03/01/2008.
7
Objetivos
Prioritariamente, este material visa orientar as empresas vinculadas ao Sistema Indústria quanto à
legislação relativa à aprendizagem e, em especial, às leis que alteram dispositivos da CLT e ao
Decreto Federal nº 5.598/2005, que regulamenta a aprendizagem. Complementarmente, subsidiar os
profissionais de RH das empresas vinculadas ao SENAI para a admissão e a manutenção do
aprendiz matriculado no SENAI nos termos da legislação em vigor.
SENAI
O SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial é uma instituição de direito privado, sem fins
lucrativos, voltada à formação profissional e integrante do sistema federal de ensino (artigo 20 da Lei
Federal nº 12.513/2011). Ainda que a formação profisisonal seja sua atividade prioritária, também
desenvolve produtos tecnológicos, tais como ensaios laboratoriais, pesquisa aplicada e
desenvolvimento de produtos, assessoria técnica e informação tecnológica para empresas.
No estado de São Paulo, a rede do SENAI conta com quase uma centena de escolas, além de
escolas móveis e centros móveis de certificação. Todo o processo de formação profissional do
SENAI-SP é certificado pela norma NBR ISO 9001:2000.
Instituto da Aprendizagem
Política pública do Estado brasileiro que resulta de convergência de políticas de inserção do jovem no
mercado de trabalho e ações multilaterais e internacionais de combate à exploração do trabalho
infantil e precarização do trabalho do jovem (muitas delas iniciativas resultantes da promulgação de
Convenções da OIT), a Aprendizagem é fruto de iniciativas de longa data em prol da qualificação do
jovem e, mais enfaticamente contextualizada, no início da trajetória de formação de sujeito. O objetivo
precípuo da Aprendizagem é abrir a mente do indivíduo para que perceba o trabalho não como um
meio de vida, senão parte integrante da vida.
Aprendizagem industrial
A aprendizagem NÃO é uma oportunidade às empresas para contratarem menores para trabalharem,
conforme clara disposição presente ao item 8 da Carta de Brasília, expedida pelo TST e CSJT em
11/10/2012. A aprendizagem é, sobretudo, educação para o trabalho, e tampouco se resume ao
cumprimento da cota.
É importante observar que aprendizagem não é a mesma coisa que estágio. O estágio é de natureza
educativa e não trabalhista e é destinado a alunos que estejam cursando o ensino médio, cursos
técnicos ou superiores.
Aprendizagem (artigo 429 da CLT) e supletivamente (mas não alternativamente) nas escolas técnicas
de educação e entidades sem fins lucrativos (artigo 430 da CLT). O disposto pelo caput do artigo 429
da CLT já indica a competência dos Serviços Nacionais de Aprendizagem para ministrar programas
desta natureza, já que se trata de uma disposição de natureza regimental.
Não existe aprendizagem à distância quando se trata de um curso de formação profissional em nível
básico, conforme disposto pelo Decreto Federal nº 5.622/2005, regulamentação do artigo 80 da LDB,
com referência à EAD.
O SENAI tem total competência histórica e técnica para gerir a aprendizagem dirigida às empresas
vinculadas ao Sistema Indústria. Tal competência é registrada por uma série de marcos legais: artigo
2º do Decreto-Lei nº 4.048/42; artigo 1º do Decreto-Lei nº 4.481/42; artigo 429 da CLT e artigo 9º do
Decreto Federal nº 5.598/2005. Apenas em 2012, o SENAI registrou mais de 182 mil matrículas em
aprendizagem por todo o Brasil; destas, 29,4 mil no Estado de São Paulo.
Realizada prioritaria e integralmente nas escolas mantidas pelo SENAI-SP, a oferta do SENAI
paulista resulta de análise minuciosa de um ofício ou ocupação para a identificação de competências
requeridas do profissional e que devem ser ensinados para atender às necessidades do setor
industrial dentro do nível da formação inicial do trabalhador.
Ocorre somente na hipótese do SENAI não oferecer expressamente cursos ou vagas suficientes para
atender à demanda das empresas a ele vinculadas. As entidades sem fins lucrativos devem:
- ter por objetivo a assistência ao adolescente e à educação profissional;
- ser registradas no CMDCA local;
- contar com estrutura adequada ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem;
- incluir dados pertinentes à instituição e à sua oferta no CNAP no âmbito do MTE.
s
As Portarias MTE nº 1.535/2009, 1.715/2009, 723/2012 e 1.005/2013, estabelecem normas para as
entidades que se proponham a desenvolver programas de aprendizagem. A aprendizagem somente
poderá ser realizada em ambientes adequados ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem,
devendo o AFT realizar a inspeção tanto na entidade responsável pela aprendizagem, quanto no
estabelecimento do empregador (artigo 17 da IN MTE/SIT nº 97/2012).
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Neste caso, é facultada às entidades a cobrança de remuneração pelo serviço prestado. A empresa
deverá checar as entidades formadoras cadastradas pelo MTE bem como seus programas de
aprendizagem para considerar a validade da oferta da instituição promotora do programa.
No caso de Escolas Técnicas de Educação, ocorrerá somente na hipótese de o SENAI não oferecer
expressamente cursos ou vagas suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos
industriais. Também é facultado às empresas enquadradas em atividades industriais buscarem outros
serviços nacionais de aprendizagem para atendimento à suas demandas, naturalmente sob as
mesmas hipóteses. Via de regra os serviços são prestados mediante remuneração.
Programa de aprendizagem
Caso as atividades práticas devam ser desenvolvidas no âmbito da empresa, esta deverá, ouvida a
entidade de formação profissional, designar um monitor responsável pelo acompanhamento das
atividades do aprendiz no estabelecimento.
Cota de aprendizagem
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Conforme entendimento do MTE disposto pela Nota Técnica nº 150/2008, todas as ocupações
demandam formação profissional, assim, excluindo as funções dispostas na regulamentação, o
cálculo de cota terá por base o número total de empregados em todas as funções existentes no
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estabelecimento . No entanto, para verificar se determinada ocupação é pertinente ao cálculo da
cota, basta acessar o site da CBO (www.mtecbo.gov.br) e, uma vez pesquisada determinada
ocupação, acessar o menu “características do trabalho” e visualizar o campo “formação e
experiência”. A evidência de a ocupação ser passível do cálculo da cota está presente no corpo do
texto neste campo. Caso não seja possível localizar na CBO a função idêntica àquela buscada, deve-
se utilizar a nomenclatura da função mais assemelhada.
São competentes para impor as penalidades os órgãos designados pelo MTE, o MPT e os Conselhos
Tutelares. Os empregadores que deixarem de cumprir as disposições legais e regulamentares que
regem a aprendizagem estão sujeitos a multa, lavratura de auto de infração, formalização de termo
de ajuste de conduta, instauração de inquérito administrativo, ajuizamento de ação civil pública e
constatação de nulidade de contrato com a exigência de estabelecimento de vínculo empregatício.
Participação em licitações
Para participar de licitações, exige-se do empregador, pessoa física ou jurídica declaração de que
não emprega menor de 18 anos em trabalho noturno, perigoso ou insalubre e não emprega menor de
16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos. Por outro lado, constitui motivo para
rescisão do contrato já firmado o descumprimento dessa disposição constitucional, sem prejuízo das
sanções penais cabíveis. Como referência, têm-se os seguintes dispositivos: inciso XXXIII do artigo
7º da CF/1988 (com redação dada pela EC nº 20/98), Decreto Federal nº 4.358/2002, inciso V, do
artigo 27 e inciso XVIII do artigo 78 da Lei Federal nº 8.666/93.
3
No entanto, conforme disposto pelo Acórdão TRT da 3ª Região publicado em 22/02/2011, as funções de porteiro/vigia,
serviços gerais e capineiro não demandam formação técnico-profissional.
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A admissão de aprendiz menor de idade deve obedecer ao que dispõe a CLT no capítulo IV, que trata
da proteção do trabalho do menor, bem como à regulamentação pelo Decreto Federal nº 5.598/2005.
Este dispõe, em seu artigo 11, que a contratação de aprendizes deverá atender, prioritariamente, aos
adolescentes entre 14 e 18 anos incompletos, exceto quando as atividades práticas na empresa
implicarem os menores à insalubridade, periculosidade ou proibição. Nestes casos, os candidatos à
admissão como aprendizes devem ter mais de 18 anos e, no máximo, idade que lhe permita concluir
o curso antes de completar 24 anos (exceção no caso de pessoa com deficiência).
A empresa que possui vários estabelecimentos pode concentrar a realização de atividades práticas
previstas em um único local, desde que estejam localizados no mesmo município, conforme artigo 23,
§3º do Decreto nº 5.598/2005. Esta observação só faz sentido se as atividades práticas previstas no
Plano de curso indicarem atividades a serem realizadas nas instalações da empresa.
Empresas públicas vinculadas ao Sistema Indústria também podem ser atendidas pelo SENAI-SP.
Ressalta-se, conforme disposto pelo artigo 16 do Decreto Federal nº 5.598/2005, a necessidade de
realização de processo seletivo mediante edital. Cabe lembrar a obrigação de reserva de pelo menos
5% das vagas às PcD, nos termos do disposto pelo artigo 37 do Decreto Federal nº 3.298/91.
Proibições
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frequência à escola, ou executado entre as 22 horas e as 5 horas do dia seguinte (artigo 404 da
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CLT), para o trabalho urbano ;
c) É proibido o trabalho, em locais e serviços considerados perigosos e insalubres, para menores de
18 anos.
O Decreto Federal nº 6.481/2008 estabeleceu quadro descritivo dos locais e serviços considerados
perigosos e insalubres para menores de 18 anos, sendo proibido o trabalho do menor nas atividades
constantes do mencionado quadro. Somente parecer técnico circunstanciado, assinado por
profissional legalmente habilitado em segurança e saúde no trabalho, atestando a não exposição a
riscos que possam comprometer a saúde e a segurança dos adolescentes, poderá eliminar a
proibição. Esse parecer deverá ser depositado na unidade descentralizada do MTE, da circunscrição
onde ocorrerem as referidas atividades. Os trabalhos técnicos ou administrativos serão permitidos,
desde que realizados fora das áreas de risco à saúde e à segurança.
Do exposto, verifica-se que a proibição refere-se tão somente à admissão do menor como empregado
ou como aprendiz no próprio emprego ou ambiente de trabalho, especificamente, nos locais e
serviços considerados insalubres pelo Decreto Federal nº 6.481/2008. Por outro lado, as empresas,
cujos locais e atividades constam do quadro do mencionado decreto, não estão desobrigadas ou
impedidas de matricular aprendizes nos cursos do SENAI. A legislação proíbe o trabalho em locais
perigosos ou insalubres, mas não proíbe a matrícula nas Escolas SENAI e realização das atividades
teóricas e práticas exclusivamente na escola (artigo 9º da IN MTE/SIT nº 97/2012).
Conteúdo do contrato
Trata-se de um contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o
empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 anos e menor de 24 anos a formação
técnico-profissional metódica sob responsabilidade de entidade formadora, e o aprendiz a executar as
atividades necessárias a essa formação previstas no Plano de curso correspondente.
O contrato de aprendizagem não deverá dar margem a interpretações tácitas ou não previstas, sob a
pena da constatação de nulidade do mesmo pelos órgãos competentes. Ele deverá indicar
expressamente, além da indicação de contratante e contratado:
- o curso, objeto da aprendizagem, correspondente à ocupação a qual foi contratado;
- identificação da entidade qualificada em formação profissional que ministra o curso;
- as jornadas diária e semanal;
- a remuneração mensal ou salário-hora;
- termo inicial e final do contrato (inciso I do artigo 6º da IN MTE/SIT nº 97/2012), coincidente com
o início e término do curso.
4
Segundo a Lei nº 5.889/73, para o trabalho rural considera-se trabalho noturno o executado entre as 21 horas de um dia e as
5 horas do dia seguinte, na lavoura, e entre as 20 horas de um dia e as 4 horas do dia seguinte, na atividade pecuária. As
indústrias de alimentação deverão levar em conta o disposto nesta lei no que se refere ao trabalho noturno.
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Segundo a orientação da SRTE-SP, a lei não exige registro do contrato de trabalho naquele órgão
como condição para a validade do vínculo existente entre o empregador e o aprendiz. Para maiores
orientações, verificar o que dispõe a Nota Técnica MTE nº 26/2002.
O SENAI não toma parte da relação trabalhista, logo, a firma de representante da Escola SENAI no
contrato de aprendizagem não autoriza ou valida os termos firmados e, de modo análogo, sua
ausência não desautoriza ou invalida a relação de aprendizagem. Apenas entidades sem fins
lucrativos, segundo circunstâncias excepcionais (artigo 431 da CLT) podem tomar parte da relação
trabalhista.
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No caso de aprendiz com deficiência intelectual, a comprovação da escolaridade deverá considerar, sobretudo, as
habilidades e competências relacionadas com a profissionalização (§6º do artigo 428 da CLT).
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O contrato de aprendizagem não poderá durar mais de dois anos (§3º do artigo 428 da CLT), exceto
quando se tratar de pessoa com deficiência na condição de aprendiz, tendo, a duração do programa
de aprendizagem fixados pelo SENAI em plano de curso. A duração do curso depende da formação
profissional a que o aprendiz está submetido, ou seja, o tempo necessário para desenvolver no
aprendiz as competências para o desempenho de uma ocupação qualificada.
Observe-se que a duração do contrato de aprendizagem deve coincidir com a duração do curso, isto
é, há irregularidade nos casos em que a data de início do contrato é anterior ao início do curso ou
quando a data final do contrato prolonga-se além do término do curso. Compreende-se, enfim, que a
relação trabalhista de aprendizagem só existe mediante a relação educacional de aprendizagem. O
que extravasa o segundo é considerado irregular e pode ser interpretado como precarização.
Jornada de trabalho
a. Para o aprendiz que não concluiu o ensino fundamental: a jornada de trabalho não excederá
a 6 horas diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação da jornada (artigo 432 da
CLT), inclusive nas hipóteses previstas nos incisos I e II do artigo 413 da CLT;
b. Para o aprendiz que concluiu o ensino fundamental: a jornada de trabalho poderá ser de até 8
horas diárias, nelas computadas as horas destinadas à atividade teórica (§1º do artigo 432 da
CLT). Por estratégia educacional da instituição, todos os alunos de cursos de aprendizagem
realizados nas dependências das Escolas SENAI no Estado de São Paulo, que tenham
ingressado através da seleção unificada devem ter o ensino fundamental concluído.
Os cursos de aprendizagem das Escolas SENAI podem ser realizados no período da manhã, tarde ou
(eventualmente) em período integral, dependendo da estratégia de oferta da Escola e/ou do plano de
curso. Como a jornada diária nas Escolas SENAI normalmente compõe meio período, e nesta
articulam-se atividades teóricas e práticas, a empresa estará atendendo ao disposto pela legislação
se o contrato de aprendizagem limitar-se à formação no SENAI (caput do artigo 23 do Decreto
Federal nº 5.598/2005). Como vantagens à empresa, destacam-se seis pontos:
1. eliminação de riscos de saúde e segurança do trabalho em suas instalações;
2. diminuição dos custos referentes à jornada na empresa (inclusive insalubridade em alguns
casos);
3. desmobilização de pessoal da empresa para fins de tutoria e acompanhamento do aprendiz;
4. desmobilização de insumos e recursos tecnológicos para a prática profissional;
5. redução da oferta de Ensino Médio público noturno, o que implica com que a frequência à
escola regular se dê no contra turno (de carga horária maior) aos cursos do SENAI. Motiva,
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assim, a melhor relação da educação geral com a formação profissional possível, com vistas
ao melhor aproveitamento de um profissional qualificado ao término do programa;
6. possibilidade da empresa indicar menores para a formação protegida no âmbito da Escola
SENAI, o que atende à prioridade a este público prevista no caput do art. 11 do Decreto
Federal nº 5.598/2005 e menor pressão salarial;
Supletivamente, convém esclarecer que esta iniciativa fundamenta-se nas disposições da ANTDJ
através das prioridades:
a) mais e melhor educação (o que converge ao fomento à dedicação do jovem à escola regular
e à formação protegida e dirigida no SENAI-SP) e
b) conciliação harmoniosa entre educação, trabalho e vida familiar, o que vai ao encontro do
artigo 69 do ECA, que prevê, dentre o direito à profissionalização e proteção ao trabalho do
jovem, o respeito à condição de pessoa em desenvolvimento.
Desta forma, o SENAI-SP fomenta que a relação de aprendizagem seja realizada apenas
considerando a formação pelo SENAI nos termo do plano de curso, coincidente a esta, de modo que,
no contraperíodo, o jovem possa frequentar a escola regular, estudar o aprendido nesta e no SENAI,
e gozar do direito de ser jovem (inciso II do artigo 15 da Lei Federal nº 12.852/2013).
O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no prazo nele estabelecido para seu término ou quando o
aprendiz completar 24 anos (artigo 433 da CLT). Observe-se que, segundo dispõe o artigo 18 da Lei
Federal nº 11.180/2005, a idade máxima no contrato de aprendizagem não se aplica pessoas com
deficiência.
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Observações:
1. O aprendiz não pode ser cobrado por competência laboral ou produtividade (já que não é um
profissional qualificado, mas em qualificação), não obstante em frequência e aproveitamento
escolar no ensino regular e no ensino profissional. Os critérios de aproveitamente escolar são
aqueles definidos pelo plano de curso, razão a qual compete ao SENAI esta análise.
2. Na rescisão antecipada do contrato de aprendizagem, não se aplicam os artigos 479 e 480 da
CLT;
3. Somente há necessidade de homologação da rescisão do contrato de aprendizagem junto ao
órgão competente quando o contrato for superior a um ano de duração;
4. No caso de despedida ou retirada voluntária do aprendiz do SENAI, o empregador dará ciência
do fato, por escrito, à Escola SENAI em que o aluno estiver matriculado, em até 10 dias (§4º do
artigo 10 do Decreto-Lei nº 4.481/42);
5. O afastamento do aprendiz em virtude das exigências do serviço militar não constitui causa para
a rescisão, podendo as partes acordarem se o tempo de afastamento será computado na
contagem do prazo restante para o término do contrato (artigo 472 da CLT), cabendo à empresa,
assim, recolher o FGTS durante o período de afastamento;
6. Gravidez e acidente de trabalho também não são motivos para recisão contratual;
7. O pagamento ao aprendiz da rescisão do contrato deverá ser feito até o 1º dia útil imediato ao
término do contrato ou até o 10º dia a partir da data de notificação da demissão, no caso de
ausência de aviso prévio, indenização deste ou dispensa de seu cumprimento (IN MTE/SRT nº
3/2002);
8. A rescisão antecipada por iniciativa da empresa não se justifica a pretexto de que seja celebrado
um contrato de trabalho normal ou no caso de dificuldades financeiras da empresa.
