Apostila - Penal Especial
Apostila - Penal Especial
Apostila - Penal Especial
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Levon Torossian Júnior
Professor de Direito Penal III e IV – Parte Especial
3ª Edição
Agosto – 2021
Atualizado até a Lei nº 14.188 de 28 de julho de 2021
**REPRODUÇÃO AUTORIZADA**
INTRODUÇÃO
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Os Códigos Penais modernos dividem-se em duas partes: a
Parte Geral e a Parte Especial.
PARTE ESPECIAL
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vida em sociedade. Portanto o Estado os resguarda e os
defendes.
CAPÍTULO I
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b) homicídio privilegiado (Art. 121 § 1°);
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O Direito protege a vida desde a sua formação embrionária.
Desde então, até o início do parto a sua eliminação tipifica o
crime de aborto. Iniciado o parto a conduta de suprimi-la já
tipificará o crime de homicídio.
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A vida começa com o início do parto. Antes do início do parto, o
crime será de aborto. É suficiente a vida, sendo indiferente a
capacidade de viver. Para o nosso Código, a eliminação ou
destituição do feto durante o parto, já caracteriza homicídio e
excepcionalmente, pode caracterizar o crime de infanticídio.
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na conduta de matar alguém, e nisso reside toda a sua
abrangência.
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qualificado apenas acrescenta ao homicídio simples maior
desvalor da ação, representado por circunstâncias particulares,
que determinam sua maior reprovabilidade, sendo que a conduta
nuclear típica é a mesma, matar alguém. O homicídio simples, em
tese, não é objeto de qualquer motivação especial, morar ou
imoral, tampouco a natureza dos meios empregados ou dos
modos de execução.
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não se trata de elementares do tipo, mas causas de diminuição
da pena.
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Não será qualquer motivo social ou moral que terá condição
de privilegiar o homicídio. É necessário que seja relevante,
importante, notável e digno de apreço, em cada caso.
Requisitos:
a) emoção violenta;
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dentro do limite de 1/6 a 1/3, que será fixado de forma
discricionário pelo Juiz.
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qualificado o agente que praticou a conduta e o que pagou ou
prometeu a recompensa.
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O motivo fútil não se confunde com falta de motivo. Assim se
o agente pratica o fato sem razão alguma, não incide essa
qualificado. Na verdade, essa afirmação/constatação é uma
aberração jurídica. A presença de um motivo fútil qualifica o
homicídio, no entanto, a completa ausência de motivo, que deve
tornar mais censurável a conduta, pela gratuidade, não o
qualifica.
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cruel. Convém destacar que o envenenamento exige prova
pericial toxicológica.
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resultado morte for preterdoloso, isto é, se a tortura tenha sido
dolosa, mas o resultado morte, enquanto evento qualificador, for
produto da culpa, estaremos diante da figura capitulada na Lei nº
9.455/97, que configura uma nova modalidade de homicídio
preterintencional, além daquele do Art. 129, § 3º do CP. Vale
lembrar, que se durante a tortura o sujeito ativo resolve matar a
vítima, há dois crimes em concurso material (Art. 69 do CP).
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k) Emboscada: É a tocaia. Etimologicamente significa
esperar no bosque. É a ação premeditada de aguardar oculto a
presença da vítima para surpreendê-la. O homicídio qualificado
pela emboscada é sempre um crime premeditado. Trata-se de
uma das formas mais covardes da ação humana criminosa.
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sequestrar alguém, mata o guarda-costas. Responderá por
homicídio qualificado mesmo que a seguir desista de efetuar o
sequestro. Nas duas outras hipóteses de ocultação ou
impunidade – a finalidade do sujeito é destruir a prova de outro
crime e evitar as consequências jurídico-penais. Exemplo: o
sonegador mata o fiscal que o surpreende; o falsário com medo
de ser delatado, mata o coparticipe, etc. Finalmente para
assegurar vantagem de outro crime. É garantir o êxito do
empreendimento delituoso, o aproveitamento da vantagem que o
crime assegurado pode proporcionar-lhe, patrimonial ou não,
direta ou indireta.
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Comentários ao tipo penal do feminicídio (Art. 121, § 2º, VI,
do CP):
O que é feminicídio?
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por razões da condição de sexo feminino. Em outras palavras, o
feminicídio era punido, de forma genérica, como sendo homicídio
(Art. 121 do CP).
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Sujeito ativo do feminicídio: pode ser qualquer pessoa (trata-
se de crime comum). O sujeito ativo do feminicídio normalmente é
um homem, mas também pode ser mulher.
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O Conselho Federal de Medicina editou a Resolução
1652/2002-CFM regulamentando os requisitos e protocolos
médicos necessários para a realização da cirurgia de
transgenitalização.
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NÃO. A transexual, sob o ponto de vista estritamente
genético, continua sendo pessoa do sexo masculino, mesmo
após a cirurgia.
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O Legislador previu, no § 2º-A do Art. 121, uma norma penal
interpretativa, ou seja, um dispositivo para esclarecer o
significado dessa expressão.
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omissão baseada no gênero que lhe cause morte,
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano
moral ou patrimonial:
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invade o quarto da outra e a mata para ficar com a totalidade dos
bens para si; esse crime foi praticado com violência doméstica, já
que envolveu duas pessoas que tinha relação íntima de afeto,
mas não será feminicídio porque não foi um homicídio baseado
no gênero (não houve violência de gênero, menosprezo à
condição de mulher), tendo a motivação do delito sido meramente
patrimonial.
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para tanto, contrata o pistoleiro profissional Pedro, que não se
importa com os motivos do mandante, já que seu intuito é apenas
lucrar com a execução; João responderá por feminicídio (Art. 121,
§ 2º, VI) e Pedro por homicídio qualificado mediante paga (Art.
121, § 2º, I); a qualificadora do feminicídio não se estende ao
executor, por força do Art. 30 do CP, senão vejamos:
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Causas de aumento de pena: A Lei n 13.104/2015 previu
também três causas de aumento de pena exclusivas para o
feminicídio:
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a
metade se o crime for praticado:
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao
parto;
II – contra pessoa menor de 14 (quatorze) anos, maior de 60
(sessenta) anos ou com deficiência;
III – na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
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existir quaisquer diferenças entre filhos consanguíneos e
adotivos, em Direito Penal não há a analogia in mallan partem,
desta feita, não se reconheceria por analogia a qualificadora para
condição de filhos adotivos.
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Art. 3º (…). Parágrafo único. Para fins do disposto neste
Regulamento, considera-se: II – arma de fogo de uso restrito –
as armas de fogo automáticas, de qualquer tipo ou calibre,
semiautomáticas ou de repetição que sejam: a) não portáteis; b)
de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição
comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética
superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte
joules; ou c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a
utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova,
energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil
seiscentos e vinte joules”. III – arma de fogo de uso proibido: a)
as armas de fogo classificadas como de uso proibido em acordos
ou tratados internacionais dos quais a República Federativa do
Brasil seja signatária; e b) as armas de fogo dissimuladas, com
aparência de objetos inofensivos.
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No entanto, se restar comprovada que houve a posse ou
porte da arma de fogo em ocasião anterior não relacionada com o
homicídio, será possível a punição por ambos os crimes, em
concurso material. Assim, se o agente comprou a arma uma
semana antes com o objetivo específico de realizar o homicídio,
somente há punição por este; se comprou porque efetivamente
queria ter a arma que não possuía autorização para ter ou portar,
por outro motivo, e só eventualmente decidiu usar no homicídio,
há o concurso material.
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normativa da culpa. Não há em que se falar em tentativa de crime
culposo. A doutrina brasileira admite a coautoria em crime
culposo. No entanto o Direito Penal Brasileiro não admite a
compensação de culpa. Eventual culpa da vítima não exclui a do
agente. Elas não se compensam.
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risco pessoal, não lhe presta assistência, vindo ela a falecer, não
responde por dois crimes: homicídio culposo e omissão de
socorro (Art. 135 CP). Responde por homicídio culposo
qualificado pela omissão de socorro (§ 4º). Somente incide a
qualificadora se cabível o socorro. Se a vítima falece no local, não
há em que se falar na circunstância de exasperação da pena.
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extermínio. O homicídio praticado nestas condições, gera um
aumento de 1/3 até a metade na pena.
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agente dê a ideia, reforce o projeto ou forneça algum auxílio
material para que um terceiro se mate.
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consequência de ser crime de tipo misto alternativo, caso ele
pratique mais de uma das ações nucleares no mesmo contexto,
responderá por crime único.
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Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Forma qualificada
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abstratamente cominada, conforme previsão dos parágrafos
primeiro e segundo de referido dispositivo:
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão
corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º
do art. 129 deste Código:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Formas majoradas
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II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência.
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§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou
coordenador de grupo ou de rede virtual.
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probabilidade de eficácia e menor controle, já que sua própria
posição demanda dele tal responsabilidade no grupo.
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Menor de 14 anos de idade: a lei presume de forma absoluta
a incapacidade do menor de 14 anos a resistir a uma ideia de
suicídio ou automutilação. Deste modo, se a vítima com referida
idade se mata ou se mutila, neste último caso com configuração
de lesão de natureza gravíssima, o agente responderá pelo crime
de homicídio ou de lesão corporal gravíssima, respectivamente.
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perda ou inutilização do membro, sentido ou função; deformidade
permanente ou aborto:
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passivo é o filho. Nascente (durante o parto) ou recém-nascido
(logo após o parto).
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A hipótese de concurso de agente é controvertida. Pergunta-
se: O terceiro que ajuda a parturiente a matar o filho, responde
por infanticídio, ou por homicídio?
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gravidez resultante de estupro, também chamado aborto
sentimental ou humanitário (Art. 128, II).
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Elemento Subjetivo do Tipo: O aborto somente é punido a
título de dolo. Não existe aborto culposo. O dolo pode ser direto
ou eventual. Direto, quando há vontade firme de interromper a
gravidez e de produzir a morte do feto. Eventual quando o agente
assume o risco de produzir esses resultados. Exemplo: mulher
que pratica esporte violento, tendo consciência de que poderá vir
a abortar.
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presumido. É real quando o sujeito emprega violência, fraude ou
grave ameaça. Presumido, quando a vítima é menor de 14 anos,
alienada ou débil mental (Art. 126, § único). É a interrupção da
gravidez provocada contra a vontade da gestante.
