Linguística - Funcionalismo

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ELUCUBRAÇÕES LINGUÍSTICAS

DISCIPLINA: Texto e Ensino Data: 15 de maio de 2021

DOCENTE: Prof. Drª Claudia Lopes Nascimento Saito

DISCENTE 1: Simone Bordonal

DISCENTE 2: Valdir Roque de lima

LONDRINA 2021
Elucubrações linguísticas: O Estruturalismo e como ele permitiu o surgimento de duas
correntes (formalistas e funcionalistas). O estruturalismo focou no sistema linguístico, em analisar
como o sistema da língua se estruturava, tornando explícitas as leis internas que regiam a
organização dos elementos dentro de um sistema. Nesse sentido, a tarefa do linguista seria
analisar a organização e o funcionamento das FORMAS LINGUÍSTICAS. As ideias de Saussure
se tornaram o ponto de partida do pensamento que caracteriza a linguística moderna. À geração
seguinte coube observar mais detalhadamente como o sistema linguístico se estruturava e se
organizava, daí o termo “estruturalismo” para designar a nova tendência de se analisar as
línguas. Isso fez surgir duas maneiras de estudar a língua (que não são excludentes, mas
complementares):

FORMALISMO – foco na forma – compreender a estrutura da língua:


O formalismo se refere ao estudo das formas linguísticas. Em outras palavras, o formalismo vê a
língua como um sistema autônomo. Ao contrário do funcionalismo, que vê a língua como um
sistema não-autônomo inserido em um contexto de interação social.
FUNCIONALISMO – foco na função – as relações que permitem o funcionamento da língua:
O funcionalismo se refere ao estudo do significado e do uso das formas linguísticas em atos
comunicativos, ou seja, o funcionalismo vê a língua como um sistema não-autônomo inserido em
um contexto de interação social.

Nascimento (1090) defende que o funcionalismo e o formalismo não podem ser vistos como
alternativos em razão de estudarem o mesmo objeto de maneira diferente. São sim,
complementares e igualmente necessários, pois tratam do mesmo fenômeno, a língua, mesmo
que o objeto teórico de cada um seja diferente.

Dillinger (1991) ainda aperfeiçoam esse posicionamento ao dizer que, na verdade, as duas
correntes teóricas apenas escolhem aspectos ou fenômenos diferentes do mesmo objeto, o que
já seria o suficiente para acreditarmos que é salutar a soma de teorias ou pontos de vista em
relação a um dado objeto a fim de conhecê-lo cada vez mais e melhor.

- O funcionalismo basicamente tem uma visão de linguagem como uma entidade não suficiente


em si
O compromisso principal do enfoque funcionalista é descrever a linguagem não como um fim em
si mesmo, mas como um requisito pragmático da interação verbal”

Para o funcionalismo a linguagem é dependente do contexto comunicacional. O funcionalismo


descreve a língua, principalmente, como um instrumento de interação social e, segundo Dillinger
(1991), remete ao estudo do significado e do uso da linguagem durante as interações
comunicativas. A linguagem, portanto, não possui um fim em si mesma e a estrutura é
considerada motivada pelo contexto, pela situação comunicativa, procurando observar, como
objeto de análise, a adequação ou inadequação do uso da língua por parte de seus falantes, se
importando com as informações extralinguísticas de um texto, por exemplo.

FUNÇÃO:  designa as relações entre as formas da língua:


A aula do Prof. Xavier diz que, função também quer dizer, qual a RELAÇÃO entre a FORMA e o
significado.

A) entre uma forma e outra (função interna, sintaxe)

A sintaxe funcionalista diferencia das anteriores (estrutural e normativa) por priorizar a relação
sistemática entre essas formas e as funções que desempenham no processo comunicativo, como
função essencial da linguagem, capaz de determinar o modo como a língua está estruturada. Na
perspectiva funcionalista, pensar em sintaxe, consiste em ir além da sentença, entendendo que é
possível olhar também o contexto em que a sentença está inserida, definindo os argumentos
delimitados pelo predicado e suas peculiaridades segundo os propósitos da comunicação. O
professor Xavier cita exemplo que: quando chamo alguém de PAULÃO, pode ter haver com a sua
forma física. Quando chamo de Paulão alguém não é correspondente, ou seja, alguém de baixa
estatura, este aumentativo pode ter haver com sua generosidade, bondade; característica
internas.

B) Entre uma forma e seu significado (função semântica)

Abordando o exemplo do computador = computare, o Prof. Xavier, em seu vídeo, chama a


atenção para o nome relacionado com a função da máquina, pois quando falo de computador,
devo considerar que este nome, também tem a ver com a sua função, a função e que esse objeto
exerce, a função que é de ordenar, computar, organizar, etc. em Portugal se usa o termo
ordenador, o que se aproxima mais do que essa máquina faz. Então, observe que há uma
relação entre forma e significado.

C) Entre o sistema de formas e seu contexto (função externa)

A depender vai depender do ambiente que eu estiver, vou fazer uso de determinadas formas
linguísticas. Ex. Se eu disser, “a aula foi: (boa, legal, show de bola)”. Se eu optar por usar a forma
menos formal (show de bola), devo me assegurar que os meus interlocutores não estejam em
uma posição hierárquica superior à minha, ou que o ambiente me permita fazer uso de tal
informalidade.

Quando eu escolho uma palavra, com base no contexto, e não outra, significa essa escolha
indica “com quem eu estou falando”, “quando eu estou falando” e “onde estou falando”. É
também motivo para explicar por que eu faço isso. Um exemplo que podemos mencionar é que
quando eu estou em uma entrevista de emprego, não falo do mesmo jeito que falo quando estou
com meu colega no bar. Nós temos um regulador que equilibra o modo como a gente fala de
acordo com o contexto em que estamos.

A teoria funcionalista explica, qual a função de ser mais informal, qual a função de mais formal,
diante das diversas situações de uso da linguagem, há uma relação direta, no funcionalismo, da
palavra função com relação, a gente só realiza um comportamento linguístico porque temos uma
razão de realiza-lo.

Depois de trazer essa visão geral acima (bem resumida, é claro), espero ter ajudado... Agora
vamos pensar no ensino de LP.

Após ler o texto de Dillinger e assistir aos 3 vídeos, discuta com sua dupla sobre a contribuição
deles para sua formação continuada. Reflita também sobre como as suas práticas pedagógicas
têm sido. Comente eixo por eixo de ensino de LP, ou seja, suas práticas com leitura, oralidade,
produção e análise linguística.

Façam anotações abaixo sobre se vocês precisam realizar algum “movimento de ajustamento”
(CLOT, 2005) para deixar suas aulas mais próximas.

Certamente, desenvolver maior engajamento na proposta de professor orientador e, com isso


deixar fluir a capacidade proativa dos alunos, de modo que uma parceria entre professor e aluno
transcenda as quatro paredes da sala de aula, tanto na busca de atividades concretas em outros
ambientes que não a sala de aula, como também explorando aspectos culturais que os alunos
possam trazer da vivência nos demais seguimento sociais do seu cotidiano.

REFERÊNCIAS:

DILLINGER, Mike. Forma e Função na linguística. DELTA, São Paulo, v.7, n.1, p. 395-407,
1991.

XAVIER, Antonio Carlos. Funcionalismo Linguístico aula 1: https://youtu.be/nwyMCJZ3lXg

WITZEL, Denise Gabriel. Invenção Linguística: https://youtu.be/OVzQTPyvuXs

WITZEL, Denise Gabriel. Depois de Saussure: https://youtu.be/t8XpgGqwToc

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