6
Segundo Parecer ESC/CONJUR/MTE nº 06/2003, o MTE só admite a rescisão antecipada sem justa causa em caso de
morte do empregador que implica em falência ou encerramento das atividades da empresa.
18
comum, a critério do empregador. Esse fato não significa que o aprendiz deva interromper o curso.
Ele tem o direito de completar sua formação, mesmo sem contrato.
Nenhum aprendiz poderá, antes do fim do curso, ser retirado da Escola SENAI ou substituído por
outro, por iniciativa do empregador (§5º, do artigo 10 do Decreto-Lei nº 4.481/42).
O empregador que aceitar como seu empregado o aprendiz que tenha iniciado a aprendizagem no
SENAI deverá fazê-lo continuar o curso até a sua conclusão (§6º do artigo 10 do Decreto-Lei nº
4.481/42).
Remuneração do aprendiz
Ao empregado aprendiz é garantido o salário mínimo hora, considerado para tal fim o valor do salário
7
mínimo federal fixado em lei (R$ 3,29) , salvo condição mais benéfica garantida textualmente ao
aprendiz em instrumento normativo (convenção ou acordo coletivo do trabalho), ou o valor do salário
mínimo regional fixado em lei (conforme disposto pelo artigo 11 da IN MTE/SIT nº 97/2012) ou ainda
por liberalidade do empregador. Ressalta-se que salário-mínimo vigente no Estado de São Paulo não
se aplica aos aprendizes (Lei Estadual nº 12.640/2007 - atualizada).
O aprendiz que faltar às atividades do programa de aprendizagem em que estiver matriculado, sem
justificação aceitável, perderá o salário dos dias em que se der a falta (§1º do artigo 8º do Decreto-Lei
nº 4.481/42).
7
Conforme disposto pelo Decreto Federal nº 8.166/2013.
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Observações:
a) Ao aprendiz também é assegurado o vale-transporte para o deslocamento da residência,
atividades teóricas e práticas (artigo 27 do Decreto Federal nº 5.598/2005);
b) É dever do empregador prover os EPIs necessários à formação profissional, adicionalmente
ressalta-se que ao adolescente portador de deficiência física é assegurado o trabalho protegido
(artigo 66 do ECA);
c) Ainda que a hipótese de estabilidade decorrente de gravidez não seja aplicável ao contrato de
aprendizagem por apresentar término pré-fixado, há interpretações conflituosas decorrentes das
s
Súmulas nº 244 e 378 expedidas pelo TST. No entanto, cabe ao empregador recolher o FGTS da
aprendiz durante o período de afastamento (artigo 28 do Decreto Federal nº 99.684/90). Ressalta-
se que a aprendiz gestante, durante período de sua licença, sequer poderá freqüentar a formação
teórica, já que esta formação também faz parte do contrato de trabalho;
d) A empresa deve recolher a contribuição sindical em relação a todos os aprendizes, ainda que só
façam jus aos benefícios concedidos pelo instrumento normativo mediante menção expressa de
sua extensão.
Férias
As férias do aprendiz devem coincidir com as férias escolares e serão concedidas de uma só vez,
sendo proibido o parcelamento (§2º do artigo 136 e §2º do artigo 134 da CLT). Mesmo na hipótese de
férias coletivas, o aprendiz com idade inferior a 18 anos não perde o direito de ter as suas férias
contratuais coincidentes com as da escola regular, e deverá gozar as férias coletivas a título de
licença remunerada.
No período de recesso da Escola SENAI, não coincidente com as férias do aprendiz na empresa,
este poderá cumprir a jornada diária na sua totalidade na empresa prevista no contrato de
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As normas de segurança e medicina do trabalho devem ser rigorosamente aplicadas aos aprendizes,
que serão incluídos no PCMSO, inclusive observando suas características psicofisiológicas. Todos os
exames médicos ocupacionais devem ser realizados. A empresa deverá levar em consideração seus
aprendizes quando providenciar o desenvolvimento do PPRA e do PPP.
Para determinados cursos é exigido, no mínimo, 18 anos na data de início do curso e, no mínimo,
idade que lhes permita concluir o curso antes de completarem 24 anos. Recomenda-se acessar o
website da instituição (www.sp.senai.br) para ciência destes programas.
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Não será cobrada nenhuma taxa para inscrição. No ato desta, o candidato deverá imprimir ou efetuar
o download do “Edital do Processo Seletivo” e do “Programa da Prova”, que estarão disponíveis em
www.sp.senai.br/processoseletivo - cursos de aprendizagem industrial. A “Guia de Inscrição”, onde
constam as informações referentes à data, horário e local da realização da prova estará disponível
para impressão nos dias indicados pelo “Edital do Processo Seletivo”. A prova será composta de
questões de múltipla escolha nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Ciências.
No ato inscrição, além do critério da idade, já mencionado, é necessário que o candidato possua:
- RG e CPF;
- Conclusão do ensino fundamental ou estar matriculado em curso que lhe permita concluir esse
nível de ensino até a data de início das aulas;
- Carta de indicação de empresa vinculada ao Sistema Indústria que admitirá os aprendizes, no
caso de candidatos indicados por empresas, e que deverá ser entregue na escola em que se
inscreveu, até dois dias após sua inscrição.
Não serão aceitas inscrições de candidatos que já tenham concluído o mesmo curso de
aprendizagem no SENAI-SP, ainda que o candidato não tenha firmado contrato de aprendizagem
anteriormente, ou tenha firmado com outra empresa. Se o candidato já foi aprendiz anteriomente, o
empregador não poderá firmar dois contratos sequenciais com o mesmo aprendiz, ainda que se
inscreva em outro programa de aprendizagem (curso ou entidade formadora diferente). Esta é uma
observação que caberá ao empregador.
As empresas interessadas em manter aprendizes nos cursos oferecidos pela rede de Escolas SENAI-
SP deverão manifestar-se, durante o período de inscrições, sobre o número de aprendizes que
pretendem matricular nas respectivas ocupações e turnos. As Escolas aceitarão as reservas até o
limite das vagas existentes. Cada empresa poderá indicar, preferencialmente, até 5 candidatos por
cada vaga que pretenda efetivamente preencher.
Os candidatos encaminhados pelas empresas vinculadas ao Sistema Indústria terão sua matrícula
garantida após a realização do processo seletivo, desde que tenham obtido a nota acima da mínima
exigida, e que a empresa confirme sua contratação como aprendiz, de acordo com quantidade de
vagas por ela reservada. O resultado da seleção será divulgado às empresas de forma a lhes permitir
(eventual seleção) e confirmação dos candidatos que serão contratados como aprendizes.
Para efetivação de sua matrícula, o candidato (ou seu representante), deverá apresentar a via original
e uma cópia dos seguintes documentos: RG, CPF, comprovante de conclusão do ensino fundamental
e carta de compromisso formal da empresa de contratação como aprendiz.
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Há fomento à contratação de PcD no regime de aprendizagem (inciso VII do artigo 15 da Lei Federal
nº 12.852/2013). A Lei Federal nº 11.180/2005 alterou a redação da CLT, acrescentando em seu
artigo 428 que a idade limite para o contrato de aprendizagem não se aplica às pessoas com
deficiências. Além disso, a comprovação da escolaridade de aprendiz com deficiência intelectual deve
considerar, sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a profissionalização.
Já a Lei Federal nº 11.788/2008 dispõe que o limite de dois anos para o contrato de aprendizagem
não se aplica às PcD. Isto ocorre porque o tempo de formação profissional pode ser diferenciado e
extendido na medida de sua deficiência. Deve-se respeitar, entretanto, as premissas de contrato por
prazo determinado e coincidência de vigência de contrato com a duração do curso. Outro ponto a ser
destacado, pertinente aos direitos assegurados às PcD contratadas no regime de aprendizagem, diz
respeito à manutenção do BPC (limitado a dois anos) concomitante à remuneração pela empresa (Lei
Federal nº 12.470/2011).
O SINASE foi elaborado com o propósito de dar respostas ao que deve ser feito no enfrentamento de
situações de violência que envolvem adolescentes enquanto autores de ato infracional ou vítimas de
violação de direitos no cumprimento de medidas socioeducativas. Promulgado sob a Lei Federal nº
12.594/2012, ele reafirma diretriz do ECA sobre a natureza pedagógica da medida socioeducativa.
Trata-se de uma política pública que se correlaciona com diferentes campos sociais, dentre os quais,
o direito à profissionalização e proteção ao trabalho. Cabem aos órgãos de gestão e execução da
política socioeducativa o estabelecimento de convênios, termos de parceria e outras formas de
contratos destinados ao atendimento destes adolescentes. É a partir destes instrumentos de
cooperação que se espera que empresas possam agregar ao seu universo de aprendizes, vagas aos
usuários do SINASE (§2º do artigo 429 da CLT). No entanto, aguarda-se regulamentação ou
orientação apropriada a ser emitida pelo MTE a respeito.
23
Pode também buscar uma articulação maior com as escolas de educação básica da região e
patrocinar eventos (como feira de ciências) que proporcionem a seleção dos melhores alunos para
serem integrados como cotistas da empresa para, então, prestarem o processo seletivo no SENAI.
Nestes casos, a ação de responsabilidade social não foca a aprendizagem, que é compulsória, mas
respectivamente o resgate da cidadania de jovem e a valorização do estudo. Já o MTE tem ações
que visam promover o cumprimento da legislação por meio de vínculos às iniciativas de
responsabilidade social. Convém conhecer o disposto pela Portaria MTE nº 618 de 12/12/2007.
Mais do que cumprir a cota, a empresa se beneficia dos aprendizes na medida em que suas
estratégias de recrutamento e seleção utilizam a aprendizagem como porta de entrada para a mão de
obra qualificada de perfis ocupacionais de baixa complexidade, aquém do perfil técnico de nível
médio. Enquanto vislumbrar que o acréscimo ou substituição desta mão de obra na empresa pode
ser operacionalizada tendo em vista os marcos legais da aprendizagem, o programa será valorizado
internamente. Melhor será a pré-seleção de candidatos a participarem do processo seletivo no
SENAI-SP. Maior será a visibilidade (e relevância orçamentária) dentro da empresa para constituição
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de um programa com maior valor; maior será o envolvimento de pessoas e departamentos; maior
será a observância do princípio educativo sobre o laboral; enfim, maior será a distância da renitente
reclamatória de falta de mão de obra qualificada à disposição dos diversos segmentos produtivos.
À medida que a empresa renova estas práticas ao longo do tempo, cria-se no âmbito da cultura
organizacional um fenômeno característico já observado historicamente em alguns bolsões
produtivos ao redor do mundo: floresce uma cultura de formação. A rigor, a formação profissional
passa a ser compreendida como um fator de produção da empresa, demandando mobilização
25
26
Cláusula Primeira
Cláusula Segunda
8
Esta redação é uma sugestão de minuta. Cabe ao empregador desenvolver o instrumento da relação trabalhista com
o aprendiz. O SENAI-SP não toma parte nesta relação trabalhista, conforme disposto pelo artigo 431 da CLT com
redação dada pela Lei Federal nº 10.097/2000 e caput do artigo 15 do Decreto Federal nº 5.598/2005.
27
Cláusula Terceira
Ao EMPREGADO, salvo condições mais favoráveis, será garantido o salário mínimo hora, conforme
§2º do artigo 428 da CLT, com a redação dada pela Lei Federal nº 10.097/2000.
Cláusula Quarta
Cláusula Quinta
Cláusula Sexta
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Cláusula Sétima
O EMPREGADO se obriga a:
a) participar das aulas e demais atividades escolares estabelecidas pela Escola SENAI, bem como
cumprir o Regimento Escolar do SENAI-SP e disposições disciplinares, e
b) no caso do desenvolvimento de atividades no estabelecimento do EMPREGADOR, obedecer às
normas e aos regulamentos da empresa.
Cláusula Oitava
O não cumprimento pelo EMPREGADO de seus deveres que impliquem em desempenho insuficiente
ou inadaptação, falta disciplinar grave, ausência injustificada à escola que implique perda do ano
letivo, nos termos do artigo 433 da CLT, com a redação dada pela Lei Federal nº 11.180/2005, ou a
não observância pelo EMPREGADOR das obrigações legais e das assumidas neste instrumento
serão considerados motivos para a rescisão do presente Contrato de Aprendizagem.
E por se acharem justas e contratadas, as partes assinam o presente instrumento em duas vias de
igual teor, na presença de testemunhas, abaixo, nomeadas.
________________________________ _______________________________
EMPREGADOR EMPREGADO
________________________________
Testemunhas: Responsável pelo aprendiz (se menor)
________________________________ _______________________________
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Iniciativa do SENAI-SP que consagra estratégia para formação profissional dirigida a populações de
baixa renda e em situação de risco. Fundamentado na notória experiência do SENAI na formação de
jovens para o primeiro emprego, o programa adota a estratégia de parcerias com prefeituras e
entidades sociais para ampliar o alcance das ações do SENAI-SP e sua oferta de cursos de
aprendizagem industrial.
O objetivo é propiciar a segmentos da população ainda não atendidos pela rede SENAI-SP, reais
oportunidades de integração ao meio social e ao mercado de trabalho, por meio da formação
profissional com foco em empreendedorismo, cooperação, responsabilidade e em habilidades
profissionais.
Caberá às prefeituras e entidades sociais prover ambientes de ensino e pessoal (docente, técnico e
administrativo) e adotar o Sistema SENAI de Ensino. Quanto às responsabilidades do SENAI-SP,
destacam-se estruturar o programa e a metodologia de ensino, com base no plano de curso
elaborado para cada perfil profissional de conclusão; realizar a preparação pedagógica do corpo
docente (dos órgãos públicos e instituições comunitárias); fornecer modelo de material didático;
supervisionar a realização dos programas; indicar os instrumentos de controle e avaliação do
rendimento escolar; expedir certificado aos aprendizes que a ele fizerem jus.
Como apoio aos parceiros, além da estruturação, organização e acompanhamento dos cursos, o
SENAI-SP repassará recursos financeiros às instituições que, comprovadamente, registrarem
matrículas de aprendizes empregados em empresas vinculadas ao Sistema Indústria. Por meio de
convênios de cooperação técnica entre o SENAI-SP e os parceiros locais, pretende-se ampliar as
perspectivas de realização profissional da população jovem e contribuir para o desenvolvimento
socioeconômico do estado de São Paulo e do Brasil.
Ressalta-se que este tipo de parceria, pelo fato do programa ser de inteira responsabilidade do
SENAI-SP e não haver divisão do conteúdo programático com a parceira, não se configura como
“parceria” nos termos da Portaria MTE nº 723/2012.
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Quando realizada no ambiente do empregador, a aprendizagem industrial será considerada como tal,
se corresponder a um processo educacional pré-definido em plano de curso. As atividades a serem
desenvolvidas no ambiente de trabalho da empresa serão objeto de negociação com esta e deverá,
obrigatoriamente, compor o plano de curso, indicando o momento desta atividade, critérios de
controle, insumos etc.
Buscando uma formação que atenda aos princípios da cidadania e da qualificação para o trabalho, o
programa deve ser estruturado a partir de determinado perfil profissional que atenda ao mercado de
trabalho (e não do posto de trabalho da empresa), de acordo com o Sistema SENAI de Ensino e
normas internas do SENAI-SP. Irremediavelmente, a situação de curso de aprendizagem industrial
que implica em atividades previstas no ambiente de trabalho demanda extensa e intensa articulação
entre a empresa e o SENAI-SP.
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Anexos - Legislação
Por ordem cronológica
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33
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição,
DECRETA:
Artigo 3º - O Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários será organizado e dirigido pela
Confederação Nacional da Indústria.
Artigo 5º - Estarão isentos da contribuição referida no artigo anterior os estabelecimentos que, por
sua própria conta, mantiverem aprendizagem, considerada, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem
dos Industriários, sob o ponto de vista da montagem, da Constituição do corpo docente e do regime
escolar, adequada aos seus fins.
...................................................................................................................................................................
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Artigo 2º - Terão preferência, em igualdade de condições, para admissão aos lugares de aprendiz de
um estabelecimento industrial, em primeiro lugar, os filhos, inclusive os órfãos e, em segundo lugar,
os irmãos dos seus empregados.
Artigo 3º - Os candidatos à admissão como aprendizes, além de terem a idade mínima de quatorze
anos, deverão satisfazer às seguintes condições:
a. ter concluído o curso primário ou possuir os conhecimentos mínimos essenciais à preparação
profissional;
b. ter aptidão física e mental, verificada por processo de seleção profissional, para a atividade que
pretende exercer;
c. não sofrer de moléstia contagiosa e ser vacinado contra varíola.
Parágrafo único. Aos candidatos rejeitados pela seleção profissional deverá ser dada, tanto quanto
possível, orientação profissional para ingresso em atividade mais adequada às qualidades e aptidões
que tiverem demonstrado.
Artigo 4º - As atividades que deverão ser realizadas para a conveniente formação profissional dos
aprendizes serão as seguintes:
a. estudo das disciplinas essenciais à preparação geral do trabalhador e bem assim às práticas
educativas que puderem ser ministradas;
b. estudo das disciplinas técnicas relativas ao ofício escolhido;
c. prática das operações do referido ofício.
Artigo 5º - Para a realização do disposto no artigo anterior, serão instituídas escolas de aprendizagem
como unidades autônomas, nos próprios estabelecimentos industriais ou na proximidade deles, ou
organizados cursos de aprendizagem em estabelecimentos de ensino industrial.
§1º Poderá uma escola, ou curso de aprendizagem, destinar-se aos aprendizes de um só
estabelecimento industrial, uma vez que o número dos que aí necessitem de formação profissional
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§1º O SENAI notificará o empregador quanto às faltas dos aprendizes para que o mesmo as justifique
dentro de 10 dias, e se for alegada doença como motivo de ausência, o SENAI poderá mandar
verificar por seu serviço médico a procedência da alegação. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 9.576, de
12/08/1946)
§2º A dispensa de frequência só será admitida quando anotada pela direção da escola, na caderneta
de matrícula do aprendiz, fornecida pelo SENAI. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 9.576, de 12/08/1946)
§3º O empregador fica obrigado a matricular nos cursos do SENAI, dentro de dez (10) dias a contar
da data da notificação, novo aprendiz na vaga daquele dispensado por invalidez, doença ou
demissão, ou ainda por suspensão ou afastamento pelo SENAI, inclusive conclusão do curso ou
implemento de idade. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 9.576, de 12/08/1946)
36
§4º No caso de despedida ou retirada voluntária do aprendiz, o empregador dará ciência do fato ao
SENAI, dentro de dez (10) dias. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 9.576, de 12/08/1946)
§5º Nenhum aprendiz poderá, antes do fim do curso, ser retirado da Escola SENAI ou substituído por
outro, por iniciativa do empregador. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 9.576, de 12/08/1946)
§6º O empregador que aceitar como seu empregado o menor que tenha iniciado a aprendizagem no
SENAI deverá fazê-lo continuar o curso, salvo dispensa temporária em casos especiais, a juízo das
administrações regionais do SENAI. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 9.576, de 12/08/1946)
§7º Quando houver manifesta dificuldade, por parte da empresa, em conseguir aprendizes, o SENAI
deverá procurar e oferecer os aprendizes necessários a serem admitidos pelos empregadores, que
não os poderão recusar sob as penas da lei, ficando, entretanto, o estabelecimento isento de multa
na hipótese de o SENAI deixar de exercer essa função supletiva. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 9.576, de
12/08/1946)
Artigo 11 - É dever dos empregadores da indústria facilitar a fiscalização, pelos órgãos do SENAI, do
cumprimento das disposições legais, regulamentares e regimentais e, bem assim, das instruções e
decisões relativas à aprendizagem.