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Os aumentos de pena acima descritos, somente se aplicam
nos crimes dos Art. 125 e 126 do CP, não se aplicando ao auto
aborto (Art. 124) uma vez que a legislação brasileira não pune a
autolesão. Da mesma forma, se ocorrer lesão corporal de
natureza leve, o sujeito só responderá pelo aborto. O crime do
Art. 129 fica absorvido pelo aborto.
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gravidez resultante de estupro, o aborto só é permitido em face
de prévio consentimento da gestante.
CAPÍTULO II
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qualquer um pode ser ofendido, salvo nas hipóteses dos
parágrafos 1º, IV, e 2º, V do referido Art.. Nestes casos somente
a mulher grávida pode ser a vítima. (vide Art.). Se o delito, na sua
forma dolosa, é cometido contra menor de 14 anos, incide um
aumento de pena (§ 7º- ECA), e também para maiores de 60
anos.
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podem usar dos meios necessários para vencer a resistência.
Havendo lesão corporal e provando-se a necessidade de sua
prática o autor não responde pelo crime, tendo agido no exercício
regular de direito reconhecido pelo Art. 292 do C.P.P.
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culposas estão previstas nos §§ 6º e 7º. O primeiro prevê a lesão
corporal culposa simples; o segundo, a lesão corporal culposa
qualificada. O preterdolo é admitido nas formas qualificadas dos
§§ 1º, 2º e 3º do Art. 129.
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São lesões corporais de natureza grave (§ 1º), quando
resulta:
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mastigatória constituindo lesão grave. Já a perda de um só dente
e lesão leve, pois será demasia dizer que a falta de um único
dente ocasiona perda da função. Toda via, a perícia e que
deverá, no caso concreto, resolver o problema.
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mas probabilidade fundada de não haver cura. O ofendido não
está obrigado a se submeter à intervenção cirúrgica.
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desconhecimento da gravidez afasta a qualificadora. Se o agente
agride a vítima e ainda quer o aborto e o provoca, responde por
ambos os delitos em concurso material.
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casos há o resultado letal, sendo que no primeiro caso existe a
intenção delitiva, sendo punido de forma mais severa.
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substituição é obrigatória, desde que presentes os seus
pressupostos.
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condicionada à representação. Já as lesões graves e
gravíssimas, são de ação pública incondicionada.
60
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição.
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147-B, por ser delito mais grave. Contudo, se não existe a
condição de sexo feminino e a lesão é leve, o art. 147-B
prevalecerá sobre o art. 129, caput, desde que, além da afetação
à saúde psíquica, o agente provoque prejuízo à
autodeterminação feminina.
CAPÍTULO III
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Tipo objetivo: a lei fala em expor (colocar em perigo) de
contágio de moléstia venérea de que sabe ou deveria saber ser
portador. O perigo deve ser direto e iminente, concreto,
demonstrado e não presumido. Não é necessário a ocorrência do
dano (contágio), sendo suficiente a exposição ao perigo de dano.
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Elemento subjetivo do tipo: No tocante ao tipo simples,
definido no caput, exige-se dolo de perigo direto ou eventual. O
dolo de perigo está na expressão “sabe que está contaminado”. O
indireto se encontra na expressão “deve saber que está
contaminado”. Na hipótese do Art. 130, §1º, o sujeito deve agir
com dolo direto de dano. Cuida-se, neste caso, de um crime
formal com dolo de dano.
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Tipo subjetivo: É o dolo direto, constituído pelo fim especial
de transmitir a moléstia. Por isso, diante do fim específico, não há
dolo de perigo, mas de dano.
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nele se encontram. Outro exemplo é o caso de empreiteiro que,
para poupar dispêndio com medidas técnicas de prudência, na
execução da obra, expõe o operário ao risco de grave acidente.
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Se classifica como sendo um delito de perigo concreto,
comissivo ou omissivo, simples, instantâneo de forma livre e
subsidiário. Não existe a forma culposa. A tentativa é possível na
forma comissiva, embora de difícil ocorrência. A ação penal é
pública incondicionada.
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O objeto jurídico é o interesse do Estado em proteger certas
pessoas que não podem defender-se sozinhas, tutelando-se
desta forma, sua incolumidade física.
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vítima. O inciso III (se a vítima for maior de 60 anos) foi inserido
pelo Estatuto do Idoso.
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fundamenta a natureza privilegiada deste delito em relação ao
crime de abandono de incapaz (Art. 133).
70
miséria, excesso de prole, receio de um filho doentio, o fato
constitui abandono de incapaz (Art. 133).
71
do caso concreto. Pessoa inválida é aquela que, por doença ou
velhice, não pode defender-se, encontrando-se desamparada no
momento do fato. Pessoa ferida é aquela que sofreu lesão
corporal. Pessoa em grave eminente perigo é aquela que se
encontra neste estado em função das circunstâncias.
72
Elemento subjetivo do tipo: é o dolo de perigo, direto ou
eventual, consistente na intenção de omitir-se com a consciência
do perigo. Não há forma culposa. O erro quanto à existência do
perigo exclui o dolo. No entanto, sobrevindo dano (lesão corporal
ou morte) o agente responderá pelo crime culposo. (Art. 20 e §
1º).
73
atendimento médico-hospitalar emergencial” (CP, Art. 135-A,
caput).
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monossubjetivo (pode ser praticado por um único agente), doloso
(o agente quer ou assume o risco de criar situação de perigo para
a saúde ou a vida da vítima).
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Sujeito passivo é tanto o paciente (vítima) que necessita de
atendimento imediato, quanto o terceiro de quem, em razão da
impossibilidade do paciente, foi exigido o cheque-caução, nota
promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento
prévio de formulários administrativos, como condição para o
atendimento médico-hospitalar emergencial.
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O Conselho Federal de Medicina difere terminologicamente,
urgência de emergência[1], porém, em ambas as hipóteses há
necessidade de tratamento medito imediato. Assim, embora o tipo
penal em estudo faça menção apenas ao atendimento médico-
hospitalar emergencial, devemos nele também compreender o
atendimento médico de urgência.
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crime de condicionamento de atendimento médico-hospitalar
emergencial é aumentada nas seguintes circunstâncias:
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disciplinares. O núcleo do tipo é representado pelo verbo expor,
envolvendo a ideia de risco.
79
constituído de violência física ou moral (ameaças, intimidações,
agressões, etc.).
CAPÍTULO IV
DA RIXA
80
por sua vez será sujeito ativo de lesão corporal ou outro delito
contra aqueles dois.
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este responderá por lesão corporal ou homicídio, tentado ou
consumado. Segundo Magalhães Noronha, a consumação se dá
no momento e no lugar onde cessou a atividade dos contendores.
CAPÍTULO V
82
subjetiva - é o apreço próprio, dignidade da pessoa, juízo que
cada um faz de si próprio.
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Nos termos deste artigo, calúnia é a falsa imputação a
alguém de fato definido como crime. A descrição típica do crime
de calúnia exige um elemento normativo, contido na expressão
“falsamente”. Diante disso, é necessário que seja falsa a
imputação formulada pelo sujeito. Se atribui a terceiro a prática
de crime que realmente ocorreu, inexiste calúnia. A falsidade da
imputação pode recair sobre o fato ou sobre a autoria do fato
criminoso.
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seu valor moral ou social. Existe divergência doutrinária e
jurisprudencial.
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alegou, afastando, dessa forma o crime. Entretanto, os incisos I,
II, III do estudado § limita essa possibilidade. Vejamos:
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O elemento subjetivo do tipo é o dolo, sendo a vontade livre
de lesar a honra de outrem. A ação penal é exclusivamente
privada, procedendo-se mediante queixa.
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(parágrafo único do Art. 139). Neste caso, há interesse da
administração em fiscalizar a atuação do funcionário. Exemplo: se
o funcionário se embriaga em serviço, admite-se a prova da
verdade.
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Sujeitos: ativo é qualquer pessoa, tratando-se de crime
comum. Sujeito passivo é o injuriado. É qualquer pessoa que
tenha capacidade de discernimento do conteúdo da expressão ou
atitude ultrajante. A pessoa jurídica não pode ser vítima, uma vez
que não possui este atributo de natureza pessoal. Os
inimputáveis também são vítimas.
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ofensa; b) no caso de retorsão imediata que consista em outra
injúria. Trata-se de compensação. Embora o direito penal trate de
questões indisponíveis, onde a compensação não possa ser
admitida. Neste caso trata-se de política criminal em matéria de
perdão. A retorsão deve ser sem intervalo, constituindo em outra
injúria.
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Os incisos I, II, III do Art. 141 do CP, são situações que
autorizam o aumento da pena em relação a qualquer dos delitos
contra a honra (calúnia, difamação e injúria).
91
Todavia, em 19/04/2021, o veto presidencial foi derrubado pelo
Congresso Nacional, tornando vigente a norma.
92
Art. 143 - Retratação
93
Art. 144 - Pedido de explicações
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O parágrafo único do artigo em baila., sofreu alteração com
edição da Lei nº 12.033/09, que também passou a exigir
representação do ofendido, quando a injúria consistir em
elementos referentes a raça, cor, etnia, origem ou condição de
pessoa idosa ou portadora de deficiência, além das duas
exceções já existentes: 1º) no caso de crime cometido contra
Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro exige-
se requisição do Ministro da Justiça. Neste caso a ação será
pública condicionada a esta requisição, sendo uma condição de
procedibilidade; 2º) hipótese de crime praticado contra funcionário
público, em razão de suas funções (Art. 141, II). De tal forma,
ficou assim redigido o Art. 145 do CP: No caput nada mudou,
sendo que o parágrafo único, foi acrescido “bem como no caso do
§ 3º do Art. 140 deste código”. A mudança tornou pública
condicionada a representação a ação penal na chamada injúria
preconceituosa.
CAPÍTULO VI
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como acontece no roubo, extorsão, estupro, etc. Exemplo: O
constrangimento ilegal, descrito no Art. 146 funciona como
elementar no delito de estupro, ficando por ele absorvido.
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O tipo importa constrangimento, coação. Constranger
alguém significa obrigar a fazer ou deixar de fazer alguma coisa a
que não está obrigada. A lei estabelece que o constrangimento
pode ocorrer mediante violência (força física) ou grave ameaça
(violência moral, intimidação) ou qualquer outro meio (ingestão de
álcool, drogas, hipnose), reduzindo-lhe a capacidade de
resistência. A vítima é constrangida, logo a pretensão do agente
deve ser ilegítima. Se legítima, configura o delito do Art. 345 do
CP (exercício arbitrário das próprias razões).
