Ceja Medio Fisica Fasciculo 7
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Ceja Medio Fisica Fasciculo 7
Unidades 16 e 17
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Governador Vice-Governador
Wilson Witzel Claudio Castro
Secretário de Estado
Leonardo Rodrigues
Secretário de Estado
Pedro Fernandes
FUNDAÇÃO CECIERJ
Presidente
Gilson Rodrigues
Produção Gráfica
Verônica Paranhos
Sumário
Unidade 16 | O mundo dentro do espelho 5
Seja bem-vindo a uma nova etapa da sua formação. Estamos aqui para auxiliá-lo numa jornada rumo ao
aprendizado e conhecimento.
Você está recebendo o material didático impresso para acompanhamento de seus estudos, contendo as
informações necessárias para seu aprendizado e avaliação, exercício de desenvolvimento e fixação dos conteúdos.
Além dele, disponibilizamos também, na sala de disciplina do CEJA Virtual, outros materiais que podem
site da internet onde é possível encontrar diversos tipos de materiais como vídeos, animações, textos, listas de
exercício, exercícios interativos, simuladores, etc. Além disso, também existem algumas ferramentas de comunica-
Você também pode postar as suas dúvidas nos fóruns de dúvida. Lembre-se que o fórum não é uma ferra-
menta síncrona, ou seja, seu professor pode não estar online no momento em que você postar seu questionamen-
to, mas assim que possível irá retornar com uma resposta para você.
Para acessar o CEJA Virtual da sua unidade, basta digitar no seu navegador de internet o seguinte endereço:
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pondente a ele.
Bons estudos!
O mundo dentro
do espelho
Fascículo 7
Unidade 16
O mundo dentro
do espelho
Para início de conversa...
Você já parou para pensar o que seria a sua vida sem luz? Seria como
não ter visão. Talvez você não saiba, mas o cérebro humano, capaz de proezas
formidáveis, dedica cerca de um terço (30%) da sua capacidade para este sentido.
ou assistir a um filme, até atividades mais complexas, como tentar atravessar uma
Podemos dizer que o ramo da física que se dedica a esse estudo é a óptica.
câmera fotográfica, e até mesmo a formação dos eclipses. Além disto, a óptica
Figura 1: A óptica geométrica vai nos ajudar a entender como funcionam nossos olhos,
como somos capazes de tirar uma foto com uma câmera e descobrir o que está por trás
de um eclipse.
foi descoberto em meados do século XVII com o auxílio do microscópio feito pelo holandês Leeuwenhoek.
Para entender um pouco sobre o funcionamento desses objetos, precisamos entender antes o que é raio
Objetivos de aprendizagem
Utilizar o modelo de raio luminoso para representar sombras e imagens formadas em espelhos.
8
Seção 1
E das sombras fez-se a luz
Ao caminhar num dia ensolarado, você muito provavelmente já observou diversas sombras, das mais variadas
formas e tamanhos. Quando a luz incide em um objeto que não permite a sua passagem, podemos ver um contorno
deste corpo projetado em um outro objeto (no caso das sombras da rua, você as vê no chão, ou projetadas em prédios,
muros). Chamamos a objetos desse tipo, que não permitem a passagem de luz, objetos opacos (veja a Figura 2).
a b
Figura 3: Em (a), ressaltamos em vermelho, uma linha, que passa rente ao patinho e que delimita a região de sombra. Na Figura
3-b é formado um conjunto de raios luminosos.
linha, que passa rente ao patinho e que delimita a região de sombra. Chamaremos a esta linha vermelha segmento
AB. Podemos muito bem representar a trajetória descrita pela luz utilizando este segmento de reta AB, que chamamos
raio luminoso. Mas este é apenas um dos raios de luz que sai da luminária – afinal, você vê a luz iluminar muito mais
Usando essa mesma lógica, podemos imaginar que o facho de luz que sai da lâmpada na Figura 3b é formado
por um conjunto de raios luminosos. Chamamos feixe luminoso a esse conjunto de raios . Uma característica desse feixe
é que ele parte de um ponto, a lâmpada da figura, e se abre. Chamamos este tipo de feixe de divergente. Como outros
exemplos de feixes divergentes temos a luz emitida pelo farol de uma moto, de uma lanterna ou de um poste. Em geral,
Figura 4: Feixe convergente. Nesta imagem, tal feixe foi criado utilizando-se uma lente convergente. Esse tipo de lente será
discutida na próxima aula.
Um feixe convergente é aquele cujos raios luminosos, ao saírem de sua origem, vão se aproximando até se
encontrarem em um determinado ponto, como em um funil. Este tipo de feixe é utilizado em diversos instrumentos,
Hipermetropia
É uma deformação no olho humano que faz com que a pessoa tenha um erro na focalização das imagens. Ao contrário da mio-
pia, as pessoas com hipermetropia têm dificuldade em focalizar imagens de perto.
Por fim, um feixe também pode ser dito colimado, que é quando os raios luminosos são paralelos entre si,
10
a b
Um feixe laser é um exemplo de feixe colimado (veja a Figura 5b). Se projetarmos o laser em uma parede e
caminharmos em sua direção, veremos que o tamanho do ponto luminoso não se alterará, o que indica que o feixe
não é nem convergente nem divergente. Se fosse, o tamanho do ponto se alteraria conforme nos movimentamos (se
você fizer essa experiência aproximando uma luminária comum da parede, poderá observar a diferença).
Represente a sombra da vela projetada no chão, de acordo com a luz que vem da
luminária.
12
Classificando os feixes de luz
Suponha que uma pessoa de 1,8 m de altura esteja interessada em estimar a altura
de um prédio. Esta pessoa mediu o tamanho de sua própria sombra, e obteve um valor
de 3,0 m. Logo em seguida, ele estimou o tamanho da sombra deste edifício como tendo
14
Seção 2
Espelho, espelho meu
Lembre-se das vezes que você se arrumou para ir a alguma festa. Muito provavelmente, durante essas atividades,
você se olha em algum espelho, que é uma superfície plana, onde você vê a sua própria imagem. Na falta de um espelho,
como você faria para conferir se o seu penteado está do seu agrado? Sem dúvida, apenas alguns objetos são capazes de
gerar uma imagem. Quais características que um objeto precisa ter para que ele consiga formar uma imagem sua?
a b
Figura 6: Em (a), temos a reflexão regular (em um espelho). Em (b), temos um exemplo de reflexão difusa, que pode ser obser-
vada quando o feixe laser reflete na parede. Isto se deve à irregularidade da parede, que não é suficientemente polida.
