Trablho de Corrente Gestaltista

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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA À POLITÉCNICA

Instituto Superior De Humanidade Ciencias E Tecnologias - ISHCT

Psicologia Clínica

Corrente Gestaltista

Elementos do Grupo:

Isabel Domingos Bernardo

Maria Jamilo Ricardo

Umeir Aboobacar Mussage

Quelimane

2022

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Isabel Domingos Bernardo

Maria Jamilo Ricardo

Umeir Aboobacar Mussage

Corrente Gestaltista

Trabalho de pesquisa Científica, apresentado como


exigência do programa de aulas Práticas da cadeira de
Introdução a Psicologia do Curso de Bacharelato em
Psicologia Clínica do Instituto Superior de
Humanidades Ciências e Tecnologias. Leccionada pelo:

Docente: Jaime Basílio Falaque

Quelimane

2022

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Índice
1. Introdução........................................................................................................................4
2. Objectivos........................................................................................................................5
2.1. Objectivo Geral........................................................................................................5

2.1. Objectivos Específicos.............................................................................................5

3. Metodologia.....................................................................................................................5
4. Definição do Gestaltismo ou Psicologia da forma..........................................................6
5. História da Corrente Gestaltista ou Gestaltismo..............................................................6
6. A teoria da gestal ou do Gestaltismo...............................................................................7
6.1. Precussores da Gestalt ou do Gestaltismo................................................................8

6.2. Não apenas teoria psicológica da Gestalt, mas teoria gestaltista ampla sobre o
Universo..............................................................................................................................9

6.3. Percepção................................................................................................................11

6.4. Teoria do isomorfismo...........................................................................................11

6.5. Princípio de aprendizagem do Gestaltismo............................................................12

6.6. Objecto da Gestalt ou da Corrente Gestaltista........................................................14

6.7. Método da Gestalt..................................................................................................14

7. Teoria de Campo de Kurt Lewin...................................................................................15


8. Aplicações do Gestaltismo............................................................................................16
8.1. Aplicações na arte..................................................................................................16

8.2. Aplicações na gestão de empresas..........................................................................17

9. Conclusão......................................................................................................................19
10. Referências Biliográficas...............................................................................................20

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1. Introdução

O presente trabalho de pesquisa referente a cadeira de Introdução a Psicologia, tem


como tema Corrente Gestaltista. A corrente gestaltista ou simplesmente Gestalt preocupa-
se com a percepção das formas e formatos a partir de uma visão global e defende a ideia de
que o indivíduo aprende a partir do todo e não das partes. A teoria gestaltista, vê a
aprendizagem como a relação entre o todo e uma parte, onde o todo tem papel fundamental
na compreensão do objecto percebido. A teoria Gestaltista surgiu no século XX, criado
pelos seguintes psicólogos, Max Wertheimer (1880-1943) considerado o pai deste
movimento, Wolfgang Kohler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1940).

Os gestaltistas se basearam na teoria do isomorfismo, que pregava uma unidade no


universo, na qual a parte está sempre relacionada ao todo. Os gestaltistas diziam que,
quando vemos uma parte de um objecto, ocorre uma tendência de completarmos, ou seja,
ocorre a restauração do equilíbrio da forma, para, assim, entendermos o que estamos
percebendo. Por outro lado, também temos a teoria de campos, Kurt Lewin parte teoria da
Gestalt para construir um conhecimento novo e genuíno, Lewin denomina de campo
cognitivo a forma como o indivíduo percebe o ambiente em que se situa. E o espaço de vida
é a percepção e experiencia do mundo, em conjunto com os objectivos e as barreiras a esses
mesmos objectivos. O espaço de vida seria a Pessoa e o seu Ambiente. O comportamento é
determinado por esse espaço.

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2. Objectivos

2.1. Objectivo Geral

 Conhecer a corrente gestaltista e de campo.

2.1. Objectivos Específicos

 Definir a corrente ou teoria gestaltista e falar da sua História;


 Identificar os princípios da corrente gestaltista;
 Distinguir o objecto de estudo da corrente gestaltista e de campo;
 Explicar a ideia da corrente gestaltista e de campo;
 Indicar os seus fundamentos teóricos; e
 Indicar as suas Aplicações.