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vítima vier a sofrer lesão corporal, o agente responde
cumulativamente.
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A objetividade jurídica é a paz de espírito, a tranquilidade da
pessoa. O delito de ameaça é subsidiário em relação a outros
crimes. Funciona como elementar das descrições típicas dos
crimes de roubo, extorsão, estupro, etc.
99
Art. 147 – A – Perseguição (Stalking)
100
convencional (art. 7º, I, da Convenção Americana de Direitos
Humanos).
101
psicológica da vítima, quando restrinja sua capacidade de
locomoção ou por qualquer outra forma, invada ou perturbe sua
liberdade ou privacidade.
102
que todo stalkeador encubra sua identidade, ou seja, a falsa
identidade não deve ser considerada ante factum impunível do
referido delito,j á que não é meio de execução ordinário do crime
de perseguição.
103
perseguir a vítima, responderá apenas pelo crime de perseguição
majorado (art. 147-A, § 1º, III do CP). O crime de porte ilegal de
arma de fogo fica absorvido (princípio da consunção), sendo
considerado meio para a prática do crime fim. c) se o agente
portar ilegalmente a arma de fogo em contexto fático distinto, seja
antes de iniciar as investidas em desfavor da vítima ou depois
daperseguição, responderá pelo crime do art. 147-A, caput , em
concurso material com o crime do Estatuto do Desarmamento
(art. 14 ou 16, conforme o caso). Não se cogita da majorante do
crime de perseguição nessa hipótese para evitar o bis in idem.
104
não se aplica o crime de desobediência (art. 330 do CP) quando
o agente desatende a ordem e existe lei prevendo sanção não
penal para esse descumprimento sem ressalvar a sanção
criminal, cabendo a decretação da prisão preventiva (art.313, III
do CPP).
105
A Lei nº 14.188 de 28 de julho de 2021 incluiu no Código
Penal o artigo 147-B, segundo o qual configura violência
doméstica contra mulher, e está sujeito a pena de reclusão de
seis meses a dois anos e multa, se a conduta não constitui crime
mais grave, quem:
106
(ou seja, o crime não foi praticado porque a vítima é mulher),
causando-lhe prejuízo à saúde psíquica e à autodeterminação.
Não há se falar no crime do art. 129, § 13, pois a ação não foi
motivada por razões de sexo feminino, mas em violência
doméstica (art. 129, § 9º).
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O dano emocional também pode visar a degradar ou
controlar ações, comportamentos, crenças ou decisões da
mulher, ainda que não lhe cause efetivamente perturbação do
pleno desenvolvimento. Temos, aqui, um dano direcionado à
degradação ou ao controle, ou seja, ao causá-lo, o autor pretende
atingir essas finalidades (ainda que efetivamente não o consiga).
Degradar significa deteriorar, desgastar. O sujeito ativo, por
exemplo, pode causar a intervenção emocional para fazer com
que a vítima tenha dúvidas acerca de sua capacidade de decidir
corretamente, degradando sua assertividade. Controlar significa
governar. Ou seja, o autor assume o comando de aspectos da
vida da vítima, impondo modos de pensar, de agir etc. Assim, faz
com que a vítima, por exemplo, deixe de frequentar determinados
lugares, ou impede-a de escolher sua vestimenta, solapando a
liberdade individual feminina.
108
ponto que surja um dano emocional limitador da
autodeterminação, mas esse processo é desconhecido por
aquele que demonstra a indiferença, não há delito a ser
apreciado.
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privação de sua liberdade. É ainda classificado como crime
comum, material, doloso, comissivo ou omissivo.
110
O consentimento da vítima afasta o crime. Pai que encarcera
menor com finalidade corretiva pratica maus-tratos e não cárcere
privado.
111
restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de
dívida contraída com o empregador ou preposto:
112
interno de pessoas para fim de exploração sexual, fazendo surgir
em seu lugar o art. 149-A, mais completo e abrangente:
IV – adoção ilegal; ou
V – exploração sexual.
113
(raça, origem étnica, nacionalidade, etc.) conforme se observa no
art. 2º, incisos IV e V da Lei 13.344/2016. Já o objeto jurídico é a
liberdade individual.
114
ou quando a pessoa vítima do tráfico for retirada do território
nacional.
115
O núcleo do tipo é representado pelos verbos entrar ou
permanecer. Na eventualidade das duas condutas haverá um
único delito. Entrar significa introduzir-se, ingressar, invadir.
Permanecer significa ficar, conservar-se dentro. Nesta segunda
figura pressupõe a entrada, incriminando-se a recusa em sair.
116
o código a efetuar a prisão de alguém ou outra diligência, desde
que durante o dia. No inciso segundo, permite o legislador que a
qualquer hora do dia ou da noite se ingresse em residência
habitada, quando algum crime estiver sendo praticado ou na
eminência de o ser
117
implícito, o fato é atípico. Da mesma forma que entrar em casa
desabitada.
118
Os incisos II, III, IV dizem respeito à violação de
comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica. O delito se
consuma nesta modalidade quando o agente realiza as condutas
descritas no tipo penal. Tem que ser a uma ação indevida e de
forma abusiva. O inciso III refere-se a quem impede a
comunicação ou conversação nos casos referidos no inciso
anterior. Impedir tem o sentido de interromper a comunicação
dirigida a terceiro ou a conversação entre outras pessoas.
Finalmente o inciso IV faz referência: a instalar ou utilizar estação
ou aparelho radioelétrico sem observação de disposição legal. Se
houver instalação ou utilização com observância a disposição
legal à conduta será atípica. O Código Brasileiro de
Telecomunicações (Lei 4117/62 trata da matéria).
119
Existem casos em que as pessoas se tornam confidentes,
em razão de ministério, função, oficio ou profissão, tendo por
obrigação legal resguardar o que lhe foi confiado. Por exemplo:
criminoso que confessa ao seu advogado a autoria de um crime
ou um doente que revela ao médico doença grave e contagiosa,
ou alguém confessar ao padre a pratica de ato indecoroso, etc.
120
a vida privada. Desse modo, esse novo tipo penal tutela valores
protegidos constitucionalmente (art. 5º, X, da CF/88).
121
Assim, na maioria dos casos, a vítima é o proprietário do
dispositivo informático.
122
do almoço, aproveita para acessar, sem autorização, o
computador do colega de trabalho.
CAPÍTULO I
DO FURTO
123
A parte especial do CP abre o Título II referindo-se ao
patrimônio. Como sabemos, o Título I, já estudado, se refere aos
crimes praticados contra a pessoa.
124
A norma prevista no § 3º é explicativa, quando equipara a
energia elétrica ou qualquer outra energia, desde que com valor
econômico, à “coisa”.
Por fim foi ainda acrescido o § 6º, que trata do abigeato, que
é a subtração de animais domesticável de produção, com pena
maior.
125
pois o cheque não possui valor patrimonial expressivo; 2ª) pode
ser, embora tenha valor insignificante como papel, possui valor de
uso e potencialidade para lesar.
126
objeto. Não se confunde com estado de necessidade, como por
exemplo subtrair um carro para socorrer alguém.
127
esfera de disponibilidade da vítima para a do autor. Basta,
portanto, que o bem seja retirado do domínio de seu titular e
transferido para o autor. Não se exige a posse tranquila e
desvigiada da “res”.
128
furto e estupro em concurso material. (Art. 69 do CP). A invasão
de domicílio (Art. 150) fica absorvido por ser crime subsidiário.
Concurso formal: o sujeito para penetrar em uma joalheria para
furtar, explode a parede, vindo a matar terceira pessoa. Neste
caso, responde por dois delitos em concurso formal- Art. 70 (furto
qualificado e homicídio). Já o nexo de continuidade ocorre
quando os delitos são praticados nas mesmas condições
objetivas de homogeneidade, como condição de tempo, lugar,
maneira de execução (Art. 71).
129
noturno, não havendo critério fixo para conceituação dessa
qualificadora. Qual seria o horário do furto noturno? Resposta:
dependerá dos costumes da vítima.
130
Na pratica, todo o crime de furto é feito um Auto de
Avaliação, onde peritos compromissados, auferem o valor exato
ou aproximado das “res furtivas”, justamente para demonstrar ao
julgador e mesmo ao membro do Ministério Público, para um
perfeito enquadramento da ação do sujeito ativo.
131
valor econômico, como energia genética, mecânica, térmica, sinal
de satélite e a radioativa. Exemplo: de furto de energia elétrica
ocorre quando o consumidor desvia a corrente elétrica antes de
passar pelo medidor. É um crime permanente. Todavia, a
adulteração do relógio medidor, para acusar o consumo menor é
fraude, já qualificando o crime de furto (mediante fraude).
132
agente responderá por furto simples e crime de dano em
concurso material.
133
No requisito objetivo está na facilidade para a prática do
delito, em virtude de a coisa encontrar-se na esfera de
disponibilidade do sujeito ativo por força da confiança. Se o
agente praticar o furto de uma maneira que qualquer outra
pessoa poderia fazê-lo, não dependendo da relação que tem com
a vítima, não haverá a qualificadora.
134
Escalada é a utilização de via anormal para adentrar no local
onde o furto será praticado. É qualificadora de natureza objetiva,
sendo que o agente nela estará incurso quando adentrar no local
de furto (lócus delicti) pulando janelas, pelo teto ou cavando túnel.
Predomina a opinião de que tal entrada requer emprego de meio
instrumental, como o uso de uma escada ou corda, ou ainda que
se exija do agente um esforço incomum. Muros ou janelas
relativamente baixas não qualificam o delito. Exige-se a prova
pericial, podendo, entretanto, ser suprida por prova testemunhal.
A remoção de telhas pode configurar tanto a qualificadora do
rompimento de obstáculos, ou este referente à escalada.
135
obtida de forma clandestina, sem autorização, também é
considerada chave. Magalhães Noronha entende que qualifica o
crime, pois o que a lei veda é a abertura ilícita da fechadura não
importando se com chave verdadeira ou falsa. Já Damásio e
Nelson Hungria entendem que não qualifica, pois o que
caracteriza é a condição objetiva “chave falsa”, sendo que esta
nunca será a verdadeira. É a posição majoritária. Da mesma
forma, é vencedor o entendimento sobre a necessidade de
perícia para constatação da “chave falsa”.
136
tanto a coautoria quanto a participação, sendo que nesta última o
agente não pratica atos executórios. Este último entendimento
prevalece na doutrina.
