1 Ano Novembro

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 9

UNIDADE ESCOLAR DE ENSINO MÉDIO OTAVIO ESCORCIO GOMES

MURICI DOS PORTELAS-PI, DATA DA ENTREGA 07/12/2021


DISCIPLINA DE FILOSOFIA , TURMAS DE 1 ANO
PROFESSOR: CARLOS SANTOS

REFERENTE A NOVEMBRO

ATIVIDADE AVALIATIVA

QUESTÃO 01

Leia o texto e responda à pergunta a seguir.

"Muitas têm sido as explicações das causas históricas para a origem


da filosofia na Jônia. Alguns consideram que as navegações e as
transformações técnicas tiveram o poder de desencantar o mundo e
forçar o surgimento de explicações racionais sobre a realidade. Outros
enfatizam a invenção do calendário (tempo abstrato), da moeda (signo
abstrato para a ação de troca) e da escrita alfabética (transcrição
abstrata da palavra e do pensamento), que teriam propiciado o
desenvolvimento da capacidade de abstração dos gregos, abrindo
caminho para a filosofia. Sem dúvida, esses fatores foram importantes
e não podem ser desconsiderados e minimizados, mas não foram os
principais" (CHAUÍ, M. Introdução à história da filosofia - dos pré-
socráticos a Aristóteles. São Paulo: Brasiliense, 1994 - p. 35).

A principal determinação histórica para o nascimento da filosofia é:

(A) política: o nascimento, simultâneo a ela, da Cidade-Estado, isto é,


da polis, pois, com esta, desaparece a figura que foi a do antecessor
do filósofo, o Mestre da Verdade (o poeta, o adivinho e o rei-da-
justiça).

(B) ética: na Grécia arcaica a palavra verdadeira ou alétheia nasce


simultaneamente à filosofia, pois é esta palavra eficaz que dá origem
ao logos em oposição à doxa.

(C) mitológica: o nascimento, simultâneo a ela, do oráculo de Delfos,


marcando, de forma decisiva, a vinculação entre a filosofia e
mitologia.

(D) épica: o nascimento, simultâneo a ela, de uma nova classe de


homens, aqueles que têm direito à palavra, os guerreiros; no entanto,
não se trata mais daquela palavra religiosa, solitária e unilateral,
própria dos iniciados, mas sim da palavra compartilhada, dita em
público, de maneira leiga e humana.
(E) teórica: a filosofia nasce da contemplação desinteressada, ela é
simultânea ao nascimento da ontologia ou metafísica, isto é, à
pretensão do logos em atingir o universal (o Ser).

QUESTÃO 02

O fato científico

(A) consiste em um método de interpretação conceitual-filosófico,


posterior ao procedimento analítico.

(B) é o procedimento analítico por excelência das ciências humanas,


encarregado de vincular os elementos subjetivos e objetivos de um
fenômeno.

(C) ou o objeto científico são dados empíricos espontâneos de nossa


experiência cotidiana, arrolados pelos cientistas para verificação e
classificação estatísticas.

(D) ou o objeto científico são dados empíricos construídos pela


investigação científica.

(E) demonstra, prova e prevê uma teoria científica.

QUESTÃO 03

Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e


assinale a alternativa com a sequência correta.

( ) O trabalho das ciências pressupõe, como condição, o trabalho da


Filosofia, mesmo que o cientista não seja filósofo.

( ) Admiração e espanto são atitudes filosóficas que significam:


tomamos distância do nosso mundo costumeiro e, mediante nosso
pensamento, como se estivéssemos acabando de nascer para o
mundo e para nós mesmos, perguntamos o que é, por que é, e como
é o mundo.

( ) A Filosofia pode ser considerada Ciência, é assim desde a


antiguidade clássica; ambas trabalham com enunciados rigorosos,
buscam encadeamento lógico entre os enunciados, operam com
conceitos obtidos por procedimentos de demonstração e prova. Por
isso, a Filosofia, assim como as Ciências, exige a fundamentação
racional e sistemática do que é enunciado e pensado.
( ) A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos
de questões: O que é pensar, falar e agir? E elas pressupõem a
seguinte pergunta: nossas crenças cotidianas são ou não são um
saber verdadeiro, um conhecimento?

