5 Ceja Fisica
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Unidades 11, 12 e 13
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Governador Vice-Governador
Wilson Witzel Claudio Castro
Secretário de Estado
Leonardo Rodrigues
Secretário de Estado
Pedro Fernandes
FUNDAÇÃO CECIERJ
Presidente
Gilson Rodrigues
Produção Gráfica
Verônica Paranhos
Sumário
Unidade 11 | Cargas elétricas e suas atrações 5
Seja bem-vindo a uma nova etapa da sua formação. Estamos aqui para auxiliá-lo numa jornada rumo ao
aprendizado e conhecimento.
Você está recebendo o material didático impresso para acompanhamento de seus estudos, contendo as
informações necessárias para seu aprendizado e avaliação, exercício de desenvolvimento e fixação dos conteúdos.
Além dele, disponibilizamos também, na sala de disciplina do CEJA Virtual, outros materiais que podem
site da internet onde é possível encontrar diversos tipos de materiais como vídeos, animações, textos, listas de
exercício, exercícios interativos, simuladores, etc. Além disso, também existem algumas ferramentas de comunica-
Você também pode postar as suas dúvidas nos fóruns de dúvida. Lembre-se que o fórum não é uma ferra-
menta síncrona, ou seja, seu professor pode não estar online no momento em que você postar seu questionamen-
to, mas assim que possível irá retornar com uma resposta para você.
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pondente a ele.
Bons estudos!
Cargas elétricas e
suas atrações
Fascículo 5
Unidade 11
Cargas elétricas
e suas atrações
Para início de conversa...
raios e muitos outros fenômenos que observamos são ocasionados por forças
o norte; pedacinhos de papel atraídos por uma caneta plástica que foi esfregada
depois fosse encostada em outro objeto, a pedra e o objeto se repeliriam. Eles também perceberam que se um pedaço
de vidro for esfregado com um pano de seda, objetos tocados pelo vidro repelem-se uns aos outros. No entanto,
objetos tocados pelo vidro e objetos tocados pela pedra de âmbar atraem-se. Hoje dizemos que tanto a pedra de
âmbar e o vidro tornaram-se carregadas. A força de atração ou repulsão nesses experimentos simples denomina-se
O entendimento das interações elétricas avançou muito nos séculos XVIII e XIX, com experimentos realizados
por cientistas na Europa e nos Estados Unidos (alguns dos quais vamos mencionar mais adiante). Aliás, no início
dos experimentos em eletricidade e magnetismo não havia o objetivo de se realizar algo “útil” (como uma lâmpada
elétrica), os experimentos eram realizados para se entender melhor o funcionamento das forças básicas da natureza.
Hoje não podemos nem imaginar um mundo sem o conforto que a eletricidade nos traz: iluminação, elevadores,
comunicações, aquecimento, refrigeração... Há muitos casos na história da ciência nos quais uma pesquisa sem
Voltando à eletricidade estática, é comum nos museus de Ciências um experimento onde se pode tocar numa esfera
carregada e os cabelos ficarem em pé. Nos países de clima frio, onde a umidade do ar é baixa, também se observa que os
cabelos ficam em pé quando as crianças escorregam em estruturas plásticas como as que existem nos
Eriçados
parques de diversão. O fenômeno é o mesmo: o cabelo fica carregado, eles se repelem e terminam
arrepiados
por ficar eriçados. Por que isso acontece? Discutiremos em seguida este e outros fenômenos.
Figura 2: Em países de clima firo e seco, é comum que os cabelos das crianças fiquem arrepiados ao descer em um escorrega.
8
Objetivos de Aprendizagem
Todos os materiais que conhecemos e que são listados na tabela periódica da Química são compostos por
átomos, que são por assim dizer os “tijolos” fundamentais da Natureza. Os átomos são compostos por partículas
ainda menores, os elétrons e os núcleos dos átomos que interagem por meio de forças elétricas. Os elétrons de carga
negativa movem-se em torno dos núcleos de carga positiva. Como mencionamos na introdução, experimentos
demonstraram que cargas iguais se repelem e cargas distintas se atraem. Como os elétrons e o núcleo possuem
cargas distintas, existe uma força elétrica de atração entre eles. Os átomos e moléculas agrupam-se para formar os
materiais do nosso dia a dia, os sólidos e os líquidos. Os átomos em geral são neutros, pois a carga negativa dos
elétrons cancela a carga positiva do núcleo.
Aliás, convém lembrar que a carga positiva no núcleo continua junta porque existe uma outra força, a força
nuclear forte, que mantém os prótons juntos, embora eles se repilam fortemente devido ao fato de terem cargas
iguais. Essa força forte só age em distâncias nucleares e é o que mantém o núcleo coeso.
No entanto, os elétrons não são ligados muito fortemente ao núcleo, principalmente os das camadas externas.
Em muitas situações, os elétrons são arrancados de um corpo (por exemplo, o bastão de vidro esfregado com seda) e
dizemos que ele adquiriu uma carga positiva. De forma análoga, um corpo pode adquirir carga negativa, se elétrons
acumulam-se nele.
Em algumas situações, quando há excesso de eletricidade acumulada, um corpo carregado pode se descarregar
bruscamente, emitindo uma faísca.
Quem já morou num lugar onde a umidade é baixa (e portanto as cargas elétricas acumulam-se mais facilmente)
sabe que maçanetas de portas às vezes dão choque, leve mas desconfortável.
10
Seção 2
Isolantes e condutores
Sabemos que alguns materiais são bons condutores de eletricidade e outros, não. Um condutor elétrico é
um material no qual os elétrons podem se movimentar livremente pelos átomos. Os metais são os condutores mais
comuns, um exemplo são os fios de cobre que compõem a rede elétrica que leva corrente até a sua casa. Outros
materiais também conduzem eletricidade. A água salgada é um bom condutor por conter íons de sódio (Na+) e cloro
(Cl-) que podem se mover transportando cargas elétricas.
Já os isolantes são materiais cujas ligações químicas permitem que poucos elétrons movam-se. Em cerâmicas,
rochas, cabelos e madeira, por exemplo, os elétrons são ligados fortemente a um ou mais átomos por ligações iônicas
ou covalentes (como você já deve ter visto nas aulas de Química). Esses materiais não conduzem eletricidade em
condições usuais. Os isolantes (como o próprio nome indica) são utilizados no dia a dia para revestir os fios elétricos e
evitar o contato com fios que transportam correntes elétricas.
Seção 3
As bases experimentais da Lei de Coulomb
No final do Século XVIII, apareceu mais uma evidência da unidade da física em fenômenos totalmente
distintos: descobriu-se que a força elétrica entre duas cargas depende da distância entre elas, da mesma forma
que a força da gravidade entre duas massas. A história do estabelecimento desse fato experimental, que hoje é
conhecido por Lei de Coulomb, é muito interessante.
Muito interessante também, é a história de Benjamim Franklin (1706 – 1790). Ele foi um cientista e estadista
americano que realizou alguns experimentos pioneiros que ajudaram a esclarecer o mistério das cargas elétricas.
Ele soltava uma pipa que tinha uma chave pendurada no fio e a chave emitia faíscas como os objetos carregados
no laboratório. Disso ele concluiu que as nuvens eram carregadas e que ele podia carregar um objeto com
cargas positivas ou cargas negativas, dependendo do arranjo experimental que ele fizesse. Esse experimento
deu origem ao para-raios, que é um objeto metálico pontudo que oferece um caminho fácil e inofensivo para a
descarga elétrica das nuvens.
Numa reunião científica, Franklin comentou com Joseph Priestley (1733-1804) sobre uma “observação curiosa”
de anos atrás: ele notou que um vaso de metal atraía uma pequena esfera de cortiça pendurada num fio quando
a esfera estava no exterior do vaso, mas que no interior do vaso a cortiça não era atraída. Priestley confirmou o
resultado de Franklin e compreendeu o seu significado mais profundo: ele lembrou que uma casca esférica não atrai
gravitacionalmente outra massa colocada no seu interior, mas que atrai o mesmo objeto, se ele estiver no exterior da
casca. Assim Priestley inferiu que a atração elétrica entre as cargas deveria obedecer a leis semelhantes à gravitação.