3. Metodologia

A metodologia opcionada para a realização deste trabalho foi o método descritivo, esta
opção justifica o facto do método escolhido permitir uma descrição clara e flexível em
relação as ideias que foram reunidas e analisadas neste trabalho. Enquanto procedimento, o
trabalho realizou-se por meio da observação directa e indirecta.

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4. Definição do Gestaltismo ou Psicologia da forma

Em geral como haviamos referido a cima, Gestaltismo ou Psicologia da Forma é uma


doutrina da psicologia baseada na ideia da compreensão da totalidade para que haja a
percepção das partes. Gestalt é uma palavra de origem germânica, com uma tradução
aproximada de “forma” ou “figura”.

5. História da Corrente Gestaltista ou Gestaltismo

A Psicologia da Gestalt ou Corrente Gestaltista originou-se na Alemanha, entre 1910 e


1912. A tradução da palavra alemã “Gestalt” é complexa e os termos, em português, que
mais se aproximam de sua tradução seriam “forma”, “configuração”. Os três pesquisadores
que marcaram essa corrente teórica foram Marx Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang
Köhler. Esses pesquisadores embasaram-se nos estudos psicofísicos – os quais
relacionaram a forma e sua percepção. Seus experimentos iniciaram-se com relação à
percepção e sensação do movimento. Visavam entender os processos psicológicos
envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico percebido pelo sujeito possui uma
forma diferente da que corresponde à realidade.

O fundador da Psicologia da Gestalt, Wertheimer, tomou por objecto a análise e


compreensão do movimento aparente. Realizou experiências com dois pontos de luz,
acendendo e apagando as duas luzes no escuro, em diferentes intervalos de tempo entre o
acender de uma lâmpada e o apagar de outra e também em diferentes velocidades nesse
intervalo. O pesquisador chegou à conclusão de que o movimento percebido nas luzes se
dava na mente do sujeito, através da ilusão de ótica.

Kurt Koffka, psicólogo alemão, foi responsável por difundir a Psicologia da Gestalt
nos Estados Unidos através de palestras que dava nas Universidades. Nesta época, a
Psicologia americana centrava-se no Positivismo, e assim sendo, a Gestalt sofreu duras
críticas. Köhler foi também um outro pesquisador da Psicologia da Gestalt e desenvolveu
pesquisas com macacos na época da Primeira Grande Guerra. Este pesquisador visava
conhecer a capacidade mental dos macacos. Em 1935, tornou-se o presidente da APA
(Associação Psicológica Americana).

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A teoria da Gestalt tem como ponto inicial e principal objeto a percepção. De acordo
com os gestaltistas, o processo da percepção encontra-se entre os estímulos fornecidos pelo
meio e a resposta do indivíduo. Destarte, o que é percebido pelo indivíduo e como é
percebido são importantes elementos para que se possa compreender o comportamento
humano. Assim como para o Behaviorismo, a Gestalt entende a Psicologia como uma
ciência que estuda o comportamento, todavia, com suas diferenças teóricas – os
behavioristas estudavam o comportamento pela relação estímulo-resposta e
desconsideravam os conteúdos conscientes devido à impossibilidade de controla-los de
modo científico. De acordo com os gestaltistas, o comportamento deveria ser observado em
seus aspectos mais globais e deveria haver a consideração das condições que alteram a
percepção do estímulo. Como justificativa a essa teoria, embasavam-se na teoria do
isomorfismo – esta pressupunha uma ideia de unidade no universo e pressupunha que a
parte sempre se relacionava ao todo. Quando se vê somente a parte de um determinado
objeto, por exemplo, há a tendência da restauração do equilíbrio da forma e isso garante
que se entenda o objeto que se está percebendo. “Esse fenômeno da percepção é norteado
pela busca de fechamento, simetria e regularidade dos pontos que compõem uma figura
(objeto)”.

6. A teoria da gestal ou do Gestaltismo

A sua teoria, inicialmente na área da psicologia, se estendeu à física e à filosofia.


Passou-se então a estudar as formas psicológicas, formas fisiológicas e formas filosóficas.
As formas psicológicas são colocadas pelos gestaltistas de maneira bem materialista, não
existe uma alma ou um espírito, tudo é material. Em relação às formas fisiológicas, que
dizem respeito ao organismo vivo, funcionariam do “todo para o uno”, sendo, por exemplo,
“as células dependentes dos organismos, mas não o inverso, pois estes teriam a capacidade
de se adaptar”. E a última, que trata do mundo físico, tende a buscar uma boa forma, mais
simétrica e homogênea, para um equilíbrio total.

