Antropossociologia Evolutiva
Antropossociologia Evolutiva
Antropossociologia Evolutiva
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Safrina Marcelino Joaquim Nacudinguila
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Índice
Introdução...................................................................................................................................3
2.1.Evolucionismo......................................................................................................................6
2.2.Difusionismo.........................................................................................................................7
2.3.Funcionalismo.......................................................................................................................7
2.4.Estruturalismo.......................................................................................................................8
Considerações Finais................................................................................................................10
Bibliografia...............................................................................................................................11
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Introdução
Para além do tema em alusão, o trabalho compõe igualmente das principais correntes
antropológicas que com base nelas, foram analisados os conceitos de fenómeno e factos
sociais.
Embora em Moçambique os ritos de iniciação ocorra de maneira não uniforme, neste trabalho
foram trazidas os pontos de convergência de cada comunidade. Dai que o trabalho não relata
os ritos de iniciação duma cultura “X” e nem “Y”, mas sim traz pontos que traduzem a
globalidade da temática desta pesquisa relativamente ao nosso vasto país.
Uma vez, que os ritos de iniciação é uma pratica que está directamente ligada com a nossa
cultura/tradição, a autora deste trabalho privilegiou – se do método empírico (movido pela
experiência própria) auxiliado pela pesquisa bibliográfica.
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1. Impacto de ritos de Iniciação na Cultura/tradição Moçambicana
1.1. Ritos de iniciação na sociedade Moçambicana
Um dos exemplos dessas cerimónias são os Ritos de Iniciação que são praticados, na sua
maioria, com as comunidades das zonas Norte e centro do Pais em que as pessoas sujeitas a
esses ritos são primeiro retiradas do convívio social normal, permanecendo isoladas por um
determinado período, após o que voltam ao convívio normal da sociedade já na sua nova
condição de iniciados.
Nesta perspectiva, podemos sintetizar que os ritos de iniciação fazem parte de um processo de
inculcação e interiorização de valores e normas sociais e culturais dos jovens que contribuem
para a construção da identidade masculina ou feminina. Estes ritos, também, determinam a
integração e aceitação do indivíduo numa determinada comunidade ou sociedade.
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Assim, os ritos de iniciação nas comunidades moçambicanas são um caminho de
transformação das gerações mais novas em seres com e para com os outros, capazes de
desempenhar uma função e um papel junto com os seus pares, de serem agentes e sujeitos de
mudança social.
O propósito central destes ritos é incutir nos jovens o comportamento que se espera do adulto
na sociedade. Desta forma, os ritos de iniciação devem ser entendidos como uma instituição
onde as várias aprendizagens se transversalizam e combinam para a construção da identidade
feminina e masculina.
Ao falar dos ritos de iniciação como uma componente da educação, não queremos nos
referir da educação “formal”. Estamos nos referindo da educação “informal”, aquela que
acontece em meios comunitários.
A partir deles, os jovens (novos adultos) tomam consciência da sua própria identidade e do
lugar que lhes compete na comunidade. Esses jovens passam a tomar parte, com alguns
direitos e deveres em varias realizações sociais, como, por exemplo, participar em cerimónias
fúnebres ou outras actividades que outrora não podia participar.
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Em geral, com os ritos de iniciação os jovens aprendem a encarar todos os elementos
indispensáveis a vida como o amor, a amizade, o casamento, a responsabilidade, o valor de
trabalho, o sofrimento, a coragem, os antepassados e por final a morte. Uma das funções dos
rituais é assegurar que as pessoas atravessam esses momentos com o devido enquadramento
ideológico e social.
Negativamente, existem alguns aspectos que podem minar a essência dos ritos, podendo
igualmente, trazer resultados indesejáveis na nossa sociedade como é o caso de abandono
escolar movido pelos casamentos prematuros e/ou gravidez precoce; a violência doméstica
devido ao machismo ou poder de superioridade e domínio do homem em relação à mulher.
Tylor acreditava na “unidade psíquica” da espécie humana, o que segundo ele explicava a
“evolução paralela” das civilizações em diferentes pontos do globo.
Morgan, um advogado norte-americano de Nova Iorque, ficou conhecido pelo seu esquema
em que dividia o processo evolutivo em três estádios: a “selvajaria”, “barbárie” e
“civilização”.