Após tomar conhecimento do comentário de Priestley, Henri Cavendish (1731-1810) fez experimentos que
demonstraram a correção das observações de Franklin. Ele repetiu o experimento de Franklin de forma muito mais
sofisticada e utilizando-se das ferramentas do cálculo diferencial que Newton havia inventado, deduzindo que a lei de
atração entre as cargas era inversamente proporcional ao quadrado da distância, ou seja,
1
F~ ,
dN
onde o valor experimental para N era 2. Esse resultado ficou esquecido por um século (ele nunca o publicou), até que
suas anotações foram descobertas por outro cientista.
12
Lei de Coulomb
A força entre duas cargas como função da distância ficou conhecida como Lei de Coulomb, após o famoso
experimento de Charles Augustin Coulomb (1726 - 1806). Ele não conhecia o resultado de Cavendish, discutido
anteriormente, e mediu diretamente a força exercida por uma carga sobre a outra, em 1785. Para realizar essa medida,
ele utilizou uma balança de torção (veja Figura 5).
Ele colocou bolas de cortiça nas extremidades de uma vareta isolante, suspensa horizontalmente por uma
fibra longa. Em seguida, ele carregou uma das bolas da vareta com carga Q1. Uma outra bola carregada com carga
Q2 mantida a uma certa distância d provoca uma força na bola com carga Q1. A fibra é calibrada de modo que o
ângulo que a vareta faz com a direção inicial (antes da carga Q1ser aproximada) seja proporcional ao módulo da força
entre as cargas. Uma força igual e contrária aparece (e age) na carga Q2 de acordo com a segunda lei de Newton.
Assim, variando a distância entre as cargas e medindo a força para cada distância, Coulomb foi capaz de estabelecer
a seguinte lei:
A unidade de carga elétrica é o Coulomb (C) no Sistema Internacional. A carga de 1C é a carga contida em 6,25
x 1023 elétrons. Essa quantidade de elétrons, que parece muito grande, passa, por exemplo, a cada segundo por um
fio que conduz a corrente para uma lâmpada de 100 W.
onde k = 9 x 109 Nm2 / C2 é uma constante. Usualmente se calcula o módulo da força, utilizando-se a equação acima e
sempre tomando os valores positivos para as cargas. Se as cargas possuem o mesmo sinal, é uma força de repulsão e,
se possuem sinais opostos, é uma força de atração. A direção da força é a da reta que une as duas cargas. O sentido da
força é dado pela Figura 6, conforme as cargas possuam mesmo sinal ou sinais distintos.
Figura 6: Forças elétricas causadas por cargas estáticas. No par superior, as duas cargas têm sinais contrários (Q1
é positiva e Q2 é negativa ou Q1 é negativa e Q2 é positiva). No par inferior, as duas cargas possuem o mesmo
sinal (ou as duas positivas ou as duas negativas).
14
Um coulomb de carga é uma carga enorme!
Imagine duas cargas iguais e opostas com Q = ±1C, situadas a 1 km uma da outra.
Calcule a força elétrica entre o elétron e o próton que compõem o átomo mais sim-
ples que existe, o átomo de hidrogênio. Compare a força elétrica com a força gravitacional
entre a massa do elétron e a massa do próton. A distância entre eles (ou seja, o raio típico
próton que vale Q = 1,6 x 10-19 C. A massa do elétron é m = 9 x 10-31 kg e a massa do próton
Seção 4
O princípio da superposição
Já sabemos como as cargas agem entre si: cada uma causa na outra uma força cujo módulo é dado pela Lei de
Coulomb, na direção da linha que as une. Sabemos também que a força pode ser atrativa ou repulsiva, dependendo
Vamos supor que haja três cargas q1, q2 e q3, dispostas num plano. Escolhermos uma delas, por exemplo, q3.
Qual a força que as outras duas fazem nela?
A experiência mostra que a força total exercida sobre a terceira carga é a soma vetorial da força que cada uma das
duas primeiras causa sobre a terceira. Essa propriedade da interação elétrica é denominada de princípio da superposição de
forças e na realidade se aplica para qualquer número de cargas (não apenas duas), interagindo uma com as outras.
Na Figura 7, temos 3 cargas. A geometria do problema e os valores das cargas estão mostrados na figura.
Chamamos F1 à força causada pela carga q1 na carga q3. Observe que o traço pontilhado na figura é a distância entre
estas duas cargas:
16
d= 0.32 + 0.4 2 = 0,5m .
q ×q (4 × 10 −6 ) × (2 × 10 −6 )
F1 =
K 1 2 2=
9 × 10 9 =
0,29N .
d 0,52
O ângulo θ na figura, dado pela geometria do problema, permite-nos decompor essa força ao longo dos eixos x e y.
0,40
F1x =F1 cosθ =0,29 ⋅ =0,23N .
0,50
0,30
F1 s enθ =
F1y = − 0,29 ⋅ =
− 0,17N .
0,50
Pela figura, pode-se ver que realmente a componente de F1 no eixo x é negativa. Por simetria do problema,
y tem o sinal contrário (pois aponta para cima, eixo y positivo). Portanto, quando somarmos os dois vetores,
as componentes y anulam-se e a resultante é a soma das componentes x. Assim, a força que age na carga q3 é
F =F1 + F2 =2 × F1x =0, 46 xˆ , na direção do eixo x.
Vale a pena ressaltar que calculamos a força resultante em q3, mas qualquer das cargas terá duas forças elétricas
agindo nela, produzidas pela interação dessa carga com as outras duas.
Experimento do canudo
Esfregue um canudo plástico com um lenço de papel e encoste-o numa parede de superfície
lisa. O canudo fica grudado por algum tempo à parede. Explique por que isso acontece.
Até aqui, estudamos a Lei de Coulomb e como duas cargas interagem uma com a outra. Se movermos uma das
cargas, imediatamente a outra sente o efeito desse movimento, mesmo se ela estiver muito distante.
Denominamos essa concepção da interação entre duas cargas como uma “ação a distância”, onde não se supõe
que haja “algo” que transmita a interação entre as duas partículas e que a ação seja instantânea. Sabemos hoje que
isso não é razoável, pois a maior velocidade possível de transmissão de informação é a velocidade da luz.
Hoje empregamos o conceito de campo elétrico para descrever a interação elétrica entre duas partículas. Assim,
uma partícula A carregada, gera em torno de si um campo elétrico em todos os pontos do espaço. Uma outra partícula B,
sob a ação desse campo elétrico, sente a força elétrica gerada por A. Vejamos essa questão com mais detalhes.
A Figura 8 ilustra o campo elétrico gerado por uma carga positiva isolada no espaço. As flechas representam
o campo elétrico, um vetor, em cada ponto do espaço, gerado pela carga +Q. Observe que a presença de uma única
Figura 8: Campo elétrico gerado por uma carga +Q em todos os pontos do espaço.
18
A Figura 9 é a mesma figura anterior na qual adicionamos uma carga de teste q0, supostamente bem menor do que
a carga +Q (para não perturbar o campo gerado pela carga maior). O campo elétrico é definido da seguinte forma:
F
E= ,
q0
F q E.
Figura 9: Campo
elétrico gerado por uma carga +Q em todos os pontos do espaço. Sobre uma carga +q0 no campo de +Q age
uma força F , que é a força dada pela Lei de Coulomb.
Portanto, para que a definição de campo esteja em conformidade com a lei de Coulomb, o módulo do campo
Qq
Q
FE==kk 20
d2
une as duas cargas e ela é atrativa, se as cargas forem distintas, e repulsiva, se as cargas forem iguais. Assim, uma carga
–Q, negativa, gera um campo elétrico cujos vetores apontam para a carga (compare com a Figura 8). Uma carga de
teste +q0 na vizinhança dela iria sofrer uma força atrativa (compare com a Figura 9).
no mesmo ponto e solto também. A mesma força age neles? A mesma aceleração? Eles se
Seção 5
A água como uma substância polar
Tudo isso que discutimos anteriormente pode parecer um tanto longe da nossa realidade, do nosso dia a dia.