Esta teoria da Gestalt triunfou sobre as outras graças ao empenho de Wertheimer,


Köhler e Koffka. A partir de seus estudos surgiram as Leis da Gestalt. Para eles, em

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qualquer tipo de manifestação visual, os fatores de equilíbrio, clareza e harmonia visual se
tornam indispensáveis

6.1. Precussores da Gestalt ou do Gestaltismo

Considera-se que o precursor da Gestalt seria Von Endenfels, filósofo vienense, no fim
do século XIX. Mas a Gestalt teve seu início efetivo por volta de 1910, na Universidade de
Frankurt. E quem mais contribuiu para a sua fundamentação foram Max Wertheimer,
Wolfgang Köhler e Kurt Koffka. O estudo gestaltista sobre o fenômeno da percepção vem
se opor aos associacionistas (escola de psicologia predominante no século XIX), no que diz
respeito à relação sujeito/objeto. Para os associacionistas há uma intervenção do
pensamento na percepção do sujeito em relação ao objeto e que uma determinada sensação
em relação a um objeto seria corrigida pelo cérebro de acordo coma experiência do sujeito.
“O dado sensorial seria menos real que a percepção e interpretado de acordo com a
experiência”. Para os gestaltistas tudo acontece de uma só vez e não de acordo com a
experiência, mas de acordo com o que é dado em cada nova situação. Nossa percepção
varia conforme o contexto em que o objeto está inserido, “nossa sensação é global e muda
conforme nos é apresentado o evento/forma.

Segundo (Bock, 2002 apud Sousa, 2009: 44), Gestalt é um termo alemão que possui
uma tradução difícil. Dentro da língua portuguesa, o termo que mais se aproxima é forma,
configuração ou organização, mas, enquanto teoria, ela é conhecida como Psicologia da
Gestalt, por não ter uma tradução que compreenda seu sentido.

Os gestaltistas defendem a ideia de que o indivíduo aprende a partir do todo, por isso,
preocupam-se com a percepção das formas e formatos a partir de uma visão global. A teoria
gestaltista, vê a aprendizagem como a relação entre o todo e uma parte, onde o todo tem
papel fundamental na compreensão do objecto percebido. A teoria gestaltista valoriza a
percepção do ser humano, ou seja, “o que o indivíduo percebe e como percebe são dados
importantes para a compreensão do comportamento humano”.

Este movimento formal, conhecido como psicologia da Gestalt, foi criada pelos
psicólogos alemães Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Kohler (1887-1967) e Kurt
Koffka (1886-1940), nos princípios do século XX (Bock, 2002). Baseados nos estudos

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psicofísicos que relacionaram a forma e sua percepção, construíram a base de uma teoria
eminentemente psicológica. Eles iniciaram seus estudos pela percepção e sensação do
movimento. Os gestaltistas estavam preocupados em compreender quais os processos
psicológicos envolvidos na ilusão de óptica, quando o estímulo físico é percebido pelo
sujeito como uma forma diferente da que ele tem na realidade.

Os gestaltistas argumentam que o comportamento é o objecto da psicologia e que se


deve considerar as condições que alteram a percepção do estímulo. Eles se basearam na
teoria do isomorfismo, que pregava uma unidade no universo, na qual a parte está sempre
relacionada ao todo. Os gestaltistas diziam que, quando vemos uma parte de um objecto,
ocorre uma tendência de completarmos, ou seja, ocorre a restauração do equilíbrio da
forma, para, assim, entendermos o que estamos percebendo.

Os gestaltistas alegam que “um determinado objecto é apreendido através da sua visão
geral e não pela análise detalhada de cada aspecto particular (Mwamwenda, 2004:195 apud
Braço 2013:35). Os teóricos da Gestalt primam por aprendizagem cognitiva, mas eles
apresentam uma visão que os faz serem tratado de forma separada.

A Gestalt encontra nesses fenómenos da percepção as condições para a compreensão


do comportamento humano. A maneira como percebemos um determinado estímulo irá
desencadear nosso comportamento. Muitas vezes, os nossos comportamentos guardam
relação estreita com os estímulos físicos, e outras, eles são completamente diferentes do
esperado porque "entendemos" o ambiente de uma maneira diferente da sua realidade.