( ) A atitude científica depende de nossos saberes cotidianos, por isso,


ela não se distingue da atitude costumeira ou do senso comum. Não
podemos negar ao menos duas características pressupostas a ambas
as atitudes: objetividade - isto é, procuram as estruturas necessárias
das coisas investigadas - e generalização - tendem a reunir numa
ideia coisas e fatos julgados semelhantes, procurando estabelecer
relações de causa e efeito.

(A) V - V - F - V - F.
(B) F - V - V - V - V.
(C) F - V - F - F - F.
(D) V - F - V - V - V.
(E) V - F - F - V - V.

QUESTÃO 04

Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e


assinale a alternativa com a sequência correta.

( ) No Mito da Caverna, de Platão, aquele que atingiu a contemplação


da luz e saiu da caverna, o filósofo, deve a ela retornar para libertar
aqueles que ficaram e têm as sombras como única realidade. Esse
retorno é voluntário e é aqui que podemos inserir a pergunta pela
função social do filósofo: a interferência no social, simbolizada pela
volta à caverna, caracteriza-se principalmente pela educação.

( ) É interessante notar que, ao contrário de Sócrates, e mesmo ao


contrário de Platão, Descartes não manifesta nenhuma intenção
expressa de interferência na sociedade. A partir da certeza absoluta
de que encontrou o método e o fundamento da verdadeira filosofia. E,
no entanto, em termos da significação da sua obra, mesmo de sua
atitude filosófica, o que temos nele são os fundamentos da civilização
moderna.

( ) Sabemos que o Brasil é um país com uma débil tradição filosófica.


Desde sua implantação, em meados do século XVIII, a filosofia foi
ensinada de forma dogmática, carregada de uma forte filosofia tomista
- tanto no ensino médio quanto posteriormente nas universidades.
Dessa forma, o papel social do filósofo brasileiro tem sido, desde sua
origem, meramente pedagógico, sem nenhuma envergadura política
de peso.

( ) Lemos claramente nos PCNs (1999) que a função social do filósofo


no ensino médio é formar futuros filósofos. Essa proposta parte do
pressuposto de que o ensino médio deve ser uma transposição
reduzida do currículo acadêmico. No entanto, esse documento é
enfático em afirmar que, ainda que se deva partir dos conhecimentos
acadêmicos, deve-se evitar o academicismo.

(A) F - V - F - V.
(B) V - V - F - F.
(C) F - V - V - V.
(D) V - F - F - F.
(E) V - V - F - V.

QUESTÃO 05

O Método Dedutivo nasce com René Descartes e progressivamente


vai sendo utilizado por todos os campos do saber. Embora sua
definição seja aparentemente fácil, equívocos podem ser cometidos
em sua conceituação. Das características ou definições do Método
Dedutivo, a partir de Descartes, marque somente a incorreta:

a) Método dedutivo é a modalidade de raciocínio lógico que faz uso da


dedução para obter uma conclusão a respeito de determinada
premissa.

b) É um método que utiliza variações do pensamento para fazer


afirmações supostamente verdadeiras dentro de um contexto, tópico,
assunto ou colocação.

c) É um método que parte do geral para o particular para descobrir


verdades não explicitadas.

d) Em certo sentido, o método dedutivo segue um caminho inverso ao


do método indutivo.

Leia o texto para responder às questões de números 06 e 07.