Entretanto, analisando mais atentamente, podemos constatar que esse é um pensamento equivocado! Por exemplo,
a substância mais importante para a nossa vida é a água, é ela que torna a vida possível. As moléculas do nosso corpo
precisam de água para dissolver as moléculas biológicas essenciais. A água é um composto de hidrogênio e oxigênio,
com dois átomos de hidrogênio para cada átomo de oxigênio. As propriedades elétricas da molécula da água é que a
Um dipolo elétrico pode ser pensado como um par de cargas pontuais com mesmo módulo, porém de sinais
contrários (ou seja, uma carga positiva +Q e uma carga negativa –Q) bem próximas. Como um todo, o dipolo é
neutro, mas há um desbalanço espacial de carga, de modo que uma parte seja mais positiva e outra mais negativa.
Uma molécula de água é neutra, mas as ligações químicas no interior da molécula ocasionam um deslocamento
das cargas. Assim, a parte ocupada pelos hidrogênios fica mais positiva e a parte ocupada pelo oxigênio fica mais
negativa, conforme mostra a Figura 10. As consequências desse deslocamento são profundas.
20
Figura 10: Uma molécula de água. Há um ligeiro desbalan-
ço espacial de cargas, no sentido que a parte mais próxi-
ma dos hidrogênios é mais positiva e a parte mais próxi-
ma do oxigênio é negativa, mas amolécula como um todo
é neutra. O momento de dipolo P aponta da extremidade
negativa para a positiva.
A água, por ter um momento de dipolo significativo, é um excelente solvente de substâncias iônicas, como o
sal de cozinha (cloreto de sódio, NaCl). Ao se dissolver em água, o sal dissocia-se em um íon positivo (Na+) e um íon
negativo (Cl-), que são respectivamente atraídos pelas extremidades negativa e positiva da molécula. O momento
de dipolo da água é responsável pelos efeitos físicos e químicos que ocorrem nas soluções aquosas. A vida na Terra
depende das reações bioquímicas que só são possíveis graças ao fato das moléculas de água possuírem momento de
dipolo significativo.
Aliás, a água, caindo da torneira (de modo que fique um filete bem fino), desvia-se da sua trajetória na presença
de um bastão de plástico carregado e daí podemos inferir que as moléculas de água (embora neutras) possuem
um momento de dipolo. Fluidos que não são compostos por moléculas dipolares (como o transdicloroeteno, por
exemplo) não são desviados de sua trajetória pela presença de um bastão carregado.
Resumo
As cargas elétricas podem ser de dois tipos: positivas ou negativas. Quando são iguais, elas se repelem, e
Materiais condutores são aqueles em que os elétrons podem se movimentar livremente pelos átomos, já
os materiais isolantes são aqueles que as ligações químicas permitem pouca movimentação de elétrons;
A Lei de Coulomb diz-nos que a força entre duas cargas é diretamente proporcional ao produto das cargas
Em uma associação de cargas, a força total exercida sobre uma carga é a soma vetorial da força que cada
Os tubarões podem localizar a presa escondida na areia no fundo do oceano. Eles detectam o campo elétrico
minúsculo, produzido pelas contrações musculares da presa. Podemos ver, na sua face, os canais preenchidos por uma
geleia condutora, que terminam em poros, que são os pontos pretos na figura. Campos de baixa intensidade (até 5 x
10-7 N/C) fazem cargas fluirem nos canais e disparam um sinal no sistema nervoso do tubarão. Canais com orientações
distintas podem indicar as componentes distintas do campo elétrico e assim, determinar a direção do campo.
Figura 11: Os pontos pretos na figura são os poros pelos quais o tubarão detecta campos elétricos.
http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/o_sentido_eletrico_dos_tubaroes_imprimir.html
22
Atividade 1
Atividade 2
que a força gravitacional é SEMPRE ATRATIVA entre duas massas quaisquer e sua expressão
Vamos agora calcular a força elétrica entre as duas cargas por meio da Lei de Coulomb:
de onde concluímos que a força gravitacional é muito menor do que a força elétrica entre
as cargas.
Atividade 3
Quando o canudo é esfregado pelo papel, ele fica eletrizado com carga negativa
canudo atrai a parte positiva das moléculas da parede e repele os elétrons das mesmas
Claro que quem realmente impede o canudo de escorregar na parede é a força de atrito
entre os dois, que só existe porque a força de atração elétrica empurra um contra o outro.
módulo da do elétron e que a massa do próton é cerca de duas mil vezes maior do que a
do elétron. Assim, os dois experimentam a mesma força, pois a força é carga vezes o campo
A aceleração é força dividida pela massa. Assim, a aceleração do elétron será muito
carregada depende do sinal da sua carga. Assim, o próton se movimentará na mesma direção
Bibliografia
Cassidy, David; Holton, Gerald e Rutherford, James. Understanding Physics. Springer, 2002.
Imagens
• André Guimarães
• http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Raios.jpg
• http://en.wikipedia.org/wiki/File:Static_on_the_playground_%2848616367%29.jpg
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Franklin_lightning_engraving.jpg
• http://en.wikipedia.org/wiki/File:Lorenzini.jpg
• http://www.sxc.hu/photo/517386 • David Hartman.
24
O que perguntam por aí?
Questão 1 (Mackenzie-SP)
Duas esferas metálicas idênticas, separadas pela distância d, estão eletrizadas com cargas elétricas Q e -5Q.
Essas esferas são colocadas em contato e em seguida são separadas de uma distância 2d. A força de interação eletros-
tática entre as esferas, antes do contato, tem módulo F1 e, após o contato, tem módulo F2. A relação F1/F2 é:
a. 1
b. 2
c. 3
d. 4
e. 5
Questão 2 (VUNESP-SP)
Uma partícula de massa m e carga q é liberada, a partir do repouso, num campo elétrico uniforme de intensi-
dade E. Supondo que a partícula esteja sujeita exclusivamente à ação do campo elétrico, a velocidade que atingirá t
a. qEt/m
b. mt/qE
c. qmt/E
d. Et/qm
e. t/qmE
1. Letra C. Antes do contato, pela Lei de Coulomb, o módulo da força eletrostática é dado por:
Q × 5Q Q2
=F1 k= 5 k
d2 d2 .
Depois do contato, a carga líquida, que é de 4Q, distribui-se igualmente entre as duas esferas que estão agora
2Q × 2Q Q2
=F2 k= k
4d 2 d2
e assim, a razão F1/F2= 5.
2. Letra A. A força que age na partícula no momento que ela é liberada é F = qE (pela definição de campo elétrico).
Por outro lado, a segunda Lei de Newton diz que F = ma. Igualando as duas expressões, obtemos que: a = qE/m.
Assim, como a partícula saiu do repouso, a velocidade num tempo t é dada por v = at = qEt/m.
26
Atividade extra
Questão 1 (Adaptado de UFES)
Num dia bastante seco, uma jovem de cabelos longos, percebe que depois de penteá-los o pente utilizado
Um corpo possui carga elétrica de 1,6×10-6 C. A carga elétrica fundamental é 1,6×10-19 C. No corpo há uma
falta de:
a. 1013 elétrons;
b. 1018 prótons;
c. 1019 elétron;.
d. 1019 prótons.
Duas partículas de cargas elétricas q1 = 4,0×10–16 C e q2 = 6,0×10–16 C estão separadas no vácuo por uma dis-
tância de 3,0×10–9 m. Sendo k = 9,0×109 N·m2/C2, qual a intensidade da força de interação, em newtons, entre elas?