137
Lei nova, incriminadora, tipificando de forma mais gravosa
os crimes de furto e receptação de semovente domesticável de
produção, ainda que abatido ou dividido em partes. Semovente é
a definição jurídica dada ao animal criado em grupos (bovinos,
suínos, caprinos etc.) que integram o patrimônio de alguém,
passíveis, portanto, de serem objetos de negócios jurídicos. A lei
claramente não abrange os animais selvagens, mas somente os
domesticáveis, mesmo que já abatidos ou divididos em partes. Os
animais devem ser, ainda, de produção, isto é, preparados para o
abate e comercialização. Não abrange apenas os quadrupedes,
mas também os bípedes e ápodes (animais desprovidos de
membros locomotores, como répteis).
Considerações gerais:
138
A resposta “tanto faz” ou “pelos dois parágrafos”,
obviamente, não serve; muito menos tem razão aquele que
respondeu que os agentes sofrerão os “rigores” do § 6o. É que,
nas hipóteses de coexistência de qualificadoras, não existindo
entre elas relação de especialidade – mas pluralidade de
circunstâncias, deve prevalecer aquela que pune o
comportamento do criminoso com mais rigor, sob pena de se
violar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. A
outra deve ser considerada pelo magistrado na fixação da pena-
base, salvo se prevista também como agravante, caso em que
será aquilatada pelo juiz na segunda fase da aplicação da
reprimenda.
139
A supracitada lei de 2018, impôs diversas alterações no
Código Penal, especialmente nos crimes de furto e roubo. No
furto, foram criadas novas qualificadoras no caso de emprego de
explosivo e, ainda, se o objeto material for substância explosiva.
A óbvia preocupação aqui era incrementar a repressão ao furto
de caixas eletrônicos, infração que a todo tempo ganha espaço
nos noticiários.
140
Art. 155 (...) § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos,
e multa, se o crime é cometido: II - com abuso de confiança, ou
mediante fraude, escalada ou destreza;
141
obrigam a combinar seus esforços ou bens para consecução de
fim comum. Nesses casos, o direito do sócio, herdeiro ou
condômino é limitado pelo direito dos outros. Desta forma, se
subtrai a coisa comum, exclui o direito dos outros. É o
fundamento da punição penal.
142
se concluir que, quando o bem é infungível há crime, pois, a
vítima sempre sofre prejuízo. Note-se, mesmo com bem fungível
somente haverá infração penal se ultrapassado o valor da cota do
agente.
CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO
143
ameaça, ou qualquer outro meio que reduza a capacidade de
resistência.
144
ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa, para ele ou para terceiro. Neste caso, a
violência é exercida após ter o agente se apoderado da coisa,
com o fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da
“res”. Pressupõe detenção anterior.
145
1ª) é admissível a tentativa. O sujeito, tendo efetuado a
subtração, antes da consumação, tenta empregar violência contra
pessoa; ou, ainda, empregada à violência após a tirada da coisa,
não consegue consumar a subtração. 2ª) não é admissível a
tentativa no roubo impróprio. Ou o agente usa violência ou grave
ameaça após a subtração (e o crime estará consumado), ou não
a usa, então, o crime não será roubo impróprio, mas furto
consumado ou tentado. Esta é a corrente dominante.
146
finalidades, mas que também podem ofender a integridade
corporal da vítima, exemplo: facas, navalhas, machados, etc.).
147
Agora, o que mais causa divergência na doutrina e na
jurisprudência, é quando o agente se utiliza de “arma de
brinquedo”.
148
particular. Da mesma forma, a lei exige que o roubador tenha
plena ciência de que a vítima está transportando valor, sendo
incabível no dolo eventual.
149
No entanto, foi inserido o inciso II, no mesmo parágrafo 2º-A,
prevendo qualificadora de dois terços se o roubo for praticado
com destruição de obstáculo em face de emprego de explosivo.
150
Dessa forma, passou a ser considerado crime hediondo,
a partir de agora, o roubo circunstanciado pela restrição de
liberdade da vítima (§2º, V), circunstanciado pelo emprego de
arma de fogo (§2º-A, I), ou pelo emprego de arma de fogo de
uso proibido ou restrito (§2º-B), ou qualificado pelo resultado
lesão corporal grave ou morte (§3º).
151
O homicídio e o furto perdem sua individualidade própria para
compor uma nova figura, autônoma.
152
havia concurso material entre furto e homicídio doloso. Agora,
firma-se a jurisprudência no sentido de que há latrocínio.
153
Como elemento normativo do tipo, temos a finalidade de
obtenção, para o agente ou para terceiro, de indevida vantagem
econômica, que é aquela não permitida por lei, não exigível da
vítima.
154
relâmpago”, em que o agente obriga a vítima a fornecer a senha
de seu cartão para que ele saque o dinheiro do caixa. Entende-se
que a colaboração da vítima era imprescindível, porque o agente
não teria como adivinhar a senha.
155
aplicam-se as penas previstas no Art. 159, §§ 2º e 3º,
respectivamente.
156
Nesse sentido a Súmula 96 do STJ “o crime de extorsão
consuma independente da obtenção da vantagem pretendida”. É,
portanto, um crime formal.
157
Qualquer pessoa pode ser o sujeito passivo e ativo deste
delito. Pode haver dois sujeitos passivos no mesmo caso, como
por exemplo, uma pessoa é sequestrada sendo da outra exigida a
vantagem como condição ou preço de resgate.
158
igualmente o crime do Art. 288 do CP. Neste caso, será aplicada
somente a qualificadora do § 1º, ficando absorvido o crime de
quadrilha, visando não incorrer no “bis in idem”.
159
Delação premiada: esse dispositivo foi inserido no CP pela
Lei dos crimes hediondos e teve sua redação alterada pela lei
9269/96. Trata-se de causa obrigatória de redução da pena. São
necessários os seguintes requisitos: crime praticado em concurso
de pessoas e que qualquer delas se arrependa e delate as
demais para a autoridade pública, de tal forma que o sequestrado
venha a ser libertado.
CAPÍTULO III
160
A infração penal consuma-se quando ocorre a efetiva
supressão o deslocamento do marco, ainda que o agente não
atinja a sua finalidade de apropriar-se do imóvel alheio. É crime
formal.
161
A ação física é representada pelo verbo “desviar”, que
significa mudar de direção; e “represar”, que é conter.
162
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, exceto o dono do
imóvel. Ao contrário, o sujeito passivo é o possuidor ou
proprietário do imóvel invadido.
§ 2º - Concurso de delitos
§ 3º - Ação Penal
163
“indevidamente”. Assim, é óbvio que quem compra os animais
licitamente tem o direito de remarcá-los, sem que cometa o delito.
CAPÍTULO IV
DO DANO
164
esteja englobado pelas duas hipóteses anteriores. Exemplo:
quebrar o vidro de um carro ou de uma casa, amassar a lataria de
um veículo, etc.
165
Ocorrendo dano qualificado pela violência, se esta causar
lesões na vítima, responderá por elas, em razão de previsão
expressa no próprio artigo quando trata da imposição da pena. A
violência pode ser contra o dono da coisa, ou contra terceiro.
166
aplicado quando ficar demonstrado que o agente queria causar
tal prejuízo considerável.
167
CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
168
A consumação deste delito é de difícil precisão, pois
depende, em última análise, de uma atitude subjetiva. Consuma-
se com a inversão na natureza da posse, caracterizada por ato
demonstrativo de disposição de coisa alheia ou pela negativa em
devolvê-la. Como crime material, a tentativa é possível embora de
difícil configuração.
169
seja, deve existir um nexo de causalidade entre a relação de
trabalho e o recebimento. Exemplo: mecânico, costureiro,
relojoeiro, médicos, advogados, engenheiros, etc.
170
A lei faz referência ao prazo e a forma pelos quais a
contribuição deverá ser repassada. Trata-se de norma penal em
branco, que dependerá para sua efetiva aplicação de definições
contidas nas leis previdenciárias.
171
O inciso III prevê a hipótese de deixar de pagar benefício
devido assegurado, quando as respectivas cotas ou valores já
tiverem sido reembolsados à empresa pela Previdência Social.
Nesta modalidade é dever do agente pagar os benefícios ao
segurado, uma vez realizado o reembolso pelo INSS.
172
acessórios, seja superior àquele estabelecido de forma
administrativa, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
execuções fiscais.
173
objetos em um quintal. O dono percebe tal situação e se apropria.
No caso de força da natureza, o fato ocorre sem qualquer
participação humana. Exemplo: vendaval que lança roupas do
vizinho em quintal alheio. Este morador se apropria e não devolve
ao legítimo proprietário.
174
CAPÍTULO VI
175
que o estelionato é um crime contra o patrimônio. Somente se
consuma no instante em que o agente efetivamente consegue
obter a vantagem ilícita por ele visada. Diz a doutrina que o
estelionato possui duplo resultado: a vantagem ilícita e o prejuízo
alheio.
176
vantagem que obtém da vítima. O tipo requer um segundo
elemento subjetivo, contido na expressão “para si ou para
outrem”. Não há fraude culposa.
177
dinheiro. Segundo o entendimento majoritário, existe o crime de
estelionato.
178
A inalienabilidade pode ser legal, convencional ou
testamentária. O ônus pode ser legal ou contratual. Para que a
coisa seja litigiosa é necessário que ela seja objeto de demanda
judicial.
179
forma, modifique-o fraudulentamente e o entregue a vítima. Essa
alteração pode recair sobre a própria substância (entregar objeto
de vidro no lugar de cristal, cobre no lugar de ouro), sobre a
qualidade (entregar mercadoria de 2ª no lugar de 1ª, objeto usado
como novo), ou sobre a quantidade (dimensão, peso).
180
O bem jurídico tutelado nessa infração é o patrimônio do
segurador, sendo a coisa ou o corpo do agente meros
instrumentos do delito.
181
cheque, e não em decorrência dele. Exemplo: acidente de
trânsito.
Diz o STJ que o cheque tem que ser emitido como ordem de
pagamento à vista. Aquele que recebe o título para desconto
futuro, à falta de provisão de fundos em poder do sacado no
tempo da emissão, não está sendo induzido, nem mantido em
erro, mas aceitando promessa de pagamento futuro, sendo, pois,
sujeito passivo, pura e simplesmente, de obrigação descumprida.
