16-03-10-Cartilha-Estratificao-de-risco-gestacional 2016
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16-03-10-Cartilha-Estratificao-de-risco-gestacional 2016
ATENÇÃO À SAÚDE
da GESTANTE
CRITÉRIOS PARA ESTRATIFICAÇÃO
DE RISCO E ACOMPANHAMENTO
DA GESTANTE
NOTA TÉCNICA CONJUNTA
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS – SES/MG
ASSOCIAÇÃO DE GINECOLOGISTAS E OBSTETRAS DE MINAS GERAIS – SOGIMIG
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE OBSTETRIZES E ENFERMEIROS
OBSTETRAS SECCIONAL MINAS GERAIS – ABENFO/MG
ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - AMMFC
SECRETARIA DE ESTADO
DE SAÚDE DE MINAS GERAIS
ATENÇÃO À SAÚDE
da GESTANTE
CRITÉRIOS PARA ESTRATIFICAÇÃO
DE RISCO E ACOMPANHAMENTO
DA GESTANTE
MINAS GERAIS
Agosto 2016
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Governador do Estado de Minas Gerais Assessora de Comunicação Social
Fernando Damata Pimentel Romyna Lara Valadares Almeida Lanza
Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais Diretora de Redes Assistenciais
Prof. Sávio Souza Cruz Márcia Dayrell
Secretário-Adjunto em Saúde Coordenadora de Atenção à Saúde
Nalton Sebastião Moreira da Cruz da Mulher/Rede Cegonha
Chefia de gabinete
Ana Paula Mendes Carvalho
Lisandro Carvalho de Almeida Lima Referências Técnicas
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QUADRO 1: Critérios da estratificação
RISCO
PRÉ-NATAL PARTO FATORES
GESTACIONAL
Maternidade
Unidade Básica Risco Ausência de critérios que determinem a caracterização
de risco
de Saúde habitual nos outros estratos de risco gestacional
habitual
Características individuais
e condições sociodemográficas
• Idade menor que 15 e maior que 35 anos
• Ocupação: esforço físico, carga horária, rotatividade de
horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos
nocivos, estresse
• Mulher em situação de violência
• Situação conjugal insegura ou não aceitação da gestação
• Baixa escolaridade (< 5 anos de estudo)
• Tabagismo sem comprometimento do crescimento fetal
• Altura menor que 1,45 m
• IMC < 19 OU > 30 kg/m2 (IMC ≥ 40kg/m2 vide alto risco)
• Uso de drogas ilícitas sem comprometimento do cresci-
de gravidade
• Cesáreasprévias (2 ou mais) ou cirurgia uterina anterior
recente (exceto cesárea com incisão clássica / corporal /
longitudinal - vide alto risco)
• Intervalo interpartal < 2 anos OU > 5 anos
Intercorrências clínicas / obstétricas
na gestação atual
• Infecção urinária
• Ganho de peso inadequado
• Sífilis diagnosticada durante a gestação (exceto sífilis terciária,
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RISCO
PRÉ-NATAL PARTO FATORES
GESTACIONAL
Condições clínicas prévias à gestação
• Doença psiquiátrica grave que necessite de acompanhamento
• Cirurgia bariátrica
História reprodutiva anterior
• Morte perinatal explicada ou inexplicada
• Abortamento habitual
• História
prévia de insuficiência cervical / incompetência
istmo-cervical
• Isoimunização Rh em gestação anterior
• Infertilidade
• Acretismo placentário
• Síndrome hemorrágica ou hipertensiva com desfecho des-
favorável materno (síndrome HELLP, eclampsia, parada car-
diorrespiratória ou admissão em UTI durante a internação)
e/ou perinatal
• Prematuridade
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RISCO
PRÉ-NATAL PARTO FATORES
GESTACIONAL
Intercorrências clínicas/obstétricas
na gestação atual
• Doença psiquiátrica grave que necessite de acompanha-
mento com especialista (ex.: psicoses, depressão grave,
transtorno afetivo bipolar e outras)
• Câncer: que esteja em tratamento OU que possam
repercutir na gravidez
• Gestação múltipla
• Gestação resultante de estupro, em que a mulher optou por
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RISCO
PRÉ-NATAL PARTO FATORES
GESTACIONAL
• Síndromes hemorrágicas (incluindo descolamento prematuro
• Sinais
premonitórios de eclampsia: anormalidades visuais
(escotomas, visão turva, fotofobia), cefaleia persistente ou
grave, epigastralgia ou dor intensa no hipocôndrio direito,
náusea e vômito, dispneia, dor retroesternal, confusão mental
• Eclampsia
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2 MAPEAMENTO DO CUIDADO NO PRÉ-NATAL
O QUADRO 2 apresenta um modelo para organização do cuidado que
deve ser oferecido à gestante durante o pré-natal, de acordo com a estratifica-
ção de risco.