28
Gabarito
Questão 1
A B C D
Questão 2
A B C D
Questão 3
q1 q2
F =K
d2
4 ⋅10 −16 ⋅ 6 ⋅10 −16
F =⋅
9 10 9 ⋅
( 3⋅10 )
−9 2
F 2,4 ⋅10 −4 N
=
tanto servem para facilitar nossas tarefas domésticas quanto para alegrar e
enriquecer a nossa vida cotidiana são movidos à energia elétrica. Se você nunca
pensou nisso antes, tente imaginar como a vida era muito mais difícil e menos
confortável míseros 150 anos atrás, quando não havia geladeira, chuveiro elétrico
eletricidade nos parece óbvio e natural, como se sempre tivesse sido assim. No
as residências teve início há pouco mais de 100 anos. No Brasil, a primeira usina
Objetivos de aprendizagem
Conceituar corrente elétrica;
34
Seção 1
A ocorrência da corrente elétrica
As aplicações mais importantes da eletricidade envolvem cargas elétricas em movimento, formando uma
corrente elétrica. Trataremos de correntes em condutores metálicos, tais como fios de cobre, embora um feixe de
prótons no interior vazio de um acelerador de partículas também seja uma corrente elétrica.
Para que exista uma corrente elétrica de caráter estacionário, é necessário que haja um circuito elétrico fechado,
onde se dá a circulação desta corrente. O tipo mais simples de circuito elétrico é aquele que envolve uma fonte
de energia elétrica, um consumidor desta energia, e fios condutores que possibilitem a conexão entre a fonte e o
consumidor. Além disso, quando se deseja dar seletividade ao circuito, permitindo que este seja ligado ou desligado,
é comum o uso de interruptores. A figura a seguir mostra o esquema elétrico de um circuito simples onde estão
CONSUMIDOR
O símbolo que acompanha a letra E representa uma pilha (fonte de energia), onde o traço maior faz papel
de polo positivo e o traço menor é o polo negativo. O símbolo que acompanha a letra S representa o interruptor na
condição “fechado”, e a letra i representa a corrente elétrica que circula no circuito fechado, transportando a energia
da fonte até o consumidor por meio dos condutores elétricos (fios) que compõem o circuito elétrico.
Estudos sobre as propriedades elétricas dos materiais revelaram que, diferentemente dos materiais isolantes, os
materiais condutores de eletricidade possuem uma grande quantidade de elétrons livres disponíveis no seu interior.
Do ponto de vista prático, os metais são materiais que possuem tais características físicas, e isso explica
A figura a seguir exibe uma representação de um trecho de um condutor elétrico cilíndrico e ilustra um
modelo simplificado do que ocorre no interior deste condutor de natureza metálica como o cobre, por exemplo,
36
Figura 3: Modelo simplificado de um trecho de fio condutor.
O detalhe na figura mostra uma estrutura geométrica regular que representa a distribuição dos átomos de
A esta estrutura denomina-se rede cristalina, onde os átomos de cobre realizam movimentos periódicos de
vibração que são transmitidos a toda a rede. Além disso, é possível observar no detalhe, o movimento dos elétrons
Você deve estar se perguntando: se o movimento dos elétrons livres é aleatório no interior do condutor, o que
Dos estudos da eletrostática foi possível aprendermos que partículas carregadas eletricamente, como os
Nos circuitos elétricos, a pilha, a bateria ou o gerador possuem dupla função. Além de fornecerem energia,
submetem o circuito a uma diferença de potencial (tensão elétrica) e, consequentemente, a um campo elétrico
que atua sobre os elétrons livres impondo-lhes uma força elétrica, que faz com que o movimento dessas partículas
carregadas deixe de ser aleatório e passe a ser orientado. A esse movimento orientado de cargas elétricas dá-se o
nome de corrente elétrica. Em termos operacionais, isso ocorre quando o interruptor S do circuito apresentado na
figura 2 é fechado. Nas nossas casas, ao acionarmos o interruptor, a lâmpada (consumidor) acende, enquanto em um
aparelho de TV (consumidor), ao acionarmos o botão de LIGA, a imagem aparece. Em ambos os casos, os efeitos são
Assim, diz-se que existe uma corrente elétrica em um determinado circuito, quando o movimento das cargas
elétricas é orientado e, para tal, é imprescindível a existência de uma fonte de energia (pilha, bateria ou gerador) e um
circuito fechado.
Algumas analogias podem ajudar a entender melhor a noção de corrente elétrica. A água que escoa num rio
forma uma corrente de água. A intensidade do fluxo de água num rio é medida pelo volume de água que passa por
unidade de tempo por um trecho do rio: a vazão média do rio Amazonas é estimada em 200 mil metros cúbicos por
segundo (o suficiente para encher oito Baías de Guanabara em um dia). O movimento de pessoas saindo de um cinema
depois de um filme constitui uma corrente humana. Neste caso, a intensidade da corrente seria medida pelo número de
pessoas que passam pela porta de saída do cinema por unidade de tempo: por exemplo, 50 pessoas por minuto.
A definição quantitativa de corrente elétrica é baseada nas mesmas ideias descritas acima. Suponha que
partículas portadoras de carga elétrica positiva passem por uma superfície, conforme a Figura 4.
Se ΔQ é a quantidade de carga elétrica que atravessa a superfície durante um intervalo de tempo Δt, a corrente
∆Q
i=
∆t
Observe que, quanto maior for a quantidade de carga elétrica (ΔQ) que atravessa a superfície no intervalo
de tempo Δt, maior será o valor da corrente elétrica. A carga ΔQ é igual ao valor da carga de cada partícula vezes o
38
No sistema internacional (SI), a unidade de corrente elétrica é o Coulomb por segundo (C/s). Esta unidade
é chamada de ampère (A) em homenagem a André-Marie Ampère, físico francês que deu grandes contribuições ao
Eletromagnetismo:
1 A = 1 ampère = 1C/s
O miliampère (mA) e o microampère (μA) são submúltiplos do ampère usados com frequência:
1 mA = 10-3 A ; 1 μA = 10-6 A .
Para o caso específico de correntes de elétrons, a quantidade ∆Q será dada por um múltiplo inteiro de
elétrons, que pode ser expressa por:
∆q = n ⋅ e ; n = 1,2,3...
e
e 1,6 ⋅ 10 −19 C
=
Uma corrente de 450mA passa numa lâmpada incandescente, que fica acesa durante
20 minutos.
a. Calcule a carga elétrica que passou pela lâmpada enquanto ela esteve acesa.
40
Seção 2
O sentido convencional da corrente elétrica
Há uma peculiaridade na definição de corrente elétrica que não aparece quando consideramos fluxo de água
ou movimento de pessoas. O sentido da corrente de água num rio ou da corrente de pessoas saindo de um cinema
é o mesmo sentido do movimento da água ou das pessoas, ou seja, a corrente e o objeto que estão se movendo tem
o mesmo sentido. Isso parece meio óbvio, não é mesmo? Mas nas correntes elétricas vamos ver que não é bem assim
que acontece.
A carga elétrica possui um sinal algébrico, isto é, pode ser positiva ou negativa. Na Figura 4, cargas positivas
atravessam a superfície da esquerda para a direita e este é o mesmo sentido da corrente. Se, como mostrado na Figura
5, cargas negativas atravessam a superfície da direita para a esquerda, convenciona-se que a corrente continua tendo
Note que, neste caso, o sentido convencional da corrente é oposto ao do movimento real das cargas elétricas
negativas. A convenção se justifica pelo seguinte raciocínio: transferir cargas negativas da direita para a esquerda
equivale a transferir cargas positivas da esquerda para a direita, do mesmo modo que subtrair –5 de um número
Num metal, as partículas que se movimentam para produzir corrente elétrica são os elétrons mais externos dos
átomos do metal (elétrons livres), que possuem carga negativa. Assim, o sentido convencional da corrente elétrica
num fio de cobre é oposto ao da velocidade dos elétrons no fio. Em quase todos os fenômenos eletromagnéticos,
cargas positivas movendo-se num sentido fazem o mesmo efeito que cargas negativas movendo-se no sentido
Vale destacar que os elétrons livres num fio metálico sem corrente elétrica executam um movimento térmico
desordenado. Esse movimento aleatório não constitui uma corrente porque, em média, num dado intervalo de
tempo, o número de elétrons que atravessam uma seção do fio num sentido é igual ao número de elétrons que
a atravessam no sentido oposto. Logo, a carga elétrica total que atravessa a superfície é zero e não há corrente.
