Teste: Primeiro Curso: Engenharia Eléctrica e Electrónica

Disciplina: Análise Matemática III Ano: Segundo

Data: 28 de Março de 2014 CORRECÇÃO Duração: 120 minutos

( )6 ( )6
4√ 4√
1. (1.5 v.) Calcule 2−2 3i
+ −2−2 3i
apresentando o resultado na forma algébrica.
√ √
Resolução: Seja z1 = 4√
2−2 3i
= 1
2
+ 2
3
i e z2 = 4√
−2−2 3i
= − 12 + 2
3
i.
π
|z1 | = 1, φ1 = argz1 = π
3
⇒ z1 = r1 eiφ = e 3 i ⇒ z16 = e4πi ;
2π
|z2 | = 1, φ2 = argz2 = 2π
3
⇒ z2 = r2 eiφ = e 3 i ⇒ z26 = e4πi .
Assim, z16 + z26 = e2πi + e4πi = 1 + 1 = 2.

2. (1.5 v.) Utilizando a fórmula de Moivre expresse a função sin 5φ mediante somente as
potências de sin φ.
Resolução: Pela fórmula de Moivre temos (sin 5φ + sin 5φ) = (cos φ + sin φ)5 . Como
(cos φ+sin φ)5 = cos5 φ+5i cos4 φ sin φ−10 cos3 φ sin2 φ−10i cos2 φ sin3 φ+5 cos φ sin4 φ+
i sin5 φ; Extraindo as partes reais, obtém-se sin 5φ = 5 cos4 φ sin φ − 10 cos2 φ sin3 φ +
sin5 φ = 5(1 − sin2 φ)2 sin φ − 10(1 − sin2 φ) sin3 φ + sin5 φ.
Portanto, sin 5φ = 5 sin φ − 20 sin3 φ + 16 sin5 φ.
√
3. (2.0 v.) Resolva a equação [ z(z 2 − 1)]2 = −3z.
√
Resolução: [ z(z 2 − 1)]2 = −3z ⇒ z(z 2 − 1)2 = −3z ⇒ z[(z 2 − 1)2 + 3] = 0
√ √
⇒ z = 0 ou (z 2 − 1)2 = −3 ⇒ z = 0 ou z 2 = 1 − i 3 ou z 2 = 1 + i 3
( ) ( )
⇒ z = 0 ou z 2 = 2 cos 5π3
+ i sin 5π
3
ou z 2
= 2 cos π
3
+ i sin π
3
√ ( ) √ ( )
⇒ z = 0 ou z = ± 2 cos 6 + i sin 6 ou z = ± 2 cos 6 + i sin π6
5π 5π π

(√ ) (√ )
⇒ z = 0 ou z = ± 3
2
− √i
2
ou z = ± 3
2
+ √i
2
.
{ √ √ √ √ √ √ √ √ }
Solução: 0, − 26 − 22 i, − 26 + 22 i, 26 − 22 i, 26 + 22 i .

4. (1.5 v. + 1.0 v.) Seja f (z) = z1 .

a) Estude a analiticidade de f (z).

1
 Resolução: f (z) = 1
z
= x−yi
x2 +y 2
,z ̸= 0. Implica que
−y y 2 −x2 −2xy
u= x
x2 +y 2
ev= x2 +y 2
⇒ ∂u
∂x
= (x2 +y 2 )2
= ∂v
∂y
e ∂u
∂y
= (x2 +y 2 )2
= − ∂x
∂v
;
Conclui-se que f é analítica em C \ {0}.
b) Calcule f ′ (z) nos pontos onde f (z) é analítica.
−(x2 −y 2 )+2xyi −(z)2
Resolução:f ′ (z) = ∂u
∂x
∂v
+ i ∂x = (x2 +y 2 )2
= (zz)2
= − z12 .
Portanto, f ′ (z) = − z12 .