Um característica que o seu espelho possui é a polidez de sua superfície. Esta é uma característica primordial
para a formação de imagens, pois é a regularidade da superfície polida que faz com que os raios luminosos que
Repare o caso da Figura (6-b). A irregularidade da parede faz com que o feixe laser, inicialmente colimado,
seja refletido de maneira difusa. Por causa disso, não conseguimos ver uma imagem bem definida do feixe na outra
Vamos agora utilizar a lei da reflexão para entender um pouco mais a formação de imagens em um espelho
como o do seu banheiro, conhecido como espelho plano. Na Figura 8, temos três raios luminosos, que partem de uma
a b
Figura 8: Você pode ver claramente que os raios 1, 2 e 3 são refletidos pelo espelho, gerando respectivamente os raios 1’, 2’ e 3’.
16
Devido à lei da reflexão, podemos notar que a imagem associada à fonte laser (na Figura 8a), formada atrás
do espelho corresponde ao prolongamento dos raios refletidos para o lado de dentro do espelho, em específico os
raios 4, 5 e 6. A esse tipo de imagem damos o nome de imagem virtual, pois se situa atrás do espelho e é formada
pelo prolongamento dos raios refletidos. Na Figura 8b podemos ver esquematicamente como a lei da reflexão pode
O fenômeno representado visualmente na Figura 8 sempre ocorre. Entretanto, em situações normais, não
somos capazes de ver a trajetória dos raios luminosos (veja a Figura 9).
Figura 9: Repare que, para enxergarmos o feixe, foi necessário que a luz atravessasse um recipiente que contém fumaça.
Embora não possamos ver o trajeto dos raios, todos os pontos da chama emitem inúmeros raios luminosos,
que se comportam da mesma maneira que os raios laser da Figura 9. Deste modo, a cada um dos pontos da vela
temos associado um prolongamento de raios que formam a imagem de cada um deles.
corpo da vela.
lâmpada, TV ou mesmo uma simples chama para enxergarmos. Só somos capazes de ver objetos que não são fontes
luminosas por que estes objetos refletem a luz oriunda de uma fonte.
Podemos concluir disto que a grande maioria dos objetos refletem luz, pelo simples fato de sermos capazes
de enxergá-los.
Por exemplo, não é muito incomum (talvez isso já lhe tenha ocorrido) se deparar com uma placa de vidro que,
de tão limpa e polida, lhe passou a impressão de não existir, e que o fez acabar se chocando com a mesma.
Mesmo uma placa de vidro com estas características, se observada com mais atenção, reflete a luz que nela
incide, formando uma imagem sua, funcionando como um espelho. Perceba que isto também ocorre quando você
observa a vitrine de uma loja. Além de sermos capazes de ver o seu interior, podemos também observar a nossa
Fonte própria: Quando o objeto é emissor de luz. É um objeto que não depende da luz refletida sobre
ele para ser visto (por exemplo a chama da vela da Figura 10).
Fonte não própria: São os objetos que só são vistos por refletirem iluminação proveniente de uma
fonte qualquer (por exemplo o corpo da vela da Figura 10).
Uma propriedade bastante importante das imagens formadas pelos espelhos planos é o fato de a distância
entre a imagem e o espelho ser igual à distância entre o espelho e o objeto. Para ilustrar esse fenômeno, imagine que
dispomos uma placa de vidro de pé, sobre uma folha centimetrada, tal como na Figura 11.
18
Figura 11: Folha de papel centimetrado com uma placa de vidro na vertical.
Dispomos, a 5cm da placa de vidro, um alfinete de cabeça azul e do lado oposto da placa de vidro, repetimos
o procedimento, colocando desta vez um alfinete de cabeça vermelha. O alfinete vermelho encontra-se na posição 2,
Note que a imagem do alfinete azul localiza-se exatamente sobre o alfinete vermelho, estando ambos a uma
distância de 5cm da placa. Uma outra característica importante é que a imagem formada tem o mesmo tamanho do
a posição do alfinete azul de um centímetro, da posição 12 para a posição 13, a imagem formada também se moverá
de um centímetro, movendo-se para a posição 1 cm. Isto ocorre porque a distância entre a imagem e o espelho deve
Figura 12: Mudança de posição do alfinete azul (de 12cm para 13 cm) com consequente
mudança na posição de sua imagem de 2cm para 1 cm.
Definindo a velocidade como a distância percorrida por um corpo num certo intervalo de tempo, isto é, a
rapidez com que o corpo se move, podemos dizer que, tanto a imagem quanto o objeto deslocaram-se com a mesma
velocidade, porque ambos percorreram a mesma distância (no caso, 1cm), gastando o mesmo intervalo de tempo.
7 para a posição 6, a imagem deverá caminhar da posição 2 para a posição 0cm e, portanto, desloca-se o dobro do
deslocamento percorrido pela placa. Novamente, isto ocorre porque a distância entre o objeto e a placa deve ser igual
Vemos então que a velocidade da imagem será duas vezes maior que a da placa, pois, ao movimentar o vidro de
Enantiomorfismo
Da próxima vez que você estiver de frente a um espelho, faça a seguinte experiência: levante a mão esquerda
e perceba que ao se colocar no lugar de sua imagem você estaria com a mão direita erguida, ou seja, a imagem a
aparece invertida. A esse fenômeno damos o nome de enantiomorfismo (veja a Figura 10).
Figura 13: Temos uma moça de frente a um espelho. Veja que o cabelo dela está do seu lado direito. Se nos colocarmos no lugar
da sua imagem, entretanto, seu cabelo estará do lado esquerdo.
É devido a este fenômeno que carros de bombeiro e ambulâncias possuem letreiros invertidos, para que
20
O que é visto no espelho
Faça um diagrama que forma a imagem dos objetos, representados pelas setas, a
Fugindo do espelho
do oposto. Se o indivíduo caminha com uma velocidade de um passo por segundo, a qual
A L V N Q
Virando do avesso
7
Escreva o seu nome de forma que a imagem formada pelo seu nome num espelho
22
Seção 3
Espelhos curvos
Na seção anterior, discutimos as imagens formadas por espelhos e superfícies planas. No exemplo das
ambulâncias, falamos do espelho retrovisor do carro. Você já notou que a imagem produzida por esse espelho é
menor que o objeto em si? Isso se deve ao fato de a superfície desse espelho não ser plana. Na verdade, esse espelho
é dito convexo, ou seja, a superfície refletora do espelho é abaulada (curvada) para fora como a forma de uma esfera
a b
Figura 14: Repare que a superfície refletora nas imagens (a) e (b) é abaulada, modificando a imagem que é vista.