182
quer em razão da contraordem de pagamento. Sumula 521: “O
foro competente para o processo e julgamento dos crimes de
estelionato, sob a modalidade de emissão dolosa de cheque sem
provisão de fundos, é do local onde se deu a recusa do
pagamento pelo sacado”.
183
Depois do recebimento da denúncia e antes da sentença a
reparação do dano no estelionato é circunstância atenuante
genérica (Art. 65, III, b).
184
incondicionada à representação, entretanto o §5º, alterou tal
disposição.
185
modificou a redação da causa de aumento de pena do § 4º.
186
acessa as contas e transfere quantias em dinheiro para
outra conta da qual efetua saques. É um caso típico de furto
mediante fraude, no qual a manobra ardilosa (interceptar os
dados transmitidos entre o usuário e o ponto de conexão) é
utilizada para que as vítimas sejam despojadas de seus
bens sem que nada percebam”.
187
Art. 172 – Duplicata Simulada
188
quando fornecida não corresponde à prometida, em qualidade ou
quantidade, ou ainda, ao serviço prestado, comete o crime
previsto neste artigo.
189
Art. 176 – Outras fraudes
190
O sujeito ativo será sempre o devedor de mandado
judicialmente. Já o sujeito passivo será o credor que estará
acionando o devedor.
CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO
191
A Lei se refere claramente a “produto de crime”, qualquer
que seja ele, não se admitindo contravenção.
192
pela condição de quem oferece, deve presumir-se obtida por
meio criminoso.
193
Explica-se a necessidade de maior rigor na pena porque na
receptação dolosa o agente sabe da procedência ilícita do bem, e
sendo bens públicos, fica evidente a maior gravidade da conduta.
194
Para que alguém responda por receptação dolosa é
indispensável que tenha prévia ciência de que a coisa que recebe
tenha origem criminosa (RT. 592/353- TACRIM).
Art. 180-A
195
comercialização, semovente domesticável de produção, ainda
que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de
crime:
Considerações iniciais:
196
Especialmente nas grandes cidades, é altíssimo o número de
furtos e roubos de automóveis. É ascendente o índice de
subtração de aparelhos de telefone celular. Há não muito tempo,
matérias jornalísticas davam conta de uma série de subtrações
que ocorriam na cidade de São Paulo e que tinham por alvo
bicicletas de alto valor. Nos três casos, as subtrações ocorrem
para que os produtos sejam posteriormente receptados e
vendidos no mercado clandestino. Seria absurdo, no entanto,
sustentar a criação de tipos penais de receptação para cada
situação ou diferente objeto.
197
comercial, a nova lei, especial em relação ao Art. 180, § 1º,
acabou sendo mais benéfica. O comerciante, de fato ou de
direito, deixa de responder nas penas do Art. 180, § 1º, ficando
sujeito às sanções do Art. 180-A. Como se percebe, repetimos,
se a intenção do legislador foi punir mais severamente esse
crime, “o tiro saiu pela culatra”. O crime consiste em adquirir
(obter, a título gratuito ou oneroso), receber (qualquer forma de
aceitação da posse, que não seja a propriedade), transportar
(carregar), conduzir (dirigir), ocultar (esconder), ter em depósito
(exercer posse protegida) ou vender (alienar em qualquer
condição), com a finalidade de produção ou de comercialização,
semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou
dividido em partes, que deve saber ser produto de crime. O tipo
repete, portanto, algumas das condutas estabelecidas no Art.
180, mais precisamente as da receptação própria. Para que se
configure a receptação do Art. 180-A, é imprescindível a
existência de delito precedente, figurando como objeto material
semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou
dividido em partes. Esse crime antecedente não precisa ser
necessariamente de furto, mas também roubo, extorsão,
estelionato ou até mesmo outra receptação (receptação de
receptação ou receptação sucessiva).
198
manutenção em depósito são formas permanentes do crime,
possibilitando a prisão em flagrante a qualquer tempo.
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS
199
descendentes). Por isso, se a infração penal causa prejuízo para
terceiros, não se aplica à imunidade.
200
Acontece que o legislador constituinte, atento às
modificações sociais ocorridas nas últimas décadas, estabeleceu
no Art. 266, § 3º, da Constituição Federal que, “para efeito de
proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre um
homem e uma mulher como entidade familiar, devendo a lei
facilitar sua conversão em casamento”. Em face disso, não
obstante o casamento e concubinatos continuem possuindo
características diversas, surgiu o entendimento no sentido de que
não existe, na atualidade, qualquer razão para a imunidade deixe
de ser aplicada aos concubinos, uma vez que formam, tal como
os cônjuges, uma entidade familiar.
201
III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
O inciso III, por sua vez, somente tem aplicação quando tio e
sobrinho moram, de forma não transitória, na mesma residência.
Em tal hipótese, pressupõe-se que a existência do processo pode
acarretar sérios desgastes a convivência, daí a necessidade de
representação.
202
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral,
quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa.
203
os bens imateriais se destacam do indivíduo, uma vez
concretizados numa coisa ou nela projetadas. O pensamento
humano é insuscetível de qualquer apropriação por parte de
terceiros, enquanto enclausurado na mente humana. No
momento em que se ele se exterioriza, expressa-se em uma obra
literária, científica ou artista, passando, pois, a tomar corpo, e a
ter um valor econômico. O seu criador tem direito sobre sua
proteção.
CAPÍTULO I
204
O direito autoral surge com a criação de obra original,
independentemente de qualquer formalidade ou registro.
205
46 a 48 da citada lei dispõem sobre as limitações aos direitos
autorais.
206
TÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO
RELIGIOSO E CONTRA OS RESOEITO AOS MORTO
CAPÍTULO I
207
A única modalidade é vilipendiar publicamente ato ou objeto
de culto religioso. É tratar com desprezo, desdém, de modo
ultrajante o ato ou objeto de culto religioso. Pode-se vilipendiar
por escrito, palavras, gestos, etc., por exemplo., proferir palavrões
contra a imagem de um Santo, atirar objetos contra ele, etc. Deve
o vilipêndio ser realizado publicamente, na presença de várias
pessoas.
CAPÍTULO II
208
pode praticar o crime em estudo. A vítima do delito não é
evidentemente, o cadáver, que não é mais titular de direitos, mas
a coletividade, as pessoas da família ou amigos que tenham
relação de afetividade. Trata-se de um delito vago, em que se
ofende uma coletividade, destituída de personalidade jurídica,
como a coletividade, a família, etc.
209
desprezo, ultrajar, macular, aviltar, por exemplo, jogar
excrementos sobre a sepultura ou urna funerária, destruir os
ornamentos, escrever palavras injuriosas, etc.
210
proteção da família, vigia do cemitério, etc.; c) ocultar significa
esconder, mas sem que isso implique destruir o cadáver ou parte
dele. Há apenas o desaparecimento do objeto do crime, por
exemplo, após o atropelamento, o agente esconde a vítima, no
interior de uma mata ou a joga em um rio, etc. A ocultação
somente pode ocorrer antes do sepultamento, ao passo que a
subtração pode dar-se antes ou depois do sepultamento.
211
O objeto material é o cadáver ou suas cinzas. Cinzas
humanas constituem os resíduos da combustão ou cremação do
corpo. Segundo Noronha, a “vontade da lei é tutelar não só as
cinzas, e o cadáver, mas também o esqueleto”.
212
CAPÍTULO I
213
Quanto ao elemento subjetivo do tipo permanece o mesmo,
ou seja, o dolo.
214
concurso material de estupro e atentado violento ao pudor. Se o
agente constranger a vítima e manter conjunção carnal e cópula
anal estará cometendo crime único (estupro), pois a figura típica
passa a ser mista alternativa. Já em relação ao crime continuado,
ocorrerá somente se o agente cometer, novamente, em outro
cenário, ainda que com a mesma vítima, outro estupro.
215
Já o § 2º se refere à morte da vítima, sendo que a pena foi
então fixada em 12 a 30 anos de reclusão.
216
realização de mais de um ato, mas implicando na punição por um
só crime.
217
Este dispositivo criado pela Lei nº 13.718 de 24/09/2018
trata da conduta de “praticar contra alguém e sem a sua anuência
ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a
de terceiro”, à qual é cominada pena de reclusão, de um a cinco
anos, se o fato não constitui crime mais grave.
218
Quando a norma diz praticar “com”, a palavra pressupõe que o
ato recaia sobre o corpo da vítima, ainda que está adote uma
postura passiva, ou que não haja contato físico entre autor e
vítima.
219
“contra” a vítima. Em outras palavras, essa é a forma através da
qual o agente alcança a satisfação da lascívia.
220
Para que haja o crime, é indispensável que o sujeito ativo se
prevaleça da sua condição de superioridade, de sua relação de
mando no trabalho, seja ele público ou particular, e que exista por
parte da vítima o temor de ser demitida, que não consiga
promoção, etc.
221
A Lei nº 12.015/09, acresceu ao estudado Artigo o § 2º,
porém errou o legislador, pois referido tipo penal não possuiu o §
1º, sendo que não poderia ter § 2º. Apesar desta falha,
estabelece o dispositivo um aumento de pena em até 1/3 se a
vítima é menor de 18 anos. O aumento de pena é boa colocação
uma vez que o menor a partir de 16 anos pode trabalhar (Art. 7º,
XXXIII), e como aprendiz, a partir dos 14 anos de idade. Eventual
assédio a menor de 14 anos, pode constituir crime de estupro de
vulnerável, na forma tentada.
CAPÍTULO I-A
222
O artigo em estudo foi criado pois sabe-se que os meios de
comunicação têm evoluído de forma célere e o Direito Penal – a
ultima ratio -, tem sido constantemente acionado para defender
bens jurídicos que outros ramos do direito não têm defendido
satisfatoriamente. Exemplo disso se trata da neocriminalização
das filmagens não consentidas de atos sexuais (CP, art. 216-B),
que se tornaram comum nos últimos anos, causando abalos
psicológicos e irreparáveis em diversas vítimas.
CAPÍTULO II
223
Estupro de vulnerável é a conjunção carnal ou ato libidinoso
com o menor de 14 anos. A presunção de violência antes prevista
no Art. 224, “a”, tornou-se agora crime de estupro de vulnerável,
punindo-se toda relação sexual com o menor de 14 anos.
224
consentimento da vítima ou de fato de ela ter mantido
relações sexuais anteriores.
225
incriminar o agente que induz alguém menor de 14 anos a
satisfazer a lascívia de outrem.