Quando o fio é conectado a uma bateria ou à rede elétrica, aparece um campo elétrico dentro do fio que empurra as
cargas, sobrepondo ao movimento aleatório um movimento ordenado dos elétrons ao longo do fio. Esse movimento
A corrente produzida por uma bateria ou pilha tem sempre o mesmo sentido, e é chamada de corrente
contínua. A rede elétrica residencial gera corrente alternada, cujo sentido se inverte 60 vezes por segundo.
Nos aparelhos domésticos, é mais comum a utilização de dois tipos de correntes de elétrons. Quando o circuito
utiliza como fonte de energia as pilhas ou baterias, a corrente resultante é do tipo contínua. Ou seja, não varia ao longo
do tempo. A figura a seguir ilustra o comportamento de uma corrente do tipo contínua de módulo constante igual a I.
Quando a fonte de energia utilizada é aquela proveniente das grandes usinas, como nos casos das residências,
indústrias e instalações públicas presentes no dia a dia, o processo de “geração” desta energia ocorre de tal maneira
que a corrente obtida é do tipo alternada, representada por uma função senoidal, conforme figura a seguir, onde o
Função Senoidal
A função senoidal, ou senoide, é uma representação gráfica em forma de onda, semelhante ao gráfico da função seno.
42
Figura 7: Gráfico representando a intensidade da corrente alternada.
Note que ela oscila entre +I e –I ao longo do tempo.
Qual é o sentido?
Seção 3
Diferença de Potencial Elétrico ou Voltagem
Assim como um corpo a uma certa altura da superfície da Terra possui uma energia potencial gravitacional,
uma carga elétrica num campo elétrico (produzido por outras cargas) tem uma energia potencial elétrica. Um corpo
que cai sob a ação da gravidade tem sua energia potencial transformada em energia cinética, e essa energia cinética
pode ser convertida em outra forma de energia útil. O mesmo se dá com cargas elétricas em movimento.
A diferença de potencial – também chamada de voltagem ou tensão – entre dois pontos a e b num campo
elétrico é definida como o trabalho Wab realizado pelo campo elétrico sobre uma carga q ao transportá-la de a até b
Va – Vb = Wab / q
No SI a unidade de diferença de potencial elétrico é o joule por coulomb (J/C), que é chamada de volt (V), de
modo que
1 J/C = 1V
Geradores Elétricos
Um gerador elétrico ou fonte de força eletromotriz é um dispositivo capaz de manter uma diferença de
potencial elétrico entre dois pontos: o polo positivo tem um potencial elétrico maior do que o polo negativo. Se os
dois polos do gerador são conectados por um condutor, flui uma corrente elétrica do polo positivo para o negativo,
já que as cargas positivas são empurradas no sentido do campo elétrico. O campo elétrico aponta no sentido em que
o potencial elétrico diminui – no problema gravitacional análogo, o campo gravitacional aponta verticalmente para
baixo, sentido em que a energia potencial gravitacional decresce.
44
O que o gerador faz é transportar as cargas que chegam ao polo negativo até o polo positivo, elevando o
potencial elétrico dessas cargas e, assim, permitindo que a corrente flua continuamente. Em suma, o gerador realiza
o trabalho de elevar as cargas de um potencial menor (no polo negativo) para um potencial maior (no polo positivo).
A força eletromotriz do gerador é o trabalho por unidade de carga que é realizado para transportar as cargas do polo
negativo até o positivo. De acordo com a definição de diferença de potencial elétrico, a força eletromotriz de um gerador
coincide com a diferença de potencial que o gerador é capaz de estabelecer entre seus polos. Por exemplo, uma bateria
de automóvel de 12V mantém uma diferença de potencial elétrico de 12V entre seu terminais positivo e negativo.
Em baterias e pilhas, o trabalho para elevar as cargas do potencial do polo negativo ao do positivo deve-se
a reações químicas que ocorrem no interior da pilha ou bateria. Já os geradores de voltagem alternada das redes
elétricas residenciais (usinas hidreléticas e termoelétricas) baseiam-se num efeito descoberto pelo grande físico
experimental inglês Michael Faraday: se um circuito é posto em movimento (por água em queda, por exemplo) na
presença de um campo magnético (produzido por ímãs permanentes) é induzida uma força eletromotriz no circuito
Num circuito elétrico, representa-se uma pilha ou bateria pelo símbolo abaixo:
A linha vertical mais longa e mais grossa indica o polo positivo, e a linha vertical mais curta e mais fina indica o
Quando um condutor de eletricidade é ligado a um gerador, passa uma corrente. Para uma dada voltagem
mantida pelo gerador, observa-se que a intensidade da corrente é maior ou menor, dependendo do condutor. Isto
se deve ao fato de condutores apresentarem uma propriedade conhecida como resistência elétrica. Você talvez já
tenha visto no cinema alguma cena de policial perseguindo um criminoso num trem lotado. Os constantes esbarrões
do policial nos passageiros limitam a sua velocidade (o mesmo se aplica ao criminoso). Quanto mais apinhado de
pessoas estiver o trem, menor a velocidade do policial durante a perseguição. Algo análogo ocorre num condutor
metálico: os elétrons livres colidem frequentemente com os átomos do metal e isso se traduz numa resistência à
V
R=
i
Onde V é a voltagem aplicada ao condutor e i é a corrente através dele. A unidade de resistência no SI é o ohm (Ω):
1V
= 1ohm = 1Ω
1A
Exemplo: Se por um chuveiro elétrico ligado à rede de 220V passa uma corrente de 20A, qual é a resistência do
V 220V
chuveiro? Por definição, a resistência é R = = = 11Ω
i 20 A
46
O quanto o ferro resiste?
Um ferro elétrico deve ser ligado a uma tensão elétrica de 127 V. Nessa condição, circula pelo seu
resistor interno, uma corrente elétrica de 10 A. Determine o valor da resistência elétrica do resistor.
Resumo
o conceito de corrente elétrica, que representa uma fluxo de elétrons que passa por um condutor, sua in-
∆Q ;
tensidade (i) pode ser calculada por meio da expressão: i=
∆t
o sentido convencional da corrente elétrica num fio é oposto ao da velocidade dos elétrons, sendo do polo
positivo para o polo negativo;
existem dois tipos de corrente, a contínua (presente em baterias) e a alternada (disponibilizadas nas resi-
dências);
voltagem (ou tensão) é diferença de potencial entre dois pontos a e b e é definida como o trabalho Wab
realizado pelo campo elétrico sobre uma carga q. Sua unidade é o volt (V).
Veja Ainda
Embora esta unidade não tenha previsto uma discussão detalhada acerca da natureza dos materiais e de suas
propriedades elétricas, alguns aspectos relacionados com as propriedades de materiais condutores foram discutidos.
Em geral, esses materiais condutores são apresentados na literatura clássica como aqueles que facilitam a ocorrência
de correntes elétricas, em contraposição aos materiais isolantes. Em situações normais (temperatura ambiente) a
borracha, o vidro, a porcelana, a cerâmica, o papel, a madeira, os polímeros em geral, são materiais isolantes, assim
dedicassem muito tempo na busca de ligas metálicas complexas que pudessem se comportar como condutores
ideais, ou seja, que tivessem resistência elétrica nula, quando submetidas a baixas temperaturas. Algo que parecia
lógico.
Entretanto, a resposta acabou surgindo a partir de um complexo cerâmico, de onde menos se esperava, pelo
fato dos cerâmicos serem isolantes em situações normais (temperatura ambiente). Combinações que envolvem os
elementos Ítrio, Bário e Cobre, quando submetidas a temperaturas muito baixas apresentam efeitos surpreendentes
para determinadas temperaturas críticas, que fazem desses complexos cerâmicos condutores perfeitos. A esses
materiais denomina-se supercondutor e as primeiras aplicações tecnológicas relacionadas com estas pesquisas
Atividade 1
que atravessa a seção transversal do condutor a partir de uma simples manipulação algébrica.