A imagem formada por um espelho convexo é sempre virtual (formada atrás do espelho, pelos prolongamentos
dos raios refletidos), como no espelho plano de seu banheiro. Entretanto, a imagem será sempre menor que o objeto,
e a distância entre a imagem e o espelho, menor que a do objeto ao espelho (veja a Figura 14).
Geometricamente podemos entender esse fenômeno da seguinte forma: pela lei da reflexão, o ângulo formado
entre a normal e o raio incidente deve ser igual ao ângulo entre a normal e o raio refletido.
No caso do espelho convexo, entretanto, a curvatura do mesmo faz com que a normal mude de direção de tal
forma que o prolongamento dos raios refletidos torna-se mais convergente se comparado com o espelho plano. Na
Atividade 8, você aplicará a lei da reflexão, verificando o que descrevemos em palavras neste parágrafo.
8
Desenhe os raios refletidos para os espelhos 1 e 2 da figura a seguir, utilizando a lei
da reflexão.
Figura 15).
24
distância bastante especial para entendermos a construção de imagens em espelhos convexos que é a distância focal.
Todos os raios luminosos que sejam paralelos ao eixo focal (reta horizontal que passa pelo centro de curvatura
do espelho), terão prolongamentos que se encontram em um ponto dentro do espelho (ver Figura 16).
a b
Figura 16: Reflexão de raios paralelos ao eixo focal em um espelho convexo. Na figura (a), temos um esquema mostrando
como os reflexos dos raios são prolongamentos a partir do foco. Em (b), temos a imagem real de uma reflexão de raios em um
espelho convexo.
A esse ponto damos o nome de foco. Para construir uma imagem nesse espelho, usaremos o mesmo processo
que usamos no espelho plano. Pegaremos um raio luminoso que sai do objeto e chega ao espelho e que seja paralelo
ao eixo focal, e a partir do ponto onde ele encontra a superfície do espelho, traçaremos o raio refletido.
A partir daí, podemos prolongar o raio refletido para dentro do espelho, mas precisamos de pelo menos um outro
raio luminoso para completar essa imagem (na verdade, conforme discutimos anteriormente, o prolongamento de todos
os raios luminosos que saem de um ponto é que formam a sua imagem. Entretanto, se quisermos saber apenas onde a
imagem se encontra, apenas dois raios tornam-se necessários).
Na verdade podemos escolher qualquer raio luminoso, mas escolheremos aqui um raio bastante simples que é
o raio que sai do objeto e encontra o espelho exatamente onde o eixo focal o atravessa (a esse ponto damos o nome
de vértice). O prolongamento desse raio refletido se encontra com o prolongamento feito anteriormente, e neste
ponto de cruzamento teremos a imagem do ponto que originou os dois raios (veja a Figura 17).
Se repetirmos essa tarefa para todos os outros pontos que constituem o objeto, formaremos por completo a
imagem no espelho convexo. Perceba que, se desejamos representar a imagem de um objeto similar a uma vela, só
precisamos saber onde se tocam os raios referentes à “cabeça” da vela, utilizando dois raios particulares: um que passa
paralelo ao eixo focal, e um que passa pelo vértice do espelho (veja a Figura 17).
Devido ao formato do espelho e à lei da reflexão, é simples prever a direção desse raio refletido. Como a normal
ao espelho no vértice é o próprio eixo focal, o ângulo entre este raio incidente e o eixo focal será igual ao ângulo
formado pelo seu raio refletido e o eixo. A Figura 17 ilustra um esquema deste fenômeno.
9 Pesquise algumas aplicações de espelhos convexos no seu dia a dia e dê, pelo me-
nos, um exemplo do uso de espelhos convexos que são comuns em nosso cotidiano.
26
Construção de imagens
10
Construa geometricamente, utilizando os raios especiais que discutimos nesta se-
11
De acordo com o que foi visto até aqui, explique por que motivo espelhos convexos
Bem, muito provavelmente você já se olhou em uma colher de aço inox, cuja superfície é refletora e bem
polida. A imagem formada “pelas costas” da colher é uma imagem virtual e menor, pois ela tem um formato convexo.
Mas se olharmos na parte interna da colher, notaremos que as características da imagem formada dependem da
distância do objeto (no caso, seu rosto) à colher. Há inclusive uma determinada distância em que a imagem desaparece.
Nós convidamos você a realizar o seguinte experimento: pegue uma colher de metal bem limpa e
segure-a em uma das mãos com o braço esticado, o mais distante possível de seus olhos. Feche um olho e
aproxime a colher lentamente do olho que está aberto. Você perceberá que, no ponto mais distante, a imagem
formada está de cabeça para baixo (invertida) e se forma atrás da colher (e, portanto, virtual). Ao aproximá-
la, você verá a imagem aumentar gradualmente; num ponto específico, a imagem sumirá (ficará borrada e
indistinguível) e prosseguindo com o movimento, surgirá uma imagem não invertida (direita) que aumentará à
medida que o movimento de sua mão continuar. Diferentemente das outras imagens que vimos até o momento, esta
última não se forma atrás da colher, mas sim é projetada diretamente em seus olhos (veja a Figura 18).
Figura 18: Exemplo de imagem projetada. Neste caso, a imagem foi projetada numa parede. É exatamente desta maneira que
funcionam os retroprojetores.
Há imagens deste tipo, que não se formam atrás do espelho por prolongamento de raios, mas sim são projetadas
à sua frente. São chamadas imagens reais. Vamos esquematizar os fenômenos descritos anteriormente, que esperamos
Bem, na Figura 19, podemos ver dois tipos de raios bastante peculiares, que já foram explorados no caso dos
espelhos convexos.
28
Figura 19: Em (a), temos destacados dois tipos de raios especiais. Um deles é o que viaja paralelamente ao eixo focal (e que é
refletido de modo a passar pelo foco do espelho), e o que incide no vértice. Em (b), temos um feixe de raios solares paralelos
ao eixo focal incidindo num espelho côncavo. Com o auxílio de fumaça, vemos a convergência desses raios no foco do espelho.
Todo raio que viaja paralelamente ao eixo focal do espelho é refletido de maneira a convergir num único
ponto, que chamamos foco. Um raio que incide exatamente no centro de curvatura é refletido tal como mostrado
na Figura 19a, isto é, simétrico com relação ao eixo focal. Utilizando esses dois raios especiais, ilustramos, a seguir, as
imagens formadas pelo espelho côncavo, em função da posição relativa do objeto ao espelho.