226
A Lei nº 12.015/09 revogou expressamente a Lei nº 2252/54,
que previa o crime de corrupção de menores, criando o Art. 244-B
do ECA: Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 anos,
com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la.
Pena de reclusão de 1 a 4 anos.
227
Assim, a presença do menor, que a tudo assiste, é um
motivo também de prazer sexual para o agente.
228
O bem jurídico protegido e tanto a moralidade e o
desenvolvimento sexual do vulnerável, num sentido mais amplo,
a dignidade sexual. Já o objeto material é o vulnerável.
229
a vítima abandonasse a prostituição ou a exploração a que
estava sujeita.
230
inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de
informática ou telemática –, fotografia, vídeo ou outro registro
audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem
o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:
231
contendo pessoas em cenas íntimas – salvo no caso de crianças
e adolescentes – era tratada como difamação, novamente
impondo-se a demonstração do propósito de atingir a vítima em
sua reputação.
232
foto consigo e um deles confere nova publicidade, publicando-a
em um site de fotos eróticas.
233
demonstrada a afetividade, não sendo suficiente as conversas
com propósito meramente libidinoso.
CAPÍTULO IV
234
DISPOSIÇÕES GERAIS
235
se ocorrer as hipóteses do inciso II. O inciso III foi expressamente
revogado pela lei 11.106/05.
Nas hipóteses do inciso II, com nova redação dada pela Lei
nº 13.718/18, o legislador entendeu ser necessário a majoração
da pena por ser delito cometido por pessoas que exercem
autoridade sobre a vítima. A lei descreve inicialmente, uma série
de hipóteses especificas, e, ao final, utiliza-se de forma genérica
para abranger toda e qualquer relação de fato ou de direito que
implique autoridade sobre a vítima. Como por exemplo, do
carcereiro sobre a presa, do amásio da mãe da vítima, etc.
Preceptor é sinônimo de mestre, mentor.
236
CAPÍTULO V
237
Lascívia é a sensualidade, luxuria, libidinagem. Pode ocorrer
de qualquer modo.
238
O tipo subjetivo é o dolo, e o elemento subjetivo do tipo é
representado pelo especial fim de satisfazer a lascívia de outrem.
239
Também qualifica o delito o fato do delito ser cometido com
emprego de violência, grave ameaça ou fraude. (§ 2º).
Finalmente, se a vítima for menor de idade (14 a 18 anos), ou o
autor for ascendente, descendente, marido, irmão, tutor ou
curador da vítima, o delito também será qualificado. (§ 1º).
240
pensões, que são usualmente utilizados para encontro com
prostitutas. Ao dispositivo interessa qualquer local em que haja
prostituição.
241
passivo do crime a sociedade, uma vez que o delito ofende os
bons costumes.
242
O elemento subjetivo do tipo é o dolo, ou seja, a vontade de,
habitualmente, tirar proveito da prostituição alheia. A ação penal é
pública incondicionada.
Considerações iniciais
243
dignidade sexual, especificamente no Capítulo V, que trata do
lenocínio. O crime de promoção de migração ilegal não tem
conotação sexual e não se confunde, de forma alguma, com o
tráfico de pessoas para exploração sexual, que antes da Lei nº
13.344/16 fazia parte do mesmo Capítulo.
Objetividade jurídica
244
A tutela penal recai, sobretudo, na manutenção da soberania
nacional, da qual deriva toda a disciplina para entrada e saída de
pessoas do território brasileiro.
Sujeitos
245
circunstâncias, mas somente que promoveu seu ingresso
irregularmente.
Conduta
246
ilegalmente em outro país. Aplicam-se aqui as mesmas
considerações sobre o que se consideram território brasileiro.
Voluntariedade
Consumação e tentativa
247
território nacional – ou a saída dele – se der por meio da
falsificação de documentos, o agente responde pelo art. 232-A
em concurso material com o crime contra a fé pública.
248
Ação penal
CAPÍTULO VI
249
Ato libidinoso praticado em interior de veículo em local
iluminado, que permita ver o que ocorre ali, é considerado lugar
exposto ao público. Entretanto, não configura o delito, se o ato for
praticado no interior de automóvel, à noite e em lugar ermo.
250
alguém tenha acesso ao escrito ou objeto obsceno. Basta a
possibilidade de que tal aconteça.
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS
251
sendo que somente as partes, seus procuradores e o MP terão
acesso ao feito.
CAPÍTULO I
252
A tentativa é admissível, quando iniciada a celebração do
casamento e esse não se completa. O tipo subjetivo é o dolo e a
ação penal é pública incondicionada.
CAPÍTULO II
253
O delito se consuma no momento em que é feito o registro.
A tentativa é possível quando a efetivação do registro é obstada
por terceiro ou quando o oficial desconfia da documentação
apresentada e não o lavra. Trata-se de crime de mera conduta.
254
É um crime que só pode ser praticado por mulher, cuja
ação incriminada é a de apresentar à sociedade um recém-
nascido como se fosse seu próprio filho. É necessário que a
mulher tenha a intenção especifica de criar uma situação jurídica
em que se faça passar por mãe do infante, introduzindo-o em sua
família. Os sujeitos passivos são o Estado e os herdeiros do
agente.
255
que continue a sustenta-lo. A consumação é atingida quando a
ocultação atinge os direitos do recém-nascido. São sujeitos
passivos o Estado e o neonato prejudicado.
CAPÍTULO III
256
remédio, vestuário e habitação) do cônjuge, filho menor de 18
anos ou inapto ao trabalho, ascendente inválido ou valetudinário
(com idade avançada e enfermo).
257
prestar às pessoas os recursos necessários por carências de
recursos.
258
A conduta típica consiste em deixar os pais de prover à
instrução dos filhos em idade escolar, sem que haja justa causa
para isso. A jurisprudência entende como justa causa para
desconfigurar o delito, a ausência de vagas em escolas públicas,
ou penúria da família, etc. Este delito somente é praticado na
forma dolosa.
259
CAPÍTULO IV
260
mãe, levando-o para passar com ele o fim de semana. Em se
tratando de promover o envio do menor ao exterior, haverá
deleito mais grave, previsto no Art. 239 do ECA.
261
TÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMINDADE
PÚBLICA
CAPÍTULO I
262
O tipo subjetivo é o dolo, dolo de perigo. Delito se consuma
com a criação de uma situação de perigo comum. A tentativa é
admissível.
263
Art. 251 - Explosão
264
efeitos análogos. A substância prevista neste parágrafo, terá que
ter eficácia explosiva menor do que o previsto no caput.
265
Art. 256 - Desabamento ou desmoronamento
266
incolumidade pública a título de dolo. A 2ª parte trata de lesão
corporal ou morte provocada pelo atuar culposo do sujeito ativo
do delito de perigo comum.
267
CAPÍTULO III
268
O elemento subjetivo é o dolo. No entanto, o crime de
epidemia também é punido a título de culpa (§ 2º). Caracteriza-se
o tipo culposo a inobservância do cuidado objetivo necessário.
269
Fala o código ainda em substância alimentícia e medicinal. A
1ª é toda a substância sólida ou líquida, destinada à alimentação.
Pouco importando tratar-se de alimento de primeira necessidade
ou não. Medicinal é toda substância, sólida ou liquida, empregada
na cura ou prevenção de moléstias, seja de uso interno ou
externo.
270
Art. 272 - Falsificação, corrupção, adulteração de substância
ou produtos alimentícios
271
nestes artigos em relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico
(cerveja, uísque, guaranás, sucos, etc.).
272
ou prevenção de doenças de nº indeterminado de pessoas.
Abrange os medicamentos alopáticos e homeopáticos. Exemplo:
moderadores de apetite, anestésicos, analgésicos, etc.
273
admitidas para a sua comercialização; d) com redução do seu
valor terapêutico ou de sua atividade; e) de procedência ignorada;
f) adquiridos em estabelecimentos sem licença da autoridade
sanitária competente.
274
Outras modalidades ilícitas: os artigos. 274 a 276 do CP,
tem redação alterada pela lei nº 9677/98, pune com penas de
reclusão de 1 a 5 anos e multa, as seguintes condutas ilícitas:
275
e a farmácia, em que o exercício da profissão por pessoa não
capacitada pode gerar danos à saúde pública. Por esse motivo o
legislador incriminou o exercício ilegal dessas profissões.
276
de tórax, etc. Os limites seguidos pelo médico, dentista ou
farmacêutico são os funcionais, estabelecidos em lei.
277
culposa. A exceção é feita ao crime de epidemia (Art. 276), para o
qual existem qualificadoras especificas (§§ 1º e 2º do Art. 267).
278
O crime de charlatanismo não exige habitualidade da
conduta criminosa. Basta à configuração do delito a prática, ainda
que só uma vez, do ato descrito no tipo.
279
limita a anunciar, afirmar, a existência de cura secreta ou infalível
(inciso I).
280
O objeto do delito é a paz pública. O tipo objetivo é incitar a
pratica de crime. Incitar significa açular, excitar, provocar. Pune-
se o comportamento de quem incita a pratica de crime. Portanto,
deve tratar-se de fato expressamente previsto em lei como crime,
não se enquadrando na figura o incitamento para praticar
contravenção penal ou ato imoral.
281
sendo desnecessário que alguém, efetivamente, cometa o crime
objeto da incitação.
282
O meio utilizado também é indiferente, sendo que o crime
pode ser praticado por meio de palavras, gestos, escritos,
inclusive pela internet.
283
Sujeito ativo: é um crime coletivo, plurissubjetivo ou de
concurso necessário de condutas. Exige-se para a configuração
do ilícito a associação de pelo menos três pessoas, sendo nesse
número computados os agentes inimputáveis, quer por
menoridade, quer por doença mental.
284
O parágrafo único do estudo artigo prevê a forma
qualificada. Se a associação criminosa é armada, a pena é
aumentada de metade. Também ocorrerá o aumento se houver a
participação de criança ou adolescente. Tal fato ocorre, pois
revela maior potencialidade agressiva da associação criminosa.
Para alguns doutrinadores, basta que um membro da quadrilha
esteja armado para se configurar a qualificadora. A melhor
interpretação é a de que ela só existe se, pela quantidade de
membros que portem armas ou pela natureza destas, for
consideravelmente aumentado o perigo para a sociedade.
285
Com a recente alteração da Lei de Drogas (11.343/06), que é
posterior a lei dos crimes hediondos (8072/90), será aplicado no
caso concreto o Art. 35 da 11.343/06, que é um delito autônomo e
posterior.