6.2. Não apenas teoria psicológica da Gestalt, mas teoria gestaltista ampla
sobre o Universo

É verdade que os germes da teoria explícita de Köhler já se encontravam nas idéias


iniciais de Wertheimer. Köhler trabalhou de 1915 a 1917 no livro "Gestalten físicas em
repouso e em estado estacionário". Mandou-o para a Alemanha com a recomendação que
fosse publicado, isto em 1917. Sabia que a maneira de tratar de assuntos físicos e
matemáticos poderia ser considerada muito elementar. Afinal, apesar de ter seguido muitas
matérias de física, era apenas um psicólogo. Recebeu inúmeras críticas, mas a opinião

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favorável de Albert Einstein permitiu que fosse editado sob a forma que tinha sido
apresentado (Ash, 1995).

No livro Köhler diferencia entre e-somas, formado pela soma genuína dos
elementos, e sistemas físicos, nos quais não há partes do sistema que mudem sem alterar o
sistema como um todo. Um exemplo de sistema fisico seria o condutor elétrico isolado. A
carga elétrica no condutor não depende em nada de pequenas cargas elétricas de trechos
desse mesmo condutor. Pode-se falar em física apenas na eletricidade do condutor, não nas
suas subdivisões. O condutor só pode ser visto como um sistema físico.

Um sistema físico pode mostrar-se (1) em repouso, (2) num processo estacionário
no qual há uma mudança constante mas cujo resultado é continuar com as propriedades em
repouso, (3) num processo quase-estacionário no qual a mudança gradativa no tempo é tão
lenta que o resultado será quase idêntico ao processo estacionário, (4) num processo
estacionário periódico no qual há uma repetição contínua tal que o novo resultado
mantenha as mesmas propriedades de repouso e, finalmente, (5) num processo dinâmico
resultando numa mudança.

Köhler acha que as distribuições físicas estacionárias apresentam a mesma


tendência que Wertheimer denominou de lei da pregnância. Por exemplo, ao se soprar com
um canudo para constituir uma bolha de sabão, essa bolha, ao se libertar, apresentará uma
forma esférica, aquela que tem menor superfície para um máximo de volume (Köhler,
1920/1938a.)

Percebe-se como no espaço de poucos anos a teoria psicológica da Gestalt vai se


transformando numa teoria ampla do Universo. A física também pode ser gestáltica; mas
seria elementarista enquanto lida com e-somas. Seria isto que Köhler pensava?

"Pode-se ignorar, como assunto de determinação específica, se houve interacção entre um


processo e seu ambiente, além do tamanho de sua área. O primeiro passo em qualquer
experimento físico é determinar se houve esse fato. A hipótese da interacção universal atrai
consigo uma visão da natureza completamente errônea. Não se pode aceitá-la. Por
consequência, deve-se supor elementos independentes.

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6.3. Percepção

Na psicologia, o estudo da percepção é de extrema importância porque os


comportamentos das pessoas são baseados na interpretação que fazem da realidade e não na
realidade em si. Por este motivo, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós,
cada pessoa percebe um objecto ou uma situação de acordo com os aspectos que têm
especial importância para si própria.

A percepção é o ponto de partida e também um dos temas centrais dessa teoria. Os


experimentos com a percepção levaram os teóricos da Gestalt ao questionamento de um
princípio implícito na teoria behaviorista - que há relação de causa e efeito entre o estímulo
e a resposta - porque, para os gestaltistas, entre o estímulo que o meio fornece e a resposta
do indivíduo, encontra-se o processo de percepção.

Os experimentos realizados com a percepção, fizeram com que eles questionassem a


teoria behaviorista. Lembrar que os behavioristas se preocuparam em estudar o
comportamento baseado na relação estímulo e resposta. Os gestaltistas acreditavam que
havia relação de causa e efeito entre o estímulo e a resposta, pois, para eles, entre o
estímulo que o meio fornece e a resposta do indivíduo, existe o que eles chamam de
processo de percepção.

6.4. Teoria do isomorfismo

A teoria gestaltista estabeleceu que percebemos (Homens) totalidades organizadas em


vez de feixes de sensações. Significa que estes psicólogos defendem a percepção da soma
dos elementos e não os seus elementos de forma particular. Assim, os gestaltistas se
voltaram para o problema dos mecanismos cerebrais envolvidos nessa percepção,
concebendo o córtex cerebral como um sistema dinâmico em que os elementos activos num
dado momento interagem. Em sua pesquisa do movimento aparente, Wertheimer sugeria
que a actividade cerebral é um processo total configurativo. Como os movimentos
aparentes e reais são vivenciados de modo idêntico, os processos corticais para os dois têm
de ser semelhantes. Os psicólogos da Gestalt comparam a percepção a um mapa, que é
idêntico (iso) em forma (mórfico) aquilo que representa, embora não seja uma cópia literal
do território. O mapa, no entanto, serve de guia confiável para o mundo real percebido.