Essas recomendações se referem especialmente à assistência ao pré-natal na
atenção primária, uma vez que abordam as condutas de rotina para tal acom-
panhamento. Nos casos de gestação de alto risco, todo o acompanhamento
pré-natal será ajustado às necessidades de saúde da gestante e do concepto,
prezando pela singularidade e pela qualidade do cuidado.
Identificação da
gestante e início Unidade Básica de Saúde Início do pré-natal no primeiro trimestre gestacional
do Pré-Natal
• Avaliação clínico-obstétrica
• Cálculo
inicial da DPP
pela DUM
• Estratificação
do
risco gestacional
• Avaliação/orientação sobre
o calendário vacinal
• Solicitação
de exames
de rotina de pré-natal
Ações da • Coleta
de citopatológico do Recomendação:
1ª consulta
colo do útero (se necessário) primeira consulta até uma semana
de pré-natal
após a identificação da gestação
(enfermeiro) • Preenchimentode ficha
de cadastro do SISPRENATAL
e alimentação do sistema
• Preenchimentoe entrega do
cartão da gestante
• Vinculaçãoà maternidade
de referência
• Orientações/esclarecimento
de dúvidas
• Agendamento do retorno
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RISCO HABITUAL OU FATORES
DE RISCO QUE PERMITEM A
ITEM ESPECIFICAÇÃO ALTO RISCO
REALIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL
PELA EQUIPE DA APS
• Avaliação clínico-obstétrica
• Confirmação da idade gestacional
• Estratificação do risco gestacional
• Acompanhamento do calendário vacinal
• Análise dos resultados dos exames
Ações da • Definição do planejamento de cuidados Deve ocorrer até um mês após a primeira consulta
2ª consulta individualizados e/ou de acordo com a periodicidade por idade e
de pré-natal (médico) • Preenchimento da ficha de acompa- risco gestacional
nhamento da gestante do SISPRENA-
TAL e alimentação do sistema
• Preenchimento do cartão da gestante
• Orientações/esclarecimento de dúvidas
• Agendamento do retorno
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RISCO HABITUAL OU FATORES
DE RISCO QUE PERMITEM A
ITEM ESPECIFICAÇÃO ALTO RISCO
REALIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL
PELA EQUIPE DA APS
1º trimestre
• Hemograma
• Glicemia de jejum
Solicitados pela equipe da APS na 1ª consulta
• Urina rotina e urocultura do pré-natal, de acordo com o protocolo
• TR
para HIV (1ª escolha) ou sorologia para
HIV (2ª escolha)
• Toxoplasmose IgM e IgG
• Colpocitologia oncótica (se necessário)
• Sorologia para hepatite B (HbsAg)
• Eletroforese de hemoglobina
2º trimestre
Exames • Toxoplasmose IgM e IgG (se susceptível)
laboratoriais • Glicemia de jejum Solicitados pela equipe da APS e/ou
de rotina • Teste do Pré-Natal de Alto Risco
de tolerância oral a glicose após 75g de
dextrosol se glicemia de jejum > 85 mg/dL, 1
Realizar em gestantes com alteração nos níveis pres-
ou fator de risco (24ª a 28ª semanas, prefe- sóricos e/ou suspeita de pré-eclampsia. Caso positivo,
rencialmente) realizar proteinúria 24h
• Coombs indireto (se Rh negativo)
• Proteinúria (de fita)1
3º trimestre
• Hemograma
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GLOSSÁRIO
Abortamento habitual - Perda espontânea e Infertilidade - Ausência de concepção após
consecutiva de três ou mais gestações antes um ano de relações sexuais regulares sem uso
da 20ª semana de contracepção
Abortamento em curso ou inevitável - Sangra- Insuficiência cervical/Incompetência istmo-cervi-
mento vaginal ativo associado a dor abdo- cal - Dilatação cervical indolor no 2º trimestre
minal, presença de colo aberto, saída de ma- seguida de expulsão de feto imaturo
terial sugestivo de restos ovulares ao exame Macrossomia - Peso fetal estimado acima do
especular percentil 90 para a idade gestacional
Anidrâmnio - Ausência de líquido amniótico Morte perinatal - Morte intraútero com idade
APS - Atenção Primária à Saúde gestacional maior ou igual a 20 semanas, ou
morte neonatal (até 28 dias)
CIUR - Crescimento Intrauterino Restrito
(peso fetal abaixo do percentil 10 para a ida- Obesidade Grau I - IMC 30,0 a 34,9 kg/m2
de gestacional) Obesidade Grau II - IMC 35,0 a 39,9 kg/m2
DMG - Diabetes Mellitus Gestacional Obesidade Grau III - IMC ≥ 40 kg/m2
DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Oligodrâmnio - ILA menor que 8 cm associado
DPP - Data Provável do Parto a CIUR ou bolsão menor que 2cm
PAS - Pressão Arterial Sistólica
DUM - Data da Última Menstruação (primeiro
dia) PAD - Pressão Arterial Diastólica
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REFERÊNCIAS
American Academy of Pediatrics and The American College of Obstetricians and Gynecologists.
