Drenagem Efetiva Sustentavel
Drenagem Efetiva Sustentavel
Drenagem Efetiva Sustentavel
RELATÓRIO PARCIAL
RESUMO
O enfrentamento dos problemas decorrentes da inexistência ou ineficiência da drenagem
urbana nas cidades brasileiras com significativos impactos na ordem socioeconômico e
ambiental, bem como a não efetividade de indicadores para avaliação do sistema revelam-
se como eixos motivadores para a proposta desta pesquisa, principalmente ao se debruçar
sobre as especificidades da dinâmica urbana na cidade de Manaus, com significativas rotas
viárias geradoras de tráfego, como o Polo Industrial de Manaus (PIM). Neste sentindo, a
pesquisa fará recorte no corredor urbano - Ephigênio Salles com o objetivo de avaliar a
(in)sustentabilidade do Sistema de Drenagem Urbana existente. Para isso será trabalhado
com a busca exploratória-descritiva da literatura e documentos em geral com foco
dimensões, técnica, práticas sustentáveis, ambiental e socioeconômica à luz da
sustentabilidade a partir de critérios selecionados. Neste sentindo, espera-se que os dados
obtidos possam contribuir com estudos voltados a gestão do serviço, bem como a
composição de indicador de avaliação de desempenho da drenagem urbana para a
realidade local.
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INTRODUÇÃO
A urbanização e as infraestruturas básicas são de suma importância para que o
desenvolvimento socioeconômico e ambiental ocorra em equilíbrio para a cidade,
fornecendo o suficiente para as necessidades da população atual sem comprometer as
necessidades da população futura. Dentre esses serviços, destaca-se como agregador de
problemas extremamente críticos nas cidades, a falta de um sistema de drenagem efetiva.
Nesse contexto, Barros (2005) afirma que os danos sociais, econômicos e ambientais
advindos da inexistência ou da precariedade dos serviços de drenagem, quando
potencializam a geração de inundações, são significativos no cenário urbano,
principalmente levando em consideração que grande parcela da população vive em
cidades.
No caso das cidades brasileiras, o autor ressalta que a falta de planejamento e de visão
ambiental urbana integrada e sustentável no desenvolvimento de projetos nessa área,
aliada, muitas vezes à inexistência de uma entidade específica para controle e gestão de
atividades e mesmo obras de drenagem, estão associadas a cenário caótico em que se
encontram os sistemas de drenagem das grandes cidades brasileiras.
Nesse ensejo, um dos grandes desafios da drenagem é a falta de atualização
sustentável no sistema já existente. A sustentabilidade visa alcançar a meta de um
desenvolvimento ambiental responsável, socialmente justo e economicamente correto.
Esses desafios estão atrelados as características de oferta do serviço, uma vez que
inúmeros fatores não possuem um entendimento claro de mensuração pelo gestor do
serviço, bem como a falta de diretrizes consolidadas por meio de Planos de drenagem
urbana.
Observa-se que tais aspectos somando a elementos de estruturação do espaço urbano
tendem a convergir para o cenário crítico de enfretamento dos problemas de drenagem
urbana nas cidades brasileiras, justificando-se a necessidade de estudos voltados ao
aperfeiçoamento dos sistemas de drenagem para cada tipo de realidade, principalmente o
da cidade de Manaus, que possui na sua estrutura urbana apelos socioeconômicos e
ambientais bem particulares.
Vale ressaltar que no contexto legal, a drenagem urbana é um componente que faz
parte dos sistemas de saneamento básico, regido pela 14.026/20 (BRASIL, 2020), que
estabelece as diretrizes básicas para o saneamento básico no Brasil. Neste instrumento foi
previsto a elaboração do Plano de Saneamento Básico que dita sobre o serviço de
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drenagem:
[...] Drenagem e manejo de águas pluviais: transporte, detenção ou retenção
para o amortecimento de vazões, tratamento e disposição final das águas
pluviais drenadas de áreas urbanas (Brasil, 2020).
Basicamente, o sistema de drenagem de água pluvial busca transportar, segura e
convenientemente, as águas de chuva de áreas urbanizadas até os corpos ‘água (córregos,
rios e lagos) (GRIBBIN, 2009, p. 229), assegurando o trânsito público e a proteção das
edificações, bem como evitando os efeitos danosos de alagamentos e inundações para a
população e impactos no ambiente.