∆Q
i = , logo: ∆Q =∆
i t
∆t
∆Q = 4 ⋅ 2
∆Q = 8C
∆Q
∆Q = n ⋅ e e n =
e
8
n= ,∴ n = 5 ⋅ 1019 elétrons.
1,6 ⋅ 10 −19
48
Atividade 2
∆Q
a. Por definição de corrente elétrica, i = , donde
∆t
∆Q = i ⋅ ∆t = (450 ⋅ 10 −3 A) ⋅ (20 ⋅ 60 s ) = 0, 45 ⋅ 1200 As = 540C .
Atividade 4
V
Para se calcular o valor da resistência utilizamos a fórmula R = .
i
Substituindo os valores fornecidos pelo problema, teremos:
127
R=
10
=
R 12,7Ω
Bibliografia
HALLIDAY D., RESNICK, R. e WALKER, J. (1996). Fundamentos de Física, v.3. Rio de Janeiro: Ed. LTC.
Imagens
• André Guimarães
• http://www.sxc.hu/photo/474614.
• http://www.sxc.hu/photo/1039796.
• http://www.sxc.hu/photo/838766.
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=search&w=1&txt=wire&p=2.
• http://en.wikipedia.org/wiki/File:Ampere_Andre_1825.jpg.
• http://www.sxc.hu/photo/841712.
50
Atividade extra
Questão 1 (Adaptado de UFRS)
A frase “O calor do cobertor não me aquece direito” encontra-se em uma passagem da letra da música “Volta”,
de Lupicínio Rodrigues. Na verdade, sabe-se que o cobertor não é uma fonte de calor e que sua função é a de isolar
termicamente nosso corpo do ar frio que nos cerca. Existem, contudo, cobertores que, em seu interior, são aquecidos
eletricamente por meio de uma malha de fios metálicos nos quais é dissipada energia em razão da passagem de uma
corrente elétrica.
Esse efeito de aquecimento pela passagem de corrente elétrica, que se observa em fios metálicos, é conhecido
como efeito:
a. Ohm;
b. Joule;
c. estufa;
d. fotoelétrico.
Um resistor tem resistência R = 30 Ω e está submetido a uma diferença de potencial V = 120 V, como represen-
a. 0,25;
b. 0,33;
d. 4,00.
Pela secção reta de um condutor de eletricidade passam 12,0 C a cada minuto. Nesse condutor a intensidade
a. 0,08;
b. 0,20;
c. 5,0;
d. 7,2.
Uma corrente elétrica com intensidade de 8,0 A percorre um condutor metálico. A carga elementar é e=1,6x10-19 C.
Qual o tipo e o número de partículas carregadas que atravessam uma secção transversal desse condutor, a
cada segundo?
52
Questão 5 (Cecierj – 2013)
Um fio de um circuito elétrico de um pisca-pisca de árvore de natal é percorrido por uma corrente de 2 A (2
Determine a quantidade de carga, em Coulomb, e a quantidade de elétrons que atravessa a área da seção
Questão 1
A B C D
Questão 2
A B C D
Questão 3
A B C D
Questão 4
A B C D
Questão 5
A expressão que define a intensidade de corrente permite calcular a quantidade de carga que atravessa a
seção transversal do condutor a partir de uma simples manipulação algébrica. Assim: i = Δq/Δt, logo Δq = i ∙ Δt.
Δq = 2 x 8, donde Δq = 16C.
Sabemos que qualquer quantidade de carga é um múltiplo inteiro (n) da carga do elétron. Assim, é pos-
54
Civilização Elétrica
Fascículo 5
Unidade 13
Civilização
Elétrica
Para início de conversa ...
ternos. Embora sejam invisíveis aos olhos, as correntes elétricas que circulam em
dor, quando percorrido por corrente, produz movimento de rotação. Até mesmo
que elétrico.
correntes elétricas faz com que este conceito seja visto como um dos mais impor-
Na última unidade, você viu como a corrente elétrica ocorre. Nesta unidade,
58
Seção 1
Relembrando a resistência elétrica
Em geral, a corrente elétrica que se estabelece ao longo da rede cristalina do condutor depende das proprie-
dades elétricas do material. Materiais com maior quantidade de elétrons livres como os metais (condutores) oferecem
as melhores condições para a ocorrência de correntes elétricas. Além disso, o estado de maior ou menor vibração dos
átomos da rede, associado à temperatura em que o material encontra-se, pode dificultar (mais ou menos) a passagem
dos elétrons. Assim, a deficiência de elétrons livres e/ou as temperaturas elevadas são fatores determinantes para o
aumento da resistência à passagem da corrente elétrica, efeito denominado resistência elétrica (R).
O parâmetro físico que traduz essa relação entre a resistência elétrica e a natureza do material, e sua tempe-
ratura, chama-se resistividade elétrica, e indica-se pela letra grega ρ (lê-se rô). Ela influencia diretamente o valor da
resistência elétrica.
Apesar do seu efeito aparentemente indesejado nos circuitos elétricos, já que a resistência elétrica “atrapalha”
a passagem da corrente, em certas situações do cotidiano esse efeito resistivo é aproveitado, dependendo da função
Em muitos casos, são introduzidos nos circuitos, os chamados resistores elétricos – elementos de circuito espe-
Um resistor pode ser introduzido, por exemplo, em situações onde se pretende provocar uma limitação ou
controle do valor da corrente no circuito, como no caso dos controles de luminosidade de lâmpadas (dimmers) onde
a inserção da resistência no circuito pode ocorrer de forma gradual, permitindo um controle da corrente que passa
Figura 1: O dimmer é um equipamento que, uma vez instalado, possibilita a inserção controlada de uma resistência no circui-
to e, consequentemente, o controle da corrente que passa pela lâmpada.
energia elétrica em calor. Assim, é comum a utilização de resistores especialmente desenvolvidos para provocar essa
“produção de calor” em determinados eletrodomésticos. São exemplos: o ferro elétrico, o ferro de solda, o chuveiro
Seção 2
Resistividade elétrica
Embora os materiais condutores sejam utilizados na fabricação de fios elétricos, mesmo nesses fios conduto-
res, o efeito resistivo é verificado. Como já foi dito anteriormente, esse efeito está relacionado diretamente à natureza
do material e sua capacidade de fornecer elétrons livres e a temperatura em que se encontra o material.
Ohm descobriu que, dados dois fios cilíndricos do mesmo material, a resistência cresce proporcionalmente ao
comprimento do fio (l) e é inversamente proporcional à área da seção transversal do fio (A); além disso, depende do
material de que o fio é feito. As descobertas de Ohm podem ser resumidas na seguinte fórmula:
R= ,
A
onde ρ representa uma propriedade característica de cada material.
A figura a seguir mostra um pedaço de um fio condutor cilíndrico de comprimento ℓ e área de seção transver-
sal igual a A.
60
Considerando que o fio é constituído por um material cuja resistividade elétrica é dada por ρ, o valor da resis-
tência elétrica desse trecho do fio é calculado a partir das características elétricas do material constituinte e de alguns
parâmetros geométricos, como a área da seção (A) e o comprimento (ℓ). Assim, vejamos, a partir de uma análise qua-
Em relação à resistividade do material (ρ), é esperado que a dependência seja direta, ou seja, fios fabricados
com material de alta resistividade devem exibir maiores efeitos resistivos. Em relação ao comprimento, também se
espera uma dependência direta, já que, fios mais extensos (ℓ grande) representam caminhos mais longos para os
elétrons que se movem ao longo da rede cristalina. Já em relação à área da seção reta (A), é esperada uma relação de
dependência inversa, ou seja, fios mais largos (A maior) apresentam menor dificuldade à passagem dos elétrons e,
consequentemente, menor resistência. Esse efeito pode ser melhor compreendido a partir de uma analogia entre o
fluxo de elétrons e um fluxo de pessoas que se deve escoar através de uma porta. Se a abertura do local é grande o
Do ponto de vista matemático, a expressão que traduz a dependência da resistência elétrica (R) em relação aos
R= .
A
Uma simples manipulação algébrica da expressão apresentada anteriormente, acompanhada da análise di-
RA
ρ= .
