FL - MARGULIS - O Que e Vida PDF
FL - MARGULIS - O Que e Vida PDF
FL - MARGULIS - O Que e Vida PDF
P. 09 (...) visão distorcida, bastante comum, que avalia todo o processo evolucionário
Antropocêntrico sob uma perspectiva antropocêntrica, com ênfase nos seres “grandes”.
P. 10 (...) Magulis e Sagan (...) sua tese central de que a vida apresenta propriedades
Tese central que transcendem os limites de indivíduos e espécies tem implicações da
Vida propried. máxima importância na época atual, de desenfreada e selvagem exploração
Transcendentes ambiental.
Prefácio
P. 13 (...) os micróbios herdarão a Terra (caso nós, por exemplo, complexas criaturas
Micróbios multicelulares, venhamos a nos tornar vítimas do próximo espasmo da extinção
Habitantes em massa), como chegaram aqui muito antes de nós e, num sentido muito real,
primordiais da já “possuem” e certamente dirigem o sistema global. Eles fixam e reciclam o
Terra nitrogênio e o carbono, bem como outros elementos essenciais que, de outro
e seus modo, não ficariam à disposição de nosso corpo (...). sem o mundo microbiano,
herdeiros a vida, tal, como nós mesmos a vivenciamos, simplesmente não poderia existir.
No espírito de Schrödinger
P. 17 O que é vida? Esta é, sem dúvida, uma das mais antigas perguntas que existem.
O que é vida? Nós vivemos.
P. 18 Nossos ancestrais descobriram espíritos e deuses por toda parte, animando toda
Ancestrais a natureza. Não só as árvores tinham vida, também o vento que uivava pelas
Espíritos savanas. Platão, em seu diálogo Leis, afirmou que esses seres perfeitos que
Deuses eram os planetas giravam voluntariamente em círculos em volta da Terra. Os
Microcosmo europeus medievais acreditavam que o microcosmo, o pequeno mundo da
Macrocosmo pessoa, espelhava o macrocosmo, o universo; ambos eram parte matéria e parte
Matéria/espírito espírito.
P. 18 (...) Kepler (...) nos lembrou que a ciência é assintótica: nunca chega à meta
A ciência é torturante do conhecimento supremo, apenas se aproxima dela. (...). A ciência
assintótica de uma transforma-se na mitologia da seguinte.
P. 19 (...) a vida – não só a humana, mas a vida em geral – tem liberdade de ação e
Liberdade desempenhou um papel inesperadamente grande em sua própria evolução.
O corpo da vida
P. 20 (...). Menos de um por cento da energia solar que chega à Terra é desviado para
Energia Solar processos vitais. Mas o que a vida faz com esse um por cento é assombroso.
e as Fabricando genes e descendentes a partir da água, da energia solar e do ar,
maravilhas da formas encantadoras mas perigosas misturam-se e divergem, transformam-se e
vida poluem, matam e nutrem, ameaçam e superam.
P. 20 (...). No animismo, todas as coisas, não apenas os animais, são vistas como
Animismo habitadas pro um espírito interior que as anima.
P. 20 (...) à filosofia do mecanicismo: o movimento não precisa implicar nenhuma
Mecanicismo consciência interna; a programação poderia ter sido “embutida” por um criador.
P. 21 (...). Longe de serem movidos por espíritos ocultos, os corpos celestes passaram
Corpos celestes então a parecer governados por leis matemáticas preexistentes. A intervenção
Leis divina tornou-se cada vez mais supérflua. Deus não precisava perder tempo
matemáticas com a criação, pois a havia feito para durar. O cosmo funcionava sozinho.
P. 22 (...) dois extremos – o universo inteiro como dotado de vida e o organismo vivo
Mecanização como um máquina química e física – situa-se o panorama da opinião vigente.
Vitalização Mas não haverá algo errado tanto na mecanização da vida quanto na vitalização
Matéria da matéria?
P. 22 (...) por maior que seja seu sucesso, a visão de mundo científica mecanicista é
Metafísica profundamente metafísica, enraizando-se em pressupostos religiosos.
P. 23 (...). Compreender como o DNA funciona pode ser o maior avanço científico da
Explicar história. No entanto, nem o DNA nem qualquer outro tipo de molécula por si
a vida ??? só, é capaz de explicar a vida.
P. 23 (...). A evolução não recomeça do zero a cada vez que surge uma nova forma de
A evolução não vida. Módulos preexistentes, que revelam ser primordialmente bactérias, já
recomeça gerados pela mutação e conservados pela seleção natural, unem-se e interagem.
do Eles formam alianças, fusões ou novos organismos – complexos inteiramente
zero novos, que agem através da seleção natural e sofrem sua ação.
P. 24 (...), os seres humanos não estão no ápice da criação, mas apontam duplamente
Vida na Terra para o reino menor das células e o domínio da biosfera. A vida na Terra não é
Holarquia uma hierarquia criada, mas uma holarquia emergente, surgida da sinergia auto-
emergente induzida da combinação, da interação e da recombinação.
A Jóia Azul
P. 26 - Vida (...). Toda nossa história e civilização transcorreram sob o envoltório gasoso do
e Civilização que é, na verdade, um planeta mediano de um único sistema solar.
P. 28 (...). A vida se distingue não por seus componentes químicos, mas pelo
A vida comportamento desses componentes. Assim, a pergunta “o que é vida?” é uma
armadilha armadilha lingüística. Para responde-la de acordo com as regras gramaticais,
lingüística devemos fornecer um substantivo, uma coisa. Mas a vida na Terra assemelha-se
Verbo mais a um verbo. Ela conserva, sustenta, recria e supera a si mesma.
Auto-sustentação
P. 31 Ilhas de ordem num oceano de caos (...), o corpo concentra a ordem. Ele se
Mebabolismo refaz continuamente. A cada cinco dias, temos um novo revestimento interno
Sinal do estômago. Ganhamos um novo fígado a cada dois meses. Nossa pele se
Seguro repõe a cada seis semanas. A cada ano, 98 por centra do átomos de nosso corpo
De são substituídos. Essa substituição química ininterrupta, o metabolismo, é um
Vida sinal seguro de vida.
P. 33 (...), é a soma dessas interações incontáveis que produz o mais amplo nível da
Interações vida: a biosfera azul, com toda a coerência holárquica e a misteriosa grandeza
Holárquicas de sua evolução a partir do cosmo sombrio.
O Planeta Autopoético
P. 35 (...). De que modo a vida retira o sal das águas marinhas é um mistério.
P. 36 A vida estende-se sobre o planeta como uma cobertura contígua mas móvel,
A Terra é que assume a forma da Terra subjacente. (...), a vida aviva o planeta; a Terra,
Viva num sentido muito real, é viva.
A matéria da vida
P. 37 Apesar de adulterados por outros compostos, nós, como toda matéria viva,
Somos feitos somos basicamente feitos de água – ou seja, de hidrogênio e oxigênio. O
de água hidrogênio compõe, em termos de massa, 75 por centro dos átomos do cosmo.
A mente da natureza
P. 42 (...). Todos os seres vivos – não apenas os animais, mas também as plantas e
Todos os seres microorganismos – são dotados de percepção. Para sobreviver, o ser orgânico
vivos têm tem que perceber: tem que procurar ou, pelo menos, reconhecer o alimento e
Percepção. evitar os perigos ambientais.
P. 43 (...). O que sabemos, aquilo que somos capazes de conhecer e ver, foi moldado
Sobreviventes por nossa evolução como criaturas sobreviventes.