286
O crime de associação criminosa (quadrilha ou bando) é
sempre autônomo, independente daqueles que são praticados
pelas societas delinquentuim, assim como na lei especial,
configurando, pois, o concurso material de crimes.
287
Em pioneira manifestação sobre o tema, Cunha se posiciona
pelo número de pelo menos 4 (quatro) indivíduos. No entanto
acena com o entendimento divergente de Luiz Vicente
Cernicchiaro que afirma que o número mínimo seria de 3 (três)
pessoas, até para que não haja confusão com o ilícito de
quadrilha ou bando, indicando inclusive que essa tendência
parece se configurar na doutrina em geral.
288
crimes previstos em legislação esparsa (v.g. Lei de Drogas, Lei
de Tortura etc.) não haverá adequação típica. Seria bem melhor
que houvesse o legislador optado pela redação similar à
associação criminosa, apenas se referindo a “crimes”, sem
especificar o diploma legal de onde devem se originar. Devido a
essa falha, se a formação do grupo for para a prática de crimes
fora do Código Penal, somente restará a figura da associação
criminosa (Art. 288, CP ou eventualmente Art. 288, CP c/c Art.
8º., da Lei 8.072/90). Observe-se que se trata de denominado
“crime de empreitada ou empreendimento”, no qual a mera
reunião das pessoas com o fito de cometer crimes já configura
infração penal. Praticamente se trata de uma situação de
antecipação da tutela penal para a fase de cogitação. Desse
modo, não importa se o grupo efetivamente vem a perpetrar os
crimes intencionados. Se isso ocorre, haverá concurso de
infrações penais (material). Mas, se não se chega a praticar os
crimes pretendidos, mesmo assim estará perfeito o Art. 288 – A,
CP. Portanto, para o Art. 288-A do CP, o cometimento efetivo de
infrações pretendidas já constitui fase de exaurimento no “iter
criminis”, muito embora não se trate de “post factum não punível”,
já que os crimes efetivamente cometidos serão punidos em
concurso material com a infração de “Constituição de Milícia
Privada”.
289
porém, que principalmente nos casos de “organização paramilitar”
e “milícia particular”, será muito difícil inexistir tal liame de
permanência ou estabilidade, o qual é inerente a essa espécie de
grupamento.
290
distinto do primeiro, na Capital do Estado, então está cometendo
duas infrações ao Art. 288–A do CP.
291
desnecessária a prática efetiva de crimes. Basta a formação do
grupamento com esse intuito. A tentativa não é possível, vez que
se trata de crime formal, tal qual ocorre com a quadrilha ou
bando.
CAPÍTULO I
DA MOEDA FALSA
292
não configura o delito. A moeda pode ser nacional ou qualquer
moeda estrangeira.
Crime formal.
293
O § 3° pune a fabricação ou emissão irregular de moeda.
Trata-se de crime próprio, sendo que determinadas pessoas
podem ser sujeitos ativos, ou seja, o funcionário público, o diretor,
gerente ou fiscal de banco de emissão de moeda. O sujeito
passivo é o Estado.
CAPÍTULO III
294
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
295
branco não constitui documento, uma vez que não há qualquer
conteúdo. O mesmo se diga em relação a uma receita, um recado
etc.
296
A primeira modalidade típica, em que o verbo é falsificar,
que indica a contrafação, isto é, a formação total ou parcial do
documento. O agente forma o documento por inteiro (contrafação
total) ou acresce dizeres, letras ou números ao documento
verdadeiro (contrafação parcial).
297
A Lei n° 9983/00 acrescentou os parágrafos 3° e 4° ao Art.
297, punindo com as mesmas penas da falsidade material de
documento público a falsificação de determinados documentos
que têm reflexos na previdência social. Na realidade, as condutas
típicas descritas nesses dois parágrafos, caracterizam crime de
falsidade ideológica. (Art. 299)
298
Documento particular é o que não é público ou ainda o
equiparado ao público (§ 2° do Art. 297). É aquele feito sem a
intervenção de um funcionário público ou de alguém que tenha fé
pública.
299
Na falsidade ideológica, o documento é autentico em seus
requisitos extrínsecos e emana realmente da pessoa que nele
figura como seu autor, mas o conteúdo é falso. É também
chamado de falsidade intelectual, falso ideal ou falso moral.
300
Nas duas primeiras figuras (omitir e inserir) existe a
chamada falsidade imediata, pois é a pessoa que confecciona o
documento quem comete o falso ideológico. Na última
modalidade (fazer inserir) a lei não pune quem confecciona o
documento, mas quem lhe passa a informação falsa (falsidade
mediata).
301
Em se tratando de folha assinada em branco podem ocorrer
duas situações: a) se o papel foi assinado em branco e entregue
em confiança a alguém, para que o preencha posteriormente, e o
agente o faz em desacordo com as instruções dadas, há crime de
falsidade ideológica, b) se o papel assinado em branco foi obtido
de forma ilícita (furto, roubo, etc.) o crime será o de falsidade
material.
302
Os núcleos do tipo são os verbos atestar e certificar. Atestar
significa provar, afirmar alguma coisa em caráter oficial. Certificar
quer dizer convencer da certeza, verdade de alguma coisa,
também de natureza pública.
303
O elemento subjetivo é o dolo. O delito se consuma no exato
instante em que o atestado ou certidão é falsificado ou alterado,
independentemente da produção de qualquer resultado.
304
falso é um crime remetido, uma vez que a descrição típica se
integra pela menção a outros dispositivos legais.
305
A pessoa que usa documento verdadeiro de outra pessoa
como se fosse próprio infringe o Art. 308 do CP. Tipo subjetivo é
o dolo. Ação penal pública incondicionada.
306
Não há o crime do Art. 305 do CP, se o objeto material for
translado, certidão ou cópia autenticada de documento original
existente. O dano previsto no Art.163 do CP não concorre com a
supressão de documento, ficando por este absorvido.
CAPÍTULO IV
OUTRAS FALSIDADES
307
natureza, mas se a conduta é apenas meio para a prática de
estelionato, ficará absorvida.
308
O bem jurídico protegido também é a fé pública, em
particular a identidade pessoal. Qualquer pessoa poderá ser
sujeito ativo desse crime; sendo que o sujeito passivo é o Estado.
309
gratuito. Ainda, que a pessoa recebe o documento não faça uso
dele o delito estará consumado em relação a quem cedeu.
310
consuma com a efetiva adulteração ou remarcação do chassi ou
outro sinal identificador. Prevê o parágrafo 1° que se o crime for
praticado por funcionário público no exercício de suas funções, a
pena será aumentada em 1/3. Estabelece o parágrafo 2° que na
mesma pena incorre o funcionário que contribui para o
licenciamento ou registro de veículo remarcado ou adulterado,
fornecendo indevidamente material (espelhos de registro de
veículo, documento de licenciamento, carimbos, etc.) ou ainda
dando informação oficial.
CAPÍTULO I
311
do erário público) e moral (fidelidade e probidade dos agentes do
poder).
312
prefeito, haverá o crime específico do Art. 1°, II, do Decreto Lei nº
201/67 - Crimes de Prefeitos.
313
a) subtrair (furtar com ânimo de assenhoramento. Exemplo:
funcionário público abre o cofre da repartição em que trabalha e
leva valores guardados, policial subtrai toca-fitas de carro
apreendido que está no pátio da Delegacia de Polícia;
314
A conduta consiste em apropriar-se (apossar-se) de dinheiro
ou qualquer outra utilidade que, no exercício do cargo, recebeu
por erro de outrem. E indispensável que tal erro seja espontâneo
e não provocado pelo sujeito ativo e que ocorra em função do
cargo ocupado por este. A entrega pode ser efetuada por um
particular (extraneus), ou mesmo por outro funcionário público
(intraneus).
315
A objetividade jurídica deste delito é proteger a
Administração Publica, particularmente a segurança do seu
conjunto de informações, inclusive no meio informatizado, que
para a proteção de toda a coletividade, devem ser modificadas
somente nos limites legais.
316
passivo. Admite-se como sujeito passivo secundário, o
administrado, na hipótese de dano a terceiro.
317
Para a existência deste delito, é necessário a existência de
lei regulamentando o emprego da verba ou renda pública e o
agente as empregue de maneira contrária àquela descrita na lei.
318
Tipo Objetivo: A conduta típica está centrada no exigir
vantagem indevida. O funcionário público constrange, exige
vantagem indevida. A vítima, temendo alguma represaria, cede à
exigência.
319
O particular que vier a entregar a vantagem ilícita ao
funcionário público, não cometerá o crime de corrupção ativa (Art.
333 CP), pois é vítima, uma vez que somente o terá feito por ter-
se sentido constrangido.
320
O § 2° visa punir a conduta do funcionário que após praticar
a primeira modalidade do delito de excesso de exação (§ 1°), ou
seja, exigir imposto que sabe indevido, em vez de recolher o
tributo aos cofres públicos, o desvia em proveito próprio ou
alheio.
321
Solicitar (pedir);
322
b) imprópria: Quando se pretende que o funcionário público
venha a realizar ou deixe de realizar seja legal;
323
O § 2° do estudado artigo é classificado como corrupção
passiva privilegiada. Diferencia-se das outras formas típicas pelo
motivo que determina a conduta do funcionário. Ele não vende o
ato funcional em face de interesse próprio ou alheio, pretendendo
receber uma vantagem. Transgrede com seu dever funcional
perante a Administração Pública para atender pedido de terceiro
(normalmente um amigo).
324
que possam haver e que se interponham à prática do
contrabando ou descaminho. A conduta pode ser omissiva ou
comissiva. É exigência do dispositivo que a ação do agente seja
praticada com infração a dever funcional. Se inexiste essa
infração ao dever funcional, o crime será o mesmo que o de
contrabando ou descaminho, previsto no Art. 334 do CP.
325
ou a pratica contra disposição legal, para satisfazer à interesse ou
sentimento pessoal.
326
Negligência, preguiça ou desleixo exclui o dolo. No entanto,
se ficar caracterizado que o agente por preguiça, regularmente
não pratica ato de oficio, há crime.
327
no presídio, incorre no crime do Art. 349-A do CP. Caso se omita
ou introduza o aparelho no presidio em troca de vantagem
indevida, responde por corrupção passiva, conforme previsto no
Art. 317 do mesmo dispositivo legal.
328
Na segunda hipótese, o funcionário não sendo competente
para efetuar a responsabilidade do subordinado não dá notícia a
autoridade competente.