Logo, as unidades [U] ficam:
V[R].V[A]
V[ ρ] = .
V[]
em mm2 temos:
U[ρ] = Ω ∙ mm2/m.
A outra forma é realizando a transformação de área para m2 e fazendo as simplificações pertinentes. Nesse
caso, a unidade utilizada será:
U[ρ] = Ω ∙ m
Note que a unidade SI de resistividade é Ω ∙ m (ohm vezes metro). Como você poderá observar na ta-
bela a seguir, a resistividade varia enormemente entre os diversos materiais: é baixíssima para metais,
que são excelentes condutores de eletricidade, e altíssima para maus condutores ou isolantes. Um
isolante não tem resistividade infinita, mas sua resistividade é astronomicamente maior do que a de
um condutor metálico por um fator 1020 ou perto disto.
Condutores Semicondutores
Material Resistividade Material Resistividade
Prata 1,59 x 10-8 Água salgada (saturada) 4,4 x 10-2
Cobre 1,69 x 10-8 Germânio 4,6 x 10-1
Ouro 2,21 x 10-8 Diamante 2,7
Tungstênio 5,60 x 10-8 Silício 2,5 x 103
Ferro 9,61 x 10 -8
Isolantes
Platina 11 x 10 -8
Água pura 2,5 x 105
Chumbo 22 10-8 Madeira 108 a 1011
Manganês 1,44 x 10 -6
Vidro 1010 a 1014
Grafite 1,4 x 10-5 Quartzo fundido 1016
Tabela 1: Resistividades de alguns materiais em Ω ∙ m (para pressão de 1 atm e temperatura de 200 C).
Exemplo: Um fio de cobre rígido, usado em instalações elétricas residenciais, tem seção reta de área
A = 4,0 mm2 = 4 x 10-6 m². Qual é a resistência de dois metros desse fio? Usando a resistividade do cobre na Tabela 1,
temos R = ρ L / A = 1,68 x 10-8 x 2 / 4 x 10-6 = 0,0084 Ω, que é uma resistência muito pequena.
62
De quanto é a resistência?
Seção 3
A Lei de Ohm
A figura a seguir exibe um diagrama de um circuito elétrico simples, onde o consumidor de energia é um resis-
tor cujo valor da resistência elétrica é R. Os resistores são feitos de materiais de alta resistividade (baixa condutivida-
de) e são usados para regular a corrente em circuitos elétricos. Na representação esquemática de um circuito elétrico,
os resistores são representados por uma linha em zigue-zague; os fios de ligação entre resistores têm resistência
diretamente aos terminais A e B do resistor R, impondo a ele uma diferença de potencial V. Além disso, como o circuito
Em suas investigações, Georg Ohm descobriu que para muitos materiais, notadamente os metais, a resistência
não depende da voltagem aplicada, isto é, qualquer que seja V a corrente i é tal que o quociente V/i é sempre o mes-
mo. Em outras palavras, para os condutores estudados por Ohm tem-se que R é constante, logo:
R = V/i ou V = R ∙ i
Este resultado tornou-se conhecido como lei de Ohm. Os condutores que obedecem à lei de Ohm são conheci-
dos como condutores ôhmicos. Apesar do nome, a lei de Ohm não é uma lei física fundamental como, por exemplo,
a lei da conservação da energia. Há condutores e dispositivos eletrônicos que não obedecem à lei de Ohm. Para um
condutor ôhmico, se traçarmos um gráfico da voltagem em função da corrente obteremos uma linha reta passando
pela origem, pois V=Ri com R constante; se o condutor não for ôhmico, o gráfico não será uma linha reta.
Figura 4: Gráficos da voltagem em função da corrente para um condutor ôhmico e um não ôhmico.
64
Seção 4
Efeito Joule
Assim como os sistemas mecânicos, um sistema elétrico, por mais simples que seja, funciona a partir do con-
sumo de energia. Apesar de a energia ser um conceito universal para as ciências, no contexto dos sistemas elétricos
Quando o elemento do circuito é um resistor, a energia elétrica perdida pelas cargas ao atravessarem o resistor
é transformada em energia térmica, isto é, o resistor se aquece. Isto deve-se às frequentes colisões dos elétrons de
condução com os átomos do condutor, elevando o grau de agitação térmica destes, ou seja, provocando aumento
James Prescott Joule (1818-1889) foi um físico inglês que contribuiu significativamente para os estudos sobre
o calor e, por isso, recebe o nome de Efeito Joule, o processo de transformação de energia elétrica em calor que ocorre
Todos os aparelhos de aquecimento, tais como ferro elétrico, chuveiro elétrico e forno elétrico funcionam com base
no efeito Joule: consistem essencialmente numa resistência elétrica que é aquecida pela passagem de uma corrente.
Figura 5: Quando uma corrente elétrica passa por um resistor, os elétrons colidem com os átomos do condutor. Esse atrito
gera calor.
Assim como no caso da energia, no contexto dos sistemas elétricos o conceito de potência, apesar do seu ca-
ráter universal dentro da física, recebe a denominação especifica de potência elétrica e a expressão matemática que
permite o seu cálculo envolve o produto entre a diferença de potencial aplicada sobre o consumidor (V), e a corrente
P = V ∙ i.
No caso específico de um resistor como consumidor de energia, a expressão da potência pode assumir outras
P = (R ∙ i) ∙ i,
P = R ∙ i2.
V
i= ,
R
V
P = V . ,
R
ou
V2
P= .
R
A unidade de potência no sistema SI é o watt (pronuncia-se uót), simbolizado por W maiúsculo: 1 watt = 1 joule
por segundo. Usando V medido em volts e i em ampères, a potência calculada pela fórmula P = Vi será dada em watts.
66
Exemplo: Quando a chave de um automóvel é virada, sua bateria de 12V faz passar uma corrente de 50A pelo
Solução: A potência do motor de arranque é P = 12 x 50 = 600 W. Assim, desprezando perdas por aquecimento
do motor, a cada segundo 600 J de energia elétrica são convertidos em energia mecânica de rotação do motor.
Chuveiro elétrico
Também no caso dos sistemas elétricos, a expressão geral que relaciona energia e potência continua válida –
e nem poderia ser diferente já que estamos tratando de conceitos universais. A única diferença é que nos sistemas
E = P ∆t
Onde E é a energia elétrica utilizada pelo consumidor e Δt é o tempo que a corrente levou percorrendo este
consumidor.
Sendo os conceitos de potência e energia dois conceitos centrais e universais na física, não haveria motivo
algum para mudanças em relação às suas unidades. Logo, as unidades utilizadas pelo Sistema Internacional são o
watt (W) e o joule (J), respectivamente, para essas duas grandezas. Além disso, é comum o uso da caloria (cal) como
unidade em situações onde a energia está associada a processos que envolvem trocas de calor.
Entretanto, para fins práticos, é comum o uso da unidade quilowatt-hora (kWh) para quantificar a energia
consumida em sistemas residenciais ou industriais. Essa unidade é utilizada, principalmente, pelas concessionárias de
Dos estudos da termodinâmica, já sabemos que 1 J equivale a 0,24 cal. Assim, sendo 1 joule equivalente ao
1J = 0,24cal e 1J = 1W ∙ 1s .
1
Sendo, 1W = 10-3 kW e 1s = h teremos:
3600
1J = 10–3 · 1 kWh,
3600
–7
1J = 2,78 · 10 kWh.
Logo:
68
Uma luz no seu estudo
Uma lâmpada encontra-se ligada a uma tensão de 60V e o seu filamento interno
b. A potência da lâmpada;
Veja Ainda
Nosso consumo de eletricidade doméstico, como aparece nas contas enviadas pela empresa fornecedora, costu-
ma ser medido em kWh (quilowatt hora). O prefixo k significa simplesmente “mil”, de modo que 1 kW = 1000 W. Como
watt é energia por unidade de tempo, multiplicando pelo tempo de 1 hora o resultado é uma certa quantidade de
energia. Assim, a conta que pagamos depende da quantidade de energia elétrica que consumimos num mês. Note que
Exemplo: A potência de operação de uma geladeira é 73 W na rede elétrica de 127 V. Qual é o consumo de
Solução: Como em um mês há 30 x 24 = 720 horas, o consumo de energia (E) num mês é dado por
cobre é ρ = 1, 69 ⋅10 −8 Ω ⋅ m.
ma teremos:
100
R = 1, 69 ⋅10 −8 ⋅ .