P. 43 (...). Se não temêssemos a morte, poderíamos nos precipitar e nos matarmos ao
Importância da nos sentirmos confusos ou incomodados e, desse modo, perecer como espécie.
vida A crença na importância da vida, portanto, pode não ser um reflexo da
Suportar realidade, mas uma fantasia evolutivamente reforçadas, que leva os que nela
Fardos crêem a fazerem o que for necessário e a suportar qualquer fardo para
Sobrevivência sobreviver.
P. 44 É um processo material, que peneira a matéria e desliza sobre ela como uma
Definição onda estranha e lenta. É um caos artístico controlado, um conjunto de reações
químicas desnorteantemente complexo, que produziu, há mais de 80 milhões de
De anos, o cérebro mamífero que hoje, sob a forma humana, redige cartas de amor
e usa computadores de silício para calcular a temperatura da matéria na origem
Vida do universo. A vida, além disso, parece estar prestes a perceber, pela primeira
vez, seu lugar estranho mas verdadeiro num cosmo em inexorável evolução.
Meio A vida fenômeno local da superfície terrestre, na verdade só pode ser
cósmico compreendida em seu meio cósmico.
P. 47 O mistério científico da vida, num universo mecânico quase sem vida, espelha
O enigma da o enigma da morte de maneira plenamente viva e animista. (...). Tão intrigante
morte quanto é a vida para nós era a morte para eles. Mas nós, os modernos, ainda
Vida e morte sentimos a influência das antigas soluções para o enigma da morte.
O sopro da vida
P. 48 Algumas culturas consideravam que a sede da vida era o sangue, outras a carne.
P. 19 (...). Antes do século XVIII, não se dizia que os seres vivos se “reproduziam”;
Gerados eles eram “gerados”.
P. 49 (...). Platão (...). No Timeu, ele descreveu que “o mundo recebeu animais
Platão mortais e imortais e está repleto deles, e se transformou num animal visível que
Timeu contém o visível – o Deus sensível que é a imagem do intelecto, o maior, o
Vida melhor, o mais belo e o mais perfeito -, o paraíso único e unigênito”
P. 50 Na Idade Média (c. 500-1500 da Era Cristã), uma seita religiosa européia
Gnósticos conhecida como os gnósticos decidiu que eu verdadeiro era uma centelha
Eu verdadeiro divina, retida numa prisão de matéria carnal.
P. 50 (...) visão cristã (...) mantém-se firme hoje em dia: Deus é tão superior ao
Visão cristã universo quanto a mente é superior à matéria, ou a alma ao corpo. A carne, mal
Espírito necessário, é impura; apenas o espírito é puro.
A Licença Cartesiana
P. 51 “Deus ditas as leis na natureza como um rei dita as leis em seu reino”, escreveu
Deus dita as leis Descartes. Uma espécie de licença cartesiana deu precedência à matéria em
em seu relação à forma, ao corpo em relação à alma, e à natureza espacialmente
Reino extensa em relação à percepção interna.
P. 53 (...) Charles Darwin (...). Em 1859, foi publicada sua Origens da espécies,
Charles Darwin anunciando ao mundo a inferência cientificamente deduzida de que o homem
e a seleção não fora criado por Deus, mas evoluíra de simples animais pela “seleção
natural natural”.
P. 54 (...), no mundo científico mecanicista, tudo era inanimado, morto, exceto pelo
Inanimado enigma científico da vida.
P. 54 (...) metafísica (...) do grego ta meta ta physika bíblia (...) “os livros posteriores
Metafísica (‘meta’) aos livros sobre a natureza”.
P. 55 (...). Uma explicação da metafísica pode não levar à verdade absoluta, mas
Metafísica certamente não deve ser um anátema para as mentes científicas abertas.
Meneios cósmicos
O significado da evolução
P. 57 Ernest Haeckel foi tradutor de Darwin e seu maior defensor na língua alemã
Haecke (...). “A humanidade,” declarou ele, “não passa de uma fase transitória da
Humanidade evolução de uma substância eterna, de uma forma fenomênica particular da
fase transitória matéria e da energia cuja verdadeira proporção não tardamos a perceber,
Da evolução quando a contrastamos com o pano de fundo do espaço infinito e do tempo
Da matéria... eterno”
A biosfera de Vernadsky
P. 60 Vernadsky retratou a matéria viva como uma força geológica – a rigor, a maior
Vida como força de todas as forças geológicas. A vida movimenta e transforma a matéria por
Geológica todos os oceanos e continentes.
P. 60/61 (...), sabe-se hoje que a vida é predominantemente responsável pelo caráter
Vida e inusitado da atmosfera terrestre, rica em oxigênio e pobre em dióxido de
Atmosfera carbono.
P. 61 (...). Percebendo a vida não como vida, mas como “matéria viva”, ficou livre
Vida como para ampliar seus estudos além do campo da biologia ou de qualquer outra
Matéria viva disciplina tradicional.
P. 61 (...) Vernadsky (...) adotou o termo noosfera, do grego noos, mente. Esse termo
Noosfera fora cunhado por Edouard Le Roy, sucessor do filósofo Henri Bérgson no
Mente Collège de France.
P. 62 (...) Vernadsky (...). Fez todas as tentativas de considerar a vida como parte de
Vida um outros processos físicos e usou sistematicamente o gerúndio “vivendo”, para
Processo. enfatizar que a vida era menos uma coisa do que um acontecer, um processo.
P. 62 (...) assim como Darwin mostrou que todas as formas de vida descendiam de
Vernadsky um ancestral remoto, Vernadsky mostrou que todas as formas de vida
todas as formas habitavam um lugar materialmente unificado: a biosfera. A vida era uma
de vida habitam entidade única, transformando em matéria terrena as energias cósmicas do sol
um lugar (...). E retratou a vida como um fenômeno global em que a energia solar era
comum transformada.
A Gaia de Lovelock
P. 65 (...). Para melhor compreender a vida, precisamos ver a estrada longa e sinuosa
Compreender que parte do animismo, passa pelo dualismo e chega às limitações do
a vida mecanicismo.
P. 66 (...). A vida é também uma pergunta que o universo faz a si mesmo sob a forma
Vida do ser humano.
diferente Que aconteceu com a matéria viva para torná-la tão diferente?
CAPÍTULO 3
Os primórdios
P. 69 (...) até a mais simples forma de vida realmente o faz, reagindo ativamente a seu
Reação meio para se preservar e se proteger.
P. 69 (...). A forma de vida mais ínfima da Terra atual é um sistema, uma esfera
Vida mais diminuta, delimitada por uma membrana, uma célula bacteriana que requer a
ínfima da terra interação de muitas moléculas.
P. 70 (...). As bactérias são tão sofisticadas que poderiam ter vindo do espaço. No
Anáxagora século V a.C., o cientista grego Anaxágoras, amigo do dramaturgo Eurípedes,
ea inventou a “panspermia” – a idéia de que a vida, dispersa sob a forma de
panspermia sementes por todo o universo, havia pousado na Terra.
Inferno na Terra
Geração espontânea
P. 81 (...) a vida só provinha de uma vida anterior, gerada por uma vida ainda mais
Vida anterior a esta. Não obstante, o trabalho de Pasteur, ao provar que a vida só
princípio vinha da vida anterior, sugeriu fortemente que só Deus poderia tê-la criado, no
anterior Princípio.
A origem da vida
P. 81 (...). Remontar à matéria em busca da origem da vida era uma extensão lógica
Remontar as da idéia de que todas as espécies tinham evoluído de um ancestral comum. Se
origens as espécies podiam evoluir, quem poderia impedir a matéria em si de evoluir
da vida para a vida?