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6.5. Princípio de aprendizagem do Gestaltismo

Mwamwenda, (2004) apud Braço (2013) apresenta os seguintes princípios da


aprendizagem Gestalt:

1º. Princípio da proximidade: partes que estão próximas no tempo e no espaço


tende a ser percebidos em conjunto, ou seja, elementos próximos tendem a se
agruparem, constituindo uma unidade. Na figura abaixo, nota-se 4 grupos de
círculos e não 16 círculos.

Figura 1: representação de agrupamentos de circulos para exemplificar o princípio da


proximidade.

2º. Princípio da semelhança: partes semelhantes são vistas em conjunto com que a
formar um grupo, ou seja, o princípio de semelhança dita que objectos similares
se agruparão entre si. Na figura abaixo, a maioria das pessoas vê colunas de
quadrados e colunas de círculos.

Figura 2: representação de
colunas de quadrados e círculos para exemplificar o princípio da semelhança.

3º. Princípio do fechamento: as pessoas têm a tendência perceptiva para completar


figura incompleta, ou seja, ocorre uma tendência de completar os elementos
faltantes da figura para garantir sua compreensão.

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Figura 3: representação de uma figura incompleta e a outra que seria a sua forma completa final
para exemplificar o princípio do fechamento.

4º. Princípio da continuidade: este princípio dita que pontos que estão conectados
por uma linha recta ou curva, são vistos de uma maneira a seguirem um
caminho mais suave. Em vez de ver linhas e ângulos separados, linhas são vistas
como uma só.

Figura 4: representação de uma linha tracejada e a outra contícua para exemplificar o princípio da
continuidade

5º. Princípio da pregnância: é chamado também de princípio da simplicidade ou


equilíbrio. Ele dita que objectos em um ambiente são vistos da forma mais simples
possíveis. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada. Na figura abaixo,
vemos vários círculos em vez de uma forma complexa:

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Figura 5: representação de vários circulos e uma forma complexa para exemplificar o princípio da
pregnância.

6º. Princípio da unificação: no princípio da unificação, mesmo uma imagem abstracta


pode ser entendida pela mente humana pois preenchemos os espaços vazios
instintivamente. Na figura abaixo, no logo do Johnnie Walker ou da WWF notamos
um homem caminhando e um urso panda.

Figura 6:
representação de imagens abstratas sem contornos.

A essa tendência de agrupar ou completar os elementos, os gestaltistas chamam de


força do campo psicológico. Esse campo psicológico, é entendido como um campo de força
que nos leva a procurar a boa forma, ou seja, buscar a melhor forma possível em situações
que não estão muito estruturadas ou muito claras (Sousa, 2009).

6.6. Objecto da Gestalt ou da Corrente Gestaltista

Os gestaltistas conceberam o seu objecto de estudo como sendo a experiência


subjectiva humana global, com ênfase na percepção, no pensamento e na resolução de
problemas. Significa que a psicologia gestaltista, preocupa-se não só com todo campo
visual, nem mesmo com todo campo sensorial, ele pode abranger a aprendizagem, o
pensamento, as emoções e o comportamento. Resumindo, a psicologia gestaltista tem como
objecto de estudo a percepção visual.

6.7. Método da Gestalt

Como temos estado a analisar os gestaltistas estudaram o movimento aparente, que é


uma das suas características/objecto desta psicologia. De acordo com (Davidoff, 2001),
Para levarem acabo os seus estudos, faziam os seus sujeitos de pesquisa relatarem o que
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viam (um tipo de introspecção informal). Os psicólogos da gestalt acreditavam que os
cientistas do comportamento deviam estudar experiências subjectivas conscientes das
pessoas e encorajavam também o uso de métodos objectivos. Significa que esta teoria
defendia como método de pesquisa a introspecção informal e métodos objectivos.