329
a Administração Pública, valendo da qualidade de funcionário, do
acesso junto a seus colegas e da camaradagem, consideração ou
influência.
330
O sujeito ativo é o funcionário público. Que antecipa ou
prolonga suas funções. Quando particular pratica ato de oficio de
funcionário público comete outro crime, chamado de usurpação
de função pública (Art. 328), e o sujeito passivo é o Estado.
331
Os artigos 153 e 154 do CP tutela a inviolabilidade dos
segredos da pessoa física. No presente artigo está tutelado o
sigilo da Administração Pública. Embora impere hoje o princípio
da publicidade da atividade administrativa, há fatos que devem
ser mantidos em sigilo.
332
Trata-se de crime formal. O delito se consuma no momento
em que o terceiro (funcionário público ou particular) toma
conhecimento, independente da ocorrência de prejuízo.
333
Esta infração penal nada mais é do que uma violação do
segredo funcional que se refere especificamente a sigilo quanto à
proposta de concorrência pública, o dispositivo foi tacitamente
revogado pelo Art. 94 da Lei nº 8.666/93 - Lei das Licitações, que
tem uma redação mais abrangente, envolvendo procedimentos
licitatórios. A concorrência pública é apenas uma das formas de
licitação.
334
É equiparado a funcionário público quem exerce cargo ou
emprego em função em entidade paraestatal, como autarquia,
mas também em sociedades de economia mista, empresas
públicas e fundações instituídas pelo poder público, conforme
parágrafo 2º do estudado artigo.
335
CAPÍTULO II
336
público da conduta de quem, mediante violência física ou grave
ameaça, tenta impedir a execução de ato legítimo. Com isso, o
Estado confere proteção à autoridade, pressupondo a eficiência
de seus agentes e de quem lhes presta colaboração.
337
execução. Se isso ocorrer, será aplicado o § 1º do artigo, que é a
forma qualificada.
338
Art. 330 - Desobediência
339
De acordo com a jurisprudência, se alguma norma civil ou
administrativa comina sanção dessa natureza (civil ou
Administração) para um fato que poderia caracterizar crime de
desobediência, mas deixa de ressalvar a sua cumulação coma
pena criminal, não pode haver a responsabilização penal.
Exemplo: a) o Art. 219 do CPP que se refere a sanção aplicável à
testemunha intimada que sem motivo justificável falta à audiência
em que seria ouvida. O dispositivo permite a cumulação da multa
e das despesas da diligência, “sem prejuízo do processo penal
por crime de desobediência”; b) o CTB prevê multa àquele que
desrespeita ordem de parada feita por policial, mas não ressalva
a aplicação autônoma do crime de desobediência. Assim, o
motorista somente responde pela multa de caráter administrativa.
Não responde pelo crime.
340
suas funções, mas em sua ausência, caracteriza o crime de
injúria qualificada.
341
O sujeito passivo é primeiramente o Estado. De forma
secundária, o funcionário público que foi ofendido.
342
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive o
funcionário público. O sujeito passivo é o Estado.
343
funcionário. Se a vantagem se destina efetivamente a funcionário
público que está mancomunado com o agente, há crimes de
corrupção passiva e ativa.
2 - receber---------------------------------------2 - oferecer
344
iniciativa do funcionário público, e no caso, se o particular dá ou
entrega dinheiro, só existe a corrupção passiva. O fato é atípico
quanto ao particular
345
O tipo subjetivo é o dolo; e o elemento subjetivo do tipo está
representado pelo especial fim de agir, ou seja, “para determiná-
lo a praticar, omitir ou retardar o ato de oficio”.
Conceitos:
346
b) descaminho: é o ato de iludir, no todo ou em parte, o
pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída
ou pelo consumo de mercadoria, não proibida.
347
cada pessoa pode trazer. Também é uma norma penal em
branco;
348
O tipo subjetivo é o dolo. A ação penal é pública
incondicionada, de competência da Justiça Federal. Para o STJ,
o pagamento do tributo devido não extingue a punibilidade do
crime.
349
Existem mercadorias cujo tráfico tipifica crime diverso,
previsto em lei especifica, como o tráfico de drogas (Lei
11.343/06) ou armas de fogo (Lei 10.826/03).
CAPÍTULO II-B
350
DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS
351
vacância - art. 194), deve ser aplicado o preceito secundário
previsto na antiga lei 8.666/93, por força do princípio da
anterioridade.
Considerações importantes:
352
inexigibilidade ilegal de licitação (Informativo 494). A nova lei
seguiu a redação da antiga lei 8.666/93 e não incorporou tais
requisitos jurisprudenciais, o que poderá ser interpretado como
um silêncio eloquente do legislador e alterar o antigo
entendimento do STJ.
353
alvo de intensos e acalorados debates doutrinários e de
indiscutível aperfeiçoamento jurisprudencial para que sejam
podados eventuais excessos.
CAPÍTULO III
354
Redação anterior: Dar causa à instauração de investigação
policial, de processo judicial, instauração de investigação
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe
inocente:
355
Deve-se destacar, entretanto, que, no caso de investigação
pela polícia, o tipo não exigia a instauração do inquérito, mas se
contentava com o início da investigação policial em virtude da
falsa imputação do crime a alguém. Atualmente, exige-se mais,
pois é necessária a efetiva instauração do inquérito ou do
procedimento investigatório. Antes, bastava qualquer diligência
investigatória para a consumação do delito.
356
a) se o ato ímprobo também fosse crime, era possível que o
agente respondesse pelo artigo 339 do CP. Por isso, mesmo
quando a lei só mencionava a imputação de crime a alguém que
sabia inocente, já previa a instauração de ação de improbidade
administrativa. Isso porque é possível que um mesmo fato
configure crime e ato de improbidade administrativa.
357
O delito se consuma com o início da investigação policial ou
administrativa. No caso de investigação policial é possível que a
polícia realize atos investigatórios antes mesmo de instaurar
qualquer procedimento. Nesta situação o delito também estará
consumado. No processo judicial o crime se consuma quando o
juiz recebe a denúncia ou a queixa.
358
dando causa à investigação policial ou processo penal. Exige-se
um seguindo elemento subjetivo, contido na expressão “de que o
sabe inocente”.
359
A ação penal é pública incondicionada.
360
A conduta núcleo do tipo é provocar (dar causa, ocasionar) a
ação da autoridade. Tal provocação deve se dar pela
comunicação da ocorrência de crime ou contravenção que não se
verificou. A comunicação pode ser verbal ou escrita, anônima ou
com nome imaginário. Não se exige que seja tomado por termo.
A lei refere-se não só à autoridade policial, destinatária normal da
notitia criminis, mas também, ao representante do MP, ao Juiz.
361
O objeto jurídico é a regularidade da Administração da
Justiça pela autoacusação falsa.
362
Art. 342 - Falso Testemunho ou Falsa Perícia
363
que não conhece o idioma nacional ou que não pode falar em
razão de defeito psicofísico.
364
Temos aqui nova exceção à teoria unitária ou monista, uma
vez que o corruptor responde pelo crime do Art. 343, enquanto a
testemunha corrompida incide no Art. 342, § 1º do CP. Veja,
também, que a corrupção ativa tratada neste Art. se consuma
ainda que a oferta ou promessa não sejam aceitas, de forma que
é possível a caracterização mesmo que o falso testemunho ou
falsa perícia não se verifique. Trata-se, portanto, de crime formal.
365
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa contra quem foi
instaurado o procedimento, ou 3º que esteja visando o benefício
deste. O sujeito passivo é o Estado (Administração da Justiça),
bem como a pessoa que sofre a coação pelo agente.
366
do devedor para se auto ressarcir de dívida vencida e não paga
(nesse caso não há crime de furto por ausência de dolo).
367
São os seguintes núcleos alternativamente previstos: a) tirar
(subtrair); b) suprimir (fazer desaparecer); c) destruir (inutilizar); d)
danificar (estragar). O objeto material é a coisa de propriedade do
sujeito ativo, de natureza móvel ou imóvel, que se acha em poder
de terceiro por determinação judicial (depósito de coisa
penhorada ou arrestada) ou convenção (locação, comodato).
368
O CTB em seu Art. 312 também previu situação
semelhante, quando o agente inova artificiosamente em caso de
acidente automobilístico com vítima, na pendência do respectivo
procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo
penal, o estado do lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir
em erro o agente policial, perito ou juiz.
369
Pune-se a conduta de quem auxilia (favorece) autor de
crime, seja ele doloso ou culposo, consumado ou tentado a
subtrair-se (escapar, esquivar-se) à ação da autoridade policial
publica (policial, judiciária e administrativa). É pressuposto do
delito que o sujeito ativo do favorecimento não seja participe do
crime principal, e que o auxílio tenha sido prestado após seu
momento consumativo.
370
O bem jurídico protegido é a Administração da Justiça. O
sujeito ativo do delito pode ser qualquer pessoa, desde que não
seja coautor ou participe do crime anterior. O sujeito ativo é o
Estado e o proprietário do crime antecedente.
371
favorecimento real o sujeito ativo age exclusivamente em favor do
autor do delito antecedente.
Art. 349-A
372
O aparelho de comunicação deve apresentar capacitação
para comunicar, caso contrário estaremos diante do crime
impossível (Art. 17 do Código Penal). No caso de mau
funcionamento, configura o delito, o mesmo se diga com aparelho
sem crédito ou com bateria descarregada, pois a qualquer
momento tais obstáculos poderão ser sanados. O mesmo se diga
da existência de sistema de proteção instalado no presidio para
obstar a comunicação dos aparelhos.
373
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa que promova ou
facilite a fuga. O preso, não responde pelo crime, em razão de
sua fuga, exceto se há emprego de violência, no caso em que
incorrerá no Art. 352. O sujeito passivo é o Estado.
374
grave ameaça não caracteriza o delito em análise, constituindo
apenas crime de ameaça (Art. 147). O emprego de violência
contra coisa pode caracterizar crime de dano qualificado (dolo
específico).
375
A finalidade de maltratar o preso é elementar do crime. A
consumação do delito se dá com a tomada do preso, ainda que o
agente não atinja a finalidade de maltrata-lo. Trata-se de crime
formal.
376
juízo, pouco importando sua natureza (civil, penal, trabalhista),
além do Estado.
377
Art. 357 - Exploração de prestígio
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** Capitulo IV – Dos crimes contra as finanças Públicas.
Ministrar tal matéria em forma de trabalho.
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