Psicologia B - Influência Social
Psicologia B - Influência Social
Psicologia B - Influência Social
Disciplina: Psicologia B
Abril/Maio 2022
Sumário
1. Introdução…...................................................................................................3
2. Desenvolvimento…........................................................................................4
2.2. Normalização.................................................................................5
2.3. Conformismo.................................................................................6
2.4. Obediência.....................................................................................9
3. Conclusão…...................................................................................................23
4. Bibliografia….................................................................................................25
Introdução
A psicologia social é uma ciência que estuda as influências das nossas atitudes, com
especial atenção à forma como nos vemos e afetamos uns aos outros. Deste modo, ela é o
estudo científico de como as pessoas pensam, influenciam e se relacionam umas com as
outras. Gordon Allport, em 1954, afirmou que a psicologia social é “uma tentativa para
compreender e explicar como o pensamento, o sentimento e o comportamento dos indivíduos
são influenciados pela presença real, imaginada ou implícita de outras pessoas”.
Já sabemos que o ser humano é influenciado desde nascença e que interage com várias
pessoas ao longo do seu período de vida. Assim, somos moldados por quem nos rodeia
através da influência que exercem em nós e vamos alterando as nossas atitudes e os nossos
valores à medida que crescemos.
É-se, então, indiscutível que surjam determinadas questões relacionadas com este
tema, tais como “Qual o significado de questionarmos o que é a influência social?”; “Como
influenciamos e somos influenciados pelos outros?”; “O que nos leva a aceitar a opinião dos
outros?”; “Até que ponto conformar-se e ser obediente pode ser benéfico?” e “Devemos ser
inconformistas?”. Estas questões serão abordadas ao longo do trabalho e respondidas na
conclusão do mesmo.
Existe uma influência mútua que os membros de um grupo exercem entre si, sendo
isto denominado de interação grupal. A influência é uma dimensão da interação grupal, sendo
esta inerente à própria definição do grupo. Por vezes custa-nos aceitar que os nossos
comportamentos e pensamentos sejam influenciados tão fortemente pelos grupos em que
estamos integrados. Pode-se afirmar que o nosso comportamento foi influenciado quando este
se altera na presença de outros indivíduos, tendo em conta que diversas vezes nos
conformamos às ideias partilhadas pela maior parte dos elementos do grupo em questão. Este
conceito de conformidade irá ser desenvolvido posteriormente.
Existem vários processos de influência social que nos permitem compreender como
adaptamos o nosso comportamento a determinadas situações, contextos e sistemas, sendo
estes a normalização, o conformismo e a obediência.
2.2. Normalização
Através do estudo dos padrões culturais no comportamento individual, podemos
compreender a importância que o meio social apresenta no modo como percecionamos e
interpretamos o mundo, bem como a forma como reagimos a determinadas situações. A partir
da socialização integramos, assim, um conjunto de normas vigentes na sociedade que
estabelece os nossos comportamentos.
Muzafer Sherif (1906 – 1988), psicólogo nascido na Turquia conhecido pela sua investigação
revolucionária no âmbito da psicologia social
2.3. Conformismo
Asch levou a cabo a experiência mais famosa e história deste processo, no qual um
grupo de oito indivíduos (dos quais apenas um deles é efetivamente um sujeito experimental)
é convidado a comparar uma linha de padrão com outras três linhas desiguais, em que apenas
uma delas é igual à linha padrão. Cada um dos oito participantes dá uma resposta em voz alta,
dizendo qual das linhas desiguais era igual à de referência.
Esta experiência contou com 123 participantes masculinos que foram previamente
informados de que seriam parte de uma experiência. Nos primeiros dois ensaios desta
experiência, o sujeito sentia-se à vontade uma vez que ele e os outros participantes deram a
resposta correta. No entanto, após o quarto ensaio todos os outros respondem com a resposta
errada, de modo que em 12 dos 18 ensaios todos deram a resposta errada. Os 12 ensaios em
que todos responderam incorretamente foram os ensaios “críticos”. O participante que era
efetivamente um sujeito experimental poderia ignorar a maioria e seguir com a sua própria
escolha ou poderia conformar-se com a maioria e ignorar a resposta correta. O objetivo desta
experiência era precisamente perceber se o indivíduo mudaria a sua resposta e se responderia
da mesma maneira que os restantes, ou se seguiria com a resposta que estava, claramente,
certa.