P. 85 Dos seis tipos de átomos que são cruciais para a vida na Terra – carbono,
Compostos da nitrogênio, hidrogênio, enxofre e fósforo 0, todos foram detectados no espaço.
vida – base (...). Os compostos mais simples da vida formam-se facilmente a partir apenas
Química da química.
P. 87 (...), convém lembrar que, até hoje, nenhuma forma de vida foi sintetizada em
Vida laboratório. O abismo entre a evolução química (o aparecimento de compostos
em de carbono através de lipídios ou películas gordurosas que surgem nas misturas
laboratório “ambientais”) e as verdadeiras células (auto-delimitadas, auto-sustentadas e, por
Não viável fim, reprodutoras de matéria) continua intransponível.
P. 91 (...). Os seres multicelulares autopoéticos são feitos de células que também são
Desejo autopoéticas. A reprodução de animais e vegetais é uma permutação da
instintivo autopoese celular, assim como está é uma permutação de ácido nucléico e
de metabolismo protéico. Nosso desejo instintivo de viver está diretamente
viver e relacionado com o imperativo autopoético de sobreviver, que se relaciona por
sobreviver sua vez, com a “ânsia” de dissipação do calor.
P. 92 (...), dentro da visão termodinâmica autopoética, nosso corpo atual tenha uma
A vida química praticamente idêntica à que prevaleceu na superfície terrestre há três
autopoética bilhões de anos. (...), quando a vida se tornou autopoética, ela adiou
adiou a indefinidamente o momento da igualação total do calor e da perda da ordem.
Morte Usando a energia dos alimentos e da luz solar,a vida frustrou o equilíbrio
A nadificação termodinâmico.
P.93 (...). Um dos mais belos aspectos dos seres vivos é que eles trazem em sua
Corpos própria forma a presença do passado. Parecemo-nos com nossos genitores e
marcas do com outras pessoas que viveram há dez mil anos. Essa preservação do passado
passado no presente é uma sorte para os cientistas. Cada corpo é uma doação
Museu beneficiente de um museu bioquímico e cada célula bacteriana é uma cápsula
bioquímico do tempo não planejada.
A Supermolécula de RNA
P. 94 (...). As primeiras células talvez tenham sido seres de RNA, que só mais tarde
Em busca das evoluíram para sistemas de DNA. Comparar o metabolismo do RNA e do DNA
origens da é um exemplo de olhadela para as janelas celulares, em busca de pistas das
vida origens mais remotas da vida.
P. 95 (...), os vírus de ocorrência natural – que não são seres autopoéticos plenos, mas
Vírus genes revestidos de proteínas – precisam de células vivas. Os vírus replicadores
e de RNA podem ser tão perigosos e passíveis de replicação quanto os vírus de
células DNA.
Primeiro, as Células
P. 96 (...) quando sob tensão, nosso corpo “recorda” as épocas anteriores ao momento
Sob tensão nos em que a atmosfera ficou repleta de oxigênio. Essas rememorações fisiológicas
remetemos a reapresentam as condições ambientais do passado e os corpos que se
nossa desenvolveram para viver nelas. Num sentido muito real, todos os seres de hoje
primievidade preservam traços da biosfera mais primitiva da Terra.
P. 97 (...) a vida permaneceu em meio ao mundo e à matéria, mas separada dele por
A vida uma membrana trasnlúcida e semipermeável.
P.97 (...). É que a própria vida consiste nesses padrões de conservação química, num
universo que tende para a perda de calor e a desintegração. Preservando o
passado e estabelecendo uma diferença entre o passado e o presente, a vida
vincula o tempo, ampliando a complexidade e criando novos problemas para si
mesma.
P. 101 (...). A metáfora das tenazes bactérias infecciosas foi usada na retórica nazista
Máreputação do genocídio. Hoje em dia, a baixa estima que se tem pelas bactérias, como
das “agentes patológicos” liliputianos, continua a obscurecer sua enorme
Bactérias importância para o bem-estarde todo o restante da vida.
P. 102 (...). O oxigênio só foi liberado na atmosfera depois que as bactérias verde-
Atmosfera e azuladas desenvolveram um modo de usar a energia da luz solar para quebrar as
Bactérias moléculas de água (H2O) e captar seu precioso hidrogênio.
P. 103 (...), a atmosfera terrestre tornou-se uma extensão do metabolismo das bactérias
Oxigênio em evolução. Somente através do trabalho das bactérias mais inovadoras de
e todos os tempos é que a Terra, originalmente anóxica, recebeu uma atmosfera
bactérias rica em oxigênio.
A vida é Bactéria
P. 104 (...). A vida na Terra é uma holarquia, uma rede fractal de seres
vida interdependentes.
P. 104 Talvez devamos consolar-nos com o fato de a matéria de nosso corpo, depois
Morte e da morte, retornar não a um estado de matéria inerte, mas à ordem bacteriana
bactérias que sustenta a biosfera.
P. 104 (...) nossa derrota individual é uma vitória para as bactérias, que devolvem os
As bactérias compostos de hidrogênio e carbono do nosso corpo a um meio ambiente vivo.
agradecem Estando mais próximas das estruturas originais da vida, as bactérias não vivem
nossa morte como nós, rumando para a morte.
Os metabolicamente superdotado
As negociadoras de genes
P. 106 A evolução não é uma árvore genealógica linear, mas a mudança de um ser
Evolução multidimensional único que passou a cobrir toda a superfície da Terra.
P. 107 (...), o DNA das bactérias fica solto no interior de seu corpo. (...) as bactérias
Bactéria sem são procariotos formadas por células procarióticas. “Procarioto”, significa,
Núcleo literalmente, “anterior ao núcleo”.
P. 109 (...) as bactérias (...). São os mais antigos, os que tiveram mais tempo para
Bactérias e evoluir, tirando pleno proveito dos habitats variados do planeta, inclusive dos
Evolução ambientes vivos dos demais seres com quem convivem.
P. 110 (...). As bactérias da água, do solo e do ar são como células de um ser global
Bactérias crescente. (...), as bactérias captam e doam genes de seu corpo no e para o meio
Ser global ambiente. (...). Enquanto o ambiente o permite, as bactérias crescem e se
Vida dividem, livres do envelhecimento (...), o corpo bacteriano não tem limites.
Sem Como estrutura em desequilíbrio, cuspida por um universo em evolução, ele é
Limites em princípio imortal.
P. 110 (...), a silenciosa biosfera bacteriana precedeu todas das plantas, animais, fungos
Silenciosa e até os progenitores protoctistas de todas essas formas biológicas maiores. Sem
Biosfera a biosfera bacteriana, nenhuma outra forma de vida teria evoluído nem viveria
Bacteriana atualmente.
P. 110 (...). Todo esse planeta é bacteriano. As tecnologias e filosofias humanas são
Bactérias permutações de bactérias.
Da abundância à crise
P. 111 Ameaçada pela indiferença da matéria de que evoluiu, a vida foi envolta num
Ameaça e mundo de perigos. A cada ponto de sua evolução, ela aumentou a aposta na
aposta na existência. Superando a si mesma e ampliando sua sensibilidade e sua
existência capacidade, mergulhou em novos campos e novos riscos. Bem como em novas
É a vida oportunidades.
P. 113 (...). A vida depende, antes, da radiação de ondas médias da luz visível.
P. 114 (...), ao permitir que as células produzissem açúcares e genes em seu próprio
Livres da interior, a fotossíntese libertou a vida de sua dieta primitiva de doces
Dieta ambientais.
P. 115 (...), os seres fotossintéticos, dado o seu imperativo autopoético, têm que viver à
Luz luz do Sol; nenhum deles pode viver muito tempo na escuridão.
