03 Livros Históricos
03 Livros Históricos
03 Livros Históricos
SUMÁRIO:
CONCEITO GERAL
INTRODUÇÃO
Capítulo 4 - 1 e 2 Samuel
4.1. O Livro de 1Samuel
4.1.1. Problema da autoria e Data
4.1.2. Conteúdo
4.1.3. Cristo no Livro de 1Samuel
4.1.4. O Espírito Santo citado
4.1.5. Resumo de 1Samuel
4.1.6. Os três grandes líderes nacionais: Samuel, Saul e Davi
4.1.7. Seis características principais assinalam o livro de Primeiro Samuel
4.1.8. O livro de Primeiro Samuel e seu cumprimento no Novo Testamento
4.2. O Livro de 2Samuel
4.2.1. Autoria e Data
4.2.2. Conteúdo
4.2.3. O tema do livro
4.2.4. Cristo no livro de 2Samuel
4.2.5. O Espírito Santo citado
4.2.6. O segundo livro de Samuel e Davi
4.2.7. Com o favor, sabedoria e unção divina, Davi:
4.2.8. Cinco fatos principais assinalam Segundo Samuel
Capítulo 6 - 1 e 2 Crônicas
6.1. O Livro de 1Crônicas
6.1.1. Autoria
6.1.2. Contexto Histórico
6.1.3. Data
6.1.4. Conteúdo
6.1.5. O Espírito Santo citado
6.1.6. Crônicas gira em torno de dois temas principais
6.1.7. Cinco características principais destacam Primeiro Crônicas
6.1.8. O livro de 1Crônicas face ao Novo Testamento
6.1.9. Fidedignidade Histórica de Crônicas
6.2. O livro de 2Crônicas
6.2.1. O livro
6.2.2. Contexto Histórico
6.2.3. Conteúdo
6.2.4. O Espírito Santo citado
6.2.5. 2Crônicas divide-se em duas seções principais
6.2.6. Quatro características principais assinalam 2Crônicas
6.2.7. Paralelo entre 2Crônicas e o Novo Testamento
Capítulo 7
Os Livros de Esdras -Neemias Ester
7.1. O LIVRO DE ESDRAS
7.1.1. Autor e Data
7.1.2. Conteúdo
7.1.3. O Espírito Santo citado
7.1.5. Os dez capítulos de Esdras dividem-se naturalmente em duas seções principais:
7.1.5.1. A primeira seção começa onde Segundo Crônicas termina
7.1.5.2. A segunda seção
7.1.5.3. Quatro características principais assinalam o livro de Esdras
7.1.6. O Livro de Esdras à Luz do Novo Testamento
7.2. O Livro de Neemias
7.2.3. Conteúdo
7.2.4. A divisão do livro de Neemias
7.2.5. O Espírito Santo citado
7.2.6. Cinco características principais destacam-se no livro de Neemias
7.3. O Livro de Ester
7.3.1. Considerações introdutórias
7.3.2. A importância da rainha Ester
7.3.3. Autor e Data
7.3.4. Conteúdo histórico do livro
7.3.5. O Espírito Santo citado
7.3.6. O duplo propósito do livro de Ester
7.3.7. Os personagens principais no livro de Ester
7.3.7. A providência de Deus está presente em todas as partes do livro
7.3.8. O desfecho da história
7.3.9. Cinco características assinalam o livro de Ester
7.3.10. O Livro de Ester e o Novo Testamento
CONCEITO GERAL
INTRODUÇÃO
Além de seu valor histórico, esses livros também são importantes por aquilo que
ensinam teologicamente. Eles descrevem a história de Israel, mas são mais que uma simples
história ou um mero registro de fatos históricos. Eles são a palavra de Deus nos dias de hoje
para os cristãos. A igreja sempre afirmou o valor desses livros "para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2Tm 3.16). Lemos esses livros por
motivos que vão além do seu valor histórico. Eles traçam a história do relacionamento de
Deus com sua nação, revelando seu amor fiel e imutável por seu povo, mesmo quando eles
quebraram a aliança. Esses são acontecimentos importantes dos quais devemos tirar lições e
não apenas ouvir falar.
Conteúdo dos Livros Históricos. O livro de Josué foi escrito para mostrar o valor
insuperável da obediência. Ele cria um retrato do sucesso de Israel na conquista da terra
prometida, destacando a importância do comprometimento total com a palavra de Deus e
dependência de seu poder. Apesar de haver alguns exemplos de desobediência, de um modo
geral, o livro de Josué não contrasta a obediência com a desobediência como fazem os livros
de Reis.
Juízes, por outro lado, relata o estado quase irremediável de Israel depois da conquista.
A nação foi vítima de transigência religiosa. Israel parecia incapaz de manter períodos
prolongados de obediência à vontade de Deus e parecia condenada ao fracasso. Períodos
temporários de obediência traziam paz e sucesso, mas sempre de novo a nação caía em
pecado. O livro de Juízes foi escrito para justificar a necessidade de um rei para Israel.
O livro de Rute está inserido depois do livro de Juízes, pois os acontecimentos nele
relatados ocorreram durante o mesmo período. Esse pequeno livro ilustra o cuidado soberano
de Deus por indivíduos fiéis que viviam em um tempo de apostasia religiosa. Deus usou a
fidelidade de uma única família para realizar um milagre e dar a Israel seu maior rei, Davi.
Os livros de Esdras e Neemias, que provavelmente foram escritos como uma só obra,
apresentam os acontecimentos da restauração, na metade do século 5º a.C. Sob o governo
persa, os judeus que viviam na Babilônia receberam permissão para voltar para sua terra natal
e reconstruí-Ia. A liderança capaz de Esdras e Neemias, juntamente a certos profetas que eram
ativos naquela época, ajudou o povo de Israel a reconstruir o templo e os muros de Jerusalém.
Além de descrever essas estruturas físicas, esses livros também relatam a reconstrução das
fundações sociais e religiosas do povo de Deus.
O papel da História na Bíblia. Vimos no Pentateuco que Israel era uma nação singular
entre seus vizinhos no antigo Oriente Próximo pela ênfase que dava à História. Deus criou o
tempo e o espaço e, conseqüentemente, é soberano sobre a História da humanidade. Não é de
se surpreender, portanto, que uma grande parte dos escritos sagrados de Israel fossem
narrativas históricas.
A maior parte das expressões religiosas do antigo Oriente Próximo era mitológica. Os
povos antigos geralmente expressavam suas convicções teológicas e visão de mundo por meio
de mitos complexos, nos quais os eventos ocorriam fora da história. A maioria dos livros de
religiões do mundo são coleções de literatura de sabedoria e AFORISMOS religiosos. Mas
Israel via sua própria História como palco para a revelação divina. A palavra de Deus para o
mundo é, em grande parte, uma narrativa de seu relacionamento com uma nação e seu plano
para estabelecer um relacionamento com toda a humanidade.
Heródoto, o pai da História? Pelo fato da História ser o principal meio da revelação
de Deus, Israel foi a primeira nação a dar atenção para o registro da História. Segundo Bill
Arnold (2001, p. 59), “HERÓDOTO, um historiador grego do século 5º a.C., recebeu o título
de ‘Pai da História’ por seu registro histórico das guerras gregas e persas”. Mas cem anos
antes de Heródoto, a Bíblia tinha uma História de Israel contendo muitas das características
que consideramos História nos dias de hoje: relações de causa e efeito, narração contínua,
desenvolvimento completo de caracterização e assim por diante.
Apesar da falta de evidências para tais conclusões, não deixa de haver certa lógica,
tendo em vista a devoção ao papel profético encontrada nesses livros. Eles são "Profetas
Anteriores", pois relatam a história antiga da profecia e escrevem sobre a História nacional à
luz dos interesses teológicos e proféticos. Josué, Juízes, Samuel e Reis são tão apropriados
como "Profetas Anteriores" no Cânon judaico como o são com a designação de Livros
Históricos no Cânon cristão.
História e teologia. A Bíblia é mais que um livro de História. Ela sem dúvida relata a
História de uma perspectiva religiosa.
Podemos afirmar, por exemplo, que cremos que o Senhor do Antigo Testamento é um
Deus cheio de graça e amor e que manteve a aliança com seu povo. Segundo Bill Arnold
(2001, p. 159), “essa é uma afirmação teológica. Mas a menos que Iavé tenha de fato
realizado e mantido uma aliança com o povo de Israel, a afirmação teológica não tem
fundamento, independente de sua plausibilidade. Se a História não for verdadeira, é mera
especulação humana”.
Esboço do Livro
I. Preparação para Entrar e a Entrada em Canaã (1.1—5.15)
A. Deus Designa Josué (1.1-9)
B. Preparação para a Travessia do Jordão (1.10—3.13)
C. A Travessia do Rio Jordão (3.14—4.25)
D. Circuncisão, Páscoa e Reunião em Gilgal (5.1-15)
II. A Conquista da Terra Prometida (6.1—13.7)
A. Conquistas em Canaã Central (6.1—8.35)
1. Vitória em Jericó (6.1-27)
2. Derrota em Ai pelo Pecado de Acã (7.1-26)
3. Vitória em Ai (8.1-29)
4. Adoração e Renovação do Concerto em Siquém (8.30-35)
B. Conquistas em Canaã Sul (9.1—10.43)
1. Tratado com os Gibeonitas (9.1-27)
2. Destruição da Coalizão Amorita (10.1-43)
C. Conquistas em Canaã Norte (11.1-15)
D. Conquistas Efetuadas (11.16—12.24)
E. Territórios por Conquistar (13.1-7)
III. Repartição da Terra (13.8—22.34)
A. Tribos a Leste do Jordão (13.8-33)
B. Tribos a Oeste do Jordão (14.1—19.51)
C. Territórios Especiais (20.1—21.45)
1. Seis Cidades de Refúgio (20.1-9)
2. Cidades dos Levitas (21.1-45)
D. Retorno das Tribos do Leste (22.1-34)
IV. Mensagens de Despedida de Josué (23.1— 24.28)
A. Aos Governantes de Israel (23.1-16)
B. A Todo Israel; Renovação do Concerto em Siquém (24.1-28)
V. Conclusão (24.29-33)
A. Morte e Sepultamento de Josué (24.29-31)
Com este livro começa a segunda divisão do Antigo Testamento. Segundo o arranjo do
cânone judaico, Josué é o primeiro livro da divisão chamada de Os Livros Históricos. Os
autores não teriam de ter ocupado o ofício de profeta, mas de ter tido o dom profético. Um
levita ou um sacerdote, por exemplo, podia ocupar seu ofício não profético mas também ter o
dom de profecia (2Cr 20.14). Samuel era juiz, mas ocupava o ofício adicional de profeta e
oficiava cerimônias sacrificiais, uma função sacerdotal. A classificação, então, focaliza o dom
profético do autor e a maneira de abordar o assunto.
Segundo o cânone cristão, com base na Septuaginta, Josué é o primeiro dos doze livros
históricos. Esta maneira de classificar os livros parece olhar-lhes sob o prisma do tipo literário
observado neles, o de narrativa histórica. Alguns estudiosos modernos preferem juntar Josué
com o Pentateuco e assim falar do Hexateuco. Ainda outros desses dizem que os livros de
Deuteronômio, Josué, Juízes, Samuel e Reis formam uma unidade que designam como “A
Obra Histórica Deuteronomista”. Por isto, os livros de Gênesis, Êxodo, Levítico e Números
devem ser também considerados como uma unidade, designada de “Tetrateuco”. Embora haja
algum valor em estudar tais teorias, parece-nos melhor manter a unidade do Pentateuco,
agrupando Josué com os livros que o seguem.
O livro é universalmente designado pelo nome do seu herói maior, que domina o
cenário do começo ao fim do conteúdo. O nome no original significa “Salvação de Iavé” ou
“Iavé é Salvador”. Equivale ao nome “Jesus”, proveniente do grego (através do latim) que
dependia do aramaico, que por sua vez dependia do hebraico. Tanto na Bíblia Hebraica como
na Septuaginta o nome do livro é o mesmo, Josué.
A data bíblica aproximada da invasão de Canaã por Israel é 1405 a.C. o livro abrange
os 25-30 anos consecutivos da história de Israel, e conta como Deus “deu... a Israel toda a
terra que jurara dar a seus pais” (21.43).
A tradução judaica, no Talmude, atribui a Josué a autoria literária do livro. Duas vezes
o livro menciona o ato de escrever em conexão com Josué (18.9; 24.26). As evidências
internas do livro indicam enfaticamente que o seu autor foi testemunha ocular da conquista
(confronte “nos” em 5.6; note-se que Raabe ainda vivia quando o autor escreveu, 6.25). As
partes do livro acrescentadas depois da morte de Josué por exemplo, 15.13-17 (confronte Jz
1.9-13); 24.29-33 -foram talvez escritas por um dos “anciãos que ainda viveram muito depois
de Josué” (24.31). Josué morreu cerca de 1375 a.C., aos 110 anos de idade (24.29).
Devemos ainda considerar o texto em (24.26) diz, “Josué escreveu estas palavras no
livro da lei de Deus”, o que na superfície poderia ser tomado como indicação do autor do livro
todo. Torna-se claro, contudo, que a referência aponta para a aliança registrada em 24.2-25.
Como é claro no caso do Pentateuco é também evidente que alguém registrava os
acontecimentos principais da história de Israel enquanto aconteciam.
As evidências dentro do próprio texto apontam para uma testemunha ocular de certa
parte dos eventos registrados no livro:
(a) O uso da primeira pessoa no texto hebraico em 5.1: “... até que passássemos...” e
5.6: “... prometera a seus pais nos daria...”, embora no primeiro caso alguns manuscritos leiam
“passassem”.
(c) Referências à “grande Sidom” em 11.8 e 19.28 e aos fenícios pela designação “os
sidônios” em 13.4-6 sugerem uma data anterior ao século XII a.C. quando Tiro tomou o lugar
de Sidom como a cidade principal dos fenícios. Josué teria liderado na conquista em torno de
1280 ou 1240 a.C., um século antes da ascendência de Tiro.