Com esta experiência, Asch percebeu que apenas ¼ de todos os indivíduos resistem
com sucesso a esta forma de pressão social por parte de um grupo, dando as respostas
corretas. A maioria conforma-se à opinião incorreta do grupo. O psicólogo sugeriu que este
procedimento criou uma dúvida na mente dos participantes acerca da resposta óbvia. Asch
para compreender os resultados entrevistou os participantes, questionando-os a razão de
terem dado respostas erradas. Alguns afirmaram que duvidaram se tinham algum problema
de visão ou se estavam meramente sentados num mau ângulo. Outros admitiram que sabiam
que tinham dado respostas incorretas, mas que não queriam ser considerados diferentes dos
restantes membros do grupo.
2.4. Obediência
Quando os indivíduos que davam choques foram entrevistados, afirmaram que não
tiveram escolha e que obedeciam a ordens, sendo o responsável o experimentador e não eles.
“A essência da obediência é que uma pessoa passa a ver-se como o instrumento para
executar os desejos de outra pessoa e, portanto, não se considera responsável pelas suas
ações.” - Stanley Milgram
Stanley Milgram, psicólogo americano, graduado da Universidade de Yale que conduziu a experiência
dos pequenos mundos e a Experiência de Milgram sobre a obediência à autoridade
Experiência de Milgram
Será que todos os seres humanos nascem bons, mas acabam por ser corrompidos pela
sociedade? Ou será que todos nascem egoístas e maus, sendo que a sociedade só reflete esse
facto? Esta é uma das mais polémicas discussões da história da filosofia. Em 1642, o filósofo
Thomas Hobbes defendeu a tese da maldade essencial (“o lobo é o lobo do homem”) e foi
contestado, no século seguinte, por Jean-Jacques Rousseau, que culpou a sociedade com a sua
tese do “bom selvagem”.
Assim, Zimbardo foi capaz de provar a sua tese que defendia que nas condições
certas, qualquer pessoa se tornaria capaz dos piores gestos de crueldade, ou seja, conseguiu
demonstrar a força das instituições para transformar boas pessoas em indivíduos capazes de
cometer atrocidades, enquanto que Milgram revelou o poder de uma autoridade individual.
2ª etapa - Escolher seis participantes saudáveis, quatro dos quais ingénuos e dois
cúmplices de Moscovici;
Através desta experiência, Serge Moscovici concluiu que a consistência das respostas
da minoria é condição de influência sobre a maioria, talvez porque intensifica o conflito com
a maioria. Por isso, para que a minoria seja atuante deve ser consistente nas respostas e nos
comportamentos. Este processo é também afetado pela forma como os alvos de influência
interpretam o comportamento da minoria.
Tem se de ter em conta algumas condições, para que a minoria possa ter efeito sobre a
maioria, tais como: as suas posições devem traduzir-se de forma clara, devem ser consistentes
e sustentadas, apesar das pressões da maioria. Ao se demonstrar confiança e segurança, ao
longo do tempo, as posições serão mais tidas em conta. Assim, o comportamento manifestado
pela minoria é também um fator de influência.
Um dos setores onde o inconformismo atua de forma positiva é na arte. Assim, opor-
se a um certo estilo musical da época, por exemplo, evidencia este tipo de inconformismo
positivo. Existem vários exemplos de personalidades que revolucionaram a música e a arte da
época em que se encontram. Um dos maiores exemplos é o ícone do mundo da música, Kurt
Cobain. Ainda hoje, Kurt é relembrado por ter transformado o mundo musical. Este é
considerado emocionalmente versátil e foi, como sabemos, o vocalista e líder do grupo
musical Nirvana, deixando uma grande herança na música rock. Kurt tinha, de facto, um
espírito revolucionário e o “grunge” veio para quebrar o cenário cansativo dos anos 80/90.
Este músico quebrou, assim, tabus que nunca haviam sido questionados, não apenas no
cenário musical como também na sociedade. Através das suas músicas, este jovem fazia ver
ao mundo as suas ideologias e, assim, toda uma geração encontrou a força precisa para
questionar o governo e os costumes da época.
“We have this conflict between good and evil and man and woman because there are
people doing evil things to other people for no reason, and I just want to beat the shit out of
them. That’s the bottom line. All I can do is scream into a microphone instead.” – Kurt
Cobain, Come as You Are: The Story of Nirvana
Para além de Kurt Cobain, a banda “The Beatles” também se destaca como
inconformistas.