Figura 20: Imagens formadas num espelho côncavo, com respeito às posições do objeto relativas ao foco (f), vértice (V) e o raio
(que é o dobro da distância focal, por isso o rotulamos por 2f).
onde estará o espelho. Marque a posição do foco desse espelho (por exemplo, a 5 cm do vértice), e em seguida, o raio
Lembrando que todo raio paralelo ao eixo focal passa pelo foco do espelho côncavo, e sabendo que o raio
que incide no vértice e seu raio refletido correspondente estão dispostos como se o eixo focal fosse um espelho
plano, podemos representar esquematicamente as imagens formadas no espelho côncavo, de maneira análoga ao
que vemos na Figura 20. Finalmente, colocamos uma pergunta. As características das imagens que representamos
na Figura 18 são condizentes com as imagens que você observou na superfície da colher? Lembre-se de que você
12
Construa geometricamente, utilizando os raios especiais que discutimos nesta se-
30
A partir dos conhecimentos que você obteve nesta seção, explique por que os refle-
Neste texto, discutimos os fenômenos e conceitos básicos para o estudo da óptica geométrica. Você deve ter
reparado que muitos desses fenômenos você já havia observado antes, em diversas situações de sua vida. Com o
conceito de raio luminoso e a lei da reflexão, fomos capazes de construir as imagens formadas por espelhos curvos e
planos. Na próxima aula, discutiremos o fenômeno de refração, e como podemos utilizá-lo para explicar a formação
de imagens em lentes.
Resumo
A formação de sombra se dá quando um raio luminoso encontra um objeto opaco que impede a continu-
Um feixe divergente é aquele cujos raios luminosos partem de um ponto único e se espalham em várias
direções.
Um feixe convergente é aquele cujos raios luminosos partem de direções diversas e chegam a um ponto
comum.
Veja Ainda
Caso você não tenha conseguido realizar o experimento com a colher, como foi proposto nesta unidade, não
fique triste, no link a seguir há uma animação muito interessante que descreve como a imagem de um objeto se
http://www.youtube.com/watch?v=U4B8F2hCYus
32
Atividade 1
Sombra
Atividade 2
Atividade 3
Bem, a pessoa mede 1,8m e o tamanho de sua sombra é 3,0m. Com esses dados,
e sabendo que os raios de luz caminham em linha reta, podemos montar um triângulo
retângulo cujo cateto adjacente mede 3,0m e o cateto oposto 1,8m. Veja a figura a seguir.
retângulo cujo cateto adjacente ao ângulo mede 30,0m e o cateto oposto mede H, a altura
Como os raios de luz do sol vêm de muito longe, podemos considerar que eles são
todos paralelos ou seja, podemos considerá-los um feixe colimado. Isso nos permite dizer
que os dois triângulos formados são semelhantes. Logo, podemos realizar a semelhança
18,0m
Atividade 4
lho.
34
Atividade 5
passo do espelho. Note que você caminha em sentido contrário à sua imagem. Logo, nesse
instante, você estará dois passos mais distante de sua imagem. Se você se afasta a um pas-
so por segundo do espelho, a sua imagem também se afastará, com a mesma velocidade,
para dentro do espelho. Isso faz com que a distância entre você e sua imagem seja o dobro
Atividade 6
Atividade 7
Atividade 8
pois eles ampliam o campo de visão do observador. A imagem formada por um espelho
convexo tem maior amplitude, se comparada a de um espelho plano, embora seja menor
que o objeto.
Atividade 10
a)
b)
36
Atividade 11
ou seja vemos uma imagem bem ampla em uma pequena área. Essa propriedade permite
Atividade 12
Atividade 13
luz, ou pelo menos evitar que ele seja muito divergente. Veja a figura a seguir.
HEWITT, Paul. Física Conceitual, 9ª. Edição. Porto Alegre: ARTMED Ed., 2002
LUZ, Antonio Máximo Ribeiro da e ÁLVARES, Beatriz Alvarenga. Curso de física. São Paulo: Scipione. 2007.
Boa, M. F. & Guimarães, L. A. Física: Termologia e óptica Ensino Médio São Paulo: Harbra, 2007.
Imagens
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1381517.
• http://www.sxc.hu/photo/1221586.
• http://www.sxc.hu/photo/1368439.
• http://www.sxc.hu/photo/765219.
• http://en.wikipedia.org/wiki/File:Jan_Verkolje_-_Antonie_van_Leeuwenhoek.jpg.
• http://en.wikipedia.org/wiki/File:Leeuwenhoek_Microscope.png.
• http://teca.cecierj.edu.br/popUpVisualizar.php?id=47993.
38
• Vitor Lara e Leonardo Pereira Vieira.
• http://www.sxc.hu/985516_96035528.
Questão 1 (Unesp/1992)
Isaac Newton foi o criador do telescópio refletor. O mais caro desses instrumentos até hoje fabricado pelo
homem, o telescópio espacial Hubble (1,6 bilhão de dólares), colocado em órbita terrestre em 1990, apresentou em
seu espelho côncavo, dentre outros, um defeito de fabricação que impede a obtenção de imagens bem definidas das
estrelas distantes (O Estado de São Paulo, 01/08/91, p.14). Qual das figuras a seguir representaria o funcionamento
Questão 2 (Fei/1992)
Gabarito
1. D
2. A
42
Atividade extra
Questão 1 (Adaptado de ENEM - 1998)
A sombra de uma pessoa que tem 1,80 m de altura mede 60 cm. No mesmo momento, a seu lado, a sombra
Se, mais tarde, a sombra do poste diminuiu 50 cm, a sombra da pessoa passou a medir, em cm:
a. 30;
b. 45;
c. 50;
d. 80.
Oscar está na frente de um espelho plano, observando um lápis, como representado na figura:
b. L;
c. M;
d. N.
Na situação apresentada a seguir, uma fonte de luz F, proveniente de uma lanterna especial, emite um feixe de
raios luminosos paralelos. O feixe incide sobre uma caixa C, transparente, contendo um elemento óptico, responsável
Pela análise do feixe emergente, podemos concluir que, no interior da caixa, pode existir:
d. um espelho plano.
44
Questão 4 (Adaptado de UFF)
Um projeto que se beneficia do clima ensolarado da caatinga nordestina é o fogão solar (figura 1), que trans-
forma a luz do sol em calor para o preparo de alimentos. Esse fogão é constituído de uma superfície côncava reves-
tida com lâminas espelhadas que refletem a luz do sol. Depois de refletida, a luz incide na panela, apoiada sobre um
Suponha que a superfície refletora seja um espelho esférico de pequena abertura, com centro de curvatura C
e ponto focal F.