2 ⋅10 −6
Assim:
1, 69
R=
2
R = 0,84m.
70
Atividade 2
Atividade 3
V = Ri, logo:
V
i= ,
R
60
i= ,
120
i = 0,5A.
A potência pode ser obtida a partir da expressão que envolve a tensão (U) e a cor-
rente (i):
P = Vi, P = 60 ∙ 0,5,
P = 30W.
A energia é dada pelo produto da potência pelo intervalo de tempo que a lâmpa-
da esteve ligada. Para obtermos o valor da energia em joules (J), basta transformarmos o
Substituindo os valores:
E = PΔt,
E = 30 ∙ 7200,
E = 216000J.
valor obtido para a potência (P) em quilowatt e, em seguida, efetuar a operação utilizando
E = PΔt,
E = 30 ∙ 10-2,
E = 6 ∙ 10-2 kWh.
Imagens
• André Guimarães
72
O que perguntam por aí
Questão 1 (Enem 2010)
Observe a tabela seguinte. Ela traz especificações técnicas constantes no manual de instruções fornecido pelo
Fonte: http://www.cardal.com.br/manualprod/Manuais/Torneira%20Suprema/Manual_Torneira_Suprema_R00.pdf
Considerando que o modelo de maior potência da versão 220 V da torneira suprema foi inadvertidamente co-
nectada a uma rede com tensão nominal de 127 V, e que o aparelho está configurado para trabalhar em sua máxima
a. 1.830 W
b. 2.800 W
c. 3.200 W
d. 4.030 W
e. 5.500 W
Comentário: Observando as informações contidas na tabela, podemos verificar que, caso a torneira tivesse
sido ligada corretamente, esta desenvolveria um potência P1 = 5500 W ligada em V1 = 220 V, já que foi configurada
para trabalhar com a sua potência máxima. Entretanto, na situação em que ela verdadeiramente operou, a tensão de
O fato de o erro de instalação ter ocorrido inadvertidamente nos faz concluir que a configuração foi mantida
e, portanto, não há nenhum motivo para se pensar que foram modificadas ligações nos circuitos da torneira, o que
garante que a resistência interna do seu circuito é a mesma das duas situações.
Assim, podemos escrever as expressões para as potências desenvolvidas nas duas situações da seguinte ma-
neira:
(V1 )2 (V2 )2
=P1 = ; P2
R R
(V1 )2 (V2 )2
=P1 = ; P2 .
R R
O valor que procuramos é o valor de P2 . Logo, dividindo P2 por P1, teremos:
(V2 )2
P2
= R .
P1 (V1 )2
Ou R
P2 (V2 )2 R
= ⋅ ,
P1 R (V1 )2
P2 (V2 )2
= ,
P1 (V1 )2
2
P2 V2
= ,
P1 V1
2
V
P2 = 2 . P1 .
V1
74
2
127 ⋅
P2 = 5500,
220
P2 = (0,577)2 ∙ 5500,
P2 = 1832,8W.
A energia elétrica consumida nas residências é medida, em quilowatt-hora, por meio de um relógio medi-
dor de consumo. Nesse relógio, da direita para esquerda, tem-se o ponteiro da unidade, da dezena, da centena e
do milhar. Se um ponteiro estiver entre dois números, considera-se o último número ultrapassado pelo ponteiro.
Suponha que as medidas indicadas nos esquemas seguintes tenham sido feitas em uma cidade em que o preço do
a. R$ 41,80.
b. R$ 42,00.
c. R$ 43,00.
d. R$ 43,80.
e. R$ 44,00.
Comentário: Seguindo as instruções fornecidas pelo texto do problema, podemos observar que as situações
Efetuando a subtração entre os valores encontrados é possível determinar a quantidade de energia consumida
em um mês (E):
E = 2783 – 2563,
E = 220 KWh.
Em um manual de um chuveiro elétrico são encontradas informações sobre algumas características técnicas,
ilustradas no quadro, como a tensão de alimentação, a potência dissipada, o dimensionamento do disjuntor ou fusí-
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Uma pessoa adquiriu um chuveiro do modelo A e, ao ler o manual, verificou que precisava ligá-lo a um disjun-
tor de 50 amperes. No entanto, intrigou-se com o fato de que o disjuntor a ser utilizado para uma correta instalação
suas respectivas resistências elétricas, RA e RB, que justifica a diferença de dimensionamento dos disjuntores, é mais
próxima de:
a. 0,3.
b. 0,6.
c. 0,8.
d. 1,7.
e. 3,0.
Resposta: letra A
Comentário: Consultando o quadro fornecido pelo problema, na primeira situação, temos uma tensão
VA = 127 V e na segunda situação a tensão VB = 220 V. O problema informa ainda, que nas duas situações a potência
Podemos iniciar a construção da solução do problema escrevendo as expressões das potências para as situa-
ções A e B:
(VA )2 (VB )2
PA = e PB = .
RA RB
Efetuando a divisão de PB por PA, teremos:
(VB )2
PB R
= B2 ,
PA (VA )
RA
PB (VB )2 RA
= ⋅ .
PA RB (VA )2
(VB )2 RA
1= ⋅ ,
RB (VA )2
2
RA (VA )2 R V
= 2
→ A = A .
RB (VB ) RB VB
2
RA 127 RA
= → = 0 , 33 .
RB 220 RB
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Atividade extra
Questão 1 (Adaptado de UFAC - 2002)
Um circuito tem uma bateria de 12 V, cuja resistência elétrica interna é desprezível. A bateria alimenta uma
a. 1,5;
b. 3,0;
c. 6,0;
d. 12.
Quando um condutor é aquecido ao ser percorrido por uma corrente elétrica, ocorre o fenômeno conhecido
como Efeito Joule, em homenagem ao Físico Britânico James Prescott Joule (1818-1889). São vários os aparelhos que
Dentre os eletrodomésticos citados a seguir, o que tem seu funcionamento baseado no efeito Joule é a:
a. batedeira;
b. geladeira;
c. torradeira;
d. televisão.
A instalação elétrica de uma residência utiliza um circuito elétrico em paralelo, em que todos os equipamentos
têm a mesma tensão. Quando o equipamento é ligado, ocorre variação na corrente elétrica do circuito, que é direta-
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Indique, em ordem crescente, as variações nas correntes elétricas drenada por esses eletrodomésticos.
a. A, B, C, D;
b. B, A, C, D;
c. D, C, A, B;
d. D, C, B, A.
Os gráficos na figura a seguir mostram o comportamento da corrente em dois resistores, R1 e R2, em função da
tensão aplicada.
a. tempo;
b. energia;
c. potência;
d. corrente elétrica.
O dono de uma padaria resolveu ampliar os seus negócios e instalar três novos fornos elétricos iguais a um que
já está instalado, cuja potência nominal é de 3 kW. Um eletricista, chamado para dimensionar a fiação para suportar
a carga adicional, sugeriu trocar a bitola (diâmetro) dos fios que ligam o quadro de força específico dos fornos até o
Para uma instalação correta, a nova bitola de fio deve ser capaz de suportar uma corrente elétrica, no mínimo,
igual à:
a. da instalação atual;
Medidas feitas à temperatura constante deram origem ao gráfico de diferença de potencial (V) versus corrente
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Diga se o resistor é ôhmico. Justifique.
A primeira lei de Ohm foi fruto de trabalhos do físico alemão Georg Simon Ohm (1787-1854).
Calcule a resistência ôhmica de um chuveiro sabendo que ele se encontra submetido a uma tensão de 120
Questão 1
A B C D
Questão 2
A B C D
Questão 3
A B C D
Questão 4
A B C D
Questão 5
A B C D
Questão 6
A B C D
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Questão 7