Guidelines for Perinatal Care. AAP/ACOG. 6th ed. 2008. 450 p.
American Academy of Pediatrics and The American College of Obstetricians and Gynecologists.
Hypertension in pregnancy.Vol 122. N. 5. 2013. 99 p.
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). Dire-
trizes brasileiras de obesidade 2009/2010 - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da
Síndrome Metabólica. - 3.ed. - Itapevi, SP : AC Farmacêutica, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolo de Atenção à Saúde
e Resposta à Ocorrência de Microcefalia relacionada à Infecção pelo Vírus ZIKA – ver-
são 2.0. Disponível em: <http://www.saude.go.gov.br/public/media/ZgUINSpZiwm-
br3/64622069021204406934.pdf>. Acesso em: 29 fev. 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Pro-
gramáticas Estratégicas. Manual de acolhimento e classificação de risco em obstetrícia / Ministério
da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.
Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco.
1. ed. n. 32. Brasília: Ministério da Saúde, 2013a. 320 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Pro-
gramáticas Estratégicas. Coordenação Geral de Saúde das Mulheres. Nota técnica: Inserção da
eletroforese de hemoglobina nos exames de pré-natal. Rede Cegonha. 2013b.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. PORTARIA nº 1.459, de 24 de junho
de 2011, Brasília, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Progra-
máticas Estratégicas. Gestação de alto risco: Manual Técnico. 5. ed. Brasília: Ministério da Saúde,
2010. 302 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
GREGORY, A. L.; DAVIES, M. D.; FRCSC, Kingston ON. Antenatal fetal assessment. SOGC
Clinical Guidelines, 2000, 90:1-7.
MENDES, E.V.As redes de atenção à saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n. 5, p. 2297-2305, 2010.
MENDES, Eugênio Vilaça. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o impe-
rativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília: Organização Pan-Americana
da Saúde, 2012.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde (SES). Associação de Ginecologistas e Obstetras
de Minas Gerais (SOGIMIG). Atenção à Saúde da Gestante - novos critérios para estratificação
de risco e acompanhamento da gestante. Nota técnica conjunta. Programa Viva Vida. Projeto
Mães de Minas. Autêntica: Belo Horizonte, 2013. 16 p.
Royal College of Obstetricians and Gynecologists. National Collaboration Centre for Womens
and Childrens Health. Antenatal Care: routine care for the healthy pregnant women. London,
RCOG 2008. 454 p. (Clinical Guideline).
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. TelessaúdeRS. RegulaSUS:
Protocolos de Regulação Ambulatorial. Obstetrícia (Pré-Natal de Alto Risco). HARZHEIM,
E.; AGOSTINHO, M. R.; KATZ, N. (Orgs.). Porto Alegre-RS, 2015.
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Manual de uso da marca - Governo de Minas Gerais
Critérios da Estratificação de risco gestacional
PRÉ-NATAL PARTO RISCO GESTACIONAL FATORES
Unidade Básica Maternidade
Risco habitual Ausência de critérios que determinem a caracterização nos outros estratos de risco gestacional
de Saúde de risco habitual
Características individuais e condições sociodemográficas
• Idade menor que 15 e maior que 35 anos
• Ocupação: esforço físico, carga horária, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos nocivos, estresse
• Mulher em situação de violência
• Situação conjugal insegura ou não aceitação da gestação
• Baixa escolaridade (< 5 anos de estudo)
• Tabagismo sem comprometimento do crescimento fetal
• Altura menor que 1,45 m
• IMC < 19 OU > 30 kg/m2 (IMC ≥ 40kg/m2 vide alto risco)
Fatores de risco
Maternidade que permitem • Uso de drogas ilícitas sem comprometimento do crescimento fetal
Unidade Básica
de risco a realização do História reprodutiva anterior
de Saúde
habitual pré-natal pela • Alterações no crescimento intrauterino (CIUR, macrossomia), malformação
equipe da APS • Nuliparidade OU multiparidade (5 ou mais partos)
• Síndromes hemorrágicas OU hipertensivas sem critérios de gravidade
• Cesáreas prévias (2 ou mais) ou cirurgia uterina anterior recente (exceto cesárea com incisão clássica / corporal / longitudinal - vide alto risco)
• Intervalo interpartal < 2 anos OU > 5 anos