E, neste sentindo, têm-se a drenagem urbana representado por etapas que conferem
seu fluxo de funcionamento, destacando-se o sistema de microdrenagem, que representa o
sistema inicial do sistema. Esta etapa consiste em sistema composto pelos dispositivos que
drenam os sistemas viários, como: sarjetas, canaletas, captações (bocas de lobo, bocas de
leão), condutos de ligação e tubulações.
Contudo, a presente pesquisa busca avaliar aspectos técnicos, ambientais e
socioeconômicos ligados ao sistema de microdrenagem com foco na análise da efetividade
sustentável do sistema de drenagem urbana.
Para estudo de caso, a pesquisa fez um recorte no corredor urbano – Efigênio Sales,
definido no Plano Diretor Urbano e Ambiental do município de Manaus (Manaus, 2014),
justificando-se por possuir rotas viárias com relevante apelo socioeconômico na cidade,
uma vez que é bastante solicitada e nela está contida significativos polos geradores de
tráfego, como o Polo Industrial de Manaus (PIM). Além disso, a presente pesquisa insere-
se na perspectiva de verificar a sustentabilidade dessa via sob a ótica da drenagem urbana,
aproximando-se da realidade local, no qual ainda carecem de estudos mais específicos
sobre o contexto apresentado. Para tanto, têm-se os seguintes objetivos:
OBJETIVOS
REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo o InfoAmazonia (2021), Manaus é uma das cidades que sofre com o
crescimento desgovernado, dado o período a partir de 1970 com a chegada da zona franca.
A urbanização sem o planejamento adequado (figura 1) traz resultados negativos nos
recursos hídricos e na população, como elevada impermeabilização das áreas resultando
em escoamentos indesejados e inundações, expansão para áreas próximas a mananciais
comprometendo a sustentabilidade hídrica, prejudicando o meio ambiente e a população,
como Tucci (2012) afirma.
Os munícipios brasileiros sofrem com as falhas dos sistemas de drenagem, para
Manaus que está inserida no Bioma Amazônico ( Figura ?), segundo o Instituto Brasileiro
de Florestas (c2020) é uma região com intensas chuvas e temperatura elevada, o clima
equatorial úmido, com média pluviométrica anual de 3000 mm (Clima Data, 2022), a falta
de drenagem eficiente atinge a operacionalidade da região, pois acarreta áreas alagadas,
atrapalhando assim as atividades propostas para aquela área, somado tem-se que a cidade
não conta com plano Diretor de Drenagem atualizado, o que chega a ser algo delicado para
uma cidade com intensas chuvas.
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Fonte: Adaptado por Vladimir Souza de com base em Tucci e Bertoni (2003)
Analisar e diagnosticar a rede não é algo simples, segundo Kolsky e Butler (2002), o
desempenho da rede de drenagem depende de fatores como: o objetivo da rede na sua
região, a composição de seus elementos, a percepção da sociedade a rede, a manutenção
para ficar adequada aos processos hidrológicos. Segundo Mendonça (2009), a avaliação
da rede tem fatores multidimensionais dinâmicos (Quadro 1), devendo os resultados da
análise levarem a tomada de ações cabíveis para a rede ter um desempenho melhor.
DIMENSÃO CRITÉRIOS
Até então, a análise de sistemas de drenagem não pode ser algo generalizado visto que
cada cidade possui sua peculiaridade quanto a região, clima, topografia, flora, elementos
que influenciam diretamente no ciclo hidrológico, sendo este o precursor dos estudos sobre
drenagem. A aplicação de um sistema de avaliação cabe então a escolha do avaliador
quanto a critérios e parâmetros cabíveis a região (TEIXEIRA et al., 2020).
Pesquisa de campo tendo como estudo de caso o corredor viário da Efigênio Salles como
área de investigação, compreendendo atividades de identificação dos elementos existentes
(sistema de microdrenagem); caracterização dos aspectos de funcionamento, relação dos
potenciais impactos urbano ambientais, bem como a comparação de critérios técnicos
normativos estabelecidos para a construção dos dispositivos existentes.