A agitação do oxigênio
P.116 (...), se a vida tivesse que evoluir outra vez, teria muito mais probabilidade de
Oxigênio fazê-lo nos ambientes gasosos de hidrogênio e carbono do sistema solar
E externo, onde não há oxigênio livre para interromper os sistemas químicos do
Vida início da vida, intolerantes ao oxigênio.
P. 117 (...) zona fótica (...) a região iluminada e irradiada pelo Sol, que se estende até
Zona fótica não mais de duzentos metros abaixo da superfície dos oceanos.
P. 119 (...). Uma das maiores reviravoltas na evolução foi a transformação de uma
Poluição em forma de poluição atmosférica, anteriormente fatal – o oxigênio -, num recurso
condição de cobiçado.
vida Longe de destruir o planeta o oxigênio o energizou.
O que é a vida?
P. 122 A vida é bacteriana, e os organismos que não são bactérias evoluíram a partir de
O que é a vida outros que o eram.
O Grande Divisor Celular
P. 127 (...). Esses novos tipos de células, que compuseram o corpo de protistas
Animais, fungos unicelulares e protoctistas multicelulares, acabariam levando aos três últimos
e plantas reinos biológicos ainda por evoluir na Terra: animais, fungos e plantas.
P. 127 Todo e qualquer ser orgânico da Terra é feito de um dentre apenas dois tipos de
Dois tipos de células. O nosso tipo – e de outros animais, fungos, plantas e protoctista –
células possui núcleo.
P. 127 (...) somos eucariotos (ou eucariontes), feitos de células nucleadas (...), a
Eucariotos presença de um núcleo delimitado por uma membrana define a célula como
Núcleo “eucariótica”.
P. 127 (...). A evolução dos procariotos para os eucariotos, das bactérias para os
Elevação da protoctistas, foi uma “ruptura da simetria” que catapultou a vida para um nível
vida maior de complexidade e lhe deu potenciais e riscos diferentes.
P. 127 (...) até época muito recente, apenas um bilhão de anos atrás, nem um único
Funções animal, planta ou sequer fungo habitava as Terra. As funções biosféricas
biosféricas ficavam inteiramente a cargo das bactérias e protoctistas.
P. 130 (...) “protozoários” (“primeiros animais”) (...), organismos que vão desde os
Primeiros foraminíferos até as redes de limo são animais, “protoctista” significa,
animais e simplesmente, “primeiros seres”. Os protoctistas não são animais nem são
primeiros necessariamente unicelulares. No entanto, quando são unicelulares – ou
Seres minúsculos- são chamados de protistas.
P. 131 Atualmente, persiste uma tendência a dividir a vida em animais versus plantas.
Vida Os fungos, quando chegam a existir na imaginação popular, são uma espécie de
como planta cinzenta. Os protistas e as bactérias menores – que não chegam a ser
animais propriamente vida, na mentalidade popular – são ignorados ou reunidos num
superiores bolo só, como “micróbios”.
P. 131 (...). Essa curiosa cisão entre animais e plantas não reflete a evolução. Os
Animais e ancestrais das plantas e animais não eram um coisa nem outra, antes, eram
Plantas comunidades – bactérias que se fundiram para formar um novo tipo de célula.
P. 132 (...). A simbiose, como o casamento, significa a vida em comum, nos bons e
Simbiose maus momentos; mas, enquanto o casamento é feito entre duas pessoas
Vários diferentes, a simbiose ocorre entre dois ou mais tipos diferentes de seres vivos.
P. 140 (...). A história celular tem que ser reconstruída a partir dos mais tênues
História indícios.
P. 144 (...). os ramos da árvore da vida nem sempre divergem: às vezes se juntam e
Frutos produzem estranhos frutos novos.
Os Simbiontes de Wallin
P. 144 (...) as afirmações de Wallin (...). A vida vegetal e animal, afirmou ele, havia
Complexos aparecido através do que chamou de “simbioticismo” ou “formação de
Simbióticos complexos simbióticos”. Wallin queria dizer que novas espécies eram formadas
Bactérias pela aquisição permanente de bactérias simbióticas.
P. 146 As plantas e animais são tão complexos, que é fácil esquecer seu status original
Complexidade de colônias de híbridos. Vez por outra, porém, somos lembrados de nossa
Plantas/animais multicelularidade.
P. 146 (...) a vida vegetal, animal e fúngica ampliou enormemente a complexidae das
Enorme células protistas de vida livre, repetindo-as para gerar cópias multicelulares que
Complexidade acabaram evoluindo para tecidos separados, como o tecido reprodutor e o tecido
Multicelular nervoso, dotados de funções distintas.
P. 147 Charles Darwin enfatizou que a evolução ocorreu à medida que indivíduos
Darwin a diferentes transmitem seus traços, superando a reprodução de outros. Mas a
Evolução individualidade, nem sempre fluente, é relativa. As células se formam e
diferenças interagem numa vasta gama de configurações. Juntas, formam indivíduos com
Compartilhadas vários níveis de tamanho e graus de interdependências.
P. 147 (...). Os organismos maiores simplesmente não podem intercambiar genes como
Intercâmbio fazem as bactérias.
P. 147 (...). O microbiologista canadense Sorin Sonea chama atenção para uma questão
Bactérias interessante, ao afirmar que as bactérias, por trocarem genes reversivelmente
Planetárias em escala planetária, não tem verdadeiras espécies.
P. 148 (...). De um modo fatídico para a história futura de formas biológicas como nós,
Sexualidade e a sexualidade, nos protoctistas, passou a estar inextricavelmente ligadas à
morte morte. As bactérias podem ser mortas, mas não morrem naturalmente.
P. 148 (...), a divisão celular meiótica produz duas células-filhas, cada uma das quais
Divisão tem apenas metade do número de cromossomos presentes na célula-mãe
meiótica original. Por exemplo, depois de uma meiose, uma célula humana com a quota
Divisão padrão de 46 cromossomos transforma-se em um óvulo ou um espermatozóide
Celular com apenas 23, prontos para encontrar sua “outra metade”.
O Poder do Lodo
P. 151 Examinar nossa origem nos protoctistas leva-nos à humildade. Não há como
Protoctistas negar nosso parentesco com esse tipo de matéria viva. Os seres humanos são
Serese humanos colônias integradas de seres amebóides, assim como os seres amebóides – os
eo protoctistas – são colônias integradas de bactérias. Querendo ou não, viemos do
Lodo lodo.
P. 153 Construindo seus esqueletos com giz, vidro, fibras orgânicas e ate sais exóticos,
Mineração dos como o estrôncio ou o sulfato de bário, alguns protoctistas mineram os oceanos
oceanos em busca de substâncias químicas essenciais.
P. 154 (...). Juntamente com as bactérias, são os arquitetos supremos do meio ambiente
Arquitetos vivo global.
Portanto, o que é a vida?
P. 154 A vida é o estranho fruto novo de indivíduos que evoluíram por simbiose.
Vida Nadando, conjugando-se, barganhando e dominando, as bactérias que viviam
Indivíduos que em estreita associação durante a era proterozóica deram origem a uma miríade
evoluíram por de quimeras – seres mistos, dos quais representamos uma fração minúscula de
simbiose uma prole em expansão.
P. 154 A vida é uma extensão do ser para a geração seguinte, para a espécie seguinte.
Vida É a engenhosidade de tirar o máximo proveito da contingência – de criar
Extensão do animais por exemplo, a partir de uma tentativa atamancada de canibalismo, a
Ser para a vida é maior do que a célula ou o organismo. Inclui a biosfera, o meio ambiente
geração da superfície planetária como um todo – desde a formação de nuvens marinhas
Seguinte até o controle de química dos oceanos pelos protoctistas e seus progenitores.