(d) O fato de os Filisteus não serem mencionados no livro como uma grande ameaça
aos hebreus indica uma data anterior a 1200 a.C., quando deu a chegada maciça ao litoral
ocidental de Canaã dos filisteus. Segundo 11.21 são os anaquins, não os filisteus, que
habitavam as cidades que posteriormente foram tomadas pelos filisteus. Os filisteus,
indicados no livro de Juízes entre os maiores inimigos de Israel depois de Josué também não
constam da lista dos principais habitantes da terra em 12.8, o qual reflete os tempos da
conquista.
Existem, por outro lado, referências textuais que sugerem uma data posterior ao
período de Josué.
(b) A expressão “até o dia de hoje” usada repetidamente no livro claramente indica
um autor de uma época bem diferente do período do homem Josué. A frase é encontrada em
4.9; 6.25; 7.26; 8.28; 9.27; 10.27; 13.13; 14.14; 15.63 e 16.10.
(c) A menção em 10.13 da antiga fonte, “O Livro dos Justos” (ou literalmente “de
Jasar”), parece apontar para trás da perspectiva de um autor, ou editor, que teria vivido bem
depois de Josué. O Livro dos Justos existia no período do Rei Davi (2Samuel 1.18), e parece
uma composição feita pela ordem do rei quando Israel tornou-se um povo com governo
central. Se fosse assim, teria sido citado pelo autor de Josué como indicação de fonte
autorizada à qual o autor apelou. Se o Livro dos Justos não estivesse escrito no período de
Davi, ainda estava em desenvolvimento, capaz de sofrer um acréscimo na época do rei.
(d) Uma fonte usada pelo autor final do livro de Josué é mencionada em 24.26. É o
relato da renovação da aliança com a terceira geração após a saída do Egito, relato escrito por
Josué mesmo e citado em 24.2-25.
Não pode restar dúvida de que o tema do livro é “A conquista e a Divisão da Terra
Prometida”. Ver 1.2; 12.7-24; e 13.7 como versículos chaves neste sentido. As ênfases no
texto do livro que são percebidas por uma leitura do livro todo também levam à esta
conclusão.
Uma vez levando em conta o destaque que a aliança tem no Pentateuco, e sabendo a
respeito dos itens envolvidos numa cerimônia de instituição e renovação, torna-se evidente
que o livro de Josué consta de um livro de renovação da aliança. Êxodo registra a instituição
da aliança com a primeira geração saída do Egito (cap.19-24). Deuteronômio registra a
reiteração dos eventos e termos das alianças registrada em Êxodo, mas dentro de um contexto
de levar ao registro da renovação daquela aliança com a segunda geração de Israel. Josué, por
sua vez, registra os eventos que levaram à renovação da antiga aliança com a terceira geração
(24).
Cristo é revelado no Livro de Josué de três maneiras; por revelação direta, por
modelos e por aspectos iluminantes de sua natureza. Em 5.13-15, o Deus Triúno apareceu a
Josué como o “príncipe do exercito do SENHOR”. Através de sua aparição, Josué teve
certeza de que o próprio Deus era o responsável. Era tarefa de Josué, bem como nossa, seguir
os planos do príncipe, além de conhecer o príncipe.
Um modelo é um símbolo, uma lição objetiva. Pode-se encontrar tipos em uma pessoa,
em um ritual religioso e mesmo em um acontecimento histórico. O próprio Josué era um
modelo de Cristo. Se nome, que significa “Jeová é Salvação”, é um equivalente hebraico do
grego “Jesus”. Josué guiou os israelitas até a possessão de sua herança prometida, bem como
cristo nos leva à possessão da vida eterna. O cordão de fio de escarlata na janela de Raabe
(2.18,21) ilustra a obra de redenção de Cristo na cruz. O pano cor de sangue pendurado na
janela salvou Raabe e sua família da morte. Assim, Cristo também derramou seu sangue e foi
pendurado na cruz para nos salvar da morte.
Uma tendência constante da obra do Espírito Santo flui através do Livro de Josué.
Inicialmente, sua presença surge em 1.5, quando Deus conhecendo a esmagadora tarefa de
comandar a nação de Israel, forneceu a Josué a promessa de seu Espírito sempre presente.
O trabalho do Espírito Santo era o mesmo antes de agora: ele atrai as pessoas a um
relacionamento de salvação com Cristo e realiza os propósitos do Pai. Seu objetivo em Josué,
bem como no Antigo Testamento, era a salvação de Israel, pois, foi através dessa nação que
Deus escolheu salvar o mundo (Is 63.7-9).
Várias características sobre a maneira como o Espírito opera podem ser vistas em
Josué. A obra do Espírito Santo é contínua: “Não te deixarei nem te desampararei” (1.5). O
Espírito Santo está comprometido a realizar a tarefa, independentemente de quanto tempo
demore. Sua presença contínua é necessária para o sucesso do plano de Deus na vida dos
homens. A obra do Espírito Santo é mútua: “Tão somente sê forte e mui corajoso para teres
cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies,
nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que
andares” (1.7). Foi dito: “Sem ele, não podemos; sem nos ele não quer”. A cooperação com o
Espírito Santo é essencial à vitória. Ele nos habilita a cumprir nosso chamado e a completar a
tarefa ao nosso alcance. A obra do Espírito Santo é sobrenatural. A queda de Jericó foi obtida
mediante a destruição milagrosa de seus muros (6.20). A vitória foi alcançada em Gibeom,
quando o Espírito deteve o sol (10.12,13). Nenhuma obra de Deus seja a libertação da
servidão ou possessão da bênção, é realizada sem ajuda do Espírito.
Descreve a repartição da terra, por Josué, entre as doze tribos; a herança de Calebe; as
seis cidades de refúgio; e as quarenta e oito cidades levíticas dentre as tribos. O livro termina
com duas mensagens de despedida por Josué (23.1; 24.28) e um tributo post-mortem a Josué e
Eleazar (24.29-33).
(b) Oferece muitos aspectos da admirável vida de Josué como o escolhido de Deus
para completar a missão de Moisés: estabelecer Israel como o povo do concerto na terra
prometida.
(c) O livro registra vários milagres divinos em favor de Israel, sendo que os dois mais
notáveis são a queda de Jericó (cap. 6) e o prolongamento das horas da luz do dia, na batalha
em Gibeom (cap. 10).
(e) O livro ressalta três grandes verdades no tocante ao relacionamento entre Deus e o
seu povo do pacto:
• Sua fidelidade,
• Sua santidade.
• A sua salvação.
(f) O livro ressalta a importância de manter viva a memória dos atos redentores de
Deus em favor do seu povo, e de perpetuar esse legado de geração em geração.
retrospectiva da história de Israel Josué os faz lembrar de como a fidelidade divina foi um
fator decisivo na vida de seus antepassados. Os triunfos nas batalhas não foram resultados da
capacidade militar ou do esforço de Israel. A terra em que agora habitavam não era produto de
seu trabalho.
Esta história da fidelidade divina deve servir para a sustentação para a nossa fé, tanto
hoje quanto amanhã. Nesta perspectiva não importam as circunstâncias que nos cercam,
devemos confiar em Deus. Ele é capaz de cumprir todas as suas promessas no presente e no
futuro com a mesma precisão que agiu no passado. Você conhece as promessas de Deus?
Você crê na fidelidade divina? Em segundo lugar a renovação da aliança entre o povo de
Israel e Deus implica que As vitórias alcançadas na vida não são meros resultados do esforço
humano (v.12).
Em terceiro lugar a renovação da aliança entre o povo de Israel e Deus implica que
Deus nos sustenta e nos farta de bens deste mundo (v.13).
Ao renovar a aliança com Deus aquela geração israelita (terceira) assume solenemente
algumas responsabilidades como:
(b) Servir ao Senhor = dando-lhe honestamente, com toda fidelidade, aquilo que Ele
quer.
Os israelitas precisaram lançar fora os deuses estranhos para servir ao Senhor com
sinceridade. O que você precisa abandonar para servi-lo verdadeiramente? A indecisão na
vida espiritual é um erro fatal para os cristãos de hoje. Cada dia de nossa vida precisa ser
marcado pela decisão sábia de servir a Deus. Em quinto lugar a renovação da aliança entre o
povo de Israel e Deus implica que Deus exige exclusividade relacional conosco (v.23).
Qual é o nível do seu relacionamento com Deus? Você anda meio dividido? Sente que
não está agradando ao Senhor? Pois bem meu conselho é que você jogue fora os “deuses
estranhos” e incline o seu coração para o Senhor e assim apresente sua vida consagrada como
uma oferta de amor. Lembre se Deus exige exclusividade. Ele não quer corações divididos.
Ele não quer culto parcial nem tampouco vidas incoerentes.
Ainda que o povo de Israel achasse impossível abandonar a Deus, por causa de tudo
que Ele fez a favor desta nação, a história de Israel, logo no livro de Juízes, indica que um
reconhecimento das fraquezas, e humildade teriam sido mais recomendáveis. A falta de
perseverança no caminho do Senhor, em grande parte deve-se ao fato de que os pais deixaram
de praticar e ensinar a seus filhos dentro de seus lares. Isto Josué prometeu fazer (v.15),
sabendo que o culto verdadeiro começa em casa.
Esboço do Livro
I. A Desobediência e a Apostasia de Israel (1.1—3.6)
A. Israel Deixa de Expurgar a Terra (1.1—2.5)
B. O Desvio Calamitoso de Israel (2.6—3.6)
II. A Opressão Estrangeira de Israel e os Juízes Libertadores (3.7—16.31)
A. Opressão Mesopotâmica -Livramento por Otniel (3.7-11)
B. Opressão Moabita -Livramento por Eúde (3.12-30)
C. Opressão Filistéia -Livramento por Sangar (3.31)
D. Opressão Cananéia -Livramento por Débora e Baraque (4.1—5.31)
E. Opressão Midianita -Livramento por Gideão (6.1—8.35)
F. Tempos Conturbados sob Abimeleque, Tola e Jair (9.1—10.5)
O nome é extraído dos juízes, cujos feitios são registrados pelo livro. O livro é
fragmentado e não cronológico na sua disposição. Os eventos registrados são mais locais e
tribais do que nacionais. Todavia, são de grande valor para mostrar a condição e caráter do
povo.
A palavra hebraica traduzida por “Juízes” significa “os que julgam ou governam”
(líderes), “libertadores”, ou “salvadores”. O livro recebeu o nome de Juízes por causa do
caráter do trabalho dos seus heróis, pessoas levantadas por Deus para salvar as tribos de Israel
dos seus (2.16). Essas pessoas, além da sua função em alguns casos de julgar o povo (4.4-5),
executavam o julgamento de Deus sobre os opressores de Israel (11.27). De modo geral os
juízes eram líderes e libertadores (3.9-10). W.S. LaSor diz da palavra: “É relacionada às
palavras fenícia e ugarítica que ajudam a esclarecer o seu sentido”. Os romanos referiam-se
aos governantes de Cártago como sufes ou sufetes... Lívio comparava-os ao cônsul romano...
A história ugarítica de Anate contém o seguinte dístico: ‘nosso rei é Alian Baal’. ‘Nosso juiz,
não há outro acima dele’ (51, nº. 43 sg).
Os juízes (treze deles são mencionados neste livro) vieram de várias tribos e
funcionavam como chefes militares e magistrados civis. Muitos se limitavam à sua própria
tribo quanto à esfera de influência, ao passo que alguns serviam a toda a nação de Israel.
Os juízes surgiam quando as ocasiões requeriam e foram homens das tribos sobre os
quais Deus colocou o fardo de um Israel apóstata e oprimido. Exerciam funções judiciais e
orientavam os exércitos de Israel contra o inimigo. Portanto, eles ditavam as normas à nação e
sustentavam a causa de Jeová. O nome, libertador ou Salvador, usado na maioria dos
manuscritos antigos, descreveu seu caráter e funções mais detalhadamente. Mas, devido ao
fato de indivíduos e clãs terem diferenças de opinião naqueles tempos turbulentos, diferenças
essas que poderiam trazer consequências desastrosas, eles aprenderam a entregar tais
diferenças àqueles líderes vitoriosos, fato esse que, mais tarde, fez com que fossem chamados
juízes.
No cânon judaico, Juízes é o segundo livro dos Primeiros Profetas. Em nosso cânon, é
o segundo dos livros históricos. Continua a história registrada em Josué e prepara o leitor para
entender as narrativas dos livros de Samuel.
claros os infortúnios que sempre ocorriam a Israel quando ele se esquecia do seu concerto
com o Senhor e escolhia a senda da idolatria e da devassidão.
É a história dos juízes (2.12-19; 3.7-11).O livro de Juízes relata o governo de treze
juízes sobre Israel desde a morte de Josué até os dias de Eli e Samuel. Os israelitas
constantemente desobedeciam a Deus e caiam nas mãos de países opressores. Estes juízes
foram constituídos por Deus para livrá-los da opressão. Aproveito a sugestão de Giuseppe
Grocetti e destaco como tema a sequência: “pecado, punição, súplica e o envio de um
salvador”. O livro traz pelo menos duas lições: Pecado leva castigo, mas arrependimento leva
libertação e paz; aquele que é dedicado a Javé pode ser usado por ele.
O livro narra a época mais escura de toda a história de Israel. A vida moral era de
nível baixíssimo e a vida religiosa estava em condição sincrética. Javé era considerado o Deus
do povo, mas muitas vezes Ele foi cultuado como um dos baalins. Outras vezes o povo
simplesmente cultuava os baalins. Astarote (1Rs 11.5) era a deusa associada a Baal (2.11,13).
Os baalins foram realmente expressões de Baal em vários lugares. Esse Baal era o deus da
fertilidade (Os 2.5-13; 4.10-14; Am 4.4-8; 1Rs 17.1; 18.1,41-45), sendo senhor das
tempestades as quais traziam as chuvas a terra, concorrendo para a colheita e fecundidade do
gado e do rebanho. O nome “Baal” significa “o senhor”, “o marido”, ou “o possuidor”, e esse
fato fazia com que os israelitas perdessem facilmente a distinção entre Javé, seu senhor, e o
Baal (senhor) daquele lugar. Segundo as descobertas de Ugarite do século 14 a.C. Baal
equivale ao deus mesopotâmico de tempestade, Hadade. Provavelmente fosse filho de um dos
deuses irmãos de El, o Deus altíssimo.