A representação da incidência e a reflexão dos raios solares, assim como a distância x na qual o rendimento do
fogão é máximo é:
a.
c.
d.
Considere um relógio de parede com ponteiros. Um estudante observou a imagem desse relógio refletida em
um espelho plano, conforme a figura a seguir, e fez a leitura de 8 horas.
Qual a leitura que o estudante faz diretamente no relógio? Faça um desenho que representa o relógio, o espe-
46
Gabarito
Questão 1
A B C D
Questão 2
A B C D
Questão 3
A B C D
Questão 4
A B C D
Questão 5
curvos. Agora, vamos focar nossa atenção no fenômeno conhecido como refração,
retroprojetores, e até nos mais poderosos telescópios, tais como o famoso Hubble.
Associar a Lei de Snell à aproximação (ou afastamento) do raio, refratado com relação à normal;
Associar a refração e as lentes estudadas a situações reais em que elas podem ser utilizadas, em função de
suas propriedades.
52
Seção 1
Refração
Para discutir o fenômeno da refração, pedimos a você que providencie um copo cheio d’água e um lápis. Coloque
o lápis no copo obliquamente (inclinado) e observe a imagem formada na lateral do recipiente (veja a Figura 2).
Figura 2: Um lápis dentro de um copo d’água. Repita essa montagem e verifique que isto acontece.
O que você pode observar de estranho? O lápis parece estar “quebrado”, certo? O fenômeno físico responsável
Em nosso estudo sobre os fenômenos que envolvem a luz, introduzimos vários aspectos e modelos relacionados
a como a luz comporta-se em determinadas situações. Agora é hora de discutirmos um pouco sobre a natureza da luz.
Você já se perguntou quanto tempo leva para que a luz saia de uma lâmpada e chegue ao chão de seu quarto,
quando você a acende? Ou ainda, se ela simplesmente não chega ao chão instantaneamente, sem demorar tempo algum?
Muito provavelmente você já observou uma tempestade e viu um relâmpago na linha do horizonte. É
interessante notar que o som provocado por esse fenômeno é ouvido somente alguns segundos depois dele ser
visto, o que nos leva à conclusão que no mínimo a velocidade de propagação da luz é consideravelmente maior que
a do som.
Para essas questões, trazemos a seguinte resposta: a velocidade da luz não é infinita, isto é, a luz leva um certo
tempo para percorrer uma determinada distância. Junto a essa informação, discutiremos rapidamente um princípio
Queremos atravessar esta pista de asfalto, para chegar até uma emergência, que está num solo barroso (veja a Figura 3).
Figura 3: Vista de cima, onde temos duas pistas distintas, com formato retangular. O carro encontra-se na quina superior
esquerda (ponto A), e deseja chegar à quina inferior direita (ponto B). Temos indicado 3 trajetórias possíveis para o carro,
numeradas como trajetórias 1, 2 e 3.
Como você bem sabe, a maior velocidade que o carro pode atingir será maior na pista de asfalto do que na pista
de barro. Suponha então que o carro viaja a 100 km/h na pista de asfalto. Se o motorista não exigir mais do motor à
medida que o carro adentrar na pista de barro, a velocidade da ambulância inevitavelmente diminuirá (digamos que
ela passou de 100 a 70 km/h). Agora, lembre-se que desejamos chegar ao ponto B da emergência no menor tempo
possível. Na Figura 2, temos indicadas 3 possíveis trajetórias. Você seria capaz de dizer em qual das três trajetórias o carro
Registre a seguir como seria essa trajetória e por que você a escolheu.
Atividade
54
Esta situação que criamos com a ambulância ilustra também o que ocorre com um raio de luz, quando o
mesmo passa de um meio para outro. O fato é que a velocidade de propagação da luz depende do meio no qual a
mesma está viajando. A seguir, damos alguns valores para a velocidade da luz no vácuo, no ar, no vidro e na água.
Figura 4: Ao atravessar diferentes meios, a luz refrata-se, mudando assim a sua velocidade. Isso causa uma deformação da
imagem que está sendo vista.
Índice de refração
Vimos anteriormente que a velocidade da luz varia conforme o meio em que ela se propaga. Podemos associar
esta mudança na velocidade da luz a um índice, que nos quantifique de alguma maneira essa variação. Definiremos o
Vv C
n= ou n =
Vm Vm
Ar nar 1,0
Agora, para ilustrar o fenômeno de maneira mais esquemática, usaremos uma fonte laser (como as facilmente
encontradas em papelarias), um aquário retangular e duas gotas de leite. Misturamos o leite à água do aquário para
evidenciar o trajeto do feixe luminoso, produzido pelo laser pointer, uma vez que a mistura da água com o leite
Figura 5: Veja que a direção do feixe luminoso altera-se, quando o mesmo passa do ar para a água.
Observe que direcionamos o feixe laser obliquamente à superfície do líquido, de modo que o raio incidente
faça um ângulo î com relação a uma reta normal (perpendicular) à superfície. A este ângulo, damos o nome de ângulo
56
Note que parte da luz que chega à superfície é refletida, segundo a lei da reflexão (ver aula anterior), enquanto
que outra parcela penetra na mistura líquida. O ângulo r formado pelo feixe que adentrou o fluido e a normal (feixe
refratado), entretanto, é diferente do ângulo incidente. Repare que ao penetrar no fluido o feixe luminoso aproximou-se
Podemos buscar uma relação empírica que nos permita relacionar os ângulos r e î, para um par de meios. No
Empírico
Baseado em observação de experiências.
Lei de Snell-Descartes
Existe uma equação que nos fornece quantitativamente a variação angular entre os raios incidente e
refratado, e que nos possibilita descobrir qual o ângulo do raio refratado, a partir do ângulo incidente
e vice versa. Ela é dada por:
senθ1 n
= 2 ,
senθ 2 n1
pois temos como objetivo apenas deixar claro que a refração ocorre devido a uma diferença
vier de um meio menos refringente, para um meio mais refringente, isto é, de um meio onde a velocidade é maior,
Refringência
É o nome dado para a medida do índice de refração absoluto do meio onde o raio propaga-se e está diretamente relacionado à
velocidade da luz, neste meio. Quanto menor for a refringência, maior será a velocidade da luz neste meio e vice versa.