...................................................................................................................................................................
Artigo 15 - O presente Decreto-Lei entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário.
37
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição,
DECRETA:
Artigo 1º - O Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários (SENAI), criado pelo Decreto-Lei nº
4.048, de 22 de janeiro de 1942, passa a denominar-se Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(SENAI).
...................................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................................
38
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição,
DECRETA:
TÍTULO II
DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO
CAPÍTULO II
DA DURAÇÃO DO TRABALHO
Seção II
Dos jornada de trabalho
Artigo 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: (Redação dada pela Lei nº 8.966, de
27/12/1994)
(...)
II. os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se
equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou
filial. (Inciso incluído pela Lei nº 8.966, de 27/12/1994)
Seção III
Dos períodos de descanso
Artigo 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas
consecutivas para descanso.
Artigo 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas
consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço,
deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.
Parágrafo único. Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos
teatrais, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro
sujeito à fiscalização.
Artigo 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma do artigo 67, será sempre
subordinado à permissão prévia da autoridade competente em matéria de trabalho.
Parágrafo único. A permissão será concedida a título permanente nas atividades que, por sua
natureza ou pela conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao Ministro do
Trabalho, Industria e Comércio, expedir instruções em que sejam especificadas tais atividades. Nos
demais casos, ela será dada sob forma transitória, com discriminação do período autorizado, o qual,
de cada vez, não excederá de 60 (sessenta) dias.
39
Artigo 70 - Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, é vedado o trabalho em dias feriados nacionais e
feriados religiosos, nos têrmos da legislação própria. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
Artigo 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a
concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e,
salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§1º Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15
(quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
§2º Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.
§3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do
Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se
verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos
refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a
horas suplementares.
§4º Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo
empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no
mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
(Parágrafo incluído pela Lei nº 8.923, de 27/07/1994)
§5º Os intervalos expressos no caput e no §1º poderão ser fracionados quando compreendidos entre
o término da primeira hora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em
convenção ou acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições
especiais do trabalho a que são submetidos estritamente os motoristas, cobradores, fiscalização de
campo e afins nos serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte
coletivo de passageiros, mantida a mesma remuneração e concedidos intervalos para descanso
menores e fracionados ao final de cada viagem, não descontados da jornada. (Parágrafo incluído pela Lei
nº 12.619, de 30/04/2012)
CAPÍTULO IV
DAS FÉRIAS ANUAIS
Seção II
Da concessão e da época das férias
Artigo 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze)
40
meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. (Redação dada pelo Decreto-Lei
nº 1.535, de 13/04/1977)
...................................................................................................................................................................
§2º Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinquenta) anos de idade, as férias serão
sempre concedidas de uma só vez. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.535, de 13/04/1977)
...................................................................................................................................................................
CAPÍTULO V
DA SAÚDE E DA MEDICINA DO TRABALHO
Seção I
Disposições gerais
Artigo 157 - Cabe às empresas: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977)
I. cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; (Inciso incluído pela Lei
nº 6.514, de 22/12/1977)
II. instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no
sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; (Inciso incluído pela Lei nº 6.514,
de 22/12/1977)
III. adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; (Inciso
incluído pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977)
IV. facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. (Inciso incluído pela Lei nº 6.514, de
22/12/1977)
TÍTULO III
DAS NORMAS ESPECIAIS DE TUTELA DO TRABALHO
CAPÍTULO IV
DA PROTEÇÃO DO TRABALHO DO MENOR
Seção I
Disposições gerais
Artigo 402 - Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até
dezoito anos. (Redação dada pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
Parágrafo único. O trabalho do menor reger-se-á pelas disposições do presente Capítulo, exceto no
serviço em oficinas em que trabalhem exclusivamente pessoas da família do menor e esteja este sob
a direção do pai, mãe ou tutor, observado, entretanto, o disposto nos artigos 404, 405 e na Seção II.
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
41
Artigo 403 - É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição
de aprendiz, a partir dos quatorze anos. (Redação dada pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
Parágrafo único. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais à sua
formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não
permitam a frequência à escola. (Redação dada pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
a. (Revogada pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
b. (Revogada pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
Artigo 404 - Ao menor de 18 (dezoito) anos é vedado o trabalho noturno, considerado este o que for
executado no período compreendido entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas.
Artigo 405 - Ao menor não será permitido o trabalho: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
I. Nos locais e serviços perigosos ou insalubres, constantes de quadro para esse fim aprovado
pela pelo Diretor Geral do Departamento de Segurança e Higiene do Trabalho; (Redação dada
pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
II. Em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de
28/02/1967)
§1º (Revogado pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
§2º Trabalho exercido nas ruas, praças e outros logradouros dependerá de prévia autorização do Juiz
da Infância e da Juventude, ao qual cabe verificar se a ocupação é indispensável à sua própria
subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo à sua
formação moral. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
§3º Considera-se prejudicial à moralidade do menor o trabalho: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de
28/02/1967)
a. prestado de qualquer modo, em teatros de revista, cinemas, bates, cassinos, cabarés,
dancings e estabelecimentos análogos; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
b. em empresas circenses, em funções de acrobata, saltimbanco, ginasta e outras semelhantes;
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
c. de produção, composição, entrega ou venda de escritos, impressos, cartazes, desenhos,
gravuras, pinturas, emblemas, imagens e quaisquer outros objetos que possam, a juízo da
autoridade competente, prejudicar sua formação moral; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de
28/02/1967)
d. consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de
28/02/1967)
§4º Nas localidades em que existirem, oficialmente reconhecidas, instituições destinadas ao amparo
dos menores jornaleiros, só aos que se encontrem sob o patrocínio dessas entidades será outorgada
a autorização do trabalho a que alude o §2º. (Parágrafo incluído pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
§5º Aplica-se ao menor o disposto no artigo 390 e seu parágrafo único. (Parágrafo incluído pelo Decreto-Lei
nº 229, de 28/02/1967)
42
Artigo 406 - O Juiz da Infância e da Juventude poderá autorizar ao menor o trabalho a que se referem
as letras "a" e "b" do §3º do artigo 405: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
I. Desde que a representação tenha fim educativo ou a peça de que participe não possa ser
prejudicial à sua formação moral; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
II. Desde que se certifique ser a ocupação do menor indispensável à própria subsistência ou à
de seus pais, avós ou irmãos e não advir nenhum prejuízo à sua formação moral. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
Artigo 407 - Verificado pela autoridade competente que o trabalho executado pelo menor é prejudicial
à sua saúde, ao seu desenvolvimento físico ou a sua moralidade, poderá ela obrigá-lo a abandonar o
serviço, devendo a respectiva empresa, quando for o caso, proporcionar ao menor todas as
facilidades para mudar de funções. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967).
Parágrafo único. Quando a empresa não tomar as medidas possíveis e recomendadas pela
autoridade competente para que o menor mude de função, configurar-se-á a rescisão do contrato de
trabalho, na forma do artigo 483. (Parágrafo incluído pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
Artigo 408 - Ao responsável legal do menor é facultado pleitear a extinção do contrato de trabalho,
desde que o serviço possa acarretar para ele prejuízos de ordem física ou moral. (Redação dada pelo
Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
Artigo 409 - Para maior segurança do trabalho e garantia da saúde dos menores, a autoridade
fiscalizadora poderá proibir-lhes o gozo dos períodos de repouso nos locais de trabalho.
Artigo 410 - O Ministro do Trabalho poderá derrogar qualquer proibição decorrente do quadro a que
se refere o inciso I do artigo 405 quando se certificar haver desaparecido, parcial ou totalmente, o
caráter perigoso ou insalubre, que determinou a proibição.
Seção II
Da duração do trabalho
Artigo 411 - A duração do trabalho do menor regular-se-á pelas disposições legais relativas à duração
do trabalho em geral, com as restrições estabelecidas neste Capítulo.
Artigo 412 - Após cada período de trabalho efetivo, quer contínuo, quer dividido em 2 (dois) turnos,
haverá um intervalo de repouso, não inferior a 11 (onze) horas.
Artigo 413 - É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo: (Redação dada pelo
Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
43
9
máximo de 48 (quarenta e oito) horas semanais ou outro inferior legalmente fixado; (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
II. Excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com
acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) sobre a hora normal e desde
que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
Parágrafo único. Aplica-se à prorrogação do trabalho do menor o disposto no artigo 375, no parágrafo
10
único do artigo 376, no artigo 378 e no artigo 384 desta Consolidação. (Parágrafo incluído pelo Decreto-Lei
nº 229, de 28/02/1967)
Artigo 414 - Quando o menor de 18 (dezoito) anos for empregado em mais de um estabelecimento,
as horas de trabalho em cada um serão totalizadas.
Seção IV
Dos deveres dos responsáveis legais de menores e dos empregadores da aprendizagem
Artigo 424 - É dever dos responsáveis legais de menores, pais, mães, ou tutores, afastá-los de
empregos que diminuam consideravelmente o seu tempo de estudo, reduzam o tempo de repouso
necessário à sua saúde e constituição física, ou prejudiquem a sua educação moral.
Artigo 425 - Os empregadores de menores de 18 (dezoito) anos são obrigados a velar pela
observância, nos seus estabelecimentos ou empresas, dos bons costumes e da decência pública,
bem como das regras da segurança e da medicina do trabalho.
Artigo 426 - É dever do empregador, na hipótese do artigo 407, proporcionar ao menor todas as
facilidades para mudar de serviço.
Artigo 427 - O empregador, cuja empresa ou estabelecimento ocupar menores, será obrigado a
conceder-lhes o tempo que for necessário para a frequência às aulas.
Parágrafo único. Os estabelecimentos situados em lugar onde a escola estiver a maior distancia que
2 (dois) quilômetros, e que ocuparem, permanentemente, mais de 30 (trinta) menores analfabetos, de
14 (quatorze) a 18 (dezoito) anos, serão obrigados a manter local apropriado em que lhes seja
ministrada a instrução primária.
Artigo 428 - Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por
prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e
menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-
profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o
9
A CF/1988, em seu artigo 7º, inciso XIII dispôs que a duração da jornada de trabalho normal não será superior a 44 horas
semanais.
10
Dos artigos citados neste parágrafo, apenas o artigo 384 permanece vigente, posto que a Lei nº 7.855/89 revogou o artigo
375 e o parágrafo único do artigo 378 e a Lei nº 10.244/2001 revogou o artigo 378.
44
aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação. (Redação dada pela
Lei nº 11.180, de 23/09/2005)
Artigo 429 - Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos
cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por
cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada
estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional. (Redação dada pela Lei nº 10.097, de
19/12/2000)
a. (Revogada pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
b. (Revogada pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
§1ºA - O limite fixado neste artigo não se aplica quando o empregador for entidade sem fins
lucrativos, que tenha por objetivo a educação profissional. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
§1º As frações de unidade, no cálculo da percentagem de que trata o caput, darão lugar à admissão
de um aprendiz. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
§2º Os estabelecimentos de que trata o caput ofertarão vagas de aprendizes a adolescentes usuários
do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) nas condições a serem dispostas em
instrumentos de cooperação celebrados entre os estabelecimentos e os gestores dos Sistemas de
Atendimento Socioeducativo locais. (Parágrafo incluído pela Lei nº 12.594, de 19/01/2012)
Artigo 430 - Na hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagem não oferecerem cursos ou vagas
suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos, esta poderá ser suprida por outras
entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica, a saber: (Redação dada pela Lei nº
10.097, de 19/12/2000)
45
II. Entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e à
educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente. (Inciso incluído pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
§1º As entidades mencionadas neste artigo deverão contar com estrutura adequada ao
desenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma a manter a qualidade do processo de
ensino, bem como acompanhar e avaliar os resultados. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
§2º Aos aprendizes que concluírem os cursos de aprendizagem, com aproveitamento, será concedido
certificado de qualificação profissional. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
§3º O Ministério do Trabalho e Emprego fixará normas para avaliação da competência das entidades
mencionadas no inciso II deste artigo. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
Artigo 431 - A contratação do aprendiz poderá ser efetivada pela empresa onde se realizará a
aprendizagem ou pelas entidades mencionadas no inciso II do artigo 430, caso em que não gera
vínculo de emprego com a empresa tomadora dos serviços.
a. b. c. (Revogadas pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
Artigo 432 - A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a
prorrogação e a compensação de jornada. (Redação dada pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
§1º O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já
tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à
aprendizagem teórica. (Redação dada pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
§2º (Parágrafo revogado pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
Artigo 433 - O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz completar
24 (vinte e quatro) anos, ressalvada a hipótese prevista no §5º do artigo 428 desta Consolidação, ou
ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 11.180, de 23/09/2005)
I. Desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz; (Inciso acrescentado pela Lei nº 10.097, de
19/12/2000)
II. Falta disciplinar grave; (Inciso acrescentado pela Lei nº 10.097, de 19/12/2000)
III. Ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo, ou (Inciso acrescentado pela Lei nº
10.097, de 19/12/2000)
Seção V
Das penalidades
Artigo 434 - Os infratores das disposições deste Capítulo ficam sujeitos à multa de valor igual a 1
(um) salário mínimo regional, aplicada tantas vezes quantos forem os menores empregados em
46
desacordo com a lei, não podendo, todavia, a soma das multas exceder a 5 (cinco) vezes o salário
mínimo, salvo no caso de reincidência em que esse total poderá ser elevado ao dobro. (Redação dada
pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
Artigo 435 - Fica sujeita à multa de valor igual a 1 (um) salário mínimo regional e ao pagamento da
emissão de nova via a empresa que fizer na Carteira de Trabalho e Previdência Social anotação não
prevista em lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
Artigo 438 - São competentes para impor as penalidades previstas neste Capítulo:
a. no Distrito Federal, a autoridade de 1ª instância do Departamento Nacional do Trabalho;
b. nos Estados e Território do Acre, os delegados regionais do Ministério do Trabalho, Indústria e
Comércio ou os funcionários por eles designados para tal fim
Parágrafo único. O processo, na verificação das infrações, bem como na aplicação e cobrança das
multas, será o previsto no título "Do Processo de Multas Administrativas", observadas as disposições
deste artigo.
Seção VI
Disposições finais
Artigo 439 - É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se, porém, de
rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assistência dos
seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for
devida.
Artigo 440 - Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de prescrição.
TÍTULO IV
DO CONTRATO INDIVIDUAL DO TRABALHO
CAPÍTULO II
DA REMUNERAÇÃO
Artigo 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo
quando este resultar de adiantamentos, de dispositvos de lei ou de contrato coletivo.
(...)
CAPÍTULO III
DA ALTERAÇÃO
Artigo 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita alteração das respectivas condições por
mútuo consentimento, e ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
47
CAPÍTULO IV
DA SUSPENSÃO E DA INTERRUPÇÃO
Artigo 472 - O afastamento do empregado em virtude das exigências do serviço militar, ou de outro
cargo público, não constituirá motivo para alteração ou rescisão do contrato de trabalho por parte do
empregador.
§1º Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual se afastou em virtude de
exigências do serviço militar ou de encargo público, é indispensável que notifique o empregador
dessa intenção, por telegrama ou carta registrada, dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias,
contados da data em que se verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava
obrigado.
§2º Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assim acordarem as partes
interessadas, não será computado na contagem do prazo para a respectiva terminação.
...................................................................................................................................................................
TÍTULO V
DA ORGANIZAÇÃO SINDICAL
CAPÍTULO II
DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
Artigo 579 - A contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada
categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo
da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no artigo 591.
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967)
...................................................................................................................................................................
48
O PRESIDENTE DO CONSELHO DE MINISTROS, usando das atribuições que lhe confere o artigo
18, item III do Ato Adicional à Constituição, DECRETA:
Artigo 1º - Fica aprovado o Regimento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), que
com este baixa, assinado pelo Ministro de Estado da Educação e Cultura.
REGIMENTO
CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS
CAPÍTULO II
DAS CARACTERÍSTICAS CIVIS
Artigo 10 (...)
...............................................................................................................................................................................
§2º Os órgãos do SENAI destinarão em seus orçamentos anuais parcela de suas receitas líquidas da
contribuição compulsória geral à gratuidade em cursos e programas de educação profissional, observadas
as diretrizes e regras estabelecidas pelo Conselho Nacional. (Incluído pelo Decreto nº 6.635, de 05/11/2008)
CAPÍTULO IV
DO CONSELHO NACIONAL
49
CAPÍTULO VI
DOS ÓRGÃOS REGIONAIS
Seção II
Dos Departamentos Regionais
CAPÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Artigo 68 - O SENAI vinculará, anual e progressivamente, até o ano de 2014, o valor correspondente
a dois terços de sua receita líquida da contribuição compulsória geral para vagas gratuitas em cursos
e programas de educação profissional. (Incluído pelo Decreto nº 6.635, de 05/11/2008)
...................................................................................................................................................................
§5º As vagas gratuitas a que se refere este artigo deverão ser destinadas a pessoas de baixa renda,
preferencialmente, trabalhador, empregado ou desempregado, matriculado ou que tenha concluído a
educação básica. (Incluído pelo Decreto nº 6.635, de 05/11/2008)
§6º A situação de baixa renda será atestada mediante autodeclaração do postulante. (Incluído pelo Decreto nº
6.635, de 05/11/2008)
Artigo 69 - Fica estabelecida carga horária mínima de cento e sessenta horas para os cursos de
educação profissional destinados a formação inicial. (Incluído pelo Decreto nº 6.635, de 05/11/2008)
Parágrafo único. Os cursos e programas de formação continuada não estão sujeitos à carga horária
mínima prevista no caput, tendo como requisito para ingresso comprovação de formação inicial ou
avaliação ou reconhecimento de competências para aproveitamento em prosseguimento de estudos.
(Incluído pelo Decreto nº 6.635, de 05/11/2008)
50
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Artigo 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
.................................................................................................................................................
IV. os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa,
...................................................................................................................................................................
Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
.................................................................................................................................................
XIII. é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer,
.................................................................................................................................................
Artigo 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela EC nº 64, de 04/02/2010)
Artigo 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
.................................................................................................................................................
IV. salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
.................................................................................................................................................