Javé e ao pacto do Sinai, elas estavam unidas e fortes. Mas quando desciam ao baalismo, sua
unidade se perdia , tornando-se divididas e fracas. Essa filosofia se expressa da seguinte
maneira em Juízes: o povo pecava e se afastava do seu Deus, e, como resultado, caía nas mãos
dos seus opressores; pelo arrependimento e clamor a Deus, vinha a libertação, por meio dos
homens chamados “Juízes”. Deus sempre ouvia as súplicas do povo e os livrava.
(a) Foi escrito depois da remoção da arca, de Siló, nos tempos de Eli e de Samuel (Jz
18.31; 20.27; 1Sm 4.3-11).
(c) Jerusalém ainda estava em poder dos jebuseus (Jz 1.21; 2Sm 5.7). Esses três
indícios indicam que o livro foi concluído nalgum tempo depois do início do reinado do rei
Saul (c. 1050 a.C.), mas antes do rei Davi capturar Jerusalém (c. 1000 a.C.).
O Talmude judaico associa a origem deste livro a Samuel, o que é bem possível. Uma
coisa é certa: o livro descreve e avalia o período dos juízes do ponto de vista do concerto (Jz
2.1-5). Moisés tinha profetizado que a opressão viria da parte das nações estrangeiras sobre os
israelitas como maldição da parte de Deus, se eles abandonassem o concerto (Dt 28.25, 33,
48). O livro de Juízes ressalta a realidade histórica dessa profecia. Semelhante a Josué há
elementos anteriores e posteriores do livro.
2.6.1. Anteriores
(c) Sidom ainda é a cidade principal da Fenícia. Tiro tornou-se cidade principal no
século doze a.C.
2.6.2. Posteriores
(a) Siló tinha sido destruída (18.31) cerca de 1100 a.C.; 1Sm 4.12; 7.2; Jr 7.14; 1Rs
14.4).
(b) Implicação de uma data durante o período da monarquia (17.6; 18.1; 21.25).
(c) Implicação de uma data depois do início das invasões assírias (18.30; 2Rs 15.17-
22).
(a) Tradições orais, do século décimo segundo ao século décimo antes de Cristo.
(b) Tradições escritas, do século décimo segundo ao nono século antes de Cristo.
O Espírito do Senhor veio sobre Otniel (3.10) e o capacitou a libertar os israelitas das
mãos de Cusã-Risataim, rei da Síria. Através da presença pessoal do Espírito do Senhor,
Gideão (6.34) libertou o povo de Deus das mãos dos midianitas. Literalmente, o Espírito do
Senhor se revestiu de Gideão. O Espírito do Senhor capacitou este líder escolhido por Deus e
agiu através dele para implementar o ato salvífico do Senhor em benefício do seu povo. O
Espírito do Senhor equipou Jefté (11.29) com habilidades de liderança no seu
empreendimento militar contra os amonitas. A vitória de Jefté sobre os amonitas foi o ato de
libertação do Senhor em benefício de Israel. O Espírito do Senhor capacitou Sansão e
executar atos extraordinários. Ele começou a impelir Sansão para sua carreira (13.25). O
Espírito veio poderosamente sobre ele em várias ocasiões. Sansão despedaçou um leão
apenas com as mãos (14.6). Certa vez matou trinta filisteus (14.19) e, em outra ocasião,
livrou-se das cordas que amarravam as suas mãos e matou mil filisteus com uma queixada de
jumento (15.14,15).
O mesmo Espírito Santo que deu condições a esses libertadores para que fizesse
façanhas e cumprissem os planos e propósitos do Senhor continuam operantes ainda hoje.
Esta seção encerra o livro com fatos da vida real dos tempos dos juízes, que revelam a
profundidade da corrupção moral e social decorrente da apostasia espiritual de Israel. Uma
lição patente no livro para todos nós: os seres humanos nunca aprendem bem as lições que a
história ensina.
(C) Salienta que quando Israel perdia de vista a sua identidade como o povo do
concerto, tendo Deus como seu rei, a nação afundava em ciclos repetidos de caos espiritual,
moral e social, e então “cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (21.25; confronte
17.6).
(D) Revela vários casos que ocorrem repetidamente na história do povo de Deus, dos
dois concertos:
(a) A não ser que o povo de Deus ame e dedique-se a Deus de todo coração e
mantenha uma constante vigilância espiritual, esse povo endurecerá o coração, deixará de
buscar a Deus, se desviará e acabará na apostasia.
(b) Deus é longânimo, e sempre que os seus clamam arrependidos, Ele é
misericordioso para restaurá-los, por meio de homens que Ele levanta, com dons e
revestimento do Espírito Santo, para livrá-los do juízo opressivo do pecado.
(c) Constantemente, os próprios líderes ungidos, que Deus usa para livrar o seu
povo, entram pelo caminho da corrupção, por falta de humildade, de caráter ou de retidão.
(E) Cada um dos seis ciclos principais do livro abrange apostasia, opressão, aflição e
libertação, e começam, todos, da mesma forma: “Então, fizeram os filhos de Israel o que
parecia mal aos olhos do Senhor” (2.11; 3.7).
(F) O livro revela que Deus usava nações mais pecaminosas do que o seu próprio povo
para fustigá-lo pelos seus pecados e para levá-los ao arrependimento e reavivamento. Somente
essa intervenção divina impediu que o paganismo ao redor de Israel o absorvesse.
(b) O estabelecimento dos israelitas em Canaã ensina que devemos unir nossas forças
na realização do trabalho de Deus (v.3-7). A tribo de Judá contou com o apoio da tribo de
Simeão para atacar e expulsar os cananeus e perizeus. O Senhor os entregou na mão do seu
povo. A igreja de Jesus Cristo precisa estar unida para cumprir sua missão. Na igreja
primitiva havia íntima comunhão. “Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em
comum” (At.2.44).
(c) O estabelecimento dos israelitas em Canaã ensina que se Deus é por nós, ninguém
pode nos vencer (v.4,17-19). O Senhor entregou nas mãos de Judá e Simeão todos os seus
inimigos. Através das vitórias constantes, todos sabiam que o Senhor estava com eles. O
apóstolo Paulo afirma que somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. Nada pode
nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.37-39).
Neste trecho vimos que você deve consultar o Senhor antes da realização de qualquer
empreendimento. Por outro lado é necessário que você esteja aberto (a) para a necessidade de
cooperação, pois neste mundo dificilmente fazemos as coisas sozinhos. Diante dos desafios da
vida, tenha fé que, se Deus está do seu lado, ninguém poderá vencê-lo. Seja zeloso nas coisas
espirituais, pois somente assim você cumprirá toda justiça de Deus. Não se esqueça que Deus
é justo e visita com castigo à infidelidade daqueles a quem ele ama. Seja sincero em seu
estado de arrependimento quando peca contra Deus. A confissão de culpa superficial não
produz efeito duradouro em sua vida.
Vejamos algumas lições práticas que o período dos juízes de Israel apresenta para nós.
Deixe estes princípios espirituais se tornarem uma realidade em sua vida!
(a) O período dos juízes ensina que as promessas de Deus precisam ser possuídas pelo
seu povo (2.6). As tribos de Israel precisaram lutar para possuírem a terra prometida. Nós
queremos as promessas de Deus, mas não lutamos pelo seu cumprimento em nossas vidas.
Todas as conquistas espirituais envolvem esforço, luta e confiança total em Deus (Josué 1.9).
(b) O período dos juízes ensina que o povo de Deus precisa de líderes comprometidos
com o Senhor (2.7). Enquanto Josué e os anciãos ligados a Ele eram vivos, o povo de Israel
serviu ao Senhor. Um líder comprometido com o Senhor pode conduzir toda uma nação a um
genuíno despertamento espiritual (1Rs 18.20-40).
(c) O período dos juízes ensina que a falta de liderança espiritual firme conduz o povo
a um completo esquecimento de Deus (2.10). Com a morte de Josué e dos anciãos ligados a
ele, levantou-se outra geração que não conhecia o Senhor. O profeta Ezequiel ensina que as
ovelhas se espalharam, por não haver pastor; e se tornaram pasto de todas as feras do campo,
porquanto se espalharam (Ez 34.5).
(d) O período dos juízes ensina que a ira do Senhor se acende contra os cristãos infiéis
(2.14-15). A mão do Senhor passou a ser contra os israelitas para o mal. Eles começaram a
viver uma grande aflição na terra prometida.
(e) O período dos juízes ensina que Deus atende o clamor sincero dos seus filhos
(2.16-18). A Bíblia informa que o Senhor se compadecia dos israelitas em razão do seu
gemido por causa dos que os oprimiam e afligiam. Em resposta, suscitava Juízes que livravam
o povo da mão dos que os despojavam. Em qualquer circunstância da vida, devemos lembrar
que “a benignidade do Senhor jamais se acaba, as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3.22).
Nesta secção vimos que as promessas de Deus são conquistadas por você através do
combate da fé. Deus chama você para um comprometimento total com ele, através da fé em
Jesus Cristo. A falta de uma liderança espiritual firme nas igrejas hoje em dia é a causa do
afastamento contínuo de cristãos em relação a Deus. Mas a ira do Senhor está acesa contra
aqueles que vivem de maneira infiel. Se este é o seu caso, clame ao Senhor com sinceridade, e
ele atenderá a sua oração. Seja sóbrio e vigilante em todos os seus procedimentos, porque
Deus prova sua lealdade a ele constantemente.
Esboço do Livro
I. As Adversidades de Noemi (1.1-5)
II. Noemi e Rute (1.6-22)
A. Noemi Resolve Sair de Moabe (1.6-13)
B. O Amor Inabalável de Rute (1.14-18)
C. Noemi e Rute Vão a Belém (1.19-22)
III. Rute Conhece Boaz na Seara (2.1-23)
A. A Providência Divina na Decisão de Rute (2.1-3)
B. A Provisão Divina na Decisão de Rute (2.4-16)
C. Rute Informa a Noemi (2.17-23)
IV. Rute e Boaz na Eira (3.1-18)
A. Rute Recebe Instruções de Noemi sobre Boaz (3.1-5)
B. Rute Pede a Boaz para Ser Seu Remidor (3.6-9)
C. Rute Recebe Resposta Favorável de Boaz (3.10-18)
V. Boaz Casa com Rute (4.1-13)
A. Boaz e o Contrato de Parente-Remidor (4.1-12)
B. Casamento e Nascimento de um Filho (4.13)
VI. O Contentamento de Noemi (4.14-17)
VII. A Genealogia de Perez a Davi (4.18-22)
Moabe, a leste do mar Morto. O restante do livro transcorre em Belém de Judá e sua
vizinhança. Liturgicamente, o livro é um dos cinco rolos da terceira divisão da Bíblia
Hebraica, conhecida como Os Hagiógrafos (lit. “Escritos Sagrados”). Cada um desses rolos
era lido publicamente numa das festas judaicas anuais. Visto que a comovente história de
Rute ocorreu na estação da colheita, era costume ler este livro na Festa da Colheita
(Pentecostes). Considerando que a lista dos descendentes de Rute não vai além do rei Davi
(4.21,22), o livro foi provavelmente escrito durante o reinado de Davi).
Boaz representa uma das mais dramáticas figuras do Antigo Testamento que antecipa
a obra redentora de Jesus. A função de “parente remidor” cumprida de forma tão elegante nas
ações que promoveram a restauração pessoal de Rute, dá testemunho eloqüente a respeito
disso. As ações de Boaz efetuam a participação de Rute nas bênçãos de Israel e a incluem na
linhagem familiar do Messias (Ef 2.19). Eis aqui uma magnífica silhueta do Mestre,
antecipando em muitos séculos a sua graça redentora. Como nosso “parente chegado”, ele se
torna carne -vindo como um ser humano (Jo 1.14; Fp 2.5-8).
O livro de Rute foi escrito a fim de mostrar como, através do amor altruísta e do
devido cumprimento da lei de Deus, uma jovem mulher moabita, virtuosa e consagrada, veio
a ser a bisavó do rei Davi de Israel. O livro também foi escrito para perpetuar uma história
admirável dos tempos dos juízes a respeito de uma família piedosa cuja fidelidade na
adversidade contrasta fortemente com o generalizado declínio espiritual e moral em Israel.
A decisão de Rute de ficar com Noemi (1.1-22). A história começa durante uma época
de fome em Israel. Elimeleque, um homem de Belém, atravessa o Jordão em companhia de
sua esposa, Noemi, e de seus dois filhos, Malom e Quiliom, para passarem algum tempo na
terra de Moabe. Ali, os filhos se casam com mulheres moabitas, Orfa e Rute. Sobrevém
desgraça a essa família; primeiro morre o pai e depois morrem os dois filhos. As três
mulheres ficam viúvas e sem filhos, não havendo descendente para Elimeleque. Noemi ouve
que Deus voltou novamente a sua atenção para Israel, dando pão a Seu povo, e decide retornar
à sua terra natal, Judá. As noras se põem a caminho com ela. Mas Noemi roga-lhes que
voltem a Moabe, pedindo a benevolência de Deus para prover marido a cada uma dentre os
homens do povo delas. Por fim, Orfa volta “ao seu povo e aos seus deuses”, mas Rute, sincera
e firme na sua conversão à adoração de Deus, fica com Noemi. Ela expressa belamente a sua
decisão nas seguintes palavras: “Aonde quer que fores, irei eu, e onde quer que pernoitares,
pernoitarei eu. Teu povo será o meu povo, e teu Deus, o meu Deus. Onde quer que morreres,
morrerei eu e ali serei enterrada. Assim me faça Deus e assim lhe acrescente mais, se outra
coisa senão a morte fizer separação entre mim e ti.” (1.15-17) Entretanto, Noemi, viúva e sem
filhos, cujo nome significa “Minha Agradabilidade”, sugere que a chamem pelo nome de
Mara, que significa “Amarga”.