Você pode se lembrar do exemplo da ambulância. Como podemos ver na Figura 3, o fato de a trajetória 3
ser a indicada, implica que a velocidade no meio 1 é maior que a velocidade no meio 2 (a ambulância percorreu
uma distância maior nesse meio). O que observamos foi que o raio refratado aproximou-se da normal. Agora,
quando o raio luminoso vem de um meio mais refringente para um meio menos refringente, o raio refratado
Desvio no caminho
Esboce os raios refratados nos casos abaixo, onde são válidas as relações entre os
(a) (b)
58
Ele está mesmo ali?
Imagine o seguinte questionamento: Será que a posição que vemos um peixe num
aquário pode ser alterada em função do fenômeno de refração, de maneira análoga ao que
vimos no caso do lápis no copo d’água (veja a Figura 1)? Formule uma resposta e justifique
a mesma (dica: lembre-se que o índice de refração da luz na água é maior que o índice de
Perceba que pelo que discutimos nesta seção, quando saímos de um meio mais re-
fringente para um meio menos refringente, o raio refratado afasta-se da normal. Será que
existe um raio inclinado de tal maneira, que o raio refratado encontrar-se-ia exatamente
sobre a interface que separa os dois meios? Qual seria o ângulo refratado? Se um raio inci-
A imagem a seguir indica um raio luminoso (a) que entrará no prisma. Esboce na
figura o raio, refratado do ar para o prisma e o raio que refrata do prisma para o ar. Lembre-
se do que acontece com o raio refratado, quando o mesmo sai de um meio mais refringente
60
Seção 2
Ângulo Limite
Com a discussão que fizemos agora há pouco, podemos explorar um fenômeno bastante interessante,
responsável por 90% das comunicações digitais, tais como telefonia móvel e fixa, Internet com e sem fio, transações
bancárias, dentre outros. A fibra óptica, largamente usada nas comunicações, baseia-se no fenômeno de reflexão
interna total, que pode acontecer quando a luz viaja num meio mais refringente e tenta passar para um meio menos
Figura 6: A fibra óptica é uma realidade em nosso cotidiano, através de aplicações cada vez mais diversificadas, desde linhas
telefônicas a conexões com a Internet. Seu funcionamento baseia-se nos fenômenos de reflexão interna total.
Existe uma condição especial para que isso ocorra. O ângulo de incidência tem de ser maior que o ângulo limite.
Esse ângulo específico é determinado da seguinte forma: se formos aumentando o ângulo de incidência, podemos
notar que o raio refratado afasta-se cada vez mais da reta normal.
Figura 7: Repare que aos poucos, o raio refratado, que sai da mistura água-leite para o ar com fumaça, afasta-se cada vez mais
da normal. Existe um ângulo especial a partir do qual nenhuma parcela do feixe incidente será refratada (7c).
o ângulo de refração mede 90º, justamente por que o raio sai paralelo à interface que separa ambos os meios. Se
aumentarmos o ângulo de incidência, nem que seja de muito pouco, a luz será refletida totalmente e não sairá de
Utilizando uma régua e a lei de Snell, que discutimos anteriormente, estime o índice
A fibra óptica é capaz de transmitir informação, através de raios luminosos que são refletidos repetidas vezes
62
Figura 8: Representação esquemática do funcionamento da fibra óptica (onde ocorrem sucessivas reflexões totais).
Com um copo transparente, que possui a mistura de água e leite, podemos repetir o fenômeno de reflexão
Figura 9: Utilizando um copo com água e leite, conseguimos reproduzir o fenômeno da reflexão total, responsável pelo fun-
cionamento das fibras ópticas.
limite para determinar qual será o valor do raio R que se forma na superfície que separa o
Seção 3
Lentes
Vamos utilizar o exemplo do prisma, que discutimos agora há pouco. Suponha que temos a nossa disposição
64
Figura 10: Conjunto de prismas, utilizados em conjunto para convergir os raios paralelos que incidem neles.
Perceba que os raios incidentes, paralelos entre si, têm a sua direção alterada, depois de atravessar o arranjo de
prismas. Isso aconteceu devido ao formato peculiar deste arranjo e às propriedades do prisma, que você explorou na
atividade 4. Chamamos qualquer objeto transparente, com um formato similar ao da Figura 10 de lente. Repare que
o feixe da Figura 10, que inicialmente era colimado, converge para um único ponto, que chamamos de foco. As lentes
Figura 11: À esquerda, vemos como uma lente convergente (no caso uma lupa) consegue concentrar os raios solares. À direita,
temos um diagrama que esquematiza o fenômeno visto com a lupa.
Podemos construir uma lente que possua um formato diferente do que vemos na Figura 11 e que possui a
Note que o formato de lentes deste tipo é diferente das lentes convergentes. Enquanto as lentes convergentes
possuem pelo menos uma face abaulada para fora, as lentes divergentes possuem uma sinuosidade para “dentro”.
Não iremos nos aprofundar muito nas especificidades das lentes. Entretanto, é importante acrescentar que existe
Vamos agora nos debruçar sobre a formação de imagens nestas duas categorias de lentes, as divergentes e as
Imagem de um prisma. Cada cor possui um índice de refração diferente e por isso as cores são
separadas.
66
Isso ocorre por que cada cor tem uma faixa de frequência e cada frequência tem um índice de refra-
ção distinto para um dado material. Logo, a luz branca quando entra num prisma, cada frequência
terá um ângulo de refração diferente. O que separa todas essas cores. Vale dizer que as cores são
inúmeras e não sete como comumente pensamos.
Seção 4
Fomação de imagens em Lentes
Lentes Divergentes
Algum dos membros da sua família possui dificuldade para enxergar de longe? A esta disfunção damos o nome
de miopia. Se você tiver alguém assim ao seu redor, peça a esta pessoa que lhe empreste, se ela tiver, seu par de óculos.
As lentes que compõe esse par de óculos são divergentes, conforme você pode constatar pelo seu formato.
Segure com uma das mãos o par de óculos, feche um dos seus olhos e posicione os óculos o mais distante que puder
Agora, fixe sua visão na direção da imagem formada por uma das lentes. Modifique a distância entre a lente e
seu olho aberto, trazendo-o lentamente na direção do seu olho. O que acontece com a imagem?
Note que a imagem formada será sempre menor que o objeto observado e será sempre direita, de maneira bastante
similar ao caso do espelho convexo. Como podemos entender um pouco mais a formação de imagens neste tipo de lente?