Tanto Tylor como Morgan afirmavam que as sociedades passam por estádios de evolução até
chegarem às formas mais complexas da vida social. Assim, as sociedades de caçadores-
recolectores eram vistas como o início de todo o processo evolutivo que, nalguns casos,
acabou por levar ao aparecimento das grandes civilizações clássicas e posteriormente à
própria sociedade industrial.
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2.2. Difusionismo
O difusionismo tornou-se popular, nos finais do século XIX, quando o evolucionismo era
ainda uma teoria influente, e constituiu um domínio das teorias evolucionistas. Existiram duas
escolas principais: uma na Alemanha-Áustria e outra na Grã-Bretanha.
Quanto ao difusionismo britânico, as suas principais figuras foram Grafton Elliot Smith
(1871-1937), William J. Perry (1887-1949) e W. H. R. Rivers (1864-1922). A sua ideia
central era a de que as civilizações mais “avançadas”, das quais a Europa representava o
expoente máximo, tinham a sua origem no velho Egipto, considerado uma civilização
avançada devido ao facto de nela se ter desenvolvido a prática da agricultura muito cedo e de
esta ter levado ao desenvolvimento de formas de religião, arquitectura e arte muito
“avançadas”. Dessa maneira a humanidade era sobretudo imitadora e não inventora.
2.3. Funcionalismo
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Para Radcliffe-Brown, a questão não era tanto a de saber se a cultura se colocava ao serviço
das necessidades individuais mas sim a de descobrir de que modo ela contribuía para a
manutenção de uma estrutura social equilibrada.
2.4. Estruturalismo
Para Lévi Strauss o estruturalismo deve analisar a cultura como um todo, sem a preocupação
com os seus fundamentos individuais, pois é na sociedade e não no indivíduo que se hão-de
encontrar as posições essenciais aos indivíduos, aos grupos e às instituições, que são os
elementos que perfazem a cultura. Lévi-Strauss chama à atenção para a existência de
“culturas frias” e “cultura quentes”. Se, por um lado, as culturas frias estão estagnadas na
história, por outro lado, as culturas quentes são contingentes, isto é, mudam historicamente,
apresentando uma estrutura sucessivamente alterável em função das necessidades e exigências
da sociedade.
Em sua Obra “As regras do método sociológico”, Durkheim formula com clareza o tipo de
factos que o sociólogo deve estudar: os factos sociais. Esclarece que não são todos os
fenómenos que se passam em sociedade, mas um conjunto de factos com características
nítidas, diferente dos estudados por outras ciências.
De acordo ainda com este sociólogo, existem, nos factos sociais, três tipos de
características: a exterioridade, a coercividade e a generalidade.
A primeira característica diz respeito aos factos sociais existirem fora do indivíduo, isto é, já
existiam antes de seu nascimento e atuam sobre ele, independentemente de sua vontade ou de
sua adesão consciente.
A terceira característica é a generalidade, que é percebida pelo grau de difusão das crenças,
das tendências, das práticas do grupo pelo conjunto da sociedade. E é por serem tomadas
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colectivamente que elas se constituem como facto social” Ou seja, o facto social é geral
porque é colectivo. Desse modo:
A teoria estruturalista olha a sociedade como sendo uma estrutura composta de diferentes
partes interligadas entre si, cuja as alterações numa das partes, levam necessariamente a
alterações na totalidade.
Nesta perspectiva, o desemprego pode ser visto como uma consequência imediata da má
estruturação de uma certa sociedade. Por exemplo, para o caso do nosso país, o nível do
desemprego é muito maior devido às falhas na definição das políticas (práticas) de emprego e
integração da juventude.
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Considerações Finais
Os impactos dos ritos de iniciação em Moçambique são adversos, eles podem impactar
positivamente a cultura moçambicana à medida em que promovem e garantem uma cultura de
amor, responsabilidade, coragem, paz e respeito entre as pessoas. E, a prática não
inspeccionada dos ritos de iniciação pode provocar resultados indesejáveis na nossa sociedade
como é o caso de abandono escolar movido pelos casamentos prematuros e/ou gravidez
precoce e casos de violência doméstica.
No que tange às correntes antropológicas, concluímos que uma e única teoria não explica toda
a diversidade cultural. Neste contexto é preciso, sempre que necessário, aplicar duas ou mais
teorias para analisar um determinado fenómeno social. Isto significa que não existem uma
teoria dita completa, cada uma apresenta suas limitações como ilustram os exemplos abaixo:
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Bibliografia
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