Esta história do amor que redime inicia quando Elimeleque parte de Judá e passa a
residir com sua família em Moabe por causa de uma fome (1.1,2). O sofrimento continuou a
flagelar Elimeleque, pois ele e seus dois filhos morreram em Moabe (1.3-5), o que resultou
em três viúvas.
(a) Noemi (viúva de Elimeleque) e sua devotada nora moabita, Rute, voltaram a
Belém de Judá (1.6-22).
(b) Na providência divina, Rute veio a conhecer Boaz, um parente rico de Elimeleque
(cap. 2).
(c) Seguindo as instruções de Noemi, Rute deu a entender a Boaz o seu interesse na
possibilidade de um casamento segundo a lei do parenteremidor (cap. 3).
(a) É um dos dois livros da Bíblia que leva o nome de uma mulher (sendo o outro o de
Ester).
(b) Este livro, escrito, tendo ao fundo o horizonte ominoso -agourento, nefasto,
funesto, detestável, execrável -da infidelidade e apostasia de Israel durante o período dos
juízes, descreve as alegrias e pesares de uma família piedosa de Belém durante aqueles
tempos caóticos.
(c) Ilustra o fato de que o plano divino da redenção incluía os gentios que, durante os
tempos do Antigo Testamento, foram enxertados no povo de Israel mediante o
arrependimento e a fé no Senhor.
(d) A redenção é um tema central, do começo ao fim do livro, sendo o papel de Boaz,
como parente-remidor, uma das ilustrações ou tipos mais claros do ministério mediador de
Jesus Cristo.
(e) O versículo mais conhecido deste livro consiste nas palavras que Rute dirigiu a
Noemi, quando ainda estava em Moabe: “Aonde quer que tu fores irei eu e, onde quer que
pousares a noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (1.16).
Traça um retrato realista da vida, com seus contratempos, mas também mostra como a fé e
fidelidade de pessoas piedosas ensejam a Deus a oportunidade de converter a tragédia em
triunfo e a derrota em bênção.
(a) Transtornos humanos dão oportunidade a Deus para realizar seus grandes
propósitos redentores (Fp 1.12).
(c) Rute como partícipe da linhagem de Davi e de Jesus (Mt 1.5) significa que pessoas
de todas as nações farão parte do reino do grande “Filho de Davi” (Ap 5.9; 7.9).
Este livro, junto com o de Juízes, trata da vida de Israel desde a morte de Josué até o
governo de Eli. O nome é extraído de Rute, a personagem principal. Outras personagens
importantes são Noemi e Boaz.
3.10.1. A história de Rute ensina que nem sempre as coisas acontecem como
planejamos (1.1-5)
O texto mostra que não havia em Elimeleque e sua família a intenção de uma
migração permanente no país de Moabe. Eles foram peregrinar para manter a vida e acabaram
se deparando com a morte. O amanhã não nos pertence; portanto, não devemos inquietar-nos
por causa dele. Basta a cada dia o seu mal (Mt 6.34).
Enquanto Orfa deu a Noemi o beijo de despedida, Rute se apegou a ela. A mesma
causa que induziu Orfa a ir embora fez Rute permanecer: o fato de que Noemi não tinha
filhos, nem esposo. Nós respondemos às circunstâncias de maneira pessoal e exclusiva. Tudo
depende das motivações que trazemos dentro de nós no momento decisivo. A personalidade
exerce um papel preponderante.
3.10.3. A história de Rute ensina o preço alto que precisamos pagar por causa da
fidelidade a Deus e ao próximo (1.15-17)
3.10.4. A história de Rute ensina que Deus recompensa o esforço que fazemos
para demonstrar fidelidade a ele e ao próximo (4.9-12)
Rute voltou com Noemi para Belém de Judá e fez um feliz casamento com Boaz.
Desse modo veio a ser uma antepassada de Davi. Seu nome também figura na genealogia de
Jesus Cristo. Ela tornou-se numa pessoa importante aos olhos dos homens e de Deus.
A história de Rute ensina que as coisas nem sempre acontecem na sua vida como você
planeja. Às vezes você chega a uma situação tal que a melhor alternativa é voltar às origens
para recomeçar. Reconheça que as pessoas não são iguais; por isso reagem de maneira
diferente diante de uma mesma situação. Saiba que o preço que você paga pela fidelidade a
Deus e ao próximo envolve renúncia, sacrifícios e até mesmo sofrimento. Nos momentos de
provações, lembre-se que Deus recompensa todo o esforço de ser fiel a ele e ao próximo.
Capítulo 4 - 1 e 2 Samuel
Esboço do Livro
I. Samuel: Líder Profético de Israel (1.1—8.22)
A. Nascimento de um Líder Profético (1.1—2.11)
1. A Tristeza e a Oração de Ana (1.1-18)
2. O Filho Profético de Ana (1.19-28)
O autor de 1Sm não é nomeado neste livro, mas é provável que Samuel tenha escrito
pelo menos parte do livro, ou fornecido a informação para outro historiador, o que engloba
sua vida e ministério até sua morte. A autoria do restante de 1Sm não pode ser determinada
com certeza, mas alguns supõem que seja do sacerdote Abiatar.
O nome provém da história da vida de Samuel registrada na primeira parte deste livro.
Significa “nome de Deus”. Foram, anteriormente, no Antigo Testamento hebraico, um só
livro e eram chamados de “O Primeiro Livro dos Reis”; os dois livros de Reis eram um e
chamados de “Segundo Reis”. Samuel e Reis formam uma história contínua e nos dão um
relato do nascimento, glória, e queda da monarquia judaica.
Levam o nome do profeta Samuel, tido em alta estima como um proeminente líder
espiritual de Israel; aquele a quem Deus usou para pôr em ordem a monarquia teocrática.
Por causa da referência à cidade de Ziclague, que “pertence aos reis de Judá, até o dia
de hoje” (27.6), e por outras referências a Judá e a Israel, sabemos que 1Sm foi escrito depois
da divisão da nação em 931 a.C.. Além disso, como não há menção à queda de Samaria em
722 a.C., deve ser datado antes deste evento. O livro de 1Sm cobre um período de cerca de
140 anos, começando com o nascimento de Samuel em redor de 1150 a.C. e terminando com
a morte de Saul em redor de 1010 a.C..
4.1.2. Conteúdo
Israel havia sido governado por juízes que Deus levantou em momentos cruciais da
história da nação; no entanto, a nação havia se degenerado moralmente e politicamente. Havia
estado sob a investida violenta e desalmada dos filisteus. O templo de Siló fora profanado e o
sacerdócio se mostra corrupto e imoral. Em meio a essa confusão política e religiosa surge
Samuel, o milagroso filho de Ana. De uma forma notável, a renovação e a alegria que esse
nascimento trouxe à sua mãe prefiguram o mesmo para a nação.
Os próprios filhos de Samuel não eram um reflexo do seu caráter piedoso. O povo não
tinha confiança nos seus filhos; mas a medida em que Samuel envelhecia, pressionavam-no
para que lhes desse um rei. Com relutância, ele acaba cedendo. Saul, homem vistoso e
carismático, é escolhido para tornar-se o primeiro rei. O seu ego era tão grande quanto a sua
estatura. Pela sua impaciência, exerceu funções sacerdotais, em vez de esperar por Samuel.
Depois de desprezar os mandamentos de Deus, foi rejeitado por ele. Depois dessa rejeição,
Saul tornou-se uma figura trágica, consumida por ciúme e medo, perdendo gradualmente a
sua sanidade. Gastou os seus últimos anos numa incansável perseguição a Davi através das
regiões montanhosas e desérticas do seu reino, num desesperado esforço para eliminá-lo.
Davi, no entanto, encontrou um aliado em Jônatas, filho de Saul. Ele advertiu Davi sobre os
planos do seu pai para matá-lo. Finalmente, depois que Saul e Jônatas são mortos em batalha,
o cenário está pronto para que Davi se torne o segundo rei de Israel.
As semelhanças entre Jesus e o pequeno Samuel são surpreendentes. Ambos são filhos
da promessa. Ambos foram dedicados a Deus antes do nascimento. Ambos forma pontes de
transição de um estágio da história da nação para outro. Samuel acumulou os ofícios de
profeta e sacerdote; Cristo é profeta, sacerdote e rei. O fim trágico de Saul ilustra o destino
final dos reinos terrenos. A única esperança é um Reino de Deus na terra, cujo soberano seja o
próprio Deus. Em Davi começa a linhagem terrena do Rei de Deus. Em Cristo, Deus vem
como Rei e virá novamente como Rei dos reis.
Davi, o pequeno e humilde pastor, prefigura a Cristo, o bom pastor. Jesus torna-se o
Rei-pastor definitivo.
1 Samuel contém notáveis exemplos da vinda do Espírito Santo sobre os profetas, bem
como sobre Saul e seus servos. Em 10.6, o Espírito Santo vem sobre Saul, que profetiza e “se
transforma em outro homem”, isto é, é equipado pelo Espírito para cumprir o chamado de
Deus.
Depois de ser ungido por Samuel, “desde aquele dia em diante, o Espírito do
SENHOR se apoderou de Davi” (16.13). O fenômeno do Espírito inspirando a adoração
ocorre no cap. 10 e em 19.20. Esse fenômeno não é como o frenesi impregnado de
emotividade dos pagãos, mas verdadeira adoração e louvor a Deus pela inspiração do
Espírito, em semelhança ao ocorrido no dia de Pentecostes (At 2). Mesmo nos múltiplos usos
do Éfode, Urim e Tumim, esperamos ansiosamente pelo momento em que o “Espírito da
Verdade” nos irá guiar em “toda a verdade”, nos falará sobre “o que há de vir” e “há de
receber do que é meu (de Jesus)” e vo-lo “há de anunciar” (Jo 16.13,14).
Este livro começa com a história de Eli, o velho sacerdote, juiz e líder do povo.
Registra o nascimento e a infância de Samuel, que mais tarde tornou se sacerdote e profeta do
povo. Esta história é muito parecida em beleza com a história de Rute. Descreve as nobres
qualidades religiosas da mãe de Samuel que o conduziu à grandeza, e mostra a elevada
posição que as mulheres judias piedosas tinham no soerguimento do povo hebreu. Seria difícil
encontrar outra mãe mais amorosa ou devota, ou outro filho mais promissor e fiel. O livro fala
da elevação de Saul ao trono e da sua queda final. Juntamente com isso, fala do crescente
poder de Davi, que sucedeu Saul no trono.
(A) Samuel foi o último dos juízes, e o primeiro a exercer o ofício profético (embora
não fosse o primeiro profeta, confronte Dt 34.10; Jz 4.4). Como homem de grande
espiritualidade e dotado do dom profético, Samuel.
(b) Lançou o alicerce que situou os profetas na sua devida posição em Israel (1Sm
19.20; At 3.24; 13.20; Hb 11.32).
(B) Saul tornou-se o primeiro rei de Israel, pelo fato de o povo querer um rei humano
“como o têm todas as nações” (1Sm 8.5,20). Não demorou muito para ele revelar que não
tinha aptidão espiritual para exercer aquele cargo teocrático; daí, Deus, posteriormente,
rejeitá-lo (1Sm 13; 15).
(C) Davi, o segundo homem, escolhido por Deus como seu representante como rei, foi
ungido por Samuel (1Sm cap. 16). Davi não quis ocupar o trono pela força ou pela subversão,
e deixou o caso nas mãos de Deus. Os capítulos 19-30 descrevem prioritariamente as fugas de
Davi, por causa de Saul enciumado e atormentado, e a paciência de Davi, que esperou até
Deus agir no seu devido tempo. O livro termina com o relato da morte trágica de Saul (1Sm
cap. 31).
(a) Expõe claramente os padrões santos de Deus para a monarquia de Israel. Os reis de
Israel deviam ser submissos a Deus, como o verdadeiro Rei de Israel, e obedientes à sua lei.
Deviam atentar para a mensagem e a correção divina através dos profetas.
(c) Ressalta a importância e o poder da oração (1Sm 1.10-28; 2.1-10; 7.5-10; 8.5,6;
9.15; 12.19-23), da palavra de Deus (1Sm 1.23; 9.27; 15.1,10,23) e da profecia pelo Espírito
do Senhor (1Sm 2.27-36; 3.20; 10.6,10; 19.20-24; 28.6).
(d) Contém farta informação biográfica descritiva da vida de três destacados líderes de
Israel – Samuel (1Sm 1-7), Saul (1Sm 8-31) e Davi (1Sm 16-31).
(e) Contêm muitas das célebres histórias bíblicas, tais como Deus falando com o
menino Samuel (cap. 3), Davi e Golias (cap. 17), Davi e Jônatas (1Sm 18-20), Saul
enciumado e amedrontado por causa de Davi (1Sm 18-30), e Saul e a pitonisa de En-dor (cap.
28).
(f) Neste livro, temos a origem literária d’algumas palavras citadas com freqüência:
“Icabô” -que significa “nenhuma glória”, pois “foi-se a glória” (1Sm 4.21); “Ebenézer” -que
significa “pedra de ajuda”, pois “Até aqui nos ajudou o SENHOR” (1Sm 7.12). Além disso,
este livro é o primeiro do Antigo Testamento que emprega a frase “SENHOR dos Exércitos”
(1Sm 1.3).
(a) Samuel, nos seus dias, era o principal representante profético e sacerdotal de Deus
em Israel, prefigurava o ministério de Jesus como supremo expoente profético e sacerdotal de
Deus para Israel.
(b) Davi, nascido em Belém, um pastor e rei, ungido por Deus, que levou a cabo os
propósitos de Deus para sua própria geração (At 13.36), veio a ser a prefiguração e precursor
principal do rei messiânico de Israel. O Novo Testamento refere-se a Jesus Cristo como
“Filho de Davi”, a “descendência de Davi segundo a carne” (Rm 1.3) e “a Raiz e a Geração
de Davi” (Ap 22.16).
Esboço do Livro
outros materiais haviam sido colecionados e puderam ser usado como fontes pelo autor real.