Primeiro, perceba que existe uma distância muito peculiar. Se direcionarmos um feixe colimado numa lente
Veja que não existe um ponto onde todos os raios que compõe o feixe encontram-se para que possamos
chamá-lo de foco. Entretanto, podemos ver na Figura 13 que o prolongamento dos raios refratados parece emanar de
Para finalmente efetuarmos a construção de uma imagem por uma lente divergente, precisamos de alguns raios
bastante especiais. O primeiro deles será o raio paralelo ao eixo focal. Podemos ver raios deste tipo na figura acima. O
feixe colimado que incide na lente é composto por raios deste tipo. Como pudemos observar, estes raios possuem como
propriedade o fato de seu prolongamento emanar do foco da lente. Já o segundo tipo de raio não sofre mudança na sua
direção de propagação. Sempre que um raio passa no vértice (ponto onde o eixo focal cruza com a lente), ele não sofre
desvio.
Vamos agora utilizar estes raios para construir a imagem formada por este tipo de lente. Temos na Figura 14 o
Figura 14: À esquerda, temos a imagem formada por uma lente divergente da foto de Einstein. Já à direita, temos um diagrama
esquemático que mostra como a imagem vista à esquerda se forma.
68
Já, à direita da Figura 14, temos um diagrama que ilustra como a utilização dos dois raios descritos no parágrafo
anterior nos permite construir a imagem do objeto A. O raio paralelo ao eixo focal que passa pela “cabeça” do objeto
diverge de tal maneira que seu prolongamento passa pelo foco da lente. Já o raio que passa no vértice da lente não
sofre desvio (por causa disso, a projeção deste raio acaba “caindo” nele mesmo). Perceba que apenas a projeção dos
raios é que se cruzam, entre o objeto e a lente. No cruzamento destas projeções, será formada a “cabeça” da imagem.
Ressaltamos novamente que, embora tenhamos utilizado apenas dois raios, todo e qualquer raio que passe pela
Mantendo o foco
Como você faria para determinar a distância focal dos óculos de alguém que é mí- 7
ope, sem perguntar a ela? Procure um par de óculos feito para míopes e determine o valor
da distância focal das lentes (sugestão: pode ser útil utilizar fumaça e um apontador laser,
Lentes Convergentes
Esse tipo de lente é largamente usado em instrumentos ópticos, tais como: lunetas, microscópios, farol de
carros, projetores de cinema, entre outros. Diferente das lentes divergentes, a convergente é capaz de concentrar os
As imagens formadas por esse tipo de lente podem ser projetadas em um anteparo (uma parede, por
exemplo), e por isso são tão importantes. Todos os casos em que você viu uma imagem projetada, como num cinema
Vamos agora entender a construção de imagens para essa lente. Como anteriormente precisaremos de pelo
menos 2 raios para construí-las. Usaremos um raio que passa paralelamente ao eixo focal e um outro que passa
pelo vértice da lente. Desta vez, todos os raios que se propagam paralelamente ao eixo focal serão convergidos de
tal modo a passarem pelo ponto que chamamos de foco da lente. Já os raios que passam pelo vértice continuam
Mais uma vez nós o convidamos a participar ativamente na construção de um experimento. Para essa atividade
você pode utilizar uma lupa ou um par de óculos usado por portadores de hipermetropia. Dentro de um cômodo
com uma janela disponha a lente, da lupa ou dos óculos, entre a janela e uma parede. Ao variar a distância entre
a parede e a lente, você perceberá que uma imagem da janela (e da paisagem de fundo que ela dispõe) surgirá
projetada na parede. Para exemplificar este mesmo fenômeno, dispomos a imagem de uma vela, projetada numa
parede (veja a Figura 16). Sugerimos que você procure fazer experiências semelhantes com os instrumentos indicados
anteriormente.
70
Figura 16: Imagem da vela, projetada na parede com o auxílio de uma lente convergente.
a) d)
b)
e)
c)
Figura 17: Imagem de uma lente projetada numa parede por uma lente convergente. Perceba que uma das faces da lente
é abaulada.
Estamos aptos agora a construir as imagens geradas por uma lente convergente. Quando a lente está a uma
distância superior a duas vezes a distância focal, a imagem será projetada, e será invertida e menor, conforme você
pôde constatar com a lupa. Veja o diagrama na Figura 17.Observe a trajetória descrita por um raio paralelo ao eixo
focal e que passa pela cabeça do objeto e a de um raio que passa pelo vértice da lente (cuja direção portanto não se
altera). Estes raios encontram-se em um ponto, que está “atrás” da lente (para o objeto). A este ponto corresponde a
imagem da “cabeça” do objeto, o que mostra que a imagem projetada será de fato menor e invertida. Como a imagem
é projetada, trata-se de uma imagem real. À medida que o objeto aproxima-se da lente, o comportamento da imagem
altera-se. Quando o objeto está a uma distância exatamente igual ao dobro da distância focal, a imagem terá exatamente o
mesmo tamanho que o objeto (veja a Figura 17c), e continuará sendo invertida e real. Quando aproximamos o objeto um
Quando o objeto está exatamente em cima do foco, não haverá imagem (conforme você pode ver na Figura 17b os raios
nunca se encontram, isto é, são paralelos). Por fim, quando o objeto estiver entre o vértice e o foco da lente, sua imagem
voltará a ser formada pelas projeções de raios refradados, de modo que será virtual, direita e aumentada (veja a Figura 18).
Figura 18: Quando o objeto está entre o vértice e o foco, a imagem é maior, virtual (formada pela projeção de raios) e direita.
Nesta aula, introduzimos o fenômeno de refração, relacionando-o à diversas ferramentas e tecnologias, tais
como a fibra óptica e diferentes tipos de lentes. Descobrimos que este fenômeno está relacionado à variação de
velocidade que a luz sofre quando a mesma vai de um meio à outro. Utilizando alguns raios especiais, fomos capazes
Resumo
O fenômeno da refração, que ocorre quando a luz troca de meio, associando este fenômeno à variação da
A reflexão total, que pode ocorrer quando a luz vai de um meio mais refringente (menor velocidade) para
um menos refringente (maior velocidade), e sua aplicação tecnológica, por exemplo, as fibras ópticas;
Utilizando os raios principais, fomos capazes de descrever as imagens formadas por lentes convergentes e
72
Veja Ainda
O Olho Humano
Com todo o conhecimento construído até agora, seremos capazes, tentaremos entender o funcionamento do
olho humano. Esquematicamente, podemos modelá-lo como um instrumento óptico formado por um globo dotado
de duas lentes convergentes, um obturador e um anteparo. Um obturador é um dispositivo que controla a entrada de
luz numa cavidade. No olho, quem faz esse papel é a íris, um músculo que, quando tencionado, é capaz de se fechar,
Nesta imagem, também podemos ver a córnea e o cristalino, que são um par de lentes convergentes acopladas.