5. (3.0 v.) Prove que a função v(x, y) = sinh 3x · sin 3y + e2x cos 2y é parte imaginária de
uma certa função analítica. Restabeleça-a de modo que f (0) = 1 + i.
Resolução: Verificando se a função v(x, y) satisfaz a condição de Laplace:
′ ′′
Vx = 3 cosh 3x · sin 3y + 2e2x cos 2y ⇒ Vxx = 9 sinh 3x · sin 3y + 4e2x cos 2y
′ ′′
Vy = 3 sinh 3x · cos 3y − 2e2x sin 2y ⇒ Vyy = −9 sinh 3x · sin 3y − 4e2x cos 2y
′′ ′′
Vxx + Vyy = 9 sinh 3x · sin 3y + 4e2x cos 2y + (−9 sinh 3x · sin 3y − 4e2x cos 2y) = 0
Então, a função v(x, y) satisfaz a condição de Laplace, por isso é parte imaginaria de
uma função analítica f (z) = u(x, y) + iv(x, y).
Achando a parte real u(x, y):
∫x ′ ∫y ′ ∫x ∫y
u(x; y) = 0 Vy (x; 0)dx − 0 Vx (x; y)dy + C = 0 3 sinh 3xdx − 0 3 cosh 3x · sin 3y +
0
2e2x cos 2ydy+C = [cosh 3x]0x +[cosh 3x · cos 3y − e2x sin 2y]y +C = cosh 3x−1+cosh 3x·
cos 3y − cosh 3x − e2x sin 2y + C = −1 + cosh 3x · cos 3y − e2x sin 2y + C.
Então, f (z) = (−1 + cosh 3x · cos 3y − e2x sin 2y + C) + i(sinh 3x · sin 3y + e2x cos 2y). De
f (0) = 1 + i, segue-se que C = 1. Então
f (z) = (−1 + cosh 3x · cos 3y − e2x sin 2y + 1) + i(sinh 3x · sin 3y + e2x cos 2y)
f (z) = (cosh 3x · cos 3y − e2x sin 2y) + i(sinh 3x · sin 3y + e2x cos 2y);
Transformando da forma algébrica obtida para a forma complexa, dependente da variá-
vel complexa z tem-se:
f (z) = (cosh 3x · sin 3y + i sinh 3x · sin 3y) + ie2x (cos 2y + i sin 3y) = (cosh 3x · cosh 3iy +
sinh 3x · sinh 3iy) + ie2x · e2y = cosh 3(x + iy) + ie2(x+iy) = cosh 3z + ie2z
Portanto, f (z) = cosh 3z + ie2z .

6. (2.0 v. + 2.5 v.) Calcule os seguintes integrais:

I
π πz−eπi
a) e dz, se C é o contorno do quadrado de vértices 0, 1, 1 + i, i.
C e
π πi π
Resolução: eπz−e = eπz+1 = πeπz + πeπ(x−iy) = πeπx (cos πy − i sin πy)
e e
Então,
I I I
π πz−eπi
e dz = πz
πe dz = πeπx (cos πy − i sin πy)(dx + idy)
C e C C
Pela natureza do contorno divide-se o integral em partes, isto é:
I = IAB + IBC + ICD + IDA (Veja a Figura 1)

2
Para A → B tem-se y = 0 ⇒ dy = 0 e 0 < x < 1. Logo,
∫1
IAB = 0 πeπx dx = [eπx ]10 = eπ − 1;
Para B → C tem-se x = 1 ⇒ dx = 0 e 0 < y < 1. Logo,
∫1
IBC = 0 πeπ (cos πy − i sin πy)idy = [ieπ sin πy − eπ cos πy)]10 = 2eπ ;
Para C → D tem-se y = 1 ⇒ dy = 0 e 1 < x < 0. Logo,
∫0
ICD = − 1 πeπx dx = [−eπx ]01 = eπ − 1;
Para D → A tem-se x = 0 ⇒ dx = 0 e 1 < y < 0. Logo,
∫0
IDA = 1 π(cos πy − i sin πy)idy = [i sin πy − cos πy]01 = −2;
Finalmente conclui-se que:
I = IAB + IBC + ICD + IDA = 4(eπ − 1).
I
(cos2 1o + sin2 1o )z
b) dz, se C é 2zz + (2 − i)z = 2 − (2 + i)z.
C z(z + 2) + 2
Resolução: Representando a região de integração:
C ≡ 2zz + (2 − i)z = 2 − (2 + i)z
⇒ 2(x2 + y 2 ) + (2 + i)(x + yi) + (2 − i)(x − yi) = 2
⇒ 2(x2 + y 2 ) + 2x + 2yi + xi − y + 2x − 2yi − xi − y = 2
⇒ 2(x2 + y 2 ) + 4x − 2y = 2 ⇒ x2 + y 2 + 2x − y = 1
⇒ (x + 1)2 + (y − 12 )2 = 94 , isto é, uma circunferência de centro (−1, 21 ) e raio 32 . (Veja
a Figura 2)
Verificando os pontos nos quais o integrando deixa de ser uma função analítica:
√
−2± 4−8 −2±2i
z(z + 2) + 2 ⇒ z 2 + 2z + 2 = 0 ⇒ z = 2
⇒z= 2
⇒ z = −1 ± i.
Daqui percebe-se que z = −1 ± i são pólos simples e que os dois estão no interior de C,
e assim resulta:
I I I
(cos2 1o + sin2 1o )z 1·z z
dz = dz = dz =
] C [z −[(−1 + i)][z − (−1
] − i)]
z(z + 2) + I2 2
IC C z [+ 2z + 2
z z
z z
z+1+i
dz + z+1−i
dz = 2πi · + 2πi · = −π +
C z +1−i C z +1+i z + 1 + i −1+i z + 1 − i −1−i
πi + π + πi = 2πi.