Três dessas fontes são mencionadas em 1Crônicas 29.29, a saber: as “crônicas de Samuel, o
vidente”, as “crônicas do profeta Natã” e as “crônicas de Gade, o vidente”. Tanto Gade como
Abiatar tinham acesso aos eventos da corte do reino de Davi, de forma que ambos são
candidatos à autoria desses dois livros.
Os dois livros devem receber uma data posterior à divisão do reino em duas partes,
divisão que aconteceu logo depois do governo de Salomão, 931 a.C., por causa do comentário
encontrado em 1Sm 27.6 “pelo que Ziclague pertence aos reis de Judá, até ao dia de hoje”.
Embora, com freqüência, fosse traçada uma diferenciação entre Israel e Judá, e embora Davi
tenha reinado em Judá por sete anos e meio antes da unificação do reino, não havia reis em
Judá antes desta data.
4.2.2. Conteúdo
O livro de 2 Samuel trata da ascendência de Davi ao trono e dos quarenta anos do seu
reinado. O livro está enfocado na sua pessoa. E começa com a morte de Saul e Jônatas na
batalha do monte Gilboa. Davi é, então, ungido rei sobre Judá, sua própria tribo. Há um jogo
de poder pela casa de Saul entre Isbosete, filho de Saul e Abner comandante-chefe dos
exércitos de Saul. Embora a rebelião tenha sido sufocada, esse relato sumário descreve os sete
anos e meio anteriores à unificação do reino por Davi. “E houve uma longa guerra entre a
casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi se ia fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam
enfraquecendo” (3.1) Davi unifica tanto a vida religiosa quanto política da nação ao trazer a
arca do Testemunho da casa de Abinadabe, onde havia estado deste que fora recuperada dos
filisteus (6.1-7.1).
Absalão, filho de Davi, depois de uma longa separação de seu pai, instiga uma
rebelião contra o rei, e Davi foge de Jerusalém. A rebelião termina quando Absalão,
pendurado numa árvore pelos cabelos, é morto por Joabe. Há uma desavença entre Israel e
Judá a respeito da volta do rei a Jerusalém. Um rebelde chamado Seba instiga Israel a
abandonar Davi e a voltar para casa. Embora Davi tome uma série de decisões desafortunadas
e pouco sábias, a rebelião é sufocada, e Davi é mais uma vez estabelecido em Jerusalém. O
livro termina com dois belos poemas, uma lista dos valentes de Davi e com o pecado de Davi
em fazer o censo dos homens de guerra de Israel. Davi se arrepende, compra a eira de Araúna
e apresenta oferendas ao Senhor no altar que constrói.
Jesus explicou a obra do Espírito em Jo 16.8: “E, quando ele vier convencerá o mundo
do pecado, e da justiça, e do juízo”. Nós vemos claramente a ação do Espírito Santo através
desses dois modos em 2Samuel. Ele atuava com mais freqüência através do sacerdócio. Sua
atuação como conselheiro pode ser apreciada nas muitas ocasiões em que Davi “consultou o
Senhor” através do sacerdote e do Éfode.
(a) Capturou Jerusalém dos jebuseus e fez dela sua capital (2Sm 5).
(c) Subjugou os inimigos de Israel, começando com os filisteus (2Sm 810). “E Davi se
ia cada vez mais aumentando e crescendo, porque o SENHOR, Deus dos Exércitos, era com
ele” (2Sm 5.10). Sua firme liderança atraía “valentes” e inspirava total lealdade.
Davi entendia que Deus o estabelecera rei sobre Israel e reconhecia abertamente o
domínio de Deus sobre ele mesmo e sobre a nação. Deus prometeu profeticamente que um
descendente de Davi se assentaria sobre o seu trono, e que cumpriria perfeitamente o papel de
rei teocrático (2Sm 7.1217; cf. Is 9.6,7; 11.1-5; Jr 23.5,6; 33.14-16). Entretanto, depois dos
trágicos pecados de adultério e de homicídio, cometidos por Davi, o fracasso moral e a
rebelião acossaram a sua família (2Sm 12-17) e a nação inteira (2Sm 1820). A grande bênção
nacional transformou-se em grande juízo nacional. Davi se arrependeu com sinceridade e
experimentou a misericórdia do perdão divino (2Sm 12.13; confronte Sl 51), mas as
conseqüências da sua transgressão continuaram até o fim da sua vida e até mesmo depois
(confronte 2Sm 12.7-12). Mesmo assim, Deus não rejeitou Davi como rei, como rejeitou Saul
(1Sm 15.23). Realmente, o amor que Davi tinha a Deus (ver os seus salmos) e sua aversão à
idolatria fizeram dele o exemplo pelo qual todos os reis subsequentes de Israel foram medidos
(confronte 2Rs 18.3; 22.2). 2 Samuel termina, quando Davi compra a eira de Araúna, que veio
a ser o local do futuro templo (24.18-25).
(a) Descreve os eventos principais do reinado de Davi, de quarenta anos, inclusive sua
tomada de Jerusalém da mão dos jebuseus, convertendo-a no centro político e religioso de
Israel. O período da sua vida situa-se exatamente entre Abraão e Jesus Cristo.
(b) O ponto crítico do livro (cap. 11) relata os pecados trágicos de Davi, envolvendo
Bate-Seba e seu marido Urias. Apesar de esses pecados de Davi terem sido cometidos em
oculto, foram declarados abertamente por Deus, nas diferentes faces da vida de Davi pessoal,
familiar e nacional.
(c) Embora as Escrituras declarem com destaque que Davi era um homem segundo o
coração de Deus, o favor divino deu lugar ao castigo e as bênçãos de Deus à maldição depois
de ele pecar, conforme Moisés advertira a Israel (Dt 28).
(e) Ressalta a lição moral perpétua de que o sucesso e a prosperidade amiúde levam ao
enfraquecimento moral que, por sua vez, leva ao fracasso moral.
Um modelo a ser seguido (Samuel 7.1-17). Samuel foi o último e o maior dos juízes
de Israel. Os textos bíblicos não o mostram como um comandante à frente de um exército,
liderando homens em batalhas memoráveis. Samuel era um juiz diferente, embora Deus o
usasse para libertar o povo também. Seu principal ofício era exercer a liderança civil e
religiosa de Israel. Ele era sacerdote e profeta. Conduzia o povo de Deus, e transmitia ao povo
as palavras do Senhor. A estatura moral e espiritual de Samuel dá-lhe credenciais de um dos
maiores vultos da história israelita e do Antigo Testamento. O que podemos aprender com
Samuel se de fato desejamos realizar um bom ministério?
Precisamos manter viva a chama da devoção a Deus (v.17). Samuel dava testemunho
de sua fé em Deus em Ramá onde vivia. A edificação de um altar ali era um sinal de sua
permanente e contínua devoção ao Senhor. Um dos grandes riscos dos ministérios é que
podemos ser consumidos pelos afazeres ministeriais e perdermos o senso e a prática
devocional. A lição deixada por Samuel é de que não podemos deixar que se apague esta
chama da devoção particular e pessoal.
A grandeza de Samuel deveu-se em grande parte à direção que seus pais deram à sua
formação. Ele nasceu em atenção divina ao pedido de Ana, sua mãe. Quando chegou à idade
em que não dependia tanto da mãe, Samuel foi levado à Siló, onde vivia o Sacerdote Eli, e
estava a arca do Senhor. Ana entregou o seu filho, conforme prometera, adorando a Deus, e
dizendo: “Por todos os dias que viver está entregue” (1Sm 1.28).
Embora criado por Eli, não se pode subestimar a influência exercida pela mãe na vida
de Samuel. Principalmente quando nos lembramos a que ponto de maldade chegaram os
filhos do sacerdote. O salmos que Ana entoou (1Sm 2) indica a profundidade da vida
espiritual que ela cultivou e transmitiu a seu filho Samuel. O mundo de hoje, mais do que
nunca, busca lideranças altamente qualificadas. O surgimento de lideranças assim depende
muito dos pais crentes.
Esboço do Livro
I. O Reinado de Salomão (1.1—11.43)
A. Salomão Sucede a Davi como Rei (1.1—2.11)
B. Salomão Consolida Seu Cargo como Rei (2.12-46)
C. A Sabedoria e Administração de Salomão (3.1—4.34)
D. O Sucesso e Fama de Salomão (5.1—10.29)
1. Preparativos para a Construção do Templo (5.1-18)
2. Construção do Templo (6.1-38)
3. Construção do Palácio de Salomão (7.1-12)
4. Mobiliário do Templo (7.13-51)
Os fatos de Primeiro e Segundo Reis vêm logo a seguir aos de 1 e 2 Samuel. Esses
quatro livros em conjunto abrangem, de forma seletiva, toda a história dos reis de Israel e de
Judá (c. 1050–586 a.C.).
Semelhantemente ao caso dos livros de Samuel, os livros dos Reis eram originalmente
um só no cânon judaico. Na Septuaginta eles foram agrupados com os livros de Samuel e
assim chamados o terceiro e o quarto livro do Reino. Encontram-se entre os profetas
anteriores no cânon judaico, enquanto fazem parte dos livros históricos do cânon protestante.
O seu conteúdo continua a história dos livros de Samuel, assim relatando a retirada
divina do reino por etapas sucessivas. 1Rs 11.11; 9.4-7; 14.14-16 (cf. 1Sm 8.5,22; 2Sm
7.12,16). Mostra-se neles uma interpretação profética da história do povo a qual é
seletivamente escrita, a dizer, o autor escreveu na perspectiva profética, relatando somente
certos episódios da história, os quais foram considerados decisivos. O autor escreveu
especificamente do ponto de vista do Deuteronômio, 28.15,36,43-52; 29.9,24-28 em
comparação com 2Rs 17.7-20.
O estilo do autor mostra-se pela moldura que caracteriza todos os relatos sobre os
diversos reis. Ela consiste de fórmulas introdutórias e finais, que apresentam pouca variação
(1Rs 16.23-28; 2Rs 16.1-3,19-20). Então, menciona-se cada rei, dando a sua idade, extensão
do reinado, a mãe e outros fatos considerados importantes. Depois vem uma avaliação
(deuteronômica) do reinado, por exemplo: Jeroboão (1Rs 11.26); Onri (1Rs 16.25-26); Acabe
(1Rs 16.30-33); Roboão (1Rs 14.25-31); Joás (2Rs 12.2-3); Acaz (2Rs 16.1-4). Nenhum dos
reis de Israel é recomendado, enquanto somente três daqueles de Judá são: Asa (1Rs 15.9-11);
Ezequias (2Rs 18.14); e Josias (2Rs 22.1-2).
Como 1 e 2 Rs eram, originalmente, um livro, esta obra deve ter sido compilada algum
tempo depois da tomada de Judá pelos babilônios em 586 a.C.. O livro dá a impressão de ser
obra de um só autor e de que este autor tenha testemunhado a queda de Jerusalém. Embora a
autoria não possa ser determinada com segurança, muitas sugestões foram feitas. Alguns têm
indicado Esdras como compilador, enquanto outros apontam para Isaías como editor. Muitos
eruditos dizem que o autor de 1 e 2 Rs era um profeta desconhecido ou um judeu cativo da
Babilônia ao redor de 550 a.C.. Pelo fato de Josefo atribuir Reis aos “profetas”, muitos
abandonaram a pesquisa por um autor especifico. No entanto, a tese mais provável é a de que
o profeta Jeremias seja o autor.
A antiga tradição judaica do Talmude declara que Jeremias tenha escrito o livro. Esse
famoso profeta pregou em Jerusalém antes e depois da sua queda, e 2Rs 24; 25 aparece em Jr
39; 42; 52. Jeremias talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do último apêndice
(2Rs 25.27-30), que foi provavelmente, acrescentado por um dos seus discípulos. Está claro,
também, que o autor utilizou várias fontes literárias, citando-as nominalmente:
(a) “O livro da história de Salomão” (11.41).
(b) “O livro das crônicas dos reis de Israel” (14.19).
(c) “O livro das crônicas dos reis de Judá” (14.29).
5.1.4. Data
Apesar de que a data exata para a composição de 1 e 2 Rs seja incerta, acredita-se que
a sua forma final estava pronta em algum momento da última parte do séc. VI a.C.
5.1.6. Objetivo
Primeiro e Segundo Reis foram escritos para prover ao povo hebraico no exílio
babilônico uma versão bíblica da sua história, e assim compreenderem por que a nação
dividiu-se em 930 a.C., por que o Reino do Norte, Israel, caiu em 722 a.C., e por que o reino
davídico e Jerusalém caíram em 586 a.C. Os livros de Reis salientam que a divisão e o
colapso de Israel e de Judá foram uma conseqüência direta e inevitável da idolatria e da
impiedade dos reis e da nação como um todo. Tendo em vista esse fato, os livros abordam o
sucesso ou fracasso de cada rei, de conformidade com sua fidelidade ou infidelidade a Deus e
ao concerto. Esta perspectiva bíblica tinha por objetivo fazer com que os cativos repudiassem
para sempre a idolatria, buscassem a Deus e cumprissem seus mandamentos nas gerações
futuras.
um propósito teológico. O autor, portanto, seleciona e enfatiza o povo e os eventos que são
significativos no plano moral e religioso. Em 1 e 2 Reis, Deus é apresentado como Senhor da
história.
1Rs 18.12 contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde é chamado de
“Espírito do Senhor”. As palavras de Obadias lá indicam que o Espírito Santo algumas vezes
transportou Elias de um lugar para outro (ver também 2Rs 2.16) Percebe-se uma relação com
At 8.39-40, em que se descreve Felipe como tendo uma experiência similar. (1Sm 10.6,10 e
19.20,23). Aqui “a mão do SENHOR” se refere ao Espírito Santo que dotou Elias com
poderes sobrenaturais para realizar uma façanha surpreendente. Além dessas passagens, 1Rs
22.24 pode ser outra referência ao Espírito Santo. Esse versículo se refere a um “espírito do
SENHOR” e pode indicar que os profetas compreendiam que o seu dom de profecia vinha do
Espírito de Deus (ver 1Sm 10.6,10; 19.20,23). Se esta interpretação é aceita, então estaria em
paralelo com 1Co 12.7-11, que confirma que a habilidade pra profetizar é realmente uma
manifestação do Espírito Santo.