No final dos anos 50, os EUA ainda viviam sob um sistema de supremacia
institucional de segregação racial, em especial no sul do país. Mais do que um sistema racista,
o estado capitalista americano era configurado como um estado etnicamente supremacista,
pelo poder que governava os EUA.
Assim, os negros tinham de viver separados dos brancos, não podiam frequentar as
mesmas escolas nem igrejas, comer nos mesmos restaurantes, sentar no mesmo autocarro ou
votar democraticamente. Os negros eram assim considerados uma reserva industrial de baixa
remuneração. Para além disto, vivam sob estado policial e sofriam constantes atentados de
uma organização racista. Assim, Martin Luther King tinha um ponto de vista integracionista
na resistência contra esta segregação racial. Este lutava pelo fim das leis e da
institucionalidade que impedia que os negros tivessem os mesmos direitos que os brancos.
Estes ideias de Martin Luther King levaram a que este fosse alvo de grande
perseguição e repressão e foi assassinado em 1968, com apenas 39 anos, por lutar contra a
discriminação racial, sendo esta uma mudança no sistema dominante da maioria da altura.
Pode-se então afirmar que Malala se desviou das ideias que faziam parte das normas
sociais, propondo normas alternativas. Esta pretendia uma mudança social e os seus
comportamentos foram vistos como desagregadores da ordem social.
Malala Yousafzai
Comunidade LGBTQ+, é a sigla que pretende representar a reunião dos grupos de indivíduos fora das
normas binárias de género e sexo, sendo estes marginalizados e excluídos da representatividade social
Adolf Hitler (antigo chanceler alemão) pode ser considerado um inconformista, mas a
sua política de extermínio de pessoas de outra raça é considerada um grande exemplo do
inconformismo desviante negativo. Foi a partir desta política que se implementou este modo
autoritário de governação na Alemanha, mas também foi a capacidade inconformista dos
cidadãos de resistir e lutar contra estes ideais que fez com que estes fossem abolidos e que o
mundo se transformasse.
Agora que cheguei ao fim deste trabalho, é possível responder às perguntas colocadas
no início do mesmo.
Também se pretende entender o que nos leva a aceitar a opinião dos outros. A
resposta a esta dúvida encontra-se na normalização. Através da normalização conseguimos
perceber o conceito de norma. Assim sendo, as normas correspondem às regras básicas que
estabelecem o que é considerado correto e incorreto em determinada sociedade. Deste modo,
as normas têm o papel fundamental de orientar o nosso comportamento. O conformismo
surge precisamente no contexto da aceitação das normas vigentes do grupo, de modo a que
haja um bom funcionamento do mesmo. É a necessidade de pertença a um grupo que leva as
pessoas a se conformarem a determinados comportamentos e opiniões. O medo da exclusão e
a vontade de integração no grupo leva-nos a nos conformarmos com as opiniões do grupo em
questão, concordando com as ideias da maioria.
Por fim, será que nos devemos tornar inconformistas? É um facto que todas as
mudanças que aconteceram na Humanidade foram desencadeadas por atitudes e
comportamentos que não respeitaram o que estava socialmente estabelecido como correto, ou
seja, que não se conformavam nem obedeciam às ideias da maioria. Segundo a experiência de
Serge Moscovici, para que a minoria seja atuante deve ser consistente nas respostas e nos
comportamentos e assim o comportamento manifestado por essa minoria é um fator de
influência social. Portanto, posso concluir que ser inconformista tem os seus aspetos
positivos, como por exemplo levar a cabo as ideias que temos e não nos conformarmos com
as opiniões dos outros, mantendo sempre as nossas, porém tem igualmente um lado um pouco
mais “escuro”, que se refere aos comportamentos desviantes negativos e que levaram
personalidades como Adolf Hitler a cometer atitudes revolucionárias completamente
desumanas. Desta forma, o inconformismo tanto pode modificar o mundo positivamente
como negativamente.
Concluo então o meu trabalho referindo que este tema é de extrema importância e que
trata de um assunto que nos intriga a todos. A partir dele conseguimos compreender melhor
os outros e a sociedade em que vivemos, bem como nos conseguimos conhecer melhor a nós
próprios.
Bibliografia
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