7. Teoria de Campo de Kurt Lewin

Kurt Lewin (1890-1947) trabalhou durante 10 anos com Wertheimer, Koffka, Kõhler na
Universidade de Berlim, e dessa colaboração com os pioneiros da Gestalt nasceu a sua
Teoria de Campo. Entretanto não podemos considerar Lewin como um gestaltista, já que
ele acaba seguindo um outro rumo. Lewin parte da teoria da Gestalt para construir um
conhecimento novo e genuíno. Ele abandona a preocupação psicofisiologia da Gestalt, para
buscar na Física as bases metodológicas de sua psicologia.

Kurt Lewin baseando-se nos princípios da Física aplicada à Psicologia elaborou a teoria
de campo. Na sua analise o campo “é um sistema dinâmico e inter-relacionado, onde
qualquer uma das partes influencia as restantes” (Mwamwenda, 2004:200 apud Braço
2013:36).

O principal conceito de Lewin é o do espaço vital, que ele define como "a totalidade
dos fatos que determinam o comportamento do indivíduo num certo momento". O que
Lewin concebeu como campo psicológico foi o espaço de vida considerado dinamicamente,
onde se levam em conta não somente o indivíduo e o meio, mas também a totalidade dos
factos coexistentes e mutuamente interdependentes (Bock, 2002: 67).

Lewin denomina de campo cognitivo a forma como o indivíduo percebe o ambiente em


que se situa. E o espaço de vida é a percepção e experiencia do mundo, em conjunto com os
objectivos e as barreiras a esses mesmos objectivos. O espaço de vida seria a Pessoa e o seu
Ambiente. O comportamento é determinado por esse espaço.

O campo deve ser representado tal como ele existe para o indivíduo em questão, num
determinado momento, e não como ele é em si. Para a constituição desse campo, as
amizades, os objectivos conscientes e inconscientes, os sonhos e os medos são tão

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essenciais como qualquer ambiente físico. A realidade fenoménica em Lewin pode ser
compreendida como o meio comportamental da Gestalt, ou seja, a maneira particular como
o indivíduo interpreta uma determinada situação. Entretanto, para Lewin, esse conceito não
está se referindo apenas à percepção (enquanto fenómeno psicofisiológico), mas também a
características de personalidade do indivíduo, a componentes emocionais ligados ao grupo
e à própria situação vivida, assim como a situações passadas e que estejam ligadas ao
acontecimento, na forma em que são representadas no espaço de vida actual do indivíduo.

8. Aplicações do Gestaltismo

Enquanto isso, cada um diligencia, em seu setor de pesquisa, "espaço" disponível em


que a gestalt possa se implantar legitimamente e contribuir com uma nova perspectiva.
Podemos vê-la tentar conquistar seu espaço em contextos muitos variados: gestalt junto a
crianças e adolescentes, casais em processos de divórcio e divorciados, celibatários ou
solitários, expansão da sexualidade, grupos de mulheres, homossexuais etc. Preparação para
a aposentadoria, acompanhamento dos últimos momentos da vida. Grupos especiais para:
psicóticos, doenças psicossomáticas, cancerosos, alcoólicos, toxicômanos, bulímicos ou
obesos, desempregados, imigrados etc.

Além disso, vemos tentativas de associar a gestalt a outras abordagens, como: análise
transacional, rebirthing, bioenergética, programação neurolinguística, psicodrama, ioga,
rolfing, massagem, heptonomia, eutonia, astrologia, tarô, tudo isso com maior ou menor
sucesso, conforme o caso. Registramos experiências de aplicação da gestalt em domínios
variados: hospitais psiquiátricos, prisões, escolas, infância, pessoas desajustadas, serviços
sociais, conselhos conjugais, terapia familiar, empresas, publicidade, agricultores, dentistas
etc.

8.1. Aplicações na arte

De acordo com a gestalt, a arte se funda no princípio da pregnância da forma. O


importante é perceber a forma por ela mesma; vê-la como "todos" estruturados, resultados
de relações. A Gestalt, após sistemáticas pesquisas, apresenta uma teoria nova sobre o
fenômeno da percepção. Segundo esta teoria, o que acontece no cérebro não é idêntico ao
que acontece na retina. A excitação cerebral não se dá por pontos isolados, mas por
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extensão. A primeira sensação já é de forma, já é global e unificada. O postulado da gestalt
no que se refere às relações psicofisiológicas pode ser definido como: todo processo
consciente, toda forma psicologicamente percebida, está estreitamente relacionada com as
forças integradoras do processo fisiológico cerebral.