Capítulo 6
Os Assombrosos Animais.
P. 157 Os fósseis revelam que os animais evoluíram antes das plantas ou fungos. Os
Animais animais – exclusivamente animais marinhos – começaram a deixar um rico
antecedem registro fóssil no início da era paleozóica. Mas não há vestígios de plantas nem
plantas e fungos até se passarem mais de 100 milhões de anos depois do surgimento de
Fungos animais providos de carapaças.
P. 157 (...), os animais (...) são mais abundantes nos meios aquáticos do que em terra.
Animais Apenas os vegetais e fungos são criaturas paradigmaticamente terrestres.
P. 157 (...). Tanto as plantas quanto os animais e os fungos aprisionam seus genes em
Células núcleos; todos têm organelas mitocondriais para lidar com a respiração do
Vegetais oxigênio. Mas as células vegetais têm a complexidade adicional de uma
Fotossíntese organela destinada a canalizar a energia do sol.
P. 160 Os animais são tão assombrosos que, como seres humanos, não precisamos
Homens considerar-nos nada além de animais para nos sentirmos justificadamente
Animais orgulhosos. Mas, como lamentou Donald Friffin, desde que Darwin obrigou a
E seu humanidade a reconhecer seu parentesco com os animais, a tendência tem sido
Parentesco exatamente o inverso (...).
Quem é o animal?
P. 162 Os animais (...). Apesar de sua diversidade e exuberância, eles são novatos
Animais evolutivos. Os primeiros animais desenvolveram-se num mundo rico em
diversidade oxigênio, com grandes massas continentais e mares abertos – um mundo não
Novatos muito diferente do que hoje nos sustenta. Mas, na época de seu aparecimento,
Evolutivos 80 por cento da história da vida – até ali – já se haviam desenrolado.
P. 162 (...). As provas claras de fósseis abundantes de animais providos de partes duras
600 milhões de datam de menos de 600 milhões de anos atrás. Como faz a maioria dos animais
anos de hoje, todos viviam na água do mar.
P. 163 Os animais terrestres – com seus corpos complexos, sua mente tortuosa e, vez
Distância por outra, suas sociedade requintadas – parecem ter sido os de evolução mais
primitivas distante da célula mais primitiva.
P. 163 Todos os animais, seja na penumbra urbana de uma salão de bar, seja num
Ciclo de recife equatorial enluarado, têm em comum o mesmo ciclo de vida. A fusão de
vida duas células de tamanhos diferentes, o óvulo e o espermatozóide, dá início ao
em comum processo da animalidade.
P. 165 (...). Com a origem dos animais, entretanto, a natureza parece haver atingido
Consciência novos patamares de astúcia, consciência, complexidade de forma, receptividade
Complexidade e logro.
Sexualidade e Morte
P. 166 Somente a morte acidental e de causa externa existia na origem da vida. e assim
Morte acidental continuou, ainda por muito tempo. Com os protoctistas, no entanto, veio a
Morte “morte programada”: a morte em que as células envelhecem e morrem, como
necessária parte da vida do indivíduo.
P. 167 (...). Nos mamíferos, os gametas (ou “plasma germinativo”, como às vezes
O dizem os biólogos) são a únicas células cuja descendência direta sobrevive na
corpo geração seguinte. Em contraste com os óvulos e espermatozóides, o “soma” – o
morre corpo do animal – tem uma duração específica de vida.
P. 168 (...). Após 600 milhões de anos, o animal adulto ainda é a maneira de um
Vida protista acasalado produzir outros protistas capazes de se reproduzir.
Etapa Na verdade, toda a nossa vida, do ventre até o túmulo, é uma etapa
intermediária intermediária no ciclo da vida de minúsculas células fundidas. Os animais
Consciência emergem numa outra dimensão, da vida visível e da consciência, apenas para
Sexualidade voltar, através da sexualidade a seu antigo estado microbiano unicelular. A
Multicelular morte é o preço que todos pagamos por essa antiga história de composição
E multicelular, por essa incapacidade de os protistas famintos desfazerem suas
Morte amarras da era proterozóica.
O Chauvinismo Cambriano
P. 169 O geólogo inglês Adam Sedgwick (1785-1873) deu ao período temporal a que
Período pertenciam os fósseis mais antigos o nome de cambriano, inspirando-se em
cambriano “Câmbria”, o antigo nome do País de Gales, na região sudoeste da Grã-
País de Gales Bretanha.
P. 169] (...). Até o fim do século XX, a origem dos fósseis animais do cambriano foi
Explosão considerada “o mais exasperante enigma da paleontologia”. Tão rápido foi o
Cambriana surgimento aparente da vida animal no registro fóssil – não só no Páis de Gales,
Enigma da mas também na Terra Nova, na Sibéria, na China e no Grand Canyon do
paleontologia Arizona -, que ainda há quem se refira a ele como a “explosão cambriana”.
P. 170 (...). Os micróbios procarióticos (...), ainda dirigem todos os ciclos geoquímicos
Planeta que tornam o planeta habitável.
P. 170 (...). Os animais forma precedidos por bactérias e protoctistas, e não por
Estopim substâncias químicas. A explosão dos animais teve um longo estopim
Microbiano microbiano.
P. 173 Reza uma verdade da termodinâmica que, à medida que o calor se dissipa, a
Termodinâmica vida se organiza e o meio que a circunda se deteriora. Não há vida sem dejetos,
Dissipação de exsudados e poluição. Na prodigalidade de sua disseminação, é inevitável que a
calor e vida se ameace com sujidades potencialmente fatais, que instigam a uma nova
Poluição evolução. Às vezes porém, o lixo pode ser transformado numa coisa útil.
A Exuberância Evolutiva
P. 174 A evolução não é uma lei mecânica, mas com complexo de processos sensíveis
Evolução e simbiogênicos que resultam, em parte, das escolhas e dos atos dos próprios
não seres orgânicos em evolução. Muitas vezes se diz que a seleção natural
é “favorece” esse ou aquele traço. Mas a natureza que seleciona está
uma lei predominantemente viva. Ela não é uma caixa preta, mas um espécie de
mecânica sinfonia senciente.
P. 175 O logro é muito importante nas sociedades animais, tanto assim que alguns
Logro nas sociólogos especulam que a inteligência tecnológica humana é um subproduto
sociedades evolutivo da inteligência social “maquiavélica” – a capacidade de conseguir
animais alimento, parceiros, assistência para os filhos e coisas similares, sobrepujando a
Tecnologia astúcia de outros membros do grupo. Essa superação, na inteligência, na
Subproduto velocidade ou na luta, não precisa ser inteiramente consciente.
Mensageiros
P. 176 (...). Os seres vivos evoluíram na água. Desde seu surgimento, as células de
Água bactérias e protoctistas eram banhadas pela água doce e salgada.
P. 177 (...) durante a era cenozóica – os 65 milhões de anos mais recentes -, os rápidos
Aceleração da tempos de reação, as migrações que atravessaram continentes e as complexas
Biosfera. interações sociais dos animais aceleraram as atividades na biosfera.
P. 177 (...). A vida terrestre criou o solo a partir do lixo planetário. A vida oceânica
Solo e lixo transformou sais em recifes e baixos evaporatórios.
P. 177 (...). A diversidade máxima da vida existe nas selvas tropicais, como a floresta
Diversidade Amazônica.