XXXII. proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
XXXIII. proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos; (Redação dada pela EC nº 20, de 15/12/1998)
51
TÍTULO VIII
DA ORDEM SOCIAL
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Seção I
Da Educação
Artigo 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
...............................................................................................................................................................
Artigo 208 - O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I. educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria; (Redação dada pela EC nº 59, de 12/11/2009)
II. progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela EC nº 14, de 12/06/1996)
......................................................................................................................................................
Artigo 214 - A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à
articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do
Poder Público que conduzam à:
III. Erradicação do analfabetismo;
IV. Universalização do atendimento escolar;
V. Melhoria da qualidade do ensino;
VI. Formação para o trabalho;
VII. Promoção humanística, científica e tecnológica do País.
CAPÍTULO VII
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO
52
......................................................................................................................................................
§8º A lei estabelecerá:
I. o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens; (Incluído pela EC nº 65, de
13/07/2010)
II. o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas
do poder público para a execução de políticas públicas. (Incluído pela EC nº 65, de 13/07/2010)
53
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Artigo 2º - Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER
54
§2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público ou sua oferta irregular importa
responsabilidade da autoridade competente.
§3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola.
Artigo 55 - Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede
regular de ensino.
Artigo 59 - Os Municípios, com apoio dos Estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação
de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a
juventude.
CAPÍTULO V
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO
Artigo 60 - É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de
aprendiz.
Artigo 61 - A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por Legislação especial, sem prejuízo
do disposto nesta Lei.
55
Artigo 67- Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola
técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
I. Noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;
II. Perigoso, insalubre ou penoso;
III. Realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico,
moral e social;
IV. Realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola.
Artigo 68 - O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de
entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente
que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunerada.
§1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas relativas
ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
§2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos
produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.
TÍTULO III
DA PRÁTICA DO ATO INFRACIONAL
CAPÍTULO IV
DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS
Seção VII
Da internação
Artigo 124 - São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
...............................................................................................................................................................
XI. receber escolarização e profissionalização;
56
57
TÍTULO V
DOS NÍVEIS E DAS MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E ENSINO
CAPÍTULO II
DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Seção IV-A
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
Artigo 36-A - Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o ensino médio, atendida a
formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões técnicas. (Incluído pela
Lei nº 11.741, de 16/07/2008)
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional
poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com
instituições especializadas em educação profissional. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 16/07/2008)
Artigo 36-B - A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvida nas seguintes formas:
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 16/07/2008)
I. articulada com o ensino médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 16/07/2008)
II. subseqüente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino médio. (Incluído pela Lei
nº 11.741, de 16/07/2008)
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio deverá observar: (Incluído pela Lei nº
11.741, de 16/07/2008)
I. os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo
Conselho Nacional de Educação; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 16/07/2008)
II. as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; (Incluído pela Lei nº 11.741, de
16/07/2008)
III. as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu projeto pedagógico. (Incluído
pela Lei nº 11.741, de 16/07/2008)
Artigo 36-C - A educação profissional técnica de nível médio articulada, prevista no inciso I do caput
do artigo 36-B desta Lei, será desenvolvida de forma: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 16/07/2008)
I. integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino fundamental, sendo o curso
planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, na
mesma instituição de ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno; (Incluído pela Lei nº
11.741, de 16/07/2008)
58
efetuando-se matrículas distintas para cada curso, e podendo ocorrer: (Incluído pela Lei nº 11.741,
de 16/07/2008)
Artigo 36-D - Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de nível médio, quando
registrados, terão validade nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação
superior. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 16/07/2008)
Parágrafo único. Os cursos de educação profissional técnica de nível médio, nas formas articulada
concomitante e subseqüente, quando estruturados e organizados em etapas com terminalidade,
possibilitarão a obtenção de certificados de qualificação para o trabalho após a conclusão, com
aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma qualificação para o trabalho. (Incluído pela Lei nº
11.741, de 16/07/2008)
Seção V
Da Educação de Jovens e Adultos
Artigo 37 (...)
...................................................................................................................................................................
§3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação
profissional, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 16/07/2008)
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
I. de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; (Redação dada pela Lei nº 11.741, de
16/07/2008)
II. de educação profissional técnica de nível médio; (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 16/07/2008)
III. de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação. (Redação dada pela Lei nº
59
11.741, de 16/07/2008)
§3º Os cursos de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação organizar-se-ão,
no que concerne a objetivos, características e duração, de acordo com as diretrizes curriculares
nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação. (Redação dada pela Lei nº 11.741, de
16/07/2008)
Artigo 40 - A educação profissional será desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por
diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de
trabalho.
Artigo 42 - As instituições de educação profissional e tecnológica, além dos seus cursos regulares,
oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de
aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade. (Redação dada pela Lei nº 11.741, de
16/07/2008).
...................................................................................................................................................................
60
Artigo 1º - Os artigos 402, 403, 428, 429, 430, 431, 432 e 433 da Consolidação das Leis do Trabalho -
CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passam a vigorar com a seguinte
redação:
"Artigo 402 - Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até
dezoito anos."
(NR)
"................................................................................................................................................................"
"Artigo 403 - É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição
de aprendiz, a partir dos quatorze anos. " (NR)
"Parágrafo único. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais a sua
formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não
permitam a frequência à escola."
(NR)
"a) revogada;"
"b) revogada;"
"Artigo 428 - Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por
prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de quatorze e menor
11
de dezoito anos, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica,
compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar, com zelo
e diligência, as tarefas necessárias a essa formação." (NR)
"§1º A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e
Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz à escola, caso não haja concluído o ensino
12
fundamental , e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob a orientação de entidade
qualificada em formação técnico-profissional metódica." (AC)
"§2º Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo hora." (AC)
13
"§3º O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de dois anos ." (AC)
"§4º A formação técnico-profissional a que se refere o caput deste artigo caracteriza-se por suas
atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva
desenvolvidas no ambiente de trabalho." (AC)
"Artigo 429 - Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos
cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por
11
A Lei nº 11.180/2005 dispôs nova redação do artigo nº 428 da CLT para constar a idade limite de 24 anos.
12
A Lei nº 11.788/2008 dispôs nova redação ao § 1º do artigo nº 428 da CLT para constar a validade de contrato, caso não
haja concluído o ensino médio.
13
Exceto nos casos de aprendiz deficiente, conforme redação dada pela Lei nº 11.788 de 25/09/2008.
61
cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada
estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional." (NR)
"a) revogada;"
"b) revogada;"
"§1ºA - O limite fixado neste artigo não se aplica quando o empregador for entidade sem fins
lucrativos, que tenha por objetivo a educação profissional." (AC)
"§1º As frações de unidade, no cálculo da percentagem de que trata o caput, darão lugar à admissão
de um aprendiz." (NR)
"Artigo 430 - Na hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagem não oferecerem cursos ou
vagas suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos, esta poderá ser suprida por outras
entidades qualificadas em formação técnico - profissional metódica, a saber." (NR)
"I - Escolas Técnicas de Educação;" (AC)
"II - Entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e à
educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente."
(AC)
"§1º As entidades mencionadas neste artigo deverão contar com estrutura adequada ao
desenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma a manter a qualidade do processo de
ensino, bem como acompanhar e avaliar os resultados." (AC)
"§2º Aos aprendizes que concluírem os cursos de aprendizagem, com aproveitamento, será
concedido certificado de qualificação profissional." (AC)
"§3º O Ministério do Trabalho e Emprego fixará normas para avaliação da competência das entidades
mencionadas no inciso II deste artigo." (AC)
"Artigo 431 - A contratação do aprendiz poderá ser efetivada pela empresa onde se realizará a
aprendizagem ou pelas entidades mencionadas no inciso II do artigo 430, caso em que não gera
vínculo de emprego com a empresa tomadora dos serviços." (NR)
"a) revogada;"
"b) revogada;"
"c) revogada;"
"Parágrafo único." (VETADO)
"Artigo 432 - A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a
prorrogação e a compensação de jornada." (NR)
"§1º O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já
tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à
aprendizagem teórica." (NR)
"§2º Revogado."
"Artigo 433 - O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz
14
completar dezoito anos, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses:" (NR)
"a) revogada;"
"b) revogada;"
"I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz;" (AC)
"II - falta disciplinar grave;" (AC)
14
A Lei nº 11.180/2005 dispôs nova redação do artigo nº 428 da CLT para constar a idade limite de 24 anos.
62
"III - ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo, ou" (AC)
"IV - a pedido do aprendiz." (AC)
"Parágrafo único. Revogado."
"§2º Não se aplica o disposto nos artigos 479 e 480 desta Consolidação às hipóteses de extinção do
contrato mencionadas neste artigo." (AC)
Artigo 2º - O artigo 15 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte
§7º:
"§7º Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o caput deste artigo reduzida
para dois por cento." (AC)
Artigo 3º - São revogadas o artigo 80, o §1º do artigo 405, os artigos 436 e 437 da Consolidação das
Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
63
A Nota Técnica nº 47 admite que o salário mínimo hora, fixado pela Medida Provisória nº 35, de 27 de
15
março de 2002 em R$ 0,91 (noventa em um centavos) já contemplaria, dentro desse valor, o
repouso semanal remunerado. Na verdade, o valor diz respeito apenas à HORA NUA, ainda sem o
repouso. Para melhor elucidação, reproduzo aqui parte da fundamentação encaminhada pelo colega
Bosco Giovanni Costa:
Veja:
44h X 0,909 X 4,285714 = 171,42
Onde estaria o restante do salário para se chegar aos R$ 200,00 estabelecidos na Medida
Provisória?
No Repouso Semanal, vez que do Salário-Base, retiramos 1/6 (seis dias úteis) de repouso, veja:
171,42 / 6 = 28,58
15
Vigente à época. Vide nota de rodapé nº 7.
64
Desta forma, o aprendiz que trabalha 4 horas diárias na empresa e tem 2 horas diárias de curso, de
segunda a sexta, terá sua remuneração mensal, calculada em cada mês, da seguinte forma:
Mês de 30 dias: Mês de 31 dias:
6h/dia – Carga Horária Semanal: 30h 6h/dia – Carga Horária Semanal: 30h
Salário: 30h x 4,285714 x 0,909 = 116,87 Salário: 30h x 4,428571 x 0,909 = 120,76
Repouso: 116,87 / 6 = 19,47 Repouso: 120,76 / 6 = 20,12
Total da Remuneração: 136,34 Total da Remuneração: 140,88”
À luz das esclarecedoras explicações fornecidas, cumpre reformular as respostas dadas aos
quesitos.
QUESITO 1
“1. O aprendiz trabalha 4 horas diárias na empresa e tem 2 horas diárias de curso, de segunda a
sexta. Sábado não vai a nenhum dos dois. Como fica o DSR, o sábado e qual sua remuneração
mensal?”
Inicialmente, se o aprendiz trabalha 6 horas (entre empresa e curso) por dia, de segunda a sexta, terá
jornada 30 horas por semana. Para chegarmos ao salário base (sem o descanso), a fórmula a ser
utilizada, in casu, será:
nº de horas trabalhadas por semana X nº de semanas do mês X salário mínimo/hora
(hora nua)
Na hipótese mais comum – mês de 31 dias – o salário base do aprendiz seria de R$ 120,90 (cento e
vinte reais e noventa centavos). Para o cálculo do repouso, divide-se o salário base por 6 e, depois
soma-se o valor ao mesmo salário base para a obtenção do salário total:
Repouso semanal remunerado: R$ 120,90 / 6 = R$ 20,15
Salário total: R$ 120,90 + R$ 20,15 = R$ 141,05
Matematicamente, é possível expressar o cálculo do salário do mês à seguinte expressão, onde o
salário mínimo da hora nua é sempre a constante 0,91, o multiplicando é sempre 7 e o divisor é
sempre 6: 0,91 X nº de horas trabalhadas por semana X nº de semanas do mês X 7 / 6
65
Simplificando, temos:
0,91 X 7 X nº de horas trabalhadas por semana X nº de semanas no mês / 6
até chegarmos à expressão final para o cálculo da remuneração mensal do aprendiz (devendo no
contracheque haver sempre a discriminação dos valores, sob pena de complexividade do salário):
1,0616 X nº de horas trabalhadas por semana X nº de semanas no mês
A partir dessa fórmula, seria possível fazer o mesmo cálculo de forma mais simples. Vejamos:
1,0616 X 30 (nº de horas trabalhadas na semana) X 4,428571 (nº de semanas no mês)
1,0616 X 30 X 4,428571 = R$ 141,05
QUESITO 2
“2. O aprendiz trabalha 4 horas diárias na empresa e 3 vezes por semana, durante 2 horas, freqüenta
o curso. Qual será sua remuneração mensal se trabalhar no sábado e se não trabalhar no sábado?
Como calcular o DSR?”
Aqui, tem-se duas possibilidades:
I. trabalha no Sábado: jornada semanal de 33 horas (24 na empresa + 9 no curso);
II. não trabalha no Sábado: jornada semanal de 29 horas (20 na empresa + 9 no curso).
Para conhecermos o seu salário, basta aplicarmos a fórmula deduzida no quesito anterior, qual seja:
1,0616 X nº de horas trabalhadas por semana X nº de semanas no mês
A partir dela, é possível que seja feito o cálculo das duas possibilidades sugeridas tomando por base
um mês de 31 dias:
I. Jornada semanal de 33 horas: 1,0616 x 33 x 4,428571 = R$ 155,15
II. Jornada semanal de 29 horas: 1,0616 x 29 x 4,428571 = R$ 136,34
Se, porventura, o mês for de 30 dias, a única alteração será no número de semanas. Vejamos:
I. 1,0616 x 33 x 4,285714 = R$ 150,15
II. 1,0616 x 29 x 4,285714 = R$ 131,95
QUESITO 3
“3. um aprendiz do SENAC que já concluiu o ensino fundamental e tem 4 horas de curso 3 vezes por
semana, nesses mesmos dias pode trabalhar outras 4 horas na empresa? Como fica sua
remuneração com: 12 horas semanais no SENAC e 24 horas semanais na empresa? Pode fazer 12
semanais de curso e 36 na empresa?”
Respondendo à indagação inicial, o aprendiz que já houver concluído o ensino fundamental pode sim
trabalhar 4 horas (horas de prática) e ter ainda 4 horas de teoria no curso (já que o §1º do artigo 432,
alterado pela Lei 10.097/2000 assim o permite). A remuneração é suportada pelo empregador em
todos os casos e leva em conta tanto as horas trabalhadas de fato na empresa como também as
horas de curso, as quais, para efeito do cálculo, valem como horas trabalhadas.
Com relação à última pergunta, se o adolescente poderia fazer 12 horas semanais de curso e outras
66
Em qualquer caso, deve ser respeitada a jornada prevista no programa de aprendizagem, que, no
caso em espécie, é o elaborado pelo SENAC. A jornada do curso, com suas atividades teóricas e
práticas, é vinculada estritamente ao programa de aprendizagem, não podendo o empregador alterá-
la de acordo com sua conveniência. Na aprendizagem, a formação profissional do adolescente fica
num plano superior em relação ao aspecto produtivo. Vale destacar que o estabelecimento de uma
jornada é item obrigatório dos programas de aprendizagem, pois a metodologia da aprendizagem
deve determinar a duração das atividades teóricas e das atividades práticas que o adolescente
exercerá na própria empresa. Cumpre destacar que a lei não exige que as atividades teóricas e
práticas sejam concomitantes.
Há, portanto, possibilidade de que o programa possa prever uma etapa inicial de atividades teóricas e
outra subseqüente de atividades práticas, desde que respeite as limitações de jornada impostas pela
própria Lei 10.097/2000, ou seja, seis horas diárias para os que não houverem concluído o ensino
fundamental e oito horas diárias para os que já houverem concluído o ensino fundamental (mas essa
duração tem que estar prevista a priori no programa de aprendizagem). Destaque-se que, na
Segunda hipótese, quando o aprendiz tem jornada de oito horas, o §1º do artigo 432 exige que as
atividades práticas sejam concomitantes às teóricas.
Por fim, observe-se que o tempo de duração do contrato de aprendizagem deve ser rigorosamente
aquele determinado pelo programa de aprendizagem correspondente e que os direitos trabalhistas e
previdenciários devem ser assegurados ao adolescente aprendiz já desde o início do curso de
aprendizagem, o que assegura o pagamento do salário mínimo hora ao aprendiz em face das horas
despendidas tanto em atividades teóricas como nas atividades práticas.
67
O DACTI, através da nota técnica nº 009/COPES/DEFIT, de 18 de fevereiro de 2002, conclui pela não
obrigatoriedade de registro dos contratos de aprendizagem, tendo em vista a ab-rogação explicita,
16
pelo artigo 5º da Portaria Ministerial nº 702/2001 , da Portaria nº 1.055, de 23 de novembro de 1964,
que por sua vez revogou tacitamente todos os outros dispositivos de atos normativos anteriores
(desde que da mesma hierarquia legal) que tratavam da matéria.
É o relatório.
Por sua vez, a Portaria nº 1.055, de 1964, em seu artigo 3º previu a mesma obrigatoriedade, ab-
rogando tacitamente a Portaria 193, de 1958, vem que é de mesma hierarquia e regulou inteiramente
a matéria. Em consonância com o já dito pela Nota Técnica citada, a Portaria nº 702, de 2001,
revogou expressamente a Portaria nº 1.055, de 1964, sem fazer qualquer ressalva no sentido de
preservar o conteúdo do artigo 3º, nem tão pouco se referir à restauração da norma anterior.
Como o nosso ordenamento jurídico só admite a repristinação expressa, concordamos que não
subsiste a obrigatoriedade de registro dos contratos de aprendizagem perante os órgãos emitentes
da Carteira de Trabalho
16
Revogada pela Portaria MTE nº 615/2007, que revogada, por sua vez, pela Portaria MTE nº 723/2012.
17
Revogado pelo Decreto nº 5.598/2005.
68
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 84, inciso IV, da
Constituição, DECRETA:
Artigo 4º - A educação profissional técnica de nível médio, nos termos dispostos no §2º do artigo 36,
artigo 40 e parágrafo único do artigo 41 da Lei nº 9.394, de 1996, será desenvolvida de forma
articulada com o ensino médio, observados:
I. os objetivos contidos nas diretrizes curriculares nacionais definidas pelo Conselho Nacional
de Educação;
II. as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; e
III. as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu projeto pedagógico.
§1º A articulação entre a educação profissional técnica de nível médio e o ensino médio dar-se-á de
forma:
I. integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino fundamental, sendo o curso
69
70
71
...............................................................................................................................................................
Artigo 18 - Os artigos 428 e 433 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-
Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passam a vigorar com a seguinte redação:
"Artigo 428 - Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por
prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e
menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-
profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o
aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.”
“................................................................................................................................................................”
“§5º A idade máxima prevista no caput deste artigo não se aplica a aprendizes portadores de
deficiência.”