"A caverna (...) é o mundo sensível onde vivemos. O fogo que projeta
as sombras na parede é um reflexo da luz verdadeira (do Bem e das
ideias) sobre o mundo sensível. Somos os prisioneiros. As sombras
são as coisas sensíveis, que tomamos pelas verdadeiras, e as
imagens ou sombras dessas sombras, criadas por artefatos
fabricadores de ilusões. Os grilhões são nossos preconceitos, nossa
confiança em nossos sentidos, nossas paixões e opiniões. O
instrumento que quebra os grilhões e permite a escalada do muro é a
dialética. O prisioneiro curioso que escapa é o filósofo. A luz que ele
vê é a luz plena do ser, isto é, o Bem, que ilumina o mundo inteligível
como o Sol ilumina o mundo sensível. O retorno à caverna para
convidar os outros a sair dela é o diálogo filosófico, e as maneiras
desajeitadas e insólitas do filósofo são compreensíveis, pois quem
contemplou a unidade da verdade já não sabe lidar habilmente com a
multiplicidade das opiniões nem mover-se com engenho no interior
das aparências e ilusões. Os anos despendidos na criação do
instrumento para sair da caverna são o esforço da alma para libertar-
se. Conhecer é, pois, um ato de libertação e de iluminação. A Paideia
filosófica é uma conversão da alma voltando-se do sensível para o
inteligível. Essa educação não ensina coisas nem nos dá a visão, mas
ensina a ver, orienta o olhar, pois a alma, por sua natureza, possui em
si mesma a capacidade para ver." [Marilena Chauí]

QUESTÃO 06

De acordo com o texto, pode-se afirmar que:

a) O conhecimento filosófico é o único que pressupõe o acesso ao


mundo sensível.

b) Filosofar é um instrumento de alienação para quem sai da caverna.

c) O filósofo, por sua busca, tem uma visão mais abrangente do


conhecimento.

d) A unidade da verdade não permite divagações metafísicas.

QUESTÃO 07

Ainda sobre o texto, pode-se afirmar que:

a) O processo de esclarecimento por meio da filosofia pressupõe a


iluminação das coisas sensíveis pelos fabricadores de ilusões.

b) A Paidéia filosófica é um processo de dissolução de preconceitos e


de ideias ligadas ao senso comum.

c) A alegoria da caverna não se adequa às realidades


contemporâneas.
d) Convidar as pessoas para saírem da caverna é um contrassenso,
pois somente o filósofo pode sair da caverna.

QUESTÃO 08

Sobre as relações entre Ciência e Senso Comum, marque a


alternativa FALSA, ou seja, aquela que não descreve adequadamente
essa relação ou alguns de seus termos.

a) "O senso comum e a ciência são expressões da mesma


necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo, a fim
de viver melhor e sobreviver. E para aqueles que teriam a tendência
de achar que o senso comum é inferior à ciência (...), por dezenas de
milhares de anos os homens sobreviveram sem coisa alguma que se
assemelhasse a essa nossa ciência".

b) "O bom senso [ou senso comum] é simplesmente o depósito


intelectual indiferenciado resultante da série de experiências fecundas
da espécie, do grupo social e do indivíduo, que se transmite em forma
não-sistemática, por herança racional, e não em caráter de
conhecimento refletido".

c) "O senso comum é marcado pela falta de qualquer conteúdo


racional, não se constituindo em nenhum momento uma construção
cognitiva válida. A ciência representa uma ruptura radical com o senso
comum, ao substituí-lo por uma compreensão do real racionalmente
construída. O senso comum é irracional e a ciência representa a
racionalidade do ser humano".

d) "Enquanto o saber comum observa um fato a partir do conjunto de


dados sensíveis que formam a nossa percepção imediata, pessoal e
efêmera do mundo, o fato científico é um fato abstrato, isolado do
conjunto em que se encontra normalmente inserido e elevado a um
grau de generalidade (...). Isso supõe uma capacidade de
racionalização dos dados recolhidos, que nunca aparecem como
dados brutos, mas sempre passíveis de interpretação".

e) "A ciência não é um órgão novo do conhecimento. A ciência é a


hipertrofia de capacidades que todos têm. Isto pode ser bom, mas
pode ser muito perigoso. Quanto maior a visão em profundidade,
menor a visão em extensão. A tendência da especialização [na
ciência] é conhecer cada vez mais de cada vez menos. [Nesse
sentido], a aprendizagem da ciência é um processo de
desenvolvimento progressivo do senso comum. Só podemos ensinar e
aprender partindo do senso comum de que o aprendiz dispõe".