O Mundo Subterrâneo
P. 183 Ainda é comum os acadêmicos dividirem a vida em zoologia, estudo dos
Zoologia e animais, e botânica, estudo das plantas. Mas, e os bolores rosado, as leveduras
Botânica unicelulares, as bufas-de-lobo, as morchelas e os cogumelo psicodélicos?
P. 184 Os fungos decompõem cadáveres e, vez por outra, corpos vivos. Durante mais
Decomposição de 400 milhões de anos, vêm-se instalando e crescendo numa imensa
de cadáveres quantidade de alimentos que outros organismos evitam.
P. 189 (...) liquens (...) as algas e os fungos sentem a presença do corpo inteiro um do
Algas e liquens outro, formando uma parceria empreendedora e complexa que depende da
Parceria história da relação. (...), as células das algas e fungos de um líquen comunicam-
Histórica se metabolicamente.
P. 190 As plantas e fungos uniram forças desde o comecinho da vida terrestre. Alguns
Plantas e fungos dos mais antigos fósseis vegetais do mundo conservam provas de fungos
amigos de longa simbióticos. Sem folhas, ramos ou galhos, a primeiras plantas terrestres foram
data pouco mais do que caules verdes erectos.
P. 190 (...) a colonização exitosa das regiões de terra firme pelos ancestrais das
Plantas e fungos modernas plantas terrestres teria sido impossível sem os fungos das raízes. Hoje
Expansão em dia, ainda há fungos sinergicamente entrelaçados nas raízes de mais de 95
territorial por cento das espécies de plantas.
O Baixo-Ventre da Biosfera
P. 191 Os fungos assemelham-se aos animais em sua característica de, não podendo
Fungos produzir seu próprio alimento, dependerem da generosidade alheia para se
e nutrir. Do ponto de vista ecológico, porém, os dois reinos diferem
animais acentuadamente. Os fungos são indispensáveis á formação do solo,
Dependência decompondo rochas intratáveis. Ajudam a estender o tapete da vida em
Alimentar disseminação. São o baixo-ventre da biosfera.
P. 192 (...). Durante mais de 400 milhões de anos, seus esporos têm-se assentado e
Coletores de espalhado redes miceliana por um vasto sortimento global de alimentos.
Lixo Reciclando os morto, eles são os coletores de lixo da biosfera.
P. 192 (...) os fungos não apenas recolhem o lixo, mas o reciclam. Completamentando
Fungos o trabalho das bactérias, reciclam carbono, nitrogênio, fósforo e coisas
Auxiliares similares; num cenário continental dominado por plantas e animais, eles
Das estenderam a autopoese planetária à terra firme, alterando para sempre a
Bactérias superfície da Terra.
P. 194 Como antigos pioneiros em terra firme, os fungos trabalham com os colonos
Antigos mais recentes para se propagar e propagar sua prole. Sua extraordinária
Pioneiros disposição de se perpetuar, a qualquer preço e por qualquer meio, atinge seu
Em terra clímax, possivelmente na evolução de um certo sistema agrícola de fungos e
Firme formigas.
Transmigradores da Matéria
P. 198 (...). fungos: como lixeiros nutrientes, eles interligam e alimentam as raízes das
Fenômeno árvores, fornecendo a madeira e a polpa que foram precursoras desta página.
Fúngico (...). Compostos de coisas mortas e vivas, lugar em que a sujeita se limpa e os
Fenômeno dejetos renascem como hifas e esporos, o solo é sobretudo um fenômeno
Vital fúngico.
P. 199 O estilo de vida dos fungos alerta-nos para a arbitrariedade de nossas idéias de
Arbitrariedade individualidade. Crescendo sem fronteiras claras, eles acasalam
Das idéias promiscuamente com os de muitos gêneros complementares.
P. 199 (...). Fazendo lembrar a doutrina da transmigração das almas, os fungos são os
A vida cria trasmigradores da matéria.
Gaia A vida cria. O sistema autopoético global, Gaia, gera criatura cada vez mais
Gera estranha. (...), os seres orgânicos enfrentam os limites de sua própria
Criaturas multiplicação. Não sobrevivem sozinhos, mas num contexto de vida global.
P. 200 (...). Nós, como nosso passado nômade, ainda estamos nos adaptando à idéia de
Gaia que, num sistema fechado, os frutos de nosso trabalho e nossos esforços não
Um sistema podem acumular-se indefinidamente. Têm que ser distribuídos, devolvidos ao
Fechado sistema de onde vieram.
P. 201 A vida é uma rede de alianças cruzadas entre reinos, da qual o reino Mychota é
A vida é uma um participante voluntário e habilidoso. A vida é um orgia de atrações, desde a
rede de trapaça das “flores” falsas até o estranho fascínio das trufas e de alucinógenos
alianças de difíceis de engolir.
P. 221 (...). Podemos ser uma forma de vida inteligente, mas nossa própria inteligência
Vida depende da extensão de nós mesmos que hoje cultivamos como aliados
Inteligente? fotossintéticos.
P. 225 O que é vida? Dois traços cruciais são que a vida se produz (Mantém-se
Vida autopoeticamente) e se reproduz. Além disso, existe a mudança hereditária: a
Autopoetica mutação do DNA e dos cromossomos, a simbiose e a fusão sexual da vida em
E crescimento, quando combinadas com a seleção natural, significam
Se transformações evolutivas. Não obstante, a autopoese, a reprodução e a
Reproduz evolução mal chegam a abranger a plenitude de vida
P. 225 (...). A vida pode ser vista como um intrincado padrão de crescimento e morte,
A vida uma aceleração e recuo, transformação e decadência. (...), ela é uma rede única em
pergunta na expansão. A vida é a matéria desenfreada, capaz de escolher sua própria direção
forma de s para adiar indefinidamente o momento inevitável do equilíbrio termodinâmico
ser – a morte. A vida é também uma pergunta que o universo faz a si mesmo, sob a
humano forma de ser humano.
P. 225 (...). Num sentido muito real, a vida são as bactérias e sua prole. (...). A vida é
Vida ainda o estranho novo fruto dos indivíduos que se desenvolveram por simbiose.
P. 226 (...). A vida é uma rede de alianças cruzadas entre reinos, da qual o reino
A vida é uma Mychota é um participante sutil e aparentemente habilidoso. A vida é uma orgia
rede de alianças De atrações, desde o embuste das falsas “flores” fúngicas até o deleite das
Cruzadas trufas e dos alucinógenos.
P. 226 (...). A vida é uma química incessante que dissipa o calor. E é memória – a
A vida é memória em ação, como repetição química do passado. (...). Não proferiremos a
química e última palavra, o julgamento final, porque a vida transcende a si mesma;
Memória qualquer definição nos escapa.
P. 226 Todos os organismos levam vidas múltiplas. A bactéria cuida de suas próprias
Vidas necessidade na lama de um charco salgado, mas também molda o ambiente e
Múltiplas altera a atmosfera.
P. 226 (...). Como outras espécies de mamíferos, o Homo sapiens deve ter a
Homo expectativa de durar talvez, mais uns dois milhões de anos – já que a duração
Sapiens média da vida dos mamíferos na era cenozóica foi inferior a três milhões de
Vida anos.
P. 227 (...). Carregamos nosso passado conosco (...), agregados em cidades cheias de
Nosso passado ligações eletrônicas, os seres humanos começaram a remoldar e transformar a
Conosco vida em escala planetária.
P. 228 A vida que transcende a si mesma nunca apaga seu passado: os seres humanos
A via que são animais, são micróbios e são substâncias químicas. A visão de que somos
transcende a si “mais” do que animais não contradiz a visão materialista em que se alicerça a
mesma nunca ciência. A vida é menos mecanicista do que fomos ensinados a crer, mas, como
apaga seu não desobedece a nenhuma lei química ou física, não é vitalista. Embora
passado sintamos em nós um grau maior de liberdade, todos os outros seres, inclusive as
Escolhas bactérias, também fazem escolhas que têm conseqüências ambientais.