Reino do Sul, e Jeroboão do Reino do Norte; o rei Acabe e sua perversa esposa Jezabel
(Norte), e o profeta Elias (Norte).
(a) Apresenta os profetas como os representantes e porta-vozes de Deus diante dos reis
de Israel e Judá por exemplo, Aías (11.29-40; 14.518), Semaías (12.22-24), Micaías (22.8-
28), e principalmente Elias (17-19).
(b) Salienta a profecia e o seu cumprimento na história dos reis. Registra numerosas
vezes o cumprimento de profecias proferidas (por exemplo, 2Sm 7.13 e 1Rs 8.20; 11.29-39 e
12.15; cap. 13 e 2Rs 23.16-18).
(c) Reúne muitas histórias bíblicas bem conhecidas por exemplo, a sabedoria de
Salomão (3-4), a dedicação do templo (cap. 8), a visita da rainha de Sabá a Jerusalém (cap.
10) e o ministério de Elias, especialmente seu confronto com os falsos profetas de Baal, no
monte Carmelo (cap. 18).
(d) Inclui uma elevada soma de dados cronológicos sobre os reis de Israel e de Judá,
cuja sincronização, às vezes, é muito difícil. A resolução satisfatória da maior parte desses
problemas depende de reconhecermos os casos de prováveis reinados coincidentes em parte
com outros, de co-regências de filhos com seus pais, e de modos diferentes de calcular as
datas iniciais do reinado de cada rei.
No Novo Testamento, Jesus declarou à sua geração que a grandeza da sua vida e do
seu reino ultrapassam a sabedoria, autoridade, glória e esplendor de Salomão e do seu
reinado: “Eis que está aqui quem é mais do que Salomão” (Mt 12.42). Além disso, a glória de
Deus que encheu o templo de Salomão, quando foi dedicado, veio habitar entre a raça
humana, na pessoa de Jesus, o Filho Unigênito do Pai (Jo 1.14).
Esboço do Livro
I. O Reino Dividido: Israel e Judá (1.1 — 17.41)
A. Continuação do Reinado de Acazias (Israel) (1.1-18; cf. 1 Rs 22.51-53)
B. Reinado de Jorão (Israel) (2.1—8.15)
1. Transição Profética de Elias para Eliseu (2.1-25)
2. Uma Análise de Jorão (3.1-3)
3. Jorão Derrota Moabe (3.4-27)
4. O Ministério Milagroso de Eliseu (4.1—8.15)
C. Reinado de Jorão (Judá) (8.16-24)
D. Reinado de Acazias (Judá) (8.25-29)
E. Reinado de Jeú (Israel) (9.1—10.36)
1. Jeú Ungido por Eliseu (9.1-10)
2. Jeú e Seu Expurgo Sangrento de Israel (9.11—10.36)
F. Reinado de Atalia (Judá) (11.1-16)
G. Reinado de Joás (Judá) (11.17—12.21)
H. Reinado de Joacaz (Israel) (13.1-9)
I. Reinado de Jeoás (Israel) (13.10-25)
J. Reinado de Amazias (Judá) (14.1-22)
K. Reinado de Jeroboão II (Israel) (14.23-29)
L. Reinado de Azarias (Judá) (15.1-7)
M. Reinado de Zacarias (Israel) (15.8-12)
N. Reinado de Salum (Israel) (15.13-15)
O. Reinado de Menaém (Israel) (15.16-22)
P. Reinado de Pecaías (Israel) (15.23-26)
Q. Reinado de Peca (Israel) (15.27-31)
R. Reinado de Jotão (Judá) (15.32-38)
S. Reinado de Acaz (Judá) (16.1-20)
T. Reinado de Oséias (Israel) (17.1-41)
1. Análise e Prisão de Oséias (17.1-4)
2. Colapso Final de Israel (17.5-23)
3. Cativeiro de Israel e Repovoamento da Terra (17.24-41)
II. O Reino Único: Judá Depois do Colapso de Israel (18.1—25.21)
A. Reinado de Ezequias (18.1—20.21)
1. Avivamento e Reforma (18.1-8)
profetizaram em Israel, ao passo que Joel, Isaías, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias e
Jeremias profetizavam em Judá. Nos livros desses profetas, temos importantes revelações
históricas e teológicas que não se acham em 2Rs, no tocante ao declínio moral das duas
nações.
5.2.2. Autor
Embora a autoria não possa ser determinada com segurança, muitas sugestões foram
feitas. Alguns têm indicado Esdras como compilador, enquanto outros apontam para Isaías
como editor. Muitos eruditos dizem que o autor de 1 e 2 Rs era um profeta desconhecido ou
um judeu cativo da Babilônia ao redor de 550 a.C.. Pelo fato de Josefo atribuir Reis aos
“profetas”, muitos abandonaram a pesquisa por um autor especifico. No entanto, a tese mais
provável é a de que o profeta Jeremias seja o autor. A antiga tradução judaica do Talmude
declara que Jeremias tenha escrito Reis. Esse famoso profeta pregou em Jerusalém antes e
depois da sua queda, e 2Rs 24; 25 aparece em Jr 39; 42; 52. Jeremias talvez tenha escrito todo
o texto, menos o conteúdo do último apêndice (2Rs 25.27-30), que foi provavelmente,
acrescentado por um dos seus discípulos.
5.2.3. A Data
Apesar de que a data exata para a composição de 1 e 2 Rs seja incerta, acredita-se que
a sua forma final estava pronta em algum momento da última parte do séc. VI a.C.
O fracasso dos profetas, sacerdotes, e reis do povo de Deus aponta para a necessidade
do advento de Cristo. Cristo é a combinação ideal desses três ofícios. Como profeta, a palavra
de Cristo ultrapassa largamente à dos ofícios. Como profeta, a palavra de Cristo ultrapassa
largamente à do grande profeta Elias (Mt 17.1-5), Muitos dos milagres de Jesus são
reminiscências das maravilhas que Deus fez através de Elias e Eliseu em Reis. Além disso,
Cristo é um sacerdote superior a qualquer daqueles registrados em Reis (Hb 7.22-27). 1Rs
ilustra vivamente a necessidade de Cristo como o nosso Rei em exercício de suas funções.
Quando perguntado se era rei dos judeus, Jesus afirmou que era (Mt 27.11). No entanto, Jesus
é um Rei maior do que o maior dos seus reis (Mt 12.42). O reinado de cada um desses 26
governantes já terminou, mas Cristo reinará sobre o trono de Davi pra sempre (1Cr 17.14; Is
9.6), pois ele é “REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19.16).
1Rs 18.12 contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde é chamado de
“Espírito do Senhor”. As vezes transportava Elias de um lugar para outro. Percebe-se uma
relação com At 8.39-40, em que se descreve Felipe como tendo uma experiência similar. Há
uma referência indireta ao Espírito Santo na frase “Espírito de Elias” em 2.9,15. Aqui Eliseu
tenta receber o mesmo poder de Elias para levar adiante o ministério profético do seu
antecessor.
O espírito enérgico ou o poder que capacitava Elias a profetizar era o Espírito de Deus.
2Rs 2.9,16 fornecem um paralelo interessante entre o Antigo Testamento e At 1.4-9 e 2.1-4.
Elias foi elevado ao céu, Eliseu procurou a promessa de que receberia poder para levar
adiante o ministério do seu mestre, e a promessa foi cumprida. Da mesma maneira, Jesus
ascendeu, os discípulos aguardaram o cumprimento da promessa, e o Espírito Santo desceu
para capacitá-los a levar adiante a obra que seu mestre começou.
Uma alusão final ao Espírito Santo aparece em 2Rs 3.15. Aqui a “mão do Senhor”
veio sobre Eliseu, capacitando-o a profetizar ao rei Josafá. A formula “a mão do SENHOR”
se refere à inspiração divina dos profetas.
A história de Segundo Reis abrange duas épocas principais: A história dos dois reinos
antes da queda de Israel (as dez tribos) em 722 a.C. (1-17), e a história de Judá depois da
derrocada de Israel até à queda da própria nação de Judá em 586 a.C. (18-25). Por um lado,
Israel teve uma sucessão ininterrupta de reis que faziam “o que era mau aos olhos do
SENHOR” (por exemplo, 3.2). Em 2Rs, é patente que em meio à terrível apostasia de Israel,
Deus levantava profetas poderosos tais como Elias e Eliseu para conclamar a nação e seus
respectivos dirigentes a voltar a Deus e ao seu concerto (19).Por outro lado, em Judá, às
vezes, havia alívio quando entre seus reis ímpios, surgiam alguns piedosos, como Ezequias
(18-21) e Josias (22-23), que se esforçavam para levar a nação de volta a Deus. Todavia, esses
reis não conseguiram levar o povo a abandonar de modo permanente a prática prevalecente da
idolatria, da imoralidade e da violência. Depois da morte de Josias (cap. 23), o deslize de Judá
em direção à destruição foi rápido e culminou no saque de Jerusalém por Nabucodonosor em
586 a.C. (cap. 25).
(a) Destaca (assim como também Primeiro Reis) a importância dos profetas e da sua
mensagem revelada como o meio principal de Deus transmitir sua mensagem aos reis e ao
povo de Israel e Judá por exemplo, Elias e Eliseu (1-13), Jonas (14.25), Isaías (19.1-7, 2034) e
Hulda (22.14-20).
(c) Apenas dois reis em todo Israel e Judá tiveram plena aprovação como fiéis a Deus
e ao povo: Ezequias (18.1; 20.21) e Josias (22.1; 23.29).
(d) Revela que líderes ímpios acabam levando seu povo à ruína e ilustra o princípio
perpétuo de que “a justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos” (Pv 14.34).
(e) Contém muitas narrativas bíblicas bem conhecidas, como a ascensão de Elias ao
céu num redemoinho (cap. 2), a ressurreição do filho da sunamita por Eliseu (cap. 4), a cura
de Naamã (cap. 5), o ferro do machado que flutuou na água (cap. 6), a morte violenta de
Jezabel conforme Elias profetizara (cap. 9), os grandes avivamentos no reinado de Ezequias
(cap. 18) e Josias (cap. 22), e a grave enfermidade de Ezequias e sua cura (cap. 20).
Segundo Reis deixa claro que o pecado e infidelidade dos reis de Judá (isto é, os
descendentes de Davi) resultaram na destruição de Jerusalém e do reino davídico. Não
obstante, o Novo Testamento deixa também claro que Deus, na sua fidelidade, cumpriu sua
promessa segundo o concerto, feita a Davi, através de Jesus Cristo, “o Filho de Davi” (Mt 1.1;
9.27-31; 21.9), cujo reinado e reino não terão fim (Lc 1.32,33; confronte Is 9.7).
Capítulo 6 - 1 e 2 Crônicas
Esboço do Livro
I. Genealogias: Adão à Restauração Pós-Exílica (1.1—9.44)
A. Adão a Abraão (1.1-27)
B. Abraão a Jacó (1.28-54)
C. Jacó a Davi (2.1-55)
D. Davi ao Exílio Babilônico (3.1-24)
E. Genealogias das Doze Tribos (4.1—8.40)
F. Genealogias do Remanescente (9.1-34)
1. As Tribos que Retornaram (9.1-9)
2. Os Sacerdotes que Retornaram (9.10-13)
3. Os Levitas que Retornaram (9.14-34)
G. Genealogia de Saul (9.35-44)
II. Davi: A Importância Perene do Seu Reinado (10.1—29.30)
A. A Morte de Saul e de Seus Filhos (10.1-14)
B. A Tomada de Jerusalém e os Valentes de Davi (11.1—12.40)
C. O Retorno da Arca, a Restauração do Culto e o Estabelecimento do Reino (13.1—
16.43)
D. O Concerto de Deus com Davi (17.1-27)
Por isso, os exilados que voltaram para reedificar Jerusalém e o templo precisavam de
um alicerce espiritual, isto é, um meio de identificação com sua história redentora anterior e
uma compreensão da sua fé presente e esperança futura como o povo do concerto. 1 e 2
Crônicas foram escritos para suprir essa necessidade e avivar a esperança desses exilados que
agora retornavam.
6.1.1. Autoria
à cidade de Jerusalém. Apesar de não podermos afirmar com certeza absoluta, é razoável
assumir que “o cronista” tenha sido Esdras.
Os livros das Crônicas, Esdras e Neemias foram escritos para os judeus que
retornaram do exílio para a Palestina. Posto que 1 e 2 Crônicas foram escritos do ponto de
vista sacerdotal, e que os versículos finais de 2Crônicas (36.22,23) são idênticos a Esdras 1.1-
3, a tradução talmúdica de que Esdras foi “o cronista” fica assim reforçada.
O autor consultou numerosos registros escritos ao escrever Crônicas (1Cr 29.29; 2Cr
9.29; 12.15; 20.34; 32.32). Como líder espiritual, Esdras teve acesso a todos os documentos
existentes na escritura de Crônicas. Esta é uma antiga tradição que pode indicar com exatidão
os meios que o Espírito Santo utilizou para guiar e inspirar o autor humano na composição
desses dois livros. Os livros das Crônicas ressaltam três coisas:
(a) A importância da preservação das tradições raciais e espirituais pelos judeus.
(b) A importância da lei, do templo e do sacerdócio no seu contínuo relacionamento
com Deus, muito mais importante do que sua lealdade a um rei terreno.
(c) A esperança máxima de Israel na promessa divina de um descendente messiânico
de Davi assentar-se no trono para sempre (1Cr 17.14).
É a opinião de alguns estudiosos que o propósito dos livros era suplementar os livros
de Samuel e Reis a respeito dos reis de Judá e das genealogias dos personagens mais
destacados na história de Israel (1.1; 2.1; 3.1). Outros estudiosos dizem que o interesse
primordial da obra esta na “legitimação de funções cultuais, especialmente a dos levitas”. Foi
Davi quem instituiu os levitas como cantores do templo (1Cr 6.16,31, 33,44,48; 16.1ss). Esse
propósito, então, teria tido seu fundamento histórico na procura geral de legitimação pelos
líderes da comunidade pós-exílica.