“§6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da escolaridade de aprendiz portador
de deficiência mental deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a
profissionalização." (NR)
"Artigo 433 - O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz
completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada a hipótese prevista no §5º do artigo 428 desta
Consolidação, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses:”
“................................................................................................................................................................"
72
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no Título III, Capítulo IV, Seção IV, do Decreto-Lei nº 5.452,
de 1º de maio de 1943 - Consolidação das Leis do Trabalho, e no Livro I, Título II, Capítulo V, da Lei
nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, DECRETA:
Artigo 1º - Nas relações jurídicas pertinentes à contratação de aprendizes, será observado o disposto
neste Decreto.
CAPÍTULO I
DO APRENDIZ
Artigo 2º - Aprendiz é o maior de quatorze anos e menor de vinte e quatro anos que celebra contrato
de aprendizagem, nos termos do artigo 428 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
Parágrafo único. A idade máxima prevista no caput deste artigo não se aplica a aprendizes
portadores de deficiência.
CAPÍTULO II
DO CONTRATO DE APRENDIZAGEM
Artigo 3º - Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por
18
prazo determinado não superior a dois anos , em que o empregador se compromete a assegurar ao
aprendiz, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica compatível
com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz se compromete a executar com
zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.
Parágrafo único. Para fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da escolaridade de aprendiz
portador de deficiência mental deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências
relacionadas com a profissionalização.
18
Exceto nos casos de aprendiz deficiente, conforme redação dada pela Lei nº 11.788 de 25/09/2008.
19
A Lei nº 11.788/2008 dispôs nova redação ao § 1º do artigo nº 428 da CLT para constar a validade de contrato, caso não
haja concluído o ensino médio.
73
CAPÍTULO III
DA FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL E DAS
ENTIDADES QUALIFICADAS EM FORMAÇÃO TÉCINICO-PROFISSIONAL MÉTODICA
Seção I
Da Formação Técnico-Profissional
Seção II
Das Entidades Qualificadas em Formação Técnico-Profissional Metódica
74
CAPÍTULO IV
Seção I
Da Obrigatoriedade da Contratação de Aprendizes
Artigo 10 - Para a definição das funções que demandem formação profissional, deverá ser
considerada a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), elaborada pelo Ministério do Trabalho e
Emprego.
§1º Ficam excluídas da definição do caput deste artigo as funções que demandem, para o seu
exercício, habilitação profissional de nível técnico ou superior, ou, ainda, as funções que estejam
caracterizadas como cargos de direção, de gerência ou de confiança, nos termos do inciso II e do
parágrafo único do artigo 62 e do §2º do artigo 224 da CLT.
§2º Deverão ser incluídas na base de cálculo todas as funções que demandem formação profissional,
independentemente de serem proibidas para menores de dezoito anos.
Artigo 12 - Ficam excluídos da base de cálculo de que trata o caput do artigo 9º deste Decreto os
75
empregados que executem os serviços prestados sob o regime de trabalho temporário, instituído pela
20
Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1973 , bem como os aprendizes já contratados.
Parágrafo único. No caso de empresas que prestem serviços especializados para terceiros,
independentemente do local onde sejam executados, os empregados serão incluídos na base de
cálculo da prestadora, exclusivamente.
Seção II
Das Espécies de Contratação do Aprendiz
Artigo 15 - A contratação do aprendiz deverá ser efetivada diretamente pelo estabelecimento que se
obrigue ao cumprimento da cota de aprendizagem ou, supletivamente, pelas entidades sem fins
lucrativos mencionadas no inciso III do artigo 8º deste Decreto.
§1º Na hipótese de contratação de aprendiz diretamente pelo estabelecimento que se obrigue ao
cumprimento da cota de aprendizagem, este assumirá a condição de empregador, devendo inscrever
o aprendiz em programa de aprendizagem a ser ministrado pelas entidades indicadas no artigo 8º
deste Decreto.
§2º A contratação de aprendiz por intermédio de entidade sem fins lucrativos, para efeito de
cumprimento da obrigação estabelecida no caput do artigo 9º, somente deverá ser formalizada após a
celebração de contrato entre o estabelecimento e a entidade sem fins lucrativos, no qual, dentre
outras obrigações recíprocas, se estabelecerá as seguintes:
I. a entidade sem fins lucrativos, simultaneamente ao desenvolvimento do programa de
aprendizagem, assume a condição de empregador, com todos os ônus dela decorrentes,
assinando a Carteira de Trabalho e Previdência Social do aprendiz e anotando, no espaço
destinado às anotações gerais, a informação de que o específico contrato de trabalho decorre
de contrato firmado com determinado estabelecimento para efeito do cumprimento de sua
cota de aprendizagem ; e
II. o estabelecimento assume a obrigação de proporcionar ao aprendiz a experiência prática da
formação técnico-profissional metódica a que este será submetido.
20
A despeito de o texto mencionar que a Lei em questão é do ano de 1973, de fato, é de 1974.
76
Artigo 16 - A contratação de aprendizes por empresas públicas e sociedades de economia mista dar-
se-á de forma direta, nos termos do §1º do artigo 15, hipótese em que será realizado processo
seletivo mediante edital, ou nos termos do §2º daquele artigo.
Parágrafo único. A contratação de aprendizes por órgãos e entidades da administração direta,
autárquica e fundacional observará regulamento específico, não se aplicando o disposto neste
Decreto.
CAPÍTULO V
DOS DIREITOS TRABALHISTAS E OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Seção I
Da Remuneração
Artigo 17 - Ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo hora.
Parágrafo único. Entende-se por condição mais favorável aquela fixada no contrato de aprendizagem
ou prevista em convenção ou acordo coletivo de trabalho, onde se especifique o salário mais
favorável ao aprendiz, bem como o piso regional de que trata a Lei Complementar nº 103, de 14 de
julho de 2000.
Seção II
Da Jornada
Seção III
Das Atividades Teóricas e Práticas
77
Artigo 23 - As aulas práticas podem ocorrer na própria entidade qualificada em formação técnico-
profissional metódica ou no estabelecimento contratante ou concedente da experiência prática do
aprendiz.
§1º Na hipótese de o ensino prático ocorrer no estabelecimento, será formalmente designado pela
empresa, ouvida a entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica, um empregado
monitor responsável pela coordenação de exercícios práticos e acompanhamento das atividades do
aprendiz no estabelecimento, em conformidade com o programa de aprendizagem.
§2º A entidade responsável pelo programa de aprendizagem fornecerá aos empregadores e ao
Ministério do Trabalho e Emprego, quando solicitado, cópia do projeto pedagógico do programa.
§3º Para os fins da experiência prática segundo a organização curricular do programa de
aprendizagem, o empregador que mantenha mais de um estabelecimento em um mesmo município
poderá centralizar as atividades práticas correspondentes em um único estabelecimento.
§4º Nenhuma atividade prática poderá ser desenvolvida no estabelecimento em desacordo com as
disposições do programa de aprendizagem.
Seção IV
Do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
Seção V
Das Férias
Artigo 25 - As férias do aprendiz devem coincidir, preferencialmente, com as férias escolares, sendo
vedado ao empregador fixar período diverso daquele definido no programa de aprendizagem.
Seção VI
Dos Efeitos dos Instrumentos Coletivos de Trabalho
78
Artigo 26 - As convenções e acordos coletivos apenas estendem suas cláusulas sociais ao aprendiz
quando expressamente previsto e desde que não excluam ou reduzam o alcance dos dispositivos
tutelares que lhes são aplicáveis.
Seção VII
Do Vale-Transporte
Seção VIII
Das Hipóteses de Extinção e Rescisão do Contrato de Aprendizagem
Artigo 29 - Para efeito das hipóteses descritas nos incisos do artigo 28 deste Decreto, serão
observadas as seguintes disposições:
I. o desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz referente às atividades do programa
de aprendizagem será caracterizado mediante laudo de avaliação elaborado pela entidade
qualificada em formação técnico-profissional metódica;
II. a falta disciplinar grave caracteriza-se por quaisquer das hipóteses descritas no artigo 482 da
CLT; e
III. a ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo será caracterizada por meio
de declaração da instituição de ensino.
Artigo 30 - Não se aplica o disposto nos artigos 479 e 480 da CLT às hipóteses de extinção do
contrato mencionadas nos incisos do artigo 28 deste Decreto.
CAPÍTULO VI
DO CERTIFICADO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DE APRENDIZAGEM
Artigo 31 - Aos aprendizes que concluírem os programas de aprendizagem com aproveitamento, será
79
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 32 - Compete ao Ministério do Trabalho e Emprego organizar cadastro nacional das entidades
qualificadas em formação técnico-profissional metódica e disciplinar a compatibilidade entre o
conteúdo e a duração do programa de aprendizagem, com vistas a garantir a qualidade técnico-
profissional.
80
CAPÍTULO VI
DA SIMPLIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO
Seção II
Das Obrigações Trabalhistas
III. de empregar e matricular seus aprendizes nos cursos dos Serviços Nacionais de
Aprendizagem;
CAPÍTULO XIV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
81
Para tanto, reporta-se ao Manual de Aprendizagem – O que é preciso saber para contratar o jovem
aprendiz, editado e publicado por este Ministério do Trabalho e do Emprego – MTE, mais
especificamente à questão 28 da parte “perguntas e respostas”, cujo teor reproduzimos:
“28) O empregador pode formalizar novo contrato de aprendizagem após o término do anterior,
mesmo quando o prazo deste for inferior a dois anos?
Resposta: Não, pois a finalidade primordial do contrato de aprendizagem estaria sendo frustrada ao
se admitir a permanência do aprendiz na empresa após o término do anterior, por meio de um novo
contrato da mesma natureza, ainda que com o conteúdo distinto, em vez de capacitá-lo a ingressar
no mercado de trabalho.”
O artigo 428 da CLT é claro ao definir que o contrato de aprendizagem, em que pese seu caráter
especial, é um contrato de trabalho, ou seja, um contrato que se atrela a uma relação de emprego,
cuja pré-determinação de prazo é excepcionalidade (recordemos sempre que no Direito do Trabalho,
um dos princípios basilares é o da continuidade, cuja projeção do plano jurídico e fático se revela
justamente sob a forma da contratação por prazo indeterminado).
O §3º do mesmo artigo 428 da CLT oferece a possibilidade de que a contratação seja firmada com
prazo de até 2 (dois) anos. Nesse contexto, nada obstaria que a referida “especialização” fosse
incluída, desde o primeiro momento, no âmbito do contrato de aprendizagem, haja vista que se esta é
exigível para o ingresso na empresa, parece-nos que deveria então integrar a formação profissional
do aprendiz.
Contudo, o que não se pode admitir é a prorrogação da aprendizagem para além do prazo
inicialmente previsto, sob pena de frustrar-se não apenas a racionalidade da lei, como sobretudo a
legítima expectativa de seu destinatário – o aprendiz – de que esteja apto a ser contratado como
empregado após o encerramento regular do seu processo de aprendizagem.
Nunca se perca de vista que o contrato de aprendizagem, em que pese o caráter especial de seu
destinatário (ao menos sob a perspectiva histórica: o menor adolescente, sem olvidar aqui as
82
modificações introduzidas pela Lei nº 11.180/2005), oferece condições menos vantajosas do que as
do emprego, especialmente no tocante à segurança (trata-se como já dito de contrato a termo) à
remuneração (calculada, em regra, conforme o salário-mínimo hora) e ao FGTS cuja alíquota é
reduzida de 8% para 2% consoante dispõe o §7º do artigo 15 da Lei 8.036.
Reiteramos: nada obsta que, para o futuro, as entidades que fornecem a aprendizagem incluam
dentro do currículo carga horária teórica e prática destinada a fornecer maior especialização aos
aprendizes de modo a assegurar-lhes habilitação efetiva para ingresso no mercado de trabalho,
respeitadas as condições da lei, em especial no que se refere à limitação de prazo de contratação
prevista no artigo 428, §3º, da CLT.
83
84
Artigo 4º - Os programas corporativos devem ser compostos de cursos já aprovados nas instâncias
locais, divulgados no “Portal do MTE”, na Internet.
85
Artigo 7º - A assinatura dos termos de cooperação a que se refere o artigo 1º desta Portaria não
implicará repasse de recursos.
CARLOS LUPPI
86
O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso das atribuições que lhe confere o
inciso II do parágrafo único, inciso II, do artigo 87, da Constituição e tendo em vista o disposto na
alínea “a” do inciso XXI do artigo 27 da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, RESOLVE:
Artigo 2º - No Selo será registrado o ano em que foi estabelecida a parceria com o MTE.
Artigo 5º - O Selo será encaminhado por meio eletrônico, acompanhado de ofício e certificado a
serem assinados pela autoridade competente do MTE, e será concedido:
87
Artigo 6º - No caso de parceria para a contratação de adolescentes e jovens caberá ao MTE, por
intermédio do Departamento de Políticas de Públicas de Trabalho e Emprego para a Juventude -
DPJ, monitorar a ocupação do posto de trabalho criado pela instituição que recebeu o Selo, pelo
período mínimo de doze meses.
Parágrafo único. O posto de trabalho deverá manter-se ocupado pelo período de doze meses
podendo a instituição substituir o adolescente ou jovem no prazo de trinta dias a partir da demissão
do mesmo.
Artigo 7º - A instituição que não atender ao disposto no parágrafo único do artigo 6º desta Portaria
perderá o direito ao uso do Selo e deverá retirá-lo de qualquer material de divulgação no prazo
máximo de seis meses a partir da data do Aviso de Recebimento – AR, comunicando o cancelamento
da parceria pelo MTE.
Artigo 8º - Caberá ao MTE avaliar a possibilidade de rever a concessão do Selo nos casos em que
tenha conhecimento de fatos que contrariem a proposta de certificação por Responsabilidade Social.
CARLOS LUPPI
88
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto nos artigos 3º, alínea “d”, e 4º da Convenção 182 da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), DECRETA:
Artigo 1º - Fica aprovada a Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP), na forma do
Anexo, de acordo com o disposto nos artigos 3º, “d”, e 4º da Convenção 182 da Organização
Internacional do Trabalho - OIT, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 178, de 14 de dezembro de
1999 e promulgada pelo Decreto nº 3.597, de 12 de setembro de 2000.
Artigo 2º - Fica proibido o trabalho do menor de dezoito anos nas atividades descritas na Lista TIP,
salvo nas hipóteses previstas neste decreto.
§1º A proibição prevista no caput poderá ser elidida:
I. na hipótese de ser o emprego ou trabalho, a partir da idade de dezesseis anos, autorizado
pelo Ministério do Trabalho e Emprego, após consulta às organizações de empregadores e
de trabalhadores interessadas, desde que fiquem plenamente garantidas a saúde, a
segurança e a moral dos adolescentes; e
II. na hipótese de aceitação de parecer técnico circunstanciado, assinado por profissional
legalmente habilitado em segurança e saúde no trabalho, que ateste a não exposição a riscos
que possam comprometer a saúde, a segurança e a moral dos adolescentes, depositado na
unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego da circunscrição onde
ocorrerem as referidas atividades.
§2º As controvérsias sobre a efetiva proteção dos adolescentes envolvidos em atividades constantes
do parecer técnico referido no §1º, inciso II, serão objeto de análise por órgão competente do
Ministério do Trabalho e Emprego, que tomará as providências legais cabíveis.
§3º A classificação de atividades, locais e trabalhos prejudiciais à saúde, à segurança e à moral, nos
termos da Lista TIP, não é extensiva aos trabalhadores maiores de dezoito anos.
Artigo 3º - Os trabalhos técnicos ou administrativos serão permitidos, desde que fora das áreas de
risco à saúde, à segurança e à moral, ao menor de dezoito e maior de dezesseis anos e ao maior de
quatorze e menor de dezesseis, na condição de aprendiz.
Artigo 4º - Para fins de aplicação das alíneas “a”, “b” e “c” do artigo 3º da Convenção nº 182, da OIT,
integram as piores formas de trabalho infantil:
I. todas as formas de escravidão ou práticas análogas, tais como venda ou tráfico, cativeiro ou
sujeição por dívida, servidão, trabalho forçado ou obrigatório;
II. a utilização, demanda, oferta, tráfico ou aliciamento para fins de exploração sexual comercial,
89
Artigo 5º - A Lista TIP será periodicamente examinada e, se necessário, revista em consulta com as
organizações de empregadores e de trabalhadores interessadas.
Parágrafo único. Compete ao Ministério do Trabalho e Emprego organizar os processos de exame e
consulta a que se refere o caput.
Artigo 6º - Este Decreto entra em vigor noventa dias após a data de sua publicação.
Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde
Na direção e operação de
tratores, máquinas Acidentes com máquinas, Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
1. agrícolas e esmeris, instrumentos ou ferramentas dorsalgias, sinovites, tenossinovites), mutilações,
quando motorizados e em perigosas esmagamentos, fraturas
movimento
Esforço físico e posturas viciosas;
exposição a poeiras orgânicas e seus Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
contaminantes, como fungos e dorsalgias, sinovites, tenossinovites);
agrotóxicos; contato com substâncias pneumoconioses; intoxicações exógenas; cânceres;
No processo produtivo do
tóxicas da própria planta; acidentes bissinoses; hantaviroses; urticárias; envenenamentos;
2. fumo, algodão, sisal, cana-
com animais peçonhentos; intermações; queimaduras na pele; envelhecimento
de-açúcar e abacaxi
exposição, sem proteção adequada, precoce; câncer de pele; desidratação; doenças
à radiação solar, calor, umidade, respiratórias; ceratoses actínicas; ferimentos e
chuva e frio; acidentes com mutilações; apagamento de digitais
instrumentos pérfuro-cortantes
Esforço físico, levantamento e
Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
transporte manual de peso; posturas
dorsalgias, sinovites, tenossinovites); intermações;
Na colheita de cítricos, viciosas; exposição, sem proteção
queimaduras na pele; envelhecimento precoce; câncer
3. pimenta malagueta e adequada, à radiação solar, calor,
de pele; desidratação; doenças respiratórias;
semelhantes umidade, chuva e frio; contato com
ceratoses actínicas; apagamento de digitais;
ácido da casca; acidentes com
ferimentos; mutilações
instrumentos pérfuro-cortantes
Fadiga física; afecções músculo-esqueléticas,
Esforço físico, levantamento e
4. No beneficiamento do (bursites, tendinites, dorsalgias, sinovites,
transporte de peso; exposição a
fumo, sisal, castanha de tenossinovites); intoxicações agudas e crônicas; rinite;
poeiras orgânicas, ácidos e
caju e cana-de-açúcar bronquite; vômitos; dermatites ocupacionais;
substâncias tóxicas
apagamento das digitais
90
Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde
Na pulverização,
manuseio e aplicação de
Intoxicações agudas e crônicas; poli-neuropatias;
agrotóxicos, adjuvantes, e Exposição a substâncias químicas,
dermatites de contato; dermatites alérgicas;
produtos afins, incluindo tais como, pesticidas e fertilizantes,
5. osteomalácias do adulto induzidas por drogas;
limpeza de equipamentos, absorvidos por via oral, cutânea e
cânceres; arritmias cardíacas; leucemias e episódios
descontaminação, respiratória
depressivos
disposição e retorno de
recipientes vazios
Em locais de
armazenamento ou de
beneficiamento em que Exposição a poeiras e seus Bissinoses; asma; bronquite; rinite alérgica; enfisema;
6.
haja livre desprendimento contaminantes pneumonia e irritação das vias aéreas superiores
de poeiras de cereais e de
vegetais
Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
Em estábulos, cavalariças,
dorsalgias, sinovites, tenossinovites); contusões;
currais, estrebarias ou Acidentes com animais e contato
tuberculose; carbúnculo; brucelose; leptospirose;
7. pocilgas, sem condições permanente com vírus, bactérias,
tétano; psitacose; dengue; hepatites virais;
adequadas de parasitas, bacilos e fungos
dermatofitoses; candidíases; leishmanioses cutâneas
higienização
e cutâneo-mucosas e blastomicoses
No interior ou junto a silos
Exposição a poeiras e seus
de estocagem de forragem Asfixia; dificuldade respiratória; asma ocupacional;
contaminantes; queda de nível;
8. ou grãos com atmosferas pneumonia; bronquite; rinite; traumatismos; contusões
explosões; baixa pressão parcial de
tóxicas, explosivas ou com e queimaduras
oxigênio
deficiência de oxigênio
Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
Na extração e corte de Acidentes com queda de árvores, dorsalgias, sinovites, tenossinovites); esmagamentos;
10.
madeira serra de corte, máquinas e ofidismo amputações; lacerações; mutilações; contusões;
fraturas; envenenamento e blastomicose
Exposição à umidade; cortes; Rinite; resfriados; bronquite; envenenamentos;
Em manguezais e
11. perfurações; ofidismo, e contato com intoxicações exógenas; dermatites; leptospirose;
lamaçais
excrementos hepatites virais; dermatofitoses e candidíases
(...)