P. 228 (...). Todos os seres vivos podem compartilhar nosso sentimento de livre
Livre arbítrio arbítrio.
Não podemos A vida na Terra é um sistema químico complexo, baseado na fotossíntese e
fica acima da fractalmente disposto em indivíduos com níveis diferentes de organização. Não
Natureza podemos elevar-nos acima da natureza, pois a própria natureza é transcendente.
P. 228 (...) tecnologias nos ligam uns aos outros. Na verdade, as pessoas já formam um
Super ser mais-do-que-humano: uma super-humanidade interdependente numa
humanidade interface tecnológica. Nossas atividades levam-nos em direção a algo que está
Interdependente tão além do indivíduo quanto cada um de nós está além das células que o
Tecnologia compõe.
Escolha
P. 229 (...). O pensamento não deriva de nenhum mundo senão este: provém da
Vida atividade das células;
P. 230 (...), a diferença ente instinto e aprendizagem torna-se uma questão de escala
Escalas temporal, e não de princípio.
P. 230 (...) (O solipsismo é a idéia de que tudo no mundo inclusive as outras pessoas, é
Solipsismo um projeção da imaginação do próprio sujeito).
P. 230 (...). Até no mais primordial, a vida parece implicar a sensação, a escolha e a
Sensação mente.
P. 232 (...). Pelo menos na cultura ocidental, temos a tradição de nos vermos situados
Cultura numa posição de supervisão moral do restante da vida. mesmo na ausência de
ocidental Deus, imaginamo-nos possuidores de uma capacidade singular de destruir o
Supervisão em planeta (através de armas nucleares) ou de alterar rapidamente atmosfera e
relação à vida clima.
P. 232 (...). Entre o estonteante conjunto de razões que implicam nossa superioridade
Superioridade sobre as demais forma de vida, destaca-se para nós uma tese científica, que
sobre as outras exibe um contraste curioso com as demais: os seres humanos são os únicos
vidas capazes de enganar a si próprios em larga escola.
P. 232 (...), nós, os seres humanos, somos peritos no auto-engodo: como os melhores
Auto-engano usuários dos símbolos, a espécie mais inteligente e os únicos falantes, somos os
Símbolos únicos seres suficientemente bem dotados para enganar a nós mesmos por
Falantes completo.
Pequenos Objetivos
P. 232 (...)a concentração prolongada, pode automatizar uma ação, fazer dela uma
Autômatos segunda natureza. “aprende-se de cor” um discurso.
P. 233 (...), a experiência mostra que o que é consciente pode tornar-se inconsciente
A consciência através da repetição da ação. O abismo entre nós e os outros seres orgânicos é
Provém do uma questão de grau, não de qualidade. Considerada em seu conjunto, a vasta
acúmulo de consciência provém do acúmulo de pequenos objetivos, necessidades e metas
pequenos dos incontáveis trilhões de predecessores autopoéticos que exerceram escolhas
objetivos e que influíram em sua evolução.
P. 233 (...) a vida é produto não só de forças físicas cegas, mas também da seleção, no
Duas vidas sentido de que os organismos escolhem. Todos os seres autopoéticos têm duas
O que fazemos vidas: a que nos é dada e a que fazemos.
P. 234 (...). Umas das teses butlerianas destacou-se: a matéria viva é mnêmica, recorda
Butler e encarna seu próprio passado. A vida, segundo Butler, era dotada de
A matéria viva consciência, memória, direção e estabelecimento de metas. Na visão dele, todas
É as formas de vida, e não apenas a vida humana, eram teleológicas, ou seja,
Mnêmica lutavam.
A Blasfêmia de Butler
P. 236 Concordamos com Butler em que vida é a matéria exercendo escolhas. Todo
Vida fazendo ser vivo, afirmava Samuel Butler, reage de maneira senciente à mudança
Escolhas ambiental e, durante sua vida, procura alterar-se.
P. 237 (...). Similarmente, nenhuma forma de vida zomba de qualquer lei da física, da
As escolhas dos química ou da termodinâmica. Assim como as decisões dos escritores existem
seres vivos no mundo léxico, as escolhas dos seres vivos existem no mundo material.
existem no Nenhuma das duas coisas é absoluta, mas as regras mais profundas da matéria,
mundo material de um lado, e da linguagem, de outro, impõem estruturas que permitem o
Estruturas surgimento de projetos globais, não perfeitamente completos, mas como
Projetos. acumulações de um grande número de decisões individuais menores.
P. 237 Para Butler, a matéria viva era capaz de “memorizar” seu comportamento, não
Matéria e só no plano ontogênico do experimento individual, mas também no plano
memória filogenético da história da espécie.
P. 238 (...). Nós modernos, admitimos que uma lagarta “se metamorfoseia” em
Metamorfose borboleta, mas empregamos o termo “morte” para designar o que acontece com
# o corpo do avô. Todovia, tanto no inseto em processo de metamorfose quanto
Morte no ancestral agonizante, o corpo novo da juventude reaparece. Cada um de nós
A morte tem o direito de achar que morre, sugeria Butler, mas a demarcação é
é uma sumamente arbitrária: o genitor que contribui para o corpo do filho é um
Demarcação prolongamento, e não um fim abrupto, da continuidade biológica. O
arbitrária “indivíduo” não é tão completo, no tempo quanto fomos ensinados a crer.
P. 239 A teoria butleriana da memória inconsciente sustenta que todos os seres são
Butler e a capazes de criar hábitos, alguns dos quais – através de muitas repetições –
Memória ficam fisiologicamente gravados no decorrer da evolução.
Hábitos e Memória
P. 239 Considerando-se o livre arbítrio e a situação dos seres vivos como sistemas
Propriedade termodinâmicos abertos, não devemos nos precipitar e usar a física clássica para
Da vida justificar a compreensão da vida como um fenômeno mecânico. Uma
É propriedade geral que distingue a vida da matéria não-viva é sua coerência
sua histórica, que inclui o potencial de evoluir. Exportando a desordem, a
coerência alaetoriedade e a entropia para o meio que os cerca, os sistemas vivos
histórica de aumentam a complexidade, a inteligência e a beleza locais, apoiando-se no
evolução passado e planejando o futuro.
P. 240 (...). Sabemos, (...), que muitos seres orgânicos adquirem novos traços
Seres hereditários pela simbiogênese, e que um vasto sortimento de outros desses
orgânicos seres, e não apenas as pessoas, é capaz de aprender.
P. 240 (...)... Segundo os homens mais velhos, as cartas decerto tinham muita
Cartas importância, porém o jogo tinha mais. Eles negaram a teleologia do tempo – ou
E seja, a teleologia que via toda adaptação ao meio ambiente como parte de um
Jogos plano concebido há longas eras por um ser quase antropomórfico que
arquitetava coisas...
A Celebração da Existência
P. 241 Para homens de ciência ingleses do século XIX, era natural e conveniente
Mecânica invocar a mecânica newtoniana e conceber a vida como a matéria de Newton:
Newtoniana partículas cegas, reagindo de maneira previsível a forças e leis naturais. Como
A vida e a um trabalho bem feito de relojoaria, o mundo fora doado, ou seu mecanismo
matéria como fora fabricado, por um deus transcendental – um Deus que, a partir daí, ficara
relógio. fora de sua criação.