O livro de 1Crônicas cobre o período que vai de Adão até a morte de Davi, ao redor de
971 a.C.. É um período de tempo extraordinário, pois abrange o mesmo período coberto pelos
primeiros 10 livros do Antigo Testamento, de Gênesis até 2 Samuel. Se as genealogias de
1Crônicas 1-9 fossem ignoradas, 1 e 2 Crônicas cobririam aproximadamente o mesmo
período de tempo de 1 e 2 Reis. No entanto, o cenário específico de 1 e 2 Crônicas é o período
de tempo que vem depois do exílio. Durante essa época, o mundo antigo estava sob o controle
do poderoso Império Persa. Tudo o que restou dos gloriosos reinados de Davi e Salomão foi a
pequena província de Judá. Os persas substituíram o rei por um governador provincial.
Apesar de que o povo de Deus tenha recebido licença pra voltar para Jerusalém e reconstruir o
templo, a sua situação era muito diferente da dos anos dourados de Davi e Salomão.
6.1.3. Data
Embora seja difícil estabelecer a data exata para 1 e 2 Crônicas, é provável que a sua
forma final tenha surgido lá pelo final do séc. V a.C.. O último evento registrado nos
versículos finais de 2Crônicas é o decreto de Ciro, rei da Pérsia, que dá licença à volta dos
judeus para Judá. É datado como 538 a.C. e dá a impressão de que Crônicas tenha sido
composto pouco tempo depois. No entanto, a última pessoa mencionada em 1 e 2 Crônicas é
realmente Anani, da oitava geração do rei Jeoaquim (ver 1Cr 3.24). Jeoaquim foi deportado
pra a Babilônia em 597 a.C.. Dependendo de como essas gerações são medidas (cerca de 25
anos), o nascimento de Anani pode ter acontecido entre 425 e 400 a.C.. Portanto, a data para 1
e 2 Crônicas pode ser situada entre 425 e 400 a.C..
6.1.4. Conteúdo
O livro de 1Crônicas tem duas divisões principais. A primeira seção é constituída por
9 capítulos de genealogias. As genealogias começam com Adão e continuam, atravessando
todo o período do exílio, até àqueles que retornaram para Jerusalém. Com freqüência não se
dá muita importância a esta seção. Contudo, assim como nos Evangelhos de Mateus e Lucas,
as genealogias forma a base das narrativas que se seguem. 1Crônicas está carregado de
genealogias para sublinhar a necessidade de pureza racial e religiosa. As genealogias são
compiladas seletivamente para realçar a linhagem de Davi e da tribo de Levi.
538 a.C.), quando, então, os judeus receberam permissão de regressar do exílio em Babilônia
e na Pérsia. 1Crônicas gira em torno de dois temas principais.
O segundo tema. Os caps. 10-29 tratam do reinado de Davi. Os valentes de Davi (11-
12) e seus grandes feitos (14; 18-20) são ressaltados. De igual modo os levitas, sacerdotes e
músicos da sua corte (23-26). O autor enfatizou aquilo que Davi fez ao reintegrar a arca do
concerto e estabelecer Jerusalém como a sede do culto a Deus em Israel (13-16; 22; 28; 29).
Diferente de Segundo Samuel, Primeiro Crônicas não enuncia os repugnantes pecados de
Davi e suas subseqüentes e trágicas conseqüências. Ao invés disso, o livro retrata aquilo que
não aparece em Segundo Samuel: as diligentes e detalhadas providências de Davi para
edificar o templo e estabelecer a adoração ao Senhor Deus. Essas omissões e adições da parte
do Espírito Santo tinham o propósito de satisfazer as necessidades do povo de Deus do pós-
exílio.
(b) Suas genealogias (1-9) são as mais longas e mais completas da Bíblia. Sabendo-se
que os livros de 1 e 2 Crônicas constituem a última parte do Antigo Testamento hebraico,
segundo a ordem de seus livros, essas genealogias foram ali convenientemente colocadas para
proporcionarem inspiração e conteúdo às genealogias do Messias no início do Novo
Testamento.
(d) Destaca o concerto de Deus com Davi (cap. 17), enfocando principalmente a
esperança de Israel no Messias prometido.
(e) Sua história seletiva reflete a perspectiva sacerdotal do autor inspirado, no tocante
ao restabelecimento do templo, da lei e do sacerdócio entre os que voltaram do exílio, em
Jerusalém.
O registro genealógico a partir de Adão até o exílio em Babilônia, inclusive dos reis
davídicos e os seus descendentes (caps. 3; 4), supre os dados necessários às genealogias no
Novo Testamento de Jesus o Messias em Mateus (1.1-17), e de Jesus o Filho de Deus em
Lucas (3.23-38). O cenário de Davi em 1 Crônicas, assentado no trono do Senhor e reinando
(17.14), prefigura a vinda do “Filho de Davi”, messiânico, Jesus Cristo.
Esboço do livro
I. Salomão: Contribuições Relevantes do Seu Reino (1.1—9.31)
A. A Instituição da Liderança de Salomão (1.1-17)
B. A Construção do Templo (2.1—5.1)
C. A Dedicação do Templo (5.2—7.22)
1. A Instalação da Arca (5.2-14)
6.2.1. O livro
(c) Judá, a tribo predominante entre os judeus que voltaram e reconstruíram Jerusalém
e o templo.
6.2.3. Conteúdo
A segunda seção do Livro é formada pelos caps. 10 a 36. Depois da divisão do reino,
se concentram quase que exclusivamente no Reino do Sul, Judá, e discorre sobre a história do
Reino do Norte, Israel, só ocasionalmente. 2 Crônicas traça a história dos reinados dos 20
governantes de Judá até ao cativeiro babilônico do Reino do Sul em 586 a.C.. O livro conclui
com o decreto de Ciro libertando e permitindo a volta do povo p ara Judá (36.22,23).
O livro termina quando Ciro, rei da Pérsia, permitiu aos exilados judeus voltarem para
reedificarem o templo de Jerusalém (36.22-32).
(b) Seu enfoque no templo de Jerusalém é o motivo mais provável para Crônicas ter
sido colocado na divisão não-profética do Antigo Testamento hebraico, separando-o, assim,
de Samuel e Reis, que estão colocados na divisão profética.
(c) Trata de cinco avivamentos nacionais, inclusive o relato mais extenso no Antigo
Testamento de um avivamento espiritual no reinado de Ezequias (29-32) e o maravilhoso
avivamento sob Josias quando, então, foi achado “o livro da Lei” e lido publicamente, o que
resultou numa renovação do concerto e na celebração da Páscoa (34; 35).
O reino davídico fora destruído, mas a sua linhagem permaneceu, tendo seu
cumprimento em Jesus Cristo (ver as genealogias em Mt 1.1-17 e Lc 3.2338). Além disso, o
templo de Jerusalém tem significado proféticos relacionados com Jesus, que declarou: “Pois
eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo” (Mt 12.6). Jesus também fez uma
comparação entre seu corpo e o templo: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei” (Jo
2.19). Finalmente, na nova Jerusalém, Deus e o Cordeiro substituem o templo: “E nela não vi
templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus Todopoderoso, e o Cordeiro” (Ap 21.22).
Esboço do Livro
I. O Regresso a Jerusalém dos Primeiros Repatriados (1.1—6.22)
A. O Decreto e o Provimento de Ciro (1.1-11)
B. Lista dos Repatriados Que Voltaram (2.1-70)
C. Começo da Restauração do Templo (3.1-13)
1. Restabelecimento dos Sacrifícios (3.1-6)
2. Início da Reconstrução do Templo (3.7-13)
D. Suspensão das Obras do Templo pela Oposição (4.1-24)
E. Recomeço da Construção do Templo e Sua Conclusão (5.1—6.18)
1. O Estímulo dos Profetas (5.1,2)
2. Protesto do Governador Tatenai (5.3-17)
3. Dario Confirma a Construção do Templo (6.1-12)
4. Conclusão e Dedicação do Templo (6.13-18)
F. Celebração da Páscoa (6.19-22)
II. O Regresso a Jerusalém da Segunda Leva de Repatriados sob Esdras (7.1—10.44)
A. A Missão de Esdras Autorizada por Artaxerxes (7.1-28)
B. A Viagem de Esdras e dos Seus Companheiros (8.1-36)
C. As Reformas de Esdras em Jerusalém (9.1—10.44)
1. Condenação de Casamento com Pagãos (9.1-4)
2. Confissão de Esdras e Sua Oração Intercessória pelo Povo (9.5-15)
3. Arrependimento Público e Reforma (10.1-44)
O livro de Esdras faz parte da história sequencial dos judeus, escrita depois de seu
exílio, que consiste de 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias. No Antigo Testamento hebraico,
Esdras e Neemias formavam originalmente um só livro e, de igual modo, 1 e 2 Crônicas. O
livro foi escrito em hebraico, a não ser Ed 4.8-6.18 e 7.12-28, trechos que foram escritos em
aramaico, a língua oficial dos exilados em Babilônia.
Aproximadamente 60 anos depois (458 a.C.), outro grupo de exilados volta para
Jerusalém liderados por Esdras (caps. 7-10). São enviados pelo rei persa Artaxerxes, com
somas adicionais de dinheiro e valores para
intensificar o culto no templo. Esdras também é comissionado para apontar líderes em
Jerusalém para supervisionar o povo.
à época de Neemias. Sacerdote dedicado, Esdras encontra um Israel que tinha adotado muitas
das práticas dos habitantes pagãos; ele chama Israel ao arrependimento e a uma renovada
submissão à Lei, ao ponto do divórcio de suas esposas pagãs.
7.1.2. Conteúdo
A obra do Espírito Santo em Esdras pode ser vista claramente na ação providencial de
Deus em cumprir as suas promessas. Isto é indicado pela frase “a mão do Senhor”, que
aparece seis vezes. Foi pelo Espírito que “despertou o Senhor o espírito de Ciro” (1.1) e
“tinha mudado o coração do rei da Assíria” (6.22). Teria sido também pelo Espírito Santo que
“Ageu, profeta e Zacarias... profetizaram aos judeus” (5.1). A obra do Espírito Santo é vista
na vida pessoal de Esdras, tanto no sentido de obrar nele (“Esdras tinha preparado o seu
coração para buscar a Lei do Senhor”, 7.10), como no sentido de atuar em seu favor (“o rei
lhe deu tudo quanto lhe pedira” 7.6).
Como Deus cumpriu sua promessa profética através de Jeremias (Jr 29.1014), no
sentido de restaurar o povo judeu depois de setenta anos de exílio, ao trazê-lo de volta à sua
própria terra (Ed 1.1) e o colapso de Judá como nação e sua deportação para Babilônia que
ocorrera em três levas separadas:
(a) Na primeira (605 a.C.), a nobreza jovem de Judá, inclusive Daniel, foi levada ao
exílio.
(b) Na segunda (597 a.C.), foram mais 11.000 exilados, inclusive Ezequiel.
(c) E na terceira leva (586 a.C.), o restante de Judá, menos Jeremias e os mais pobres
da terra foram levados.
A primeira e a segunda levas de repatriados abrangendo três reis persas (Ciro, Dario e
Artaxerxes) e cinco líderes espirituais de destaque:
(a) Zorobabel, que conduziu os primeiros exilados.
(b) Jesus, um sumo sacerdote piedoso que auxiliou a Zorobabel.
(c) Ageu.
(d) Zacarias, dois profetas de Deus que encorajavam o povo a concluir a reconstrução
do templo.
(a) Com o cativeiro judeu e o decreto de Ciro, rei da Pérsia (538 a.C.), que permitiu a
volta dos judeus à sua pátria (1.1-11).
(b) O cap. 2 alista aqueles que constituíram o primeiro grupo. É digno de nota que
apenas uns 50.000 exilados judeus dentre um milhão ou mais, vieram no primeiro grupo (1.5;
2.64,65).
(d) Astutos inimigos de Judá manipularam meios políticos e interromperam a obra por
algum tempo (cap. 4).
(e) Mas depois a obra recomeçou e o templo foi concluído em 516 a.C. (caps. 5; 6).
(f) Houve um intervalo de quase sessenta anos entre os caps. 6 e 7. Nesse período
Ester tornou-se rainha da Pérsia, consorte do rei Assuero (isto é, Xerxes I). Ester tornou-se
rainha por volta de 478 a.C.
(a) Os caps. 7 e 8 registram eventos de uns vinte anos mais tarde, quando, então, um
grupo menor de exilados voltou da Pérsia a Jerusalém sob a liderança de Esdras. Enquanto os
primeiros exilados que voltaram realizaram a tarefa de edificar a Casa de Deus, Esdras
empreendeu a obra de restaurar a Lei de Deus no coração do povo (confronte Ne 8.1-8).
(b) Esdras deparou-se com uma apostasia generalizada, espiritual e moral entre os
homens de Judá, evidenciada nos seus casamentos mistos com mulheres pagãs. Com profunda
tristeza Esdras confessou a Deus o pecado do povo, e intercedeu por ele (cap. 9).
(c) O livro termina com Esdras à frente de um imenso culto público levando o povo ao
arrependimento diante de Deus e de todos, e ao rompimento dos casamentos ilícitos com
mulheres pagãs, incrédulas (cap. 10).
(a) Esdras e Neemias são o único registro histórico da Bíblia sobre a restauração pós-
exílica dos judeus que retornaram à Palestina.
(b) Uma característica notável deste livro é que entre suas duas divisões principais (1-
6 e 7-10) há um intervalo histórico de aproximadamente sessenta anos. O livro todo abrange
uns oitenta anos.
(c) Esdras demonstra claramente como Deus vela sobre a sua palavra para cumpri-la
(confronte Jr 1.12; 29.10); Deus controlou os corações dos reis persas como o leito de um rio
comanda a direção das suas águas, para reconduzir o seu povo à sua pátria (1.1; 7.11-28;
confronte Pv 21.1).