Atividade: Indústria Extrativa.
Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde
Esforço físico; posturas viciosas; Afecções músculo-esqueléticas (bursites,
Em cantarias e no acidentes com instrumentos pérfuro- tendinites, dorsalgias, sinovites, tenossinovites);
16.
preparo de cascalho cortantes; exposição a poeiras DORT/LER; ferimentos e mutilações; rinite; asma;
minerais, inclusive sílica pneumoconioses; tuberculose
Queimaduras na pele; envelhecimento precoce;
Exposição à radiação solar, chuva;
De extração de pedras, câncer de pele; desidratação; doenças
exposição à sílica; levantamento e
areia e argila (retirada, respiratórias; hipertermia; fadiga física; dores
transporte de peso excessivo;
corte e separação de musculares nos membros e coluna vertebral;
posturas inadequadas e movimentos
17. pedras; uso de lesões e deformidades osteomusculares;
repetitivos; acidentes com
instrumentos contuso- comprometimento do desenvolvimento
instrumentos pérfuro-cortantes;
cortantes, transporte e psicomotor; ferimentos; mutilações; parasitores
condições sanitárias precárias;
arrumação de pedras) múltiplas e gastroenterites; ferimentos nos olhos
corpos estranhos
(córnea e esclera)
Levantamento e transporte de peso Fadiga física; afecções músculo-esqueléticas
De extração de excessivo; acidentes com (bursites, tendinites, dorsalgias, sinovites,
mármores, granitos, instrumentos contundentes e pérfuro- tenossinovites); esmagamentos; traumatismos;
18. pedras preciosas, cortantes; exposição a poeiras ferimentos; mutilações; queimaduras; silicose;
semipreciosas e outros inorgânicas; acidentes com bronquite; bronquiolite; rinite; tuberculose; asma
minerais eletricidade e explosivos; gases ocupacional; enfisema; fibrose pulmonar; choque
asfixiantes elétrico; queimaduras e mutilações; asfixia
91
Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde
Afecções músculo-esqueléticas (bursites,
tendinites, dorsalgias, sinovites, tenossinovites);
Em escavações,
Esforços físicos intensos; asfixia; anóxia; hipóxia; esmagamentos;
subterrâneos, pedreiras,
19. soterramento; exposição a poeiras queimaduras; fraturas; silicoses; tuberculose;
garimpos, minas em
inorgânicas e a metais pesados; asma ocupacional; bronquites; enfisema
subsolo e a céu aberto
pulmonar; cânceres; lesões oculares; contusões;
ferimentos; alterações mentais; fadiga e estresse
Em locais onde haja livre Pneumoconioses associadas com tuberculose;
20. desprendimento de Exposição a poeiras inorgânicas asma ocupacional; rinite; silicose; bronquite e
poeiras minerais bronquiolite
Fadiga física; stress; afecções músculo-
Esforços físicos intensos; esqueléticas (bursites, tendinites, dorsalgias,
levantamento e transporte manual de sinovites, tenossinovites); DORT/LER;
21. Em salinas peso; movimentos repetitivos; intermações; queimaduras na pele;
exposição, sem proteção adequada, envelhecimento precoce; câncer de pele;
à radiação solar, chuva e frio desidratação; doenças respiratórias; ceratoses
actínicas
Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde
Acidentes com máquinas e
De lixa nas fábricas de Ferimentos; lacerações; mutilações; asma e
22. instrumentos perigosos; exposição à
chapéu ou feltro bronquite
poeira
De jateamento em geral,
Silicose; asma; bronquite; bronquiolite; stress e
23. exceto em processos Exposição à poeira mineral
alterações mentais
enclausurados
De douração, prateação, Intoxicações agudas e crônicas; asma ocupacional;
Exposição a fumos metálicos (cádmio,
niquelação, galvanoplastia, rinite; faringite; sinusite; bronquite; pneumonia;
alumínio, níquel, cromo, etc), névoas,
anodização de alumínio, edema pulmonar; estomatite ulcerativa crônica;
24. vapores e soluções ácidas e cáusticas;
banhos metálicos ou com dermatite de contato; neoplasia maligna dos
exposição a altas temperaturas;
desprendimento de fumos brônquios e pulmões; ulceração ou necrose do
umidade
metálicos septo nasal; queimaduras
Exposição a riscos biológicos
Na operação industrial de (bactérias, vírus, fungos e parasitas),
Dermatoses ocupacionais; dermatites de contato;
25. reciclagem de papel, como contaminantes do material a ser
asma; bronquite; viroses; parasitoses; cânceres
plástico e metal reciclado, geralmente advindo de coleta
de lixo
Transtornos da personalidade e de comportamento;
episódios depressivos; neurastenia; ataxia
No preparo de plumas e Exposição ao mercúrio e querosene,
26. cerebelosa; encefalopatia; transtorno extrapiramidal
crinas além de poeira orgânica
do movimento; gengivite crônica; estomatite
ulcerativa e arritmias cardíacas
Na industrialização do
27. Exposição à nicotina Intoxicações exógenas; tonturas e vômitos
fumo
Na industrialização de
28. Exposição a poeiras orgânicas Bagaçose; asma; bronquite e pneumonite
cana de açúcar
Intoxicações; siderose; saturnismo; beriliose;
Exposição a poeiras inorgânicas, a estanhose; bronquite crônica; bronquite asmática;
fumos metálicos (ferro, bronze, bronquite obstrutiva; sinusite; cânceres; ulceração
29. Em fundições em geral alumínio, chumbo, manganês e outros); ou necrose do septo nasal; desidratação e
exposição a altas temperaturas; intermação; afecções músculo-esqueléticas
esforços físicos intensos; (bursites, tendinites, dorsalgias, sinovites,
tenossinovites)
Exposição à poeira de fios e fibras
Bissinose; bronquite crônica; bronquite asmática;
mistas e sintéticas; exposição a
30. Em tecelagem bronquite obstrutiva; sinusite; fadiga física;
corantes; postura inadequada e
DORT/LER
esforços repetitivos
92
Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde
93
Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde
Fadiga física; dores musculares nos membros e
Levantamento e transporte de peso;
coluna vertebral; lesões e deformidades
posturas inadequadas e movimentos
osteomusculares; comprometimento do
41. Em indústrias cerâmicas repetitivos; exposição ao calor e à
desenvolvimento psicomotor; desidratação;
umidade; exposição à poeira; acidentes
intermação; doenças respiratórias, com risco de
com máquinas e quedas
silicose; fraturas; mutilações; choques elétricos
Levantamento e transporte de peso; Fadiga física; dores musculares nos membros e
posturas inadequadas e movimentos coluna vertebral; lesões e deformidades
Em olarias nas áreas de
repetitivos; exposição ao calor e à osteomusculares; comprometimento do
42. fornos ou com exposição à
umidade; exposição à desenvolvimento psicomotor; desidratação;
umidade excessiva
poeira; acidentes com máquinas e intermação; doenças respiratórias, com risco de
quedas silicose; fraturas; mutilações; choques elétricos
Contusões; perfurações; cortes; dorsalgia;
Na fabricação de botões e Acidentes com máquinas e ferramentas
cervicalgia; síndrome cervicobraquial; tendinites;
43. outros artefatos de nácar, pérfuro-cortantes; esforços repetitivos e
bursites; DORT/LER; alterações temporária do limiar
chifre ou osso vibrações, poeiras e ruídos
auditivo; hipoacusia e perda da audição
Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
Esforços físicos intensos; exposição a dorsalgias, sinovites, tenossinovites); silicose; asma
Na fabricação de cimento
44. poeiras (sílica); altas temperaturas; ocupacional; bronquite; dermatites; dermatoses
ou cal
efeitos abrasivos sobre a pele ocupacionais; intermação; ferimentos; mutilações;
fadiga e estresse
Encefalopatias tóxicas agudas e crônicas;
Exposição a solventes orgânicos,
hipertensão arterial; arritmias cardíacas; insuficiência
45. Na fabricação de colchões pigmentos de chumbo, cádmio e
renal; hipotireoidismo; anemias; dermatoses
manganês e poeiras
ocupacionais e irritação da pele e mucosas
Esforços físicos intensos; exposição a Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
Na fabricação de cortiças,
poeiras (sílica), metais pesados, altas dorsalgias, sinovites, tenossinovites); queimaduras;
cristais, esmaltes, estopas,
46. temperaturas, corantes e pigmentos catarata; silicose; asma ocupacional; bronquite;
gesso, louças, vidros ou
metálicos (chumbo, cromo e outros) e enfisema; intoxicação; dermatoses ocupacionais;
vernizes
calor intermação
Pneumoconioses e dermatites; fadiga física e
Na fabricação de Exposição a poeiras minerais e ao intermação; afecções músculo-esqueléticas
47.
porcelanas calor; posições inadequadas (bursites, tendinites, dorsalgias, sinovites,
tenossinovites); DORT/LER
Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
Esforços físicos intensos; exposição a dorsalgias, sinovites, tenossinovites); câncer de
Na fabricação de artefatos
48. produtos químicos, antioxidantes, bexiga e pulmão; asma ocupacional; bronquite;
de borracha
plastificantes, dentre outros, e ao calor enfisema; intoxicação; dermatoses ocupacionais;
intermação e intoxicações; queimaduras
Exposição a vapores de etanol, metanol Cânceres; dermatoses ocupacionais; dermatites de
49. Em destilarias de álcool e outros riscos químicos; risco de contato; intermação; asma ocupacional; bronquites;
incêndios e explosões queimaduras
Exposição a vapores de etanol e a
poeira de cereais; exposição a bebidas Queimaduras; asfixia; tonturas; intoxicação; irritação
Na fabricação de bebidas
50. alcoólicas, ao calor, à formação de das vias aéreas superiores; irritação da pele e
alcoólicas
atmosferas explosivas; incêndios e mucosas; cefaléia e embriaguez
outros acidentes
No interior de resfriadores, Frio; hipotermia com diminuição da capacidade
casas de máquinas, ou Exposição a temperaturas extremas, física e mental; calor, hipertermia; fadiga;
51.
junto de aquecedores, frio e calor desidratação; desequilíbrio hidroeletrolítico e
fornos ou alto-fornos estresse
Exposição a poeiras metálicas tóxicas, Neoplasia maligna dos brônquios e pulmões;
(chumbo, arsênico cádmio), monóxido bronquite; pneumonite; edema pulmonar agudo;
52. Em serralherias de carbono, estilhaços de metal, calor, enfisema intersticial; queimaduras; cortes;
e acidentes com máquinas e amputações; traumatismos; conjuntivite; catarata e
equipamentos intoxicações
Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
Esforços físicos intensos; exposição à dorsalgias, sinovites, tenossinovites); neoplasia
poeira de madeiras, solventes maligna dos brônquios e pulmões; bronquite;
53. Em indústrias de móveis orgânicos, tintas e vernizes; riscos de pneumonite; edema pulmonar agudo; enfisema
acidentes com máquinas, serras e intersticial; asma ocupacional; cortes; amputações;
ferramentas perigosas traumatismos; dermatose ocupacional; anemias;
conjuntivite
94
Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde
Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites, tenossinovites); asma
Esforços físicos intensos; exposição à
ocupacional; bronquite; pneumonite; edema
No beneficiamento de poeira de madeiras; risco de acidentes
54. pulmonar agudo; enfisema intersticial; asma
madeira com máquinas, serras, equipamentos e
ocupacional; dermatose ocupacional;
ferramentas perigosas
esmagamentos; ferimentos; amputações;
mutilações; fadiga; stress e DORT/LER
Síndrome cervicobraquial; dor articular; moléstia de
Com exposição a Dupuytren; capsulite adesiva do ombro; bursites;
55. vibrações localizadas ou Vibrações localizadas ou generalizadas epicondilite lateral; osteocondrose do adulto; doença
de corpo inteiro de Kohler; hérnia de disco; artroses e aumento da
pressão arterial
Esforços físicos intensos; exposição a Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
De desmonte ou fumos metálicos (ferro, bronze, dorsalgias, sinovites, tenossinovites); asfixia; perda
56. demolição de navios e alumínio, chumbo e outros); uso de da consciência; fibrilação ventricular; queimaduras;
embarcações em geral ferramentas pesadas; altas fraturas; contusões; intermação; perfuração da
temperaturas membrana do tímpano
Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde
Em sistemas de geração,
Eletrochoque; fibrilação ventricular; parada
transmissão e Exposição à energia de alta tensão;
57. cárdio-respiratória; traumatismos; escoriações
distribuição de energia choque elétrico e queda de nível.
fraturas
elétrica
Atividade: Construção.
Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde
Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites, tenossinovites); mutilações;
Esforços físicos intensos; risco de
fraturas; esmagamentos; traumatismos; afecções
acidentes por queda de nível, com
Construção civil e pesada, respiratórias; dermatites de contato; intermação;
máquinas, equipamentos e
incluindo construção, síndrome cervicobraquial; dores articulares;
58. ferramentas; exposição à poeira de
restauração, reforma e intoxicações; polineuropatia periférica; doenças do
tintas, cimento, pigmentos metálicos e
demolição sistema hematopoiético; leucocitose; episódios
solventes; posições inadequadas; calor;
depressivos; neurastenia; dermatoses
vibrações e movimentos repetitivos
ocupacionais; DORT/LER; cortes; contusões;
traumatismos
Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde
No transporte e
armazenagem de álcool,
Exposição a vapores tóxicos; risco de Intoxicações; queimaduras; rinite e dermatites de
60. explosivos, inflamáveis
incêndio e explosões contato
líquidos, gasosos e
liquefeitos
Esforços físicos intensos; risco de Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
Em porão ou convés de queda de nível; isolamento, calor e dorsalgias, sinovites, tenossinovites); lesões;
61.
navio outros riscos inerentes às cargas fraturas; contusões; traumatismos; fobia e transtorno
transportadas do ciclo vigília-sono
Em transporte de pessoas
Ferimentos; contusões; fraturas; traumatismos e
62. ou animais de pequeno Acidentes de trânsito
mutilações
porte
(...)
95
Atividade: Todas.
Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde
De manutenção, limpeza,
lavagem ou lubrificação de
veículos, tratores, motores,
componentes, máquinas
ou equipamentos, em que Dermatoses ocupacionais; encefalopatias;
Exposição a solventes orgânicos,
se utilizem solventes queimaduras; leucocitoses; elaiconiose; episódios
77. neurotóxicos, desengraxantes, névoas
orgânicos ou inorgânicos, depressivos; tremores; transtornos da personalidade
ácidas e alcalinas
óleo diesel, e neurastenia
desengraxantes ácidos ou
básicos ou outros produtos
derivados de óleos
minerais
Com utilização de
instrumentos ou
ferramentas
78. Perfurações e cortes Ferimentos e mutilações
perfurocontantes, sem
proteção adequada capaz
de controlar o risco
Exposição a baixas temperaturas e a Hipotermia; eritema pérnio; geladura (Frostbite) com
79. Em câmaras frigoríficas
variações súbitas necrose de tecidos; bronquite; rinite; pneumonias
Com levantamento,
transporte, carga ou
descarga manual de
pesos, quando realizados
raramente, superiores a 20
quilos, para o gênero Afecções músculo-esqueléticas(bursites, tendinites,
masculino e superiores a Esforço físico intenso; tracionamento da dorsalgias, sinovites, tenossinovites); lombalgias;
80.