P. 241 (...). Porém uma visão mais antiga também dava margem a um outro tipo de
A vida em si era deus – um deus mais ativo. Foi essa visão que Samuel Butler procurou
divina ressuscitar – a de que a vida em si era divina. Não havia nenhum grande
Milhões de projeto, mas milhões de pequenos objetivos, cada qual associado a uma célula
projetos ou organismo em seu habitat.
P. 241 (...). Butler trouxe a consciência de volta, ao afirmar que, em conjunto, muito
Butler troxe a livre arbítrio, muitos comportamentos transformados em hábitos, muito
consciência de engajamento da matéria nos processos biológicos e muitas decisões sobre onde,
volta como e com que ou com quem conviver haviam moldado a vida, ao longo das
Capacidade eras que produziram organismos visíveis, inclusive as colônias de células
sensiente da chamadas de seres humanos. O poder e a capacidade senciente propagavam-se
matéria como organismos. O deus de Butler era imperfeito e disperso.
P. 242 (...). A vida é uma produção muito tosca, tanto em termos físicos quanto
Vida morais, para ter sido projetada por um mestre infalível. Mesmo assim, ela é
Produção mais impressionante e menos previsível do que qualquer “coisa” cuja natureza
Tosca possa ser explicada exclusivamente por “forças” que atuem de forma
Impressionante determinista.
P. 242 A vida, sob a forma de miríades de células, desde as bactérias luminescentes até
Vida e os sapos saltitantes, está em praticamente toda parte do terceiro planeta. (...). A
Cosmos evolução nos coloca a todos no contexto cru mais fascinante do cosmo.
P. 242 (...). O pensamento, como a vida, são a matéria e a energia fluindo; o corpo é
Pensar e ser seu “outro lado”. Pensar e ser são a mesma coisa.
P. 243 (...). Num mundo butleriano, os materiais que compõem os seres vivos são
Repetições repetidamente moldados pela vida em milhões de gerações. Criando uma idéia
em milhões de déja vu, o embrião representa um processo antes inconsciente, que – num
de gerações. nível difenrente – retorna à consciência.
Super-humanidade
P. 244 (...). Nossa população estupenda drena uma proporção significativa de energia
A multiplicação solar que chega à superfície da Terra. A energia bruta da fotossíntese, passada e
da vida e a presente, transformada em plantas comestíveis, forragem para animais, reservas
geração geológicas e músculos e cérebros humanos, sustenta a construção maciça de
de ecossistema urbano transcontinental e até – “cuspindo no prato em que come” –
lixo a destruição das florestas que captam e convertem as energias solares. À
e medida que os sistema se expande, usando a tecnologia genética e atômica, suas
destruição operações tornam-se mais refinadas e coesas. O potencial da ocorrência de
ambiental desastres também aumenta.
P. 245 (...). Os seres vivos são amorais e oportunistas como convém a suas
Seres necessidades de água, carbono, hidrogênio e tudo o mais. São estruturas de
vivos matéria, energia e informação que se repetem fractalmente e têm uma história
são longuíssima. Mas são tão intrinsecamente sanguinários, competitivos e
amorais carnívoros quanto pacíficos, cooperativos e indolentes.
P. 245 (...). As antigas bactérias, sob a forma delas mesmas ou como parte de células
Vigor maiores, ainda são as formas de vida mais abundantes do planeta.
simbiose O vigor simbiose como força evolutiva mina a idéia vigente da individualidade
bactérias como algo fixo, seguro e sagrado.
P. 246 (...). “Nosso” corpo, na verdade, é uma propriedade conjunta dos descendentes
Nosso de diversos ancestrais.
corpo A individualidade não se prende a nenhum nível, seja de nossa espécie, seja o
propriedade da Amoeba proteus da águas dos lagos.
P. 247 Nosso destino está ligado ao de outras espécies. Quando nossa vida toca na de
Fisiologia reinos diferentes – plantas floríferas e frutíferas, fungos recicladores e, às vezes,
global alucinógenos, animais de criação e de estimação, micróbios salutares e
Integração transformadores do clima -, quase todos sentimos o que significa estarmos
Vital vivos. A sobrevivência sempre parece exigir contatos maiores, maior interação
Sobrevivência com os membros de outras espécies, o que nos integra mais na fisiologia global.
P. 247 O trabalho em equipe permitiu que a vida se disseminasse pela Terra: micróbios
Trabalho anaeróbicos uniram-se para formar os ancestrais nadadores de colonos protistas,
em mastigóforos ingeriram mas não digeriram as mitocoôndrias que lhes
equipe permitiram invadir nichos ricos em oxigênio na superfície terrestre, fungos e
vida algas combinaram-se em liquens que colonizaram as rochas nuas da terra árida.
P. 249 (...). As pessoas são essenciais até mesmo para possibilitar a exportação da vida
Pessoas para a noite fantástica. (...), os seres humanos acabarão sendo descartáveis.
Essenciais Mesmo sem nós, outros cem milhões de anos de exuberância planetária
Para levar norteada pelo Sol deverão bastar para levar a vida terrestre em direção às
a vida estrelas. Outras espécies tecnológicas poderão evoluir. Além disso, não foram
Adiante. apenas os seres humanos que iniciaram a exploração espacial.
P. 249 (...). A vida tem sido expsansionista desde o começo. Uma vez que firme o pé
Vida no espaço, poderá chutar longe seus sapatos humanos e sair correndo
Expansionista livremente.
Ritmos e Ciclos
P. 249 (...) a matéria viva não é uma ilha e sim parte da matéria cósmica que a cerca,
Matéria viva dançando ao ritmo do universo.
Cósmica A vida é um fenômeno material tão delicadamente sintonizado e matizado com
Ritmo seu domicílio, que a variação relativamente insignificante da mudança de
Do ângulo e temperatura, à media que a Terra inclinada descreve seu curso em
Universo torno do Sol, é suficiente para alterar o clima da vida, para trazer ou silenciar o
Equilíbrio. canto de pássaros, rãs, grilos e cigarras.
P. 250 O ecossistema global não é um ser orgânico comum. Como todos os seres
Ecossistema vivos, o sistema global é energicamente aberto: a radiação solar entra
global regularmente, o calor dissipado sai com regularidade. Mas, diversamente de
Fechado outros seres, o sistema global é fechado ás trocas materiais.
P. 250 (...). Toda a matéria usa pela vida é reciclada – matéria ressurgente que nunca é
Reciclada consumida.
P. 251 Para que um ser orgânico sobreviva no espaço, é preciso que haja uma
Sobrevivência reposição dos alimentos e que os sistema de eliminação de dejetos funcionem
P. 251 (...). O Homo Sapiens está gastando a riqueza de éons; enquanto isso, os ritmos
Homo da Terra, que se aceleram e se reduzem há eras, prosseguem num crescendo.
Sapiens e as Nossa destruição criadora se acelera. Mas a natureza não acabou e o planeta não
Condições de precisa ser salvo. A dissonância tecnológica não marca um fim, mas um
vida período de calmaria, de acumulação de forças.
Epílogo
P. 253 Para funcionar, a biosfera requer a diversidade microbiana; para nos sentirmos
Diversidade inteiros e à vontade, quase todos nós ansiamos pela variedade da natureza.
P. 253 (...). Os seres humanos atuais estão claramente ameaçados pela extinção de
Seres muitos de nossos companheiros de planeta, antes mesmo que a ciência consiga
Ameaçados descrevê-los.
P. 253 (...). Que o excesso é natural, mas perigoso, nós aprendemos com os ancentrais
Excesso fotossintéticos das plantas.
P. 254 (...). Os seres humanos não são espécies e independentes, mas parte de um
Continuum continuum de vida que circunda e abarca o globo.