Figura 1: Quadrado Figura 2: Circunferência

3
 ( cos z·sin π+1 ) ( z+5 )
7. (2.0 v.) Desenvolve a função w(z) = z2 z+2
em séries de Laurent no domínio
0 < |z| < 2 .
Resolução: Primeiro faz-se transformações elementares de modo a ter-se expressões
simples
( ) ( z+5 ) ( 0+1 ) ( z+5 ) ( )
w(z) = cos z·sin
z 2
π+1
z+2
= z 2 z+2
= z
1
2 1 + 3
z+2
3
Daqui precisa-se desenvolver apenas z+2 em potências de z. Com o auxílio da série
geométrica tem-se:
∑
3
z+2
3
= 2+z = 32 1+1 z = 32 ∞ n zn z
n=0 (−1) 2n , | 2 | < 1 ⇒ |z| < 2;
2

Isto implica que

( ∑ )
w(z) = z12 1 + 3 ∞ n zn
n=0 (−1) 2n+1 , 0 < |z| < 2;
( 2 3
)
w(z) = z12 + z32 21 − 2z2 + z23 − z24 + ...
2
w(z) = + 2z32 − 232 z + 233 − 3z
1
z2 24
+ 3z
25
− ...
5 1 31 3 3 3
w(z) = 2
− + 3 − 4 z + 5 z 2 − ...
2z 4z 2 2 z
Portanto,
3 ∑
∞ n
5 1 31 nz
w(z) = − + (−1) , 0 < |z| < 2.
2 z 2 4 z 23 n=0 2n
( )
8. (1.5 v. + 1.5 v.) Seja f (z) = −z −3 1
e−2z
−1 .
a) Classifique os pontos de singularidade de f (z).
( 1 )
Resolução: Tem-se f (z) = −z −3 e−2z − 1 = z13 (1 − e2z ) = 1−e2z
z3
.
Primeiro faz-se o desenvolvimento:
z2 z3
ez = 1 + z + 2!
+ 3!
+ ..., |z| < ∞;
(2z)2 (2z)3
e2z = 1 + 2z + 2!
+
3!
+ ..., |z| < ∞;
1 − e2z = −2z − 2z 2 + − 43 z 3 − ..., |z| < ∞. Então,
1−e2z
f (z) = z3
= − z22 − 2
z
− 34 − ..., 0 < |z| < ∞
Assim, z = 0 é um polo duplo (h = 2).
b) Ache o resíduo de f (z) nos pontos singulares.
Resolução: Como z = 0 é um polo de ordem h = 2 (duplo), pela formula conhecida o
resíduo será
1 d 1 − e2z z(−2e2z ) − 1 + e2z
R[f (z), 0] = a−1 = lim [z 2 ] = lim
(2 − 1)! z→0 dz z3 z→0 z2
−2ze2z −1+e2z −2e2z −4ze2z +2e2z −8ze2z −4e2z −4
= limz→0 z2
= limz→0 2z
== limz→0 2
= 2
Portanto, R[f (z), 0] = −2.

FIM! Regente: Alexandre Kalashnikov

Assistente: Alfredo Muxlhanga