A hipótese da gestalt para explicar a origem dessas forças integradoras, é atribuir, ao


sistema nervoso central, um dinamismo autorregulador que, à procura de sua própria
estabilidade, tende a organizar as formas em todos coerentes e unificados. Essas
organizações, originárias da estrutura cerebral, são espontâneas, independente da nossa
vontade. Na realidade, a "psicologia da gestalt" não tentou integrar os fatos da motivação
com os fatos da percepção e esta foi a grande contribuição de Frederick Perls que deu
origem à gestalt-terapia.

A tendência à estruturação, por exemplo, explica como os diferentes povos distinguem


grupos de estrelas e reconhecem constelações no céu; a configuração ideal mais conhecida
é a proporção áurea dos arquitetos e geômetras gregos, o que explica muitas das formas que
se tornam agradáveis aos olhos humanos. As empresas de publicidade e os criadores de
signos visuais (marcas) são grandes usuários da descoberta dos símbolos e de seu poder de
atração (pregnância). Vários artistas se utilizaram das ilusões de óptica. Muitas delas são
explicadas pela lei da segregação da figura e fundo, a exemplo das obras de Escher e
Salvador Dalí ou dos discos ópticos de Marcel Duchamp. A ilusão de perspectiva e a
proposição cubista de criação de uma cena com (sob) múltiplos pontos de vista também são
explicados pela teoria da gestalt.

Através dos estudos das teorias elaboradas pela gestalt no início do século XX
referentes à psicologia das imagens, foi possível criar condições favoráveis para a
racionalização na construção de projetos gráficos. Reforça-se a ideia de que o todo, é mais
que a soma das suas partes, existindo um envolvimento psicológico e cultural.
Compreender a construção de imagens é imprescindível para a elaboração e
desenvolvimento de objetos visuais, viabilizando a ampliação do acervo de soluções
gráficas.

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8.2. Aplicações na gestão de empresas

A análise gestalt é passível de incorporação na gestão das empresas. No seminário


realizado a 20 de junho de 2012 no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais
sobre o tema "Pós-Capitalismo – Sociedade do Conhecimento", o doutor Amândio Silva
transmite a ideia de que as empresas são mais do que uma simples adição dos seus
diferentes sectores. Importa, ao gestor, ser capaz de olhar, avaliar e gerir de acordo com os
padrões e configurações que detecta. A visão do todo, da forma que sobressai, é o elemento
chave para a condução de uma gestão empresarial de sucesso, pois só assim é possível
identificar a completa dimensão física, cultural e emocional da organização. Algo que a
análise individualizada a cada sector se mostra incapaz de percepcionar.

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9. Conclusão

Terminado a elaboração do presente trabalho, salientar que, a corrente gestaltista se


preocupa com a percepção e a teoria de campo preocupa-se com o espaço vital, esta teoria
de campo faz parte ou é um ramo da teoria ou corrente gestaltista. Na corrente gestaltista, o
processo de percepção ocorre de acordo com os seguintes princípios, a princípio da
proximidade, princípio da semelhança, princípio do fechamento, princípio da continuidade,
princípio da pregnância e princípio da unificação. Os gestaltistas diziam que, quando vemos
uma parte de um objecto, ocorre uma tendência de completarmos, ou seja, ocorre a
restauração do equilíbrio da forma, para, assim, entendermos o que estamos percebendo. A
Gestalt encontra nesses fenómenos da percepção as condições para a compreensão do
comportamento humano. A maneira como percebemos um determinado estímulo irá
desencadear nosso comportamento.

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10. Referências Biliográficas

 BOCK, A. Maria. A Psicologia e as Psicologias pdf. 13ª ed. reform. e ampl. São
Paulo: Saraiva, 2002. in http://groupsbeta.google.com/group/digitalsourcepdf,
acessado aos 3/09/14.
 BRAÇO, A. Domingos. Psicologia de Desenvolvimento. Universidade Católica de
Moçambique, CED, 2013.
 DAVIDOFF, Linda. Introdução à Psicologia. 3 ed. São Paulo, Artmed, 2001.
 SOUZA, Laruse. Psicologia Geral. São Cristóvão: Universidade Federal de
Sergipe, CESAD, 2009.
 HTTP://www.psicologiamsn.com/2013/03/a-psicologia-da-gestalt.html

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