15 quilos para o gênero coluna vertebral; sobrecarga muscular lombociatalgias; escolioses; cifoses;
feminino; e superiores a 11 lordoses; maturação precoce das epífises
quilos para o gênero
masculino e superiores a 7
quilos para o gênero
feminino, quando
realizados freqüentemente
Intermações; queimaduras na pele; envelhecimento
Ao ar livre, sem proteção
precoce; câncer de pele; desidratação; doenças
adequada contra Exposição, sem proteção adequada, à
81. respiratórias; ceratoses actínicas; hipertermia;
exposição à radiação radiação solar, chuva e frio
dermatoses; dermatites; conjuntivite; queratite;
solar, chuva , frio
pneumonite; fadiga; intermação
Em alturas superiores a
82. Queda de nível Fraturas; contusões; traumatismos; tonturas; fobias
2,0 (dois) metros
Com exposição a ruído
contínuo ou intermitente Alteração temporária do limiar auditivo; hipoacusia;
acima do nível previsto na Exposição a níveis elevados de perda da audição; hipertensão arterial; ruptura
83.
legislação pertinente em pressão sonora traumática do tímpano; alterações emocionais;
vigor, ou a ruído de alterações mentais e estresse
impacto
Com exposição ou
manuseio de arsênico e
seus compostos, asbestos,
benzeno, carvão mineral,
fósforo e seus compostos,
hidrocarbonetos, outros
compostos de carbono, Neoplasia maligna dos brônquios e pulmões;
metais pesados (cádmio, angiosarcoma do fígado; poli-neuropatias;
chumbo, cromo e encefalopatias; neoplasia maligna do estômago,
Exposição aos compostos químicos
84. mercúrio)e seus laringe e pleura; mesoteliomas; asbestoses; arritmia
acima dos limites de tolerância
compostos, silicatos, ácido cardíaca; leucemias; síndromes mielodisplásicas;
oxálico, nítrico, sulfúrico, transtornos mentais; cor pulmonale; silicose e
bromídrico, fosfórico, síndrome de Caplan
pícrico, álcalis cáusticos ou
substâncias nocivas à
saúde conforme
classificação da
Organização Mundial da
Saúde (OMS)
96
Item Descrição dos trabalhos Prováveis riscos ocupacionais Prováveis repercussões à saúde
Isolamento; contato com poeiras, gases Transtorno do ciclo vigília-sono; rinite; bronquite;
85. Em espaços confinados
tóxicos e outros contaminantes irritabilidade e estresse
De afiação de ferramentas
e instrumentos metálicos
Acidentes com material cortante e com
em afiadora, rebolo ou
86. exposição a partículas metálicas Ferimentos e mutilações
esmeril, sem proteção
cortantes desprendidas da afiadora
coletiva contra partículas
volantes
De direção, operação, de
veículos, máquinas ou
equipamentos, quando
motorizados e em
movimento (máquinas de
laminação, forja e de corte
de metais, máquinas de
padaria, como
Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites,
misturadores e cilindros de Esforços físicos; acidentes com
dorsalgias, sinovites, tenossinovites); mutilações;
87. massa, máquinas de fatiar, ferramentas e com sistemas
esmagamentos; fraturas; queimaduras e parada
máquinas em trabalhos condutores de energia elétrica
cárdio-respiratória
com madeira, serras
circulares, serras de fita e
guilhotinas, esmeris,
moinhos, cortadores e
misturadores,
equipamentos em fábricas
de papel, guindastes ou
outros similares)
Carcinomas baso-celular e espino-celular; neoplasia
Exposição a radiações não-ionizante e maligna da cavidade nasal, brônquios, pulmões,
ionizante (raios X, gama, alfa e beta) ossos e cartilagens articulares; sarcomas ósseos;
Com exposição a
em processos industriais, terapêuticos leucemias; síndrome mielodisplásicas; anemia
radiações ionizante e não-
88. ou propedêuticos (em saúde humana aplástica; hemorragias; agranulocitose;
ionizantes (microondas,
ou animal) ou em prospecção; polineuropatia; blefarite; conjuntivite; catarata;
ultravioleta ou laser)
processamento, estocagem e gastroenterite; afecções da pele e do tecido
transporte de materiais radioativos conjuntivo relacionadas com a radiação,
osteonecrose e infertilidade masculina
97
(...)
Registre-se que ocupação é um conceito sintético não natural, artificialmente construído pelos
analistas ocupacionais. Assim são constituídos esforços no sentido de retratar neste conceito as
atividades efetivamente exercidas peIo indivíduo. A estrutura proposta, segundo informações
disponíveis no endereço eletrônico do Ministério do Trabalho e do Emprego (www.mte.gov.br):
"agrega os empregos por habilidades cognitivas comuns exigidas no exercício de um campo de
trabalho mais elástico, composto por um conjunto de empregos similares que vai se constituir em um
campo profissional do domínio x, y e z. A unidade de observação é o emprego, dentro de um conjunto
de empregos mais amplo (campo profissional) são identificados por processos, funções ou ramos de
atividades. (...)” Perceba-se que a CBO possui função enumerativa e descritiva, mas não normativa.
Ela codifica empregos e outras situações de trabalho. Sua função descritiva pode ser observada na
medida em que ela inventaria detalhadamente as atividades realizadas no trabalho, os requisitos de
formação e experiência profissionais e as condições de trabalho.
(...)
No que se refere à utilização da CBO peIos Auditores-Fiscais do Trabalho para fins de identificação
de quais funções demandam formação profissional, o campo a ser pesquisado é o “formação e
experiência”. O problema reside exatamente nesse quesito, já que não existe referência direta e
padronizada à aprendizagem, ou mesmo a imperiosidade da formação profissional metódica, no
campo apontado. Diante de toda a exposição de como se dá a preparação do banco de dados da
CBO, é possível perceber que não haveria como se esperar uma especificidade maior. Até porque
existem situações peculiares à rotina de determinadas atividades empresariais. Dessa sorte, o AFT
deve interpretar o indicativo, tornando o efetivo de aprendizes a serem contratados um numerário
estabelecido de forma subjetiva.
Em contrapartida, há que se reparar que a adoção de critérios subjetivos na definição das ocupações
que compõem a base de cálculo para a aprendizagem, enfraquece a fiscalização do trabalho, a qual
tem por princípio basilar a proteção do trabalhador, ampliando as margens de questionamentos e, até
mesmo, impropérios por parte dos empregadores. Ademais, propicia a ausência de padronização de
procedimentos da fiscalização trabalhista nas diversas superintendências. Veja-se que o Brasil, um
país de dimensão continental, possui empresas que atuam em mais de um Estado da Federação, as
quais, por vezes são surpreendidas por notificações distintas, inspiradas em diferentes princípios e
critérios, em razão do Estado onde se encontra o estabelecimento.
Por óbvio que compartilhamos da opinião traçada pelo parecer anexado à folha 27 deste Processo,
onde se afirma que cabe ao AFT, mediante visita in locu, a determinação acerca da formação
profissional a ser concedida por determinada ocupação onde não seja clara a CBO. Nesse diapasão,
98
na busca por critérios objetivos de definição das funções a serem consideradas no cálculo,
deparamo-nos com o que dispõe expressamente o Decreto nº 5.598/2005.
(...)
Depreende-se que a norma pretendeu ser taxativa quanto às funções e situações que são excluídas
da base de cálculo em comento. Nessa linha de raciocínio, se o legislador detalhou expressamente
as funções a serem excluídas, infere-se que todas as demais devem ser consideradas para fins de
estabelecimento de quantitativo de aprendizes a serem contratados. Assim, apenas as funções que a
lei determina que não sirvam de base não serão consideradas, independentemente do tipo de
ocupação em análise. A dúvida gerada pela aplicação do artigo 10 do Decreto nº 5.598/2005 pode ser
facilmente dirimida pelo entendimento supra explanado. Mesmo porque, há que se considerar que a
CBO não é uniforme e, por vezes, nem tampouco clara, com relação ao descritivo da formação de
cada ocupação, o que representa um óbice à fiscalização do trabalho, conforme anteriormente
exposto.
(...)
(...)
Inclusive, necessário enaltecer novamente que toda e qualquer função demanda formação
profissional. Tome-se,como exemplo o caso do montador, citado pelo interessado. Ainda que a
descrição transcrita no campo "formação e experiência", qual seja: “Para o exercício dessas
ocupações requer-se ensino médio e curso básico de qualificação profissional em torno de duzentas
horas-aula“ possa suscitar a dúvida quanto à demanda de formação, ou ainda a afirmação do
requerente de que se trata de atividade de natureza puramente repetitiva, entendemos que o
aprendiz deverá receber curso elaborado de montador, com ampla formação profissional a ser
desenvolvida ao longo do contrato. Dessa forma, na medida em que o adoIescente/jovem se
encontrará em ambiente laboral, discordamos da natureza simplesmente repetitiva desta ou de
qualquer atividade. Veja-se que a formação será planejada em atividades teóricas e práticas durante
todo o contrato de aprendizagem, que poderá ser de até dois anos. Ressalta-se, ainda, que o número
de horas estabelecido pela CBO para essa formação tem caráter apenas indicativo, não se
constituindo em critério balizador para se excluir determinada função da base de cálculo, quando
esse for reduzido, por falta de previsão legal.
99
(...)
Conclui-se que não há mais a necessidade de portarias definindo quais são as ocupações que são
passíveis de aprendizagem, porque a Lei n° 10.097/2000, que atualizou a legislação sobre a
aprendizagem no ordenamento jurídico pátrio, silenciou sobre o assunto, ou mesmo de
questionamentos por parte da fiscalização trabalhista, bastando apenas sejam observados os
critérios estabelecidos no artigo 12 do Decreto nº 5.598/2005, que legisla de forma negativa sobre as
funções a serem excluídas da base de cálculo.
Transpondo tal raciocínio as caso sob análise, entendemos que o procedimento adotado pela
requerente carece de embasamento legaI, haja vista que, ao justificar a exclusão de determinada
ocupação da base de cálculo da cota de aprendizes sob o argumento de que tal função na prática
não requer formação profissional metódica, mediante interpretação da CBO 2002, desconsiderando
que o programa será desenvolvido de maneira a proporcionar metodicamente uma formação
continuada e de complexidade progressiva no ambiente laboral, a empresa adotou um critério
subjetivo que não foi contemplado pelos dispositivos em vigor, sendo, portanto, eivado de ilegalidade
e passível de atuação pela fiscalização do trabalho.
De acordo.
100
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 19 - O artigo 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Artigo 428 (...)”
“§1º A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e
Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino
médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade
qualificada em formação técnico-profissional metódica.” (NR)
“................................................................................................................................................................”
“§3º O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, exceto
quando se tratar de aprendiz portador de deficiência.” (NR)
“................................................................................................................................................................”
“§7º Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumprimento do disposto no
§1º deste artigo, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a frequência à escola, desde que ele
já tenha concluído o ensino fundamental.” (AC)
...................................................................................................................................................................
101
(...)
cumpre observar que é clara a dicção da CLT quando, no seu artigo 429, estabelece que os
estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos
Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no
mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento,
cujas funções demandem formação profissional. Nesse sentido, fica claro que o início do contrato
deve ser concomitante à matrícula nos cursos de aprendizagem.
(...)
Contudo, em termos práticos, há alguns segmentos nos quais parece existir uma inversão, isto é, as
entidades responsáveis pela oferta de cursos de aprendizagem aceitam matrículas de alunos, mesmo
que estes ainda não possuam vínculos do emprego (sob a forma de contratos de aprendizagem) com
qualquer empresa. Nesse caso, parece-nos que uma leitura excessivamente literal da CLT poderia
induzir à conclusão de que os jovens inscritos nos cursos, mas não empregados, tornar-se-iam
inaproveitáveis na qualidade de aprendizes. A nosso sentir, a interpretação que melhor se coaduna
com a racionalidade da CLT, é aquela segundo a qual o jovem inscrito no curso de aprendizagem
oferecido por entidade habilitada a tanto, pode ser ainda sujeito do contrato de aprendizagem.
Pensar de modo diverso transformaria o jovem inscrito no curso na principal vítima de uma
interpretação descolada da teleologia da lei, bem como da eventual falta de sintonia entre os
empregadores a as entidades que ofereçam os cursos de aprendizagem.
Resta, no entanto, considerar sobre qual deve ser o termo inicial do contrato de aprendizagem em
tais hipóteses, se o real momento da contratação (após já iniciado o curso), ou se o momento do
inicio do curso. A nosso sentir, em tais hipóteses e em caráter excepcional, o contrato poderá ser
pactuado de forma retroativa. Isso porque o contrato de aprendizagem é espécie de formação
técnico-profissional, que ganha corpo sob a forma de contrato de trabalho, composta de etapas
teóricas e práticas organizadas em tarefas de complexidade progressiva. Assim, o contrato de
aprendizagem é contrato por prazo determinado cujos termos inicial e final encontram-se previamente
previstos em sintonia com o programa de aprendizagem, sendo que a responsabilidade do
empregador deve ser sempre atrelada à duração total do processo.
Ademais, o contrato retroativo respeita princípio geral de Direito (o de que ninguém pode obter
vantagem a partir da própria torpeza, no caso, o descumprimento da lei); evitando que o empregador
venha a eximir-se de arcar com os custos da parte teórica (onde o empregador não aufere benefícios
diretos do contrato) em face da eventual possibilidade da contratação de aprendizes apenas para a
102
parte prática da aprendizagem, etapa esta na qual aufere benefício direto a partir da prestação dos
serviços. Também não há malefício na retroação considerando também que, durante o período
reservado à teoria, conforme dispuser o programa de aprendizagem, a subordinação do empregado
ao empregador encontra-se extremamente mitigada.
À consideração superior.
Aprovo a presente Nota Técnica. Encaminhe-se à DATIPA para dar conhecimento aos interessados.
103
Artigo 3º - A inscrição das entidades de que trata o artigo 1º desta Portaria no CNAP, dos respectivos
programas, das turmas e dos aprendizes nela matriculados, deve ser efetuada por meio do formulário
104
Artigo 4º - Após a inscrição da entidade, será gerado pelo Sistema do Cadastro Nacional de
Aprendizagem - CNAP o Termo de Compromisso da Entidade e o Termo de Compromisso do
Programa de Aprendizagem, que devem ser assinados pelo responsável legal da entidade e
entregues na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego mais próxima ao seu
endereço.
§1º O Termo de Compromisso da Entidade deve ser entregue acompanhado de cópia e original, para
conferência, de seu registro no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente –
CMDCA do município em que irá atuar. (Redação dada pela Portaria MTE nº 1.005, de 1º/07/2013)
§2º O Termo de Compromisso do Programa de Aprendizagem deve ser entregue acompanhado de
comprovação de: (Redação dada pela Portaria MTE nº 1.005, de 1º/07/2013)
I. adequação a proposta pedagógica aos princípios e diretrizes desta Portaria; (Redação dada pela
Portaria MTE nº 1.005, de 1º/07/2013)
II. existência de quadro técnico docente devidamente qualificado; e (Redação dada pela Portaria MTE
nº 1.005, de 1º/07/2013)
III. estrutura adequada ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem, nos termos do
disposto no §1º do artigo 430 da CLT. (Redação dada pela Portaria MTE nº 1.005, de 1º/07/2013)
§3º Cabe à coordenação de fiscalização de aprendizagem de cada Superintendência Regional do
Trabalho e Emprego – SRTE conferir a documentação encaminhada pela entidade, atestar e registrar
o recebimento no CNAP e arquivá-la. (Renumerado pela Portaria MTE nº 1.005, de 1º/07/2013)
Artigo 5º - A inscrição do programa de aprendizagem deve ser feita nos moldes do artigo 3º desta
Portaria e a entidade deve fornecer, no mínimo, as seguintes informações:
I. público participante do programa de aprendizagem, com máximo de aprendizes por turma,
perfil socioeconômico e justificativa para seu atendimento;
II. objetivos do programa de aprendizagem, com especificação do propósito das ações a serem
realizadas e sua relevância para o público participante, a sociedade e o mundo do trabalho;
III. conteúdos a serem desenvolvidos, contendo os conhecimentos, habilidades e competências,
sua pertinência em relação aos objetivos do programa, público participante a ser atendido e
potencial de aplicação no mercado de trabalho;
IV. estrutura do programa de aprendizagem e sua duração total em horas, em função do
conteúdo a ser desenvolvido e do perfil do público participante, contendo:
105
Artigo 6º - Após o registro, pela SRTE, do recebimento da documentação de que trata o artigo 4º no
CNAP, a SPPE analisará a inscrição para autorização ou não da inserção da entidade no CNAP.
§1º A incompatibilidade dos programas de aprendizagem com as regras estabelecidas nesta Portaria
será informada pela SPPE à entidade por mensagem eletrônica, e a inscrição no CNAP ficará
sobrestada até a regularização da pendência.
§2º Durante a análise do programa de aprendizagem para inserção no CNAP, a SPPE poderá
solicitar a colaboração de outros órgãos, conselhos e demais entidades envolvidos com a ocupação
objeto do programa de aprendizagem ou com o seu público alvo.
§3º Verificada a regularidade dos dados da entidade e de pelo menos um programa de
aprendizagem, a SPPE autorizará, por meio do sistema informatizado, a inserção da entidade no
CNAP, que ficará apta a exercer a atividade de entidade qualificadora, e deverá informar, no CNAP,
as turmas criadas e os aprendizes nelas matriculados referentes ao programa de aprendizagem
inserido.
§4º Os demais programas de aprendizagem devem ser elaborados e desenvolvidos pela entidade em
consonância com esta Portaria e ser inscritos no CNAP para autorização de sua inclusão pela SPPE.
106
107
108
Artigo 11 - A parte teórica do programa de aprendizagem deve ser desenvolvida pela entidade
formadora, distribuindo-se as horas no decorrer de todo o período do contrato de forma a garantir a
alternância e a complexidade progressiva das atividades práticas a serem vivenciadas no ambiente
da empresa. (Redação dada pela Portaria MTE nº 1.005, de 1º/07/2013)
§1º A carga horária prática do curso poderá ser desenvolvida, total ou parcialmente, em condições
laboratoriais, quando essenciais à especificidade da ocupação objeto do curso, ou quando o local de
trabalho não oferecer condições de segurança e saúde ao aprendiz.
§2º Na elaboração da parte específica dos programas de aprendizagem, as entidades devem
contemplar os conteúdos e habilidades requeridas para o desempenho das ocupações objeto da
aprendizagem descritas na CBO.
§1º A critério das instituições de ensino federais ou dos órgãos competentes nos sistemas estaduais,
as atividades práticas realizadas durante a vigência do contrato de aprendizagem poderão ser
reconhecidas para efeitos de contagem da carga-horária de estágio obrigatório desde que explicitada
tal previsão no projeto pedagógico do curso e que os termos desta equivalência constem no Termo
de Compromisso firmado entre o estagiário, a instituição de ensino e a parte concedente do estágio.
(Parágrafo incluído pela Portaria MTE nº 1.005, de 1º/07/2013)
109
II. o contrato deverá englobar o mínimo de módulo(s) que assegurarem a formação técnico
profissional metódica completa, necessária para a certificação do curso de aprendizagem
correspondente a uma ocupação prevista na Classificação Brasileira de Ocupações - CBO; e
(Alínea incluída pela Portaria MTE nº 1.005, de 1º/07/2013)
III. a carga horária teórica não poderá ser inferior a quatrocentas horas. (Alínea incluída pela Portaria
MTE nº 1.005, de 1º/07/2013)
Artigo 13 - Na utilização dos Arcos Ocupacionais previstos no Anexo I desta Portaria, as entidades
formadoras e empresas responsáveis pela contratação dos aprendizes devem observar as proibições
de trabalho aos menores de dezoito anos nas atividades descritas na Lista das Piores Formas do
Trabalho Infantil - Lista TIP, aprovada pelo Decreto nº 6.481, de 12 de junho de 2008.
110
111
Seção I
Da Obrigatoriedade de Contratação de Aprendizes
Artigo 2º - Conforme determina o artigo 429 da CLT, os estabelecimentos de qualquer natureza são
obrigados a contratar e matricular aprendizes nos cursos de aprendizagem, no percentual mínimo de
cinco e máximo de quinze por cento das funções que exijam formação profissional.
§1º Na conformação numérica de aplicação do percentual, ficam obrigados a contratar aprendizes os
estabelecimentos que tenham pelo menos sete empregados contratados nas funções que demandam
formação profissional, nos termos do artigo 10 do Decreto nº 5.598, de 2005, devendo ser respeitado
o limite máximo de quinze por cento previsto no artigo 429 da CLT.