Um feixe luminoso que vem de um determinado local é refratado pela córnea e pelo cristalino, formando uma imagem
no fundo do olho, que é chamado de retina. A retina é dotada de células capazes de transformar a luz em impulsos
nervosos que são interpretados pelo cérebro. A visão dá-se por todo esse processo. Como toda imagem que o olho
relativa à formação de imagens em lentes convergentes). Não vemos o mundo de maneira invertida por que nosso
Atividade 1
Nessa questão temos que nos lembrar que quando a luz passa de um meio mais
refringente para um menos refringente, a luz tende a se afastar da reta normal à super-
fície de separação entre os meios; e quando a luz vem de um meio menos refringente
para um meio mais refringente o raio luminoso tende a se aproximar da reta normal!
MEIO 1 MEIO 1
n1=1,5 n1=1,0
Atividade 2
Sim! Pois a luz que vem do peixe sai de um meio mais refringente para um meio
menos refringente e portanto se afasta da normal. Isso faz com que a luz que chega aos
olhos do observador tenha uma direção diferente da quela que seria se não houvesse água.
Logo, temos a impressão que o peixe está mais acima do que realmente está!
74
Atividade 3
Sim, ele existe! Como nesse caso o raio refratado tende a se afastar da normal. A
medida que o ângulo do raio incidente o ângulo do raio refratado também aumenta, assim
o raio refratado tende a se afastar de reta normal etá que chega a um limite, que vale 90°.
Atividade 4
Nesse caso o que pode parecer difícil é o fato de que a reta normal a superfície de
separação está inclinada, pois a superfície onde a lus passa do vidro para o ar também está
inclinada.
Visto isso, basta aplicar a regra que já conhecemos: quando a lus passa de um meio
Nessa questão, você deve utilizar uma régua para medir os catetos dos triângulos
retângulos formados pelos raios incidentes, refratados e as linhas pontilhada. Veja a figura a
seguir:
assim podemos utilizar a semelhança de triângulos onde o cateto menor está para
Atividade 6
Para essa questão temos que usar a fórmula que aprendemos: n1 sen θ1 = n2 x sen
90°. vamos lembrar que e em sen θ2, θ2 = 90° por que o ângulo refratado da água para o ar
é paralelo e rente a superfície da água. Assim o ângulo que ela faz com a normal vale 90°.
n1 sen θ1 = n2 x 1
sen θ1 = n2/n1
Sabemos que n1=1,3 e que n2 = 1,0. Assim temos que descobrir o ângulo cujo
seno vale 0,75!
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Ao olhar uma tabela de senos vemos que esse ângulo vale 48,5° aproximadamente.
Agora sim!
Atividade 7
Bem esse exercício lhe pede, na verdade, uma estimativa desse valor. Para tanto,
basta apoiar o par de óculos sobre uma folha branca e injetar um feixe laser (desses tipo
chaveiro). Você notará que esse feixe tende a divergir; marque com uma régua o feixe refra-
Agora você só precisa prolongar os feixes refratados até que eles se encontram.
Com uma régua meça a distância entre a lente do óculos e o ponto de encontro dos
feixes prolongados.
HEWITT, Paul. Física Conceitual. 9ª. Edição. Porto Alegre: ARTMED Ed., 2002
LUZ, Antonio Máximo Ribeiro da e ÁLVARES, Beatriz Alvarenga. Curso de física. São Paulo: Scipione. 2007.
Boa, M. F. & Guimarães, L. A. Física: Termologia e óptica. Ensino Médio, São Paulo: Harbra, 2007
Imagens
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1381517.
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sts109-708-038a.jpg.
• http://www.sxc.hu/photo/968512.
78
• http://www.sxc.hu/photo/1067599.
• http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Schematic_diagram_of_the_human_eye_pt.svg.
• http://www.sxc.hu/985516_96035528.
Um grupo de cientistas liderado por pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos
Estados Unidos, construiu o primeiro metamaterial que apresenta valor negativo do índice de refração relativo
para a luz visível. Denomina-se metamaterial um material óptico artificial, tridimensional, formado por pequenas
estruturas menores do que o comprimento de onda da luz, o que lhe dá propriedades e comportamentos que não
são encontrados em materiais naturais. Esse material tem sido chamado de "canhoto".
Considerando o comportamento atípico desse metamaterial, qual é a figura que representa a refração da luz
metamaterial
a) metamaterial d)
metamaterial
metamaterial
b) luz incidente e)
luz incidente
metamaterial
c)
luz incidente
1. d. De acordo com o enunciado, o metamaterial apresenta propriedades e comportamentos que não são encon-
trados em materiais naturais. Assim sendo, a única alternativa que pode representar a refração da luz ao passar
para o metamaterial é a D
82
Atividade extra
Questão 1 (Adaptado de CEFET)
Durante o dia, um raio luminoso solar, atravessa a camada atmosférica e atinge a poluída cidade de São Paulo.
A camada atmosférica poluída apresenta índice de refração maior do que o ar não poluído. A trajetória provável,
A velocidade da luz no vácuo é 300.000 km/s e em certo plástico transparente é 150.000 km/s. O índice de
a. 0,2;
b. 0,5;
c. 2,0;
d. 5,0.
Uma pessoa usa uma lupa para queimar uma folha de papel, usando a luz solar, conforme ilustração:
a. convergente;
b. divergente;
c. coróide;
d. plana.
84
Questão 4 (Adaptado de CEFET - 2005)
utilizado para se fazer a endoscopia. Ele tem, entre suas partes componentes, as fibras ópticas. Veja um esquema do
b. reflexão total da luz, devido aos diferentes índices de refração do núcleo e da casca da fibra óptica;
c. dispersão da luz, de maneira que o feixe luminoso incidente tem sua energia dissipada ao longo da sua
trajetória;
d. refração da luz, de maneira que a incidência de um feixe luminoso na fronteira que separa o núcleo da
Considere as cinco posições de uma lente convergente numeradas de 1 a 5 e apresentadas na figura a seguir:
1 2 3 4 5
Faça um desenho mostrando a trajetória dos raios refratados pela única lente que está em posição adequada
86
Gabarito
Questão 1
A B C D
Questão 2
A B C D
Questão 3
A B C D
Questão 4
A B C D
1 2 3 4 5
A única lente que está em posição adequada para formar a imagem real I do objeti O é a lente que está na
posição 3.
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