(d) O modo de Esdras tratar as mulheres pagãs com as quais os judeus (inclusive
sacerdotes) casaram, transgredindo os mandamentos de Deus, ilustra amplamente o fato de
que Deus requer que o seu povo viva separado do mundo pagão, e às vezes Ele emprega
medidas radicais para tratar da perigosa transigência com o mal no meio do seu povo.
pela apostasia, como também a restauração e esperança para o remanescente crente, através
do qual Deus dirige o caudal da redenção no seu curso final. Vemos esse princípio no Novo
Testamento, onde um remanescente crente dentre os judeus aceitou Jesus como o seu
Messias, enquanto o fluxo principal da redenção passou dos judeus incrédulos para os gentios
na igreja primitiva.
Esboço do Livro
O título atual do livro é derivado do seu personagem principal, cujo nome aparece em
1.1. A nossa primeira imagem de Neemias é quando ele aparece em seu papel de copeiro na
corte de Artaxerxes. Um copeiro tinha uma posição de grande confiança como conselheiro do
Nas escrituras, o livro de Neemias formava uma unidade com Esdras. Muitos
estudiosos consideram Esdras como o autor/compilador de Esdras -Neemias bem como de 1 e
2 Crônicas. Ainda que não tenhamos muita certeza, parece que Neemias contribuiu com parte
do material contido no livro que leva o seu nome (caps.1-7; 11-13).
Jerônimo, que traduziu a Bíblia ao latim, honrou Neemias ao dar o seu nome ao livro
em que aparece como personagem principal. Neemias significa “Jeová consola”. A história
começa no livro de Esdras e se completa em Neemias. Neemias, que serviu duas vezes como
governador da Judéia, deixa a Pérsia para realizar a sua primeira missão no vigésimo ano de
Artaxerxes I da Pérsia, que reinou de 465 até 424 a.C. (2.1). Retorna à Pérsia no trigésimo
segundo ano de reinado de Artaxerxes (13.6) e volta novamente para Jerusalém “ao cabo de
alguns dias”.
Pelo conteúdo do livro, sabe-se que a obra somente pode ter sido escrita algum tempo
depois da volta de Neemias da Pérsia para Jerusalém. Talvez a sua redação final tenha sido
completada antes da morte de Artaxerxes I em 424 a.C.; ao contrário, a morte de um monarca
tão benigno provavelmente teria sido mencionada em Neemias.
O período histórico coberto pelos livros de Esdras e Neemias é de cerca de 110 anos.
O período de reconstrução do templo sob Zorobabel, inspirado pela pregação de Zacarias e
Ageu, foi de 21 anos. 60 anos mais tarde, Esdras causou um despertar do fervor religioso e
promoveu um ensino adequado sobre o culto no templo. 13 anos depois, Neemias veio pra
construir os muros. Talvez Malaquias tenha profetizado durante aquela época. Se foi assim,
Neemias e Malaquias trabalharam juntos para erradicar
• O mal que significava o culto a muitos deuses e atacaram o pecado da associação com
o povo que havia sido forçada a recolonizar aquelas regiões pelos assírios cerca de 200 anos
antes. Tiveram tanto sucesso, que durante
• O período intertestamental o povo de Deus não voltou à idolatria. Dessa maneira,
quando veio o Messias, pessoas como Isabel e Zacarias, Maria e José, Simeão, Ana, os
pastores e outros eram pessoas piedosas com que Deus iria se comunicar.
7.2.3. Conteúdo
Neemias expressa o lado prático, a vivência diária da nossa fé em Deus. Esdras havia
conduzido o povo a uma renovação espiritual, enquanto Neemias era o Tiago do AT,
desafiando o povo a mostrar a sua fé por meio das obras. A primeira seção do livro (caps. 1-7)
fala sobre a construção do muro. Era necessário para que Judá e Benjamim continuassem a
existir como nação. Durante o período da construção dos muros, os crentes comprometidos,
guiados por esse líder dinâmico, venceram a preguiça (4.6), zombaria (2.19), conspiração e
ameaças de agressão física (4.17).
A segunda seção do Livro (caps. 8-10) é dirigida ao povo que vivia dentro dos muros.
A aliança foi renovada. Os inimigos que moravam na cidade foram expostos e tratados com
muita dureza. Para guiar esse povo, Deus escolheu um homem de coração reto e com uma
visão clara dos temas em questão, colocou-o no lugar certo no momento certo, equipou-o com
o seu Espírito e o enviou pra fazer proezas.
espiritual que teve lugar entre os habitantes de Jerusalém, liderada por Esdras, o sacerdote (8 -
10). Certos problemas nacionais abordados por Neemias (11-13). De muita importância para a
renovação espiritual do povo, foram a leitura pública da Lei de Deus, o arrependimento do
pecado e uma nova resolução do remanescente no sentido de ter em memória o seu concerto
com Deus e de cumpri-lo. O último capítulo trata de reformas que Neemias iniciou durante
seu segundo período de governo (cap. 13).
Desde a criação, o Espírito Santo tem sido o braço executivo de Deus na terra. Eliú
falou a verdade quando disse a Jó: “O Espírito de Deus na terra me fez” (Jó 33.4). Aqui
aparece um padrão constante: é o Espírito de Deus que age para fazer de nós o que Deus quer
que sejamos. Ne 2.18 diz: “Então, lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável.”
A mão de Deus, seu modo de agir sobre a terra, é o Espírito Santo. Neemias, cujo nome
significa “Jeová conforta”, foi claramente um instrumento do Espírito Santo. Sob o poder do
Espírito Santo, certamente se tornou modelo da forma de atuar do Espírito Santo e foi uma
dos primeiros cumprimentos dessa memorável profecia.
(d) Neemias é um dos exemplos mais notáveis do Antigo Testamento de um líder que
ora. Em onze vezes, o registro descreve Neemias dirigindo-se a Deus em oração ou
intercessão (por exemplo, Ne 1.411; 2.4; 4.4, 9; 5.19; 6.9, 14; 13.14, 22, 29, 31). Foi um
homem que executou tarefas que pareciam impossíveis, por causa da sua total dependência de
Deus.
(e) O livro ilustra de modo claro o fato de que a oração, o sacrifício, o trabalho árduo e
a tenacidade operam em conjunto na realização de uma visão dada por Deus.
Esboço do Livro
I. A Providência de Deus no Provimento de uma Rainha (1.1—2.18)
A. A Deposição de Vasti Como Rainha (1.1-22)
1. O Banquete de Assuero (1.1-9)
2. A Recusa de Vasti (1.10-12)
3. A Destituição de Vasti Como Rainha (1.13-22)
B. Ester é Escolhida Como Rainha da Pérsia (2.1-18)
1. A Busca da Parte de Assuero (2.1-4)
2. Ester é Preferida (2.5-11)
3. A Escolha de Ester Como a Nova Rainha (2.12-18)
II. A Providência de Deus no Meio de uma Trama (2.19—4.17)
A. Mardoqueu Salva a Vida do Rei (2.19-23)
B. A Soberba de Hamã e Sua Trama Traiçoeira (3.1-15)
C. Mardoqueu Convence Ester a Interceder Junto ao Rei (4.1-17)
III. A Providência de Deus no Livramento do Seu Povo (5.1—9.32)
A. O Primeiro Banquete de Ester: Um Pedido Inicial (5.1-8)
B. A Evolução da Trama de Hamã (5.9-14)
C. A Providência da Insônia do Rei (6.1-14)
D. O Segundo Banquete de Ester: Denunciada a Trama de Hamã (7.110)
E. O Decreto do Rei e a Vitória dos Judeus (8.1—9.16)
F. A Instituição da Festa de Purim (9.17-32)
IV. A Providência de Deus na Elevação de Mardoqueu (10.1-3)
Depois da derrota do império babilônico e sua conquista pelos persas em 539 a.C., a
sede do governo dos exilados judeus passou à Pérsia. A capital, Susã, é o palco da história de
Ester, durante o reinado do rei Assuero (seu nome hebraico) -também chamado Xerxes I (seu
nome grego) ou Khshayarshan (seu nome persa) -que reinou em 486 -465 a.C. O livro de
Ester abarca os anos 483 -473 a.C. do reinado de Assuero (1.3; 3.7), sabendo-se que a maioria
dos eventos ocorreu em 473 a.C. Ester tornou-se rainha da Pérsia em 478 a.C. (2.16).
Cronologicamente, o episódio de Ester na Pérsia ocorre entre os caps. 6 e 7 do livro de
Esdras, isto é, entre o primeiro retorno dos exilados judeus de Babilônia e da Pérsia, para
Jerusalém em 538 a.C., chefiados por Zorobabel (Esdras 1– 6), e o segundo retorno chefiado
por Esdras em 457 a.C. (Ed 7-10). Embora o livro de Ester venha depois de Neemias em
nosso Antigo Testamento, seus eventos realmente ocorreram trinta anos antes da volta de
Neemias a Jerusalém (444 a.C.) para reconstruir seus muros. Enquanto os livros pós-exílicos
de Esdras e Neemias tratam de fatos do remanescente judaico que retornara a Jerusalém, Ester
registra um acontecimento de vital importância ocorrido entre os judeus que se encontravam
na Pérsia.
A importância da rainha Ester vê-se, não somente no fato de ela salvar o seu povo da
destruição, mas também por conseguir para esse povo, segurança e respeito num país
estrangeiro (Et 8.17; 10.3). Esse ato providencial tornou possível o cargo de Neemias na corte
do rei, por décadas seguidas, e sua escolha para reconstruir os muros de Jerusalém. Se Ester e
os judeus (inclusive Neemias) tivessem perecido na Pérsia, o remanescente em crise em
Jerusalém talvez nunca tivesse reconstruído a sua cidade. O resultado da história judaica pós-
exílica certamente teria sido outra muito diferente.
O nome do autor é desconhecido, mas o livro foi escrito por um judeu que conhecia os
costumes e a linguagem dos persas. Talvez Mardoqueu ou Esdras tenha sido o autor. Embora
não se conheça o autor do livro de Ester, as evidências internas do livro revelam que ele
conhecia pessoalmente os costumes persas, o palácio de Susã e pormenores da pessoa do rei
Assuero. Isso indica que o autor provavelmente morava na Pérsia durante o período descrito
no livro. Além disso, o apreço do autor pelos judeus, bem como seus conhecimentos dos
costumes judaicos sugerem que ele era judeu.
O livro de Ester é uma narração bem elaborada, que relata como o povo de Deus foi
preservado da ruína durante o séc. V a.C. O livro toma seu nome de uma mulher judia, bela e
órfã, que se tornou rainha do rei persa Assuero. Acredita-se que este rei tenha sido Xerxes I,
que sucedeu Dario I, em 485 aC, e governou 127 províncias, desde a Índia até a Etiópia,
durante vinte anos. Viveu em Susã, a capital persa. Naquela época, certo número de judeus
ainda se encontrava na Babilônia sob o governo persa, embora tivesse liberdade para retornar
a Jerusalém (Et 1-2) há mia de cinqüenta anos. A história se desenrola num período de quatro
anos, iniciando no terceiro ano do reinado de Xerxesi.
Embora não se mencione diretamente o Espírito Santo, sua ação produziu em Ester e
Mardoqueu profunda humildade, conduzindo-os ao amor mútuo e à lealdade (Rm 5.5) O
Espírito Santo também dirigiu e fortaleceu Ester para jejuar pelo seu povo e pedir que este
fizesse o mesmo. (Rm 8.26,27).
O rei persa, Assuero; seu primeiro ministro, Hamã. Hamã é o vilão da história; Vasti, a
rainha que antecedeu Ester; Ester, a formosa moça judia que tornouse rainha. Ester,
naturalmente, é a heroína da história; Mardoqueu, o íntegro primo de Ester que a adotou como
filha e cuidou dela na mocidade. É o herói que, como alvo principal do desprezo de Hamã, é
vindicado e exaltado no fim. É a figura principal nos eventos do livro, pois ele influenciou a
rainha Ester e lhe deu conselhos retos.
O ódio que Hamã alimentava por Mardoqueu estendeu-se a todos os judeus. Urdiu um
horrendo complô e, usando de fraudulência, persuadiu Assuero a promulgar um decreto para
exterminar todos os judeus no dia 13 do mês adar (Et 3.13). Mardoqueu persuadiu Ester a
interceder junto ao rei a favor dos judeus. Depois de um jejum levado a efeito por todos os
judeus de Susã, de três dias de duração, Ester arriscou a sua vida ao aproximar-se do trono
real sem ter sido convocada (cap. 4); Obteve o favor do rei (5.1-4) e denunciou o funesto
complô de Hamã. A seguir, o rei mandou enforcar Hamã na forca que este preparara para
Mardoqueu (7.1-10). Um segundo decreto do rei possibilitou aos judeus triunfarem sobre os
seus inimigos (8.1-9.16). Essa ocasião motivou uma grande celebração e deu origem à festa
anual de Purim (9.17-32). O livro termina com um relato da fama de Mardoqueu (10.13).
(a) É um dos dois livros na Bíblia que levam o nome de uma mulher, sendo Rute o
outro.
(b) O livro começa e termina com uma festa, e menciona um total de dez festas ou
banquetes no decurso das quais se desenrola boa parte do drama do livro.
(c) O livro de Ester é o último dos cinco rolos da terceira parte da Bíblia hebraica,
chamados Hagiographa (“Escritos Sagrados”). Cada um desses rolos é lido publicamente em
uma das grandes festas judaicas. Este aqui é lido na festa de Purim, em 14-15 de adar, que
comemora o grande livramento do povo judeu na Pérsia, durante o reinado de Ester.
(d) Embora o livro mencione um jejum de três dias de duração, não há qualquer
referência explícita a Deus, à adoração, ou à oração (aspecto este que tem levado alguns
críticos a, insensatamente questionarem o valor espiritual do livro).
(e) Embora o nome de Deus não apareça através do livro de Ester, sua providência é
patente em toda parte do mesmo (por exemplo, Et 2.7,17,22; 4.14; 4.16-5.2; 6.1,3-10; 9.1).
Nenhum outro livro da Bíblia ilustra tão poderosamente a providência de Deus ao preservar o
povo judeu a despeito do ódio demoníaco dos seus inimigos.