§2º Entende-se por estabelecimento todo complexo de bens organizado para o exercício de atividade
econômica ou social do empregador, que se submeta ao regime da CLT.
§3º São incluídas na base de cálculo do número de aprendizes a serem contratados o total de
trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional,
independentemente de serem proibidas para menores de dezoito anos, excluindo-se:
I. as funções que, em virtude de lei, exijam formação profissional de nível técnico ou superior;
II. as funções caracterizadas como cargos de direção, de gerência ou de confiança, nos termos
do inciso II do artigo 62 e §2º do artigo 224 da CLT;
III. os trabalhadores contratados sob o regime de trabalho temporário instituído pela Lei nº 6.019,
de 3 de janeiro de 1973; e
IV. os aprendizes já contratados.
§4º As funções e atividades executadas por terceiros, dentro dos parâmetros legais, serão
computadas para o cálculo da cota cabível à empresa prestadora de serviços.
112
Seção II
Do Contrato de Aprendizagem
Artigo 4º - O contrato de trabalho de aprendizagem possui natureza especial e tem por principal
característica, segundo o artigo 428 da CLT, o compromisso de o empregador assegurar ao maior de
quatorze e menor de vinte e quatro anos, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-
profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e do
aprendiz de executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.
Artigo 5º - O contrato de aprendizagem deve ser pactuado por escrito e por prazo determinado, e
para sua validade exige-se:
I. registro e anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS;
II. matrícula e freqüência do aprendiz à escola, caso não tenha concluído o ensino médio;
III. inscrição do aprendiz em programa de aprendizagem, desenvolvido sob a orientação de
entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica, quais sejam:
a. entes do Sistema Nacional de Aprendizagem;
b. escolas técnicas de educação; e
c. entidades sem fins lucrativos que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e
à educação profissional, devidamente inscritas no Cadastro Nacional de
Aprendizagem e registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente CMDCA, quando atender a menores de dezoito anos;
IV. programa de aprendizagem desenvolvido em conformidade com as diretrizes da Portaria nº
723, de 2012;
Parágrafo único. A falta de cumprimento dos itens I a IV e demais normas que regulamentam a
aprendizagem descaracteriza o contrato de aprendizagem e importa a sua nulidade, estabelecendo-
se vínculo com o estabelecimento que deve cumprir a cota, conforme disposto no artigo 18.
Artigo 6º - O contrato de aprendizagem poderá ser firmado por até dois anos, com correspondência
obrigatória ao programa constante do Cadastro Nacional de Aprendizagem e deverá indicar
expressamente:
I. o termo inicial e final, coincidentes com o prazo do programa de aprendizagem, exceto
quando a contratação ocorrer após o início das atividades teóricas, podendo o empregador,
neste caso, providenciar o registro retroativo;
II. o programa em que o aprendiz está vinculado e matriculado, com indicação da carga horária
teórica e prática, e obediência aos critérios estabelecidos na Portaria nº 723, de 2012;
III. a função, a jornada diária e semanal, de acordo com a carga horária estabelecida no
programa de aprendizagem, o horário de trabalho; e
IV. a remuneração pactuada.
113
Parágrafo único. O prazo máximo de dois anos do contrato de aprendizagem não se aplica às
pessoas com deficiência, desde que o tempo adicional seja, nesses casos, fundamentado em
aspectos relacionados à deficiência, vedada em qualquer caso a contratação de pessoa com
deficiência na qualidade de aprendiz por prazo indeterminado.
Artigo 7º - A contratação de aprendizes por entidades sem fins lucrativos que tenham por objetivo a
assistência ao adolescente e à educação profissional, conforme faculdade prevista no artigo 431 da
CLT, exige a formalização prévia de contrato ou convênio entre o estabelecimento que deve cumprir
a cota e a entidade.
§1º Na hipótese de contratação indireta prevista no caput, a entidade sem fins lucrativos assume a
condição de empregador de forma simultânea ao desenvolvimento do programa de aprendizagem,
cabendo-lhe:
I. o cumprimento da legislação trabalhista em sua totalidade e no que concerne à
aprendizagem;
II. assinar a Carteira de Trabalho e Previdência Social do aprendiz e anotar, no espaço
destinado às anotações gerais, informação de que se trata de contratação decorrente de
contrato firmado com estabelecimento para fins de cumprimento de sua cota;
III. promover o desenvolvimento do programa de aprendizagem constante do Cadastro Nacional
de Aprendizagem;
§2º O estabelecimento, na contratação indireta, obriga-se a proporcionar a experiência prática para a
formação técnico-profissional do aprendiz e em ambiente adequado, com atenção ao disposto no
artigo 9º.
§3º O contrato ou convênio mencionado no caput pode conter cláusula específica com a indicação da
parte responsável pela elaboração e consecução dos programas de segurança e saúde no trabalho
s
previstos nas Normas Regulamentadoras nº 7 e 9, aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 8 de
dezembro de 1978, para os aprendizes pertencentes à cota do estabelecimento e contratados por
intermédio da entidade sem fins lucrativos.
Artigo 8º - A idade máxima de vinte e quatro anos é condição de extinção automática do contrato de
aprendizagem, não se aplicando tal critério às pessoas com deficiência, para as quais a contratação é
possível mesmo após essa idade.
114
Seção III
Dos Direitos Trabalhistas
115
cuja jornada seja cumprida em horário noturno faz jus ao recebimento do respectivo adicional.
Artigo 12 - A duração da jornada de trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, durante
a qual poderão ser desenvolvidas atividades teóricas e práticas ou apenas uma delas, dentro e no
limite dos parâmetros estabelecidos no programa de aprendizagem.
§1º A jornada de até oito horas diárias é permitida para os aprendizes que completaram o ensino
fundamental, desde que nela sejam incluídas atividades teóricas, na proporção prevista no contrato e
no programa de aprendizagem.
§2º Ao aprendiz são vedadas, em qualquer caso, a prorrogação e a compensação da jornada de
trabalho, e não se aplicam as hipóteses previstas nos incisos I e II do artigo 413 da Consolidação das
Leis do Trabalho.
§3º A fixação do horário do aprendiz deverá ser feita pela empresa em conjunto com a entidade
formadora, com respeito à carga horária estabelecida no programa de aprendizagem.
§4º As atividades devem ser desenvolvidas em horário que não prejudique a frequência do aprendiz
com idade inferior a dezoito anos à escola, nos termos do artigo 427 da CLT e do inciso III do artigo
63 da Lei nº 8.069, de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, devendo ser considerado, nesse
caso, o tempo necessário para seu deslocamento.
§5º Aplica-se à jornada do aprendiz, nas atividades práticas ou teóricas, o disposto nos artigos 66 a
72 da CLT.
Artigo 14 - A alíquota do depósito ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS nos contratos
de aprendizagem é de dois por cento da remuneração paga ou devida ao aprendiz conforme previsto
no artigo 15 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990.
Seção IV
Dos Programas de Aprendizagem
Artigo 15 - Para fins da formação técnico profissional, e nos termos dos artigos 429 e 430 da CLT, os
cursos e programas de aprendizagem devem ser oferecidos preferencialmente pelos entes dos
Serviços Nacionais de Aprendizagem.
Parágrafo único. Não sendo oferecidos pelos entes referidos no caput cursos ou vagas suficientes, ou
ainda programa de aprendizagem que atenda às necessidades dos estabelecimentos, a demanda
poderá ser atendida pelas seguintes entidades qualificadas em formação profissional metódica:
116
Seção V
Da Inspeção do Trabalho
117
imediata rescisão contratual, sem prejuízo da aplicação das sanções pertinentes e do pagamento das
verbas rescisórias devidas.
§4º O disposto no §1º não se aplica, quanto ao vínculo, aos órgãos da Administração Pública.
Artigo 20 - Nas entidades sem fins lucrativos que contratam aprendizes, conforme previsto no artigo
7º, o auditor-fiscal do trabalho deve verificar, além do disposto no artigo 19:
I. a inserção e a regularidade da entidade sem fins lucrativos empregadora no Cadastro
Nacional de Aprendizagem, na forma da Portaria nº 723, de 2012;
II. a existência de programa de aprendizagem compatível com a função e atividades dos
aprendizes contratados e sua adequação aos requisitos estabelecidos na Portaria nº 723, de
2012;
118
III. a existência de certificado de registro da entidade sem fins lucrativos no CMDCA como
entidade que objetiva a assistência ao adolescente e a educação profissional, quando algum
de seus cursos se destinar a aprendizes menores de dezoito anos, bem como a comprovação
do depósito do programa de aprendizagem naquele Conselho;
IV. a existência de declaração de frequência do aprendiz na escola, quando esta for obrigatória;
V. contrato ou convênio firmado entre a entidade responsável por ministrar o curso de
aprendizagem e o estabelecimento tomador dos serviços; e
VI. os contratos de aprendizagem firmados entre a entidade e os aprendizes.
§1º Dos registros e contratos de aprendizagem firmados pelas entidades sem fins lucrativos devem
constar a razão social, o endereço e o número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
- CNPJ do estabelecimento responsável pelo cumprimento da cota.
§2º Verificada a inadequação da entidade sem fins lucrativos, na forma do artigo 20, o auditor-fiscal
do trabalho, sem prejuízo da lavratura de autos de infrações cabíveis, deve adotar as providências
previstas no artigo 7º da Portaria nº 723, de 2012.
Seção VI
Do Planejamento da Fiscalização da Aprendizagem
119
Artigo 24 - Para acesso ao Cadastro Nacional de Aprendizagem deve ser solicitada senha de acesso,
diretamente pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego à Coordenação-Geral de
Preparação de Mão-de-obra Juvenil do Departamento de Políticas de Trabalho e Emprego para a
Juventude da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego - SPPE.
Artigo 25 - Poderá ser adotada, sem prejuízo da ação fiscal in loco, a notificação para apresentação
de documentos - NAD via postal - modalidade de fiscalização indireta - para convocar, individual ou
coletivamente, os empregadores a apresentarem documentos, em dia e hora previamente fixados, a
fim de comprovarem a regularidade da contratação de empregados aprendizes, conforme determina
o artigo 429 da CLT.
§1º No procedimento de notificação via postal poderá ser utilizado, como suporte instrumental,
sistema informatizado de dados destinado a facilitar a identificação dos estabelecimentos obrigados a
contratar aprendizes.
§2º No caso de convocação coletiva, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego poderá
realizar, a seu critério, evento em que seja feita explanação acerca da temática da aprendizagem,
visando conscientizar, orientar e esclarecer dúvidas em relação à aprendizagem.
§3º Caso o auditor-fiscal do trabalho, no planejamento da fiscalização ou no curso desta, conclua pela
ocorrência de motivo grave ou relevante que impossibilite ou dificulte a imediata contratação dos
aprendizes, poderá instaurar, com a anuência da chefia imediata e desde que o estabelecimento
esteja sendo fiscalizado pela primeira vez, procedimento especial para ação fiscal, nos termos do art.
27 a 30 do Regulamento da Inspeção do Trabalho - RIT, aprovado pelo Decreto nº 4.552, de 27 de
dezembro de 2002, explicitando os motivos que determinaram essa medida.
§4º O procedimento especial para a ação fiscal poderá resultar na lavratura de termo de compromisso
que estipule as obrigações assumidas pelo compromissado e os prazos para seu cumprimento.
§5º Durante o prazo fixado no termo, o estabelecimento compromissado poderá ser fiscalizado para
verificação de seu cumprimento, sem prejuízo da ação fiscal em atributos não contemplados no
referido termo.
120
fiscalização indireta, prevista no artigo 25 e, quando for o caso, verificar o cumprimento dos termos de
cooperação técnica firmados no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego.
Parágrafo único. No caso de convocação coletiva, devem ser designados auditores-fiscais do
trabalho em número suficiente para o atendimento de todas as empresas notificadas.
Artigo 27 - Esgotada a atuação da inspeção do trabalho, sem a correção das irregularidades relativas
à aprendizagem, o auditor-fiscal do trabalho, sem prejuízo da lavratura de autos de infração cabíveis,
deve elaborar relatório circunstanciado e encaminhá-lo à chefia imediata, a qual adotará as
providências que julgar cabíveis conforme o caso.
121
Seção III
Da Aprendizagem Profissional da Pessoa com Deficiência
Artigo 15 - O AFT deve incentivar as empresas e outras instituições para que promovam a
participação das pessoas com deficiência nos programas de aprendizagem profissional, inclusive as
beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada – BPC da Lei Orgânica de Assistência Social –
LOAS, com o objetivo de sua posterior contratação por prazo indeterminado, observando que:
I. as instituições públicas e privadas, que ministram educação profissional devem disponibilizar
cursos profissionais de nível básico para pessoas com deficiência, conforme prevê o §2º do
artigo 28 do Decreto nº 3.298 de 1999;
II. os programas de aprendizagem profissional, em suas atividades teóricas e práticas, devem
promover as adaptações e as medidas de apoio individualizadas, de forma a atender às
necessidades de inclusão de todos os aprendizes;
III. para o aprendiz com deficiência devem ser considerarads, sobretudo, as habilidades e as
competências relacionadas com a profissionalização e não a sua escolaridade;
IV. não há previsão e idade máxima para contratação da pessoa com deficiência como aprendiz,
apenas o limite mínimo de quatorze anos, observadas as disposições legais de proteção ao
trabalho dos adolescentes; e
V. as empresas poderão contratar aprendizes até o limite de quinze por cento das funções que
demandem formação profissional.
Seção IV
Do Procedimento Especial para a Ação Fiscal da Inclusão de Pessoas com Defiência ou
Reabilitadas
(...)
122
Artigo 17 - O procedimento especial para a ação fiscal poderá resultar na lavratura de termo de
compromisso, no qual serão estipuladas as obrigações assumidas pelas empresas ou setores
econômicos compromissados e os prazos para seu cumprimento.
(...)
§2º O termo de compromisso deve conter, no mínimo, as seguintes obrigações por parte dos
compromissados:
(...)
IV. promoção de qualificação profissional da pessoa com deficiência ou reabilitada,
preferencialmente na modalidade de aprendizagem;
(...)
§3º O prazo máximo do termo de compromisso será de doze meses, excetuando o caso em que o
cumprimento da reserva legal esteja condicionado ao desenvolvimento de programas de
aprendizagem profissional de pessoas com deficiência, nos termos do artigo 429 da CLT, caso em
que o prazo máximo será de vinte e quatro meses.
§4º Em caráter excepcional, e em face de projetos específicos de inclusão e qualificação profissional
ou dificuldades comprovadamente justificadas, os prazos estipulados no §3º poderão ser ampliados,
com observância aos procedimentos estabelecidos pelas normas de regência.
(...)
123
TÍTULO I
DOS DIREITOS E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE
Artigo 1º - Esta Lei institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os
princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude -
SINAJUVE.
§1º Para os efeitos desta Lei, são consideradas jovens as pessoas com idade entre 15 (quinze) e 29
(vinte e nove) anos de idade.
§2º Aos adolescentes com idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito) anos aplica-se a Lei nº 8.069, de 13
de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, e, excepcionalmente, este Estatuto, quando
não conflitar com as normas de proteção integral do adolescente.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS JOVENS
Seção II
Diretrizes Gerais
Artigo 9º - O jovem tem direito à educação profissional e tecnológica, articulada com os diferentes
níveis e modalidades de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, observada a legislação
vigente.
Seção III
Do Direito à Profissionalização, ao Trabalho e à Renda
124
Artigo 16 - O direito à profissionalização e à proteção no trabalho dos adolescentes com idade entre
15 (quinze) e 18 (dezoito) anos de idade será regido pelo disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, e em leis específicas, não se aplicando o previsto nesta
Seção.
125
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
21
Disponível em http://www.mte.gov.br/legislacao/convencoes/cv_81.asp
22
Disponível em http://www.mte.gov.br/legislacao/convencoes/cv_124.asp
126
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noturno, perigoso ou insalubre a menor de 18 anos e de qualquer trabalho a menor de 16 anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir de 14 anos; bem como o artigo 78, inciso XVIII, que dispõe como passível de
resciosão contratual à inobservância do disposto supra. O primeiro artigo é regulamentado pelo Decreto Federal
nº 4.358 de 05/09/2002 o qual disponibiliza o modelo de declaração pela empresa.
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Programa gerido pela Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho, pretende apoiar estudantes de
14 a 24 anos do Centro Paula Souza para se empregarem no regime de aprendizes, ao mesmo tempo em que
incentiva as empresas a cumprirem a legislação.
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Informativo da Coordenação Geral de Preparação e Intermediação de Mão de Obra Juvenil do MTE nº 004,
de 24 de julho de 2012.
Com o objetivo de esclarecer às entidades formadoras o disposto pela Portaria MTE nº 723/2012, o referido
informativo esclarece, em seu item 3, que os Serviços Nacionais de Aprendizagem terão que informar o
requerido nas alíneas “a” a “d” do inciso IV do artigo 5º, bem como registrar as turmas e os aprendizes
matriculados. O MTE considera, porém, a permuta de banco de dados entre o MTE e o MEC.
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Informativo da Coordenação Geral de Preparação e Intermediação de Mão de Obra Juvenil do MTE nº 002,
de 2013.
Com o objetivo de continuar prestando os esclarecimentos, à medida que se façam necessários, informa que já
está no ar a nova plataforma do JuventudeWeb, porém ainda não está permitida a inclusão de novos programas
em parceria.
OBS. Ainda que não constem revogações expressas, encontram-se sem efeitos: Decreto-Lei nº 937 de 13.10.1969 (por conta da revogação da Lei nº 4.024 de
20.12.1961, pela Lei nº 9.394 de 20.12.1996) e Lei nº 6.086 de 15.7.1974 (por conta da revogação do artigo 80 da CLT, pela Lei nº 10.097 de 19.12.2000).
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Os Conselhos Municipais dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes não são agrupados em local único na Internet para
verificação. O CMDCA do Município de São Paulo apresenta informações atreladas ao website da prefeitura local
(http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/participacao_parceria/conselhos/cmdca).
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Área de abrangência: Procuradorias de São Paulo (Capital), Guarulhos, Mogi das Cruzes, Osasco, Santos e São Bernando
do Campo. Excetuando a Capital, cada procuradoria dispõe de circunscrição territorial que abrange outros municípios. Para
verificação, convém consultar o website indicado.
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Área de abrangência: Procuradorias de Campinas, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São
José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba. Cada procuradoria dispõe de circunscrição territorial que abrange outros
municípios. Para verificação, convém consultar o website indicado.
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Área de abrangência corresponde a todo Estado de São Paulo, a estrutura da SRTE é composta Gerências Regionais e
Agências Regionais. Para verificação da circunscrição territorial, convém consultar o website indicado.
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