QUESTÃO 09

Sobre a caracterização, conceituação e importância da Filosofia na


contemporaneidade, marque a alternativa FALSA.

a) "A filosofia, contrariamente às diversas ciências, não pretende


explicar fatos. [Da perspectiva dos filósofos] a questão "O que é, em
geral, um fato?" é, ao contrário, um verdadeiro problema. Mesmo que
um filósofo chegue a elucidar, a seu modo, a noção de "fato", não terá
contudo determinado nenhum fato que pudesse explorar, à maneira
do cientista".

b) "Aceitar o pluralismo como condição inelutável da filosofia não é


resignar-se a um ecletismo bendito. Reconhece-se, então,
simplesmente que a própria ideia de trabalho filosófico marcado
estilisticamente conduz a aceitar a presença simultânea e a
permanência, no tempo, de sistemas irreconciliáveis entre si e que
não poderiam mutuamente se refutar do exterior, por assim dizer.
Cada um deles só pode ser realmente atacado, modificado,
transformado do interior".

c) "Uma filosofia que não integre ou integre mal no seu sistema de


significados uma etapa suficientemente contemporânea de ciência,
não poderia satisfazer-nos totalmente. (...) Observaremos, a propósito
disso, que nenhuma das grandes filosofias do passado furtou-se à
necessidade de assimilar um sentido - mesmo minimizado - à obra
científica. Do ponto de vista que apresentamos, uma filosofia da
ciência aparece, pois, não como elemento determinante e dominador,
mas certamente como elemento crítico e revelador, como um dos
pontos mais sensíveis cuja exploração pode revelar, melhor que
outros, o grau de validade de um conhecimento científico".

d) "Se nós considerarmos que a filosofia é, em primeiro lugar, um


trabalho para transformar uma experiência imediatamente vivida numa
experiência compreendida e, portanto, a filosofia é um trabalho para
transformar uma experiência em um saber a respeito dessa mesma, o
campo da filosofia é vastíssimo. É o campo de todas as experiências
possíveis...".

e) "O trabalho filosófico é um trabalho essencialmente técnico, na


medida em que exige formação técnica específica para ser levado a
cabo em sua especificidade epistêmica. Assim como a ciência, a
filosofia representa uma ruptura integral com as determinações do
senso comum, escapando da dimensão existencial e alçando voo para
um patamar reflexivo marcado pela completa neutralidade e a-
historicidade de suas formulações".

Leia o fragmento para responder às questões 10 E 11.

"Lembremos a figura de Sócrates. Dizem que era um homem feio,


mas que, quando falava, exercia estranho fascínio. Procurado pelos
jovens, passava horas discutindo na praça pública. Interpelava os
transeuntes, dizendo-se ignorante, e fazia perguntas aos que julgavam
entender determinado assunto: "O que é a coragem e a covardia?", "O
que é a beleza?", "O que é a justiça?", "O que é a virtude?". Desse
modo, Sócrates não fazia preleções, mas dialogava. Ao final, o
interlocutor concluía não haver saída senão reconhecer a própria
ignorância. A discussão tomava outro rumo, na tentativa de explicitar
melhor o conceito". (ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS,
Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia, 2009, p.21).

QUESTÃO 10

A partir do fragmento acima exposto, é correto afirmar sobre o


pensamento socrático:

I. que se define enquanto saber inacabado, porque é dinâmico e está


em construção;
II. que é por natureza dogmático, já que o próprio Sócrates é detentor
de um saber;
III. que não faz de Sócrates "um ser que ilumina", já que o caminho
por ele proposto é o da discussão intersubjetiva e dialogal.

É correto o que se afirma em:

(A) I e III, apenas.


(B) I, II, e III.
(C) II e III, apenas.
(D) I e II, apenas.

QUESTÃO 11

Por meio do diálogo, Sócrates construía com seus interlocutores uma


relação pautada em perguntas, respostas e novas perguntas. Tal
método também ficou conhecido como maiêutica, e sobre ele é correto
afirmar que:
(A) tem como finalidade uma conclusão efetiva, ainda que seu
interlocutor não abandone a doxa.
(B) a verdade descoberta por seu interlocutor consiste em uma
novidade ontológica.
(C) enquanto dizia saber apenas que não sabia, Sócrates propunha o
"não saber" como termo à sua filosofia.
(D) possibilitava Sócrates ajudar seus interlocutores a dar à luz ideias
que já estavam neles.

Você também pode gostar