Os instrumentos para a coleta de dados foram observação visual, registro de
campo e fotográfico, mapas representativos, elaboração de croquis, gráficos, tabelas e
outros;
4. Análise dos dados coletados – A partir dos dados obtidos e das inferências
teóricas será possível construir matriz de convergência das dimensões da sustentabilidade
com base nos estudos voltados a consolidação de indicadores de drenagem urbana a partir
da realidade local. 5. Elaboração do relatório final - Elaboração, redação e revisão do
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documento final.
I. Pesquisa teórica e documental: Conduzida por investigação e examinação de dados
fundamentados teoricamente sobre a drenagem convencional vs drenagem sustentável.
Essas pesquisas, dentre elas: artigos, teses, dissertações, sites, etc., embasam as partes
teóricas para então poder coloca-las em prática na parte em campo.
II. Seleção de dados e critérios técnicos da realidade para análise.
III. Pesquisa de campo: Com a avenida Efigênio Salles sendo o objeto de estudo, tendo seus
elementos de drenagem analisados, funcionamento, área urbanizadas, sendo a coleta de
dados feita por registros fotográficos, observação visual, mapas da região e registros de
jornais.
IV. Análise dos dados coletados: Com os dados de campo e os dados teóricos podemos
relaciona- lós e analisar o estudo de drenagem proposto sobre a via.
Segundo Jorge Rocha (2013), A avenida Efigênio Salles, antigamente conhecida como
estrada do V8, tem esse nome em homenagem ao Político Ephigênio Ferreira de Salles, foi
diretor do jornal “Diário do Amazonas”, foi governador do Amazonas e senador federal na
década de 1920. É uma avenida que faz parte do corredor urbano Darcy Vargas, sendo
considerada um segmento que contém um centro de comércio, com a diretriz de integrar
serviços ao uso residencial, com alta verticalização e densidade que começa da confluência
com a Avenida Mario Ypiranga e vai até a confluência com a Avenida Cosme Ferreira e
André Araújo. (Plano Diretor de Manaus, 2020).
É composta por duas transversais: Uma Leste-Oeste e uma Oeste-Leste, sendo uma das
maiores vias de ligação dos bairros da zona leste e Zona centro-sul ao centro de Manaus e
à Zona Oeste, com 7,61 km de extensão. Segundo o Plano de Mobilidade Urbana de
Manaus (2015) a via apresenta uma grande área de acesso restrito, entre a Av. Via Láctea
e o Complexo Viário Gilberto Mestrinho): em um trecho de cerca de 2,5 km, a Av. Efigênio
Salles apresenta uma ocupação lindeira predominante de condomínios fechados, o que faz
com que a via nesse trecho não seja cortada por nenhuma outra via, prejudicando a sua
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mobilidade.
Quanto a hidrografia, a avenida encontram-se inserida na sub-bacia do Mindu (figura
5) com área de 66 km² e tendo o igarapé do mindu como curso d’água principal, com 18, 2
km de extensão. (Queiroz e Alves, 2019).
Para aplicação da pesquisa, considerando que a Avenida tem 7,6 km de extensão e com
base em observações realizadas na visita de campo preliminar foram delimitados trechos
ao longo da via, o que gerou cinco trechos para analise( quadro 2), vistos a seguir (figura
7):
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Campo Critérios
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RESULTADO PARCIAL
Fonte: A autora
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Fonte: A autora
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REFERÊNCIAS
MANAUS. Lei Ordinária 2075 de 2015. Plano de Mobilidade Urbana de Manaus. Manaus,
disponível em: <
https://www2.manaus.am.gov.br/docs/portal/secretarias/smtu/PlanMobManaus.pdf >. Acesso
em: 28 out. 2021.
MONTEIRO, Thiago. Cratera ’engole ‘parte da Av. Ephigênio Salles; Trânsito fica lento.
Jornal Acrítica, 2021. Disponível em: < https://www.acritica.com/channels/hoje/news/cratera-
engole-parte-da-av-ephigenio-sales-transito-fica-lento >. Acesso em 22 fev. 2022
MONTEIRO, Henrique. Avenida Ephigênio Salles, Manaus – AM. Ruas do Brasil, 2017.
Disponível em: < https://ruasdobrasil.com.br/avenida-ephigenio-salles-manaus-amazonas-
am>. Acesso em: 28 out. 2021.
ROCHA, Jose. Efigênio Sales. Blog do Rocha, 2013. Disponível em: <
http://jmartinsrocha.blogspot.com/2013/07/efigenio-sales.html >. Acesso em: 28 out. 2021
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2018.